Inquérito SP_DID_313

SPEAKER 0: : E, dona Maria, a senhora pode poderia comentar alguma coisa sobre os jornais que a senhora lê?

SPEAKER 1: : Bem, o jornal que eu leio diariamente é a Folha de São Paulo. Eu sou assinante da Folha de São Paulo já há alguns anos e acho um jornal bom, de boa qualidade. Sendo que o melhor que nós temos, eu acredito que seja mesmo o Estado de São Paulo como sendo o melhor jornal do Brasil. Nível muito bom, ótimos editoriais. Eh... Assim, do ponto de vista eh liberal, é um jornal que oferece oportunidade para... Aliás, onde nós encontramos, assim, as opiniões mais livres, no campo da política principalmente.

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SPEAKER 1: : Eu inicio da primeira folha. Isso das primeiras fo da do na folha, eu vejo as primeiras ãh as notícias que talvez me ãh eh, dentro da minha área de interesse, me me captam em primeiro lugar a atenção, assim, as notícias internacionais, eh campo político brasileiro. Eh... E vou seguindo. E, geralmente, eu digiro o jornal inteiro. Inclusi ve, assuntos que também de de menos interesse, assim mais vamos dizer, mais fúteis, como, sei lá, até uma receita de bolo às vezes me cha me chama a atenção no jornal. Agora, o que eu não leio realmente, a não ser manchetes, é esporte. Mas eu acho que é bem colocado dentro da folha, etc. E, excepcionalmente, eu posso ler alguma notícia de de esporte, porque eu acho que a gente deve ser informado em todos os campos. Principalmente eu, que lido com juventude, porque dou aulas em faculdade, etc., eu acho que seria uma falha a gente ficar fora do contexto, porque esporte é importante, principalmente no no Brasil, que dão uma... Aliás, nesse campo, eu acho que poderia fazer uma exceção e dizer que no Brasil dão assim uma uma conotação muito importante ao esporte, principalmente ao futebol, deixando outros esportes eh que deveriam ser mais assim divulgados, mais eh entre a juventude, de

SPEAKER 0: : à parte. E () matéria () coluna. Uhum.

SPEAKER 1: : Coluna da Folha que eu acho... Olha, eh eu gostaria de eh... Porque tem umas colunas, assim, de atualidade política, que eu não sei os autores quais são, porque não vêm assinados. Mas uma dos que eu acho interessantíssima, notável, é do João (), em Notas Econômicas. Gosto muito da da também, isso em outro campo completamente diverso, ali as opiniões da Helena Silveira sobre tê eh tê vê, que é uma uma mulher extraordinária, com livros na literatura, e acho bastante interessante as crônicas dela. Uma uma ah é. Agora lembrei que eu leio a Folha todo dia. Uma Também uma uma parte que sempre me interessou são as notícias sociais do Tavares. mas com grandes restrições, é claro, dentro da futilidade que tudo isso envolve (risadas). ### Eu não sei se é porque... Ãh preferia não não mencionar (risada), por razões pessoais. Olha, eh eu acho que para mim Assim, de improviso se torna um pouquinho difícil, viu. Esteticamente. Eu acho a e eu Eu acho a Folha um jornal mais fácil de manuseio. Esteti (risada) e Assim quanto a aparência, não tem nada, acho que uma um e o outro, se equivalem. Única Uma das coisas que eu poderia dizer da da es assim, em questão de manuseio, eu acho que o Estadão deveria passar por uma reforma de edição, um jornal mais fácil de ser manuseado. No domingo, é um verdadeiro sacrifício o Estado de São Paulo. Talvez, eu não sei, dada a tecnologia, hoje em dia descobre tantas saídas para as coisas, mas eu acho que o Estadão é um jornal cansativo, do ponto de vista de da apresentação dele. E ele assusta um pouco. principalmente a classe que deveria se acostumar à imprensa, que é a classe jovem, ãh quando vê o Estadão, como ele é muito ãh parco em matéria ilustrativa, através de fotografias etc., isto isso assusta um pouco o jovem. Porque o jovem é muito chamado ao que ele vê e não ao que ele lê. Mas, quando tem imagem, ele às vezes procura, ele é atraído a ler o artigo. E o Estadão, nesse () nesse campo, eu acho um pouco pobre. A Folha supera um pouco, não há dúvida nenhuma. Mas eu acho que são dois jornais bastante corretos, bastante... ãh que nos representam muito bem, inclusive internacionalmente. Agora, ãh ãh ãh lhe digo que não há uma possibilidade de eu, assim, de improviso, ãh fazer uma avaliação de no campo de qual é o melhor e qual é o pior, porque me se torna difícil para mim dizer.

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SPEAKER 1: : O Estado. Não há dúvida nenhuma. Porque na Folha há muito f ãh... Desculpe usar um termo da gíria, mas há muito furo na Folha. Já encontrei muito furo (risada). Entende? (risada) Ai eu O Estado, não há dúvida nenhuma. Na Folha, uma coisa que eu poderia criticar, a mania que eles têm de colocar siglas, entende? E coisas assim eh... Às vezes eles são bastante descuidado na descuidados na nos cabeçalhos, entende? Seria interessante, se eu tivesse preparada para o assunto que nós estamos discorrendo, talvez eu tivesse trazido algum exemplo de de de falhas que na Folha têm me chamado a atenção e que eu não notei no Estado. Pelo menos, eu não leio tão assim cotidianamente o Estado, mas todas as vezes que eu leio, nunca percebi uma falha desse sentido que na Folha já nas Folhas já percebi. Talvez seja porque a Folha eu leio diariamente. Certo? A Folha tem o suplemento feminino. Tem a Folha Ilustrada, tem o suplemento feminino. É bastante interessante. Esse ano eles deram uma uma ênfase muito grande ao Ano Internacional da Mulher. Eh eu achei ba hum Não é mais aquele tipo de jornal feminino que só traz receitas de bordados. Precisa ter isso, mas não só isso como fo enfoque principal. Eu achei que dá bastante para aquelas mulheres que se restringem a ler o jornal feminino, é uma abertura bem eh bastante interessante.

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SPEAKER 1: : Já já Já li alguns exemplares, mas, assim, esporadicamente, O Pasquim achei alguma algumas coisas interessante. Mas não olha, no momento, assim eu não eu não eu não tenho assim dados ou elementos que me pudessem dar uma avaliação, entendeu. Mas já tive contato com eles. Não. Aqui já li um exe um um um exemplar, mas até achei que não correspondeu à à à divulgação que eles fazem na televisão. Não Nada me fez... Nada, aliás, me levou a comprar outro. () Comprei um e não comprei mais nenhum. Quer dizer que não não deve ter atendido aquilo que eu esperava. Não.

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SPEAKER 1: : Você podia me ajudar, assim, qual o aqui é mais voltado para que que lado, assim, acontecimentos, assim, mais eh no assim () mais notórios, assim, da da da situação ãh.

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SPEAKER 1: : Eles... Bom, olha, eu vou dizer a verdade, eu eu tive em mi em minhas mãos um do das edições do Aqui, mas não pude fazer uma avaliação não de jeito nenhum. As revistas? Bom, o acho revistas de bom nível, Veja, a Realidade, Veja, principalmente, dados os assuntos de de grande interesse, gran a os jornalistas respon responsáveis são de bom gabarito eh, a Realidade também. Essas outras revistas que eu tenho tido a oportunidade de ver, sei lá, Cláudia. Por favor, lembra aí os nomes. Manchete, são boas revistas. Manchete, assim, mais no campo assim de reportagens ilustradas. Eu, para mim, pelo exemplo, para o meu gosto, ilu ilustrativamente, eu acho extraordinário, mas eh parece que a gente cai num vazio. Quando a gente vai procurar o o que o correspondente àquelas ilustrações, a gente encontra, às vezes, muito pouco. Cruzeiro também ainda funciona bem. Mas acho que nós temos ãh estamos progredindo muito no campo desse de da revista, porque em campos mais específicos, em re revistas dedicadas à à à mulher, por exemplo, eu acho que existem boas revistas também. A Cláudia né é uma revista mais canalizada para o o ao público feminino, ah. Qual é outras que eu não me lembro? Por favor. A Mulher. Tem essas outras status, essas outras revistas que a gente encontra bastante coisa de interessante. Agora, para mim, eu geralmente me prendo mais a a revistas como Veja Realidade. Eu acho muito bom muito bom um um país em que a mulher ãh começa realmente eh a aparecer em todos os setores. Eu acho que, embora, como eu digo, não é uma revista predileta para mim, mas eu acho muito interessante e que e deve ser bastante apoiada e bastante di divulgada entre as mulheres, porque é algo que nós, assim, ãh temos hoje, mas que já temos que con contar o atraso que houve nessas em todos esses empreendimentos no campo feminino. No campo da mulher, aliás. Da participação da mulher como força de trabalho, como, ãh assim, expoente, importante, no desenvolvimento do país. É aquela, ah ah enfim, aquela acabar com o condicionamento da mulher ao a valores que não têm mais cabimento no () agora, nas últimas décadas do século vinte. Valores esses que eram aceitados dentro da nossa sociedade, dado a a ah as nossas origens, a família patriarcal, ah enfim, que a gente entende, mas que eu acho que já é hora da mulher brasileira sair desse terreno, porque realmente ela tem valor e é preciso que que a gente que faz parte de uma camada mais eh assim mais participante, mais que tem mais vivência, apoie em todos os sentidos. Eu acho que é bastante interessante essa ah essa () eh. A leitura que de dessas revistas, eu acho que, de certa maneira, embora seja uma uma cultura de massa, etc., mas já é um grande caminho, no sentido de ajudar a mulher a entender o que ela é. A gente encontra reportagens de bastante esclarecimento. Aliás, agora você me me me, sem querer, eu me lembrei de uma revista que eu li, que é uma revista, mas até bastante, radi assim, ãh sem preconceitos, no campo, assim, dos direitos da mulher. Bastante corajosa, eu achei, mas agora não me lembro o nome da revista. Acho que é Mais, é. Talvez seja Mais, em que as... Os artigos são, assim, bastante contundentes, em que a mulher se coloca assim como... É quase que uma revista feminista. Alguns artigos que eu li lá ãh dá a impressão de mulher completa e. Eu acho até que nesse campo até eh exagerado num num. Não compartilham com as minhas ideias. Mas, enfim, para uma uma sociedade como a nossa, plasmada só naquilo que o homem queria, desejava, como eu acho que, de certa maneira, é bom jogar essas sementes na cabeça das mulheres.

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SPEAKER 1: : ### Na Folha, por exemplo, o suplemento de turismo das sextas-feiras é colorido. Eu acho uma um uma maneira bastante interessante e e uma mu uma mudança assim no campo do preto e branco, que já vinha há muito tempo, É bastante aceitável e muito interessante, principalmente para pegar a turma mais jovem né, que quer sempre coisa diferente. É uma coisa que dá um aspecto mais, ãh sei lá, mais brilhante ao jornal, mais atraente. Entende?

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SPEAKER 1: : Revistas infantis? Teve uma época em que minhas filhas eram ma mais novas, em que eu já tive contato, sim. Mas, eh ah ah dentre as revistas infantis, aquela que mais me atrai e que eu acho mais interessante como sendo a mais autêntica, porque trata porque eh cria eh ah ah eu acho que é bastante criativa, ah são aquelas do personagem do Horácio, a Mônica né. Eu acho uma () porque é uma é uma e que também nos coloca assim dentro de um campo de autenticidade, de de aceitação das nossas origens e nos a e e dá uma uma dá um meio para que o brasileiro entre em contato com personagens in infantis, do mundo infantil, que não sejam alienígenas, né. A gente também cansa de um Popeye, de um de todas essas coisas que nós aqui temos cabeça suficiente para inventar coisas extraordinárias. Eu acho muito bom A Mônica e a turminha da Mônica é extraordinária. Eu acho notável. Inclusive, hoje em dia, se eu pego assim, se vem às minhas mãos e eu leio, eu acho extraordinário. Eu acho que essa história de vin nos vincularmos à litera a essa literatura de quadrinho americana só, eu acho que é bem quadrado já. Já não se enquadra na época. Nós temos com profissionais competentes e devem ser estimulados e ter a maior divulgação possível, porque eu acho que já estamos num ponto que dá para com com competir com os de fora. Principalmente através do Horácio.

Inf :elizmente, vejo (suspiro) assim mal parado o negócio, né.

Inf :elizmente, porque eu sou ainda da geração do livro e não me afasto dela. Como veículo de divulgação e de conhecimento, eu pe em primeiro lugar para mim. Ainda não substituí o livro pela televisão. Mas estou vendo que está perdendo terreno. Que e e. Entre nós, como nunca chegou num bom ponto, a televisão suplantou, a televisão chegou numa hora em que o livro ainda não tinha uma boa situação. Quer dizer, que eu acho que o destino do livro no Brasil vai ser caótico.

Inf :elizmente, eu digo isso. Porque eu eu ainda pertenço àquela geração. Eu, quando era jovem, quando estava estudando, eu o dinheirinho que sobrava, eu com eu me enfiava numa livraria e ia comprar livro. Eu vejo a a geração das minhas filhas, por exemplo, que foram criadas comigo, etc., e que eu comprei tanto livro, tanta coleção, e ainda eu que releio, porque elas não são levadas a ler. Quando eram pequenas, eu lia muita coisa, mas também cansei de ler. Agora, a esta altura, não dá mais para ler. Mas, por mais que a gente influi a tê vê televisão, o ver suplantou o ler, o refletir. Mas a gente tem que aceitar isso como sendo algo da época. Mas é uma pena eh. Eu sinto imensamente Eu acho que, no Brasil, houve esse problema. Quando, ah com a emergência da televisão, já já nos pegou numa fase que nós não estávamos numa fase dourada do livro. Então, a aí a televisão pa substu substituiu algo que já praticamente nem existia. Quer dizer, que não há possibilidade de maior divulgação do livro.

Inf :elizmente, apesar da da facilidade que hoje em dia se tem para se a se adquirir livros, que era uma coisa que de elite, no no no meu tempo de estudo, de universitária, era algo de elite. Só as pessoas mais bem colocadas na vida que tinham possibilidade de co de de formar pequenas bibliotecas. Hoje em dia, não. O ah o é uma () É algo que, devido a esses planejamentos das editoras, etc., é acessível à bolsa de eh de de pessoas que não que não ganham tão bem, E não eu acho que não são não é muito procurado pelo jovem o livro. Do da da televisão, talvez e secundariamente o cinema, ele se não tem o hábito de ler, entende. E também as publicações de resumidas através de enciclopédia, de condensações, impede do jovem se interessar por obras assim que ele teria absoluta necessidade para a vida. O jovem naquela idade de formação, ãh vamos dizer, colegial, ele depois é levado, se ele continuar os estudos universitários, ele é levado devido às profissões que ele exerce, livros assim lapidários, li livros que não podem ser abandonados, principalmente para aqueles que têm nível universitário. Agora, antes não. Antes, mesmo aqueles que passavam por ginásio, e eles eram obrigados a procurar essas obras, porque eles também não tinham outro recurso de conhecê-las através de veículos como televisão. Hoje em dia, não. Na televisão fazem condensações, mas eu acho que há uma perda da da essência da obra. Entende que o livro, inegavelmente, no livro é melhor, examinado é melhor, a fruição por parte do leitor é muito maior do que a fruição por parte do que vê televisão. Essa é a minha opinião. ### Mas contra isso existe até (risada), aí acho a gente vai entrar em muitos detalhes, existem interesses outros que entram no meio também. Mas, Eu acho que, talvez, eh eh uma algo, por exemplo, que eu acho que foi uma perda in o a é uma perda incrível, por exemplo, é a poesia, por exemplo. Quem é que compra livro de poesia? E é uma coisa que eu acho que o homem precisa voltar a esses valores, porque a sociedade atual voltada unicamente pelos pa para os valores econômicos, ela está se perdendo, ela precisa se humanizar. E a arte é um veículo do homem se voltar para si mesmo. ### E eu acho que é uma pena incrível, porque, afinal das contas, nós temos ãh bons representantes e isso também desestimula aqueles artistas que poderiam ãh talvez se entregarem mais a isso, porque você sabe que no Brasil não existe escritor que, com exceção da o Érico Veríssimo, que morreu há pouco tempo, que praticamente possa viver da da de literatura. Mas isso eu acho que no no é uma... algo assim bastante desagradável.

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SPEAKER 1: : Bom, isso eu não sei. Não... Não sei, sei assim muito por alto, Eu ouvi dizer que eh pessoas que realmente têm possibilidade de publicar livros encontram uma série de barreiras, inclusive por edi nas editoras, etc. E eu acho que isso deveria ser facilitado. ### Porque, embora o () seja poeta, ele precisa comer para viver. ### (tosse) Em outros setores é é muito melhor o o sujeito aí cantar du cantar ou dizer que canta duas ou três palavras e no campo da televisão, por exemplo, que é um outro veículo ãh assim semi-artístico, a gente não pode dizer que seja artístico, poderia ser usado como veículo de arte, mas aqui

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SPEAKER 1: : Os bons romances. Ãh a gente poderia dizer que, não sei se aí eu estou me desorbitando naquilo que você me perguntou, mas ãh talvez seria mais fácil para mim canalizar no sentido de literatura brasileira ou literatura estrangeira. Ãh. Eu eu sou uma leitura por excelência, eu leio tudo. Eu (risada) eu leio até anuário, (risada) tenho mania de ler, até lista de telefone. Quando eu era ãh mocinha, quando eu não tinha mais nada para ler, eu ia ler dicionário. Eu acho que a pessoa minha é suspeita, porque eu leio tudo, mas eu tenho minhas preferências, não há dúvida nenhuma. Eu gosto muito de romance. Romance moderno, por exemplo, me atrai incrivelmente. Eu acho a as novas estruturas da da arte extraordinárias. Hum. Guimarães Rosa, por exemplo, o Graciliano Ramos, eu acho extraordinário, principalmente que é nosso, né. Eu acho muito bom, esses livros me atraem incrivelmente. E sendo que em outras etapas, porque uma pessoa como eu já teve várias fases também. Eu já já tive minhas preferências em outros setores. Mas hoje eu gosto muito de ver tudo ãh toda essa geração nova da nossa literatura, porque, como me interessa hum grandemente o nosso progresso, eu acho que a o progresso da arte é um índice de progresso de um país. () a arte sempre de... Quando a arte vai bem, o país vai bem. Nós temos exemplos, né. Quando a arte ca decaiu, o país decai. Eu acho que ãh que uma um ascensão no campo artístico é uma é uma garantia de que o país está em desenvolvimento, porque um país atrasado não tem uma boa arte. E eu acho que eh a gente conhecer e, se possível, divulgar... Eu que sou professora, por exemplo, eu sempre faço isso, divulgar aquilo que é nosso, que é bom no campo da arte, sempre me interessa. ### Ah, não, não conheço, não, viu.

Inf :elizmente, não conheço (). Alguma coisa, algo que me interessaria, talvez se fosse na na juventude, eu teria eu tido essa oportunidade, mas eu quando eu fui jovem jovem por exemplo, ãh a mulher era muito fechada em casa. Hoje em dia a coisa deve ser a coisa mais fácil do mundo, um estudante chegar numa editora e conhecê-la. Mas é uma coisa que você falou e me me ca e me conseguiu assim centralizar. a minha curiosidade, mas, infelizmente, não conheço (riso) não.

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SPEAKER 1: : É de conteúdo? ### E, na verdade, existe, porque se eu, como leitora habitual que sou, eu às vezes pego cada calhamaço aí, porque eu leio muito antes de dormir, e o livro é profundamente (riso) incômodo. Nessas alturas, eu gosto de brochuras (riso). Mas ah o eu tenho um amor, assim, particular aos livros, que com o tempo foi se desgastando, que a gente forma a família, cuida dos filhos, etc. Mas eu adorava encadernações, inclusive eu mandava fazer no Eu me lembro que... ãh eu tenho até hoje uma edição rara dos Lusíadas, que eu me lembro que eu comprei com uma dificuldade tremenda e fui buscar lá naqueles sebos da Rua Riachuelo, sei lá, perto da Faculdade de Direito. E eu mandei encadernar. Eu tinha assim um amor extraordinário por encadernações bonitas, letras douradas, etc. Mas, no campo do da fruição do livro, eu acho ah muito mais cômoda assim uma brochura que a gente, à noite, pode pegar, ler e amassar, etc. Mas eu não sei qual... É uma coisa que também não me interessa muito. ### Correio? Olha, no momento, quem se utiliza muito o correio na minha casa é minha filha, sabe. Ela se ela está, assim, (risada) imbuída de um de um amor à correspondência que eu acho muito bom, porque, pelo menos, ela treina é uma maneira de treinar a redação. Como é um problema, assim, crucial dentro da (riso) his da da educação brasileira, a falta de amor à redação, eu não sei como é que surgiu na minha filha mais velha esse amor à redação. Aliás, surgiu de uma circunstância. Ela viajou para os Estados Unidos. Até então, ela nunca tinha escrito praticamente carta nenhuma. Era com muito sacrifício que ela respo eh escrevia uma vez por ano alguma cartinha para algum parente no Rio, a gente pedindo a (riso). Foi a longas e duras penas que a gente conseguiu escrever. Mas, dado ao fato de ela ter eh feito um programa de bolsa de estudos nos Estados Unidos, ela foi obrigada a ah a começar a manter uma correspondência comigo. E isso semeou nela, assim, o desejo de continuar se correspondendo. E, até hoje, começou a arranjar uma porção de amigos ãh ãh nos Estados Unidos. E, mesmo aqui em São Paulo, para amigas de bairro a bairro, ela se corresponde diariamente. E fica ansiosa, esperando o correio, etc. Eu acho algo assim bastante interessante, como eu disse para você, de treinar a redação. Inclusive, ela escreve em inglês para os Estados Unidos. E é uma comunicação que está se diluindo no tempo, praticamente no Brasil é pouquíssimo usada, mas eu acho muito interessante, já fui muito ligada a isso, hoje em dia já me já me abrasileirei e não escrevo mais para ninguém. Mas já fui uma das ãh ãh que usava muito correspondência, eu acho extraordinário um meio de comunicação que que não não é substituível por um telefonema, pelo menos para a minha faixa etária (riso). Eu acho que a gente se comunicar através de carta, É muito mais interessante que a gente dar um telefonema aí, um dê dê dê. Do ponto de vista tecnológico, maravilhoso, porque a gente ouve a voz da pessoa, mas é rápido, é passageiro. A carta, a gente guarda, a gente reflete sobre ela. É um um meio antiquíssimo, mas que deve ser conservado. Porque eh faz com que as relações entre os homens cada vez se se solidifique mais e não deve ser abandonado jamais. ###

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SPEAKER 1: : Do ponto de vista de Correio, eu eu uma coisa que eu posso elogiar que houve uma melhoria incrível nesses últimos anos. Nesses últimos dois, três anos, houve uma melhoria extraordinária. Porque eu me lembro que, no tempo que eu usava desse tipo de correspondência que a minha filha tem, era daquele negócio de ficar esperando, de quase que desistir. E era ah a queixa dos correios telégrafos era mais do que justa. A gente tinha a queixa, mas hoje a coisa está bastante... Eh embora não tenha atingido a um a um ideal, que seria, por exemplo, cartas eh aqui para a capital chegarem no no mesmo dia, ou então, no máximo, no dia se no dia seguinte, melhorou sensivelmente. E eu acredito que nós estamos num caminho de...

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SPEAKER 1: : Não, não. Eh, aí nesse ponto, ela é bastante (riso) comodista (riso). Eu trabalho numa firma em que todo dia recolhem correspondência, eu levo a cartinha dela, dou lá para os boys e eles põem no correio (riso) (). Nesse ponto, ela é bastante comodista (risada). Ela não se... Eu tenho a impressão que, se tivesse que ir até a cidade ou no bairro para pôr a carta, ela não iria, não. Então, eu pede para a mamãe pôr no correio, vou no no aí no aeroporto e ponho a carta. Mas eh ela encontra uma série de facilidades para pôr a carta, não há dúvida nenhuma (risada). Agora o () o o carteiro traz, agora mesmo chegou, inclusive, o correio. E há facilidade nesse ponto. Há facilidade e e eu quero ãh, inclusive, mais uma vez, elogiar o Correio, principalmente o Correio em São Paulo, porque no Rio já sempre foi melhor. Eh que é um. Quando eu vim morar nessa casa, cinco anos atrás, por exemplo, não havia entrega domiciliar. E quando a gente, no Rio de Janeiro, falava, olha, meu endereço é tanto, olha, mas você não escreve, não, porque não tem entrega em domicílio. O carioca, sempre com com a vontade de falar mal de São Paulo, dizia, () onde você mora, mora no interior? E não era. Bairros pertos, bairros novos de São Paulo, não havia (riso) entrega domiciliar. Isso era algo assim que nós paulistas ficávamos meio assim, até com medo de falar para carioca, porque o carioca até achava graça de não ter carteiro. Mas isso acontecia. Mas hoje em dia parece que ãh o Correio já está cobrindo toda a rede. Inclusive, aqui com na nossa casa não é só assim a troca de de cartas, como também de encomendas dos Estados Unidos. Como disse, minha filha esteve lá e tem até hoje boas relações de amizades. Em épocas de festas, em épocas de aniversários de amigos, ela manda en en encomendas, presentes e recebe também. Quer dizer que, o nosso correio aqui em casa é muito usado. Eh e, para mim, também é bastante interessante, porque eu recebo muita ãh muitos catálogos de () de editoras etc., e, para mim, é algo, um serviço extraordinário do Correio, do qual eu não não me acostumaria sem ele. Na época em que eu fiquei sem entrega domiciliar, devido ao fato de São Paulo não ser coberto por carteiros, aquilo me fazia uma falta tremenda. Mas, hoje em dia, eu posso dizer que a a o serviço já está bastante razoável.

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SPEAKER 1: : Não, para saudar a dívida, não, mas ãh não, não, eu não uso de correio, eu uso ãh via bancária. Sempre, ne nesse setor, nunca experimentei o correio, mas eu sei que existe o tipo de vale postal né, mas eu nunca, sempre mando por banco. Telegramas eu já tenho usado, ultimamente eu tenho usado muito, eu usei muito via internacional e uso ainda via internacional. E como já fazia muito tempo que eu não usava o telegrama, e o telegrama era um desastre (risada). Quando o Correio ainda não estava, não tinha passado por essa reformulação. Eu não usava muito telegrama, não. Preferia telefonar. Ah, do telefone eu acho que é um tam é um veículo extraordinário, que também é é um empregado dentro da nossa casa, dentro da firma, dentro do escritório. É algo assim que eu já, como nasci com o telefone em casa, eh vivi uns tempos aí na espera do telefone, mas me fazia uma falta incrível. Eu acho que o telefone, embora eu não use assim para futilidade, mas no no campo de serviços, é algo que que no mundo moderno a gente não pode dispensar. E faz falta até dentro do carro. () eu acredito que que nós, em em breve, poderemos ter essa facilidade. Mas ãh acho que também melhorou muito. Mas ainda há muita coisa a dizer no campo do telefone público, né. Que aqui no Brasil, eh aqui no Brasil, melhor dizendo, em São Paulo, que é a minha realidade, acho que a telefônica tem melhorado demais, tem feito ãh bastante nesse terreno, mas havia muita coisa ainda que nesse campo, por comparação de de cidades do exterior, a facilidade de aquisição de fichas, porque a gente a gente fica desesperado, onze horas da noite, precisando com o orelhão na frente da gente, a gente não tem uma ficha e não consegue falar no telefone. Quando no no Estados Unidos e na Europa, ãh exi a moedinha, a moeda corrente é que serve de ficha. Eu acho que a Telefônica poderia facilitar para o usuário esse problema. Eu acho que, nesse sentido, dificulta. A coisa é difícil, porque, inclusive, às vezes, a gente está numa avenida, tem um orelhão do lado, não tem ficha, tem que atravessar para ir numa banca de jornal, a banca de jornal não tem ficha. ### Fazer com que o usuário ãh possa usar o telefone com mais facilidade, do telefone público, isso que eu tenho a dizer. E... Enfim, acho que o telefone é assim um meio moderno de comunicação que deve cada vez ser mais usado. Ah os as companhias que cuidam da in da instalação de telefone sempre ampliarem os seus serviços e nesse campo, por exemplo do, essa método moderno aí do dê dê dê facilitou terrivelmente eh a o nosso contato com o exterior. A gente fala, hoje em dia, em nem em vinte minutos a gente consegue uma ligação para os Estados Unidos, para a Europa. A única coisa que eu também () agora lembrei é que eu não conheço nada da tecnologia que é necessária para a instalação de de redes telefônicas. A única coisa que causa pasmo é que, para a gente falar para os Estados Unidos, a gente fala, como eu disse, em vinte minutos. Mas, se a gente for telefonar para uma cidade do litoral, por exemplo, tem que esperar um dia. E, às vezes, não fala também. Eu não sei qual é o impedimento. Eu acredito que os os responsáveis por essa pela Telefônica saibam me responder. Mas é uma coisa que é meio difícil de a gente entender. Tão perto e tão distante (risada). Entendeu? Eu acho assim, dentro do meu do meu primitivismo no terreno, eu acho incoerente. Mas que existe, existe. A gente, para ligar para o interior de São Paulo, é uma (riso) é um desespero. E, no entretanto, para a gente falar com Chicago, com Nova York, a gente, em vinte minutos, fala. Mas isso deve ser um problema bastante explicável. A questão, é, não há dúvida nenhuma. Mas eu acredito que isso, dentro, em breve, será sanado também, né. () Graças a Deus, não. Meu telefone é extraordinário. Liga-se fácil para ele. Nunca tive problema sério. Já houve assim, um uma vez ou outra, quebrou o cabo, parece que uma vez só. Eu tenho um telefone instalado aqui na minha casa acho que há uns três anos, nessa residência. Uma vez quebrou o cabo, mas foi rapidamente atendido e não há problema nenhum. Ele é um telefone excelente. ### Quando quando houve essa falha, eu pedi para ir para o serviço de conserto né e fui aten bem atendida, mandaram imediatamente resolver o problema. Não tenho queixa nenhuma nesse setor. Muito bem atendida. Não, isso é uma coisa que sempre existe, talvez até exista uh menos hoje em dia, porque as pessoas até, acho que têm inventam outras coisas para com com que se distraírem, sei lá. Ah, eu levo na esportiva, eu não ligo, não. Eu acho que a a única coisa que aconteceu eh, que foi uma perda, foi ah ah a não publicação da das listas de endereços. faz uma falta tremenda. Parece que há uns três anos, de uns três anos para cá, deixaram de publicar aquela lista de endereços. E, às vezes, a gente fica perdida, porque a gente não sabe o nome e sobrenome da pessoa, sabe o endereço e não pode procurar. Mas a Telefônica deu uma explicação justa, disse que é para evitar justamente pessoas que brincam ao telefone. Mas eu acho que isso faz muita falta, poderia ser resolvido de outra maneira, que ah houve uma falta. Quanto à hum à facilidade que a listas de telefone nos traz, Muito boa. As páginas amarelas abrem um campo de informações bem grande. E nada a reclamar, nada na nada que chame a atenção contra. Acho muito boa a publicação de listas de telefone. ()

SPEAKER 0: : Eu quero agradecer. Acho que temos um material muito bom, viu. E ficar aqui então, meu, muito obrigada.