Inquérito SP_D2_012

Doc1 : e o nelson eu queria que vocês conversassem se possível sobre ah os meios de comunicação como é que vocês fazem principalmente para se informar dos acontecimentos do dia a dia.

L1 : eu acho que ( ) profissional faz o que gente faz normalmente.

L1 : quer dizer chega de manhã cedo liga o rádio para ouvir jornal informativo.

L1 : dessa forma a gente pode enquanto se apronta para sair ir ao trabalho sei lá.

L1 : ( ) ouvindo as notícias.

L1 : o jornal normalmente à noite chega em casa...

L1 : revista quando dá tempo.

Doc1 : e no caso de jornal você tem alguma sessão especial para começar ou você começa o jornal do começo?

L1 : eu começo do começo.

L1 : ( ) (aliás) porque eu sou muito disciplinada.

L1 : uma questão de disciplina talvez.

Doc1 : você lê todas as as partes do jornal?

L1 : nem todas.

Doc1 : por exemplo você ou se você lê um jornal do tipo o estado de são paulo você omite alguma parte?

L1 : eu tenho a impressão que eu omito oitenta por cento.

L1 : eu folheio o jornal leio rapidamente todos os títulos e me detenho exatamente no título que me chama mais atenção.

L1 : educação em especial teatro cinema que é uma coisa que eu gosto muito.

L1 : música sessão de arte essas partes eu me detenho.

L1 : e profissionalmente eu preciso ver a sessão de política.

L1 : então é a minha primeira parte.

L1 : mas então como eu faço.

L1 : pego o jornal vejo os títulos.

L1 : li todos os títulos vejo as partes agradáveis.

L1 : ( ) do jornal queque eu gosto.

L1 : artes cinema música em especial.

L1 : volto.

L1 : e vou ver o noticiário ( ) ao todo ((risos)).

Doc1 : e nelson no caso o que que você você o que que você faz para se informar?

L2 : eu começo pela manhã também ligo o rádio para ouvir noticiário eh dou uma ligeira folheada no jornal porque nunca dá tempo na hora do almoço volto a olhar o jornal e à noite também quando tenho tempo.

L2 : fora isso eu leio revista e basicamente.

L2 : do jornal eu leio eu eu não não consigo nunca ler um jornal uma revista de cabo a rabo.

L2 : eu primeiro folheio e talvez na vigésima vez eu consiga ter lido o jornal.

L2 : como isso num nunca acontece eu não leio inteiro.

L2 : mas eh eu pego na primeira página gê vejo geralmente notícia internacional que me interessa um pouco

L2 : às vezes o editorial do jornal quando o assunto interessa política nacional há algum tempo não leio depois vejo a parte de teatro cinema arte et cetera um pouquinho de esporte futebol e e às vezes na última página no caso do estado de são paulo tem algumas notícias de obras da cidade que também me interessam.

L2 : basicamente isso.

L1 : mas você falou uma coisa boa o esporte.

L1 : ((risos)) o noticiário de futebol.

L1 : é alguma coisa que a gente não pode deixar de ver né?

L2 : pois é.

L1 : especialmente quando joga o corinthians.

L2 : ah então então somos (todos) ((risos)).

L1 : ((risos)) ( ) corinthians.

Doc1 : ainda bem que coincidiu né?

Doc1 : ó podem falar do contrato de paulo césar!

Doc1 : se quiserem já deram a sua contribuição eu não tenho nada com isso ((risos)).

L1 : ((risos))

L2 : você vai dar a contribuição?

L1 : é a primeira tenho a impressão que sempre o primeiro diálogo ( ) puxado mesmo.

L1 : a gente não tem intimidade é mais difícil começar.

L2 : ((risos))

Doc1 : não mas se vocês quiserem ah tecer considerações sobre a performance do corinthians nós estamos aí!

Doc1 : faz parte ( )!

L1 : aí a coisa vai seguindo vamos ver qual contribuição a gente poderá dar.

Doc1 : uhum

Doc1 : podem falar dos seus jornais e das suas revistas.

Doc1 : que tipo de revistas que vocês mais leem?

L2 : mas (eu leio)...

L2 : eu leio eu leio veja.

L2 : semanalmente...

L2 : eventualmente folheio manchete ou ( ).

L2 : fora isso eu leio revista de arquitetura revista de caráter profissional.

L2 : basicamente veja que eu que eu leio toda semana.

L1 : e além do mais você é um homem infeliz.

L2 : por quê?

L1 : porque você almoça em casa.

L2 : almoço em casa.

L1 : na hora do almoço sempre dá tempo ((risos)).

L2 : não não dá muito tempo.

L2 : não fica uma hora e meia de almoço dá tempo de chegar almoçar e voltar a folhear o jornal.

L2 : não dá muito tempo não.

L1 : (a gente) fica aqui na escola mesmo.

L1 : não tenho a menor chance de ir.

L2 : ((risos))

L1 : sou presa.

L1 : precisa deixa para noite mesmo e acaba às vezes não dando tempo.

L2 : bom eu geralmente estou indo voltando para casa na hora do almoço.

L2 : eu ligo para ver noticiário de esporte né?

L2 : e é s é só.

L1 : a tônica vai ser o corinthians ((risos))!

L2 : ( ) eu não sou eu não sou muito muito a assim fanático por esporte não.

L2 : eu gosto do corinthians eu gosto de futebol mas eu acompanho um pouco à margem assim mais os acontecimentos que realmente me interessa.

L2 : eu vou em estádio eu gosto muito de ir a estádio mais eu me interesso muito mais pelo espetáculo do que pelos lances.

L1 : bom.

L1 : isso é (muito) ( ).

L2 : é muito frequente eu perder os lances fundamentais.

L2 : eu não tenho a mínima visão de de aspectos táticos de jogo não consigo.

L1 : lamentável.

L2 : eu quando eu era garoto por exemplo meu pai era meu pai lecionava inglês e houve um tempo que ele era intérprete da federação quando tinha os juízes ingleses.

L2 : então era muito comum eu sair de casa com ele para ir ao jogo porque eu tinha a chance de entrar no vestiário no meio do campo et cetera mas era muito bom.

L2 : quando eu chegava na cidade eu derivava para o cinema né ((risos)).

L2 : eu gostava mais de ci de cinema naquela época do que de futebol.

L2 : hoje em dia eu acho que futebol é uma das coisas agradáveis que restam assim para gente acompanhar...

Doc1 : uhum.

L1 : eu além de gostar de de esporte não sou muito corinthiana não.

L1 : apenas meu carro é branco e preto tem o emblema do corinthians em cada lado...

Doc1 : apenas ((risos)).

L2 : olha (só como eu sou) bastante corinthiano.

L2 : eu chego de carro com adesivo cor de ( ).

L1 : ( ) ando com a bandeira na mão...

Doc1 : ((risos))

L2 : ((risos))

Doc1 : ah não!

Doc1 : vocês tão indo para um terreno ótimo porque se você não ( ) e pode também vocês podem falar...

L1 : não nós vamos voltar assim mesmo porque ele gosta eu gosto também.

Doc1 : é uma maneira de lazer apesar de contas.

Doc1 : o futebol é fonte de lazer.

Doc1 : me parece ainda eu...

Doc1 : e me parece que uma das mais saudáveis um acho.

Doc1 : ah acho né?

L1 : mas a gê a gente volta para ( ) já entra para cinema e teatro.

Doc1 : certo.

L1 : eu vi agora recentemente e entrou em cartaz essa semana não sei se você já teve a oportunidade de ver mas para nós interessa muito inclusive o aspecto profissional.

L1 : um filme do truffaut.

L1 : ( )

L2 : eu não vi não.

L2 : é um bom filme?

L1 : vamos ver a gente está programando em grupo aqui da escola exatamente para ver.

L2 : eu eu estive no bellas artes também para ver o filme o filme da (sala de cima) e eu vi o l'enfant sauvage mas eu realmente não notei que o filme era do truffaut...

L1 : é o ( ) deve ser uma coisa muita boa.

L2 : ( )

L1 : quem viu na europa aconselhou a que não se perdesse quando passasse aqui e naturalmente é um filme que vai sair de cartaz logo.

L2 : mas eu vi o filme do lado um filme foi um filme cansativo et cetera mas não deixou de ser interessante não sei se vocês viram a sala dos espelhos eu saí do cinema muito chateado porque eu fiquei quarenta minutos na sala de espera cheia de gente abafada eh na sessão das dez e pouco até quase uma hora de domingo e achei o filme extremamente confuso ele quis dizer muita coisa acabou não dizendo eu acho que claramente o que queria mas de qualquer forma mostra uma série de aspectos que digamos atingem mais a intuição da gente do que a razão não não chega a explicar direitinho o filme.

L1 : eu não vi.

L2 : achei muito boa a cena inicial daquela daquele carnaval aquela festa sobra lixo né?

L2 : ((risos)) achei que aquela imagem era uma espécie de espelho do filme.

Doc1 : uhum.

L2 : fora isso o último filme que eu vi além desse eu não consigo muito ir a cinema mais não.

L2 : eu não sei porque eu gosto muito cinema mas eu consigo ir em cada uma por semana às vezes eu fico duas semanas sem ir.

L2 : eu o filme que eu vi anteriormente foi o que eu gostei aliás.

L2 : não me lembro muito.

L2 : depois eu te conto.

L1 : ((risos))

Doc1 : vocês têm gênero para cinema?

Doc1 : quer dizer vocês têm uma escolha os dois assim?

Doc1 : para cinema vocês uma predileção um estado de espírito que os leve a determinado gênero de filme não?

L1 : sim.

L1 : eu tenho.

L2 : eu não.

L2 : eu não eu por exemplo não vou assistir um bang-bang por ser bang-bang não vou assistir comédia por ser comédia não tenho esse tipo de predileção.

L2 : eu procuro ver os filmes...

L2 : geralmente eu prefiro ver filme que aborda problema social problema existencial.

L2 : que sejam bons...

L2 : o que não significa que eu não gosto de bang-bang ou não goste de um de uma comédia.

L2 : acho as comédias italianas ótimas porque acho que eles têm uma capacidade de de pegar a realidade e transformar aquilo em piada muito boa ((risos))...

L2 : acho que eles são sutis à sua maneira...

L1 : e conseguem em toda fala transmitir a mensagem.

L2 : conseguem.

L1 : sempre.

L1 : mesmo através de comédia às vezes eles lançam.

L1 : um uma mensagem social ou algum problema encontrado.

L2 : falando isso de vez em quando eu vejo na televisão mas também ao acaso não tem nenhum filme especial...

L2 : por falar em televisão não há nada a se ver né?

L1 : olha.

L2 : noticiário às vezes...

L1 : engraçado.

L1 : em televisão outro dia aconteceu uma coisa bem engraçada aproveitar contar assim consegue gravar alguma coisa aí do meu falar.

L1 : meio fora da norma...

L1 : em todo caso...

L1 : um dia era um domingo.

L1 : à tarde eu estava em casa dos meus pais.

L1 : e a mamãe gosta de ver televisão.

L1 : ela gosta muito.

L1 : mas o programa era programa do sílvio santos.

L1 : que ela fica encantadíssima e acompanha o programa e entra nos concursos e bastante entusiasmada.

L1 : e ocorreu entretanto como eles gostam muito de televisão...

L1 : cada aposento uma televisão.

L1 : eles têm três aparelhos de televisão.

L1 : o papai então ligou para um outro canal ligou para o.

L1 : ligou para o canal dois.

L1 : e quando foi a minha surpresa que eu vi um programa de calouros no canal dois.

L1 : dirigido pelo diogo pacheco.

L2 : bom.

L1 : muito bom.

L1 : de excelente qualidade.

L1 : é um programa que não se propõe a prêmios não se propõe a a levar assim o não é bem elevar.

L1 : ele não se propõe a premiar o candidato pela apresentação dele.

L1 : mas sim conferir a oportunidade do indivíduo a se apresentar.

L1 : e geralmente são os jovens não é?

L1 : que gostam do canal dois ou que acompanham movimentos assim de de música ou são instrumentistas ou cantores ou são conjuntos ou são compositores.

L1 : e vão lá se apresentar.

L1 : e foi interessantíssimo.

L1 : uma beleza.

L1 : primeira qualidade dos candidatos né?

L1 : muita gente jovem fazendo uma música boa ou cantando música de outros mas apurando assim a apresentação ao cantar ou tocar um instrumento.

L1 : alguma coisa assim bastante interessante.

L1 : bem cantada.

L1 : mas o fato pitoresco da do programa que eu achei foi o seguinte.

L1 : o diogo pacheco atende a todos assim com com bastante alegria.

L1 : e mesmo incentivando o jovem a a se apresentar sem grande nervosismo não é?

L1 : porque sempre a situação assim de uma apresentação em público já deixa a pessoa mais ou menos nervosa.

L1 : então o jovem se apresentou cantando o tema do filme love story.

L1 : cantou e realmente cantou muito mal.

L1 : mas ele não disse ao indivíduo você cantou muito mal.

L1 : ele se sentou no auditório com o microfone na mão e ele se senta assim em qualquer lugar ele não escolhe.

L1 : e justamente ele sentou ao lado do rapaz e perguntou ao rapaz.

L1 : o que você achou?

L1 : e o rapaz disse bem ele não foi muito feliz não é verdade?

L1 : e parece que ele não conseguiu atingir as notas assim mais agudas e começou a usar uma linguagem técnica de música e tal.

L1 : mas muito simplesmente era um rapaz assim com um jeito simpático tranquilo então disse o diogo pacheco e você é capaz de cantar?

L1 : ele disse bem eu sou né?

L1 : então vai cantar lá!

L1 : porque você não se inscreveu?

L1 : disse não eu não quis me inscrever eu...

L1 : mas eu eu achei só isso.

L1 : ponto final.

L1 : e encerraram a conversa e diogo pacheco então insistiu.

L1 : ah então e simplesmente esse trecho que você disse que ele não atingiu e tal você parece que conhece um pouco de música hã interpreta.

L1 : ele bom vai lá.

L1 : pegou o microfone era bastante jovem assim né e deu o tom.

L1 : ao pianista que parece que era o chefe do conjunto e tal.

L1 : olha dó menor sei lá.

L1 : não me lembro agora qual foi o o tom que ele deu.

L2 : ((risos))

L1 : o rapaz deu os acordes ele positivo.

L1 : fez o sinal para ele.

L1 : e começou a cantar.

L1 : gente que coisa impressionante!

L1 : o rapaz tinha um timbre de voz e uma forma de cantar mas dessas coisas encantadoras.

L1 : cantou toda a canção mas de uma forma impressionante com uma interpretação assim que a gente não vê mesmo nos profissionais e toda gente encantada ele foi aplaudidíssimo.

L1 : e assim tranquilão sentado no no auditório tal cantando de lá mesmo né?

L1 : com o microfone na mão apenas.

L1 : e daí o pacheco perguntou a ele.

L1 : mas você com esta voz com este jeito de cantar o que que acontece?

L1 : ele muito tranquilo disse a ele.

L1 : eu gosto de cantar conheço música estudo música e há uns anos atrás quando houve o concurso melhor voz estudantil e eu me inscrevi.

L1 : e tirei o terceiro lugar ((risos)).

L1 : eu me lembrava inclusive desse concurso ( ) pelo menos uns novecentos candidatos por aí então era assim um rapaz de qualidades muito boas.

L1 : (fiz bem) né ((risos))?

L2 : ( )

Doc1 : você ouve vê tevê tevê dois ah o nelson?

L2 : não não tenho visto ultimamente não.

L2 : eu tenho...

L2 : televisão eu vejo praticamente só o noticiário ou vi agora há algum tempo já não ouço um programa de notícia que tinha no canal treze enquanto almoçava escutava (às vezes) os canais de notícia e à noite algum noticiário assim e depois logo ou desligo ou vejo algum filme se por acaso houver algum filme que interessa ou esteja disposto quase não vejo.

Doc1 : e por que você não vê televisão assim além da falta de tempo e tudo você acha que não não vale a pena?

L2 : é ultimamente os programas são todos tipo sílvio santos flávio cavalcante e édson bolinha cury e hebe camargo e aírton rodrigues não dá para assistir ( ) muito chato...

L2 : estou pouco muito pouco interessado em sabe ver aqueles concursos...

L2 : não gosto.

L2 : de vez em quando eu assisto o sílvio santos uma vez a cada mês dois meses quando eu vou à casa de minha vó e eles todos assiste adoram meus pais também gostam então a gente acaba ficando na sala acaba assistindo e então tem um certo conhecimento de como é que é o programa...

L1 : é incrível!

L2 : aliás é ( ) santos..

L2 : chacrinha eu vi alguma vez quando ele estava no canal nove há alguns anos atrás.

L2 : mas eu quase não assisto televisão.

L2 : eu não vejo nada que interessa.

L2 : inclusive programas de música erudita às vezes no canal dois eu acho muito chato esses programas eles não conseguem não consigo assistir não.

Doc1 : em que o eu gostaria que vocês falassem já que a gente foi para esse assunto de diversões que o que mais vocês acham que se pode contar para um divertimento?

L1 : em são paulo?

Doc1 : é.

L1 : acho que mil coisas.

Doc1 : por exemplo.

L1 : bom.

L1 : por exemplo.

L1 : além de cinema?

Doc1 : no plural por exemplos né?

Doc1 : para você (usar) vários ((risos)).

L1 : ((risos))

L1 : cinema.

L1 : teatro.

L1 : esporte.

Doc1 : teatro então no caso assim.

Doc1 : que tipo?

Doc1 : que gênero?

L1 : teatro.

L1 : peças de teatro apresentações musicais eu gosto muito de música...

L1 : quinta-feira agora tem um concerto do tinerte.

L1 : não sei se você gosta.

L2 : eu gosto eu gosto muito mas ultimamente eu não tenho ido assistir esses concerto

L1 : ( )

L2 : eu gosto muito houve um tempo inclusive que eu ia ia muito assistir concerto balé que eu gosto muito mas ultimamente eu tenho achado um programa tão difícil complicado não tem dado jeito.

L1 : aham.

L2 : chega muito cansado e ( )...

L1 : o problema é mais falta de tempo do que realmente falta de vontade de ir...

L2 : é...

L2 : não é é exatamente.

L2 : falta de tempo às vezes um certo cansaço não está aquilo totalmente no esquema não sei porque a gente acaba não indo.

L2 : eu eu vou também a teatro de vez em quando não tem nenhuma preferência por gênero eu vou realmente assistir às peças que alguns conhecidos assistiram que recomendam ou que eu leia a crítica que me interessa então eu vou assistir.

L2 : futebol eu vou de vez em quando também não vou mais porque não dá jeito não dá tempo tem alguns programas diferentes e de esporte eu só faço isso e de vez em quando eu vou a um clube ((risos)) chego a ensaiar a jogar tênis mas não só três vezes ((risos)).

L1 : ah!

L1 : tenista!

L2 : não não!

L2 : eu já comprei o uniforme já comprei raqueta mas eu não sei jogar.

L1 : ((risos))

L2 : ((risos))

Doc1 : por que sirlei você joga tênis?

L1 : eu jogo.

Doc1 : ora e olha quantas afinidades a gente está descobrindo entre vocês que não se conheciam.

L2 : mas eu não sei jogar não.

Doc1 : não?

L2 : não ((risos)).

Doc1 : ( )

L1 : eu agora eu estou fora de forma.

L2 : pô eu nunca estive em forma.

L2 : não gosto de impress para nenhum esporte.

L1 : mas eu já ( ) ((risos)).

L2 : ( )

L2 : você conhece jogo de taco?

L2 : já ouviu falar?

L2 : é um joguinho que faz aqueles aquelas casinha com três pauzinhos...

L1 : ( )

L1 : ( )

L2 : aquilo eu jogava muito ((risos))!

L1 : eu já joguei mas era péssima nisso.

L2 : ((risos)) era razoavelmente bom.

L1 : tanto assim que foi uma coisa muito engraçada.

L1 : quando eu peguei a raquete de tênis pela primeira vez eu me lembrei desse jogo...

L1 : bom se eu for tão boa com esta raquete na mão quanto eu era com o taco estou bem arrumada!

L2 : ((risos))

L2 : eu morava numa rua que não era calçada e era uma ladeira por sinal.

L2 : era assim uma ladeira e a gente jogava quase que no topo dessa ladeira e um trechinho de nada aqui.

L2 : então é uma tragédia porque se alguém acertasse uma tacada na bola a gente tinha que buscar a bola a duzentos metros né?

L1 : ((risos))

L2 : mas é o que eu jogava muito.

L1 : mas onde?

L2 : futebol de rua também mas assim na rua com gol de tijolo eu nunca consegui marcar um gol em campo ((risos)) não dá ((risos)).

L1 : ((risos))

L1 : ((risos))

L2 : não posso dizer que não gosto sabe ((risos))?

L1 : eu não consigo marcar porque nunca joguei assim na linha de ataque.

L1 : mas uma vez eu me atrevi a ficar no gol.

L1 : foi aqui na escola.

L1 : com a turma daqui.

L1 : eu defendi um pênalti.

Doc1 : ((risos))

L1 : ((risos)) eu sou muito metida sabe?

L1 : e além de metida falante.

Doc1 : ((risos))

L2 : ( )

L2 : excelente ((risos)).

L1 : não porque eu eu gosto de de esporte eu gosto de atividade física gosto de de ginástica então a gente brinca.

L1 : mas tudo assim de brincadeira.

L1 : não fiz nada que se pudesse dizer seriamente...

L1 : jogar tênis eu jogava razoavelmente bem mas amadoristicamente...

L1 : claro.

L1 : os jogadores também são amadores de tênis mas não dessa forma.

L1 : porque realmente eu com a participação em campeonatos...

L2 : o problema é que eu nunca consegui jogar direito eu sinto a crítica dos companheiros de clube então eu me retiro sabe não consigo não ((risos)).

L1 : ah mas não deve.

L1 : é um esporte tão bom.

L2 : ah...

L2 : mas a crítica deles é bem suficiente não dá.

L1 : vale a pena.

L2 : só o olhar assim já dá para perceber que não está agradando ((risos))...

Doc1 : nelson há algum teatro em são paulo agora eu vou entrar um pouquinho na sua área mas é só um pouquinho há algum teatro em são paulo que você acha que mereça uma certa consideração do ponto de vista assim da da construção?

L2 : eu acho que o teatro municipal.

Doc1 : sério?

L2 : apesar de ele ser calcado na obra de paris ele ser um gênero de de construção muito pouco autenticamente nacional eu acho que é uma construção de qualquer forma bonita harmoniosa em certo respeito.

L2 : depois aqui em são paulo eu acho que não tem mais nenhum teatro que pareça bom.

Doc1 : olha o fernando não conhece nada de teatro mostrar um pouquinho antes de vocês chegar eu já tinha falado para ele assim das das idas ao teatro municipal sem pagar entrada

Doc1 : você faz faz como o fernando não conhece você podia dizer como é o teatro municipal por dentro

L2 : eu posso tentar.

L2 : bom ele tem você conhece a praça ramos de azevedo.

L2 : aquelas aquelas primeiras escadas com as portas principais você tem de um dos lados a bilheteria depois um saguão principal.

L2 : e desse saguão principal você tem uma escada que leva a a a ao foyer de cima que dá para os para as galerias aliás o nome exato daquelas galerias eu nunca sei porque eu sempre vou lá para cima e e depois por baixo tem comunicação com a plateia inferior.

L2 : agora do lado estando de frente para o teatro do lado esquerdo tem um outro portão que você vai acabar lá em cima no no no anfiteatro bem lá em cima e na última galeria.

L2 : e também tem uma série de escadinhas ali laterais que vão dar lá em cima com o corredor.

L2 : isso é comum em quase todos os teatros da época aquele corredor que circunda a a plateia.

L2 : depois ele tem o quê tem uma uma cupulazinha no centro com um lustre de cristal muito bonito pintura no teto depois é aquele palco enorme aquela cortina de veludo com dois antigamente não tinha o órgão agora tem o órgão naquelas duas laterais e é só.

L2 : eu nunca entrei nos bastidores do teatro.

Doc1 : você conhece algum teatro assim sirlei que você achasse que não sei que merecesse uma reparação maior e tudo?

Doc1 : não sei o que que vocês acham daquela arrumação que a ruth escobar fez.

L2 : ah do balcão?

L2 : ah é eu achei magnífica!

L2 : aliás daquela peça eu gostei muito da peça porque achei um espetáculo muito bonito acho que o conteúdo dela o texto do filme que passava importava muito pouco mas a montagem era tão espetacular tão bonita que valeu a pena especialmente a cena inicial e a cena final.

L2 : são lindas!

L2 : aquela cena inicial do bispo descendo daquele.

L2 : você assistiu a peça?

L1 : assisti eu cheguei a ver.

L2 : chegou a ver?

L1 : o texto eu procurei lê-lo.

L1 : porque eu não não ouvi direito.

L1 : no teatro eu achei que tinha assim uma acústica muito ruim.

L2 : tinha sim.

L1 : mas a montagem maravilhosa né?

L1 : eu achei espetacular a montagem.

L1 : mas não consegui ouvir direito o texto.

L1 : então procurei ver alguma coisa do texto porque determinadas cenas eu não não não percebi até onde ia a grandeza da coisa porque eu não entendia bem o texto.

L2 : é eu também não consegui entender realmente o texto...

L1 : porém vi.

L2 : eu gostaria de ter ido eu pretendia ir uma segunda vez mais acabei não conseguindo...

L1 : é.

L1 : ( )

L1 : vi três vezes.

L2 : é.

L2 : eu achei uma beleza a peça.

L2 : uma montagem assim espetacular valeu a pena.

L1 : eu vi três vezes.

L1 : espetacular.

L1 : aliás olha você como arquiteto inclusive nelson eu acho um dos aspectos mais deficientes dos teatros em são paulo é a falta de acústica.

L2 : é.

L1 : isso é então você veja no municipal tem uma acústica razoável certo não há nenhum problema talvez a construção tenha sido mais cuidada.

L1 : então daí se tenha conseguido uma boa qualidade.

L1 : mas o tuca lá da católica na monte alegre tem uma boa acústica.

L1 : no tuca se consegue falar normalmente do palco eu fiz essa experiência porque eu tive aulas assim lá se fala normalmente dando uma aula do palco sem sistema de amplificação de som e todas as pessoas entenderem bem.

L2 : ( )

L2 : bem (né).

L1 : mesmo determinadas apresentações que nós fizemos com piano de música contemporânea e a a acústica se prestava muito bem.

L2 : é eu naquele teatro só assisti morte e vida severina.

L1 : não se perdia nenhum dos timbres novos...

L1 : aham.

L2 : que aliás achei um outro espetáculo muito bonito.

L1 : deslumbrante!

L2 : eu inclusive tinha certeza que iria vencer o concurso ( ) porque achei um espetáculo daqueles que um dos raros espetáculos de teatro que a gente sai e sei lá dá vontade até de chorar no sentido de chorar por emocionado pela pelo espetáculo ( ) do joão cabral é uma beleza...

L1 : ( )

L1 : que delícia né?

L1 : pela beleza né?

L2 : mas é é realmente os outros teatros eu acho que não tem nada de significativo.

L2 : todos os projetos muito ruins muito adaptados não tem nada que que vale a pena.

L1 : e esses tê teatrinhos assim pequenos que eles estão fazendo agora ah tipo balcão ou mesmo lá na na treze de maio com o que chama aquele teatro que eles fizeram três salas agora.

L2 : ( )

L2 : treze de maio?

L1 : onde eles apresentaram castro alves agora.

L2 : ah sim!

L2 : não esse é na rua dos ingleses!

L2 : em cima do balcão.

L1 : ah rua dos ingleses!

L2 : em cima do balcão.

L1 : ( )

L1 : tem o balcão como se chama?

L2 : é.

L1 : é ruth escobar todo ele?

L2 : não.

L1 : todas as salas não?

L2 : o de baixo é augusto escobar o de cima é galpão né?

Doc1 : galpão.

L1 : então eu confundi com o paiol.

L1 : quis falar paiol paiol.

L2 : paiol na na ( ).

L1 : é paiol galpão fazia assim a comparação.

L1 : quer dizer que são pequenas salas pequeno público e...

L2 : não quanto ao aspecto de pequena sala eh não tenho nada contra.

L2 : acho boa acho é interessante aquela forma de de como espetáculo acho bom ( ) para soar uma espécie de arena eu acho bom mas o aquilo é um projeto ruim adaptado quer dizer o cenário pode ser bom com tudo escuro então o teatro vai ficar bom ou não.

L1 : ah!

L2 : mas como prédio como projeto não...

L2 : uma oficina era uma adaptação razoável.

L2 : a oficina tinha um certo uma atmosfera boa como teatro mesmo quando num intervalo com luzes acesas.

L1 : ( ) oficina...

L1 : oficina qual é?

L2 : na rua joão segoi.

L1 : ah sei!

L1 : aham.

L2 : o problema é claro uma construção pobre e adaptada também.

L1 : eh eh não o que eu ia dizer era justamente isso.

L1 : essas adaptações assim perdem mais em em acústica por isso que a gente sente esse problema?

L2 : não eu acho que é por é uma questão de de fazer um tratamento acústico entendeu?

L2 : é que é um té um tratamento caro.

L2 : nem todos os teatros conseguem fazer.

L2 : depende de um bom projeto e depende de uma da qualidade do material empregado.

L2 : e as companhias teatrais não tem muitos recursos para fazerem muito.

L2 : a situação do teatro é muito instável também né?

L2 : a ruth escobar conseguiu montar aquele espetáculo ( ) ficar um ano em cartaz mas é é um exemplo meio raro.

L1 : ( )

Doc1 : vocês acham assim que de uma maneira geral no teatro há nós estamos bem servidos isso eu estou dizendo assim em todas as funções os nomes vocês que vão dizer em todas as funções eh necessárias para um um a a função teatral enfim?

Doc1 : vocês acham que em todos esses setores digo do ponto de vista humano nós estamos bem servidos?

L1 : do ponto de vista humano o ator ou do ponto de vista do espectador (não) das pessoas chegarem e conseguirem ter uma boa acomodação uma boa cadeira porque isso não existe ((risos)).

Doc1 : tudo.

L2 : ( )

Doc1 : não ( ) no caso não mas...

L1 : em todos os lugares você tem projetos assim escadas você fica ultra mal acomodado não existem assim cadeiras ou poltronas lugares em que você possa se instalar comodamente.

L2 : ( )

Doc1 : mas o que que...

L2 : eu acho que todos (os itens) são excelentes.

L1 : exato.

L2 : autores alguns muito bons.

L2 : eh cenógrafos a gente tem alguns bons.

L2 : mas geralmente também o nosso problema de cenário sempre se defronta com o problema do custo da produção.

L2 : então são sempre cenários escritos com uma certa bossa mas não não são grandes montagens ou...

L1 : você não acha que às vezes quando existe esse problema de dinheiro existe maior criatividade?

L2 : eu acho.

L2 : eu acho.

L1 : você não tem notado isso?

L2 : acho.

L2 : embora embora uhn uhn bastante criatividade com dinheiro também não ((risos)) não seria nada mal.

L1 : é uma das coisas que encantam né?

Doc1 : ((risos))

L1 : ((risos)) não seria mal ((risos)).

L2 : eu acho que o flávio império por exemplo é um cenógrafo excelente mas geralmente ele tem que se defrontar com coisas improvisadas.

L2 : ele consegue um bom efeito é claro mas não significa se ele tivesse mais recursos não fizessem coisas de de melhor nível entende?

L1 : sim claro.

L1 : eu percebi.

Doc1 : mas e que mais assim na parte de teatro quer dizer do dos profissionais de teatro quem mais que vocês acham que a gente não precisaria ahn nenhum desses setores assim maior reparo vocês acham que eles estão em condições para levar o teatro a um bom nível?

L2 : um bom nível acho que um bom nível ele tem no teatro.

L2 : eu acho que especialmente aqui em são paulo a gente tem oportunidade de ver coisas muito boas em teatro.

L2 : agora bom nível aí é um problema meio sério porque o teatro continua sendo uma de uma elite o pessoal faz textos pretensamente populares mais eles não atingem ninguém atingem sempre a mesma camadinha o problema acho muito sério ( ).

L1 : e é sempre um problema econômico não é?

L2 : sempre um problema econômico.

L1 : sempre um problema econômico.

L1 : porque problema cultural no caso não seria...

L1 : eu acho que nós temos bons (diretores).

L2 : e mesmo para gente que costuma ir ao teatro o tê o teatro exige da gente uma espécie de programação.

L2 : a gente não vai ao teatro como vai ao cinema a gente tem que programar marcar tem um horário eh não é uma coisa assim muito normal mesmo para a gente.

L2 : para a maioria da população então.

L1 : já é mais sofisticado né?

L2 : é.

L1 : é bem diferente.

L1 : uhn bom se for para europa também lá você tem os espetáculos às sete horas.

L2 : é.

L1 : principalmente época de inverno.

L1 : então muito mais tranquilo.

L1 : às vezes sai do trabalho vai direto até o teatro depois é que vai à casa e não tem problema.

L2 : volta para casa.

L1 : aqui não.

L1 : aqui você precisa aguardar quer dizer os espetáculos começam tarde a gente então precisa programar um dia que...

L2 : é.

L2 : combina com al com alguns amigos para ir...

L2 : é sempre um programa assim meio não é um negócio tão a vontade não.

L1 : fica mais sofisticado.

L2 : é muito caro também eu acho muito caro ((risos)) é muito caro eu acho que pesa bastante...

L2 : é verdade que se a gente for fazer comparações a gente gasta às mais dinheiro em outras coisas e pode medir se vale a pena ou não vale eu acho que vale mas assim mesmo é caro.

L1 : mas ainda aí é um problema econômico.

L1 : é problema econômico do espectador.

L1 : não é toda gente que pode dispor de determinadas quantias para ir assim cinema teatro sempre sempre sempre.

Doc2 : e no fim de semana que a gente tem mais tempo o preço aumenta né ((risos))?

L2 : é o preço aumenta.

L1 : o preço aumenta e a procura é maior e você não consegue ingressar.

L2 : e depois é chato porque quando fui ver o balcão foi mais ou menos no início eu paguei sei lá dez ou quinze cruzeiros na época não era uma um preço baixo né?

L2 : no fim estava uma temporada de cinco cruzeiros ((risos)).

L2 : a gente fica quase achando vamos deixar para o finzinho para ver se assiste ((risos)).

L2 : mas não é o caso não.

L1 : ainda assim eu acho o teatro aqui muito barato.

L2 : é.

L1 : eu não vi em lugar nenhum tê tão barato quanto aqui.

L1 : você viu?

L2 : não.

L2 : eu já vi mais caro em outros lugares mas enfim ((risos)).

L1 : mas talvez por isso inclusive a renda sendo muito maior a possibilidade que você falou.

L1 : quer dizer de montagens mais adequadas de teatros mais adequados...

L1 : não só mais adequados para montagem das peças ou do ballet no caso acomodações melhores também para os espectadores.

L2 : ( )

L2 : pois é um outro problema com problema de teatro também eu acho o o o teatro está em uma transformação muito grande quer dizer do teatro convencional se passou para arena e daí tem várias formas de participação do público et cetera e realmente eu acho que hoje ninguém saberia fazer um teatro com uma condição estável.

L2 : realmente teatro tem que ter uma função quase que improvisada mesmo né?

L2 : ele não não existe um programa para teatro hoje em dia a não ser teatro para para concertos ou para ópera ou ballet que aí já é uma coisa...

L1 : e mesmo assim se você pegar o ballet contemporâneo a coisa ( ).

L2 : exato.

L2 : exato.

L2 : pois é

L2 : aí já muda completamente de figura não tem mais nada a ver com aquele teatro convencional.

Doc1 : vocês acham que na nessa época de comunicação de massa coisa que o cá e que que o valha o o teatro é um gênero ah em vias de desaparecimento ou ou como se diz um gênero que já era?

L1 : não.

L1 : não acho.

L1 : nunca pensei nisso aí.

L1 : que o teatro já era.

L1 : eu acho que ele se transforma.

L1 : ele aparece com outra mensagem.

L1 : ele aparece ao público de uma outra maneira.

Doc1 : o que você acha (nelson)?

L2 : eu eu não sei.

L2 : eu não sei.

L2 : eu acho que a gente ainda sente falta do teatro.

L2 : quer dizer eu acho que ainda tem um lugarzinho.

L2 : mas eu não sei se ele dura muito tempo que tipo de ( ) ele vai sofrer.

L2 : porque ainda voltando a um programa tipo sílvio santos é impressionante ainda domingo passado eu acabei assistindo um pedaço e eu vi uma coisa muito gozada.

L2 : tem o tal de josé fernandes aqueles jurados chatos que davam nota é um sujeito muito chato que não dá nota para ninguém e e às tantas aparecia um candidato que tinha sido no no no no domingo passado tinha recebido nota cinco de todo mundo que era nota máxima ganhou um automóvel et cetera e então quando esse sujeito foi falar o sílvio santos manda colocar um prefixo desse sujeito que era o aleluia está certo e o sílvio santos com um gesto fez todo o auditório cantar o aleluia de de handel assim com a maior tranquilidade.

L2 : quer dizer é uma uma participação de todo mundo impressionante!

L2 : e e essa altura a gente viu o teatrinho da gente aí com pretensões populares que não aumente só não tem nada disso entende?

L2 : o sujeito consegue num programa de televisão supostamente de baixa audiência ter uma comunicação muito grande.

L2 : é impressionante como ele movimenta aquele tô todo mundo...

L2 : a gente vê a as moças geralmente só tem moças nesse auditório mas como elas se divertem elas gritam berram fazem gestos é um negócio assim elas estão ali participando realmente é muito gozado isso eu não sei ((risos)).

L1 : bom nesse aspecto ainda acho que há de considerar que além dessa participação efetiva de quem frequenta os auditórios toda a participação de quem vê pelos aparelhos de televisão.

L2 : é e que é uma oportunidade incrível.

Doc1 : tem um programa que tem uma duração enorme né?

Doc1 : ( )

L2 : não sei começa sei lá se meio dia e vai até às oito é uma coisa impressionante.

Doc1 : e as pessoas ficam fielmente ali né?

L2 : ficam.

L2 : ficam.

Doc1 : eu acho que ( )...

L2 : eu lembro a minha família ( ) meus avós meus tios meus pais eles assistem mesmo e e gostam e acompanham e sei lá essa hora a gente (sabe junta) a gente fica um pouco enjoado né ((risos))?

L1 : ( )

L1 : e essa talvez seja a grande concorrência né?

L1 : quer dizer a televisão conseguir atingir no número assim de telespectadores que você não consegue calcular exatamente.

L2 : é um número.

L1 : sabe que é um número abrangente um número bastante grande quer dizer é uma porcentagem muito grande da população que realmente está vendo televisão.

L1 : em casa mesmo está vendo e está participando de uma certa forma.

L1 : aquela mensagem está sendo dirigida não é a ao ao público do gênero.

L1 : o público está capitando aquelas mensagens todas.

Doc1 : o pessoal de teatro se queixa não é que o teatro eh está vazio e que o teatro afinal de contas dá prejuízo essa coisa toda vocês vocês acham que isso é por causa da televisão vocês uma outra causa disso pelo tipo de peça pelo tipo de acomodação tu que que vocês acham que poderia se atribuir essa esse pouco público do teatro

L2 : ah eu acho que o teatro é feito é feito por um tipo de de de digamos de de pessoas de um certo nível cultural e para um pessoa do mesmo nível cultural.

L2 : é claro que isso é um ciclo vicioso eles não podem abrir porque não tem público e ao mesmo tempo não não tendo público não podem abrir...

L2 : eu acho que a televisão concorre sim.

L2 : na medida que mesmo uma pessoa do nível da gente ela sempre fixa em casa com uma certa comodidade poder ligar ver notícia assistir um jogo de futebol ou assistir qualquer coisa.

L2 : até um filminho.

L2 : então dá uma certa preguiça de sair.

L2 : especialmente são paulo que é uma cidade mal servida de condução e mesmo quem carro tem problema de estacionar sei lá falta alguma coisa.

L2 : realmente em em cidades da europa o pessoal sai do trabalho e vai para o teatro.

L2 : aqui tem sistema de transporte eficiente tem muita coisa claro.

L1 : e tem televisão também.

Doc1 : ( )

L1 : pois é o nível cultural influi a própria organização da vida né das pessoas.

L1 : também influi muito.

L1 : não sei me parece que o paulistano é meio desorganizado.

L1 : o próprio ritmo da vida do paulistano atrapalha qualquer coisa do gênero.

L1 : por outro lado numa cidade de interior você não teria público também.

L2 : mesmo assim eu acho que é ( )...

L2 : ( ) tem o melhor teatro do brasil.

L1 : certo.

L2 : ( ) é impressionante o número de peças que tem sempre em cartaz.

L1 : ( )

L2 : eu vou ao teatro nunca vejo ele totalmente vazio.

L2 : é claro que ele não atinge o grande público do brasil.

L1 : é por exemplo você é...

L1 : em relação à população.

L1 : então se você levar esse teatro a uma cidade do interior que a população é muito menor você vai ter um número reduzidíssimo de pessoas que realmente vão frequentá-lo.

L2 : ( )

L1 : em são paulo ainda acontece das das casas de espetáculo estarem com público dado o volume da população não é?

L2 : é o volume da população né?

L2 : acho que

L1 : seria de se esperar que ainda houvesse maior procura não é?

L2 : sem dúvida.

L1 : entretanto não há.

L1 : eu acho que o complé o problema aí é bem complexo viu?

L2 : ( )

L1 : envolve problema de cultura envolve problema de hábitos de de uma certa tradição cultural assim além de todo o problema que os problemas que a cidade mesmo coloca ao indivíduo não é?

L1 : todas as dificuldades né?

L1 : da vida.

L1 : da gente aqui.

Doc1 : vocês viram aquela entrevista do paulo autram na na veja em que ele numa certo ponto numa entrevista digna lá de se comentar também em que ele diz que o o o povo não vai ao teatro porque está cansado de ser agredido

Doc1 : vocês acham que teria procedência esse tipo de...

L2 : eu acho que não.

L2 : eu acho que não.

L2 : eu achei estranha essa observação dele também...

Doc1 : ( )

L1 : ele precisaria primeiro ter ido ao teatro para depois ser agredido.

L1 : e o povo não vai ao teatro.

L1 : quer dizer não é uma uma grande parte da população que vai não é verdade?

L1 : como ele pode dizer isso?

L2 : eu acho que não.

L2 : eu acho que o público é bastante agredido também na televisão...

L1 : ((risos)) eu também ( ).

L2 : esse o problema no cinema e o cinema...

L2 : não não não é isso não.

L2 : eu acho que não é.

L2 : eu acho que não vai porque não tem hábito porque custa caro porque é pelo tal círculo vicioso os temas não são interessantes à maioria da da população...

L1 : difícil...

Doc1 : agora vocês ah além de teatro de cinema eu vocês tem alguma experiência com circo?

L2 : pouca.

Doc1 : você o faz muito tempo que você não vai...

L2 : quando garoto eu fui algumas vezes agora faz tempo que eu não vou.

Doc1 : você nunca foi a um circo sirlei?

L1 : sim.

L1 : eu já fui...

L2 : fui inclusive aqueles de bairro que representavam dramas a escrava isaura et cetera ((risos))...

L1 : ah sim ((risos))!

Doc1 : você se lem você se lembra de um circo assim ah eh internamente o a como era nelson como é para descrever para a gente?

L2 : era muito gozado.

Doc1 : você fez uma bela descrição do municipal.

L2 : ( )

L2 : uai para mim o circo era um terreno baldio com um um pouco de lama na porta carrinhos de pipoca ((risos)) algumas crianças querendo arrumar um jeitinho de entrar aquela lona bastante esburacada né?

L2 : e quando a gente entra a gente vê aquela aquelas arquibancadas de madeira assim que que dá sempre um pouco de cisma que aquilo vai despencar depois o picadeirinho aquela cortininha também de de de de resto de tecido só essa imagem.

Doc1 : e quem mais o que que se quem trabalha no circo o que se apresenta no circo você se lembra?

L2 : bom eu vi eu vi alguns espetáculos desses de circo de bairro umas duas ou três vezes.

L2 : e também tive a de ver esses circos o norte americano a gente não me lembro mais que já eram circos de melhor nível em números de trapézios et cetera.

L2 : sei lá do pessoal que trabalhava nesses draminhas é é sei lá era um pessoal aparentemente muito simples ah eh dava assim um pouco de ideia de um pessoal de de de totalmente desligado da realidade comum da gente pessoal que chega a gente não sabe da onde não sabe para onde vai bastante estranha.

L2 : já os outros circos maiores já se tinha um pouco mais de ideia de um sistema mais organizado.

L2 : eu digo se tinha uma ideia porque na época não tinha condições de fazer uma análise eu posso hoje tentar fazer essa análise.

L1 : mas ficou a lembrança do palhaço (pois não) ((risos))

L2 : ficou.

L1 : o domador ((risos)) o palhaço

L2 : eu gostava mais de trapézio.

L1 : ah!

L2 : eu sempre gostei muito de trapézio.

L1 : uma das coisas que até hoje eu me emociono e aparecem justamente na televisão dentro de qualquer coisa uma beleza que aparecem os trapezistas num salto à três.

L2 : ah ( ) beleza!

L1 : e você não chegou a ver?

Doc1 : não vejo televisão.

L1 : mas é uma coisa linda!

L2 : ( ) beleza

L1 : foi foi o assim é grande sorte você conseguir...

L1 : eu não sei lhe dizer em que de que forma você poderia ver.

L1 : coincidiu de eu ter visto e fiquei encantada.

L1 : e aliás um número que eu já havia visto em circo numa ocasião.

L1 : então me veio à memória todo o o instante do procedimento.

L1 : mas eles pegam apenas um uma uma cena assim né?

L1 : um indivíduo está num trapézio dois indivíduos no lado contrário.

L2 : é pé (esperando)...

L1 : e ele então começa a balançar e se põe em posição de pegar alguém.

L1 : o outro se lança e dá uma pirueta ou duas não me lembro e agarra a mão deste.

L1 : agora então eles dão umas duas ou três balançadas e o terceiro vem.

L1 : quando ele vem esse que está abaixo soltasse das mãos daquele que o prende e o outro é que agarra.

L1 : é uma fração de segundo.

L1 : e o outro então tem que agarrar o trapézio.

L1 : agora então o close é este.

L1 : eles brecam o filme exatamente nesse ponto.

L1 : então você vê o as mão se agarrando e a outra se soltando para segurar o outro trapézio.

L1 : então eles colocam lá nos pés.

L2 : é uma solidariedade.

L1 : é.

L1 : a solidariedade humana...

L2 : a sua segurança depende da segurança de todos.

L2 : é uma mensagem muito bonita e é sempre o padrão.

L2 : aliás toda propaganda do governo na televisão eu acho que está sendo muito boa...

L1 : é linda!

L1 : mas o o a cena toda porque o os artistas são muito bons.

L2 : muito bons.

L1 : bom o número é dificílimo.

L1 : há de convir que eram os sal são faz saltos tríplices aquela coisa toda.

L2 : (é realmente).

L1 : e é lindo realmente.

L2 : aliás tem outra outra propaganda do do governo na televisão que me deixou muito impressionado porque é muito bonita com uma a imagem muito bem feita aparece um garotinho numa com uma xícara preparando a cola de farinha de trigo para fazer um papagaio.

L2 : e a enquanto ele faz isso muda a imagem e aparece uma grande caldeira.

L2 : de repente aparece ele cortando o papel de seda para fazer o papagaio então novamente vem uma prensa cortando vários (de algum) ( ) em grande escala.

L1 : blocos...

L2 : aí ele começa a mexer com as varetinhas.

L2 : nisso aparece um ah postes de alta tensão.

L2 : é uma imagem muito bonita.

L2 : no fim uma dessas mensagens quaisquer de...

L1 : é a...

L2 : eu não me lembro exatamente a mensagem talvez vão dizer que por isso a propaganda não é boa.

Doc1 : ((risos))

L2 : ((risos))

L1 : mas olha engraçado hein!

L1 : a mensagem nós não estamos lembrando mas as cenas foram muito bem escolhidas!

L2 : mas é muito bonita aquela transformação ( ).

Doc1 : ((risos))

L2 : no fim aquela última cena é um garotinho empinando o papagaio sabe?

L2 : é um negócio ( )

L1 : e você sabe que é uma mensagem sabe que a mensagem é do governo e que ela diz respeito à solidariedade humana com a formação da sociedade.

L1 : que dizer isso ficou.

L2 : é isso ficou ao fundo da memória ( ).

L1 : é agora a gente não gravou exato o texto mas eu acho isso positivíssimo né?

L2 : é.

L1 : o texto não ficou assim com uma mensagem gravada decorada!

L1 : mas a mensagem ficou!

L1 : você há de convir que ficou o teor da (frase).

L2 : ficou.

L2 : ( ) muito bonita mesmo.

Doc1 : mas atende ao objetivo ( ) não é?

L1 : atende!

L1 : é muito positiva a mensá a a propaganda.

L1 : muito bem feita!

Doc1 : essa que você falou eu vi no cinema.

L2 : essa do...

Doc1 : do menino caixinha.

L2 : achei genial.

L2 : bonita mesmo.

Doc1 : mas e se vocês quiserem assim prolongar a noite que que vocês fazem para se divertir em são paulo?

L1 : sambão.

L1 : na barra funda.

Doc1 : o que é isso?

L2 : olha só eu nunca fui ao sambão.

Doc1 : conta para nós como que é.

L1 : é também aqui cabe uma historinha.

L2 : você me deixa pegar um cigarro seu?

L1 : ah faz favor!

L2 : o meu acabou.

L2 : e eu não vim preparado para...

L1 : está aqui está aqui.

L1 : não mas eu vim preparada para um longo bate-papo.

L1 : é interessante eh nós tivemos esse ano a oportunidade de uma série de montagens de cursos.

L1 : e...

L2 : ( )

L1 : e para essas montagens nós precisamos convers convidar várias pessoas de fora de fora do brasil inclusive.

L1 : então ficamos à procura do que mostrar a essas pessoas de realmente brasileiro.

L1 : bom eu fiquei encantada.

L1 : porque é aquela história você normalmente vai trabalha o dia inteiro à noite você está cansado mal você consegue um um programa de um teatro ou um cinema e olhe lá.

L1 : eh você no normalmente não faz muitas coisas né?

L1 : ainda reservo um tempinho assim para esporte.

L1 : mas à noite dificilmente se tem oportunidades assim.

L1 : então a gente aproveita né?

L1 : ah tendo que mostrar são paulo então eu conheci são paulo como nunca né?

L1 : primeiro a gente fazia uma série de visitas à cidade.

L1 : então levava conhecer vários pontos da cidade.

L1 : inclusive saindo assim mais distante da cidade.

L1 : para se ter uma noção da do tamanho da cidade da grandeza de são paulo e tal.

L1 : então a gente insistia nisso.

L1 : mas andava com as pessoas por aí ia mostrar.

L1 : e arrumava uma série de programações assim à noite também.

L1 : e em especial que nos chamou atenção foi um professor norte-americano que queria ver samba!

L1 : e eu estava preocupadíssima eu samba nós temos que voar ir até o rio né escola de samba está no rio tal não sei quê e entrei em contato com uma amiga que justamente ela trabalha numa companhia de turismo.

L1 : então fiquei conhecendo em são paulo...

L1 : existe escola de samba em são paulo existe macumba existe terreiro de macumba.

L1 : são paulo existe uma porção de coisas assim.

L2 : (a gente) não sabe né?

L1 : exatamente.

L1 : então eu tive contato.

L1 : quer dizer fomos ao terreiro de macumba e fomos ao sambão da barra funda e há de convir que depois voltei várias vezes porque é uma beleza!

L2 : preciso ir lá.

L1 : é uma dessas coisas...

Doc1 : conta para a gente fala como é endereço tudo ((risos)).

L1 : é.

L1 : é fica lá na brigadeiro galvão.

L1 : pertinho do colégio oswaldo cruz.

Doc1 : camisa verde?

L1 : é o camisa verde e branca famoso!

L1 : acontece que eu cheguei a vê-lo já isto ocorreu pela primeira vez o ano passado.

L1 : então não era tanto assim centro de estudantes como hoje é.

L1 : quer dizer hoje é centro de estudantes...

L1 : você vai lá só dá universitário e ponto final.

L1 : quando eu vi pela primeira vez ainda era o sambão mesmo do pessoal do samba em são paulo.

L1 : de mulato de preto e de branco sambista!

L1 : é só ia sambista para lá.

L1 : é é um é um um local assim é pitoresco por isso.

L1 : é um salão eh o você entra você paga ingresso na entrada...

L1 : já pagou.

L1 : já garantiu a sua entrada.

L1 : tem um salão muito grande e tem um palco.

L1 : nesse salão uma série de mesas assim dispostas ao longo deixando uma grande pista de dança.

L1 : não é como boate que tem uma pista pequena.

L1 : você tem um grande salão assim bastante espaço.

L1 : havia poucas mesas assim pelos apenas na lá na nos cantos né?

L1 : nos cantos não ao redor assim no meio de toda de todo o salão.

L1 : e no palco então vinha aquela bateria de escola de samba né?

L1 : eles começavam a tocar antes.

L1 : você já começava a dançar na cadeira né?

L2 : ((risos))

L1 : daí entrada com aquela batucada e começava então o samba.

L1 : toda a gente sambava sambava sambava.

L1 : e eles faziam uma apresentação da escola.

L1 : então apresentavam a porta porta bandeira o o mestre sala então vinham com os passos característicos de samba faziam essa apresentação.

L1 : em seguida era a porta bandeira e o mestre sala que vêm então em primeiro plano vinham as pastoras os passistas e a bateria depois descia do do palco então eles vinham no salão e faziam aquela demonstração da escola de samba.

L1 : depois eles mudaram.

L1 : o programa.

L1 : mudaram o programa e essa apresentação era feita no palco.

L1 : e no meio da apresentação então todos se postavam ao longo assim do palco e no centro se apresentavam os passistas na na sua performance né apresentavam o que tinham de melhor.

L1 : tocando os instrumentos e apresentando os passos.

L1 : e as pastoras.

L1 : se apresentavam de uma em uma e depois uma amostra de gafieira.

L1 : então o indivíduo que dançava bem a gafieira e eles escolheram assim um tipo bem característico era um mulato meio gordo bem tipo de de sambista mas sem ter essa essa magreza assim por exemplo do sambista carioca.

L1 : eh o sambista de gafieira.

L1 : aquele sambista gordo assim com uma loura louríssima que dançava até na gafieira né?

L1 : então era uma apresentação assim bem interessante.

L1 : esse ano lá voltei.

L1 : veja que não fui só uma vez né?

L1 : já vi uma primeira vez já vi uma segunda quando mudou o show...

L1 : bom agora eles dão show aos sábados.

L1 : sexta-feira é o samba.

L1 : só tem samba.

L1 : e o show então aos sábados então este ano eu levei gente para lá outra vez esse ano...

L1 : eu vou sempre para lá.

L1 : toda gente que vem de fora do brasil ele ah tem samba em são paulo lá...

L1 : fomos para lá esse ano e a coisa estava bem mudada.

L1 : aliás foi todo pessoal daquele iesp toda a gente caiu naquele samba.

L1 : e eles fizeram o seguinte.

L1 : agora o número de mesas é o triplo né?

L1 : então o espaço diminuiu bastante.

L1 : e a apresentação consistia num show.

L1 : então já é mesmo apresentação de show e eles saem do palco e vem fazer show ali naquela arena no na pista de dança mesmo entre as mesas.

L2 : ( )

L1 : e apresentam um alguns passistas já assim com quadros montados e é...

L1 : bom o show dura mais ou menos uma hora uma hora meia e vale a pena.

L1 : só você ir ter paciência de esperar o show porque mesmo quem não gosta de de sambar.

L1 : vale a pena.

L1 : que é uma beleza.

L1 : um espetáculo deslumbrante.

L2 : ( )

L2 : eu não tive a oportunidade de ver ainda não.

Doc1 : e que instrumentos eh você lembra dos instrumentos musicais que eles usam?

L1 : o surdão pã pã (é um) ( ) que ele dá só a batida ((risos)) e começa né pã...

L1 : ah um um outro instrumento que é o meio surdo é um instrumento um pouco menor e que dá uma batida um pouco mais compassada quer dizer num compasso um pouquinho mais rápido do que esse surdão a caixa que faz então todo aquele repicado né eu não não sei imitar fazer a caixa a cuíca som característico da cuíca

L1 : eles usam também além

L1 : deixa eu ver quantos instrumentos de percussão são.

L1 : o surdo esse surdão o meio surdo a caixa...

L1 : eu não sei como se chama um instrumento bem grande mais mais redondo...

L1 : você sabe?

L2 : não para mim isso era o surdo.

L1 : não o surdo é aquele aquele grande comprido que faz aquele tum...

L2 : sei.

L1 : ((risos))

L1 : aquele que dá o marca o compasso do samba.

L1 : esse maior.

L1 : que toca na lateral.

L1 : não não não me lembro.

L1 : como se chama o instrumento.

L1 : ((risos)) não tem o som da zabumba.

L1 : mas é o instrumento parecido com a zabumba.

L1 : talvez se chame zabumba.

L1 : não sei.

L1 : a cuíca pandeiro tamborim reco-reco frigideira...

L2 : tamborim tem?

L1 : é uma senhora bateria né?

L1 : mas acho que são esses os instrumentos que eles usam.

L1 : eu não eu não sei se eles usam algum instrumento de timbre assim mais mais agudo.

L1 : além da frigideira.

L1 : assim tipo de triângulo assim...

L2 : não tem caixa?

L1 : eu não me lembro.

L1 : sim.

L1 : a caixa que faz todo o repique né?

L1 : eles usam trê esses trê três tipos assim de instrumentos que se usa em fanfarra né?

L1 : quer dizer o o surdão meio surdo uma caixa.

L1 : aquele redondo que eu não me lembro o nome que acho que é bumbo ou zabumba.

L2 : sei o nome não.

L1 : que é mais redondo assim.

L1 : eu acho que é bumbo.

Doc1 : e e as pessoas dançam no meio da pista como é?

L1 : sim é como se você fosse a um baile.

L1 : em que você tem um lugar para se sentar uma mesa eles servem bebidas e tal e você dança normalmente.

L1 : só que você só dança samba e ao som de uma bateria de escola de samba.

L2 : e o pessoal está sabendo dançar samba direitinho?

L1 : não ((risos)).

L1 : olha agora...

L2 : a influência da da música jovem dessa nova forma de dançar aí no no samba ( )...

L1 : sim muito.

L1 : muito porque você eh agora...

L1 : a aí que está a diferença do antes e o agora né?

L1 : porque como agora geralmente são os estudantes que frequentam termina...

L1 : você sabe até quando dá o sinal do oswaldo cruz.

L1 : porque de repente o salão enche ((risos)).

L1 : se você chega antes você vê inclusive a hora que termina as aulas que terminam as aulas porque todos eles vão para lá.

L1 : e mas é difícil mesmo né?

L1 : que dizer o samba mesmo bem sambado é muito difícil.

L2 : é.

L1 : porque tem o samba normal que a pessoa tem um gingado aquele gingado normal de samba então o brasileiro tem ele traz isso assim está acostumado e tem aquele samba de escola de samba né aqueles sambistas!

L2 : sei eu já vi o malabarismo.

L1 : já...

L1 : não sem ser o malabarismo.

L1 : aquela cadência mesmo e aquela mexida toda que é difícil né depende toda de uma coordenação motora especial ((risos)) e aí vem depois o malabarismo né?

L2 : ( )

L1 : o malabarismo é que impressionante.

L1 : (você vê) os pandeiristas tocando pandeiro e conseguindo ir com pandeiro até o chão de eh eles misturam muito a capoeira também não é?

L1 : em determinados passos de capoeira que são introduzidos exatamente o malabarismo né?

L1 : e depois o indivíduo conseguir pegar o pandeiro do chão ou pegar com a boca e aquelas coisas assim bem malabarísticas e bem interessantes né a gente...

L1 : eu vibro com isso sempre né?

Doc1 : ((risos))

L2 : ( )

L1 : sempre sempre sempre eu vibro acho um espetáculo à parte.

L2 : é que em são paulo eu nunca vi nada semelhante.

L1 : ah mas vá se você tiver.

L1 : vale a pena...

L2 : ( )

L1 : vai que é um espetáculo...

L1 : vale a pena.

L2 : vou sim.

Doc1 : mas você acha que assim eh assim com esse público vamos dizer assim meio estranho ao próprio ambiente você você acha que a coisa não dês nã nã nã não desvia um pouquinho da da sua naturalidade não?

L1 : veja bem esses jovens que estão lá quer dizer eles não são sambistas e brasileiros e não sentem também a música?

L1 : sentem.

L1 : falta aquele malabarismo do do que está habituado.

L1 : então sentem também.

L1 : quer dizer eles são sambistas.

L1 : é tal história a gente nesse aspecto eh considera né quer dizer sambista tem que ser mulato...

L1 : negro ainda a gente aceita branco jamais.

L1 : quer dizer para sambista tem que ser mulato.

L1 : acho que não é bem assim ((risos)).

L1 : eu acho que para ser sambista precisa sentir o samba não é?

Doc1 : é não não perguntei nesse sentido da tipo da clientela assim mas o a o tipo de espetáculo.

Doc1 : quer dizer a coisa da é feita mais para divertir ou mais para espetáculo propriamente dito?

L1 : não não é diversão!

L1 : você paga na entrada e vai mesmo para dançar.

L1 : eles apresentam no meio um show.

L1 : mas você vai para um salão de de dança!

Doc1 : uhn uhn.

L1 : é muito engraçado.

L1 : e então nesse modo agora não é só esse que existem eu já sei que outros salões abriram assim e outras escolas de samba abriram os salões para público.

L1 : porque antes eles usavam esses salões para os ensaios.

L1 : o esse essa escola de samba camisa verde e branca que foi a vencedora né no último carnaval em são paulo.

L1 : na apresentação na rua né?

L1 : no desfile de rua.

L1 : e justamente quer dizer eles necessitam um local para os ensaios.

L1 : e o local para os ensaios é que foi aberto a público em determinados dias.

L1 : e antes você podia assistir aos ensaios.

L1 : era difícil conseguir entrar.

L1 : e eu jamais consegui ver.

L1 : e era uma coisa que eu tinha muita vontade.

L2 : o que que você acha da dessa iniciativa da prefeitura que começou com a faria lima de tentar digamos reviver eu não sei se já existiu carnaval em são paulo mas enfim...

L1 : ( )

L1 : ((risos)) mas pelo menos ((risos))...

L2 : ( ) iniciar inclusive com um baile no municipal e desfiles de escola de samba no anhangabaú o que te parece isso?

L2 : você não acha que esse baile no municipal é imitação assim bastante artificial de um baile que o rio vingou e tem uma certa tradição uma certa razão de ser mas aqui em são paulo me parece tão forçado.

L1 : é mas é é é forçado.

L1 : justamente o que se pretende.

L1 : é isso é forçar alguma coisa.

L1 : é iniciar alguma coisa.

L1 : quem...

L2 : mas um baile na municipal?

L1 : quem não tem tradição que inicie para que os seus descendentes a tenham ((risos)).

L2 : então está bom.

L2 : eu não tenho nada contra por exemplo a iniciativa de dos desfiles por exemplo ( ).

L1 : mas e eu pessoalmente não gosto.

L1 : eu gosto mais de rua.

L1 : eu acho que a o incentivo devia ser mais para o carnaval de rua.

L1 : isso sim.

L1 : e ( ) brincadeira com você mas...

L2 : ( )

L1 : é.

L1 : ( )

L1 : carnaval...

L1 : é.

L2 : é uma festa muito bonita uma espécie de eu acho que já um é uma manifestação cultural brasileira importante e a gente apesar de estar aqui em são paulo não está à margem disso a gente de certa forma sente o o calendário nosso é marcado pelo um em parte pelo carnaval.

L2 : então eu acho muito bom no sentido de de levar para população uma festa de de extravasamento de de comportamento de fim cultural menos rígido né da menos formal.

L2 : mas o baile especialmente municipal eu acho lamentável.

L1 : é.

L1 : eh eh nisso é lamentável também.

L1 : quer dizer não é uma um bom início para tradição para tradição ((risos)).

L2 : não é.

L1 : para tradição não é um bom início.

L1 : ele fosse se fosse incentivado o carnaval de rua se houvesse assim não sei como seria feito não faço ideia.

L1 : não teria soluções.

L1 : mas uma forma de participação maior e assim gratuita seria mais interessante.

L2 : por que que você acha que que são paulo produz tão pouca música?

L2 : em relação ao rio de janeiro por exemplo.

L2 : ó se pode entrar por esse ( )?

L1 : eh sabe que não me ocorreu são paulo produz menos do que rio?

L2 : música?

L2 : acho que sim.

L2 : quantas músicas você conhece que se refiram à são paulo a um bairro de são paulo a um a qualquer fenômeno que ocorra em são paulo?

L2 : aposto que no rio tem muitas mais.

L1 : ah sim!

L1 : com referência à cidade não de de de pessoas que fazem música ou morando na cidade.

L2 : com referência à cidade...

L2 : morar aqui ou lá pouco importa eu acho que isso não importa mas é o fato de as pessoas fazerem música com temas digamos do rio é porque sente o rio e não sente em são paulo.

L1 : sei.

L1 : não teria aí uma influência da própria localização do rio a própria natureza do rio a existência assim por exemplo do mar ali perto e a beleza do rio não estaria...

L1 : se são paulo é mais são paulo é mais industrial.

L2 : acho que pode sim.

L1 : eu acho que então acho que não inspira muito.

L2 : eu acho que (mistura tudo).

L1 : inspira música concreta.

L1 : inspira mais um outro tipo de música.

L2 : mas mas no entanto nem isso se produz quase.

L2 : não existem cronistas paulistas da vida paulistana normalmente né?

L2 : é claro que a gente lê aquelas pataquadas os cronistas cariocas também não são grande coisa mas enfim existem cronistas que vivem de fazer crônicas semanais ou diárias que em são paulo não existe nada disso.

L2 : esse é um esse é um tema que sempre me interessa um pouco mas eu nunca consegui achar uma explicação razoável para isso não.

Doc1 : aham.

L1 : olha eu não sei.

L2 : eu tenho algumas tentativas de explicações mas tentativas.

L2 : é claro porque não não tem nenhum fundamento mas...

L1 : não sei você não acha que o próprio ritmo da vida de são paulo atrapalha um pouco.

L1 : existem poucos momentos de lazer.

L1 : as pessoas se impõe um ritmo de trabalho muito duro.

L1 : isso nã também não teria uma influência?

L2 : eu acho que sim.

L1 : veja eu estou pensando na coisa pela primeira vez.

L1 : mas me parece que são paulo afoga um pouco as pessoas...

L1 : veja bem fazer música é alguma coisa que o indivíduo necessita ter um pouco de tempo um pouco de tranquilidade.

L1 : não me parece que são paulo permita isto.

L1 : próprio ritmo da vida de são paulo não permite ao indivíduo ter horas de lazer a fim de que ele com dedique...

L1 : você vê inclusive que há poucos instrumentistas que não sejam os indivíduos assim que se proponham ao estudo do instrumento.

L1 : digo assim instrumentistas por acaso pessoas que tem tempo de pegar um instrumento e simplesmente tentar alguma coisa com o instrumento.

L2 : puxa mas será que essa cidade com tanta gente tantas nacionalidades com tantos problemas será que ela não consegue inspirar nada?

L2 : eh absolutamente nada?

L2 : quer dizer eh ela passa veemente por tudo sem nenhuma...

L1 : você já pensou alguma coisa a respeito.

L2 : ( )

L1 : que que você considerou?

L2 : não eu não pensei eu eu pensei eu não cheguei numa conclusão.

L2 : eu acho que existem alguns fatores.

L2 : acho que a conformação física da cidade é...

L2 : eu já não falo do de paisagem não falo de beleza ou não porque eu acho que são paulo tem aspectos que sem classificar de bonito ou feio podem ser interessantes.

L2 : eu acho que a própria condição de de morar muito disperso dificuldade de comunicação isso eu acho que faltam elementos de identificação assim do do do do do do cidadão com a cidade.

L2 : quer dizer ninguém vive a cidade ninguém...

L2 : não tem ponto de referência ela está em constante transformação não tem um pão de açúcar que está sempre ali para...

L1 : é.

L1 : é.

L1 : bem pensado.

L2 : sei lá.

L2 : é alguma coisa desse tipo.

L2 : eu acho que no rio se mora mais junto também.

L2 : o fato de de de ( )...

L1 : ou será também porque a gente eh tendo essa distância vê a coisa um pouco assim?

L2 : pode ser mais eu o fato é que realmente não tem músicas ((risos)).

L2 : que falem da vida em são paulo.

L1 : mas há muitas assim que falam da vida no rio?

L2 : no rio?

L2 : ah mas inúmeras!

L2 : qualquer enredo de escola de samba ipanema copacabana.

L2 : porque copacabana tem sei lá dezenas de...

L1 : mas eles não se repetem muito também?

L2 : eu acho que sim.

L2 : acho que sim.

L1 : interessante.

L1 : eu não havia pensando nisso.

L1 : nunca me ocorreu.

L2 : e eu acho que que um dos fá um dos possíveis fatores eu acho que isso não explica tudo não eh talvez o fato de no rio por várias circunstâncias ah o pessoal sempre morou muito muito junto.

L2 : por exemplo o favelado para morar perto da cidade morava no morro tudo muito próximo.

L2 : todos eles tinham a mesma vista a mesma paisagem o mesmo problema.

L2 : então eles se identificavam uma coisa comum.

L2 : a própria classe média e e classe alta do rio para poder morar perto da praia morava apertadinhos em apartamentos entre a praia e duas três quadras entre copacabana todos têm o mesmo problema a mesma condição enfim.

L2 : acho que talvez isso ajude a a identificar o sujeito com a cidade o que não acontece aqui em são paulo.

L2 : porque quem mora na lapa quem mora na penha não tem nada a ver um com outro ah tudo tão diferente tudo tão desligado que não sei.

L2 : eu acho que não explica tudo não mas ( )...

L1 : não explica tudo mas é é bem pensado.

L2 : eu me preocupo um pouco porque eu acho e eu acho que isso inclusive devia ser objetivo de uma de uma promô promoção de governo de prefeitura porque eu acho fundamental uma cidade desse tamanho eh com essa pujança eh ter um ter um pouquinho de identificação para que ela não fique um monstro para que ela não fique uma cidade só braços não tenha a cabeça não tenha espírito entende?

L2 : e isso eu achava muito importante o faria lima foi um sujeito que conseguiu em pouco tempo apesar de toda a confusão ele conseguiu criar uma imagem positiva um certo.

L2 : que eu por exemplo ( ) absolutamente despreparado para isso e o próprio ferraz como técnico encara aquilo muito racionalmente muito friamente.

L1 : mas bem ( ).

L1 : é.

L2 : ele é incapaz de unir a população em torno de qualquer coisa.

L2 : então o pessoal de são paulo é totalmente desligado.

L2 : é a primeira tendência aliás eu discuto muito com ( ) acho.

L2 : não são paulo é porcaria e lá!

L2 : acho que não é uma porcaria.

L2 : é uma cidade que tem muita coisa interessante.

L1 : é não uma porcaria é uma cidade um um bocadinho desumana por causa desses de todos esses problemas.

L2 : ( ) oportunidade.

L2 : exato.

L2 : exato.

L2 : ( ) desumano o ritmo de de trabalho.

L1 : é.

L2 : é imbecil a gente está totalmente condicionado a uma série de coisas

L2 : mas como como tema é uma cidade que oferece tanta coisa puxa vida!

L1 : e é linda!

L2 : tanta gente!

L2 : quer dizer o pessoal vem do nordeste vem aqui perde ( ).

L1 : você não ( ).

L2 : fiquei louco da vida quando fui a à salvador e conheci o acarajé voltei para são paulo (fui) ( ) não aparece uma baiana que tenha a iniciativa de sentar numa esquina e fazer acarajé!

L2 : outro dia fui à praça da república encontrei uma baiana (fazendo) acarajé (falei) puxa até que enfim né?

L2 : o pessoal vem e parece que se despersonaliza eh que perde todo o contato com a o que tinha isso eu acho muito ruim.

Doc1 : vocês tiveram alguma experiência de carnaval no nordeste?

Doc1 : você viu o carnaval em salvador por exemplo?

L2 : não.

L2 : não vi.

L2 : eu já ouvi falar muito do carnaval em salvador e diz que aquele realmente é um carnaval de rua o que no rio não é o rio hoje é um carnaval espetáculo.

L1 : e o carnaval de recife?

L1 : do recife como eles dizem.

L2 : do recife.

L1 : carnaval do recife.

Doc1 : posso posso tornando um pouco agressivo mas assim com com tiram (ácidos) atualmente assim uma graça meio forçada em salvador.

L1 : diz que é uma coisa...

Doc1 : não posso falar só vocês.

Doc1 : extraordinária.

Doc1 : é carnaval autêntico!

Doc1 : é gente que vai para rua mascarada e fica dançando das nove da manhã às nove da ( ).

L2 : se diverte à beça.

Doc1 : é incrível!

Doc1 : a pessoa assim dançou a noite inteira às nove da manhã está com uma máscara que dura até às seis da tarde quando para é porque havia muito crime por causa disso então assim tem que tirar aquela máscara um camisolão com um capuz.

Doc1 : então todos vão para rua!

Doc1 : e todos se divertem com aquilo o dia inteirinho.

Doc1 : eu não sei como há resistência para aquilo e depois à noite há um intervalozinho né e a noite então vão para o vão para o para outros digo continua o carnaval.

Doc1 : agora o que me intriga em salvador é isso.

Doc1 : é essa vitalidade é essa gente pulando dançando cantando três dias ou quatro praticamente desde às nove horas da manhã.

L1 : impressionante.

L1 : eu não tive a oportunidade de ver.

L2 : eu também não vi mas já ouvi falar muito do carnaval de salvador.

Doc1 : e é uma maravilha porque é contagiante você entra dentro dele ( ).

L2 : eu não acho que em são paulo tenha necessariamente que ter carnaval.

L2 : quer dizer eu acho que...

L2 : (quer dizer) não é obrigatório isso não é...

Doc1 : eu acho que não sei cria né?

L2 : eu acho que já tinha que ter outras formas de manifestação que fossem próprias.

L2 : se por acaso fosse o carnaval não tinha problema nenhum não precisa ser original.

Doc1 : claro.

L1 : é porque carnaval mais ou menos é generalizado.

L1 : quer dizer ocorre em todo o brasil.

L2 : exato.

L2 : exato.

L1 : o brasileiro gosta de carnaval.

L1 : e às vezes mesmo o brasileiro de são paulo que é o mais frio estando fora do brasil é visto brasileiro né?

L2 : () carnaval é totalmente diferente.

L2 : eh sei lá eh...

L2 : já muda um pouco.

L2 : de lá sai com com outro espírito.

L2 : aqui o pessoal tem uns senso ( )...

L1 : são paulo tem uma série de coisas.

L2 : ( )

L1 : piquenique.

L2 : tem.

L1 : o indivíduo aqui é o homem de negócios é o profissional há uma série de de condições que lhe são impostas então há uma uma série de outras coisas que ele gostaria de poder fazer e ele não pode porque haveria haveriam outras implicações né ele poderia ter implicações no campo profissional e tal...

L1 : de repente você consulta um médico e tal muita seriedade...

L1 : se dá imagina um médico pulando carnaval...

L1 : então o paulistano é muito assim né?

L1 : e imagina uma professora...

L2 : mas quem é o paulistano quer dizer o paulistano ( ) somos exceção.

L1 : é o indivíduo que mora aqui.

L2 : eh ser paulistano é (é um estado de espírito).

L1 : eh.

L1 : não eu digo indivíduo...

L1 : é.

L2 : gozado isso.

L1 : não indivíduo que mora em são paulo.

L2 : ( )

L1 : quer dizer uhn agora eu quis me referir ah à população.

L1 : imagina um uma professora pulando o carnaval na rua.

L2 : mas essa professora não encontra seus alunos em santos ((risos)).

L1 : é muito ( ).

L1 : procura imaginar.

L2 : não encontra seus alunos em santos.

L2 : é gozado isso.

L1 : quer dizer ah...

L2 : ((risos)) mas tem coisas muito gozadas em são paulo.

L1 : eh eu não consigo imaginar.

L1 : se eu for a um carnaval a rua e dê e de repente encontrar o seu reitor.

L1 : quer dizer eu tenho a impressão que não vai dar ((risos)).

L2 : ((risos))

L1 : acho que eu perco o emprego.

L2 : mas tem coisas muito gozadas em são paulo como aquele calçadão da avenida paulista em frente ao conjunto nacional.

L2 : tinha um barzinho lá entre o conjunto nacional e pelo que consta quando fasano foi para lá impôs como condição contratual que que nenhum bar se estabelecesse no conjunto.

L2 : resultado.

L2 : aquela calçada imensa que está em vias de aparecer foi ocupada por bancos entende?

L2 : em são paulo a não ser em dois três pontinhos não consegue ter um barzinho com mesa.

L2 : eu saio todo dia do escritório lá da do quinta avenida e vou com dois ou três amigos.

L2 : todo dia a gente vai tomar alguma coisa num bar lá.

L2 : mas é um daqueles bares de lanche.

L1 : ah lanchonete sem nenhuma graça...

L2 : a lanchonete fica num cantinho porque não tem um bar.

L1 : é.

L2 : e tem uma calçada ampla ali e eu sempre cobro do português.

L2 : por que você não põe uma mesinha aí fora?

L1 : ah!

L2 : estamos providenciando.

L2 : aí o último dia ele me disse que que a administração do prédio não estava concordando.

L2 : com o bar.

L2 : então tem um uma sê...

L2 : eu acho que são obstáculos físicos do que um contato menos formal que existe na cidade.

L1 : são.

L1 : claro.

L1 : nem é dúvida se ( ).

L2 : e isso eu acho que a prefeitura podia contribuir muito.

L1 : é.

L2 : eu acho que incentivar fazer barzinho de calçada era para ser fundamental para alguém ter relacionamento que não seja relacionamento apressado e e de trabalho formal.

L1 : e e e mesmo...

L1 : interessante viu?

L1 : agora você chamou atenção.

L1 : para um problema eu também havia notado e e outras pessoas tinham chamado a atenção para o problema.

L1 : você não tem um local assim você não tem locais onde você possa encontrar pessoas.

L1 : então mesmo essas pessoas visitantes que eu tive que receber ou você os convida à casa...

L2 : que é o que se faz.

L2 : a gente (mora) muito mais em são paulo né?

L1 : é.

L1 : é.

L1 : ou você os convida à casa ou você não não não tem o um local que você possa realmente reunir um e conversar e bater um papo...

L2 : uhn.

L1 : se houvesse assim como você falou um barzinho com mesas na calçada e tal...

L1 : quer dizer já seria um local assim mais próximo mais adequado.

L2 : eu acho que é uma coisa que pode ser incentivada que...

L1 : mas não temos.

L1 : parques às vezes um parque tem aqueles quiosques então você chega bate um papo por exemplo.

L2 : agora a praça da república um fenômeno aqui em são paulo hein?

L2 : eu fico entusiasmado de ver que aquilo tem anos e é um acontecimento.

L1 : domingo de manhã ( )

L2 : com todos com todas a ( ) desvirtuamento que ter tido de encontrar vendendo gravura chinesa importadas e não artesanato mas de qualquer forma aquilo é um acontecimento então um ponto de encontro.

L1 : ah aquilo é um espetáculo.

L1 : é

L1 : exatamente!

L2 : é.

L2 : realmente é uma coisa...

L1 : faltava tanto ponto de encontro que você querendo encontrar seus amigos você vai domingo à praça da república e você os encontra.

L2 : ( )

L2 : ( ) é gozado você vê gente tocando tocando e dançando capoeira vem baiana vendendo acarajé vem gente fazendo objeto artesanal uma hora a gente vê né é um negócio fabuloso que.

L1 : é impressionante!

L1 : ( )

L2 : negócio que a gente precisava ter e é uma coisa boa a prefeitura tem incentivado a prefeitura tem incentivado.

L2 : mas acho que falta muito isso em são paulo.

L2 : eh não é possível que que que que parece que não é a cidade não é porque o pessoal não quer.

L2 : acho que alguma coisa está dificultando e...

L1 : está dificultando.

L1 : é.

Doc1 : você não acha que o clima perturba?

L2 : não buenos aires tem um clima talvez pior que o daqui e tem a tal nove de julho cheinha de bares.

L2 : é claro que tudo fechadinho de toldos.

L1 : ( ) inverno na europa.

L2 : o pessoal vai lá no inverno (quer dizer) não tem problema nenhum.

L2 : ah paris está cheia de barzinho desse.

L1 : ( ) ((risos))

L2 : ( )

L1 : e em cada esquina!

L2 : é.

L1 : você entra toma um chocolate quente se tiver muito frio...

L2 : posso ( )?

L1 : fica à vontade.

L1 : toma um chocolate quente e...

L2 : paga pagava dois cruzeiros e cinquenta eu pagava por uma garrafinha de água mineral enfim achava um absurdo de caro mas me sentava para tomar.

L1 : em buenos aires ou em paris?

L2 : não isso em paris.

Doc1 : quanto tempo quiser também não é?

Doc1 : agora e né como é que vocês fazem assim eu não sei se vocês tem dê esse tipo de problema de comunicação com outra pessoa fora da cidade ou mesmo dentro da cidade quer dizer além quando vocês querem se comunicar com uma pessoa como é que vocês fazem?

Doc1 : quais são as torturas por que vocês passam?

L2 : eu telefono dá uma passadinha em casa e combina um dia ou para vir na casa dessa pessoa ou para vir com a gente ou para ir ao teatro ou eventualmente jantar em algum lugar é o que a gente faz.

L1 : infelizmente porque você estará restrito né a esses programas.

L2 : ( )

L2 : exato.

L2 : é muito difícil a gente encontrar alguém que não esperava que não marcou e sentar e bater um papo esticar qualquer programa não tem que ser programado.

L2 : porque não tem onde ficar.

L2 : não tem aonde fazer esse programa.

L2 : veja só como o aspecto físico é eu acho que é importante.

L2 : copacabana esquece de mar esquece praia.

L2 : todo mundo mora ali embolado.

L2 : aquele monte de gente sei lá quatrocentas mil pessoas que moram no mesmo lugar que passam pela mesma avenida que descem do seu apartamento e encontram ali embaixo tinturaria padaria um barzinho tudo que precisar ceto?

L2 : sujeito está andando pela rua encontra uma porção de amigos.

L2 : aquilo é um ponto de passagem obrigatória.

L2 : tem muito de província isso (mas agora tem) muito de de de de de cosmopolita também que permite aquele intercâmbio de ideias coisa que são paulo a gente não tem.

L1 : ( )

Doc1 : ((risos))

L2 : aqui a a gente não passa pelos mesmos lugares.

L2 : eu moro nessa cidade faz bem uns três ou quatro meses que eu não desço do carro no centro da cidade.

L2 : eu ( ) umas duas ou três vezes.

L2 : não desço.

L2 : eu vou de casa para avenida paulista da avenida paulista para casa dos cinemas da rua augusta da avenida paulista eu não vou ao centro da cidade!

L2 : eu não sei o que tem no centro da cidade.

L1 : não sabe?

L2 : praça de república eventualmente aos domingos.

L2 : quando acontece se tem alguém para levar...

L2 : tem de ir a gente num nunca se encontra nos mesmos lugares né?

L1 : uhum!

L1 : veja bem você ainda coloca um um o problema assim de encontrar os amigos ainda os amigos a gente pode convidar à casa e tal.

L1 : ou você ir à casa deles.

L2 : ( )

L1 : e quando são pessoas...

L1 : não e quando são pessoas que você não tem intimidade de convidar à casa que você precisa ter esse contato para os problemas que eu maiores que eu enfrentei com pessoas de fora quer dizer não era o o caso de intimidade para convidar todas as pessoas à minha casa todas as semanas.

L1 : não era o caso compreende?

L2 : ( )

L1 : então é um caso exatamente de se convidar um grupo um grupo da dessa universidade um grupo de outra universidade que dizer formar aquele grupo e bater um papo em algum lugar mostrar...

L1 : era a dificuldade.

L1 : mas a dificuldade.

L1 : e quando ocorria então ( ) por exemplo professores para determinadas aulas.

L1 : e traziam as esposas.

L1 : o que fazer com as esposas ((risos))?

L2 : bom não tem o que fazer ((risos)).

L1 : muitas vezes nós conseguimos assim companhia para as esposas.

L1 : muito bem.

L1 : eh o o onde iam ver a cidade iam visitar museus ver lojas eventualmente e tal.

L1 : mas e parar um instante para um papo alguma coisa quer dizer onde?

L1 : bom achei um lugar né?

L1 : achei.

L1 : bom ( ) você procura você acaba achando.

L1 : então hospedei as pessoas no são rafael.

L1 : antigo lorde que está todo reformado e que tem então (o canal) as pessoas lá...

L2 : então ( ).

L1 : não no próprio lorde.

L1 : o lorde tem assim não só o salão de refeições mas o salão de bate papo com a musiquinha tocando e que você pode perfeitamente aguardar ali enquanto depois você vai para um outro lugar ou jantar ou coisa que o vale.

L1 : mas foi assim a ideia porque nem nos hotéis você encontra isso.

L2 : é verdade.

L1 : foi a ideia que eles tiveram agora exatamente com a ideia de fazer um local dentro do próprio hotel exatamente porque são paulo não oferece.

L1 : então as pessoas às vezes tinham um encontro ahn de negócio coisa que vale não existe.

L1 : ou vai receber no próprio apartamento ou vai receber onde?

L1 : então eles montaram quer dizer além de restaurante restaurante você encontra aos montes né?

L2 : ( )

L1 : restaurante não é o problema.

L2 : não é o problema...

L1 : mas lugar assim como você falou.

L1 : então eles fizeram um salão salão de estar que inclusive tem tem música tem uma porção de coisas.

L1 : que dizer ah inclusive ultra agradável.

L2 : outro aspecto que eu acho significativo em são paulo e acho importante fico louco da vida quando vejo um ( ) fazendo comentários à respeito é a rua augusta.

L2 : porque a rua augusta é claro que é uma rua que vende que vende artigos finos para uma classe privilegiada et cetera uma rua de luxo mas eu acho que a rua augusta é aquilo que a cidade conseguiu formar através dos anos.

L2 : ela não é bonita...

L2 : a gente não pode dizer que ela é feia ela é interessante.

L2 : ela é um fenômeno ao meu ver.

L2 : fenômeno que uma cidade de seis milhões de pessoas conseguiu construir.

L2 : então eu fico furioso quando vejo alguém pensar em termos de trânsito na rua augusta.

L2 : a augusta tem que ser preservada ao meu ver.

L2 : porque ela é realmente um ponto de encontro também.

L1 : é um ponto de encontro.

L2 : ( ) a toda população mas ela se estende a uma boa parte da população e que não tem o que fazer.

L1 : ( )

L2 : então eu fico furioso da mesma forma que diretor de trânsito queria por pontos de ônibus na praça dom josé gaspar.

L2 : ia acabar com a praça

L2 : entende?

L2 : ia democratizar mas não é uma forma democratizar quer dizer destruindo não é uma forma de fazer está certo?

L2 : então a rua augusta eu acho que é uma outra coisa que que existe de certa forma que a cidade conseguiu construir com muito sacrifício e que vale a pena preservar.

L2 : talvez melhorar de alguma forma mas sem perder aquele caráter ( ) que é um caráter interessante realmente...

L1 : e interessante é realmente um fenômeno.

L2 : ( ) estilo.

L2 : sábado de manhã na augusta é uma beleza.

L1 : uma beleza!

L2 : todos os tipos que desciam pela rua a maneira de de vestir...

L1 : ( )

L2 : é uma uma alegria uma festa.

L2 : é um a cidade precisa ter isso.

L2 : você não pode desprezar um negócio por causa que tem que ser mão dupla.

L2 : inclusive para estacionar né a rua augusta tem que ser exceção ao meu ver entende?

L2 : não não dá para encarar essas coisas tão friamente.

L1 : quer dizer que tecnicamente a solução seria mão única ali.

L2 : não eu acho que...

L1 : quer estacionar...

L1 : ou aquela (amarela) mesmo.

L2 : (não sei).

L2 : eu acho que aquela amarela dá na mesma.

L1 : desce carro sobe carro...

L2 : passar na rua augusta (queria passar) na rua augusta puxa vida!

L2 : a gente dizia quem tem carro pode (virar a rua augusta) sem preocupação.

L1 : devia virar ônibus então.

L2 : não não!

L1 : você diz a o aspecto urbanístico?

L2 : ônibus também ônibus é a forma de quem não tem carro poder chegar à rua augusta.

L2 : não

L2 : eu digo que (aquela) bagunça é a rua augusta.

L1 : deixava aberta.

L1 : é.

L2 : não tem jeito.

L1 : a bagunça da rua augusta.

L2 : não não porque tecnicamente ela não tinha nenhuma condições de ser uma rua de comércio né?

L1 : e de repente deu.

L1 : uma rua de comércio.

L2 : disse que durante a guerra que disse que que...

L2 : bom era para começar uma das poças ruas que ligavam os bairros granfinos ao centro da cidade né?

L2 : todas as outras acompanham são todas interrompidas.

L2 : a rua augusta era a única.

L2 : então isso é fundamental para o comércio.

L2 : agora como é que ela virou uma rua de de comércio tão sofisticada?

L2 : inclusive de caráter metropolitano eu acho que já não é mais só de quem mora ali no bairro...

L2 : eh eu sei lá por que.

L1 : ((risos))

L2 : vou juntando vou juntando vou criando mas enfim...

L1 : é (foi isso).

L2 : a rua augusta deu música por exemplo.

L2 : eu acho importante isso.

L1 : é importante.

L2 : acho importantíssimo.

L2 : foi uma música só ou duas talvez.

L2 : tem o gato da rua augusta tem a musica do do roberto carlos sabe descendo a rua augusta a cento e vinte por hora mas é importante isso.

L1 : ((risos))

L2 : fundamental que dê alguma coisa entende?

L2 : não pode ficar uma cidade assim tão morta como a nossa.

Doc1 : e quando vocês querem assim falar com ahn se comunicar com uma pessoa que esteja fora de são paulo como é como é que vocês sofrem?

L2 : fora de são paulo?

Doc1 : é?

Doc1 : que vocês costumam fazer?

L2 : uai ((risos)) não estou sabendo não.

L2 : bom procuro se tiver telefone telefonar mas se não tiver telefone não sei.

Doc1 : você escreve ou não?

L2 : ah não eu não escrevo.

L2 : eu raramente escrevo.

L2 : eu nunca tive família morando fora de são paulo eu nunca tive problema então eu não tenho o hábito de escrever...

Doc1 : você escreve sirlei?

L1 : não.

L1 : não escrevo.

L1 : dificilmente!

L2 : essas pessoas que viajam para o exterior amigos que estão fora né eventualmente mas é muito raro muito.

L1 : mas...

L1 : é.

L1 : mas não é assim um hábito.

L1 : eu não tenho hábito também.

Doc1 : por que que vocês acham que de uma maneira geral nê nenhum de nós tem hábito de escrever carta hein?

L1 : eu acho que depende dos contatos que se tem também né?

L2 : eu tenho amigos que...

L1 : não!

L1 : quando se tem por exemplo uma pessoa fora né então naturalmente a pessoa vai mandar correspondência você vai enviar correspondência.

L2 : exato.

L1 : quando a gente está fora eu me lembro todas as vezes que eu fiquei fora eu escrevia todos os dias.

L2 : ( )

L1 : porque então você eh eh o eh o os seus pontos de referência eh os amigos os seus parentes as pessoas que você quer bem quer dizer todos os de referência sentimentais estavam aqui.

L1 : então daí sim você tem aquela necessidade de se comunicar.

L1 : então daí você escreve bastante.

L1 : porque não há possibilidade de você telefonemas assim internacionais a todo instante né?

L1 : o preço de de telefonemas e tudo isso.

L1 : mas quando ah ah se está aqui e todas as pessoas estão por perto então a não ser assim ocasionalmente você tem ou parentes que estejam fora mas fora...

L1 : mas fora isso (quer dizer)...

L2 : eu nunca eu nunca tive o hábito de escrever.

L2 : eu tinha amigos que tinham família fora família no interior estava estudando em são paulo então eles escreviam normalmente uma ou duas vezes por semana.

L2 : eu nunca tive família fora de modo que não não tenho o hábito de escrever não.

L2 : para mim o correio é um dos últimos recursos com que eu conto.

L2 : só no caso de viagem.

L1 : exato!

L2 : se você vai mandar um cartão postal mandar uma cartinha...

L1 : ( )

L1 : exato.

L1 : então quando você está fora você não escreve?

L2 : sim (escrevo).

L1 : é uma necessidade sentimental.

L2 : exato.

L1 : porque as suas pessoas estão aqui.

L2 : então mas você sabe que por exemplo na europa em londres por exemplo o pessoal manda cartinha um bairro para o outro.

L2 : isso é gozado.

L2 : é claro eles têm um de correio tão eficiente que eles criaram já o hábito.

L1 : bom.

L2 : a gente não.

L2 : isso o correio é um negócio tão difícil.

L1 : ( ) tão desacreditada!

L2 : comprar selo achar uma caixa postal...

L1 : ih é muito complicado ((risos)).

L2 : (não dá né).

L1 : não dá ((risos)).

L1 : é muito complicado.

L1 : mesmo aqui na escola profissionalmente nós usamos portador!

L1 : você não tem as garantias que realmente as pessoas recê recebam a correspondência que você envie.

L2 : exatamente.

L1 : então se usa o sistema de portador.

L1 : eu tenho gente para serviço externo.

L1 : vou entregar em mãos.

L1 : porque você...

Doc1 : numa necessidade assim numa emergência além do telefone uma comunicação imediata vocês usam algum outro recurso?

L2 : não tem nesse tipo de caso telegrama por exemplo eu já tive oportunidade de mandar telegrama e chegar muito antes mas também em caso de viagem.

L1 : tem.

L2 : não sei.

L2 : por exemplo por razões de serviço de vez em quando a gente manda telex.

L2 : para para outros estados ou para fora do país mas assim para assuntos profissionais pessoalmente eu não mando telex...

L1 : ou você usa radiogravador né?

Doc1 : (não essa daqui)

L2 : não eu tenho amigos que têm paixão por isso.

L2 : eu não.

L2 : não tenho nem paciência ((risos)).

L1 : mas eh nunca precisou mandar mensagem ( )...

L2 : já mandei sim.

L2 : mandei para o chile para o meu cunhado porque eu achava que radiogravador ia ficar mais barato é claro que ficou de graça porque eu tenho um casal de cunhados que estão no chile há uns dois anos.

L2 : ( ) fui procur um senhor radioamador foi muito interessante porque nós não o conhecíamos e e um conhecido da gente conhecia essa pessoa então apresentou então nós fomos lá que.

L2 : ele morava ali na ali perto da avenida paulista entramos na casa dele ele estava vendo televisão nove horas da noite domingo vendo televisão com a mulher aí subimos num quartinho lá em cima ele perdeu umas duas horas conosco até conseguir conexão com o chile.

L2 : achei muito um negócio muito muito mais fácil telefonar e pagar a conta do telefone depois ((risos)).

L1 : engraçá...

L1 : ((risos))

L2 : mas acho que usei eu usei essa vez usei uma outra vez que é um amigo desse meu cunhado que estava no chile anteriormente.

L2 : então fomos mas só.

L1 : mas é engraçado.

L1 : você falou o problema de se escrever cartas.

L1 : eu tenho uma prima que mudou-se para porto alegre.

L1 : então o sistema de comunicação era através de cartas porque ela não tinha telefone em casa.

L1 : e agora ela tem telefone e o sistema dê dê dê.

L2 : dê dê dê.

L1 : discagem direta.

L1 : então é uma das formas mais fáceis quer dizer você se comunica muito mais rapidamente.

L1 : com porto alegre através do dê dê dê do que em são paulo através de um telefonema comum.

L2 : como sempre.

L1 : ou se você for ligar de uma cidade interior ter que usar interurbano deus me livre.

L1 : eu acho que o dê dê dê resolveu mil problemas ( ) são paulo guarujá especialmente ((risos)) ou uma dessas ( ).

L2 : resolveu sim ((risos)).

L2 : ( ) falamos de cinema teatro ( )...

L1 : são paulo porto alegre.

Doc1 : ( ) eu queria que você me falasse...

Doc1 : eu acho que ( ) tem um outro jeito de mandar correspondência.

Doc1 : não tem assim?

Doc1 : para o rio como é que...

L2 : malote.

L2 : costumo mandar por malote ((risos)).

L1 : ((risos))

Doc1 : como é que é essa história de malote?

Doc1 : conta ( ).

L2 : olha eu não sei eu tenho a impressão de que de que depois de um certo tempo começaram a surgir surgir assim tal escala necessidade de mandar documentação de um lugar para outro que algum alguém apareceu muito vivaldino e e montou uma empresa que todo dia uma certa hora ou algumas vezes por dia não sei quantas junta toda essa corrês centraliza correspondência leva num avião e transporta depois distribui né?

L1 : ((risos))

L2 : e a ( ) usa muito isso.

L2 : acho que todas as empresas.

L1 : malote aéreo que chama?

L2 : malote aéreo.

L2 : é eu acho que não passa disso.

L2 : é uma empresa que justamente consegue captar todo esse tipo de documentação que se precisa mandar por exemplo geralmente documentos coisas escritas que você não pode que não que não pode comunicar por telefone ou por telex...

L1 : tenha uma certa urgência.

L2 : uma certa urgência às vezes de imediata.

L1 : ( )

L2 : então essa essa essa empresa recolhe isso tudo põe num malote daí o nome uma sacolinha de lona isso vai para o avião e lá no na na na cidade seguinte eles tem um centrinho de distribuição também.

L1 : e é bem mais rápido do que o correio?

L2 : ah bem mais rápido a gente manda por exemplo alguma coisa hoje sabe que amanhã cedo está no rio por exemplo com toda a tranquilidade.

L1 : que beleza!

L2 : bom além disso que que mais entra (em processo) ( ).

Doc1 : bom vocês vocês estão ótimos sabe?

Doc1 : eu acho que é vocês me prestaram um serviço que vocês nem podem imaginar.

L2 : ((risos))

Doc1 : ô maravilha!

Doc1 : diz aí ((risos))

L1 : o programa era malote telex dê dê dê ((risos))...

Doc1 : ah foi ótimo!

L1 : tinha que botar isso na (conversa).

Doc1 : ( )