Inquérito SP_DID_043

Doc1 : bom então a gente você tava falando aí de uma nova profissão ( ) de uma nova faculdade para formar novos profissionais como que era mesmo essa estória?

L1 : no o problema surgiu assim apareceu uma carta éh evidentemente como toda carta você está louco para saber o que tem dentro né e ((risos)) ela falava sobre uma nova faculdade faculdade de éh propunha assim a criar vendedores de nível éh universitário.

L1 : quer dizer isso faz nos assim faz a gente pensar que tá meio gozada a coisa né?

L1 : hoje em dia já tem faculdade de tudo!

Doc1 : ahn ahn.

L1 : até essa aí que você me falou agora administradora do lar né?

Doc1 : é possível por que não?

L1 : (bom).

L1 : bom (mas) pode ser possível.

L1 : eu até tinha pensado num curso superior de de corte e costura não é não é intê interessante poxa!

Doc1 : não é?

Doc1 : (bom)

Doc1 : claro ( )!

L1 : isso me faz lembrar até uma aluna que eu tinha que ela em termos de profissão ela era excelente.

L1 : ela aquela época eu dava aula em (madureza) né então ela uma senhora até ela apareceu um dia lá no cursinho conversando conversando ela falou que era ela era formada numa série de coisas.

L1 : nós não acreditamos muito e ela resolveu aparecer com um diploma.

L1 : então era um desses cursos que dá diploma assim quá éh divide em quadrados na folha né cada quadrado era diplomada num assunto.

L1 : então ela era calista ela era manicure ela era cabeleireira ela era bom uma série de coisas desse nível.

L1 : sem menosprezar mas que não dá para gente ser tudo ao mesmo tempo né?

Doc1 : lógico!

Doc1 : ahn ahn.

L1 : é meio difícil né?

L1 : (esse negócio da gente ser) muito éh como é que se diz?

L1 : como é que fala esse negócio (aí)?

Doc1 : não sei.

Doc1 : (hoje) só você que sabe falar eu não falo nada.

L1 : é eu ( ).

L1 : ah só eu falo.

Doc1 : é.

L1 : então é isso (mesmo).

Doc1 : ((risos))

L1 : ahn mas.

L1 : então aí éh dessa forma em termos assim de profissões...

Doc1 : mas nessa experiência de cursinho que você tem de madureza por exemplo você o vocês já fizeram estatística assim à respeito do nu das profissões que mais procuram o o o cursinho?

L1 : olha em termos de de de madureza eu nunca fiz inclusive faz já um pouco tempo que eu não dou não dou aula em madureza.

L1 : quer dizer já nem lembro mais como é que funcionava a coisa.

L1 : mas evidentemente o nível éh (de) profissões mais baixas né?

Doc1 : por (exemplo)?

L1 : que quer ain...

L1 : por exemplo.

L1 : banco.

L1 : banco dá muita madureza.

L1 : ah...

Doc1 : mas por exemplo quem do banco?

Doc1 : que f que determinadas profissões?

Doc1 : porque no banco abrange várias profissões (por exemplo) quem no banco?

L1 : num...

L1 : quem dentro de um banco?

Doc1 : é.

Doc1 : procuraria um curso de ( ).

L1 : bom aí evidentemente aqueles ah aqueles funcionários de menor nível né?

L1 : por exemplo aquelas moças que atendem as os clientes são as que mais evidentemente procuram ascender à um grau superior.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : porque você sabe que bancário o que ele tem um problema social muito grande eu acho nunca fui bancário acho que a gente olha a gente conhece um bancário assim de cara uma pessoa que trabalha em banco de cara né?

Doc1 : por que?

L1 : por quê?

Doc1 : qual é o estereótipo?

L1 : acho que não é é é é simples ele procura a mostrar uma condição social mais elevada do que realmente o dinheiro dele pode.

L1 : éh talvez pela própria condição que ele está ele tem que estar sempre bem apresentado e com um belo sorriso né para atender todo mundo cordialmente.

L1 : então éh é o suprassumo né?

L1 : quer dizer você percebe.

L1 : você nota.

L1 : você olha assim você fala é bancário tá.

L1 : ((risos)) assim mais ou menos né?

L1 : (aliás) não sei porque ainda não fizeram um curso universitário (de) bancário né?

L1 : (inclusive para) até que você estava falando que teu problema é é falar sobre bancos né?

Doc1 : então ( )!

L1 : (operar) as operações de banco né?

L1 : que aliás eu não entendo lhufas.

L1 : como já lhe falei.

L1 : bom.

Doc1 : mas quem mais assim que você acha que procuraria um curso de madureza porque não teve oportunidade que arrumou um emprego no decorrer desse?

L1 : não hoje em dia o negócio virou bagunça né?

L1 : ahn o alu o a maioria dos alunos assim estão começando a perceber que ele podia se ficar reprovado no colégio porque depois tinha a salvação que era o curso de madureza.

L1 : inclusive eu acho que há necessidade de uma moralização da coisa.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : eu ouvi falar que agora a ester figueiredo ferraz né vai providenciar que esses exames sejam em datas marcadas e não mais aquela quantidade absurda que era antigamente.

L1 : (porque) acho que virou virou gozação mesmo.

L1 : virou gozação.

L1 : um garoto pegava um curso regular ele começava quando chegava lá na terceira série tava meio reprovado tava meio mal ele também não ligava mais.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : evidentemente isso fez com que baixasse o nível de ensino no brasil barbaridade né?

L1 : não é hoje nós estamos fazendo um nivelamento por baixo.

L1 : o nivelamento cultural está por baixo.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : não é mais a média lá em cima.

L1 : você vê éh o ainda hoje eu estava acabei de dar lá na lá na faculdade eu fiquei no departamento e eu estava estava corrigindo uma pró provas então eu ouvi uma conversa de um aluno que tinha entrado na faculdade de engenharia esse ano tendo feito madureza o ano passado e ele tinha passado no madureza em em quatro vírgula oito em matemática ora é um absurdo um cara que vai fazer engenharia passar com quatro vírgula oito sem menosprezar o problema de madureza e não é o problema de menosprezar tem quem tem condição até tem que quem tá fazendo madureza por uma necessidade real que não teve éh tempo de estudar na época certa no entanto um cara que tira quatro vírgula oito numa prova de matemática de madureza está matriculado no primeiro ano de engenharia.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : é um absurdo.

L1 : quer dizer depois sai aquelas gozações de dentro da faculdade porque não passa mesmo né?

L1 : quer dizer o cara consegue entrar mas não sai nunca mais.

L1 : então você vê gente lá fazendo curso de engenharia em oito anos.

Doc1 : mas você vê assim quais são éh ahn no caso do do jovem do do rapaz por exemplo éh ele é atraído para um mercado de trabalho vamos dizer então abandona (a escola) qual que tipo de mercado de trabalho é esse que você acha que ele pode ser atraído e?

L1 : olha eu acho que eu eu não eu não sei viu?

L1 : eu eu acho que há plena condição do cara trabalhar e e estudar ao mesmo tempo.

L1 : acho que ele não tem necessidade nenhuma de largar de estudar de parar de estudar para trabalhar.

L1 : o o esse negócio de que a turma fala não mas eu não tenho tempo não tenho dinheiro não tenho isso não tenho aquilo eu acho que isso daqui é uma grande desculpa.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : porque quando você quer você consegue.

L1 : se você não se não dá para viver vinte quatro horas por dia viva vinte e oito pô!

Doc1 : uhn uhn.

L1 : faz hora extra né?

Doc1 : uhn uhn.

L1 : dá um jeitinho lá em cima né?

L1 : faz umas quatro hora extra que aí dá.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : não é não é um fato por exemplo eu eu tive colegas na faculdade que terminaram o curso no tempo exato e que não ( ) a menor possibilidade financeira e não precisaram nunca fazer madureza nem coisa nenhuma fizeram se sempre foram bons alunos inclusive um deles ele saía da faculdade ia trabalhar em banco das sete à uma da manhã para depois ir para casa o rapaz morava no tucuruvi e estudava em são bernardo.

L1 : o cara é terrível o cara tem que ser bom um cara desse é bom um cara que pelo menos se não é bom ele tem força de vontade.

Doc1 : uhn uhn uhn.

L1 : e realmente ele era.

L1 : não era inteligente interessante não era você poderia pensar bom mas isso não é uma é um um caso particular é um cara muito inteligente tal não não era ele não era inteligente até mais ou menos burrinho mas ele era estudioso.

L1 : era um cara que estudava mas estudava mesmo.

L1 : tanto é que você tinha dúvida você ia perguntar para ele ele tinha estudado a coisa.

L1 : era um cara terrível.

L1 : quer dizer eu acho que há muita acomodação.

L1 : ( )

Doc1 : uhn uhn.

L1 : pelo principalmente assim pelo (o que se) que se ouve eu nunca estive fora do brasil mas pelo o que se sente-se que o brasileiro é realmente acomodado né?

L1 : não sei se é o tal negócio da terra do jeitinho né?

Doc1 : ahn ahn.

L1 : para você ver por exemplo como a (yoko) já os descendentes de da japonês e oriental são (eles são) terrivelmente esforçados.

L1 : é dificilmente você vê um uma pessoa descendência oriental que não seja esforçada.

L1 : eu vejo por exemplo tive vários colegas lá na lá na na faculdade lá de engenharia ou aqui agora na na física tem uma porção mas os caras são esforçados mesmo são ( ) talvez não sejam necessariamente inteligentes mas eles são esforçados que é o que eu acho que é mais que é o mais principal né o mais importante.

Doc1 : agora que tipo de de de profissionais forma a fei?

Doc1 : atualmente.

L1 : ( )...

L1 : (ah bom) são engenheiros nas várias especialidades né?

Doc1 : diga.

L1 : éh são mecânicos (metalurgistas) químicos eletrônicos eletrotécnicos éh químicos ( ) falei e acho que é só iss.

L1 : tenho a impressão que vai ter civil para o ano que vem...

Doc1 : ah é?

L1 : é.

L1 : quer dizer éh um troço meio gozado.

L1 : tá aparecendo ( ) engenharia civil é fato que é uma profissão interessante.

L1 : já que a gente ia falar de profissão.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : você veja quando eu fui fazer engenharia o engenheiro civil era um assim era difícil arrumar um emprego arrumar uma colocação hoje em dia né tá é o engenheiro civil é o mais solicitado.

L1 : você vê por exemplo (o) só as obras do governo.

L1 : aliás o em termos de dinheiro vocês querem uma indicação o negócio é imobiliário né?

L1 : (impressão).

Doc1 : uhn uhn.

L1 : éh o que tá havendo aí muito né?

L1 : então o engenheiro civil tá excelente.

L1 : todo mundo quer fazer engenharia civil né?

Doc1 : mas você acha que o mercado não fica saturado por isso não?

L1 : éh eu tenho impressão que vai ser a tendência.

L1 : lógico quer dizer houve uma uma ofer houve uma procura maior que a oferta.

Doc1 : uhn.

L1 : antes a oferta era maior né?

Doc1 : uhn uhn.

L1 : depois o (governo) resolveu incentivar uma série de construções metrô e outra coisa aqui blá éh evidentemente a oferta passou a ser menor.

L1 : lógico há uma reação né vamos dar mais oferta.

L1 : e éh você vê por exemplo eu tenho impressão não é um dado que eu tenho ele em mão mas eu tenho impressão que trinta e cinco por cento dos estudantes de engenharia estão tentando fazer civil engenharia civil.

L1 : e veja que o número de faculdades de engenharia aumentou bastante.

L1 : se bem que nem todas no ramo de civil né?

Doc1 : uhn uhn.

L1 : a grande maioria ainda é mecânica e éh e eletricista né?

Doc1 : uhn uhn.

Doc1 : mas assim e o o se você tivesse que orientar o o jovem assim profissionalmente ahn sem conhecer as tendências do indivíduo sem ter outros dados você orientaria para isso?

L1 : ah não adianta.

L1 : não não eu iria mandar ele fazer a faculdade de vendas né?

Doc1 : é assim.

L1 : éh faculdade de vendas.

L1 : porque hoje em dia só ganha dinheiro quem vende alguma coisa.

L1 : então aprenda a vender depois você vende o que for.

L1 : você pode vender aula você pode vender entrevista.

L1 : aliás não falamos do cachê ((risos)).

L1 : bom enfim.

Doc1 : fique para depois.

Doc1 : ( )

L1 : você pode falar você pode vender o que você quiser.

L1 : então vá aprender vender que é o me e a uni é a melhor maneira de sobreviver hoje em dia né?

L1 : (de) se ganhar dinheiro.

L1 : (quer dizer) porque por exemplo você vê um engenheiro hoje em dia recém formado um salário de dois mil dois mil e quinhentos cruzeiros bom então você fala bom é novo tal um salário bom um salário bom realmente nin ninguém pode dizer que está um salário mal agora qual é a condição dele para crescer?

L1 : como é que vai crescer desse salário?

Doc1 : uhn uhn.

L1 : um engenheiro quando tira cinco milhões está com o salário estabilizado.

L1 : eu conheço um caso interessante por exemplo dois fá dois colegas meus um excelente muito bom o cara cobra realmente o outro dolce far niente né?

L1 : quer dizer não quer nada com nada né?

L1 : éh os dois se formaram e por coincidência foram trabalhar numa mesma indústria um deles o cobra foi solicitado para a linha de produção da indústria foi trabalhar lá dentro da fábrica e o outro foi trabalhar na área de vendas hoje o está dentro da fábrica está com a aliás encontrei com eles no sábado passado tava com um salário de três milhões e meio enquanto que o outro está na ganho na base de seis sete mil cruzeiros por mês.

L1 : estão há dois anos já de formados.

L1 : quer dizer você vê que é um troço gozado.

L1 : quer dizer hoje o negócio é fazer faculdade de vendas.

Doc1 : ahn ahn.

Doc1 : você acha que a profissão assim mais rentável é é é não é a do engenheiro?

L1 : não não não é mais.

L1 : aliás hoje em dia o o o a acabou aquela aquela onda de que quem era universitário ganhava dinheiro né?

Doc1 : ahn ahn.

L1 : isso acontecia antigamente porque haviam poucos hoje não existem muitos né?

L1 : você encontra engenheiro a três por dois.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : você con encontra por exemplo medicina hoje está digamos socializada né?

L1 : éh eu não vou mais no médico eu sou sócio de um hospital eu vou no hospital.

L1 : eu pago muito menos.

L1 : invés de ter uma consulta que vão me cobrar cinquenta sessenta contos sei lá eu pago vinte e cinco trinta e cinco por mês.

Doc1 : certo.

L1 : quer dizer então não há mais aquele negócio (de) acabou a onda de que todo que você podia ficar milionário.

L1 : hoje nós temos que éh ser classe média.

L1 : quer dizer o universitário hoje não é mais como antigamente que se fazia o era o advogado era o médico era o engê engenheiro né?

L1 : ele chegava já era o o dono do mundo né?

L1 : saía ganhando (fábula).

L1 : não é nada disso.

L1 : hoje o universitário é no máximo classe média.

L1 : está errado?

L1 : não eu acho que está certo.

L1 : hoje existe muito mais éh pessoas na classe média do que na classe baixa.

L1 : evidentemente está diminuindo o número de mais ricos e men e mais pobres né?

Doc1 : tomara!

L1 : ( )

L1 : que é o excelente né?

Doc1 : uhn uhn.

L1 : aliás eu éh algum tempo que eu é no (é) era um triângulo que representava isso né?

Doc1 : uhn uhn.

L1 : os mais ricos em cima né não era isso né?

Doc1 : uhn uhn.

L1 : e o (lá) o bá lá embaixo os mais pobres.

L1 : evidentemente a classe média é que faz o amortecimento né?

L1 : quanto mais pobre melhor.

L1 : então eu acho que está certo.

L1 : então vamos ter nossa casa nosso carro é só né?

L1 : também não precisa mais que isso né?

Doc1 : lógico.

Doc1 : mas você não acha por exemplo mesmo nessas que você falou aí da medicina soci socializada et cetera que éh em todo tipo de profissão há uma tendência cada vez maior para especialização?

L1 : ah sim isso não não resta a menor (dúvida).

L1 : inclusive é uma coisa natural né?

L1 : éh quinhentos éh anti antigamente um giná um era o ginásio e científico juntos durava cinco anos né?

L1 : hoje dura oito.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : evidentemente a a quantidade de conhecimentos que se necessita hoje éh é muito maior do que a quantidade de conhecimentos que se necessitava há quanto mais tempo o você conseg regredir em menos época.

L1 : éh tanto é uma vez uma coisa que eu sempre me lembro é do bertrand russell que ele dizia que o desenvolvimento da ciência é tão rápido que vai chegar num certo ponto que um elemento começando a estudar termina a vida dele e ele não conseguiu chegar no ponto onde outros já avançaram.

L1 : e é um troço razoavelmente lógico né?

Doc1 : uhn uhn.

L1 : tanto é que você vai ver por exemplo eu eu o que eu manjo um pouquinho que eu entendo um pouco parte de matemática daqui sei lá quanto tempo nós não vamos mais ensinar a cri a criançada a a fazer multiplicação nem divisão nem nada disso.

L1 : isso daí nós vamos ensinar eles apertar um botãozinho.

L1 : o botãozinho faz aquela operação vermelhinho então o nego vai lá aplica o vermelhinho.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : quer dizer vai ser alguma coisa desse tipo.

L1 : ( ) partir do cálculo diferencial integral de cara.

L1 : eles já vão ter os conceitos ahn não sei como né lógico.

L1 : mas é vai ser o único jeito de aumentar a velocidade de aprendizagem né?

L1 : ou au através de alguns de métodos se bem que eu sou meio contra isso né?

Doc1 : uhn uhn.

L1 : de métodos já audiovisual e esses outros negócios aí.

Doc1 : uhn.

L1 : éh é audiovisuais né que mais que tem né outros métodos assim.

L1 : métodos de jogos tal.

Doc1 : é.

L1 : que se tenta aprendizado né?

L1 : embora eu seja assim meio contrário sabe?

Doc1 : mas e no caso da medicina por exemplo ela (ainda) você acha que o a clini o o o clínico geral assim tende a desaparecer?

L1 : vamos voltar à medicina.

L1 : ah sim.

L1 : uhn eu tenho a impressão que sim.

L1 : aliás o o clínico geral a gente já percebe hoje em dia que ele vive pela ah...

L1 : porque o clínico geral era um espécie de deus né?

L1 : era um deus pequenininho né?

L1 : era um cara que resolvia tudo né?

L1 : estou com dor de dente o cabelo quatrocentos e trinta não ( ) quer dizer era uns negócios desse tipo né?

L1 : o clínico geral era um cara que resolvia tudo.

L1 : evidentemente a tendência dele é desaparecer.

L1 : veja que nós estamos na minha opinião tudo isso que a gente fala no éh pode estar total totalmente errado.

Doc1 : ( ).

L1 : aliás uma coisa que é desagradável é a gente ficar falando e vocês não discutirem com a gente.

Doc1 : eu discuto depois que acabar a gravação.

L1 : porque...

L1 : uhn.

L1 : ah depois nós quebramos o pau.

Doc1 : lógico.

L1 : está legal.

L1 : então eu falo as bobagens ((risos))...

Doc1 : ((risos))

L1 : bom então não faz mal.

L1 : então deixa eu continuar falando minhas bobagens.

Doc1 : diga.

L1 : mas (como eu estava te) dizendo...

Doc1 : ahn.

L1 : o clínico geral eu acho que ele vive pela persistência de alguns né?

L1 : éh veja por exemplo eu tenho um tio não adianta o médico dele é o fulano de tal porque salvou a unha encravada dele em mil novecentos e quarenta e não vai tirar da cabeça dele!

Doc1 : uhn uhn.

L1 : mas evidentemente a tendência disso é desaparecer né?

L1 : porque como é que hoje um recém formado ou um indivíduo que vai tomando maior maturidade ele vai conseguir formar uma clínica geral.

L1 : difícil né?

Doc1 : mas você por exemplo se você sente o o o determinado sintoma vamos o dizer dores no joelho assim constantes você sabe o especialista que você deve procurar?

L1 : não sei.

L1 : mas é a o problema é isso que eu lhe lhe falei veja há uma todo mundo pensa pelo menos a grande maioria tem medo de morrer.

L1 : então todo mundo tenta cuidar do corpo na hora necessária.

L1 : éh e daí nós somos levados a ficar pelo menos assim nas pessoas mai que têm maior convivência (então) somos levados a ficar sócios ou de um hospital de o de o de o...

L1 : então você é um é você chega lá estou com dor na na perna (aí) o cara diretamente já te manda para o para o especialista.

L1 : quer dizer você não precisa procurar.

Doc1 : sim.

L1 : mesmo porque você não você não sabe.

L1 : eu acho que esse problema vai a atingir a mais a uhn por exemplo pessoas de uma classe social meio que não tenha a condição de ter esse médico.

L1 : mas eu tenho impressão que o hospital das clínicas vai funcionar mais ou menos nesse estilo né?

Doc1 : mas não...

L1 : embora não funcione.

Doc1 : (meu irmão) está assalariado lá no hospital das clínicas.

L1 : e é bom não sei como é que funciona a coisa.

Doc1 : ( )

L1 : mas olha éh eu não saberia evidentemente certo o se seguindo a sua linha de raciocínio éh se eu eu estou com um pro.

Doc1 : a quem procurar?

L1 : não.

L1 : eu sei que chama-se um or ortopedista né?

L1 : mas se fosse uma isso porque é é o pé é o (tal).

L1 : (aí).

Doc1 : mas se fosse uma dor que ( ) no joelho por exemplo que você por mudança de tempo aí ( )...

L1 : não agora se for uma uh...

L1 : ué eu tenho a impressão que aí o problema seria de um ortopedista né?

Doc1 : sei.

L1 : mas se for aí um problema de sei lá de rim de fígado não sei nem como é que chama um cara desse né?

Doc1 : ahn ahn.

L1 : não imagino.

Doc1 : e e e nas nos ofícios assim sem sem falarmos agora das profissões ditas universitárias você acha que também a especialização é uma tendência geral?

L1 : bom éh não só geral como é aí éh é diferente né?

Doc1 : uhn uhn.

L1 : o problema um pouco diferente.

L1 : na nê eu tenho assim um pouco expeci de ex de experiência nisso porque eu a gente tem lá eu conheço assim alguns fun funcionários.

Doc1 : por exemplo isso que eu queria justamente.

L1 : eles veja bem um garoto começa a trabalhar numa fábrica idade quatorze anos.

Doc1 : começa a trabalhar como?

L1 : evidentemente ele não sabe nada.

L1 : então ele é ajudante.

Doc1 : uhn.

L1 : ajudante de alguma.

L1 : então e e e normalmente...

L1 : por exemplo eu tenho vários casos tenho três garotos que começaram trabalhar agora bom eu precisava de um ajudante para o pintor eu precisava de um ajudante para o funileiro eu precisava de um ajudante para o marceneiro botei um em cada um deles.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : não deu certo o do marceneiro foi embora.

L1 : não há condição na indústria de eu tentar modificar.

L1 : na indústria pequena eu não sei e nem nas grandes daria condição para isso.

L1 : a indus ( ) o a indústria não pode não é meio gozado mas a indústria não pode perder tempo e co co compreende?

Doc1 : não.

L1 : quer dizer o garoto tem que ser ensinado mas tem que já estar produzindo alguma coisa algum fruto.

L1 : não adianta porque se ele não produziu o fruto o os frutos já são levados (sem ninguém) produzir...

L1 : quer dizer então entende?

L1 : éh éh um deles por exemplo o rapaz que fazia ajudante de pintura ficou um ano na parte de ajudante de pintura.

L1 : aí eu mandei embora o pintor ele ficou como pintor.

L1 : o cara é excelente.

L1 : muito bom caprichoso tudo mais.

L1 : quer dizer veja que eles não tem muita possibilidade de escolha porque como eu peguei os três e joguei um para a pin eu podia ter jogado ao contrário!

Doc1 : certo.

L1 : então esse rapaz que eu joguei certo na pintura quer dizer deu certo por olha por obra do acaso porque os três nunca tinham trabalhado na vida porque os três nunca tinham trabalhado na vida.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : era a primeira o primeiro emprego deles.

L1 : quer dizer tanto fazia...

L1 : não dá para você pensar e parar e falar bom o certo seria você conversar fazer sei lá um teste alguma coisa né para ver mais mas não dá tempo de você fazer isso.

L1 : não dá!

L1 : isso é sonho ahn?

Doc1 : ahn ahn.

L1 : quer dizer as as pedagogas né que me desculpem mas...

Doc1 : não e (nós) aqui não nenhuma dessas não.

L1 : não tem uma.

Doc1 : você não ( ).

L1 : e é.

L1 : é.

L1 : ( ) ((risos)) não!

L1 : então éh eu não tenho nada contra elas.

L1 : gosto muito delas ((risos)).

Doc1 : ahn ahn.

L1 : mas enfim ah éh não dá tempo da gente fazer nada disso.

L1 : a o a velocidade das coisas é muito maior do que aquilo que a gente gostaria de fazer.

L1 : e deu certo quer dizer em veja aí que não há muita chance da turma escolher mas evidentemente se eles não escolherem e não se especializarem o ordenado deles não sobe.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : então por exemplo o garoto passou de ajudante passou para meio oficial de pintura de meio oficial de pintura passou a pintor.

L1 : bom que que faz esse cara?

L1 : se ele não conseguir evoluir para um para um através do estudo ele vai ser pintor.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : não tem outro jeito.

L1 : uma outra a a às vezes a definição dessa profissão ela é feita assim à base antiga de geração em geração.

Doc1 : uhn uhn.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : meu pai era marceneiro eu vou ser marceneiro meu irmão é marceneiro e a família fica tudo marceneiro.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : o que é o caso do meu marceneiro.

L1 : nós temos um marceneiro o pai é marceneiro o irmão é marceneiro todo mundo pica-pau.

L1 : quer dizer todo mundo é marceneiro lá dentro.

L1 : mas a veja que eles não têm muita chance não (de escolher).

L1 : eu acredito que essa que com essa mudança no currículo agora do nível ginasial essa mudança que houve invés de ter primário e ginásio vai melhorar a coisa.

Doc1 : sei.

L1 : pelo menos eles vão ter condição de ver o que eles gostariam mais.

L1 : não vai dar para escolher não.

L1 : mas pelo menos vai dar para éh éh ligar se não não dá para escolher diretamente é esta pelo menos fala bom é essa ou essa ou aquela.

L1 : pelo menos vai dar para fazer isso.

L1 : porque o com essa com essa mudança eu que eu acho importante primeiro nós vamos aumentar o nível de escolaridade.

L1 : quer dizer antes o cara fazia primário e saía trabalhar hoje não ele pode ter um diploma ele tem que terminar o ginásio.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : então aumentamos o o a o pelo menos a quantidade de es de escolaridade.

L1 : éh lá dentro pelo que me parece eu estou um não estou um não conheço bem como é que vai funcionar mas me parece que eles vão dar assim as primeiras noções das profissões.

Doc1 : e que tipo de profissionais você acha que poderi e e o ensino o segundo o segundo grau no caso poderia oferecer?

L1 : sim.

L1 : bom isso vai depender muito de primeiro de região...

Doc1 : uhn uhn.

L1 : quer dizer falando sobre um aspecto genérico vai depender muito por exemplo ahn aqui são paulo grande são paulo ahn mais e sei lá botucatu são dois tipos totalmente diferentes quer dizer éh esses ginásios vão est ter que oferecer coisas bem variadas.

L1 : me parece que realmente o governo vá não sei quem é a se se é a secretaria de educação deixou essa abertura para os os colégios né?

Doc1 : uhn uhn.

L1 : que eles façam de acordo com as condições.

L1 : por exemplo você vê o próprio problema de bairro aqui em são paulo bairro já vão dar esse problema.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : quem mora para o lado de éh por exemplo s bom são caetano já não é bairro né são caetano não é bairro mas vamos dizer vamos dizer são caetano (onde) aí já são municípios né são caetano impera aquela cerâmica são caetano qual seria a natural tendência?

L1 : como lá a cerâmica é a maior indústria quer dizer talvez fosse aquilo e mais um algumas indústrias.

Doc1 : que tipo de profissional aí se encaminharia então para essa cê para essa cerâmica?

L1 : olha você vê por exemplo a própria cerâmica ela já tem um curso de onde ela prepara os seus próprios elementos.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : uma outra que tem um um curso também nesse tipo tem várias escolas que já fazem tem várias indústrias que tem uma escola não sei se escola é dela mas sei que elas têm alguma coisa a ver com a escola onde elas formam um profissional ligado ao ramo de atividade da indústria!

Doc1 : sei.

L1 : por exemplo são bernardo o que que pode dar são bernardo?

L1 : ora evidentemente funileiros elementos ligados a quê?

L1 : a dirigidos para a indústria automobilística né?

Doc1 : uhn uhn.

L1 : eu tenho impressão que essa é isso o (aspecto geral) sei lá.

Doc1 : por exemplo assim botucatu no caso (quando você) que que poderia citar sair que tipo de profissional seria ( )?

L1 : botucatu éh é totalmente recriação não é?

L1 : não aparece uhn parece que botucatu é gado né?

Doc1 : uhn uhn.

Doc1 : uhn uhn.

Doc1 : ele sari sairia o que dali?

L1 : bom que você vai tentar elevar por exemplo um ligar que eles conheçam os animais lógico que saibam o trato que saibam reconhecer algumas doenças mais visíveis...

Doc1 : que tipo de profissional?

L1 : quer dizer eu tenho impressão que alguma coisa desse tipo ou seja um elemento que seja aproveitado na criação daquele gado.

Doc1 : uhn.

L1 : um elemento que saiba por exemplo levar novas ideias.

L1 : evidentemente por exemplo se pega um engenheiro agrônomo para dar para administrar algumas aulas gente razoavelmente boa ele pode incul éh colocar na cabeça da da da do garoto quer dizer novas técnicas novas diretrizes e esse garoto amanhã lá dentro da da éh da fazenda seja lá de onde for ele pode com aquilo levar novas ideias.

L1 : mesmo em nível pequeno mas já é uma evolução.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : quer dizer de tim né tim tim tim tim você você consegue alguma coisa.

L1 : mesmo que seja pouco mínimo já é alguma coisa.

L1 : ele já tem uma noção.

L1 : é se botar o garoto vai tratar do gado.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : aí já sabe o que é pelo menos um gado.

Doc1 : uhn uhn.

Doc1 : mas aqui por exemplo na cidade de são paulo por exemplo esses meninos que trabalham com quatorze anos vamos dizer que é a idade parece eles ahn são aproveitados ahn em que setores profissionais de uma maneira geral?

Doc1 : você acha que em todos é possível fazer isso?

L1 : éh olha o trá o trabalho...

Doc1 : dentro da cidade.

L1 : dentro da cidade.

Doc1 : é.

L1 : ci cidade éh bom nessa parte os garotos são tenho impressão que são nor normalmente vamos limitar a cidade né não a cidade toda cidade de são paulo mas cidade centro da cidade.

Doc1 : centro.

Doc1 : isso.

L1 : (bom) um garoto de quatorze quinze anos as atividade dele são dentro de banco e dentro de escritório.

Doc1 : dentro do escritório que que qual éh que profissional ele vai ser?

L1 : bom ele sim sempre éh um office boy né um um menino de recado.

L1 : não tem outra condição.

L1 : éh no máximo a maior evolução do office boy éh é ele aprender a datilografia né?

Doc1 : e ele seria o que então dentro da empresa?

L1 : uhn eu tenho a impressão que é o auxiliar né?

L1 : passa àquele grau de auxiliar de escritório.

Doc1 : sei.

L1 : e depois parece-me que eu não essa parte eu não conheço.

L1 : mas eu tenho impressão que é office boy depois vem auxiliar de escritório daí é genérico né?

Doc1 : sei.

L1 : ali eu não sei como é que eles dividem a coisa.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : mas você vê por exemplo no centro da cidade ou o garoto trabalha em escritório ou trabalha em banco.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : agora vê veja que aí já começa surgir um problema bom o garoto trabalha no centro da cidade mas ele mora afastado da cidade então qual vai ser o critério para escolha de matérias?

L1 : veja que não vai ser uma coisa muito simples não.

Doc1 : é.

L1 : tenho impressão que tem um éh tem uma diversificação muito grande aí né?

L1 : não sei como é que eles vão fazer não.

Doc1 : olha eu não sei se você bom você é é muito jovem mas é que talvez não tenha participado do preconceito profissional em relação a mulher por exemplo havia duas profissões que afinal de contas eram tidas assim como ahn de degradantes para a mulher uma delas eu não queria falar mas será que você saberia quais seriam as duas?

L1 : as duas profissões degradantes para a mulher?

Doc1 : é.

L1 : não eu não conheço.

Doc1 : uma seria de secretária e outra seria de enfermagem.

Doc1 : que que você acha?

Doc1 : (de tudo) assim a família achava que não ficava bem por exemplo uma pessoa de família bem nascida sabe?

L1 : ahn sim sim.

L1 : ahn ahn.

Doc1 : bom a pessoa queria fazer enfermagem não mas não fica bem vai fazer outra coisa et cetera.

Doc1 : que que você acha por exemplo do no campo profissional da mulher o que que éh assim que a como profissional o que que a mulher pode afinal de contas se se realizar?

L1 : bom eu uhn eu vou é vou falar o que todo mundo fala né eu acho que a mulher pode se realizar em comparação a se sua pergunta é evidentemente é em rela comparativa ao o homem né?

Doc1 : uhn uhn.

L1 : é ela pode se realizar em qualquer (uma) profissão tanto quanto o homem.

L1 : éh isso de um ponto de vista genérico né?

L1 : embora eu acredite que em em certas condições por própria formação por própria questão de natureza a mulher não é a mesma coisa.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : em seja mais interessante colocar homens e em outras condições seja mais interessante colocar mulher.

L1 : é o próprio caso que você falou secretário secretário ou secretária é a uma profissão bastante clara para a mulher por quê éh por exemplo eu tenho impressão que a mulher é muito mais ordeira...

L1 : ( ) e eu por exemplo sou ultradesordeiro.

Doc1 : ((risos))

L1 : e ((risos)) éh bom você também ((risos)).

Doc1 : eu também.

Doc1 : ((risos))

L1 : então ((risos)) já bagunçamos as nossas já já já não deu.

L1 : nosso controle de estatística já (não) não funciona.

Doc1 : ahn ahn.

L1 : mas é é é de um modo geral a gente pelo menos vamos vamos ver a nossa formação né?

Doc1 : uhn uhn.

L1 : eu tenho pai minha mãe a minha família é muito bacana tudo mundo se dá bem é tudo lindo tudo mui tudo muito bonito.

L1 : então minha formação é tradicional.

L1 : quer dizer lógico que eu vou tirar meus moldes de vida de acordo com a minha com aquilo que eu conheço a mais tempo né?

Doc1 : ahn ahn.

L1 : então por exemplo como minha casa tem ordem e quem põe a ordem é minha mãe eu penso então é um nê é um raciocínio mais ou menos lógico né?

Doc1 : ahn ahn.

L1 : não não me preocupo muito em generalizações das coisas eu procuro pensar do jeito que vem vindo a coisa sem confundir muito.

L1 : então por exemplo para eu na no meu modo de ver eu me parece que a mulher é muito mais é muito mais mãe ((risos)) do que pai.

L1 : é é muito mais mãe do que pai.

L1 : por esse motivo por exemplo secretária enfermeira eu acho que são profissões características de mulher.

L1 : não quer dizer que o homem não possa fazer.

L1 : como tem outras profissões que se são características do homem.

Doc1 : por exemplo?

L1 : por exemplo éh evidentemente sem sem tirar aquelas de de força que já éh o homem tem uma co condição física melhor que a da mulher né?

Doc1 : ahn ahn.

L1 : mas por exemplo no meio assim éh que eu conheço melhor (meio) estudantil você vê numa faculdade de engenharia são muito poucas as professoras.

L1 : porque ah a coisa é a lógica a maioria de alunos é de é engenheiro é do a maioria de alunos é do sexo masculino compreende aguentar cento e vinte daqueles caras lá na frente não é fô não é bolinho não.

Doc1 : mas por quê que a mulher não procura engenharia?

Doc1 : por quê que você acha que não?

L1 : bom hoje já procura bastante.

L1 : tem tem várias.

L1 : mas veja que a coisa tem que ser aos poucos né?

L1 : essa igualdade que a mulher prega não pode ser de uma hora para outra.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : tudo tem que ser aos poucos eu acho.

L1 : é por hoje por exemplo tem (tem) no meu tempo tinha seis ou sete garotas fazendo engenharia hoje tenho impressão que tem já umas duzentas.

L1 : evidentemente vai a tendência é igualar.

L1 : não tenha a menor dúvida.

L1 : mas demora!

L1 : isso demora!

L1 : enquanto isso você tem que aguentar ahn vinte pestinhas lá.

L1 : e veja que o homem sempre é mais desinibido que a mulher.

L1 : por uma para o pela própria formação dele deixa eu sei.

Doc1 : ou privilégios.

L1 : ou privilégios.

L1 : mas veja nós nós estamos por pelo menos essa é a fase atual não quer dizer que isso seja o correto.

Doc1 : ahn ahn.

L1 : mas realmente hoje o homem por exemplo se um garoto de quinze quinze anos ele é muito mais largado do que uma mulher.

Doc1 : sim.

L1 : pelo menos nas famílias...

L1 : e nós estamos ainda num mundo num mundo tradicional né?

Doc1 : ahn ahn.

L1 : essa evolução ainda está se fazendo está ainda vai ser para o meu filho para os filhos dos meus filhos quer dizer o negócio é lento não adianta a gente querer acelerar o o desenvolvimento eu tenho impressão.

L1 : embora a mulher lute eu acho que ela está muito certa...

L1 : em termos de de respeito eu tenho impressão que o homem respeita perfeitamente a mulher dentro da sua profissão perfeitamente.

L1 : e de um modo geral por exemplo na eu me eu me perdi numa pergunta que você me fez.

Doc1 : se havia profissões específicas de homem por exemplo.

L1 : ah...

Doc1 : você tinha falado de duas que você achava adequadas para a mulher mas é poderia haver outras inclusive para a mulher.

L1 : ah sim como pode haver uma porção para.

Doc1 : por exemplo?

L1 : para homens bom essa daí é por tendência né que eu te falei.

Doc1 : ahn ahn.

L1 : uma outra profissão para homem?

L1 : por exemplo o o a a grande maioria é é difícil dizer assim na...

Doc1 : se você tem dor de dente você procuraria aí um homem ou uma mulher para cuidar?

L1 : tanto faz.

L1 : tanto faz.

L1 : eu bom eu não vou falar depois eu conto para você mas eu procuraria uma mulher sabe?

Doc1 : ahn ahn.

L1 : é.

L1 : mas ((risos))...

Doc1 : mas por por por confiança profissional ou por outros motivos?

L1 : ah mas é muito...

L1 : ah não muito mais agradável né?

Doc1 : bom.

Doc1 : sim.

Doc1 : mas aí você não não faria discriminação do ponto de vista profissional?

L1 : ((risos))

L1 : não não não não de forma alguma.

L1 : do ponto de vista profissional não faria mi a mínima...

Doc1 : você acharia que ambos teriam a mesma competência?

L1 : ah sim a mesma competência.

L1 : olha eu a eu analiso assim eu tenho mais competência eu acho eu a eu acredito mais ou melhor eu não distingo qualidade entre homem e mulher em coisas que não há necessidade de agressividade.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : mas por exemplo se eu fosse procurar um advogado e uma advogada eu procuraria um advogado.

Doc1 : por que?

L1 : porque eu tenho impressão que o homem de uma forma geral é mais agressivo que a mulher.

Doc1 : ahn ahn.

L1 : eu acho que um advogado precisaria ser um elemento agressivo isso do ponto de vi veja bem amplo né?

L1 : (quer dizer) a coisa bem...

Doc1 : sim.

L1 : no entanto veja a a contundência eu não tenho advogado eu tenho advogada ((risos)).

Doc1 : ahn ahn.

L1 : quer dizer até aí uhn vê que por exemplo ela ela é tão mais agressiva que a maioria dos advogados que nós já tivemos lá em casa.

Doc1 : sim.

L1 : a mulher é terrível!

L1 : ela põe a boca no mundo mesmo.

L1 : quer dizer vacilou com ela...

L1 : ela é é uma fábula é uma excelente advogada.

L1 : mas é geral isso eu tenho impressão que não é geral.

L1 : pela própria for formação que ainda a mulher está tendo ela não tem a condição de agressividade que o homem tem.

L1 : quer dizer veja que éh eu acho que aos poucos a mulher vai estar se colocando éh nessas com a mesma mesma agressividade mesma condição de se desenvolver que o homem mas eu acho que isso é aos poucos.

Doc1 : sei.

L1 : acho que a gente evidentemente deve incentivar...

Doc1 : na sua empresa você lida com outras tipos de profissionais não?

Doc1 : além desses que você já falou?

L1 : éh...

L1 : sim sim são aqueles especializados né?

Doc1 : por exemplo?

L1 : é o marcê aquele marceneiro que me ( ) só.

Doc1 : sei.

L1 : fora esses que eu já falei?

Doc1 : e e além de dessa assessoria de advogado você tem outro tipo assim de assistência?

L1 : não não.

L1 : a par a parte de vendas e só.

L1 : tem mais nada não.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : por exemplo dentro da minha indústria que é uma indústria pequena não posso colocar uma moça que precisa trabalhar.

L1 : e vai me surgir problemas (mesmo).

Doc1 : e esses seus funcionários eles se organizam em alguma entidade não?

L1 : não é a quantidade é muito pequena para se pensar nisso né?

L1 : se a quantidade fosse maior inclusive eu seria o primeiro a tentar.

L1 : a organizar alguma coisa.

Doc1 : ma alguma coisa o que seria então?

L1 : olha vou eu eu acho muito...

Doc1 : eles não são filiados a nada nenhuma entidade de classe?

L1 : ah não s éh não a entidade de classe não.

L1 : lá dentro não.

L1 : inclusive éh bom ali não nós não teríamos uma classe para definir o tipo de empresa que tenho que defender isso assim isso isso não teria.

Doc1 : certo.

Doc1 : se fosse uma...

L1 : o eu entendi a sua pergunta sobre outro aspecto.

Doc1 : sim.

L1 : eu entendi sobre éh a partir da indústria um agrupamento visando condições sociais apenas isso.

Doc1 : não.

Doc1 : eu estou eu estou pensando assim (eu pensei) os elementos afinal por exemplo ou afinal pleitear alguma coisa (assim).

L1 : sim sim.

L1 : sim sim.

L1 : é não tem nada disso.

Doc1 : no caso por exemplo na na do do seu do da da sua empresa não há nenhuma filiação ( )?

L1 : não não não tem não tem.

L1 : não não há inclusive não há sindicato éh para esse grupo de de elementos assim não não existe!

L1 : eu tenho a impressão aqui para tipo indústrias de refrigeração não tem um sindicato pelo menos muito desenvolvidos.

Doc1 : ah sim.

L1 : ou se tem eu nunca ouvi falar.

Doc1 : e e no seu caso por exemplo você não se filia a nenhuma entidade de classe?

L1 : bom aí o problema do profissional liberal é diferente né ele é eu eu sinto o profissional liberal da parte tecnológica não da parte humanística mas o a parte tecnológica a tendência dele é se como é que se diz ele se se isolar.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : eu noto que há uma tendência.

L1 : pelo menos na turma da área de tecnologia.

L1 : a tendência é se isolar.

L1 : (por incluir) nós temos o crea né?

Doc1 : traduzindo isso em termos.

L1 : éh conselho de engenharia e regional de engenharia e arquitetura né?

Doc1 : sim.

L1 : então é o crea quem vai defender os interesses da classe de engenheiros e arquitetos né?

Doc1 : certo.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : evidentemente deve ter alguma coisa para outras áreas né?

Doc1 : o crea como é que se organiza você sabe?

L1 : olha para você ver que ((risos)) eu sou um desses elementos eu não tenho a mínima ideia.

Doc1 : existe eleição lá dentro?

L1 : tem evidentemente tem.

Doc1 : como é que é?

L1 : é como se fosse um sindicato como deve funcionar um uma comum né em (termos).

L1 : tem o seu corpo diretivo né há eleições éh...

Doc1 : eleições para que cargos por exemplo?

L1 : são me parece que são presidentes vice presidentes tem há parece que são três ou quatro vice presidentes são os tesoureiros secretário e assim por diante.

L1 : inclusive...

Doc1 : e há divisões assim nessa diretoria?

L1 : sim.

L1 : ( ) depois o depois desta área administrativa eles têm as divisões por área de trabalho.

Doc1 : uhn uhn.

L1 : que é isso é importante porque não dá para você congregar todo mundo num de um jeito só.

Doc1 : lógico.

L1 : então tem a parte de engenheiros ligados à área de termodinâmica tem os engenheiros ligados à área ci civil.

L1 : dentro da civil tenho a impressão que há várias divisões porque evidentemente a engenharia civil é muito ampla né?

L1 : então tem de construções de prédios deve ter de construções de rodovias e que são di bem diversa os problemas né?

Doc1 : ahn ahn.

L1 : e assim por diante.

L1 : inclusive eles fô eles dão palestras e tudo mais.

L1 : mas o problema éh com é é meio complexo.

L1 : porque por exemplo você vê o cara trabalhou o dia todo e essas palestras são normalmente à noite quer dizer ele já não tem mais paciência para para se encher mais de porcaria.

L1 : você não tem...

L1 : a tendência de todo mundo éh está é é é um problema de equalização né?

Doc1 : uhn uhn.

L1 : quer dizer você briga briga briga briga até que você chega numa posição certa.

L1 : desde que haja um desequilíbrio então você briga outra vez até chegar lá.

L1 : quer dizer tenha imprê impressão que a tendência de qualquer ser humano é de ele se equalizar né?

Doc1 : uhn uhn.

L1 : então o cara só parte para essa quanto tem necessidade de dar badalada em alguém eu tenho a impressão que a coisa funciona nesses moldes.