SPEAKER 0: <ô, Alô. Bom, o assunto de hoje é avaliação e aprendizagem. Éh, o problema da avaliação em psicologia da educação. Nós temos sempre aqui chamada a atenção de vocês para o problema dos objetivos em educação. Nesse assunto, mais do que em qualquer outro assunto, o problema dos objetivos se torna mais cruciante. Ãhn... A maneira de dar essa aula varia, variou conforme a época. Uns anos atrás eu não teria problema de como dar essa aula, avaliação e aprendizagem. Em geral, o professor chegava e procurava, de certa forma, mostrar para vocês a diferença existente entre provas subjetivas e provas obje> Hoje em dia nós sabemos que, eu chamei a atenção de vocês no comecinho do curso, que psicologia da educação não é apenas psicologia geral aplicada à educação. É uma matéria que tem seu corpo próprio, inclusive ela tem certas preocupações que a psicologia da educação não precisa ter. Nós vimos que a psicologia da educação, éh, está, de certa forma, ligada à filosofia da educaçã> Ela pode ser ciência independente, mas o que se fizer em psicologia da educação está relacionado intimamente com o que nos o que nos tem a dizer a filosofia da edu> Eu, sabendo o que eu quero do meu aluno, eu posso definir quando o aluno chegou a a fazer ou executar aquilo que eu desejaria que ele fizesse. Se eu não conseguir dizer o que eu quero do meu aluno, dificilmente eu terei condições de saber se ele chegou ou não àquilo que eu desejaria que ele realizasse ou repetisse ou dissesse ou, éh, mudasse de atitude e assim por diante. Os três artigos que vocês leram para a aula de hoje, de certa forma, ééh, preparam vocês para a complexidade do assunto. Em geral, ao falar em avaliação, como eu disse, nós tínhamos a impressão de que se tratava apenas de decidir entre uma prova de dissertaçã> uma prova de perguntas ou um teste objetivo. Na realidade é bem mais que isso. Nós precisamos saber o que nós queremos do aluno, para que e de que forma, e precisamos também saber quando a gente pode aceitar a execução do aluno, uma mudança de comportamento, uma mudança de atividade, como índice daquilo que a gente desejaria. ### Antes de começar a falar em avaliação de aprendizagem, nós vamos lembrar mais uma vez a importância do professor ter definido, ao iniciar o seu curso, quais sejam os seus objetivos, quer dizer, quais são os objetivos do meu ensino, das minhas aulas e de, em geral, do meu programa. Levando tudo isso em consideração e mantendo constante essa lembrança que o objetivo precisa estar, ser colocado desde o início, estar sempre presente na atividade do professor, nós vamos ver quais seriam os métodos de avaliação. O método mais comum que tem sido empregado até hoje seria uma avaliação contra um programa. O professor definiria um programa ou definiria uma certa quantidade de matéria, como vocês chamam, e depois ele veria se o aluno conseguiu lembrar, memorizar aquela quanti> Mesmo o professor não procurando, ãh, apenas memorização, às vezes ele se contenta em verificar em valor absoluto se o aluno é capaz ou não de devolver ou de elaborar aquilo que lhe foi dado. Então seria uma avaliação em valor absoluto contra um programa pré-estabelecido ou quan contra uma certa quantidade de matéria. Esse método tem certas desvantagens. Em primeiro lugar, o professor, em geral, não toma o devido cuidado, ao elaborar as questões, de pensar os objetivos do curso. Ele dá uma certa quantidade de matéria e ele, na melhor das hipóteses, ele procura estabelecer ou um questionário, ou uma dissertação ou um teste baseado naquela quantidade de matéria. Agora, a formulação das perguntas não obedece a um critério mais rigoroso de contraposição a objetivos. ( )> Ela é feita, ãh, às vezes determinada pela própria natureza da matéria, às vezes determina( ) pelo tamanho do assunto tratado e assim por diante. Quer dizer, esse tea> A esse tipo de prova, provavelmente vocês já estão bastante acostumados. O professor deu a matéria e selecionou dentro daquela matéria algumas questões que ele achou que cobririam a matéria ou que eram viáveis. Um método um pouco melhor que esse, ainda cobrindo a matéria, seria o professor fazer as mesmas questões diante da mesma matéria, mas ao elaborar cada questão, perguntando a si próprio o que essa ques questão mede e se o que a questão mede está dentro dos objetivos do meu curso. Por exemplo, eu defini que eu gostaria que os meus alunos pudessem na numa aula de história, localizar o Brasil na situação, no contexto geral do mundo da épo> Então eu quero dar um curso sobre éh descobrimento do Brasil com esse objetivo. Uma pergunta que poderia ser feita, tendo em mente esse objetivo, seria diferente de uma pergunta feita não levando em consideração esse objetivo. Dentro da matéria de cada um de vocês, vocês poderiam, como treino, tentar elaborar, depois de dada uma certa matéria, algumas perguntas, como vocês fariam normalmente sem pensar nos objetivos, e depois tentar escrever uma série de objetivos e e fazer uma prova baseada com as o mesmo número de questões, abrangendo a mesma matéria, mas agora baseada nos objetivos que vocês propuseram. E depois tentar comparar as duas provas que vocês fizeram. Quando vocês forem dar aula, eu recomendaria, toda vez que fizessem ou elaborassem uma prova, tomar o cuidado para pensar nos objetivos. Chamo a atenção também para uma falha que os professores muito moços, recém-formados em geral, éh, costumam incorrer, que seria o seguinte, quer dizer, procurar dentro da matéria dada as perguntas mais capciosa> Em geral é comum o professor sem muita prática fazer isso. Quer dizer, ele procura dentro da matéria lecionada as perguntas nas quais os alunos provavelmente errarão. E é claro que uma prova desse tipo não atende aos a objetivos lícitos. Quer dize> Pode atender a uma necessidade de segurança do professor ou, ãh, uma necessidade que o professor tem de se impor diante da classe através de de notas baixas ou qualquer coisa desse estilo, mas certamente não atende a um ensino eficiente por objetivos. Vocês viram na taxonomia de Bloom, que vocês leram, alguns exemplos de questões tentando atender a diferentes objetivos, a diferentes classes de objetivos, quer no campo cognitivo e quer no campo afetivo, que é uma questão mais difícil um pouquinho, que nós vamos ver mais adiante. Ãh, até agora nós temos falado, e vamos continuar falando, apenas no campo cognitivo, que é onde nós temos maior prática, nós temos maior vivência provas, quer como alunos, quer como futuros professores. Em relação à classe, seria uma outra maneira de avaliar a ( )dizagem. Vocês provavelmente já devem ter tido essa experi( ). Alguns pro> Depois que ele leu todas as provas, aí ele começa a reler as provas e dar nota. Esse método é interessante porque, de certa forma, ele procura eliminar as falhas do professor. Se numa classe o professor não explicou bem a matéria, e a classe toda provavelmente não terá condições de ir bem naquela matéria. Mas se um certo uma certa porcentagem da classe conseguiu ir bem naquela matéria, Então é de se supor que todos os alunos em situação de igualdade também deveriam ter atingido aquele nível. Quando comparado em relação à classe e quando a nota já é dada comparativamente, para o professor que tem muitos alunos não se perder ao corrigir as provas e para se tornar mais fácil para ele o explicar para o aluno porque a sua nota às vezes não corresponde à expectativa do aluno, é conveniente que o professor faça uma espécie de esquema da prova de cada aluno. Isso pode parecer um pouco inviável para vocês por condições práti> O professor vai demorar muito para ler todas as provas e vai demorar mais ainda se ele for fazer um esquema da prova de cada aluno. Uma outra maneira de resolver o problema seria o seguinte, quer dizer, ãh, o professor faria uma prova ideal, aquilo que ele julga que os alunos deveriam ter feito, e faria um esquema dessa prova e tentaria, éh, comparar a prova de cada aluno com o seu esquema ideal. Nesse caso, parece que, éh, se torna um pouco mais prático, embora às vezes corra o risco de nenhum aluno chegar a atingir o ideal que o professor propôs. Nesse caso, então, uma outra maneira de fazer seria o seguinte, ãhn, escolher, a melh ao ler ao ler todas as provas a primeira vez, escolher duas ou três provas melhores e fazer esquema dessas pro> atribuir nota máxima a essas provas e depois comparar as outras provas e dar a nota proporcionalmente às provas ao aos esquemas das provas escolhidas. Às vezes acontece o aluno chegar ao professor numa prova de dissertação e dizer, professor, eu escrevi quatro páginas e não tive nenhum erro, não há nada marcado em vermelho porque eu tirei uma nota seis e não um dez. Vocês sabe> Bom, nós já conversamos que a gente não deve deixar passar muito tempo após a prova, mas às vezes um feriado ou qualquer outro imprevisto faz com que o professor guarde a prova durante certo tempo e numa classe de cinquenta, sessenta alunos, quando o aluno procura o professor numa prova de dissertação e pergunta por que eu tirei sete e não dez, se não tem nada errado, às vezes o professor se vê em dificuldade para explicar por quê, a não ser que ele releia a prova e releia mais duas ou três, até lembrar poque aquele aluno tirou sete e não dez. ### ### O aluno, em geral, não se contenta de saber se ele tirou s> seis, sete ou oito. Ele gostaria de saber o que representa aquele seis, aque> aquele sete aquele oito. Ainda que eu conte a vocês que a média para passar seja cinco, muitas vezes vocês não se sentem satisfeitos de saber que tiraram seis. Vocês sabem que passam, mas vocês gostariam de saber um pouco mais. Isto é, quanto tiraram os meus colegas? Éh Esta necessidade de conhecimento das notas dos colegas, de certa forma, localiza vocês diante da classe. Quer dizer, vocês têm uma noção se a prova foi difícil, se era possível tirar mais, se vocês falharam ou se vocês apenas fizeram uma prova normal de acordo com o padrão da classe. Nós costumamos, em estatística, usar três medidas principais para colocar o aluno em relação à classe. A> A média aritmética, de certa forma, ajuda o aluno a se localizar. O professor corrigiu as provas, chega, conta as notas de cada aluno e depois conta a média da classe. A> da classe tenha dado seis vírgula trinta e nove, ãh, quaren> A média será ci> E essa média daria uma ideia errônea sobre a colocação dos alunos na classe. O alu> Eu estou perto da da. da média. Na realidade, ele está, de certa forma, perto da média, mas ele não está> representando aluno nenhum, essa média não representa aluno nenhum na classe. Se> perguntam, bom, se a média tem esses inconvenientes há uma medida melhor que a média? Parece que sim, existe a mediana. A mediana é fácil de ser calculada. Ela, como o nome está dizendo, representa o valor do meio em uma dis> E, no caso das notas, a primeira tarefa do professor seria colocar as notas em ordem, crescente ou decrescente, indiferentemente. E vocês A primeira, o primeiro passo seria coletar as notas, segundo passo, colocá-las em ordem, terceiro passo, contar o total das notas, dividir esse total por dois e ver qual a nota que fica no meio da distribuição. Essa nota, de certa forma, representa o aluno do meio da classe. De forma que um aluno que tenha tirado uma nota maior que essa nota mediana, ele sabe que ele está melhor que a metade da classe. E o aluno que tirou uma nota menor que a nota mediana sabe que ele está pior que a metade da classe. É um processo muito prático, rápido e bastante eficiente para mostrar para os alunos qual a colocação dos alunos na classe. Vocês perguntam, professora, e por que não contar então de uma vez para a classe os resultados? E essa atitude vinha sendo tomada até poucos anos atrás. O professor, sem maiores preocupações, chegava e contava. Você tirou zero, você tirou três, voc a classe, o seu colega, o João, tirou dez. Hoje em dia, com o excesso de precaução contra, ãh, possíveis, ãh, falhas do professor em classe, em geral não tem. Não tem sido, ãh, costume mais contar notas de um aluno para o outro. Em geral, os pais, quando perguntam para o professor, o professor reluta, o orientador educacional também reluta em contar classificação de aluno. Isso porque torna para os alunos mais atrasados uma situação desagradável e para os mais adiantados também pode ter consequências pernicio> Esses testes foram feitos mais ou menos de forma paralela, isto é que, éh, os dois testes poderiam ser usados indiferentemente, às vezes eram sorteados, éh, de tão parecidos que eles eram. E> das hipóteses seria o problema do teto. E b> <ês que, éh, um aluno que tirou três numa prova, consegue facilmente na prova seguinte, tirar uma nota mais alta que três. aluno que tirou nove ou nove e meio, tirar dez na outra prova é muito mais difícil. É> <É um meio ponto, quando a gente está perto do máximo, do dez... é mais difícil de ser alcançado do que dois, três, quatro, cinco pontos quando o aluno está bem baixo na escala de notas. E se ele tirou zero, é fácil que ele tire qualquer outra nota, mas se ele tirou nove e meio, dificilmente ele tirará nove e meio outra vez ou dez. Como que é mais provável que os bons alunos realmente, numa situação de reteste, consigam um aproveitamento, uma diferença de aproveitamento maior que os alunos A outra hipótese, essa já nos é dada pelos estatísticos, nos diz o seguinte, que vários itens de um teste às vezes são acertados ou errados por questão de sorte. E> Bom, qualquer que seja a explicação, isso coloca o psicólogo da educação numa situação mais ou menos difícil. Se a f> formas, de certa forma, que fazendo-se gráficos do bom aluno e do mau aluno, gráficos individuais, o mau aluno teria no gráfico um reforço muito maior que o bom aluno. O bom aluno cresceria muito pouco e a sua atuação mudaria muito pouco de uma prova para outra, ao passo que o mau aluno teria um desenvolvimento muito mais () Essa solução, que à primeira vista pareceria ideal, isto é, comparação do aluno consigo próprio, depois de um certo exame, depois da leitura do artigo e das questões formuladas aqui, nós vamos ver que realmente não não se torna uma solução ideal. Então a gente pergunta, e o que que a gente faz então? Nós voltamos à comparação com objetivos. Se o professor colocou objetivos, ahn no início do ano e se o aluno atingiu aqueles objetivos, certamente, independentemente do resto da classe, do que tenha feito ao resto da classe, independentemente da sua situação no começo e no fim do ano, ele deveria ser um aluno aprovado. De forma que colocando os objetivos no começo do ano e e testando o aluno em relação a esses objetivos, nós não teríamos problemas, parece que nós não teríamos nem problemas éticos, nem problemas estatí> Os tipos de objetivos, conforme a taxonomia de Bloom, vocês estudaram a taxonomia de Bloom, podem ser, éh, divididos em três grupos. Os  Do, do grupo motor, do grupo afetivo e do grupo dos objetivos cognitivos. Em ge> ãh, resolver certos problemas do aluno e também suprir carência afetiva do lar e suprir, às vezes, até carência econômica do lar. A escola, de vez em quando, também oferece lanche escolar, oferece unifor>