Inquérito SP_EF_388

L1 : ...

L1 : (... ) através do mecanismo de multiplicação... ao emprestarem éh:::... o dinheiro que os depositantes... deixam no banco.

L1 : ...

L1 : bom hoje então a gente vai começar... demanda de... moeda.

L1 : ...

L1 : a gente quer saber agora... quais as razões que faz:: que fazem com que... ah...

L1 : ...

L1 : --(estou) meio preocupado (com o gravador)--.

L1 : ...

L1 : [((risos))

L1 : (faz fazem)...

L1 : ...

L1 : éh:::... ah... quais as razões que levam as pessoas a... demandarem moeda a procurarem moeda a guarDArem moeda.

L1 : ...

L1 : a moeda como tal!

L1 : ...

L1 : o que... por que as pessoas retêm moeda ao invés... de:: comprar títulos... comprar artigos comprar imóveis??

L1 : ...

L1 : o que faz com que num determinado instante de tempo as pessoas tenham moEda::... no bolso??

L1 : ...

L1 : ou seja quais os motivos que explicam a demanda de... moeda??

L1 : ...

L1 : por que as pessoas procuram moeda por que as pessoas reTÊM moeda??

L1 : ...

L1 : essa é a nossa preocupação... hoje.

L1 : ...

L1 : razões... ou motivo pelas quais as pessoas... éh::... demandam... moeda.

L1 : ...

L1 : existem três motivos CLÁssicos... pelos quais as pessoas... retêm moeda.

L1 : ...

L1 : são três motivos.

L1 : ...

L1 : ou três razões... que fazem com que se retenha moeda.

L1 : ...

L1 : existe uma... retenção de moeda uma demanda de moeda... por... motivo::... tran-sa-ção.

L1 : ...

L1 : existe uma demanda de moeda por motivo... pre-cau-ção.

L1 : ...

L1 : es/ esses dois tipos de demanda de moEda já::... já foram... éh:: discutidos pelos clássicos.

L1 : pelos economistas clássicos.

L1 : ...

L1 : Keynes... introduziu... uma nova razão pela qual as pessoas... demandam moeda guardam moeda.

L1 : ...

L1 : demanda de moeda por motivo es-pe-culação.

L1 : ...

L1 : então Keynes no fundo... ele... admitia os motivos transação e precaução... e adicionou... o motivo especulação.

L1 : ...

L1 : vamos então agora... discutir... cada um deles.

L1 : ...

L1 : a demanda de moeda por transação... é::... principal motivo pelos quais as pessoas::... retêm moeda.

L1 : ...

L1 : neceSSItam de moeda.

L1 : ...

L1 : demandam moeda.

L1 : ...

L1 : hã:::... basicamente::... ela se deve à diferença que existe entre as datas de... recebimento... de renda de salário... e os... os/ que a gente efetua... ao longo do mês.

L1 : ...

L1 : basicamente a diferença entre data de pagamento e data de recebimento faz com que exista uma dê/... uma demanda de moeda... uma retenção de moeda.

L1 : ...

L1 : as pessoas recebem no início do mês... mas não gastam de uma vez só.

L1 : ...

L1 : elas vão gastando... aos pouquinhos.

L1 : ...

L1 : elas são obrigadas a deixar... uma certa reserva para o:: cafezinho para o lanche... para o almoço... para os gastos normais.

L1 : ...

L1 : ou seja as pessoas recebem... o dinheiro no::... no início do mês e vão gastando... de uma forma... gastando aos poucos ao longo do mês.

L1 : ...

L1 : de tal forma que ela sempre tenha alguma reserva algum dinheiro no bolso.

L1 : ...

L1 : enfim... é uma demanda de moeda para satisfazer as necessidades de::... transações... e de pagamentos::.

L1 : ...

L1 : nós podemos resumir isso num exemplinhos... numérico... e nós vamos verificar vamos tentar explicar por que... a demanda de moeda --vamos dar essa notação-- demanda de moeda por motivo transação... é uma função... do nível de renda.

L1 : ...

L1 : ( ) renda nominal.

L1 : ...

L1 : vamos tentar mostrar por que que a demanda de moeda é uma função... do nível de renda.

L1 : ...

L1 : vamos supor::... que um assalariado receba... um milhão e duzentos... no início do mês.

L1 : ...

L1 : e gaste de uma forma homogênea... gasta... quarenta cruzeiros... por dia.

L1 : ...

L1 : de tal forma que... quando chegar no úl::timo dia desse mês ele fique exatamente a... zero... certo??

L1 : quarenta cruzeiros por dia... ao fim do trigésimo dia... ela está a zero.

L1 : ...

L1 : --se ele não receber no dia seguinte... está frito--.

L1 : ...

L1 : então... é de se supor...

L1 : --vamos fazer aqui um esqueminha?... vamos colocar aqui o tempo... e aqui neste eixo... a quantidade... de moeda... retida... que é a nossa demanda de moeda por transação--.

L1 : ...

L1 : então no primeiro dia ele recebe... mil e duzentos.

L1 : ...

L1 : no primeiro dia então ele tem mil e duzentos no bolso.

L1 : ...

L1 : ao fim do primeiro dia... ele gastou quarenta cruzeiros... certo??

L1 : cafezinho transporte alimentos...

L1 : ...

L1 : então ao fim do primeiro dia ele vai ter mil cento e sessenta... no bolso.

L1 : ...

L1 : no segundo dia... ele gasta mais quarenta.

L1 : ...

L1 : então ao fim... do segundo dia ele tem... mil cento e vinte no bolso.

L1 : ...

L1 : e assim por diante.

L1 : ...

L1 : dentro dessa hipótese que ele gaste dessa forma homogênea... quarenta cruzeiros por dia... ao fim do trigésimo dia... ele não tem nada... de moeda no bolso.

L1 : ...

L1 : ele está a zero.

L1 : ...

L1 : mas... na manhã do dia sê/ ah:: ou no no fim da tarde dia trinta ele... recebe de novo... mil e duzentos.

L1 : então ele vai ter de novo no bolso... ah::... vai ter mil e duzentos novamente de... moeda.

L1 : ...

L1 : e comé/ e reinicia o::... ciclo.

L1 : ...

L1 : então deve ocorrer algo deste... tipo.

L1 : ...

L1 : eu quero encontrar aqui uma ah encontrar aqui uma expressão para a demanda... de moeda.

L1 : qual é o SALdo médio retido... ou a quantidade de moeda retida ou demandada... certo??

L1 : a demanda de moeda é sinônimo de retenção de moeda de guarda de moeda no bolso.

L1 : ...

L1 : de necessidade de moeda.

L1 : ...

L1 : --raciocinem assim--.

L1 : ...

L1 : quanto na média... ele vai ter de moeda... em média quanto ele vai ter no bolso??

L1 : ...

L1 : seria no fundo... pegar mil e duzentos mais mil cento e sessenta mais mil cento e vinte mais... mil zero oitenta e... até mais zero ( ) e dividir por trinta... isto aqui vai dar uma média de... seiscentos cruzeiros... certo??

L1 : então na média... ele vai ter seiscentos cruzeiros no bolso.

L1 : ...

L1 : evidentemente tem dia que ele tem um milhão e duzentos outro dia ele tem... zero ou tem...

L1 : outro dia tem mil cento e sessenta mas também tem um dia que ele tem... quarenta.

L1 : enfim na média ele deve ter... deve ter... seiscentos cruzeiros no bolso.

L1 : ...

L1 : aqui então é a... é a demanda de... moeda então.

L1 : ...

L1 : o saldo ou o saldo médio... retido.

L1 : ...

L1 : que é igual a... seiscentos cruzeiros que é a nossa demanda de... de moeda por motivo... transação.

L1 : ...

L1 : evidentemente se ele receber... MAIS... de moeda... ah:: (quan) hã se ele receber uma uma um salário maior... a quantidade de moeda por motivo transações deve ser... maior.

L1 : ele deve ter mais necessidade de pagamentos... certo?... de:: transações diárias de tal forma que... há uma correlação direta entre... quantidade de moeda... que as pessoas neceSSItam... --para esse motivo transação né?--... e o nível de renda... das pessoas.

L1 : ...

L1 : éh:: como a:: nor/ as variáveis macroeconômicas são expressas em:::... em termos anuais... interessa saber... então ah relacionar essa demanda de moeda (por) transações com o nível de renda em termos... no ano.

L1 : quanto que esta... demanda de moeda... representa... éh::: da renda anual... do sujeito aqui.

L1 : ...

L1 : a renda mensal... é igual a... mil e duzentos.

L1 : ...

L1 : a renda anual... então vai ser igual a... catorze e quatrocentos né??

L1 : ...

L1 : o quê??

L1 : ...

L1 : então demanda de moeda por transações... é igual a...

L1 : ...

L1 : hã:::... quanto que isso daqui rê/ quanto que... seiscentos representa... em catorze mil e quatrocentos??

L1 : ...

L1 : enfim em proporção à RENda... quanto as pessoas retêm em média... de moeda... em proporção ao nível de renda??

L1 : ...

L1 : seria... um... vinte e quatro avos né??

L1 : ...

L1 : está certo isso??

L1 : ...

L1 : então a demanda de moeda é igual a um vinte e quatro avos... da... renda anual.

L1 : ...

L1 : --(vamos) chamar de ípsilon--.

L1 : ...

L1 : ou seria um:::... éh:: um meio da renda mensal.

L1 : ...

L1 : mas as nossas variáveis macroeconômicas normalmente... são expressas em termos anuais.

L1 : ...

L1 : então... da sua renda anual que é catorze mil e quatrocentos... as pessoas... retêm um vinte quatro avos... dessa... renda POR moTIvo DE... transação.

L1 : ...

L1 : para satisfazer as transações.

L1 : ...

L1 : de uma forma genérica... genericamente... essa fórmula é expressa assim.

L1 : ...

L1 : é igual um cá... de ípsilon.

L1 : ...

L1 : sendo que ípsilon é a renda... nominal... que é igual então ao nível geral de preços... vezes... a renda... real.

L1 : ...

L1 : ( ) a expressão... cá... e ípsilon.

L1 : ...

L1 : cá tem um nomezinho... que a gente vai dar.

L1 : ...

L1 : vocês entenderam??

L1 : isso aqui eu estou introduzindo uma nova notação.

L1 : estou chamando de ípsilon maiúsculo... a renda nominal.

L1 : isto é a renda... monetária inflacionada.

L1 : ...

L1 : que é:: que tem uma componente preço... e uma componente... que é uma produção física ou renda real.

L1 : ...

L1 : --eu estou pondo aqui termos da notação usual dos livros... certo?--?

L1 : ípsilon minúsculo renda real e ípsilon maiúsculo renda nominal.

L1 : ...

L1 : então a demanda de moeda é uma proporção cá... da renda... nominal.

L1 : ...

L1 : ou para simplificar... a:: demanda de moeda é um proporç/ por motivo transação... e uma proporção... é uma parcela... da renda.

L1 : ...

L1 : e esse cá... esse cá esse coeficiente cá... é chamado de coeficiente... hã marshalliano... devido a MARshall... que foi o criador... um dos:: expoentes da teoria neoclássica.

L1 : ...

L1 : --que vocês adoram tanto.

L1 : ...

L1 : o pessoal do Centro Acadêmico adora tanto--.

L1 : ...

L1 : éh:: mede... a retenç::ão... média... de moeda... em proporção... ao... nível... de... renda... num dado... período de tempo.

L1 : ...

L1 : período de tempo.

L1 : ...

L1 : num dado ano... certo??

L1 : ...

L1 : no caso nosso exemplo igual é a... um sobre vinte e quatro.

L1 : ...

L1 : as pessoas retêm um vinte e quatro avos... do que recebem de renda... em termos de moeda... certo??

L1 : em média né??

L1 : ...

L1 : em média a retenção média... para satisfazer os seus gastos... as suas transações normais os seus pagamentos... normais.

L1 : ...

L1 : aqui evidentemente é mais para efeito didático a gente fez uma coisa assim...

L1 : todo mundo sabe que a gente não vai gastar... quarenta cruzeiros todo dia... bonitinho... certo??

L1 : ...

L1 : hã... a coisa deve ser... mais ou menos...

L1 : ...

L1 : no primeiro dia só com aluguel com essas coisas já deve acontecer um negócio assim né??

L1 : ...

L1 : rigorosamente seria provavelmente um negócio desse jeitão aqui... certo??

L1 : ...

L1 : no primeiro dia você já:: você tem alguma contas maiores... ou nem assim ou talvez até coisas desse tipo... certo??

L1 : (isso aqui) é mais realmente uma... para dar uma forma didática.

L1 : você está supondo quarenta cruzeiros por dia... ( ) realmente não é bem assim.

L1 : ...

L1 : normalmente os primê/ a tendência é nos primeiros dias do mês você gastar... mais... certo??

L1 : ...

L1 : gastar mais com transações principalmente aluguel ( ) esse tipo... Mappin Sears... esse tipo de coisa.

L1 : ...

L1 : pessoal então esse é o primeiro e principal motivo... pelos quai/ pelo qual as pessoas... éh:: demandam... moeda.

L1 : ...

L1 : éh:::... é a primeira e a principal razão então pelas quais as pessoas demandam... moeda.

L1 : isso já era... já estava incluído na teoria clássica.

L1 : ...

L1 : aliás nos vamos sentir na próxima aula um pouquinho melhor... a teoria da moeda segundo os clássicos e segundo Keynes.

L1 : nós vamos confron/ confrontá-las.

L1 : ...

L1 : então o que me parece CLAro... --interessa se parece claro para vocês né?--... hã:::... é... que a demanda de moeda por transação depende basicamente de nível de renda.

L1 : ...

L1 : quanto... maior o nível de renda maior a necessidade de transações.

L1 : ou de uma outra forma as pessoas mais ricas devem ter... mai/ hã::... pagamentos maior devem efetuar... transações também... maiores certo??

L1 : ...

L1 : então a demanda de moeda por esse motivo... é uma função do nível de renda.

L1 : ...

L1 : e é uma proporção cá... desse nível de... renda.

L1 : ...

L1 : graficamente a gente pode colocar então... que a demanda de moeda... por motivo transação... é uma proporção... cá... ípsilon... da renda nominal... certo??

L1 : ...

L1 : é igual um cá... e ípsilon... certo??

L1 : ...

L1 : sem intercepto né??

L1 : ...

L1 : não tem nenhum intercepto então sai da origem.

L1 : ...

L1 : está okay??

L1 : ...

L1 : a gente vai ver isso depois... esse cá aqui depende basicamente de parâmetros institucionais... de... grau de verticalização da economia de HÁbitos... da coletividade tudo isso a gente vai discutir um pouquinho melhor depois.

L1 : ...

L1 : então a demanda de moeda é uma proporção cá... a demanda de moeda por TRANsações... é uma proporção cá do nível de renda.

L1 : ...

L1 : é a principal razão... pelos quais... todos nós agora temos um certo montante de dinheiro no bolso... certo??

L1 : ...

L1 : basicamente ele está pensando na condução amanhã no táxi amanhã na gasolina... amanhã.

L1 : ...

L1 : é uma coisa óbvia né??

L1 : ...

L1 : bom... o segundo motivo... pelos quais se retém moeda como tal... isto é as pessoas...

L1 : ...

L1 : (espero que vocês estejam entendendo) bem.

L1 : ...

L1 : porque que as pessoas ficam com dinheiro no bolso ao invés de... comprar o título algo que renda para ele.

L1 : ...

L1 : ou uma... comprar uma casa um imóvel... certo??

L1 : é essa a ideia.

L1 : porque que a moeda é procurada... como se fosse um um bem... certo??

L1 : ( ) procurada por... terceiros certo??

L1 : ...

L1 : por ela mesma.

L1 : ...

L1 : bom... como a gente viu oferta na aula passada evidentemente no final no final disso a gente vai juntar... demanda e oferta de... moeda... certo??

L1 : e vai estabelecer o equiLÍbrio... do mercado... monetário.

L1 : ...

L1 : demanda de moeda... por... pre-cau-ÇÃO.

L1 : ...

L1 : por precaução.

L1 : ...

L1 : bom... as pessoas também mantém um certo montante de moeda no bolso... por motivo de precaução.

L1 : ...

L1 : hã:::... ah sim eu estou usando muito o termo demanda de moeda no bolso... hã::... mas também evidentemente VAle a moeda que você tem... como depósito.

L1 : é uma mô/ é um dinheiro que você também tem... certo??

L1 : no bolso aí entenda-se... também ah::... como depósito.

L1 : que no fundo é uma moeda que também você tem disponível... certo??

L1 : ...

L1 : --estou usando muito essa expressão no bolso e pode dar ideia... um pouquinho errada.

L1 : ...

L1 : inclui-se aqui o que as pessoas têm...

L1 : ...

L1 : enfim o total de moeda que as pessoas retêm... tá?--?

L1 : ...

L1 : bom pode ser suponhamos que chega no dia trinta ele está a zero... e o pagamento dele atrase... certo??

L1 : então ele está... frito.

L1 : ele precisa então... ele preci/...

L1 : então aqui surge um novo tipo de demanda de moeda.

L1 : ...

L1 : ele pode ele precisa deixar uma certa moeda uma certa quantidade de dinheiro como... reSERva... certo??

L1 : como reserva para esses imprevistos... certo??

L1 : recebimentos éh que se atrasam... ou então pensando (do lado das) empresas... pagamentos que elas... esperam contar e não recebem também... contas inesperadas como pronto-socorro... esse tipo de coisa... enfim... as moe/ as pessoas também procuram deixar uma um certo montante de dinheiro... como... para motivos... --como diz o Key/ hã Keynes-- precaucionais certo??

L1 : por motivo de... precaução... certo??

L1 : contra qualquer... quebra... de rotina nos pagamentos e recebimentos... certo??

L1 : ...

L1 : está claro??

L1 : ...

L1 : aqui... parece evidente também que a demanda de moeda por motivo precaução também... é uma função do nível de renda.

L1 : ...

L1 : é de se esperar que quanto::... éh::... quanto mais... hã::... quanto mais ricas as pessoas vamos dizer assim... elas devem ter... devem também se precaver num:: elas têm tal éh necessidade éh... éh um pouquinho maiores do que a gente... certo??

L1 : então o pagamento um cara que ganha mil e duzentos e outro ganha... dez mil... provavelmente esse três dé/ dé/ dez mil vai fazer... muito mais diferença... então ele vai ter que deixar --bom isso isso daí é relativo também não fazia diferença--... mas em termos de quantidade de moeda ele vai ter que deixar uma quantidade maior de moeda... guardada.

L1 : ...

L1 : do que o cara que ganha mil e duzentos... certo??

L1 : ...

L1 : um cara que ganha dez mil... deve deixar uma quantidade de moeda por precaução... guardada... maior do que um cara que ganha mil e duzentos... certo??

L1 : ...

L1 : então nesse sentido a demanda de moeda por precaução é... também uma função da... do nível de renda.

L1 : ...

L1 : e ela é confundida com motivo transação.

L1 : ...

L1 : no momento em que se coloca nesse gráfico... a::... demanda de moeda transação mais precaução... são funções então do nível de... renda.

L1 : ...

L1 : agora evidentemente esse tipo de separação que a gen/ que a gente está fazendo é mais uma separação diDÁtica.

L1 : ...

L1 : não dá para você dizer o dinheiro que você tem no bolso...

L1 : ...

L1 : não existe uma estimativa disso.

L1 : ...

L1 : você guarda xis para precaução e xis para...

L1 : ...

L1 : no fundo a demanda de moeda... hã::... ela depende dos dois tipos de motivos certo??

L1 : não dá para a gente separar... é apenas de efeito didático isso.

L1 : ...

L1 : e também então depende do nível de renda.

L1 : ...

L1 : esses dois motivos anteriores... já foram explorado pelos clássicos.

L1 : ...

L1 : Keynes... introduziu... um novo conceito uma nova razão pelas quais as pessoas retêm... moeda.

L1 : ...

L1 : e foi um:: potente instrumento para ele... ah criticar... a teoria... clássica principalmente a política... monetária... clássica.

L1 : ...

L1 : --como a gente vai ver na próxima aula--.

L1 : ...

L1 : é a demanda de moeda... por... es-pe-culação.

L1 : ...

L1 : hã:::... que é basicamente um conceito trazido por Keynes.

L1 : ...

L1 : no fundo os dois motivos anteriores transação e precaução... a moeda cumpre apenas uma::... uma função de meio de troca de instrumento de troca.

L1 : ...

L1 : agora Keynes introduz... a função da moeda basicamente como... hã:: reserva de... valor.

L1 : ...

L1 : as pessoas podem man/ éh manter dinheiro no bolso sem ser para transações... ou para:: por motivo de precaução.

L1 : ...

L1 : as pessoas podem manter dinheiro no bolso por exemplo... éh:::... eu quero comprar um carro... mas por algum motivo eu espero que o preço do carro vá cair... éh::: no mês que vem... então... eu mantenho o dinheiro em caixa não compro o carro agora... compro o mês que que vem... certo??

L1 : eu estou especulando no fundo... eu não tenho certeza mas eu acho que... o preço do carro... deve cair no mês que vem...

L1 : ...

L1 : então eu mantenho uma certa quantidade de moeda... éh:: reservada para... comprar esse carro no mês que vem.

L1 : ...

L1 : Keynes estava pen/ não (não) estava pensando bem em carro estava pensando mais em títulos.

L1 : ...

L1 : ele estava pensando principalmente em ações títulos.

L1 : ...

L1 : hã:::... Keynes pensava o seguinte.

L1 : ...

L1 : que as pessoas então retêm moeda... éh:: especulando sobre... o que vai acontecer com a rentabilidade... dos títulos.

L1 : ...

L1 : por exemplo se as pessoas esperam que::... uma ação éh::... vá... cair... éh vai aumentar a rentabilidade dessa ação... no mês que vem... as pessoas então... deixam de comprar uma ação hoje guardam dinheiro... fica o dinheiro guardado para... comprar... no mês que vem aquela ação... que é que ele espera uma rentabilidade maior.

L1 : ...

L1 : no mês que vem.

L1 : ...

L1 : ele espera uma rentabilidade fuTUra maior do que uma rentabilidade... presente.

L1 : ...

L1 : isto é ele procu/ ele não compra o título hoje... ele não compra a ação hoje... compra a ação... uh... a semana que vem... certo?... porque ele espera aquele que pode... dar (com)... errado.

L1 : ...

L1 : mas ele espera que... vai ser mais vantajoso para... ele.

L1 : ...

L1 : isso que... Keynes se referia como uma... guarda uma retenção de moeda... por motivo especulação.

L1 : ...

L1 : as pês/ as pessoas especulam... sobre... a rentabilidade futura... dos títulos.

L1 : ...

L1 : --basicamente assim que Keynes pensava.

L1 : ele não falava tanto de... de imóveis e... carro...

L1 : ...

L1 : bom... vamos então entender... porque que então existe demanda de moeda pres/ por especulação.

L1 : ...

L1 : existe esse tipo de demanda de moeda porque existe uma exPECtativa sobre... rentabilidade futura.

L1 : ...

L1 : --(eu) bom escrever isso daí--...

L1 : ...

L1 : então por que que que existe... a demanda de moeda por especulação??

L1 : ...

L1 : esse esse novo tipo de demanda... que não é nem para transações nem para precaução.

L1 : ...

L1 : é por um terceiro motivo... certo??

L1 : então... demanda de moeda es-peculação... porque... ah::... as pessoas... julgam que... a rentabilidade...

L1 : ...

L1 : desse dinheiro... hã::... seja... maior... que a rentabilidade...

L1 : ...

L1 : evidentemente éh rentabilidade futura DA aplicação desse dinheiro.

L1 : --fica melhor né?--?

L1 : ...

L1 : da aplicação... desse dinheiro... seja maior que a rentabilidade... atual.

L1 : ...

L1 : isto é se ele aplicasse...

L1 : ...

L1 : --vamos por ah para ficar bem claro rentabilidade HOje.

L1 : ...

L1 : (para) vocês entenderem bem--...

L1 : ...

L1 : no fundo ( ) uma diferença entre rentabilidade futura e rentabilidade... preSENte que vai determinar... a... demanda de moeda... por... especulação.

L1 : ...

L1 : éh::... --(estou) escrevendo assim na lousa porque isso aqui é um negocinho um pouquinho...

L1 : ...

L1 : eu quero que vocês anotem.

L1 : ...

L1 : isso que eu estou escrevendo.

L1 : eu anoto na eu escrevo na lousa porque eu quero que vocês anotem (tudo isso).

L1 : ...

L1 : éh quando vocês forem estudar vocês... é para ficar mais fácil.

L1 : ...

L1 : tem um negócio um pouquinho... cabeludo--.

L1 : ...

L1 : hã:::... bom... do que depende... do que... depende... ou seja o a:: demanda de moeda por especulação depende do quê??

L1 : ...

L1 : ela depende... da... rentabilidade... futura... e evidentemente... essa guarda essa retenção de moeda... vai trazer um custo para ele...

L1 : ...

L1 : o fato dele não estar aplicando... esse dinheiro não estar comprando uma ação hoje... estar retendo a moeda... deixando a moeda ociosa... hã::... vai me hã vai lhe custar alguma coisa.

L1 : e qual vai ser esse custo??

L1 : ...

L1 : vai ser o o que ele deixa de ganhar... ao aplicá-lo.

L1 : ...

L1 : é um custo de oportunidade... certo??

L1 : ...

L1 : então ela depende do... do custo... --vamos por em termos bem--... do custo... hã::... do que deixou de ganhar do que deixou... de ganhar... ao... não aplicá-la... não aplicar... o dinheiro... hoje.

L1 : ou seja... --de uma forma mais... técnica-- depende do custo de oportunidade.

L1 : ...

L1 : custo de oportunidade de se reter moeda.

L1 : ...

L1 : e qual é o custo de oportunidade de você... reter moeda??

L1 : ...

L1 : é... hã::... é o que você deixa de ganhar na alternativa de... comprar um título comprar uma ação... certo??

L1 : ...

L1 : quê??

L1 : ...

L1 : do que deixou de ganhar... ao... hã:: ele deixou de ganhar... ao não aplicar o dinheiro hoje.

L1 : ...

L1 : ( ) você entendeu??

L1 : ...

L1 : [( ) mas você entendeu...

L1 : ...

L1 : enfim... eu acho que ficou bem claro isso daí.

L1 : ...

L1 : hã::... agora... a demanda de moeda então por especulação ela depende... do que as pessoas esperam ganhar no fuTUro... certo?... e do que deixaram de ganhar no presente... especulando sobre o futuro... certo??

L1 : está especulando no fim... no fundo sobre a rentabilidade futura.

L1 : por isso tem nome... de demanda de moeda por... especulação.

L1 : ...

L1 : eu vou ( ) depois a gente vai discutir isso Keyna:: Keynes deu uma ênfase exageRAda a esse tipo de motivo.

L1 : ...

L1 : provavelmente ele é o menos importante dos três.

L1 : ...

L1 : mas Keynes deu uma ênfase exagerada porque na época... realmente era um problema...

L1 : ...

L1 : foi um instrumental que permitiu a ele fazer críticas proFUNdas... à teoria clássica.

L1 : mostrar realmente que tem situações em que... a teoria clássica não resolve... o problema.

L1 : ...

L1 : ( ) depois a gente vai ver.

L1 : ...

L1 : bom... eu estou...

L1 : ...

L1 : --pois não??

L1 : ...

L1 : QUÊ??

L1 : ...

L1 : quando ele formulou essa teoria??

L1 : ...

L1 : não ele formulou essa teoria... após ( ) em mil novecentos e trinta e seis.

L1 : ...

L1 : Tratado geral dos juros... do dinhei/ da da moeda e do emprego... mil novecentos e trinta e seis.

L1 : ...

L1 : quê??

L1 : ...

L1 : já tinha dado.

L1 : ...

L1 : foi a partir da observação do... do crack da Bolsa de Nova Iorque que ele construiu a teoria.

L1 : ...

L1 : isso a gente vai discutir um pouquinho melhor...

L1 : ...

L1 : hã::: você já parece que já conhecem alguns dos conceitos que a gente vai discutir--...

L1 : ...

L1 : ele mostra... por exemplo em mil novecentos e vinte uma situação... conhecida como a armadilha da liquidez... em que especificamente neste caso a teoria clássica não funciona... e aí é que ele propõe uma alternativa.

L1 : ...

L1 : o Keynes teve uma teoria vamos dizer do lado real...

L1 : ...

L1 : a função consumo... basicamente é... uma noção keynesiana.

L1 : ...

L1 : não existia... hã:: esse conceito.

L1 : ...

L1 : éh pelo menos como uma função macro/ macroeconômica agregada.

L1 : ...

L1 : e do lado da teoria monetária ele... ele introduziu o conceito de demanda especulativa de moeda.

L1 : ...

L1 : ou... no fundo COmo a TAxa de JUros VAI afeTAR... a parte monetária do sistema.

L1 : porque na teoria clássica... ah::... o lado monetário não era afetado pelas taxas de juros.

L1 : ...

L1 : --isso a gente vai... vocês aguardem aí nós vamos discutir na próxima aula.

L1 : ...

L1 : aliás sobre taxa de juros... taxa de juros ela tem um monte de sentidos.

L1 : ...

L1 : éh::... nós vamos associar taxa de juros... como sendo esse... rendimento... certo??

L1 : é o rendimento que as pessoas... é a taxa rendimento que as pessoas obtêm... ao... comprar um título.

L1 : ...

L1 : então a taxa de juros é... é o:: ganho é o rendimento... rendimento percentual né??

L1 : ...

L1 : rendimento percentual... na compra... de um título.

L1 : ...

L1 : portanto ela representa... em termos de moeda... é o... custo... de se... reter... moeda... isto é demandar moeda... então é o custo de se reter moeda.

L1 : ...

L1 : ou seja é o que ele ganharia se::... --vocês podem anotar aí-- é o que ele ganharia se... comprasse o título... certo??

L1 : ...

L1 : nós estamos fazendo uma simplificação bastante --não só nós toda... teoria faz isso--... taxa de juros existe uma infinidade de taxa de juros nós estamos jogando... como taxa de juros... tudo que é tudo que é rendimento sobre título.

L1 : ...

L1 : ó erre tê ene ele tê eme... ações... certo? éh bônus debêntures... evidente/...

L1 : então existe uma... infinidade de taxa de juros.

L1 : ...

L1 : e a gente está supondo... como se fosse uma coisa só.

L1 : uma taxa de juros... agregada.

L1 : mas na realidade existe uma faMÍlia de taxa de juros... certo??

L1 : ...

L1 : mas para simplificar a exposição a gente sempre supõe... como se fosse única... está okay??

L1 : ...

L1 : bom... então nesse sentido... no fundo o que eu estou querendo estabelecer... assim como estabeleci como oferta de moeda uma relação entre ofer/ entre... moeda e taxa de juros.

L1 : ...

L1 : e é essa e::... como é... como é fê/ como foi feito por Keynes.

L1 : basicamente ele... ele deu um papel bastante importante à taxa de juros como a gente falou.

L1 : ...

L1 : então no fundo... a demanda de moeda especulativa... ela depende... da taxa de juros... futura... e da taxa de juros... presente.

L1 : ...

L1 : aqui vista mais como um rendimento né??

L1 : ...

L1 : aqui como um custo... de se manter moeda.

L1 : de se... manter... moeda.

L1 : ...

L1 : então... por que existe então... esse tipo de demanda de moeda por que as pessoas podem guardar moeda... sem que seja para o cafezinho para a condução... ou... por... éh:: medo de que deixem de receber algum dinheiro??

L1 : ...

L1 : isto é... por que as pessoas guardam moeda sem ser por transação e por precaução??

L1 : ...

L1 : basicamente então... porque... elas julgam que... elas... guardando dinheiro hoje... isto é demandando moeda hoje... elas podem com isso gaNHAR... ter uma rentabilidade maior no... futuro.

L1 : ...

L1 : e do que depende??

L1 : ...

L1 : ela depende... ela é uma função... da taxa de juros futura... e da taxa de juros presente.

L1 : ...

L1 : agora em termos mais operacionais... hã:: a taxa de juros futura é uma coisa que você... não tem certeza.

L1 : ...

L1 : e há uma certa relação entre... taxa de juros presente e a taxa de juros futura.

L1 : futura.

L1 : ...

L1 : é de se esperar que... quando... a taxa de juros... presente ou corrente... aumente... hã:::... as pessoas... éh::... um GRUpo de pessoas espera que... a taxa de juros futura caia...

L1 : ...

L1 : se está aumentando muito o rendimento hoje... a maioria das pessoas devem esperar que... como esse rendimento... hã:::... aumentou hoje é de se esperar que ele tenha uma tendência a... cair... no futuro.

L1 : ...

L1 : ou seja... é possível éh:: estabelecer-se uma relação inversa entre taxa de juros... corrente e taxa de juros... futura.

L1 : ...

L1 : é de se esperar então NÃO todos evidentemente mas a maioria das pessoas... deve julgar que com o aumento do rendimento corrente dos títulos... o rendimento futuro... deve... aumentar.

L1 : isto é se há um aumento... grande na rentabilidade sobre as ações... hoje... grande parte das pessoas deve esperar que... esse rendimento deva... cair no... futuro.

L1 : ...

L1 : então... e o que deve ocorrer com a demanda de... moeda por especulação??

L1 : ...

L1 : a retenção de moeda... por especulação... deve... deve cair.

L1 : ...

L1 : então... há uma relação inversa entre --(aqui) será corrente--... entre... a::... demanda de moeda por especulação e a taxa de juros... corrente.

L1 : ...

L1 : colocando a demanda de moeda apenas como função da taxa de juros corrente.

L1 : ...

L1 : --porque você não conhece a taxa de juros futura--.

L1 : ...

L1 : você quer fazer um modelo... operacional.

L1 : ...

L1 : hã::... tem uma explicação um pouquinho melhor.

L1 : ...

L1 : uma:: explicação do porquê há uma relação inversa entre... retenção de moeda por especulação... e taxa de juros corrente.

L1 : ...

L1 : é de se esperar que... então quando aumenta a taxa de juros corrente... é o custo (de se desse) custo e a oportunidade de se reter moeda... aumenta.

L1 : isto é éh com a taxa de juros... ou a taxa de rendimentos títulos... ah aumentando hoje... fica mais custa mais para você guardar dinheiro... e não comprar o... título.

L1 : ...

L1 : então... as pessoas têm a tendência de... quando então aumenta a taxa de rendimento dos títulos... éh de comprar títulos e então reter menos de... moeda... certo??

L1 : com o aumento do rendimento...

L1 : --(isso aqui é uma coisa melhor para vocês associar) taxa de juros como... um rendimento.

L1 : ...

L1 : de fato... a gente está acostumado a... raciocinar em taxa de juros a gente PAGANdo.

L1 : ...

L1 : não vamos esquecer que os bancos... recebem... certo??

L1 : ...

L1 : e daqui e aqui é o ponto de vista de quem demanda moeda certo??

L1 : ...

L1 : de quem retém moeda.

L1 : ...

L1 : é esse o ponto de vista que a gente tem que ver a taxa de juros--.

L1 : ...

L1 : então para essa pessoa taxa de juros é a taxa de rendimento.

L1 : é o que ele poderia ganhar... se aplicasse...

L1 : ...