Inquérito SP_DID_304

SPEAKER 0: : Dona Noêmia, nós gostaríamos que a senhora comentasse alguma coisa sobre cinema, televisão, rádio, teatro. Acabei Eu sobre teatro moderno quase nada posso dizer, porque há muito tempo que estou afastada. Mas televisão é o meu a minha distração favorita. cinema também há bastante tempo que não vou, porque eu tenho me me decepcionado, principalmente com as fitas nacionais. A última vez que eu fui ao cinema, eu fui assistir uma fita nacional, mas eu fiquei tão enojada que resol não ir mais ao cinema, a não ser que haja uma oportunidade única né? Mas eu tenho evito mesmo, porque ou as fitas ou são trágicas ou muito ãh até pornográficas, então eu sou muito romântica. Apesar da minha idade, eu ainda conservo o romantismo da minha mocidade. Toda a vida eu acho, eu achei que a ãhm o teatro, o cinema deve não deve ter muita realidade, porque a gente procura ãh um pouco de fantasia, Que para a realidade, basta a vida. A gente já sofre tanto na vida. Agora, vai ao cinema. É só tragédia. Ou, então, muita pornografia. Eles abusam do sexo. É tão diferente da minha mocidade, que vai longe, mas que está ainda viva na minha imaginação. Eu cresci indo ao cinema quase que diariamente, porque o por papai era delegado de polícia e tinha uma frisa no em São João do Boa Vista. Então, nós tínhamos íamos diariamente ao cinema hã hãms. Íamos é cinco lugares, e a gen ah de modo que eu cresci e não acho absolutamente que tenha der deturpado a minha moral. Nada. Eu penso que a minha formação, eu eu levava a formação do lar, de modo que o cinema não é ãh só o que dizem. Bom, é possível que o cinema seja de deforme as consciências, os costumes. Mas, no meu tempo, não era assim, não. A gente le vivia aquela vida de de fantasia, havia muito ci, muita fita em série, que hoje é substituído pela novela. Talvez por isso que eu gosto das novelas. porque eu me lembro das fitas em série que eu assistia. Sempre a gente estava, principalmente no interior, onde não havia muita motivação para distrações e tudo, embora nós lá em casa tivéssemos uma vida muito dada para a arte. Porque eu tocava piano. Eu tinha uma irmã que morreu em São João da Boa Vista aos vinte e um anos. E Ela era uma beleza sem igual. A ponto do enterro dela, quando ela ia indo naquela praça Joaquim José, O inteiro parou e ia deixar enterrar. Tão bonita que ela era. Ela era realmente estava bonita. E ela estava com o casamento marcado para dez dias antes da morte dela. Mas ela era uma violinista. formada pelo conservatório de São Paulo. quem acompanhava minha irmã no piano era eu. E eu Eu não sou formada em piano, mas estudei no conservatório. E de modo que em casa havia verdadeiras reuniões. Lá em São João da Boa Vista todo mundo gostava do ambiente do nosso lar, porque, justamente porque essa minha irmã era uma virtuose do violino, muito alegre, era uma casa muito alegre e tudo, mas assim foi o nosso tempo de mocidade. Depois, houve muito sofrimento lá com a morte dela e tudo, aí viemos para São Paulo. Vim para São Paulo e logo, logo fui trabalhar na biblioteca infantil porque eu não me acostumava a ficar sem fazer nada. Aí tive contato com a juventude, principalmente com a infância, primeiramente com a infância, depois com a juventude. E com isso eu um gênio que não se coaduna muito com a minha idade. ah a Há quatro anos atrás, eu fui passar meu aniversário em Brasília. E eu fui entrevistada durante setenta minutos pelo diretor da Escola de Biblioteconomia de Brasília, na presença dos de todo o corpo docente e discente. E então, ca cada, de repente, levantava-se uma moça, fazia a pergunta mais extraordinária possível. Sobre as minhas viagens à Europa, sobre a minha vida aqui em São Paulo. De repente, levanta-se uma mocinha, uma meninota, e me disse, Dona Noêmia, como é possível que a senhora, com setenta e quatro anos, porque já faz quatro anos isso, é tão alegre? E E qual é o segredo? Eu disse, o segredo é que eu convivo com a juventude. De ah A minha vida foi conviver com a juventude. Embora eu não tivesse filhos, cresci, vivi na biblioteca infantil muitos anos. Depois, lecionei, vinte e quatro anos, que eu leciono moças. E eu estou sempre em contato com a mocidade, de modo que eu me remoço. Não posso absolutamente ter uma vida de uma velha de setenta e oito anos como eu tenho agora, porque é essa a vantagem. Agora, como você me perguntou a respeito de teatro, eu quero...Lem me lembrei agora O melhor teatro que eu assisti na minha vida foi na Inglaterra. Eu estive um mês na Inglaterra, em diversos setores, em diversas cidades. Estive em Manchester, em Yorkshire, em ... Mas no fim de semana, Todos os fins de semana nós vínhamos para Londres para assistir teatro. E Mas eu fiquei maravilhada. Eu acho que no Brasil nunca se fez teatro como eu assisti na Inglaterra. mise-en-scène, tudo lá é estudado. Um gesto de um de um Eu me lembro como se fosse hoje. Eu assisti, há vinte e tantos anos atrás, uma peça cujo enredo era inédito. Pelo menos até hoje eu nunca uh uh vi nada parecido. Era uma sogra muito moça, uma senhora muito moça, que tinha uma filha que foi estudar fora. E a filha se casa e traz o gênero pra dentro de casa. E depois há uma paixão surge uma paixão entre o genro e a sogra, porque ele era mais velho do que a moça e a sogra era muito era muito jovem, com espírito jovem, mas foi uma beleza porque este enredo podia descambar para ah a pornografia ou para hm ãh atos menos, hm ãh menos mo morais, podia se dizer. zer No entanto, foi uma beleza, porque a sogra se sacrificou, no fim, para o bem da Eu eh eu e as minhas companheiras, que são umas quatro ou cinco que vieram para o Brasil, nós esperamos durante anos que trouxessem essa peça para São Paulo, para nós podermos assistir, talvez em português né? Porque nós estivemos em inglês. Muito bem representada, mas uma bele de uma eh elevação de vida, de sentimentos, de bondade, uma beleza, que que não se vê atualmente em teatro né? O que eles querem é deturpar toda a vida familiar. E tudo. Pelo menos é o que eu ouço dizer, porque eu também não Dizendo que eu sou contra isso, conta tudo e conta todos, eu não posso dizer porque eu eu sei. A Assim também como na televisão, a gente vê ah peças mais simples, outras verdadeiramente absurdas. Eu Eu atua atualmente estou assistindo às peças do Globo, Embora eu goste muito da tê vê, do canal quatro, eu gosto muito. Mas como eu estou com deficiência de vista eu não e não tenho controle remoto, então eu ponho numa estação e assisto aquela estação do começo ao fim e vou ãh me me arranjando com aqueles elementos. E Eu gosto imensamente dos jornais. Eu assisto ao Jornal do Globo. Às vezes, assisto ah ao Jornal da da quatro. Agora, gosto muito de rádio. É eu Eu gosto imensamente de rádio. E E sigo. Se me perguntarem, Que estação eu prefiro vocês até poderão rir de mim. Eu assisto todas as estações de rádio. Eu assisto o jornal das seis às sete da manhã. O jornal Tupi. De sete às oito, assisto o Bandeirante. De uma às duas, de uma a uma e meia, assisto a Eldorado. Agora, eu gosto muito da Eldorado, porque Por causa das músicas. Hoje mesmo, eu assisti uma orquestra filarmônica de Mas foi uma maravilha. Hoje é entre meio dia e meio e uma hora. O Eldorado, a esta hora, para mim, é uma das melhores estações. Depois, assisto também a Rádio Mulher. A Agora está tá muito interessante. E até vocês vão dar risa sada de mim. Porque lá em casa tão. Dizem, ah, mas o que é isso? Pois, olha, eu estou assistindo uma peça no rádio com a... Aquela... Lia de Aguiar. Onde está meu filho? peça é de Jota Silvestre. É maravilhosa a luta de uma mãe que, por necessidade, cedeu o filho. Atrapalhada pelo... Uma pessoa lá deu um dinheiro que ela estava numa miséria enorme, disseram que era apenas para substituir uma criança que tinha morrido, mas nos primeiros dias. E depois, Essa criança já está com seis anos e ela está lutando. Vai do Brasil para a Argentina, da Argentina para o Paraguai, e sempre atrás, procurando onde está meu filho. Mas é maravilhosa a peça. É justamente entre A hora que eu faço eu tenho faço uma tapeçaria, estou fazendo um tapete enorme. Então, eu fico ouvindo e gosto de rádio. Eu acho que o rádio também é um é um grande passa tempo. Como a senhora vê a propaganda do rádio e na televisão? A propaganda Há propagandas extraordinárias, né? Eu Eu acho, por exemplo, há uma propaganda atual que eu fico, basta dizer que toda vez que a criança fala, eu dou gargalhada. De tan Não enjoo. Olha, já faz uns dois meses, não sei se vocês assistiram, ahm é sobre um concurso sobre picolé. pra ver quem quem chupa o sorvete mais depressa, sem dar uma dentada. E então, todas as crianças, cada uma com o seu picolé, e cada uma cada criança dá a sua opinião a respeito. E tem um pi E () um menino de uns quatro anos que diz, o melhor picolé do mundo. Mas a gente fica... Ele tem um bonezinho virado assim pra trás, mas é como aquela... Dá vontade de chupar um picolé. Eu acho que é a propaganda. A Agora, há umas que eu não gosto. Por exemplo, aquela propaganda sobre o... Jogo de xadrez Detesto. Ah, diz, ah cinco do rei, ah da torre, coisa do cheque-mate, mas um absurdo, uma coisa muito mal organizada. Mas e há outras coisas muito boas, né, que levam a gente a querer comprar ah o produto. Ah, enorme. Eu vou contar a vocês uma coisa que me aconteceu em mil novecentos e quarenta e sete, eu estava nos Estados Unidos. Quando a Eu comprei uma geladeira para trazer. Uh O dono da loja estava meio rouco. Depois eu soube até que esse senhor faleceu de câncer na garganta. Eu gostei demais dele, uma pessoa boa. Embora eu já estivesse há quatro meses nos Estados Unidos, já estava mais fa familiarizada com a porque no co com a lin com a língua, porque nos primeiros dias sempre a gente estranha muito quando vai daqui. Então, esse senhor falou umas coisas comigo e eu não tinha entendido. Podia ser que o meu inglês não estivesse mesmo à altura. Mas ele estava muito rouco, e eu não entendi. Só vi que ele me trouxe uma poltrona e me disse, a senhora sente aqui. E me nisto, ele abre uma uma portinhola lá de um de um móvel E eu assisti a minha primeira ãh ãh transmissão de televisão. Era um jogo de beisebol nos Estados Unidos, em mil novecentos e quarenta e sete Imaginem vocês como eu estava comovida, deveria estar comovida. porque eu estava sozinha em Nova Iorque. E E lembrando da minha primeira sessão de cinema, que não era cinema, era apenas uma lanterna mágica, porque eu tinha seis anos, em Bragança, passaram a vida de Cristo numa festa do Divino Espírito Santo. Eu fiquei meio louca quando vi a vida toda de Cristo. Mas tudo colo Era colorida, mas era lanterna mágica porque não era móvel. Eu assisti. De modo que a minha evolução aos seis anos Eu vi esse cinema. Depois daí, uns três anos, já começou o cinema propriamente dito. Então, eu assisti uma fita que se chamava Branco Contra Preto. Era uma luta de boxe. Essa fita fez época, de tal modo que mandaram buscar na Itália o protagonista da fita. O povo Ele foi recebido em Bragança como como um rei. E havia uma preta, que era a doceira, a banqueteira das grandes festas. Enriqueta, que pra ela não havia ninguém como o Alberto Capone, que era o protagonista da luta, era o branco contra o preto. A Enriqueta era cozinheira da casa de um médico que era sogro do meu tio. Ela pediu dois dias de licença, ela foi pra estação em Bragança. para receber o Alberto Caponti. Porque ficava louco pensar que ele veio da Itália. Ela tinha assistido mais de dez vezes a fita. Mas quando ele desceu do trem, que ela viu aquele homem careca, mirado, a Enriqueta ficou... Brava. Voltou, foi pra casa do doutor Freitas e disse, ah, eu vou vou voltar, vou cozinhar hoje. Não valeu a pena. Imagina, perdi meu trabalho, de ir até a estação para ver. Imagine, eu pensei que ele era um homem alto, elegante, agora vem aquele careca, baixinho. Eu me lembro desta fita, que foi uma transição entre a lanterna mágica e ah e o cinema propriamente dito não é? Você lembra da instalação, do local onde se passava? O os O cinema eh era hu um teatro, mas não havia cinema falado. O que valia o que havia naquela época era orquestra. E então a Conforme ah o local conforme o cinema, em Bragança havia mais de um. Então, uns se salientavam pela orquestra, porque havia ótimos pianistas. A Aqui em São Paulo, havia um cinema na Rua Direita, em que... o Zequinha de Abreu tocava no iLive do Largo do Aroche, quem tocava era o Zequinha de Abreu. E então a gente ia para assistir a fita, mas assistia verdadeiros concertos de eh de cinema de (). A música que acompanhava, eles faziam a música mais ou menos adequada. retornando à televisão, enta e sete, eu vi a primeira exibição de televisão nos Estados Unidos e em quarenta e nove eu fui para a Inglaterra. Então, a BBC de Londres ah deu uma entrevista com eh que eh...A Dona Adelpha () () (), que era bibliotecária, professora de nós todos, ela falava inglês perfeitamente, porque estudou nos Estados Unidos e tudo, e Dona Adelpha foi entrevistada pela bê bê cê de Londres. E nós, bibliotecários de São Paulo, éramos oito. Não pudemos, não tivemos ingresso na bê bê cê para assistir ah à entrevista de Dona Adelfa. Mas no hotel que nós estávamos, tinha um aparelho transmissor e muito grande, com tela grande, como nunca tinha como nunca vi aqui. E nós assistimos ah ah à transmissão da entrevista de dona Delfa do hotel em Londres ah. Aliás, era a residência do British Council. Havia um salão, e tinha o aparelho de televisão. E foi transmitido. Nós estávamos muito tristes por não poder ir até a BBC. Era atravessar a rua, mas não nos permitiram o ingresso lá. Mas nós assistimos. De modo que, em quarenta e sete, eu assisti nos Estados Unidos. Em quarenta e Já assisti bem mais ah. Desenvolvido, porque já era uma entrevista. ah ah e E eu me lembro que havia uma fita que estava muito em evidência. A Agora esqueci o nome da artista. É la fazia, parece que era Belinda, não sei, Ela fazia o papel de uma muda. É. E ela foi entrevistada junto com o Dona Adelpa. Era um artista muito interessante. E eu, de modo que voltei maravilhada da da Inglaterra, fazendo uma propaganda, aí logo depois já, aí a televisão Tomou conta do Brasil né? E, e nós agora estamos nesse progresso. Agora, a última vez que eu estive na Europa, eu tive um uma grande decepção. Eu estava num hotel em Milão, quando nos chamaram porque diz que ia haver uma retransmissão ou uma transmissão, não sei bem, no na televisão italiana. E E para nós irmos assistir. E eu, então, mais que depressa, Era uma transmissão do Brasil para a televisão italiana. Mas se vocês não querem ver, saber o que eu vi. Sabe o que é que eles lá fizeram? Entrevistaram aquela preta que escreveu o livro Casa de Despejo. quarto de despejo, ela entrevistar, e apareceram nu nu as favelas de São Paulo, lá na Itália. Mas de um je De um realismo que nós paulistas, nós aqui do nosso meio, desconhecemos. Eu tive vontade de chorar, de pensar como é que permitiram sair do Brasil uma entrevista daquele teor, que nunca fui, nunca assisti em lugar nenhum para ir assistir lá na Itália. De modo que eu agora estou Até por coincidência, eu tenho a experiência da televisão nos Estados Unidos, na Inglaterra, na Itália e depois nos outros países, na França. Ãh É Essa última vez que que eu estive na Europa, a gente num não podia perder muito tempo com televisão, porque estava lá para... Mas o tempo que se podia, que se permitia ficar no hotel, nós assistimos. Mas nunca... Eu eu acho que, comparando, que a nossa televisão em São Paulo já está bem evo bem evoluída, muito mais do que nesses países. Porque, afinal, a Itália é essa, Essa televi essa entrevista que eu vi, eu fiquei horrorizada. Havia um senhor da nossa excursão, que ele é um advogado muito, até ele era irmão do bispo de Bragança. E Ele ficou tão horrorizado, ele lançou um protesto, porque foi realmente uma coisa dolorosa para nós paulistas, em vez de... Eles podiam fazer um paralelo, mostrar uma favela, mas mostrar um arranha-céu, mas não mostraram nada de São Paulo. Agora, lembrando isto, vou contar um fato que A memória é a coisa mais fantástica que a gente tem. Voa, né? O pensamento voa, né? Você sabe que agora, desse momento, da Itália, o meu pensamento voou para a Inglaterra. Eu e a Nair. (), (), ah Nair (), estávamos na Inglaterra, numa biblioteca, e fomos entrevistadas. E começaram. Pergunta uma coisa, pergunta outra, e nós começamos falar. Primeiro, eles acharam que nós estávamos muito elegantes. Realmente, não posso falar que eu estivesse, mas a minha companheira é muito elegante mesmo, ela estava realmente. Quando nós contamos que nós que tudo o que nós trazíamos em cima de nós era brasileiro, desde o sapato, meia, chapéu, porque usava chapéu naquela época. Ch Chapéu, o vestido feito sob medida, não comprado, pré-teporter e tudo. Eles começaram, eu acho que até a desconfiar. Então, uma... das bibliotecárias. Por sinal, que muito velhas. E ti inha ver e havia a velha lá como nunca vi. E Eu nunca me senti tão jovem na vida.(risos) Então, uma delas me fez uma pergunta que me espicaçou os neuros. Perguntando se em São Paulo Havia água encanada. O lha, aí, como nós tínhamos nos munido de ah slides... Slides não, eram mais ãh vistas de São Paulo. Quem me forneceu vistas de São Paulo foi o Duarte, o Benedito Duarte. Ele me deu umas uns trinta que ele era da prefeitura né? E sabendo que nós íamos representar o Brasil, ele então me deu. Aí, eu disse para... Em português, foi um pouco meio... Não foi muito delicado. Eu disse, Nair, vamos mostrar as fotografias, porque ah as fotografias vão falar mi melhor do que nós. Quando nós desfilamos as fotografias naquele salão de uma biblioteca de Londres sobre São Paulo, mandaram chamar outras das outras sessões e repetiram tudo o que nós tínhamos falado para ver como uh eles desconhecem. A experiência desconhece completamente o Brasil. E nós, quando vamos daqui, nós já vamos conhecendo muito bem. Eu me lembro que essa última viagem que eu fiz, que eu fiz uma viagem, que eu fiz um cruzeiro às ilhas gregas através de um navio. italiano que saiu de Veneza e chamado Illyria. Esse navio tinha uma biblioteca maravilhosa e de modo que todas as ilhas que nós íamos visitando havia um senhor que era professor de arqueologia na Universidade de Atenas, que, antecipadamente, dava, fazia uma um retrato do que nós íamos visitar. E, depois, a gente visitava em loco, tomava nota Depois eu voltei, voltava para o navio e a bibliografia toda que eu ãh que eu tinha verificado, eu anotei. De modo que eu até estou querendo. Não sei ainda, está, eu estou muito velha para isso, mas está pronto O trabalho está pronto, batido até. Eu tinha vontade até de publicar, porque eu tenho slides, tenho cartões. Olhe, eu, por exemplo, ontem mesmo, mexendo, porque procurando uns documentos lá sobre imposto de renda, por sinal, encontrei um um cartão postal que fiquei maravilhada. Sabe o que é? ente ãh eles cortaram uh ir eh uma a união do Mar Jônio com o Mar Egeu. Cortaram e fizeram um (). Era era um... Fizeram um () e tem Eu tenho esse cartão que eu achei ontem. Por isso que está fre está na minha memória. Por coincidência, o navio passando nesse Istmo, a União, porque antigamente levava quinze dias para ir de um mar a outro, agora corta pelo mar ãh por esse Istmo. E E eu disse, mas nós, para antes de viajarmos, pelo menos procuramos ilustrar, porque se não for se não for assim, as viagens são perdidas. Não é? Nós temos material suficiente e agradecemos muito a colaboração que a senhora deu para o projeto NURC.