Locutores: doutora ( ) nós gostaríamos que a senhora nos contasse nos descrevesse alguma cidade que a senhora tenha visitado. certo né? como eu já disse há pouco tempo atrás eu tenho visitado muitas cidades mais fixamos em belo horizonte. belo horizonte eu conheço mais não muito ahn profundamente a cidade. eu estive três vezes três dias cada vez soma nove dias. agora ahn gostaria que descrevesse as cidades? é como se a senhora desse para nós assim uma visão aérea da cidade vamos dizer agora. uhn uhn. uma visão aérea... a visão aérea propriamente eu não conheço porque ((risos)) nunca cheguei de avião. mas a visão éh do alto que belo horizonte está situado é numa altitude que eu desconheço exatamente mas num vale ou num planalto e todas as circunvizinhanças para se sair ou entrar em belo horizonte tem que se subir. então a a entrada em belo horizonte indo de são paulo para belo horizonte não se não se tem uma visão muito bonita. mas ahn indo até ouro preto e na volta de ouro preto então é uma beleza é como se fosse quase uma visão aérea. quer dizer é uma cidade grande ahn muito bem traçada planejada para capital antes de iniciar construção tem apenas setenta e quatro anos de existência e tem atualmente segundo me informam mili e trê um milhão e trezentos mil habitantes. e é das capitais dos estados do brasil se não me engano a terceira ou quarta em população agora. há vinte cinco anos atrás estava situada é bem mais era a sétima ou oitava cidade em população ou capital. então nesses vinte cinco anos belo horizonte teve um crescimento e um ( ) desenvolvimento muito grande sempre dentro de um de um traçado prévio. então com largas avenidas de quilômetros de extensão as avenidas muito bem iluminada a cidade intercaladas de espaço a espaço por praças largos jardins essas avenidas todas elas é é se partem como raios que que rodam ou como estrelas então inicialmente elas são como se fossem diagonais. evidentemente que não se tornam paralelas mais. como são de grande extensão a a impressão que a gente são de de bom tem paralelas também provavelmente. agora a a visão da cidade é muito bonita. de fato muito bonita. jardins muito bem cuidados muito bem tratados. a cidade inteira é contornada por uma avenida que se chama avenida do contorno exatamente... conhece belo horizonte? sou mineira ((risos)). ((risos)) ai que coisa ((risos)) ((risos)) calma ( ) edificado ((risos))? ((risos)) está bem edificado. mas avenida do contorno que eu não sei a senhora pode me informar se já está completa ((risos)) eu sou uma mineira desnaturada ((risos)). mas eu notei diferença em quatro anos em belo horizonte. de que tipo? e... de progresso. de de construções. de cuidados com a cidade. isso sim. agora ahn saindo de belo horizonte em direção à maquiné foi um dos passeios que eu fiz é passa-se pelo aeroporto e a pampulha. eu não sei como descrever a pampulha para alguém que é mineiro né ((risos))? (louco) ((risos))! é não é? ((risos)) não é é deslumbrante como como beleza né? plá projetado planejada ahn é um lago imenso (com) uma avenida contornando com ahn atração principal da pampulha que é a igreja de são francisco o traçado é de niemeyer não é? o o traçado da dos jardins e e dos arredores da desse lado. e a igreja de são francisco ao meu ver é um do das coisas mais lindas e que embora seja de uma arquitetura extraordinariamente moderna de linhas modernas com que precedeu brasília mas também foi niemeyer né? éh dá impressão de de religiosidade a mim deu essa impressão e de recolhimento. é uma beleza! isso vale a pena realmente conhecer. toda ela decorada por portinari com mosaicos na o revestimento externo azulejos com com mural de portinari. e a descida da cruz a descida da cruz não meu deus a via sacra da qual a descida da cruz é uma parte ahn são quadros de portinari todos eles. e o que me impressionou nessa representação da via sacra do portinari é que ele bom isso é impressão de ver a pintura né é que ele abandonou toda a ideia de divindade. quando retratou cristo e o sofrimento de cristo. é como se um pobre homem tivesse sofrido horrores em mãos ahn de seus de seus contemporâneos. você vê é um cristo humano real e nada e não é propriamente que (refira) à religião mas não não se pensa nisso. se pensa numa pessoa que sofreu. e isso realmente a mim que não tenho nenhuma religiosidade nenhuma me emocionou tremendamente. isso a pampulha. quer dizer vale a pena conhecer a pampulha. na pampulha nós eu também visitei o museu de arte que é o antigo o ex cassino da pampulha não é que tem obras lindas modernas antigas é mais um arte moderna né? eu não conheço o museu... não? a senhora podia contar alguma coisa que a senhora tenha (visto)? pouca coisa! foi há quatro anos que eu fiz uma visita mais ou menos rápida. mas me impressionou a a beleza da construção. do prédio. da do cassino era um cassino anteriormente e depois com o fechamento jogo no no brasil deixou de ser cassino atualmente é um museu de arte. e mais arte moderna. escultura pinturas... agora a construção muito rica os pisos mármores espelhos e também muito interessante de visitar. de belo horizonte monumentos eu não conheci praticamente nada eu não prestei bem atenção. (os arredores)... nem o palácio de do governo. os arredores... os arredores são muito inclusive pitorescos os bairros já subindo o morro não é isso? muito bonitos. eu não sei o bairro onde eu fui agora fazer uma visita. eu não sei. mas é uma uma zona mais ou menos nova residencia. e a vista de qualquer lugar desde que se saia do centro é muito bonita né? agora um comércio forte bem desenvolvido com um com lojas de de toda qualidade variedade realmente não... eu fui para congresso de pediatria ((risos)) nesses três dias a não ser ir à maquiné realmente eu saía do hotel para o congresso do congresso para o hotel e de conhecendo pouca coisa. e as refeições? as refeições. muito irregulares as minhas refeições em belo horizonte... bom um dia eu fui almoçar no um restaurante que se chama se não me engano farroupilha? é uma churrascaria. é farroupilha. nada assim de de especial. jantei no restaurante alpino e esse é comida típica alemã mas internacional também. e também não fui aos restaurantes mais famosos... não fui a nenhuma das boates que agora estão em pleno desenvolvimento lá não é? não fui. e inclusive o jantar de encerramento do congresso não deu para ir mas se não me engano foi no no iate clube da pampulha. e ( ) junto ao (lago). durante o dia a senhora tomava alguma refeição ou no do setor do congresso não? no setor do congresso? sim o nescafé nestlé ((risos)). acho que isso é é existe sempre em todo congresso de pediatria. a sala nestlé. mas de manhã o café da manhã. isso no próprio hotel. eu estive no hotel del rei que é o melhor hotel né? de belo horizonte. não é propriamente para por questão de esnobismo que eu fui no hotel del rei esse é o único hotel que eu conheço e eu quando saio da minha casa eu gosto de ter conforto. na casa da gente pode não ter muito né mas... e não conheço outros hotéis em belo horizonte embora existam inúmeros né? quantidade de hotéis bons mas esse parece ser (realmente) maior classe no momento lá. jan... não... é... eu acho que eu nem... e o almoço era feito no no recinto não do do congresso não? não! o almoço não era feito no recinto mas eu passei apenas três dias... quer dizer um dia eu almocei no restaurante em farroupilha o outro dia eu almocei em casa de uma família de uns tios de uma médica aqui de são paulo que eu fui visitar e o outro dia eu almocei sim no restaurante da gruta de (maquiné). não sei se conhece... ah é lindo! moderníssimo. arquitetura tipo brasília toda em cimento em em cimento à vista e vidro e esquadria de de duro alumínio com uma vista muito bonita muito bem situado comida típica minera comi o o feijão tropeiro ((risos)). ( ) a senhora podia contar para a gente só para matar a saudade talvez como é o feijão tr tropeiro? uhn uhn. o feijão tropeiro eu acho que eu me enganei eu não comi o feijão tropeiro eu comi foi o o tutu à mineira. que me chamou a atenção de ser completamente diferente do do tutu paulista ou do virado de feijão paulista. porque ou ou é nesse restaurante eu não sei como que é... era o um feijão esmagado. esse é o tutu à minera. com couve à mineira servido com couve à mineira linguiça torresmo arroz tava gostoso mas que é diferente é. porque o tutu à paulista os grãos ficam soltos e inteiros não é? e à mineira me pareceu mais o o ( ) frito mexicano. que que esmagam e vai secando até formar uma massa... no méxico não põe farinha. eu acredito que em minas ponham. mas e não não dá para perceber porque fica misturado com o feijão. mas era gostoso. e g na churrascaria o que que a senhora comeu? na churrascaria eu comi churrasco ((risos)). de quê? de lombo ((risos))! e como era servido o churrasco? o churrasco na churrascaria foi servido com farofa e arroz. muito simples. não me pareceu dos restaurantes melhores né? não acompanhava nada que (pudesse) molhar esse churrasco? sim acompanhava eu não comi. porque eu não gosto desse desse tipo de molho. é um molho com cebola cortado e tomate provavelmente pimenta não é? e (só). ( ) livro de receitas culinárias? é minha irmã. ela é grande cozinheira. e mas vamos na comida típica mineira que eles servem no café da manhã a senhora com certeza comeu... não comi. eu fico num hotel de tipo internacional né? sim mas eles deveriam fazer honras da casa... não se não lhe serviram alguma coisa feita de queijo assim não? não. não o café da manhã era suco de laranja isso é bem americano né ((risos))? o suco de laranja... ahn laranja ou mamão ou abacaxi. quer dizer frutas. café com leite pãozinho de várias qualidades torrada manteiga e geleias. mas queijo sim mas um queijo que não é mineiro porque o polenguinho ((risos))... não... são desses ( ) pãezinhos de várias qualidades... ah sim o pão de queijo eu comi de de fato no restaurante farroupilha. uhn... no hotel não? no hotel não. não serviram. no hotel não serviram. mas o pão de queijo é uma delícia! onde eu sei que tem eu como. pois eu vou me encarar de fornecer ou de de lhe fazer qualquer dia uma rês uma uma bandeja de pão de queijo. eu me comprometo. ah! ( )! não se preocupe! ((risos)) olha vai ficar vai ficar marcado aí né? a minha única habilidade... e a tereza vai de vez em quando lembrar né? ler... ouve a fita? ( )... a senhora ( )... a única coisa que eu sei fazer ( ) eu tenho que fazer alarde dela né? bom eu (estou dizendo atividades) não tenho nenhuma mas esqueci de lhe contar que eu cozinho aos domingos. ah nos conte o que faz ((risos))! eu gosto. ((risos)) ((risos)) é um almoço... não é interessante realmente porque talvez questão de tradição de família minha mãe era cozinheira de mão cheia. quer dizer não era cozinheira. mas cozinhava muito bem! e além de cozinhar muito bem quer dizer doces de toda e qualidade doces portugueses fios de ovos trouxas d'ovos ahn fatias do céu isso é bem português! mamãe fazia muito e e toda qualidade de doce. então isso criou uma tradição de cozinha na família. nós somos três irmãs. bom eu estudei medicina não vou dizer que me dediquei alguma vez a aprender a cozinhar... só depois de casada. e aí a gente aprende à força né? minha irmã mais velha é capaz de fazer tudo quanto minha mãe fazia é tão bem não diria melhor (mas) igual. e eu já me animei uns tempos mas quando os filhos eram pequenos então era capaz de fazer esses doces todos. inclusive fatias do céu. inclusive fios de ovos. agora não sou acredito que não seja porque não tenho mais paciência nem de pensar em fazer. agora a outra irmã que é essa não era capaz de fazer nem arroz quando quando solteira imagina se ela ouve a gravação ela agora é a melhor doceira das três! isso com o tempo por força de um marido muito guloso. e e a medida que os anos foram passando ela está casada há vinte anos os anos foram passando ela foi se aprimorando. e agora que já está aposentada e que toma só conta da casa que é a administradora do lar né ( ) nesse nessa nesta fase então ela é capaz de fazer realmente é é a melhor das de nós três. (agora) o meu almoço é muito simples bom em geral é um prato vamos dizer de de carne ou frango ou mesmo coelho assado ou lombo bom esse seria a base né? e batatinha palha faz mais ou menos uns quinze anos que não me perdoo um único domingo ((risos))! tenho que fazer. é a especialidade minha fazer a batatinha palha. e meus filhos não não não dispensam. ( ) e e acompanhantes? é muito simples realmente. mas eu queria que a senhora contasse como é que a senhora tempera uma carne vamos dizer de coelho. ah simplesmente. quer dizer apenas pouquinho de sal o o alho pouquinho de alho flocado não é? com sal. vinho vinho branco e pouquinho de pimenta do reino. o que mais (vai)? a senhora deixa... no tempero? fica durante algum tempo não? desde a à noite toda. é temperado... na verdade ultimamente quem tempera o as carnes que eu assar no dia seguinte é a minha baiana. mas eu ensinei. e com bastante pouco tempero somente sal alho mas pouco alho cebola não e pimenta do reino e um pouco de vinho branco. então deixa fica de ( ) à noite toda e no dia seguinte então para assar quando é carne ( ) algumas tiras de toucinho cortados embrulha em papel alumínio isso é moderno né no tempo de minha mãe se embrulhava em papel de embrulho e vai ao forno para assar. e quando já está quase quase ou bem assado então se retira o papel que é para dourar. dourar e e terminar de assar. o a senhora acompanha esse almoço com alguma bebida o o você costuma tomar alguma coisa durante as refeições principalmente no (domingo)? não pois exatamente na minha casa só entra álcool ou só entra só é consumido álcool aos domingos antes do almoço e é caipirinha. e durante... como que prepara? ah caipirinha eu sei preparar muito bem ((risos)). eu ensinei o meu filho que agora prepara melhor do que eu. bom a caipirinha a gente prepara limão galego. tem que ser limão galego. com casca. cortado de maneira a não a a não utilizar a parte central. que seria o bagulho como se chama? isso é tradicional. ( ). bom corta em pedaços pequenos e mais ou menos a olho a experiência mandando você coloca uns pedaços um limão em geral dá para duas caipirinhas. ou dois limões para três ou caipirinhas em quatro. uma colher de sopa de açúcar depois com uma peça eu não sei o nome aí que seria como é que chama para macetar? pô ((risos))! ((risos)) mas eu não sei o nome... um pilão uma mão de pilão vamos dizer ((risos)). uma mão de pilão ahn maceta bem o os pedaços do do limão com açúcar até ficar bem misturado com um caldo grosso. aí você coloca pinga a quantidade que você quer nós bebemos pinga em são paulo não é e depois gelo picado bem moído. gelo moído. também bastante gelo. e e é das bebidas tipo aperitivo aquela que eu acho mais saborosa. prefiro caipirinha ao uísque embora goste do uísque também... e depois é isso antes da refeição. e depois durante a refeição excepcionalmente vinho mas muito excepcionalmente. praticamente sempre água. água menos meu marido que só toma limonada. você vê caipirinha sem pinga ((risos)). não toma caipirinha. e o que a senhora serve nesse almoço depois vamos dizer dos dos salgados? bom seria a sobremesa e a sobremesa a a sobremesa em geral lá em casa fruta aquela que tiver e... por exemplo. por exemplo? recomendo as da época né? laranja sempre eu tenho em casa. maçã pera quase sempre eu também tenho. o abacaxi que que os meninos gostam muito. isso também é um modo de paulista falar ((risos)). o paulistano (falar). e isso em relação a frutas. agora doce se come muito pouco doce na minha casa. mas o a sobremesa preferida da família inteira... isso também é um modo de paulista falar ((risos)). o paulistano (falar). e isso em relação a frutas. agora doce se come muito pouco doce na minha casa. mas o a sobremesa preferida da família inteira é pudim de leite condensado. é muito burguês e prosaico mas ((risos)) é o que preferem realmente. ou compota quando não tenho tempo de fazer o doce. como é que a senhora prepara o pudim? como se faz o pudim? pudim de leite condensado bom é uma lata de leite condensado uma lata de leite fresco ahn seis gemas de ovos e açúcar ao paladar. mais ou menos quanto o quanto adoce. pelo menos eu não não tenho medida para pôr o açúcar no pudim. e as claras batidas em neve. bem batidas. aí prepara-se uma calda queimada a parte né? prepara-se a calda para forrar a forma despejo a o liquido a mistura previamente feita e vai assar no forno em banho maria. e com a tampa e depois de assado está pronto. é um dos doces mais simples de se fazer. e de manhã o que que a senhora não sei se a senhora tem o o o preferência por al alguma algum tipo especial de alimentação a senhora podia descrever essa alimentação na sua casa? é muito variável da manhã me a minha família é uma família muito pequena praticamente só de quatro pessoas e cada um tem sua maneira de se alimentar de manhã cedo né. então começando por meu marido ele em geral come fruta exageradamente ((risos)) gosta. também dependendo das frutas né? abacate gosta muito. eu não gosto de abacate. laranja ele come. e café com leite pão e manteiga só. eu numa esforço tremendo para não engordar ((risos)) ou para emagrecer se quiser tomo apenas dois ovos quentes com sal e um pouquinho de pimenta do reino essa é a diferença para a maioria das pessoas que tomam ovos quentes é que eu não gosto muito mas com a pimenta do reino e o sal melhora muito. e uma xícara de café com leite adoçados ahn com suíta ou qualquer coisa semelhante. só! isso durante a semana. e e os ovos realmente eu acho que é uma coisa muito muito certa porque na maioria dos dias eu não almoço. não dá ou não um é bem não dar tempo eu acho que é perder tempo. mas depois no jantar não. então o jantar já é uma refeição na minha casa porque é a única refeição que se reúne a família quando reúne aí usa... bom estava falando do café da manhã. já o outro meu filho mais velho ele toma um copo de leite e só! não come pão nem manteiga nem queijo nem fruta é o que ele faz antes de sair de casa. e o menor é pior ainda o tipo de alimentação mas é porque ele não gosta de de comer de manhã cedo. então ele toma só café. mas sem leite ((risos)). é bom isso são hábitos que eu acho que não são muito corretos mas in inclusive eu acredito que o brasileiro se alimenta muito mal na primeira refeição. eu assim mesmo acostumei a a a comer ovos quente de manhã tomar ovos quentes de manhã no méxico por força de necessidade porque o café da manhã era muito cedo porque o trabalho no hospital começava muito cedo e o almoço por questão de hábitos da do país nós íamos almoçar às duas três horas da tarde. então era necessário se prevenir um pouco antes né. e lá eu tomava suco de laranja ovos quentes café com leite pão (com manteiga) para poder ir até às três horas da tarde trabalhando né? sem interrupção. agora aqui o hábito nosso é de se almoçar meio dia uma hora (ponto) que já não exigiria tanto né. agora e o jantar na minha casa o jantar na minha casa inapelavelmente é servido sopa. isso porque meu marido não dispensa sopa. de que tipo? agora... a senhora poderia me ( )? ah sim! variadíssimas as sopas né? porque a minha cozinheira que é é uma baiana que quando veio da bahia realmente não sabia cozinhar nada ela não é bai ela baiana salvador é baiana do interior baiana da barra só come feijão né e farinha e mas ela aprendeu. aprendeu e justamente talvez porque não soubesse antes aprendeu o paladar da casa. e como está comigo há vinte anos ((risos)) já já is e meu marido gosta muito de sopa ela se especializou em sopas. então realmente a sopa é muito variada. muitas vezes quer dizer a base sempre é caldo de carne. muito bem feito muito bem preparado muito bem a apurado (que) se diz. e nesse que é esse com esse caldo de carne então é que são as variações. (quer) dizer por exemplo a mais simples dela que isso é invenção dela são fios de ovos no caldo de carne. quer dizer é o caldo depois de pronto naturalmente passado no no passador coado e quando fervendo ela essa ela me ensinou num coador de leite então desmancha gema de ovo só a gema então à medida que aqueles fios vão caindo vão se solidificando e é realmente uma delícia depois queijo parmesão ralado. essa é uma das sopas mais simples. ela faz uma sopa de cebola também muito gostosa que sempre na mesma base quer dizer o caldo de carne já preparado mas sempre fresco. quer dizer preparado de propósito não é de pacotinho é isso que eu quero ( ) fresco. e coado mas antes de coar numa numa outra num outro caldeirão ou numa outra panela corta em rodelas bem finas uma cebola ou meia cebola se ela é muito grande. e num com um pouquinho de óleo pouco só para fritar a cebola. aí então todo aquele caldo com os pedaços de carne e cebola e tudo que que estava sendo apurado é mistura nessa cebola frita e coa tudo de novo. dá uma fervura só para pegar bem o gosto e coa. quer dizer que não fica nem um pedacinho de cebola é apenas para é a é acentuar o gosto né o o sabor da cebola. e depois ahn sem estar fervendo desmancha umas duas ou três gemas de ovos com um pouquinho desse caldo e mistura mexendo. não pode ferver que se não talha. agora essa sopa também é servida com queijo parmesão ralado e e fati e torradas finas. pão torrado com em fatias finas. é muito gostosa. bom tem outras sopas quantidade. sopa de cará uma sopa que eu nem sei como ela faz porque leva farinha de milho e ovo também. e e de vez em quando né sô a célebre sopa de macarrão. essa eu não como mas meu marido come. e depois ahn comida comum diário né? quer dizer carne sempre ou frango arroz verduras isso para completar o jantar. sobremesa nunca. só aos domingos. não é por economia é porque a família não quer engordar. quer dizer embora meu marido se queixe porque ele nós estamos casados a vinte e sete anos noivos dois anos namorando um ano quer dizer soma trinta em trinta anos ele tem o mesmo peso ((risos)). é uma pessoa que realmente pode abusar. não abusa ele não come muito. mas gosta muito de doce. então às vezes a a minha baiana faz doce em intenção do dono da casa só. ahn a senhora costuma sair de casa para comer ahn fora? raramente. alguma... raramente? muito raramente. e nessas vezes onde a senhora come? bom muito raramente mesmo por causa dessa minha vida de trabalho né? não é só eu que trabalho meu marido sai às sete horas de casa eu saio às sete e meia. nós nos encontramos ele chega antes em geral nós nos encontramos vamos dizer às oito horas da noite e aí nem ele nem eu estamos com muita vontade de sair. então durante a semana nunca. aos domingos que seria realmente a o dia para passeio é o dia que eu gosto de ficar em casa. porque justamente não saio de casa não não fico em casa a semana inteira. e por isso prefiro eu mesma que aí a a empregada sai né eu mesma preparar o almoço que em geral é muito concorrido não somos só os quatro tem a minha irmã mais velha maria amélia ela me ajuda né no preparo desse almoço na verdade eles dizem que é ela que faz não é bem verdade eu faço ela me ajuda na nos retoques finais né. e o meu irmão camilo não sei se conhece que também é cineasta... ah ( ). é o camilo é ele trabalhou um um filme só (com o jovem). já faz muito anos que ele tem inclusive uma companhia é sócio de uma firma de cinema. e agora casou não sei se que casou já com quarenta e dois anos fazem seis uns quatro meses atrás uma coisa assim. ele a mulher a namorada do meu filho mais velho e aí vai somando. então ficamos o prá praticamente o dia inteiro em casa. sair é raro a menos isso sim passando passando o fim de semana no sítio. mas daí volta a mesma coisa quem faz o almoço sou eu. só quer dizer que em são paulo não fica em são roque. e aquelas comidas célebres aí das irmãs todas das aquelas comidas antigas de são paulo que todas sabiam fazer muito bem a mãe do seu fernando? sim minha irmã faz. feijoada por exemplo! (feijoada e) ( )... é (não não fazemos). ( ) (brasileira). brasileira. é. ou portuguesas? ahn brasileiras. brasileiras! é. bom vatapá de vez em quando é o cardápio do domingo ((risos)) não é? ou feijoada. mas... a senhora podia contar como é que é a sua feijoada? uhn. porque varia muito de pessoa para pessoa não é? é a feijoada varia muito e eu tenho a impressão de que a feijoada que nós fazemos em casa é varia em relação à qualquer feijoada em qualquer lugar do brasil. inclusive em são paulo. porque isso é uma adaptação que eu acredito que minha mãe tenha feito nós sempre dizíamos brincando para ela que ela tinha misturado o cozido português com a feijoada brasileira. a diferença é bom feijão se cozinha é uma feijoada rica com todas aqueles as carnes próprias de feijoada n. quais são? bom carne de porco salgada orelha não é? ah o que mais? carne seca né? carne de vaca mas carne seca língua defumada e várias outras coisas. e a diferença é que a ver as verduras ou a verdura a feijoada típica brasileira é servida com couve à mineira cortada bem fininha que também eu gosto muito. mas a diferença da feijoada na minha casa é que mamãe nos acostumou assim e nós continuamos a tradição é a as verduras são cozidas no próprio feijão. então é couve couve troncha e repolho. em geral só essas três qualidades. agora se cortam as folhas quer dizer tiram os talos se lava bem essas folhas e e são enroladas assim em molhos com amarradas com com barbantes ou linha grossa. bom então forma aqueles rolos de de verdura. e quando a feijoada já está quase pronta já o feijão cozido as carnes já mais ou menos no ponto porque cozinha rápido a verdura então se coloca no próprio caldeirão em que está cozinhando a feijoada. essa verdura. e quando as verduras estão prontas a feijoada está pronta. evidentemente que se tempera a feijoada antes né. e essas verduras depois estão cozidas se retiram num prato à parte cortam-se os fios cortam em pedaços grandes e nós comemos junto com a feijoada. quer dizer isso é realmente diferente né. eu não vi em em nenhum outro lugar a não ser a não ser lá em casa. e o interessante que nem mesmo em casa das irmãs de minha mãe. por isso que eu digo ela deve ter ela mesmo inventado né. eu desde que nasci ou desde criança que eu vejo feijoada feita dessa maneira lá em casa. então eu e minhas irmãs continuamos. a fazer dessa maneira. (havia) falado de umas coisinhas que eram feitas para vender na nas quermesses lá da da igreja da liberdade... uhn. santa cruz! ah contaram para você isso é porque acontece que realmente a a família de meu avô na rua da liberdade era quase um feudo. a rua da liberdade e os arredores é isso não é da mi do meu tempo. do meu avô lebre né? o conde são joaquim. ele foi morar na rua da liberdade quando minha mãe tinha seis anos de idade. bom minha mãe se casou com vinte e seis anos em mil novecentos e nove. fazendo as contas ela deve ter nascido em mil oitocentos e oitenta e três mais ou menos. então em mil oitocentos e oitenta e oito é que ele foi com a família morar na casa que ele tinha na rua da liberdade e que era uma chácara. uma chácara em que a família ia passar os fins de semana. e e consta na (extradição) da família que iam de carro e moravam na rua quinze de novembro. quer dizer isso é realmente bem início da cidade de são paulo né? porque minha mãe nasceu na rua quinze de novembro esquina da rua anchieta. onde há muitos anos atrás era aquela casa de joias de pratarias casa castro. então no sobrado. quer dizer meu avô tinha loja em baixo e a família morava no sobrado. e tinham essa chácara na rua da liberdade que era imensa porque ia desde da jaceguai de um lado até a pedroso e até a brigadeiro ((risos)). bom com os anos isso não é da minha época realmente com os anos o meu avô abriu duas ruas. quer dizer comunicando a rua da liberdade com a avenida brigadeiro luís antônio. que é a atual condessa são joaquim. rua condessa são joaquim. e éh transversalmente para éh transversalmente perpendicularmente à conde são joaquim a condessa são joaquim. ou melhor a condessa a conde são joaquim cortando então a chácara. é. aí provavelmente ele vendeu a parte entre a condessa de são joaquim e a pedroso... mas no trecho entre a condessa são joaquim com a fagundes que é em frente e jaceguai à medida que os filhos as filhas praticamente porque eram nove filhas sendo oito mulheres e um filho homem apenas à medida que as filhas mais velhas iam casando ele ia construindo casas mais ali perto. então por exemplo a mãe de fernando tia sinhazinha tia sinhazinha morava morou a vida inteira na rua da liberdade esquina com fagundes. mas tia sinhazinha não era a mais velha era a segunda. antes dela tinha a iaiá. rua da liberdade esquina com fagundes do lado oposto à casa do meu avô. tia nenê na rua da liberdade em frente à casa de vovô vizinho com a de tia iaiá. não era esquina ((risos)). bom depois éh tia nicota também eu não sei exatamente porque que quando eu me lembro já tinham ahn vendido ou transformado em casas mais modernas... mas tia zulmira que é a mãe do seabrinha zulmira do mesmo lado da rua da liberdade uma casa lindas! as casas eram todas lindas né? estilo colonial portu brasileiro vamos dizer português. com janelas para rua jardins laterais não é? não todas com jardins laterais quer dizer a de vovô tinha jardim de lado a lado e as outras ou tinham um jardim pátio interno ou jardim lateral. e tio nhonhô que era o filho homem já viu os nomes? esses são bem tradicionais de são paulo né ((risos))? tio nhonhô também do mesmo lado vizinho à tia zulmira. de maneiras que quando meus irmãos mais velhos cresceram todos... eu saí da rua da liberdade tinha onze ou doze anos... mas eu sou das mais novas da família. (sou bem) da da última vamos dizer. porque minha mãe teve oito filhos também. mas meus irmãos mais velhos quer dizer oswaldo roberto moacir e maria amélia que é a mais velha então quando eles eram crianças que cresceram ah os primos todos viviam todos perto! então era um vida como se fosse uma família só. e as casas do mesmo lado da de casa de vovô porque eu esqueci de dizer que minha mãe foi a última a casar então ela herdou a casa do ((risos)) do avô. e foi aí que nós nascemos. mas a ah os quintais não eram quintais eram chácaras né? quando eu me lembro quando eu era pequena a nossa casa ia a chácara ia até a rua conde são joaquim os fundos. depois o papai construiu (por) uhn uhn dando frente à conde são joaquim diminuiu um pouco a extensão da chácara. mas os a os quintais todos se comunicavam por muros. tinha muros dividindo mas isso não era impedimento. porque contam que meus irmãos e os primos é pulavam o muro a cada instante então viviam todos quer dizer brincavam todos ahn como se fosse uma família só. agora já quando nós três quer dizer minha mãe teve oito filhos ( ) três com um ano de intervalo... depois éh foi maria amélia oswaldo e e roberto os mais velhos. depois de uns dois anos moacir. uns dois anos de intervalo a minha irmã que é conceição mas o apelido é nina eu e geraldo. mais três. eu eu estou no meio desses penúltimos três. porque nove anos depois de geralda nasceu o caçula que é o camilo né? e e quando nós crescemos ou éramos crianças quer dizer todas as outras irmãs de minha mãe ou ain ou já não moravam mais na rua da liberdade ou os meus primos são muito mais velhos... quer dizer que então essa infância assim reunida eu não tive. éramos só nós três mesmo da mais ou menos da mesma idade. mas... e nessa tava falando da liberdade né? então nessa época em que a família inteira morava na rua da liberdade as irmãs todas se reuniam para a festa do santa cruz. que é a capelinha dos enforcados na praça da liberdade. conhece bem não é? e todos os anos havia festa e quermesse! e dificilmente a padroeira o chamava padroeira se não me engano da festa era era de família diferente a da nossa. quer dizer ou era uma das tias ou era minha mãe ou era uma tia mais meu pai que morava junto então eram as organizadoras da festa. e então todos os anos então organizavam quermesse e sim se fazia doces. para vender nas barraquinhas. eu todo ano criança era uma festa né? de vender bilhete. eu re agora não seria capaz disso mas naquele tempo... naquele tempo era uma festa. é (me diz o prato) prato típico que elas faziam pequenininhos que eram vendidos nessas festas. eu não lembro! salgado? é salgado. é. salgados? com ( )... bom coxinhas de de galinha isso mamãe fazia muito bem! ( )... empadinha? também pelo ( )... é considerado inclusive prato típico de são paulo. cuscuz. ah o cuscuz é famoso sim! isso também eu faço! como é que se faz cuscuz dona doutora ( ) ((risos))? (quer dizer)... ((risos)) como é que se faz cuscuz? bom as quantidades é meio difícil de falar né? ( ). bom em primeiro lugar tem que tem que ter um cuscuzeiro né? conhece o que é cuscuzeiro evidentemente... bom os ingredientes são nós fazemos cuscuz de camarão. quer dizer é o mais éh se pode fazer de qualquer coisa. tem gente que faz de galinha de frango mas quer dizer lá em casa é só de de camarão. bom então são vários preparos à parte. o camarão. quer dizer camarão fresco preferentemente. limpa tira bem as cascas tira as tripas pouca gente tira a tripa de camarão (mas) nós tiramos. isso também é tradição na família! e se faz um refogado muito ahn muito rico com tomate tira-se as cascas do tomate as sementes e pica o tomate em pedacinhos mas bastante tomate. cebola bem picadinha também. e e esse refogado em em azeite quer dizer nós agora usamos óleo de mazola não há necessidade de ser de azeite de oliva. faz o refogado para para desfazer bem o o tomate e quando já está bem assim desfeito então mistura-se os camarões só uma fervura. não vai cozinhar bem. bom então vamos dizer que está pronto. sal temperos tudo direitinho. vamos dizer que está pronto o refogado do camarão. agora éh lá em casa nem nem todas as receitas dos de cuscuz são iguais. nós fazemos com farinha de milho farinha de milho passada na peneira. farinha branca né? de milho. passada na peneira. as quantidades é que eu não me lembro bem... isso tem o livro de receitas de minha irmã. mas eu sei que se mede em pratos. prato fundo. não é não é não é pesado. quer dizer a receita é antiga mesmo. em prato fundo não sei quantos e se mistura um prato de sobremesa de farinha de mandioca. que é para ligar um pouco mais. mas é pouca! a farinha de mandioca é pouca. bom aí em mamãe usava aquela banha de coco que é difícil de se encontrar agora. mas nós só fazemos cuscuz com banha de coco. não sei porquê ela dizia que ficava mais leve. mas a receita original é com ahn com banha de porco mesmo. toucinho. fresco né? mas nós fazemos com banha de coco. então se pica uma quantidade bastante grande de salsinha e cebolinha verde. mas bem miudinha! bem miudinho mesmo. e você coloca isso na vasilha onde estão a misturada já a farinha de de milho e a farinha de mandioca. então faz-se uma cova e colocamos aquele cheiro verde bem picadinho. o bê se derrete a a banha de porco e quando está bem quente fervendo mesmo es é se despeja sobre o cheiro verde de maneira a escaldar. então aquilo realmente parece que libera bem o o gosto e o perfume do da salsinha e da cebolinha. bom sobre isso então vai se misturando aquele molho de camarão com os camarões preparados separadamente aos poucos e misturando com a mão não tem outra maneira se quiser pode ser com a colher ((risos))... mas de maneira a formar uma massa que não é nem molhada demais nem seca demais. e o ponto ahn quer dizer todos esses pratos assim meio complicados tem segredos né? o ponto é quando forma capitão. ((risos)) não sabe o que quer dizer capitão? não. não. não. capitão é pegar com a mão um punhado daquela farinha misturada com os temperos e e o molho já do camarão e abrindo a mão fica uma massa assim meio formada como se fosse um boneco. e se chama capitão. eu não sei se em outros lugares chama capitão... mas na minha casa se chama capitão. agora aquela farinha mesmo antes de de ir cozinhar em banho maria no cuscuzeiro é uma delícia né? crua porque tá praticamente crua apenas foi escaldada e e misturado o molho de camarão quente né? eu acho gostoso comer inclusive cru. agora depois disso é que se arruma na parte superior do cuscuzeiro então aí dependendo do do gosto da vontade quer dizer nós usamos também antigamente mamãe fazia com sardinha sardinha de lata sardinha portuguesa em para enfeitar. quer dizer e ovos cozidos cortados em rodela. também é forrando o cuscuzeiro. e se vai colocando essa farinha sem acalcar mas enchendo bem o cuscuzeiro. bom quando já está cheio até a borda o cuscuzeiro nós usamos é tem que ser uma verdura em geral folha de couve... que é para ter uma ideia de que se se já está bom o cuscuz... bom então se cobre com folha de couve crua. tampa-se bem o cuscuzeiro isso tem que ficar bem vedado inclusive todos os interstícios mamãe fazia e nós continuamos com uma massa de farinha de mandioca um grude de farinha de mandioca e água que é para não escapar nenhum vapor. bom essa parte superior do cuscuzeiro cujo o fundo éh tem orifícios né é como se fosse não é bem peneira mas enfim é todo perfurado vai sobre a parte inferior do cuscuzeiro com água até um determinado nível. com água quente ou fervendo. e isso vai no fogo direto. esses cuscuzeiros ou são de alumínio ou de folha de flanders mas de qualquer maneira vai direto no fogo. não o cuscuz direto no fogo o cuscuzeiro com a água. e o vapor d`água é que penetra por aqueles orifícios e vai cozinhando a farinha e ligando. e está pronto quando aquela folha de couve que é verde fica amarelada. bom aí a gente tira e essa receita que eu estou dando dá para cortar com a faca sem desmanchar. e realmente é muito eu sou muito ((risos)) eu sou muito (cabotina) em relação às coisas da minha casa... eu não também cuscuz nunca comi tão gostoso como feito lá em casa. não propriamente por mim vamos dizer por minha mãe por essa minha irmã mais velha que é especialista no cuscuz. e esse é o cuscuz paulista típico. porque cuscuz é um prato que existe praticamente no brasil todo mas não esse! eu não sei em minas como seria o cuscuz... ( ). nunca comi. não. porque no nordeste eu sei eu comi muito cuscuz no em pernambuco! mas é simplesmente feito com fubá bem bem macio quer dizer que é umedecido com água e sal. e é cozido tam... bem macio quer dizer que é umedecido com água e sal. e é cozido também no bafo. mas não em cuscuzeiro. se usa em pernambuco quer dizer é uma maneira primitiva de fazer cuscuz. porque cuscuz é africano realmente a origem né? mas e conforme é o lugar do brasil tomou um uma forma diferente. e e essa essa farinha então é colocada num pires esse pires é coberto com guardanapo e é colocado na na boca da chaleira com água fervente. então cozinha. e depois quando já ligado cozido assim no no vapor é que se põe no prato e se despeja leite de coco. fresquinho. e é realmente muito gostoso mas é uma uma comida um acompanhamento do café da manhã. lá no norte. e o nosso não. é um prato forte de refeição. em geral o almoço. muito obrigada doutora ( )! já? e fica uma espécie de farofa. ((risos)) aproveitando... ((risos)) e fica uma espécie de farofa. pois é. então ficar ao mesmo tempo ligado e leve é difícil viu? é mesmo! agora eu digo que sei fazer eu sei fazer! mas não tenho a experiência que tem minha irmã né? memeia faz realmente é uma coisa assim divina! al a estava dizendo que mamãe usava a sardinha então em torno enfeitando mas a sardinha fica um pouco seca. então aprimorando a questão de servir o cuscuz é que nos acostumamos a servir a sardinha separada. quer dizer limpamos primeiro tiramos bem a as espinhas a abre quer dizer tudo isso é requinte né? para não dá trabalho para quem vai comer na hora. e e e servimos também isso é inovação com maionese. maionese fresca feita em casa. então combina muito o gosto o paladar do cuscuz com a maionese. nunca pensei nisso! é. combina muito. e o outro prato que (o seu fernando) vive pedindo que ninguém sabe fazer que é uma carne seca desfiada frita a senhora sabe o que é? uhn é isso isso não é não faz parte dos nossos hábitos não. isso é mais nordeste que usa muito. carne carne seca carne de sol carne... pois é mas ele vive pedindo para gente fazer. é? eu eu pensei que talvez fosse uma coisa lá da... não sei... eu conheço ( )... não isso não deve ser eu eu talvez seja de minas... isso não não deve ser muito não porque não é uma coisa que eu tivesse me acostumado. a a comer lá em casa não. dificilmente. carne seca nós só usamos mesmo em feijoada. esses doces de frutas assim? uhn... doce de fruta cristalizada. aqueles doce de cá de laranja que só tira a parte externa da casca da laranja. isso mamãe era perita! tia sinhazinha mãe de fernando fazia que era uma delícia! mas precisa muita paciência não para fazer um tipo de doce assim? precisa. precisa muita paciência e a gente não tem mais tempo né? nem paciência. claro. mas essa minha irmã ainda faz. ainda faz. porque nós temos sítio em são roque e as laranjas agora que faz poucos anos meu marido plantou laranja de qualidade boa então laranja lima que dá para comer tal qual né? mas tem muita laranja azeda! e esses doces são feitos com laranja azeda. e a o acontecimento deste ano por exemplo lá no sítio foi uma uma laranjeira que nós não conhecíamos mas um de meus irmãos mora em araraquara e ele disse que a laranja tinha tamanho de melão e nós não acreditamos um dia ele veio de araraquara com a laranja na mão né ((risos)) para mostrar e depois nos deu uma uma muda está pequenininha agora já está grande e este ano o ano passado não este ano é que produziu pela primeira vez. parece que deu três laranjas mas são imensas! e minha irmã fez não sei quantos vidros de doce de casca de laranja com essas três laranjas né ((risos))? ela fez. e ela faz muito bem! na calda né? e deixa apurar bem penetrar bem... e de mamão? de mamão ela faz qualquer doce! eu não. óh de que tipos que são feitos os doces de mamão? éh o mamão tem que ser verde né? porque se não desfaz. também na calda. também na calda. agora tem outros ti ahn esses doces cristalizados (não) sei se minas usa muito né? usa muito... agora outros tipos de doce bem brasileiros que a gente usa muito é doce de batata doce doce de batata doce roxa é uma delícia não é? doce de abóbora todos os jeitos e feitios! isso eu já fiz muito. não tenho mais paciência! não faço mais nadan mas ( ) eu fazia. (aqueles de colher)? hein? aqueles de tirar assim com a colher? é de tirar com a colher... não de todo jeito né? com coco ralado se usa muito aqui misturando. agora são paulo o coco ralado não é das das dos ingredientes mais comuns na alimentação. isso é mais bahia e nordeste né? mas ahn assim mesmo a gente usa um pouco. não na comida mas para doce. cocada assim. eu eu fazia muito essas coisas. realmente não é que não saiba eu não tenho mais nem tempo nem paciência. bom eu acho que (de) comida ((risos))... ((risos))