Locutores: é no caso de agricultura o senhor tem alguma experiência pessoal assim nesse setor? ah tenho e a primeira coisa que eu pude é digamos desde que eu tive recursos para fazer alguma coisa foi comprar uma chácara um sitiozinho ahn? aham... eu digo para todo o mundo que é uma fazenda porque sair de são paulo ir até araraquara andar três horas e dizer que eu fui para uma chácara é meio vexatório. então eu preciso dizer que é um negócio maior. ( ) o latifúndio. mas a história de agricultura comigo é uma história um pouco mais longa porque desde pequeno eu sempre tive muita vontade de fazer qualquer coisa com agricultura eu. sempre tive muita muito interesse briguei muito plantava em casa tinha horta tomate crescia puxava toda aquelas coisa. e e aos poucos o negócio foi crescendo foi aumentando foi aumentando cada vez mais e quando eu cheguei nível de científico que eu tinha que decidir qual a profissão a a fazer eu resolvi que ia fazer agricultura. mas ia lá para piracicaba agronomia. aí meu pai em boa hora resolveu me mandar para umas fazendas em formação. que eu estava acostumado com fazenda era aquelas já todas bem formadas com piscina com a vaca que fica esperando para tirar leite ali na hora e tinha uma ideia completamente errada. e daí fo calhou no no naquela época em que o norte do paraná estava no auge. produção de café e é aquelas cidades todas em formação... londrina tinha o quê? vinte e cinco anos? que de hoje esse fato deve ter acontecido há uns dezesseis dezesseis anos atrás. então lá fui eu para uma fazenda em formação que era a casa de madeira tinha só o capataz o encarregado ali cavalo e mais recurso nenhum né? água de poço para puxar na hora (tudo)... bom daí eu me desiludi completamente em termos de profissão. porque meu pai não tinha fazenda. nenhum dos meus tios tinha. eu seria então um empregado do governo e fazendo um balanço geral das minhas perspectivas de vida não não ficaria só nisso. eu queria alguma coisa a mais. então eu achei que agronomia enfim todo essa esse gosto meu podia ser um hobby. e não uma profissão. e como eu tenho muita habilidade manual tinha muita ligação com o meio biológico quer dizer eu teria que ter alguma profissão com o meio biológico acabei escolhendo odontologia e daí estou aqui depois de dez anos. então a primeira coisa quando eu pude primeiro dinheirinho que sobrou lá em araraquara eu comprei esses vinte alquires que é um... ah mas um latifúndio? mas é um latifúndio! eu perco de vista! eu não consigo enxergar de ponta a ponta ((risos))... ((risos))... e procurei muito procurei muito precisei passar uma bela cantada na minha mulher para aceitar comprar aquilo porque aquela altura tinha uma série de outras coisas que nós precisaríamos. casal quer ter aquilo há uns seis anos eu tava com dois para três anos de casado. eu tinha uma série de compromissos filho que estava recém nascido tudo. mas eu fui e fiquei em dúvida sobre uma porção de pedaços de terra que eu tinha lá para comprar. todo mundo sempre me dizia não você precisa comprar um pedaço de terra que tenha uma terra boa e que tenha água. quer dizer condições essenciais. mas no caso aqui terras aqui no estado de são paulo nessas condições os estão sempre diretamente relacionadas ao preço. e também na época eu não estava assim com o bolso muito cheio. então eu acabei comprando um pedaço de terra que é o que se chama aqui no estado de são paulo uma terra sangue de tatu. uhn... que é uma terra vermelha mas com mais areia. é uma terra razoavelmente boa. e... agora só que não tem água. ah... então não tem água nascente água corrente... quer dizer eu sempre dependo de poço de motor de tirar água de poço. mas como aquilo é uma coisa que não de meu sustento não depende daquilo eu acho que posso ir para lá e me divertir à vontade. me diverti bastante! até hoje. tenho me divertido bastante lá como também já gastei muito dinheiro lá. porque experiência que eu tinha era experiência de livro. a vida inteira lendo uma coisa que me interessava aquele mas na hora de pôr na prática mesmo em termos de agricultura ou de pecuária aquilo vai por água abaixo... aquele... mas na hora de pôr na prática mesmo em termos de agricultura ou de pecuária aquilo vai por água abaixo. porque chega todo o mundo a gente tem sempre um amigo que tem terra que vai conversar que che... não o negócio agora é plantar cana de açúcar. e lá é uma região de cana e tem muita usina. então a gente se entusiasma vai ver vai ver você... não. derruba tudo limpa tudo vamos arar passo o trator grade vamos pôr sulco calcário adubo vamos plantar cana. muito bem. mas daí a cana não deu porque não choveu não sei o quê... aí vem um outro e diz... não marmelo é um ótimo negócio né? então derruba tudo vamos no marmelo. até que chega uma hora que a gente vê que ficar dando cabeçada sozinho é melhor do que dar cabeçada por causa dos outros. ((risos))... então eu resolvi plantar limão. porque ali na região tem essas fábricas de suco concentrado de limão e vão tendendo ao quando aumentar a produção (eles) querem exportar. e eu quero entrar nesse barco também e ver se promovo. então aos pouquinhos estou limpando a terra... lá tem muito cerrado. quer dizer é uma região de muito cerrado. aquele mato que não chega nem a ser é uma mata um uma árvore de tronco que possa se aproveitar mas sim é um um tronco pequeno que eles chamam o tronco tamanho garrafa que serve só para essa lenha de casa de fogão não mais do que isso. então aquilo para ser estocado essa terra para ser limpa e ficar sem toco nenhum para que um trator com roda de de borracha possa entrar que se fica um toco daquele vem um pneu de borracha aquilo entra fura e prejuízo danado. isso custa muito dinheiro. então aos pouquinhos (gente) vai limpando um pedaço esse ano ahn ara gradeia deixa aquilo pronto põe o calcário para cortar a acidez da terra né cortar o alumínio que fica na terra e no ano que vem dependendo das condições do que deu a outra parte a gente vai aos poucos plantando. eu sei que estou lá com dois mil e quinhentos pés de limão... é. e eu tenho um vizinho que tem um alambique. então nós já vamos fazer agora uma fusão fazer os reis da batida né? eu entro com o limão e ele entra com a bati a a pinga. ( )... mas esse ano em termos de agricultura eu tive uma primeira experiência que foi a utilização da minha terra a meia.. uhn... quer dizer eu cedi a terra dei a terra arada a semente de arroz e o adubo. e aqueles com quem eu fiz o trato eles entraram com o trabalho. e agora no final me renderam aí oitenta sacos de arroz. pedaço de terra lá me deixou bastante satisfeito porque foi o primeiro lucro mesmo né? agora que saiu alguma coisa. agora em termos de pecuária lá nesse pedaço só pus o pé pelas mãos. que com a falta d'água nunca dava né? quer dizer o que tinha de pasto era muito pouco na hora que tinha pasto e não tinha água porque o motor tinha quebrado e tal... então desisti só tenho uma vaca e seus respectivos bezerros só para dizer que tem para as crianças quando forem para lá aproveitarem. bom enfim terem um contato com animal verem o que que é um bicho pequeno como é que que tira leite ( ). que eu acho que isso ajuda muito numa formação na educação das crianças. acho que contato só dentro da cidade fica uma mente meio deturpada por televisão ou revistas conversa de outras pessoa. e um contato natural muitas vezes dentro dessa faixa sexual mesmo da criança formação das coisa acho ele vê de um um ponto e bem natural... quer dizer aquilo acontece todo dia ele levanta vê aquilo no dia seguinte ele vai levantar e ver aquilo então ele aceita com mais naturalidade do que aquilo. e eu sei que aos poucos aquilo lá está ficando gostoso bonito... a casa está... e o terreno? o terreno é assim... o terreno naquela região é um terreno plano. é bem plano. tanto é que eu tenho uma vista muito boa da casa da frente da casa. ahn o estado de são paulo de uma maneira geral todo o trajeto que eu faço até lá é um terreno plano a não ser no numa faixa intermediária ali na altura de entre s rio claro são carlos... rio claro? é. que tem uma ( ) que a gente pega então aí mais um um planalto mas também com ondulações muito pequenas... eu acho que o estado de são paulo uma zona bem montanhosa mesmo... eu tenho viajado bastante aí mas nunca vi as como em minas e como na bahia que eu fiz há há pouco tempo uma viagem para lá de automóvel é impressionante eu acho que arado e trator nenhum deve entrar naqueles pedaço de terra. são tão inclinadas! tem tanta pedra que... mas tem uma tem uma coisa que me deixou invejoso tem água por tudo quanto é lado né? ((risos))... ((risos))... ((risos))... lá para mim água em araraquara é uma calamidade. lá tenho aproveitado bastante. eu sei que quando eu vou para lá trabalho o dia inteiro desde manhã é o gado que a gente reúne quer dizer o gado são duas vacas tinha uma agora também chegou mais uma também. reúne-se o gado junta-se para tirar o leite estou tentando mas ainda não consegui tirar direito... estou tentando mas ainda não consegui tirar direito. é muito difícil né? muito difícil! haja m força na mão! mas tem lá um mineiro que trabalha comigo tem uma prática danada e o... tenho tirado. preparação da terra assim vamos supor que o senhor fosse um entrar nisso assim ou que o senhor fosse plantar o arroz o senhor saberia preparar a terra e e plantar... eu saberia em termos de leitura. quer dizer e posso dar aqui uma sequência... quer dizer sempre num num nível do que se ler é muito mais alto do que ser do que é feito lá por essa caboclada. mas há sempre digamos assim a terra tem que dá permissão a que o trator entre. primeiro com o arado. se ela tem tocos ou se ela tem pedras ou se ela tem aqueles montes de aqueles formigueiros ou esqueço o nome daquele outro grandão que fica formada uma formação de barro cupim quando junta aquele cupim quer dizer tudo isso precisaria ficar plano para que trator pudesse entrar. arado o terreno já de antemão teria uma análise da terra se fosse o caso para deixá-la em condições de germinação favorável e de desenvolvimento à altura do que se vai plantar. então se fosse o caso colocaria calcário para remover o o alumínio tóxico e corrigir a acidez uma nova aração para que essa matéria toda fosse incorporada ao terreno. depois posteriormente ou a adubação no terreno ou a adubação na cova ou no sulco ou onde vai ser plantado dependendo do que vai ser plantado. e depois na época certa se for o caso passa-se a grade quer dizer o terreno fica então todo plano bem nivelado sempre feito isso em curva de nível não para evitar que a chuva ahn lave o terreno e ela só passe por aquela faixa sem ser absorvida. e depois se for o caso por exemplo de arroz então é sulcado o terreno com um espaço de cinquenta centímetros entre cada fila solta-se ali o o adubo e depois a semente. nunca as duas juntas mas sempre com um espaço de terra para que uma não queime a outra. e daí ( )... mas há intervalos desse trabalho de dias por exemplo entre a adubação e o plantio propriamente dito? ou se pode fazer no mesmo dia? não há intervalos. por exemplo o um... deve sempre se esperar de se foi feito se tombou o mato quer dizer se tinha um mato se aquilo foi tombado deve-se esperar um pouco para secar aquilo. depois aquilo é ju éh unido é juntado depois se for... uhum. mas só em partes pequenas não em todo o terreno porque perde uma série grande de propriedades do terreno. feito isso o calcário sempre deveria ser colocado com uma antecedência também grande para que aquilo fosse incorporado e não viesse a combinar com o adubo. e depois se esperam as condições de chuva não? uhum... de terreno bom para que se possa plantar com mais facilidade. quer dizer o trator também não pode entrar num terreno muito molhado porque derraparia tem uma série de problema. agora tudo isso é fácil eu falar assim mas na na hora de fazer também é difícil. uhum. que a gente a experiência que tem quer dizer é uma experiência de livro é uma experiência muito distante de prática. e muita coisa que eu aprendi em agricultura e pecuária mesmo eu devo àquele pessoal de lá. que de uma maneira empírica vai contando para gente e a gente pode selecionar ir peneirando e vê muita coisa. por exemplo eu tenho um esse mineiro que trabalha lá comigo de vez em quando aparece berne no no gado né? o sistema dele tratar é com gasolina e óleo queimado! quer dizer deve dar uma intoxicação brutal aquilo outro dia que eu levei um um desses sprays com antibiótico com repelente uma série de coisa... não isso não funciona seu ( ). eu sei o senhor pode deixar que nós vamos tratar aqui é com fumo óleo queimado e gasolina. então o bicho fica com um cheiro com uma cor horrorosa! não tem... mas apesar de tudo isso nesse caso que eu não tinha comprado o spray deu certo! o berne saiu o bicho ficou liso eu não sei o quê... não sei se dá em todos os caso... eu sei que a gente aprende muito com ele. e não faz muito tempo meu filho teve um berne aqui em são paulo também que nós acabamos tratando foi com toucinho. ((risos)) eu espero que vocês tenham ( ) toucinho... ah é! ((risos))... na hora que tava bem grande que quer dizer que aquele calor na na par que tem um buraquinho uma fístula ali põe o toucinho em cima deixa uns quinze vinte minuto na aí o o bicho quer sair para respirar aí dá uma espremida e sai. imagino que serve que tem milhões de outras coisas né? não é só o toucinho tem o esse fumo em corda picando bem com álcool fazendo um uma cerada ali coloca em cima que também vai. éh colocar só um esparadrapo bem fechado para que ele não possa respirar não? tem milhões de coisa... mas assim o o arroz por exemplo ele exige do do do do lavrador no caso ahn que tipo de trabalho além do da preparação da terra e da semeadura? ah bom... ( ) da colheita... então logo ele nasça o arroz precisa de uma estar sempre no como eles dizem no limpo. quer dizer o terreno não pode ter nenhuma nenhum o nenhuma outra planta nenhuma erva daninha que roube a alimentação do próprio arroz. então são feitas as carpas né? então com uma regulari com um intervalo ali de mais ou menos um mês dois meses eles passam a enxada limpando aquela naquele espaço entre as fileiras de arroz para que a planta possa se desenvolver bem. e é interessante a colheita do arroz! isso eu já tinha visto uma vez mas essa vez foi diferente. pega um desses tambores grandes de óleo deita no chão assim de comprido cortam o feixe de arroz não é com uma foice pequenininha de mão eles cortam aquilo ( ) depois batem então sai arroz para tudo quanto é lado né? e no no o feixe mesmo fica sem mais nada. aí já batem ali naquele momento? é bate. eles têm um um pano grande que se põe no chão uma lona né? põe aquele tambor deitado então bate no tambor a a ponta da do arroz s fica um negócio grande assim quase um metro de altura... a minha terra é fertilíssima! deu quase um metro e tanto ((risos))... beleza! pois é estou ouvindo essa história de arroz em terra em que não tem água deve ser milagre né? ah é milagre! eu sempre soube que arroz dava em várzea coisa que o valha mas assim? ((risos))... se o jairo diz que não tem água e está dando esse arroz bonito então é milagre brasileiro né? ou o milagre de japonês né ((risos))... é ( ) melhor dizendo... ((risos))... e então é aquilo vai saindo depois é aquilo é guardado o ou no mesmo dia ou no dia seguinte dependendo do sol ainda precisa secar o arroz. tem um bura... tem um lugar especial assim para secar? não? bom o ideal seria o terreiro comum como nós temos aqui tijolado não? com boa insolação tudo. mas ( ) para mim foi em cima do do lençol mesmo da lona... aham... comprei um um plástico grande também e secou. ( ) aquilo vai é ensacado e para vender agora é difícil porque o comprador o dono da máquinao homem que compra agora todo o mundo tem e vai pagar pouco. então está lá guardado. empilhado sem tocar no chão nem nas paredes do lado. quer dizer fica so sobre um estrado de madeira. e o lugar onde se guarda o arroz como se chama? que tipo de construção? olha lá me eu não s não sei dizer se tem algum nome especial não... para mim está lá guardado numa casa é uma casa de de moradia num quarto bem isolado sem o perigo de goteira em cima para... porque se éh gozado se cair isso eu já vi. se começar a pingar água ali naquele ponto nasce um pé de arroz. ah ( )... um ou dois nasce outra vez. então agora eu estou à espera de condições de preço lá para poder vender o meu arroz. aham... ainda ele está em bruto quer dizer o arroz com casca né? isso depois ainda vai para máquina e lá é descascado é polido até ficar aquele arroz bonito. o senhor ( ) ficar a o a venda é feita assim bruto ou o senhor de faz depois? o senhor trata o arroz para depois vender. não. não eu prefiro não ter essa dor de cabeça. poderia fazer isso... seria mais um risco. porque o arroz em bruto eu consi e ele fica ele se conserva por muito mais tempo. desde que ele seja trabalhado beneficiado não? ele tem uma duração menor. e é gozado. esse pessoal quando vai comprar eles têm uma uma maquineta tem uma pedra deve ser uma como se fosse um almofariz (tem) uma base que depois tem um pistilo que aquilo éh esfrega um contra o outro então sai a casca então eles contam a proporção de grãos que permanecem inteiros e grãos que ficam quebrado. então se o arroz dá três por um quer dizer três grandes por um quebrado ou dois por um eles fazem o preço daquilo né? uhn... e eu estou lá... já levei o meu diz que está bom que está dando três por um... oba ((risos))! vamos ver ((risos))... ((risos))... mas a terra preparada assim para o arroz é a me é o o mesmo preparo para o algodão ou não? e... assim basicamente o preparo é o mesmo para qualquer terra não é? o que variar aí a quantidade de calcário não. quantidade de calcário a terra pf... a quan... perdão a quantidade de calcário também precisaria. que tem algumas plantas que gostariam de um terreno mais ácido outras de um terreno mais alcalino. uhum... o adubo vai variar também e a maneira de plantar. por exemplo o limão eu planto com em covas éh cada uma distan uma distante da outra seis metros. então quer dizer as ruas e ( ) cada árvore tem trinta e seis metros quadrados de terra não? o arroz não. são fileiras ali cinquenta centímetros entre uma e outra. a mangueira por exemplo que eu tenho lá também tenho quinhentos pés de manga plantado elas estão plantada de dé com espaçamento de dez metros. então tem cem metros quadrados né? e... e a manga ( ) ser industrializada? ah essa também eu espero viu? como o haustam? como? como o haustam? como o haustam. lá eles compram também e diz que uma cidade ali perto também que tem uma.... são miguel arcanjo. não essa eu não conheço. éh uhn ali perto mesmo. eu sei que tem uma fábrica que é da sousa cruz chamada conservas coroa que também compram e exportam... que a inglaterra é um grande comprador né da conserva ou senão aquela pasta de manga... depois manga é uma delícia né? aquela árvore que é uma beleza né? sombra da mangueira... não eu acho que fica isso na infância de qualquer um não é mesmo? ah eu acho que é a árvore para de qualquer infância mesmo. não sei se ( ) um livro que eu li na na nessa minha fase de agricultura e de sonho assim de fazer chamava saudade... da ( )... ah sei! esse livro devo ter lido ter lido umas oito vezes... que conta a história de um rapaz o mário que morava numa fazenda depois o pai faz maus negócios no a fazenda não dá certo plantação de café que perde isso aquilo eles vão para cidade. aham... e lá na cidade então ele fica sempre com essa vontade de de voltar. e eu me identificava com esse personagem assim demais né? e ( ) livro que tem uma tiragem enorme! porque ( )... eu acho que está na quadragésima segunda... o pior soube despertar essa sensibilidade o o ahn da criança se identificando com a terra né? ah sim! e depois ele acaba aonde eu queria ir mas não fui. ( )... que era na escola de piracicaba a luiz de queiroz. ((risos))... agora em em termos de agricultura o que mais poderia falar? não mas me diga uma coisa que tipo de manga que o senhor plantou? eu... esta manga que eu tenho plantada lá chama-se haden. ela não é uma variedade comum muito por porque ela é uma variedade enxertada. de normalmente as outras ahn bourbon espada carlotinha elas são tipo simples. e esta haden então é o produto da união de duas ou de três não sei quantos e que dá uma manga sem fibra com uma produção num tempo muito menor uma árvore também pequena uma produção grande daquele famoso como eu falo ((risos)) influênica do japonês né? ( )? mas é uma manga que é uma beleza! que ela tem uma casca amarela e avermelhada. me lembra muito até um lá na bahia que eu passei uns dias que nós fomos ver ali naquele mercado na beira da do mar ali na em frente à igreja de conceição da praia a a beleza que era aquilo! uhum... que tinha um montes assim de umbu. uhum... uma frutinha que eu nunca tinha visto né? ( )... é... tivesse um limão e verde ( ). ( ) delicioso né? depois tinha um monte de tamarindo! sabe aquela cor marrom escuro. ou tinha manga a essa essa amarela avermelhada ( ). uma bele! depois tinha abacaxi melancia... (quer dizer) essas cores são bem bonita! e esta manga para mim éh é a que tem a cor mais bonita! que ela é o amarelada esse amarelo de maduro que tem e rajada de com um vermelho assim vermelho pôr do sol sabe? já está produzindo então? não esse ano. esse ano passado eu comi a primeira manga. ah! eu e minha mulher numa cerimônia a solene sentamos à mesa e repartimos ao meio. ((risos))... aquela manga deve ter custado cinco milhões para eu comer ((risos)) não é? todo o gasto até lá não valeu. não tem ( ) é? é. e é muito bom! não tem fibra nenhuma viu esse ano o senhor espera uma redução assim... é assim um... não. na coisa pequena ainda porque elas estão elas foram plantadas aos poucos né? quer dizer da cinquen... e onde o senhor obteve esse enxerto? bom isso se compra em em viveiros que f ahn produzem isso né? então eles arranjam uns galhos arranjam a semente... não porque esse aí é diferente. a base que eles chamam de cavalo é um determinado tipo de manga resistente a umas tantas doenças. sim... uhn... e depois a parte que vai sobre ele assim do enxerto também que é o cavaleiro é dessa manga haden. então aquilo cresce e cresce com uma rapidez maior. mas tem aí no estado de são paulo tem bastante. em limeira principalmente estão os maiores viveiristas né? de laranja limão principalmente cítrico. cítrico venda à beça né? agora tem de tudo também. ( ) ali perto tem aquele o gerberg que tem uma variadade incrível! aí se compra por peça... pode comprar... inclusive tem dois jeitos de comprar há um tipo que é de raiz nua quer dizer a senhora tem então na sua a sua terra todinha preparada com as covas tudo pronto. digamos que hoje choveu ou que está um dia encoberto assim com uma umidade maior então a senhora vai até o viveirista e arranca na hora o pé. então sai a raiz sem aquele torrão em de terra em volta dela. aí põe um barro ou um capim molhado ali em volta e vai correndo para lá e planta no mesmo dia não é? uhum... isso tem seus riscos porque o arrancar e às vezes chegar lá e plantar necessita de mais água. pode morrer. ou senão compra de balaio. já vem aquele balaio de bambu feito né? com torrão de terra a planta fi ela é arrancada de onde do daquele viveiro principal colocada lá mas pelo menos o viveirista só vende aqui depois de uns três quatro meses em que realmente a planta pegou e se desenvolveu né? aí é muito mais fácil. porque é só fazer a cova enterrar aquilo jogar terra por cima. e eu tive uma experiência nesse sentido ( ). os primeiros quinhentos pés de m de limão eu plantei com balaio. estão lindos lindos! esses estão bonitos já estão grandes ( )! os outros quinhentos que eu plantei eu fui plantar de raiz nua. bom eu já replantei acho que umas duas vezes os quinhentos... porque aquilo morreu éh qualquer sol mais forte seca o o pé inteiro a folha cai fica aquele amarelo escuro o bicho ataca com muito mais facilidade quer dizer é bem mais difícil. do outro jeito é é mais caro mas é muito mais menos trabalhoso e compensa muito mais não é? senhor não se interessou pela laranja? lá naquela zona? todo o mundo que planta laranja... eu não me interessei pela laran laranja porque todo planta laranja né ((risos))... (mas) depois vende planta (matão) né? para o... não o... ( ). o que eu acho é que agora com esse negócio de incentivos fiscais imposto de renda a laranja está incluída também como reflorestamento. então tem pessoas aí que estão plantando assim... ao meu lado em araraquara tem um senhor que vai plantar um milhão de pés de laranja. quer dizer esse homem sozinho toca uma usina de de de suco de laranja né? de concentrado. então eu não vou entrar nisso! vou entrar num outro que tivesse ali mais para... mas não dependo disso! quer dizer é uma experiência espero que dê certo. já tenho conversado com outros plantadores que venderam limão que vendem o limão que há procura do limão. o senhor planta diversas qualidades ou u uma qualidade só de limão? não eu estou plantando uma qualidade só que é o limão taiti porque eu acho que se algum comprador for lá e eu tiver quinhentos pés de limão siciliano quinhentos pés de limão galego quinhentos pés de limão taiti e vai dizer não eu prefiro este aqui mas quinhentos é muito pouco... então assim eu quando for alguém que se interesse pelo limão que eu tenho leva tudo né? eu não ( )... o senhor acha que esse é mais rentável? do ( )? ah esse tem uma procura muito maior né? porque esse é um é é é primo longe do do limão galego né? esse não tem semente tem muito suco e a casca é fina. não que nem o outro limão siciliano que tem aquela casca grossa né? aquele pedaço branco grande depois tem pouco suco ahn sumo no suco. e ahn... eu (espero) daqui uns ano a gente pode conversar outra vez eu posso dizer tudo se está deu certo ou não... está ótimo! ( ) está usando? os nossos ( ) estão aí... ((risos))... me diga uma coisa mas ne em matéria o senhor falou aí de praga essas coisa no na na agricultura qual é a praga assim que afeta mais uma plantação de arroz por exemplo? existe um determinado motivo? bom a de arroz eu não estou muito por dentro do negócio mas eu sei que existem vários ahn vários insetos várias pragas que podem atacar aquilo. que tipo de erva assim que pode danificar? ah sim a... aí toda e qualquer erva que tenha ahn que se desenvolva junto com com o arroz desde que suplante o arroz está sendo está combatendo não deixa aquilo se desenvolver. por exemplo tem a guaxumba que eles falam muito lá né? é impressionante! a gente corta aquilo dois dias depois já está do mesmo jeito né? na minha região não tem barba de bode mas também é um problema. que difícil aquilo não não deixa nada se desenvolver não? tem a tiririca lá também tem (quer dizer) aquilo é é o é praga mesmo. é... cortou dois três dias depois aquilo volta. agora que eu tenho um pedaço lá no meio do limão que tinha muita guaxumba que tinha muito amargoso é um capim que é uma beleza mas gado nenhuma come não serve para nada que cortando todo o ano de três quatro vezes por ano é que aquilo está desaparecendo né? se bem que tem uma finalidade ajuda também em par. que esse capim (digamos) ele está grande eu corto aquilo tomba na terra fica ali. então aquilo apodrece e vira matéria orgânica. uhn... e vira adubo conserva umidade da terra. até que eu passo muito pouco o arado para não tirar isso. deixar um pouquinho... até há um verão agora com muita chuva. quer dizer foi uma calamidade. lá em araraquara choveu uma barbaridade! choveu muito! então foi uma das vantagens de não ter cortado nem ter exterminado totalmente esse mato porque as raízes seguravam a terra. senão começa a fazer aquele sulco de erosão e lava vai embora tudo não? apesar do terreno ser plano mas lava tudo. e agora com com a luz que foi instalada lá... eles fizeram toda a instalação de poste está tudo iluminado... vamos ver se com o poço eu consigo tirar mais água então irrigar esses limões. que eu um uma das vantagens dessa plantação de limão que se eu conseguir é dando uma adubação forte. e irrigando. eu poderia obter uma produção uma safra na entressafra do limão. uhum... quando a caixa do limão chega aqui no ceasa cinquenta contos. e hoje olhando no jornal ela está a oito a dez contos né? ( ) eu pego dois ou safras desse jeito eu vou para europa depois ((risos)) claro! ((risos))... mas o senhor tem um poço só no caso ou não? ( )... não eu tenho dois poços. que eu tenho o a casa da sede né e ao lado tem um poço. tem vinte e tantos metros... e esse poço tem um moinho de vento. (olha)! (tá)? foi uma bobagem que eu fiz mas agora está funcionando. ahn e no começo cus o... quer dizer eu ficava na dependência só de vento. e lá é um lugar que ou venta demais ou não venta nada né? então já tive época de ir para lá com convidados nós temos que voltar logo em seguida. porque a caixa estava vazia não tinha jeito nenhum. e tem um outro poço em baixo na casa dos colonos lá casa do pessoal que trabalha que são é uma co é uma casa só mas dividida ao meio dá para duas famílias lá também têm outro poço. esse já é um poço mais antigo um poço melhor mais forte. e esse tem só motor a gasolina com com bomba que puxa essa água. e uma coisa que resolveu lá também foi a caixa d'água maior. quer dizer tinha uma caixa d'água de mil litros. então a minha família que são cinco pessoas mais empregada mais convidados mil litros não dava para o primeiro banho né? já esgotava tudo de uma vez. agora com uma caixa maior de cinco mil litros já dá para passar três quatro dias sossegado né? o senhor acha que com esses só com esses dois poços o senhor conseguiria água suficiente para irrigação por exemplo? eles têm éh... não não aí eu acho que não. eu poderia assim uma coisa muito superficial. mas eu comprei um um tanque grande de de ferro de três mil litros está sobre uma carreta tem um motorzinho a gasolina então eu vou à uma represa que está ali perto de mim que tem a é que de trator leva dez minutos para chegar lá. então lá ele enche depois sobe e para. mas é um tra éh uhn é muito trabalhoso! porque aí precisa ir de pé em pé né? quer dizer esse si sistema de irrigação mais moderno que éh sistema por aspersão quer dizer que fica aquela chuva constante aquilo é muito mais fácil. mas ainda estou na fase empírica da minha agricultura ((risos)) ( )... está (ali) no começo... na fase poética! está ( ) ((risos))... é a fase poética! quer dizer eu vibro lá... não é? quer dizer lá ((risos)) qualquer bicho que nasce qualquer... essa primeira manga que eu comi eu comi com emoção ((risos))... olha ( )! foi muito emoção! mas daí no caso do limão existe praga realmente assim um mal que afeta a planta? ah existe... essa do limão eu estou mais por dentro poderia não vou dizer os nomes científicos todos porque acho que não não vêm ao caso. mas tem! por exemplo tem a cochonilha que é uma se fosse uma joaninha que ela fica na nas plantas nas folhas novas. uhum... então ela começa a sugar a seiva e a planta não se desenvolve. depois tem o pulgão também é uma pulga em tamanho maior. éh pulgão ( ). que ele fica nos frutos e nas flores e não deixa com que haja polinização normal que o fluxo desenvolva né? tem uma série de ahn digamos assim não de animais de de insetos mas deficiências do próprio terreno que também ahn principalmente cobre zinco manganês tudo isso vai acarretar uma série de problema. porque da folha que fica verde que não amadurece o fruto a folha que fica amarela o tronco que não cresce... e há meios para sanar isso? ah existe. existe uma série grande. ( ) acho que o único que não deu que não existe uma maneira curativa de se tratar só existe uma prevenção é a a tristeza não? quer dizer o o o a a planta vai definhando definhando definhando até que morre de vez né? nós tivemos aqui mesmo em araraquara tem zonas lá que são interditadas... em presidente prudente também tem uma zona que foi interditada. ah sim... mas tem pulverizações não? para alguns bichos isso se faz constantemente para que eles não apareçam. e para outros se faz a pulverização quando aparece. aí tem uma série de produtos que podem ser usados... quer dizer o mais usado ainda é aq aquela que se chama calda bordalesa. é mistura de sulfato de cobre com cal... e hoje em dia já tem produtos no mercado já prontos é só misturar com água com a proporção certa lá que combate. mas tudo ainda éh é pouco ( ). éh bê aga cê que vai junto é enxofre tudo isso aos poucos vai liquidando. como é que se aplica isso? bom alguma coisa é aplicada no tronco pintando para evitar que os bichos subam... ah sim... bichos chatinhos. outras são pulverizadas né? então tem esses pulverizadores de costa pessoa vai bombando aquilo e tem a o bico que vai esparramando né? ou senão o pulverizadores como esses mecânicos só que movidos a motor então a pessoa não tem que fazer força nenhuma só passar aonde tem. mas isso é feito normalmente. todo ano sempre se faz uma ou duas aplicações não? tem época certa assim para prever isso ou ou não? era um exame constante da planta que... e é um exame constante depois têm determinadas épocas. por exemplo na época da da da floração. deve-se fazer para que se evitar que esses bichos ataquem as florese e não haja então uma produção grande né? ahn na época das chuvas em que também existe uma facilidade maior desses bichos se desenvolverem. quer dizer o ciclo dele se completa nessa época então há uma reprodução deve-se combater. o senhor não se interessa por flores? por flores gosto muito! só não tenho muita paciência de de plantar de cuidar. quem gosta muito disso é minha mulher. e lá o senhor não tem uma área para isso? ah está cheia! tem até um pedaço gran... é? na frente de casa tem um gramado grande lá nos ( )... e lá o senhor não tem uma área para isso? ah está cheia! tem até um pedaço gran na frente de casa tem um gramado grande lá nos tem uns trezentos metros por uns cem metros que nós estamos aos poucos formando. é? tem muita azaleia. tem hibisco. ahn hibisco vermelho pegamos lá. tem uma flor amarela que agora eu não que está lá parece até praga. agora não me lembro o nome... alamanda. uhn... alamanda? ela ( ) que foi na cercas não é? é amarela né? é. agora é se se é essa é a a alamandra (mesmo). e é bo bonito até que fica um tufo aquilo dá flor o ano inteiro. depois tem uma outra o cravo de defunto este é impressionante! uhum... a gente pega aquele pózinho seco aquele pó é seco só jogar dali alguns meses já está só falta o defunto. é que cravo está cheio ((risos))... ((risos))... e a árvore grande? lá na região ali ao meu lado ahn aonde eu estou a árvore grande assim mais famosa lá é o faveiro. uhum... é uma ma é uma árvore muito bonita assim num tronco ahn cinza claro folhas bem pequenas e verdes (entende)? e é uma madeira muito boa para fazer murão de cerca e fazer mataburro e toda essa madeira que fique no meio exterior né que tenha que aguentar sol e chuva. depois tem uma outra muito bonita é o pé de galinha. (brasileira). é uma... essa que eu tenho pelo menos a a que vejo lá é uma árvore imensa bem grande né? tem uma como é essa madeira aqui éh... é o famoso é da bahia o jacarandá. tem lá jacarandá paulista. dizem que não é bem jacarandá paulista é uma variedade. que também é uma árvore muito bonita né? agora ainda não estou assim muito muito por dentro para dizer todos os nomes. os que são são esses que estão assim mais igual ( )... o senhor tem ainda alqueire? peroba tem! alqueires de mata senhor tem? não? tenho. tenho tenho lá um alqueire de não é bem mata né? éh é um cerrado que não se cortou não se mexeu e que tem a maioria é faveiro né? por que não não é... sei... e aquilo está está bem grande até. bonito está no meio do pasto. dá flor o faveiro? o faveiro não dá flor. ele dá um uma baga. se ( ) fosse flamboyant que dá aquela baga comprida e ali tem umas... se dá flor eu nunca vi ((risos))... o que eu tenho de flor lá é uma árvore chamada espatódea tulipa africana. essa é uma beleza! dá uma flor vermelha grande o ano inteiro tem. mas essa o senhor levou. essa eu levei. essa foi comprada aqui no horto florestal e plantei lá. tem uma resistência essa árvore que é impressionante! já pelo menos umas cinco ou seis vezes formiga e depenaram as formigas depenaram a árvore né? de ponta a ponta ficou só galho. dois três meses depois aquilo já começa já cresce já está nova outra vez. agora que elas... e com... e problema com formiga assim o senhor... ah isso é diário. é? (ufu)! for como eu eu tem esse meu pedaço de terra está cercado de de cerrado por todos os lados o que acontece é que eu limpo o terreno então aparecem folhas nova quer dizer planta nova né? então formiga vai direto para lá. eu tenho todo dia ou pelo menos dia sim dia não esse rapaz que trabalha comigo lá esse senhor que trabalha comigo ele sai para soltar ahn formicida veneno né para ver se liquida. e olha que mesmo assim volta e meia ainda ( a gente vê o) ( ). mas é aquela séria de formiga assim da... não lá tem dois te tem uma pequenininha chamada quen quenquém essa não come só essas folhinhas bem verde. depois tem uma outra maior essa sim é que líquida e depena a árvore de ponta a ponta. eu não sei se essa... é essa que vai acabar com o brasil? não? não essa é saúva né ((risos))... essa o senhor não tem lá? de vez em quando aparece também. é? é não essa já é mais fácil porque o que se coloca para matar é um não é bem um veneno para formiga mas é um veneno para um micróbio para um um bichinho que dentro lá do do formigueiro come as folhas que faz a comida da formiga. então matando isso elas deixam de ter alimentação e acabam morrendo de fome. o que é bem feito. ((risos))... que dá um prejuízo danado né? e eu acredito que em outros lugares outras zonas em que não se...