SPEAKER 2:  Marta, gostaríamos que descrevesse em linhas gerais sua vida social e familiar.

SPEAKER 0: Minha vida social é o seguinte, que a gente não tem assim muito uma vida assim intensa, mas a nossa vida familiar que é mais cheia. Muita compreensão, as crianças são muito amigas. Nós tentamos dar assim uma uma liberdade controlada. Eles são meninos dó>  de um modo geral, nós procuramos dar assim um senso de responsabilidade para eles, grande, e eles parece que respondem a essa expectativa, a essa vontade, percebem aquilo que a gente quer para eles, né, o bem. Então a há muito diálogo, forma de conversa, mas há exigências também.  que o meu ma o... meu marido, por exemplo, é uma pessoa assim bon alegre, boa, mas é é exigente e é brava. Até outro dia, meu filho fez assim um, um desenho sobre a família. Então, fez um desenho do pai, um desenho meu e dos irmãos. E pôs, e colocou ao lado de cada desenho, ele colocou aquilo que ele achava um retrato falado. Então, para o pai, ele pôs alegre,  alegre, bravo e amigo. Eu achei isso assim uma coisa muito isso muito importante. A criança ter percebido que, apesar do pra do pai ser exigente e tudo, ele era amigo dele. Eu achei isso eu fiquei assim muito satisfeita né 
da criança ter percebido e o me> <eu, a minha filha também é uma menina assim, tem um gênio mais difícil, mas é uma menina  atualmente assim tem ficado mais dócil () a gente Você vai percebendo que as crianças vão devagar chegando àquilo que você idealizou para eles. né, Eu acho isso assim uma vitória do ponto de vista de filhos São meninos normais, não são meninos ultra inteli assim inteligentes e brilhantes na classe, mas são meninos responsáveis.  De um modo geral, n não tem problema de recuperação, fazem as lições direitinho. o mais novo que você sabe, né? Caçula como que é. Mas também é uma criança ass agradável. Gostam de jogar, gostam de ir ao clube, nadar, os dois jo jogam tênis. Isso pra eles, assim, constitui uma uma válvula de escape, porque São Paulo é uma cidade  Difícil de faz, dizer Está, né, uma coisa... Eu acho meio fria, né? Depois também eles têm a fazenda, que todas as férias eles vão pra fazenda.  Eu acho que é uma maneira de aguentar depois quatro, cinco meses de poluição. (risos) Eles ficam descontraídos naquele ar livre, aquela vida sadia. e Eu acho que isso também é importante. A criança aprende tanto a viver num centro grande, no meio de uma vida social diferente, e na fazenda eles aprendem também aquelas coisas mais em contato com a natureza. E a cri, e eu acho que isso é importante para a criança.  conhecer os dois mundos. Principalmente, não digo fazenda aqui de São Paulo, eu digo uma fazenda de Minas, que é muita diferença entre uma fazenda paulista, cheia de... sofisti sofisticação, uma fazenda mais do que aquela fazenda própria mineira, bucólica mesmo né, fazenda de gado, que é uma coisa muito bonita. Então a criança percebe essa diferença e aprende muita coisa, não fica só uma criança de cidade.  Eu acho que isso, na para a vida deles, é importante também. Conviver com aquele pessoal do campo, que são de uma simplicidade muito grande, mas eles têm uma... parece que uma é uma a vivência que eles têm dá uma sabedoria muito grande a eles, eles são as> Eles têm uma... umas tiradas, assim, sobre coisas da vida, sobre o que acontece. Você, às vezes, fica estarrecida de ver que uma pessoa,  tão simples, tão ignorante, tem uma uma filosofia de vida tão formidável, tão elevada né, a gente Você fazendo, prestando atenção nisso tudo, acho que tudo traz lição né, de um modo geral. E com isso a vida vai passando (). Nós temos uma mais vida de família, praticamente, do que vida social. Temos muito amigos, nós recebemos, mas não é aquela as, aquilo não é o centro  da nossa vida. Nós gostamos de casa cheia, temos muitos parentes que vêm muito a São Paulo, se hospedam conosco. E as crianças também aprendem a s, a se, a se dar, porque você sabe, vem uma visita, vem uma coisa. A vida em família muda, então você vive em torno daquelas pessoas que estão dentro da sua casa, então você tem que fazer certos sacrifícios, pequenos, lógico, mas que muda quele tod, aquela rotina de todo dia.  Então, é, isso é bom para a criança também. Às vezes é uma pessoa que chega doente, então você tem que dar assistência. Quer dizer, a criança entende que você precisa ajudar os outros () Eles vão tomando consciência de que a vida também tem todos os, os lados, né os bons e os ruins. Fui com eles para os Estados Unidos, praticamente assim, para levá-los mesmo. Meu marido não foi. fomo, fomos nós, fomos o> Os três e eu.  Eles se divertiram demais, gostaram demais, sentiram falta do pai porque foram para a Disney World, né? E lá eles acharam aquilo uma coisa mais linda e tinham vontade que o pai estivesse para apreciar aquilo que eles estavam achando, né? Mas... E se divertiram mu> <ito, agora eles estão programando outra viagem. () já Dependendo da situação da gente.  Vocês estão querendo ir para Bariloche, passar uns dias lá, vamos ver se

SPEAKER 2: vai dar certo ()

SPEAKER 0: Olha, Bem, eu não sei, assim, diversão... Aqui em São Paulo, você diz? A vida a... Com o período de aulas, a vida, assim, fica numa... cai numa rotina. Porque, de manhã, fazem as lições. À tarde, eles vão para o colégio, eles estudam no São Luís. Então eles, entram meio dia e meio,  e saem, chegam em casa praticamente seis e meia. Aí eles tomam um banho, eles vão jan jantar jantar e eles veem pouca televisão, porque nós aqui não não aceitamos televisão. Aqui é regrado, porque eu acho que é um pouco pernici... pernicioso esse negócio de ver só televisão, porque a criança não con, não conversa,  começa um, um vamos ver uma novela. Então, você não, não pode falar nada e o pai não tem condições de... de conversar. Então é assim, vêem, eles vêem televisão até a hora do jantar. Chegam, tomam banho, vêem televisão. Jantamos mais ou menos quinze para as oito e depois do jantar não se vê televisão. Houve uma época, eles eram menores, a gente tem mais pulso, então a gente, nós liamos.  Eu lia para eles. Nós liamos O Menino do Dedo Verde, O Pequeno Príncipe. Eu lia alto para eles. Ah, mas vocês sabem que eles adoraram. Então a ge, nós pegávamos, assim, livros sobre arte e íamos ver os quadros, então comentávamos. E eles a, achavam, adoravam. Depois foram ficando maiores e um, então, tinha uma coisinha já, o o colégio dá muita lição, então, às vezes ele acaba de jan, o mais velho acaba de jantar,  e resolve subir para adiantar alguma coisa. E, atualmente, nós... E por causa daquele problema também do ano passado, o desastre, nós ficamos assim meio traumatizados, e eu fiquei doente muito tempo. Então é, essa fórmula que eu tinha de ler para eles es, esmoreceu um pouco. Mas quero ver se eu continuo, porque eles gostam, eles sentem assim que a mãe  está junto, nós estamos nós estamos fazendo uma coisa que que eles gostam, que eles, podem, se fizessem sozinhos, talvez não não sentissem tanto interesse. E aí eu lendo pra eles, eles se interessaram demais, sabe? são, E eram livros, assim, muito...  O Pequeno Príncipe, por exemplo, eu tenho a impressão que eles não entenderiam, em todos os sentidos, se lessem sozinhos. Então você, eu lia um capítulo, explicava o que ele queria dizer né, e é, mas eles ficaram encantados. Agora, por exemplo, esse ano, o meu, do quarto ano, já tem para ler o Menino do Dedo Verde. A, as análises deles, assim, são mais...  não são tão elevadas, mas a criança já tem uma percepção melhor, né? O que mais que eu vou te con>

SPEAKER 2: Que tipo de jogos que vocês preferem? olha eu, eu...

SPEAKER 0: Os meninos gostam muito de futebol. Jogam futebol, no colé> O colégio ele, o colégio incentiva isso também, sabe? Eles fazem, assim, Olimpíadas. E eles se interessam muito por por esse esporte.  Eles jogam tênis, mas aí o tênis eles jogam uma vez por semana com o professor. E durante a semana, o pai, eles levantam assim mais ou menos seis horas, vão para o clube com o pai, jogam e voltam para poder estudar né, então... Mas eles gostam muito do esporte sabe, gostam muito de natação. A praia eles gostam muito também. Geralmente no fim do ano a gente, sempre vai também passar uns dias na praia.  Eles adoram. Agora viram um tubarão, ficaram morrendo de (risos) medo.  Eu falei, olha, até até foi bom, né? Não vai muito pro fundo e eles nunca obedecem. Ficaram meio meio meio assustados. E eu deixei mesmo pensar, porque pelo menos é uma preocupação a menos.

SPEAKER 2: () Você pratica algum esporte? Já praticou?

SPEAKER 0: Olha, bem, já pratiquei. Jogava vôlei, jogava pelo colégio. Estudei no Sion.  Estudei onze anos no Sion. ### Nem me lembro mais, eu sou péssima em matemática, entrei em quare> <renta e sete, fiz o quarto ano, admissão naquele tempo, ginásio e o clássico, não. Veio oito, né? Não, seis, oito anos. Depois fui para o () e fiz história lá. E o que mais?

SPEAKER 2:  Qual o esporte que você acha que dá mais estética? Dizem

SPEAKER 0: olha, eu acho que todo esporte que é praticado em exagero, ele não, ele não, no fim ele não dá estética quase nenhuma. Porque natação, por exemplo, pra menino, pra homem, é mais viável, né, mais Mais certo. Porque pra menina ele aumenta muito, os os ombros ficam muito largos, né?  E o tênis também, se você joga assim uma coisa muito constante, diariamente, uma uma hora, por exemplo, geralmente um braço fica mais desenvolvido que o outro. Eu acho que pra mulher,  A melhor coisa mesmo é o balé, porque ela fica com os movimentos femininos, fica engraçadinho, modela o corpo. Eu não faço muita questão que a minha filha seja uma esportista assim, sabe? Ela também não f... não liga. Ela faz o balé, faz ginástica corretiva para a espinha, aprendeu tênis, quer dizer, se quiser, sabe nadar.  Mas não é uma uma necessidade, uma imposição que eu faça pra ela. Ela vai ao clube mesmo pra se divertir, pra nadar com as amiguinhas, conversar, tomar um lanche. Agora os meninos eu exijo um pouco, mas eles gostam, quer dizer que também não é tanto uma exigência, né? Eles se divertem mesmo fazendo isso. Algum toca algum instrumento?  Por enquanto n> <ão. A minha menina começou piano,  Depois, eu mesmo, assim, não incentivei muito, porque eu acho que, afinal de contas, o piano hoje em dia é um trambolho. Você, para pôr um piano dentro de casa, nunca tem, assim, uma sala de música, um lugar apropriado para você ter um piano, né? Então, ela não tem. E os meninos, por enquanto, assim, não tiveram vontade de alguma  Estão esperando um pouco né, acho que eu vou...  de música, a negação () Eu gosto de música, adoro, mas não tenho o mínimo jeito não tenho, não, sou completamente desafinada. Mas eu quero ver se as crianças aprendem violão, que é um instrumento, assim, que eu acho que de comunicação, que hoje em dia está usando muito comunicação, e acho que é mais fácil, por exemplo, numa praia, numa reunião, criança que sabe tocar um instrumento assim, Leve, eu acho que tem mais facilidade para se comunicar com os outros, toca, então tem mais facilidade de fazer am... amizade, né? Conhecimento, aliás, não amizade, que amizade não se faz assim

SPEAKER 2: Que ritmo de dança e música você mais gosta? Olha bem, ()

SPEAKER 0: até pode ser parecer esnobismo hoje em dia você dizer que gosta de música clássica. Mas musi... é música clássica me atrai demais.  Não é que eu diga assim, eu não sou uma pessoa nervosa, mas música, essas músicas gritadas, isso não, eu fico, parece que a minha cabeça, eu não aguento. Então, já uma, a música clássica, mesmo mesmo assim, pondo, e e gente conversando, ela não me... não me atordoa. Outro tipo de música, um pouco mais alta, e junto com prosa, eu não suporto. Aliás, eu não suporto muito música alta, de qualquer maneira,  A clássica, uma música orquestrada bonita sempre me atraiu mais do que... Mas gosto muito da nossa música. Mas quieta sozinha ouvindo. Não gosto de música com junto com prosa, falação. Eu gosto da música pela música mesmo. Me diverte, me distrai.

SPEAKER 2: E o seu lazer  de que consiste? Ou você gostaria que consistisse? 

SPEAKER 0: Meu lazer?  Acho que a minha vida é um eterno lazer, porque (risos), graças a Deus, assim, eu tenho muita sorte com empregados. Esse assunto para mim, de falar de empregado, não é assunto porque eu não tenho problema. As empregadas são antigas, nunca fui de trocar muito. A vida dentro da minha casa é uma vida tranquila nesse sentido, quer dizer, eu tenho meu tempo praticamente, quando eu não estou assim, olhando a lição das crianças, eu tenho uma vida  livre, então, eu faço cursos. Eu go Eu gostava de de... fazer trabalho em madeira, pi pintura, mas não assi... não é que eu sou jeitosa, não tenho jeito para desenho, não. Essas pinturas assim, estilizadas, Sabe? Quer dizer, eu gosto muito. Gosto de cinema, mas atualmente até até já me desliguei, porque quase quase nunca vou ao cinema.  Porque marido chega tarde, às vezes chega cansado, sábado e domingo é impraticável porque as filas são imensas. Então dá aquele desânimo você tentar ir. A gente acaba indo mais ao teatro, apesar das peças também deixarem muito a desejar, mas pela facilidade.  de entrar, porque as vezes os ingressos são mais caros, você você consegue sempre um lugarzinho. Então, você vai mais nesse sentido. Você, por exemplo, assiste dez peças para tirar uma, mais ou menos, você aproveita alguma coisa, né? Não sei se... Tem dia que até nós achamos, Marli e eu estava comentando, que nós estamos ficando muito exigentes, ou então não estávamos entendendo  o teatro hoje em dia, porque cada peça que ia, você a gente voltava mais desanimada, mais descrente com o nosso teatro. Aí, um dia, conversando com uma turma de m moços, assim, mais esclarecidos, porque nós já estamos, assim, na fase dos quarenta (risos), e vimos que não, que eles também têm a mesma opinião.

  Principalmente quando nós fomos ver aquela peça O Reveillon. Eu saí revoltada de lá, com o trabalho dela, e e estou a manchete elogiando, os jornais elogiando o trabalho dela. Mas não é pos> Então eu disse, mas não é possí> Será que eu não entendi? Será que eu Ou a gente ficou velha e e não percebe certas coisas? Fiquei assim por entender.  Tinha um cas, dois casais mais jovens, você você via que eram moços, noivos, namorados. Aí eles viraram e disseram para nós, não, senhora, vocês só tem razão. Nós também detestamos uma porcaria, porque ela, eu acho que ela achou que ser dramática era gritar. Você viu essa pe> Você gostou? Ah, bom, então eu já fico mais... Não, mas eu fiquei tão indignada, achei um absurdo tão grande, eu achei que era, é um abuso. cinque... não pelo dinheiro, mas cinquenta cruzeiros. Deu nervoso, porque não tinha nada né, não não, não pres... não tinha mensagem nenhuma, só gritaria. Quanto mais parecia que tinha que ser um neg, uma coisa trágica, era gris é grito esganiçado, não. Ah não, fiquei triste, sabe? E com isso a gente vai. Então, nosso divertimento é é esse. Ou vai no teatro, vai jantar fora, Vai para... vai ao cinema às vezes, como te disse assim, raramente. () Nós vamos bater papo  Na casa de algum amigo Em que ocasiões vocês fazem visitas? As visitas estão cada dia mais espaçadas. Né. Então, é uma ocasião assim... de necessidade, doença, morte. Mas nós temos aquele grupo de amigos que aí não há necessidade de ter assim uma... Nós não, não existe um pretexto para ir.  dando vontade de a gente se encon> contra. Houve uma época que também que nós tínhamos assim uma turma, então, nós dávamos jantares de quinze em quinze dias. Nós ficávamos sós, tinha outros casais, então o jantar ia ser... Depois também, sabe, o marido... a profissão do meu marido é uma profissão... ele viaja muito. E com isso também você vai...  afastando. Não é afastando. Você gostaria de ir, mas você está sozinha e não vai. Os amigos sabem que ele não está em casa, então vão deixar para um dia que ele esteja. E com isso a gente vai ficando assim, mais comodista também, mais preguiça. Eu aí não sei também se é porque os filhos vão crescendo. Então nó, e... eles estão assim, existe uma...  possibilidade de diálogo, de conversa, distrai também, né? Com isso, essa essa visitação assim... () Vocês frequentam algum lugar público de reunião? Não, assim, tipo rota, essas coisas, não. Não tenho paciência para essas coisas assim obrigatórias de dias. Nós frequentamos clube, mas <sim, também. Só mesmo para esporte. (), as crianças jogam, mas não temos obrigações certas, não.

SPEAKER 2: No seu tempo de folga, o que prefere fazer?

SPEAKER 0: Olha, bem, meu tempo de folga, eu eu leio. Eu gosto muito de ler.  Mas nem isso também atualmente eu tenho conseguido, porque as a literatura moderna eu tenho achado assim muito muito, pornográfica, esses livros assim, best seller, que saem, tudo. Atualmente até eu estou fazendo uma coisa, eu eu estou me achando muito importante, porque eu eu tenho lido Graciliano Ramos,  Eu não conhecia, assim, alguma coisa dele, mas não conhecia muito. Então, eu eu fico perdendo tempo em ler, lendo Harold Robbins e es, não sei o que lá, esse né, esses que saem assim. E, no fim, você, pe... espremendo bem, não não não viu nada não, só bobagens muito mal traduzidos. Né, não sei se você tem lido isso ultimamente, mas é uma pe, é eu acho que comecei a achar que, que eu estava perdendo tempo.  E lá no Paulistano tem uma biblioteca boa. Então, eu comecei assim, eu pego um livro do Graciliano, eu vou ler toda a coleção do Graciliano Ramos, depois vou voltar, ler Dostoyevsky de novo, vou ler esses autores antigos, que eu li quando me  Muita coisa talvez vá, hoje em dia a gente compreenda melhor, tem outro outro sentido. E eu faço assim, ele, eles têm, você pode ficar com o livro quinze dias. Então, eu eu, geralmente e, eles me dão dois. Quem vêem que eu gosto, que cuido, () pode tirar um só. Eles, eu pego um livro mais assim sério, e pego um Agatha Christie, um (), sabe? Uma coisa assim que... é mais leve. É o que eu tenho feito.  Eu gosto de ler muito à noite, eu não consigo ficar sem ler, sabe? Fico assim... Qualquer coisa, por isso que eu falo, eu digo, eu leio até essas... Porque a amiga, ah, eu tenho um livro, então então me empresta, sendo novo. E depois que eu leio, eu fico furiosa, né? Mas acabo (risos) lendo. Mas eu gosto muito de ler. É só ler. E faço ginástica também, porque eu tenho problema de colu>  Minhas horas de lazer são essas, faço compras. Nada, minhas horas de (risos) () Nada assim muito importante () Você gosta de jogo? Você sabe que eu gosto de jogo, gosto de jogar, mas aqui eu não... ãh... meus, os nossos amigos ninguém é dado A jogo, sabe? Qual é o tipo de jogo que você se lembra?  Olha, eu gosto eu gosto muito de jogo de baralho. Mas eu não tenho, não tenho a... Ninguém dos meus dos meus conhecimentos gosta. Também não... Mas me distrai muito, sabe? Eu gostaria, assim, às vezes, de jogar, mas meu marido não gosta, não tem paciência, ele é agitado. Eu também não gosto de ficar jogando com as crianças, porque tem a gente tem um pouco de receio, assim, que eles aprendam. Não sei, é impressão, né? Mas o povo antigo tinha muito medo, assim.  de carta e de viciar. Apesar que não tem ninguém viciado na minha família com jogo. Mas já que o marido não gosta normalmente, você vai pendendo para aquilo que ele gosta. Sei, eu sei jogar buraco,  sei jogar canastra, sei jogar

SPEAKER 2: (risos) Então conta para gente os valo>



SPEAKER 0: (risos) Você não sabe? Você joga?  O Ás né, vale quinze. Depois do dez, não, as as figuras. São a Dama, Rei e Valete, valem Dez. Depois do dez até o oito, valem dez pontos. Do sete até o três, cinco pontos. O dois é Coringa, vale  Depende de como se joga. Aquele coringa maior, aquele bonito que vem, se... se ele tem, se entra no jogo, ele vale vinte para nós aqui. E canastra, se é com aquele coringão, como nos, como a gente diz, é ela fica valendo canastra limpa. Uma canastra que não é suja, não tem coringa. Então, a canastra vale duze> <entos. E a canastra suja vale  cem  Bom, tem, isso depende da... do pessoal que joga. Tem um cada um. Tem gente que fala que se faz a canastra de Ás a Ás Vale quinhentos. Eu acho que na hora de combinar o

SPEAKER 2: o jogo né, mas eu gosto. Tem algum outro jogo, esses jogos tipo modernos para adultos, sabe ()?

SPEAKER 0: Como War.  As crianças jogam. Eu gosto, eu gosto de jogo. Eu jogo com eles. Gosto de jogar Dama, gosto de War. Agora tem um um outro. O meu menino ganhou outro dia de aniversário, mas esse ainda não joguei. Chama-se Gamão. Já ouviu? Diz que é muito instrutivo, né? Palavras Cruzadas também a gente joga. Você já viu aquele joguinho de palav> Aquele é gostoso. Banco Imobiliário também nós jogamos.  Mas é, é eu que jogo mais com eles. E eu me entusiasmo. Eu gosto (risos). Acho que viro uma criança junto.

SPEAKER 2: Eu acho gostoso.

SPEAKER 0: Olha, deu uma época que eu comecei a aprender a jogar xadrez. Até me interessei, achei gostoso, mas nunca me aprofundei muito no xadrez. Sei que tem o rei, a rainha, o cavalo, o peão, a torre. Até sabia movimentar bem, mas depois larguei.  É, eu achei assim um jogo difícil, né? Mas é gostoso também, tem tem que raciocinar um pouco mais. Mas eu achei interessante, mas minha minha, meu aprendizado não não surtiu muito efeito não, durou pouco.

SPEAKER 2: Você já assistiu alguma corrida de cavalo? Já, já assisti.

SPEAKER 0: ###

SPEAKER 2: Dá para descrever o local? Onde se dá.

SPEAKER 0: <ado? Olha, uma pista.  gramada, uma uma ce, cerquinha de madeira muito bem feita, muito bonita. Eu fui à noite. Como eu te digo, meu marido não é dado a jogos. Eu fui só uma noite jantar no jóquei e vi essa corrida. Achei muito bonito. O cavalo é um animal muito bonito, né? Achei muito interessante.  A pista muito bem conservada, toda iluminada, uns holofotes potentes. Eu achei assim muito bonito. Futebol eu nunca fui. Só vejo na telev, só vejo televisão. Também não gosto muito também não entendo. Vejo mais com as crianças, mais por com, por companhia.

SPEAKER 2: < ia né? E corrida de automóvel?

SPEAKER 0: Não, nunca fui. ### Pelo que a gente vê na televisão, pista toda cheia de curvas, asfaltada, Né Perigosa. E quando há lutas, 

SPEAKER 2: ### Luta de boxe?

SPEAKER 0:  Eu acho a luta de boxe uma, tão tão deprimente, tão triste, tão desumana. Aquilo me deixa um pouco chocada. Não tenho nem vontade de torcer, porque cada soco daquele parece que repercute na gente. Não me impres> Me impressiona muito mal, sabe? Não tenho... Não gosto nem aquela, aquela luta famosa, aquela primeira do tal Ali, né? Com aquele Fraser.  Joy Fraser, né? Aquela luta também, fiquei morrendo de, eu fico morrendo de pena. Ficam todos inchados, todos machucados, aquele, caem nas cordas, aquilo, não não sei, eu acho que não é, não é de gente, né? Um jogo daquele, não gosto 

SPEAKER 2: Você poderia citar algum esporte relacionado com o meio aquático, além da natação?

SPEAKER 0: Polo aquático, esqui. Ah esqui eu acho lindo.  Quando nós fomos para os Estados Unidos, nós fomos em Cypress Gardens, que é um lugar onde tem uma escola de esqui aquático. Mas vimos um show, a coisa mais linda, eles. O pessoal é de uma perícia fora do comum. Eles fazem até balé no esqui. Mas é lindo, lindo. E se você () Você, você querendo que seu filho aprenda, em quinze dias, vinte, ele sai perito de lá.  Ele esquia de costa, esquia... Hoje em dia eles falam plan... planar, né? Que é um tipo de esquiar sem... esqui, só com o calcanhar, mas. Em vin> <te dias É uma beleza, mas também eu acho que passam o dia na... esquiando, né? Mas vinte dias eles entregam...  O filho de uma minha amiga ficou, voltou esquiando, que era uma beleza, sabe? Uma beleza () Fazem aquela prancha no meio do do lago, então passa aq...  passa com o esqui e continua, não não desequilibra nem nada, sabe? Muito bonito. É um show que vale a pena mesmo, sabe? Ser visto.  Eu acho muito desses esportes aquáti>

SPEAKER 2: <ático o mais bonito para mim é o esqui. E esportes de montanha, qual você acha mais bonito?

SPEAKER 0: Olha bem, eu não sou muito dada a alpinismo, não. Eu Eu tenho pavor de altura, me dá tonteira, não tenho assim afinidade nenhuma. Quando eu era menina, eu passava uns dias, tinha aquele acampamento de férias do Paiolo Grande, em Campos de Jordão, dos padres americanos,  E a gente, nós fomos passar umas férias lá e tinha uma escalada à pedra do baú. Então era um, quando chegava na base da pedra, tinha uma série de escadas. Então, era escadas, escada feita na rocha. Depois, escada tipo bombeiro. Depois, o lugar mais difícil era a escada de gancho. Aqueles ganchos presos na pedra.  Olha, eu vou vou contar. Foi uma vez só, nunca mais, mas não volto, porque aquilo me fez... Não podia olhar para baixo, pensava que ia despencar. Odiei, então benzi com a mão esquerda. Não subo (risos)... Não gosto de altura, assim, mas de maneira nenhuma. Nem quando vou ao Playcenter, não supor>  <to ir naqueles brinquedos assim, arrojados, altos, é, roda gigante, montanha-russa, mas não vou. As crianças foram n, porque nos Estados Unidos, tem uma no n n  no Disney World, tem uma montanha-russa, diz que é a imensa, e eu fiquei embaixo esperando, não queria que as crianças fossem, mas eles adoraram, e eu não quis, nem sabe, graças a Deus, porque todos que eu fi fiquei esperando as crianças na saída,  na saída de lá e todos brancos morrendo de medo. Ah não, isso já é sadismo, né? Gostar (risos) do negócio desse. Masoquismo, querer sofrer, né? Não é sadismo, não, é masoquismo. Gostar de so>

SPEAKER 2: Poderia citar alguns esportes de estação, mesmo em outros países?

SPEAKER 0: na Suíça, né?  diz que é muito bom na neve. O que mais? Patinar. Onde que usa muito patinação? Tem patinação no gelo, né Deve ser gostoso. Aquilo eu tinha até vo, mas não... não é com essa idade que eu vou aprender. Mas a gente tem a impressão... Não, a gente tem a impressão que desliza tão gostoso, né? Eu acho lindo, mas nunca pratiquei isso, não. praticar algum esporte, qual que escolheria? Olha filha hoje em dia para aprender mesmo, eu já pratiquei muito esporte, já joguei vôlei, já joguei basquete, já nadei, já joguei tênis.

 Eu acho que hoje em dia eu prefiro continuar com a minha ginástica mesmo.

SPEAKER 2: (risos) É em casa?

SPEAKER 0: Não, eu faço fora. Em casa a gente nunca faz mesmo, né?  É uma ginástica ginástica rítmica e é bom assim, porque eu já já sofri dois desastres de carro. O primeiro, eu quebrei a coluna em dois lugares. Sempre fica uma lesão. Então, o ortopedista recomenda exercício. E a única maneira de se de se fazer um exercício assim constante, você tem que pagar  Porque a força de vontade é muito grande, sozinha a gente não faz mesmo. Teria algum esporte que ele recomendaria para esse tipo de lesão Não, mas é mesmo ginástica. Eu acho que não tenho condições de parar. Não não é Não é recomendável. Mais tarde pode trazer problemas sérios.  Quer dizer que de esporte mesmo, já  Até fui esportista, gostava. Mas eu não tenho dif dificuldade, assim, para me locomover, para andar, para me abaixar, para pular qualquer coisa, pular corda. Sou bem ágil ainda.

SPEAKER 2: E se pudesse escolher algum instrumento para tocar, qual seria?

SPEAKER 0: Olha, querida, você sabe que eu acho que eu nem nunca pensei, não teria vontade. Não? Não.  Ah, eu adoro música, mas eu acho que eu sou tão destituída de... de dons artísticos, assim, que eu não... acho que nem nunca passou pela minha cabeça ser nada, de ter,  tocar nada assim. Você tem algum hobby? Hobby? Não tenho. Até hoje em dia é difícil falar que se não, que não se, né, não tem <ia ter alguma? Devia ter, porque hoje em dia todo mundo tem, né?

SPEAKER 2: Mas (risos) eu não tenho hobby.

SPEAKER 0: Aqui em casa, não sei se eles me puxaram, meu marido também não tem. Minha mãe tem, tinha, mas não sei. Ele tem um hobby, que ele gosta muito de fotografia. Mas também não é um assim uma coisa... Não é alucinado. Ele gosta, tira as fotografias dele, gosta de slides, organiza tudo.  mas não é assim, penso que todo, que qualquer pessoa dê notícia do hobby dele. Talvez nem s nem chegue a ser um hobby. A vida acho que é muito normal, não sei se é normal, se é sem graça, mas eu estou satisfeita com ela (risos). Eu gosto de ser assim.

SPEAKER 2: E as crianças, para que tipo você acha que vão evoluir?

SPEAKER 0: ###  Por enquanto, eles estão meninos ainda, né? Não sei... Hobby, assim, pode ser que tem também n... Ninguém demonstrou ainda a necessidade de ter um hobby, nem de, nem... Porque, geralmente, crianças às vezes gostam de colecionar um chaveiro, colecionar... Em casa, ninguém tem dessas tendências, não.  Eu não sou de colecionar nada, não sou de guardar nada. Pelo menos não juntamente. Não (), até tem hora que me arrependo. Porque acabo dando tanta coisa que depois mais tarde volta, né? Principalmente bijuteria, essas coisas. E eu quando saio, eu dou, eu dou, enfim, porque a gente tem fazenda, e é  é gostoso, porque hoje em dia para para empregada, você acaba, você não pode dar mais Porque se não, né? Você não está usando, porque ela já tem tudo na moda e gosta.  E o pessoal de fazenda, não. Tudo para eles é bom 
 Então, você ajunta aquilo tudo e manda e eles ficam satisfeitíssimos. Eu não sou de guardar nada, assim. Seis em seis meses eu dou limpezas em guarda-roupa e separo tudo o que uso, o que não uso e dou um fim. Não sou muito de antiguidade, não. Gosto de coisa antiga, de  Enfeite, essas


SPEAKER 2: Essas coisas eu gosto. Só para finalizar, conte o que os meninos fazem

SPEAKER 0: Eles tem, a fazenda do meu pai é uma fazenda deli deliciosa, é antiga, tem um bosque na frente maravilhoso que ele fez aquilo com carinho grande, então são plantas de f de flor, que certa época do ã do ano ficam floridas, imensas porque foram plantadas há trinta anos atrás, porque ele ele começou aquela fazenda, ele não é não tinha nada, era só mata,  Ele é que fez tudo. Então tem um pomar maravilhoso, uma quantidade imensa de laranjas, mexericas, todo tipo de fruta que você possa imaginar e é para os netos. Aquilo não tem intuito nenhum lucrativo, absolutamente. E como ele já é um senhor assim mais velho, já tem cinco, oito, doze,  dezoito ne> <etos. Então aquilo é dos netos dele e. E a fazenda é, nas férias, é, tudo que tem lá. Empregado sai do serviço porque vai cuidar dos netos, vai arriar cavalo para os netos, vai, vai, por exemplo, olhar um gado e os netos vão, os netos estão em primeiro lugar, quer dizer, o serviço fica em segundo.  Para ele, para eles aquilo é um paraíso, então fica uma casa imensa, uma casa muito gostosa, os ir, todos os meus irmãos quase vão com os filhos. Para eles, você já pensou, é um paraíso, os primos mais ou menos da mesma idade, aquilo é uma folia diária, constante.  E aquela é, própria de mineiro, não sei se você sabe, aquela fartura de tudo, de fruta, de... doce, e, todo tipo de guloseimas possíveis, imaginários, né, para todo mundo engordar. Eu digo, nas férias é meu regime de engorda. Chego em São Paulo, a gente vai tentar emagrecer.  E eles então acham aquele muito carinho né que tem, eles acham aquilo um paraíso. Muito tipo de tem muita galinha, muita angola, todo tipo de bicho, carneiro, cabrito, muito gado, muito bonito. Pra eles aquilo é uma beleza. ### Nelore. Então para eles é uma fes> Você já pensou, um menino que vive aqui em São Paulo, chegar lá,  Vai no curral, e mar tem que marcar todo o gado, época de marcar, época de vacinar. Então, aquele gado todo no curral, berrando aqui, né? A gente acha muito bonito, né? Eles vibram. Então, tem que laçar o bezerro, () né? Põe no tronco, às vezes, para dar remédio, para v para marcar. Isso para eles é uma festa, né?  Eles acham lindo, então vão com empregados mais velhos. não vocês, então o papai dá aquela obrigação. vocês lá a gente fala campear. Campear quer dizer ir naquele pasto, ver como que está o gado, se tem algum problema, se tem sal, se tem algum algum bezerrinho machucado.  Então, você tem o que tem que ser olhado mais é no pasto. Então, dá aquela volta nos pastos. Pastos é que dividem a fazenda inteira, em repartições. Então, lá em Minas é assim, cada pasto tem um nome. Pasto da porta, pasto do cedro, porque lá tem muito cedro. Então, pastos, cada um tem um nome, assim, específico.  Não, tem do tem dois rios. Tem a Barra, que é uma um lugar lindo para se ver, porque é é o Rio da Prata.

 Eu não () Não s... O Rio da Prata vai desaguar em qual? Eu não sei que tem um rio douradinho que é afluente do Rio da Prata. E o Rio da Prata é afluente... é de um rio importante. Ah, agora não me lembro. De repente eu vou falar uma bobagem.  Eu não me lembro não, mas esse encontro desse Rio Douradinho com o Rio da Prata, eles falam barra. E é um lugar muito bonito, sabe? Tem muito riacho, lá nós chamamos córregos. São assim, tipo, riacho, né? Aqui em São Paulo eles dizem riacho. E lá nós dizemos córregos. A fazenda é muito, muito farta, tem muita água, essa fartura de água.

SPEAKER 2: O gado anda sozinho ou vai 

SPEAKER 0:  Ah, não, soltando o gado no pasto, ele vai sozinho, já tem os lugares de dormir, tem o cocho onde eles comem o sal, tem as á... as a água deles, né, aguada, onde eles vão tomar água. É meio... a maneira de de tocarem as fazendas lá não é, assim, muito...  É mais primitivo, sabe? Sabe. Não tem assim, agrônomo, não tem nada. É mais na base da... do empírico mesmo.

SPEAKER 2: Tá ótimo então, Marta. Obrigada pela sua colabo>

SPEAKER 0: Imagina ###