SPEAKER 0: mesmo porque foi exatamente no no ano de mil novecentos e quarenta que começamos a circular no meio artístico de São Paulo. Então, inicialmente, eu queria lembrar aqui um fato curioso sobre essa posição das gerações frente ao movimento moder> é que a geração de vinte e dois, com toda a rebeldia deles, ofereceu alguns a alguns revolucionários metodizados, como foi o caso do Mário de Andrade. E> que não estava, de certo modo, vinculado diretamente àquilo que mais tarde formaria um um núcleo de interesses culturais, que seria a Universidade de São Paulo. Durante um concurso aqui na faculdade, quando eu era estudante, do Mário de Andrade, o do Oswald de Andrade, o doutor Afonso Arêmis, lembrou naquela ocasião, comparando o Oswald de Andrade ao Antônio Cândido, que o Antônio Cândido pertencia a àquilo que o Oswald chamava de geração de chatovoz. Isto é, aqueles que passaram por toda aquela metodologia da universidade. E> Redobra esse problema de chatovoz. Eu começarei pela bibliografi> Vou ler um comentário sobre a bibliografia da é> ### Mas eu vou apenas comentar aqui alguns livros. O primeiro livro seria do Paulo Mendes da Almeida, de Anita ao Museu onde ele aborda principalmente esse ( ). O o Paulo Mendes de Almeida foi um dos participantes da chamada Família Artística Paulista, que foi Família Artística Paulista um dos momentos mais significativos dessa década trinta a quarenta. Outro autor importante na época é o Sérgio Miller, que escreveu muito sobre os artistas desse período. e deixou no seu livro, principalmente pintores de pintura, tal da heresia, e o seu diário crítico, uma série de depoimentos vaias valiosos. Existe um trabalho pequeno, pequena história das artes plásticas no Brasil, de Carlos Rubens, que informa alguma coisa. O o o o trabalho, tem casa publicadora do Menotti del Picchia, sobre a Revolução Paulista de São Paulo. ### ### Alguns livros do Pietro Maria Bardi, Arte no Brasil, Lázar Segal, e esse último, Perfis da Nova Arte Brasileira. Tem também um livro com uma coletânea de de artigos chamado São Paulo, Terra e Povo, da Livraria do Globo. Tem o Dicionário de Artes Plásticas no Brasil, do Roberto Pontual. Tem o trabalho de Zé Valadares sobre estudo de arte brasileira. O o trabalho de Lourival Gomes Machado, sobre o retrato da arte moderna em São Paulo. O trabalho de Luiz Martins, que também militou na crítica da época, sobre os pintores de São Paulo. O livro o livro do professor Fernando de Azevedo, sobre cultura brasileira. Roger Bastille, Brasil Terra de Contrato. Estudioso americano Richard North, sobre a formação histórica de São Paulo. e uma revista de capa de alumínio de manuseio muito perigoso chamado Rasmus de Autoria do Flávio de Carvalho. Revista Salão do Mar. Flávio de Carvalho vai dar o depoimento hoje à tarde e eu não vou entrar muito na área do Flávio de Carvalho porque toda vez que eu me meti com o Flávio de Carvalho sempre aconteceram coisas estranhíssimas, não é? Estranhei, que nas duas dela> Quer dizer sangue, es> ### E nesse trabalho que eu escrevi sobre a família artística paulista foi publicado no número dez, se não me engano, da revista aqui do Instituto de Estudos Brasileiros. E> do movimento moderno de vinte e dois, surgiu um interesse muito grande por um ca caricaturista da dos anos onze, mil novecentos e onze E na pesquisa em torno do Voltolino, nós descobrimos o seguinte, que esse Voltolino foi, junto com Oswald de Andrade e o Dolor de Brito, o fundador de um jornal muito irreverente, que surgiu aqui por volta de mil novecentos e oito, chamado O Pirralha. E Oswald de Andrade era um simples estudante da faculdade de Direito. O ( ) era bem mais ve> tinha uma caricatura muito cáustica, e eles ali realizaram esse jornal durante vários anos. Começaram modestamente, foi com o dinheiro do primeiro número que eles conseguiram fazer o segundo número, e o sucesso do jornal foi muito grande. Ao ponto de Rui Barbosa, na época da campanha civilista, fazer uma visita aos jovens. Porque o jornal não perdoava o Marechal Hermes e ninguém mais. Era bastante audacioso. E> me levaram a ideia de que esse negócio dessa semana de vinte e dois não foi tão somente o resu u uma festa, tá ouvindo, de jovens ãh que momentaneamente resolveram sacudir a vida cultural de São Paulo. E> ### vamos dizer assim, de de vinculação popular. Mesmo porque muitos dos elementos de vinte e dois né eram jornalistas e estavam transitando em todas as camadas sociais. De forma que é> ### para outras camadas da população. E> entre o que tinha acontecido em vinte e dois e o que é vai acontecer depois de trinta. Há um aspecto do problema, em mil novecentos e trinta, que vem à tona com uma certa evidência, especialmente em São Paulo, e eu diria com alguns movimentos interessantes, como a Família Artística Paulista, o sindicato dos artistas plásticos, e outras coisas desse tipo. O> trinta. Eu encontrei lá um discurso do Martim Francisco, de mil oitocentos e setenta e quatro, éh e eu pensei até começar a minha palestra hoje com o discurso do Martim Francisco. Mas isso poderia criar uma situação embaraçosa. não é> ### E a coisa é mais ou menos o seguinte, o discurso dele. salve> <( ) a e acrescentava. Aí a par de uma instituição que que, dia por dia, amplia suas conquistas, a indústria prospera, a sorte do operariado melhora e a riqueza pública> E daí aparece, em mil oitocentos e setenta e dois, o liceu, como uma decorrência da sociedade propagadora, com a finalidade de ministrar gratuitamente ao povo os conhecimentos necessários às artes e ofícios, ao comércio, e à lavoura, às indústrias. ( ) Isso assinala um momento significativo para a compreensão desse período que hoje nós estudamos. Queremos, portanto, retomar esse forte trabalho já adiantado por Mário de Andrade, quando estudou a família> artística paulista. ( )> Ao meu ver, diz Mário, o que caracteriza esse grupo, é o seu proletarismo. Isto lhe determina a psicologia coletiva e, consequentemente, a sua expressão. Na descrição dos valores significativos da família, eu distingo dois elementos principais. Os assuntos e uma consciência artesanal, levando a uma técnica interativa e até dogmá> A pintura foi para esses expressivos filhos de operários, uma aspiração de subir. Su> ### ### A realidade é que Clóvis Graciano descobriu a volúpia trágica do balã bailad> A realidade é que ele insiste nos temas sociais de combate, denunciando os defeitos da sociedade atual. Tu> Ele é o mais harmoniosamente consciente dos pintores da escola de São Paulo. E mais adiante, para tentar a individualidade do artista. Clóv> nem do espectador, nem mesmo dos que lhe escutam e vêem. Clóvis Graciano é um aprendizado sem mestre, mais e mais adian> A arte de Clóvis Graciano representa bem um aperto bem agudo deste problema tão dramático e mesmo trágico nos tempos que correm. A arte dele não é nenhuma adesão leviana, tantas vezes inconsequen> menos questão de convicção do que de moda, ao lema da arte social. Intercalamos outras observações de Mário de Andrade, apenas para retomar o sentido da sua tese quando diz: "eu creio que não será possível desistirmos das conquistas do século dezenove, principalmente do in individualismo expressional do artista, assim como jamais nos será possível não contar com a Grécia Antiga ou> E depois ainda para, precisar melhor essas noções, ele diz que o Clóvis sabe que a arte tem de ser vista, isso ele infelizmente está com a causa à força. Porém, ele não se esquece da complexidade do fenômeno artístico. Não se diverta das conquistas estéticas do século passado, nem da liberdade expansiva do individualismo. E, ao tratar do problema do nu> Ele mostra o seguinte, gente violenta em sua sexuação, mas gente de rua, gente coletiva, gente urbana. Ou ainda, o que as suas figuras femininas vivem com todo o seu sexualismo, não é o gozo do sexo, mas a fatalidade. Da mesma forma, os operários dos seus desenhos não fazem com isso. Mais do que isso, ele expõe uma experiência vivida na organi> Outros artistas e o próprio acontecimento da família Paulista foram assim tratados por Mário de Andrade. A>   vinha daquilo que nós chamamos pintor de livro, pintor de parede, o caso do Volpi, é o caso do Bonadeiro, era o caso do Janini, né? E> Vamos ver um pouco esse tema. Se por um lado, passar de pintor de livra, pintor de casa, pode corresponder a um enobrecimento, por outro lado, se verifica a depuração do ofício em íntima relação com a matemática dado ali. Pois o próprio Mário notou que esses pintores da família artística ( )> Quando pintam a natureza morta, não é a temática da fome e pura e simplesmente na sua brutrali brutalidade, mas sim refinamentos com frutas nobres, pêras, maçãs e uvas que mais condizem, contém em vencer as carências do dobro. E nas paisagens notou a predileção pelas casinhas e chacrinhas suburbanas, a pequena propriedade de injustificadas aspiraçõe> compreendiam o mundo que o cercava como resultado de com penosas conquistas de trabalho. Procuravam avançar com os recursos que dispunham, ( ) a partir desse universo circundante. Propunham, a partir desse universo circudante, revalorizaram com os meios técnicos e sujetivos da pintura. o aulo mendes de almeida nesse livro de () museu Ele diz que o que essa família artística paulista tinha um problema de... não muito moderno. Eu não concordo com com o Paulo nesse sentido. Eu vou, mais ou menos, lembrar o que eu escrevi compara as considerações () e ele diz assim aqueles que conviveram mais de perto também se definem pela admiração a () e por isso eu não escapara às considerações do () geraldo ferraz que chamou o fenômeno de () artístico paulista ga ãh e um amor de () SPEAKER 2: e o o paulo mendes que cita SPEAKER 0: Acha que o pessoal tinha apenas a a preocupação pelo metiê Mas, na realidade, se nós achamos que o problema da da modernidade é um problema vinculado na situação, as considerações feitas pelo Mário De Andrade nessa tese incluem, não é? eh, esse avanço no processo geral da cultura eh brasileira não é, com o acréscimo desses elementos. Vejam aqui, diríamos que a figura de Potinari pode ser considerada, ainda que simbolicamente, como ápice desse processo, cujos momentos significativos começam a se delinear nos primeiros anos da República. É que a ide a ideia da vinda de prol operários qualificados, imigrantes que foram chamados a lecionar no liceu de artes e ofícios, constituiu um ponto de apoio para afa afirmar mais tarde aquilo que o Mário chamou um certo tradicionalismo agarrado. Porque eh esse pessoal da família era extremamente minucioso e escrupuloso com a manipulação dos materiais, das técnicas. E eu me lembro mesmo, ahn ainda por volta de mil novecentos e quarenta, quando a gente queria fazer alguma coisa de pintura, não tinha escola () não tinha nada tinha museu A gente tinha que encontrar o os artistas da família artística paulista num num bar que tinha na avenida, na rua São Bento, esquina com a Já o Clube dos Artistas é começo por volta de trinta e dois. O> Pintores, para citar alguns, no primeiro, o próprio Flávio, Lívio Abramo, Dino Bruno, Valdemar da Costa, Guignard, De Fiori, Cícero Dias, () de Ferreira, (), Gomide, Elisabeth Nobre, Portinari, Nélson Nóbrega, Carlos Prado. No segundo, Yolanda Mohalyi, taí uhn foi aluna de Segall. Brecheret, () foi aluno de Segall Lívio Abramo, que fez uma belíssima edição recentemente no Museu de Arte Moderna. Lu> querque> Arnaldo Barbosa, que seria depois da semana. A> Nelson Nóbrega, por exemplo, que apresentava quadros éh de temática muito estranha. Por exemplo, ao lado de um quadro dele que era Lady Godiva, existia outro que era O Caminho da Mas eh com a presença ao lado dessa Olga Mary, com Sexe Faible, não é, e os quadros de Tarsila va éh segunda classe etcetera e tal, os senhores vão compreender que, embora de uma maneira aparentemente crítica, né, esses contrastes e começam a vir à  tona. Aliás, o outros artistas que eu poderia citar, do, que aparecem no salão, estã> Alfredo Volpi, Eliseu Visconti, imaginem vocês, Domingos Toledo Piza, Orlando (). Começa a aparecer os primeiros japoneses ou () o Sérgio Tanaka e (). Esse pessoal vai aparecer depois no Sindicato dos Artistas Plásticos. É> <É outra leva. E homens e imigrantes de deram uma contribuição muito grande para a economia brasileira. An> Helios Seelinger, Humberto Rosa, Jacinto Figueira, Roberto de Freitas, (), Hugo Adami, Edson Motta do Patrimônio, Rebolo, (), Anita Malfatti, Rafael Galvez, Figueira, (), etcetera. A> E no terceiro salão, Aldo Bonadei, Armando Barbosa e Nelson () já foram premiados. Rebolo acabou sendo premiado no quarto salão. D> E não havia briga, porque não havia primeiro prêmio, nem segundo, nem competição. Né? Então, era aquela cordialidade. A>
  • Num tinha museu quase, só tinha a Pinacoteca (). Né? Num tinha, você num tinha você Num tinha ah a sessão de arte da biblioteca, que depois o Sérgio () organizou. Num existi> não que houvesse, por parte dos intelectuais, eh, falta de receptivi> Servirá um certo coletivismo que houve ali né. Hum? Mas, apesar do esforço de se congregar gente, é interessante examinar alguma coisa sobre o (). Eu vou ler uma coisa aqui, que eu mesmo escrevi sobre o (). Fez um sucesso em São Paulo por volta de trinta e dois e trinta e quatro. Era uma sociedade de artistas modernos. Brotou durante uma série de reuniões na casa de Dona Olívia Guedes Penteado, () e Segal. Mas floresceu durante um baile na casa da bailarina Chinita Ullmann. Transformou-se mais tarde num verdadeiro país chamado (). Esta sociedade foi finalmente liquidada por uma autêntica tropa de choque, como dizia Oswald de Andrade, referindo-se ao movimento integralista. Mataram o SPAM porque foi o fal o falso pudor, julgou um perigo, um verdadeiro território livre, um Estado fora do Estado. Como os integralistas queriam um Estado dentro de um Estado, eles não se deram muito bem, o que aliás é muito natural. Acresce que o SPAM representava um estado de espírito e os integralistas usavam camisa verde. Um era a diversidade, outra era a uniformidade. Já que não estamos interessados na história política, hum, deixamos a uniformidade e passemos ao SPAM que foi um cantinho de liberdade da inteligência e da sensibilidade. S> E porque nasceu naturalmente é que nasceu sem pretensão. Nasceu e cresceu pelo entusiasmo que era a espontânea vitalidade daquele momento e daquela gente. Visto agora à distância de vinte anos ou mais, ãh, mostra que havia em São Paulo um grupo unido de artistas, gente que estudava, que pesquisava que era vigiada por uma criação crítica corajosa. SPAM criava ambiente, congregava pintores, músicos, literatos, arquitetos, jornalistas e reunia alguns amigos das ar> porque assim eram conhecidos os mecenas daquela época. Discretos mecenas que apreciavam o convívio com a arte, com os artistas, não exigiam recibos e não andavam a () benemerência como alguns me mecenas de hoje. Assim, Dona Olívia Guedes Penteado, António Alves Lima, o senador Freitas Valle, procuravam medir-se na mesma escala de valores em que os intelectuais, pela inteligência et ce> Entre os fundadores do SPAM está Olivia, Mário de Andrade, Segal, Paulo Mendes de Almeida, Paulo Rossi, Chinita Ullmann, () e outros. Festejou-se a fundação da sociedade com, como São Silvestre em Farrapos, uma festa estrepitosa que prolongou-se até seis horas da manhã. O SPAM realizou depois um uma série de concertos sob a direção do maestro Mignone e ainda, com o fito de arreca arrecadar fundos fundos, organizou um memorável baile de carnaval no dia dezesseis de fevereiro de trinta e três, no salão do () Depois das re, éh, atividades do (), no relatório, nós veremos ãh, que a, ãh a importante festa que foi o Carnaval na Cidade de de (), Tudo isso numa linguagem que era um misto de russo, alemão, português e brasileiro. Uma nova língua que Mário de Andrade procurava lhe ensinar. Montar a cidade fantástica. Cidade de (), né? Cidade fantástica, porque o problema da cidade é fundamental para a gente compreender esse fenômeno todo. Com praças públicas, cadeias, becos e monumentos. Era um ambiente bem expressionista. Carnaval na cidade de spam, diz o ami> com o circo de spam, hoje spam spaminonda, o presídio de spam, em cenas domésticas indiscretas reveladas por de Andrade, (), (), Anita Malfatti e outros. À meia-noite, na Praça Pública de spam de spam, policiada por uma () pelotão de grilos de spamistas, haverá soleníssimos cerimonial de recepção do príncipe do carnaval, o desfile de cortejo com música de Camargo Guarnieri, inauguração do monumento a spaminonda, hino de spam de autoria do mesmo Guarnieri, concurso de beleza, coroação de rainha, a clássica canção do trovador Bailado da (), hino spamtriótico, cantado pelo povo spamista, dança grotesca e baile popular. À meia-noite, em ponto, circulou o jornal A Vida de spam, que era dirigido por Mário de Andrade e Antônio da Alcântara Machado. uh, o jornal era absolutamente humorístico e pobre em publicidade. Apenas um anúncio. (), que erra na pronúncia, mas acerta no arquiteto. O programa dessa Elaborada por () Segal, anunciava ainda às seis horas da manhã, será servido graciosamente um café com leite aos sobreviventes. Só se falava em spam, spamito, spaminondas, spatrióta. Foi uma febre. É Era a simbologia de um mundo imaginário, mas profundamente real, com agudo espírito crítico. Havia um sistema monetário, onde o spamote valia dez spamins. E na cotação oficial, o spamote valia um mil réis. Veja que inclusive ajudou o, chama atenção quando se faz certas edições de bolsa, (), hipnose, cotações etcetera e tal, já não foge a percepção de um grupo de artistas intelectuais. A cidade spam tinha marinha, Ministério, Exército, Corpo Policial, Corpo Coral, donzelas respeitabilíssimas como o Corpo (). Naturalmente o baile foi um sucesso e re restaram () sobreviventes. Dominava em toda festa, alegria diferente, carnaval,() etecetera e tal Cada um pensava a sua fantasia com humor, inteligência e orgulho E levava mesmo dias e dias a preparando para a festa. Aliás, esse programa da festa, que uh que que nós sabemos, é importantíssimo na vida da cidade, a fiesta. Né? No sentido do de ser () Como é que a escola de Mangueira consegue pôr no meio daquele burburinho do Rio de Janeiro, fantasiadas à hora certa, um certo número de pessoas na rua, né? E dança, é uma coisa importantíssima isso dentro do programa da vida urbana, da vida civil, né? E e os artistas, naquela época, levavam muito a sério a esse negócio de festa. O próprio Fábio Carvalho, que virá hoje à tarde aqui, numa dessas festas mais tarde no Clube dos Artistas, ele marcou hora para chegar na festa. Meia noite em ponto Né? Chegou de casaco, de cartola, sapato de verniz preto, meia de seda preta e um maiô daqueles antigos de mil e novecentos. (risos) Mas o Bonadei ficava meses elaborando ah ah a fantasia dele. E havia uma coisa muito incrível. Eu não () Durante a festa eh era só participar daquele aquele processo todo da fantasia, etecétera O spam tinha já esse gérmen, né () O Mário dizia: "o que realmente faz falta em nossa pintura spamista são criadores da ordem social". É uma falha sensível essa ausên essa ausência de arte social entre nós, a não ser que empreendamos, como tal, o diletantismo estético caracterizadamente burguês () Esperamos que em exposições futuras o ecletismo natural de spam apareça completado com pintores que se resolvam tomar a posição qualificada, não apenas diante da natureza, mas da vida também. Por aí se tem uma ideia como as coisas caminhavam e como as coisas caminham. Num é? A exposição ah apresentava, uma exposição do spam, além dos pintores trabalhos de (), do período metafísico, Picasso, ### spam chegou a ter uma sede magnífica, com sala de conferências e concerto, bar, ateliê, biblioteca. Promoveu uma série de palestras com os temas mais variados sobre as relações da arte na Idade Média com a arte moderna, a () do escritor () Até a conferência do Procópio Ferreira com (), os spamistas gostavam de festas, por isso organizaram outro baile estranho, o cá dáblio i, durante o qual, o convívio é () a carta da melhor definição dessas palavras. No programa existia um item assim. Também o pintor Paulo Rossi prontificou-se a executar o retrato a óleo de umas senhoras presentes escolhidas por sorteio. Mais tarde, na própria sede do spam, que era na Casa da República, inaugurou-se a segunda Exposição de Arte Moderna, com obras de artistas do Rio de Janeiro, onde estavam Portinari, Di Cavalcanti, (), (), (), () e () Finalmente o... ele promoveu um baile chamado Expedição às Matas Virgens da spamolândia. O Segal, que era a alma de tudo aquilo, como dizia uh o Rossi, Ele sempre excitadíssimo, comandando o grupo dos artistas, pegou um ringue de patinação na velha rua Martins Prado, caindo em pedaços e transformou numa bárbara selva com animais pré-históricos. vão ver as reproduções. A> >te tem o salão de Dona Olívia, que que era uma senhora ligada a fazendeiros etecertea que acolhia todo esse pessoal. Mas ela era muito amiga da Tarsila. Né? Isso a Tarsila me contou. E Oswald viveu com a Tarsila, depois ele casou com a Pagu, Patrícia Galvão. E um dia ele aparece na casa de Dona Olimpia, as distintas (), a festa lá, com a Pagu. E a Tarsila achou que aquilo ia ferir ah ah Dona Olívia achou que aquilo ia ferir a Tarsila. Tarsila insensível, estava muito ostensiva à presença do... Mandou dizer para Oswald que voltasse. Oswald ficou uma fera. E começou a reclamar de Dona Olívia, porque uh o pessoal lá da dos familiares de Dona Olívia andavam frequentando os integralistas e tal. O Plínio Salgado que vinha do movimento moderna, e depois se meteu em estudos políticos, e deste estudo político começou a assumir aquelas posições dele, né? Também frequentava Dona Olívia... Dona Olívia era respeitabilíssima, uma senhora... Todo mundo se portava diante de Dona Olívia. Na verdade do Jornal, o Flávio de Carvalho que me contou essa história. Escreveu um artigo, Dona Azeitona. (risos) hum Foi um escândalo, né? Foi um escândalo, criada a confusão. De lá para cá, só briga. Acabou o escândalo, etcetera e tal, a interferência desses grupos. Ach> SPEAKER 1: SPEAKER 0: () E o Segal que dizia isso ### que dão esse () ### tem um catálogo, com uma série de informações interessantes, inclusive com a afirmação que o termo Família Artística Paulista já era conhecido. (tosse) Esse também é uma prática do cotidiano, do (), de acusar que há () âmbito do relacionamento interpessoal. Essas são as paisagens do retorno. Num é? Ele faz essa periferia de São Paulo, a pequena propriedade, como eles dizem, (), parece um retorno. ### ### () um tom sombrio, sendo () do pessoal da família. Ainda o Rebolo tem às vezes um a figura da monumentalidade do mundo. () no mural da velha lha () do italiano. O afresco, a renascença, () a admiração por tudo (), isso é o Di Cavalcanti. SPEAKER 1: O Di, que circulou no primeiro mundo, num é () SPEAKER 0: Aliás, ele veio para São Paulo, com uma caixa de () () esse período de mil novecentos e sessenta, onde a única nota, o único comentário () foi do Amadeu Amaral. caricatura ### Desde as páginas literárias, últimas páginas literárias, () Mas ele se interessa também, por isso que temos aqui em São Paulo, padronização Pintei um quadro () e gravei o clima daquelas reuniões aí na Casa do Mário de Andrade. Aqui no Instituto dos Estudos Brasileiros, os senhores têm uma coleção de pinturas ### ### ### ### ### ### ### () Ele tem mais uma vinculação com o impressionismo alemão. Lívio Abramo, que expôs recentemente no Museu de Arte Moderna () A gravura é todo um capítulo da história da arte pós guerra nesse período era () SPEAKER 1: ### SPEAKER 0: Esse é o Ismael (), só que o Ismael () está cortado. Ele é um pintor que o pessoal está falando () agora. e teria casado com uma... () Tem uma série de pequenos quadros que estão (), com essa coleção (), e hoje eles estão () SPEAKER 1: dessa visão sobre a vida. E>le é um homem SPEAKER 0: Nessa época, nós estamos vi Logo depois de quarenta () de São Paulo, não vendeu um quadro. SPEAKER 1: Não saiu uma nota no jor vou te dar um () ### ### u>ma dúvida ### SPEAKER 1: ### ### ### ### ### ### ### ### SPEAKER 0: () Antes de encerrar, eu queria dizer aos senhores o seguinte, em mil novecentos e quarenta e um, em mil novecentos e quarenta e um foi organizado esse salão de arte na feira da indústria, é um acerto muito significativo. Né? sob aqui o patrocínio do doutor robe