Inquérito SP_DID_298

SPEAKER 0: : ### Com muito prazer. Acontece o seguinte. A minha casa foi foi construída por nós mesmos. Teve um um arquiteto que fez a planta e que acompanhou toda a construção. Mas nós interferimos muito no projeto da casa, tomamos parte ativa, tanto eu quanto o meu marido. Nós, ãh em primeiro lugar, dissemos a ele o que nós pretendíamos, ãh a nossa maneira de viver, porque assim seria mais fácil para ele captar aquilo que realmente nós desejávamos, o nosso estilo de vida. Por exemplo, se nós gostamos de receber ou não amigos em casa, Se nós temos criança, a casa seria feita para uma casa de criança, uma casa para um um casal de pessoas de idade e tipo de de vida social mesmo, os nossos programas. Enfim o que ãh, mostramos a ele o que nós entendíamos por uma casa, pelo nosso lar, a casa em que iríamos morar. Nós temos, na ocasião, nós tínhamos duas filhas e mas ãh, mas já planejávamos uma uma terceira ou um terceiro. Então, pretendíamos uma casa que tivesse, na parte de dos quartos, tivesse três quartos. Um para nós, outro para outro para as duas meninas que já tinham nascido. E um terceiro, ãh sempre na expectativa de um terceiro então ser um homem (risos), esse terceiro segundo quarto seria para o para o filho homem. E dois banheiros, um conjugado, quer dizer nosso quarto com banheiro conjugado, e o outro servindo as três crianças. Queríamos que fosse bem independente das outras partes da da casa, isto é, que tivesse um () de distribuição com porta que pudesse ser fechada. Antes de mais nada, o nosso terreno é em declive. Portanto, ãh teria que ser feita uma casa que aproveitasse (tosse) a parte da caída do terreno. Queríamos uma casa de dois andares então ah uh. E não de três, porque com muita escada é muito trabalho e bem cansativo. Queríamos ãh mais a casa mais concentrada possível. A parte dos quartos teria que ser então no andar térreo, no andar de do mesmo plano da rua. Fora essa parte dos dormitórios, então uma parte social, sala de jantar, living conjugados, mas, de certa forma, isolado, que, quando eu quisesse, poderia fechar a porta. Não que não fosse usar. Sempre pensei em usar minha sala de jantar e living eh. Eu, as crianças, meu marido, os amigos. Mas que, quando eu quisesse, houvesse uma possibilidade de isolar. Então, que tivesse pelo menos uma porta, algum anteparo, enfim, para que pudesse isolar e e não fosse passagem nem para os quartos, nem para a copa e cozinha. No mesmo nível também do terreno, isto é, na parte na parte do nível da rua, precisaria ter a copa e a cozinha. Tudo isso, Nós gostaríamos que saísse de um de um hall de distribuição. Onde houvesse a porta de entrada e então para um hall de distribuição e, desse hall de distribuição eh, tivesse eh entrada para os dormitórios, para a parte social, isto é, sala de jantar ou living, e para a copa e cozinha. E também para um lavabo social. Isso foi muito difícil, porque o terreno tem dezenove metros de frente. Teríamos que respeitar os recuos obrigatórios das laterais e de na frente também. E, então, esse hall de distribuição deveria ser como um pátio dos milagres. teria que da um jeito ele teria que existir de qualquer maneira. Seria o pátio dos milagres, porque desse... Nós teríamos que eh colocar todas essas ãh todas as passagens para para esse para dormitórios, copa-cozinha, lavabo e sala de jantar e. Para entrar em qualquer um deles, não deveríamos passar por outro ambiente que não fosse o hall de distribuição. E, ainda mais, como a casa então é em um terreno em declive, A parte de baixo deveria ser aproveitada com edículas, porque fica mais cômodo e economizaria o terreno, daria mais ãh um jardim maior. Deveria, então, estar a edícula no corpo da casa. Quanto à edícula, nós necessitaríamos de lavanderia, um quarto de empregada e um banheiro de empregada. E o resto seria feito seria aproveitado para um salão para as crianças brincarem. Mas, para maior conforto, deveria também ter um lavabo, dando para esse salão. E um outro ãh quarto, não muito grande, que nós chamamos de oficina, que é onde meu marido, que gosta muito de mexer com ferramentas, ferramentas e muita coisa que ele gosta de montar em casa e concertos. Aquilo seria dele. Por outro lado, funcionaria também como um quarto de costura para mim. E, quando eu quisesse, fecharia a porta () ãh seria. Não estaria à vista de ninguém e bem isolado e. Mas, para ir para esse salão, eu () eu quis também... melhor, nós quisemos que houvesse uma passagem dessa parte térrea da casa para esse salão. Então, para isso, a escada deveria sair desse mesmo hall de distribuição, o cha o chamado Pátio dos Milagres e. Com porta nes . te tem a escada e, no hall de entrada mesmo, existe uma porta também para dar para esse... para para a escada que dá para o salão. O pátio dos milagres consta, primeiro, de uma porta de entrada. À direita, uma porta para os dormitórios. Em frente, uma porta de quatro folhas para o living e sala de jantar e. À esquerda, uma porta para a escada do salão, outra para a copa e cozinha e outra para o lavabo. Esse esse pátio dos milagres é bem iluminado, porque tem ãh janela com visor, e a prova de ladrão, isto é, as grades são (risos) as grades são pequenas. Enfim, é exatamente aquilo que nós queríamos, nós fizemos em nossa casa. O salão ficou muito bom também, porque Nele, as crianças brincam à vontade. Ele tem comunicação com porta de correr em vidro para o sãlã para o para o jardim. Então, a vista é muito bonita, porque nós conseguimos ver as plantas do do jardim. É como se fosse um jardim de inverno, o salão. Em dia de chuva, ãh esse salão funciona admiravelmente bem, porque... A criançada não precisa dar a volta pelo quintal para ir até o salão brincar. Eles ãh saem por esse vão por essa escada mesmo do do hall de distribuição, então não tomam chuva. Tem o o banheiro deles lá embaixo, então não precisa estar subindo toda hora. O piso é de cerâmica, muito confortável, então a criança pode brincar até de água. Lá dentro levar baldinho com água, regador e fazem cerâmica também. Enfim, é um piso muito fácil de ser lavado e ãh de limpeza, não dá trabalho e as crianças elas têm um lugar onde elas possam ficar à vontade. Aquele realmente é delas, quer dizer, o salão é delas. A decoração até não é muito caprichada não, é bem à vontade. Porque elas precisam tirar o máximo da casa delas, a casa foi feita para elas também. Já a parte de living e sala de jantar, isso é o essa essa é nossa, é minha (risos) e do meu marido, nessa daí. Não que as crianças não não estejam, não frequentem, não não não aproveitem. Elas vão também para para o living. Nós jantamos todos os dias na sala de jantar e tem inclusive televisão no living. mas é um lugar que elas têm que respeitar. Então, onde eu tenho móveis estofados, e ãh de veludo ou tapetes, e elas têm que aprender a respeitar. Assim como nós respeitamos o ambiente delas lá no salão, ãh elas têm também que respeitar o nosso o nosso living, a nossa sala de estar. Nesse living também tem um escritório, que nós fizemos questão, porque eu gosto muito de ler, gosto de escrever e trabalhar também em um lugar que pudesse ficar isolado. Meu marido também, muitas vezes, à noite, ele traz serviço para casa e e é no escritório onde ele então trabalha, na escrivaninha, máquina de escrever. Lá também tem aparelho de som, que é dele, ele gosta, adora, ar-condicionado para dar um ambiente gostoso, tranquilo, nos dias muito quentes e Agora, esse escritório é isolado com porta de quatro folhas eh do do living. Mas ele dá para o living. Quando a gente tem festa, reunião de amigos, nós abrimos ãh essa porta de quatro folhas. Então, é mais um ambiente para para o living. Aumenta mais o living, cabe mais gente e é mais simpático. Por outro lado, tendo uma porta de quatro folhas, quando queremos trabalhar à vontade, ou ele ou eu, fechamos a porta e já ficamos isolados e tranquilos. com a iluminação adequada para leitura, poltrona também boa para leitura, e telefone, campainha para cha para chamar a empregada quando a gente necessita. Por outro lado, quando vem alguém falar com o meu marido ou comigo e onde necessitamos ter um pouco de sossego, nós vamos para o escritório (risos). ### Quanto a copa e a cozinha, elas ficaram exatamente como nós planejamos. Copa boa, grande, cozinha boa, grande, com as acomodações, com tudo aquilo em matéria de armários que nós necessitaríamos. A única coisa que não saiu a nosso gosto foi o piso de foi o piso de banheiro e de cozinha de copa. É uma cerâmica ### É uma cerâmica que não risca, daí a nossa preferência, porque poderíamos ter escolhido vitrificado, mas vitrificado risca muito, então preferimos a São Caetano que não risca. Realmente não risca, mas não sei se foi a nossa escolha da cor, ãh a cor é muito clara, e realmente a cerâmica não risca mais, suja barbaramente, marca demais, é difícil de limpar, é o único senão da casa, a única coisa que não ficou do nosso agrado foi o piso. Talvez um dia a gente troque, agora não, por razões econômicas e um pouco de comodismo também, porque só pensar em ter pedreiro em casa e trocar essa cerâmica, arrebentar tudo, colocar outra e aparelhos de banheiro que precisam ser retirados para depois serem colocados. Enfim, por enquanto está dando. Provavelmente no dia em que não tivermos mais empregada doméstica (risos) e que então eu vá precisar estar limpando esse piso, conservando diariamente, aí então não vai dar para aguentar não. () hum Nós acompanhamos de perto sim, desde a ### Todo o planejamento até o início da construção. A planta foi muito bem pensada, foi refeita várias vezes. O arquiteto ia na nossa casa, ficava até de madrugada. Meu marido dormia geralmente (risos), mas eu Como era eu que iria cuidar da casa, como dona de casa, eu achei que não poderia lerdear, não poderia ficar alheia. Então, acompanhei ãh tudo e passei a entender muita coisa sobre construção, sobre plantas, observava a casa de amigos. Enfim, já na no planejamento da casa, nós acompanhamos muito de perto. Eu acho que eu especialmente, porque... Então todas, várias noites ficávamos até de madrugada. Eu, na ocasião, estava esperando o nenê e, mesmo assim, basta dizer que quando eu tive a minha segunda filha, eu estava com a planta, inclusive, na maternidade. Na cama do hospital, eu ainda pensava no assunto, refazia uma porção de coisa. E via o que era possível fazer, de acordo com o terreno, de acordo com as nossas possibilidades. Já tratamos de resolver material de acabamento, de antemão. Não mudamos um senão da casa, pelo menos em matéria de fachada (). Em planta hidráulica, isso foi mudado, mas não por nossa conta. Sempre quem faz a parte hidráulica que vai mudando. O encanador sempre muda e não dá muita bola para a planta, não. Matéria de fachada, de acabamento, material de acabamento, tudo nós tínhamos resolvido de antemão. Durante a construção da casa, hum por mais que a gente tenha um arquiteto e ou alguém, um engenheiro, enfim, mestre de obras, alguém que que que construa, que compra material, o proprietário os proprietários nunca podem ficar alheios. A menos, talvez, quando haja muito dinheiro e muita seja tudo muito fácil, então, gastar, talvez, assim, possa ficar um pouco distante. Mas para quem tem o dinheiro contado, que não pode estar... (risos) o orçamento não pode aumentar muito, tenha-se que acompanhar a construção. Materiais, por exemplo. O arquiteto sempre dava uma loja e um preço de uma determinado material. Nós iríamos procurar e ver se achávamos mais barato. Tanto em cimento, areia, pedra, ferro. Enfim, sempre procurando ver se tinha se havia material mais barato e da mesma qualidade eh. Por outro lado, o arquiteto vinha todas as manhãs Durante a construção da casa, meu marido também passava todas as manhãs, mas não era o suficiente. Eu tinha que acompanhar também durante o dia. Fazia várias viagens até a casa ãh com as duas crianças, uma uma de dois anos e outra que tinha acabado de nascer. Ia na cestinha no automóvel, mas vinha junto e até pedia para um pedreiro tomar conta da pequenininha no automóvel para eu poder descer e ver como estava andando. Então, se era material que faltava, ou eu mesma providenciava, ou telefonava para o arquiteto, ou telefonava para o meu marido. Enfim, e dava um relatório diário para ele à noite, para o meu marido à noite, do do que tinham feito naquele dia na na construção. Foi longo o período de construção? A construção sempre é longa, foi. Ao todo, foram, ao todo foi um ano e nove meses de construção. Mas, quando nós entramos na casa, depois de um ano e nove meses, a casa não havia sido terminada (risos) por dois motivos. Em primeiro lugar, porque eu precisava largar a casa em que eu morava. porque havia prometido a uma amiga que iria casar que cederia a casa para ela. Era uma casa alugada. Em segundo lugar, porque o dinheiro acabou. Então, nós viemos para para esta casa semi-terminada. A parte de living, e living, sala de jantar e escritório, ficou totalmente inacabada. os vidros já tinham sido colocados, a lareira não tinha sido feita, o piso não tinha sido feito, massa fina, pintura, etcétera. Isso só foi feito dois anos depois de nós estarmos morando aqui e por outro lado, o resto da casa também não tinha (risos) sido terminada. Tinham somente doze homens trabalhando aqui em casa quando nós mudamos. eu não tinha calçada, Não tinha o paralelepípedo que vai do do portão ãh do portão até a porta de entrada. A parte de área de serviço estava completa, mas não não tinha sido cimentada toda a rampa que vai para os fundos do quintal. O salão lá embaixo também não havia sido completado. Aos poucos, Os pedreiros foram sendo diminuídos e, depois de dois meses, já não tinha mais nenhum, mas sem fazer o living. Esse, como eu já disse, foi foi terminado somente dois anos depois de nós estarmos na nossa casa. Aliás, antes de fazer o antes de de de terminar o living, nós fomos para a Europa. Porque como tencionávamos ter um terceiro filho ou uma terceira filha, então fomos para a Europa, encomendamos o nenê na Europa (risos), voltamos, terminamos a sala e tivemos o terceiro nenê (risos) é. Tudo seguidinho. Mas o primeiro dinheiro que veio, nós fomos para a Europa (risos). Depois nós terminamos a . casa. Daria para você descrever a fachada dela? Olha Mônica, a fachada, É uma fachada moderna com elementos antigos. A fachada é moderna, tem tijolo à vista. Os vítreos, vítreo que existem na fachada é moderna. É uma combinação de elementos à vista e e pintura de látex branco (tosse). Não é massa corrida, é pintura os. () Os vítreos são modernos. Janela moderna. Porta de de entrada almofadada, quer dizer então é um elemento antigo, mas o encaixe dela é bem moderno, porque ela não tem não tem batente, não tem guarnição. E o gradil de frente da nossa casa, um gradil de ferro, é um gradil alto, muito bonito, pesadíssimo. Nós compramos uma demolição. Deu certinho. Tinha o portão para a entrada de automóvel, o outro portão pequeno e o resto das grades eles foram só distribuídos de maneira diferente, como existia na outra casa onde nós compramos, nessa demolição. É um gradil, eu acho lindo de morrer, muito pesado. É uma coisa que hoje em dia nem fazem mais e. Então, é um elemento antigo. Tem o lampião antigo também. ou melhor, estilo antigo, ele não é antigo né (risos). O gradil é antigo, a porta é em estilo antigo, a lanterna é em estilo antigo. E assim nós usamos na nossa casa, quer dizer, é uma casa moderna. Nós só usamos alguns elementos antigos ou em estilo antigo, em estilo colonial brasileiro. Então, não posso dizer que minha casa seja colonial porque não é. A casa é moderna, mas com elementos ãh um estilo colonial que nós aproveitamos. E quanto ao jardim? Quanto ao jardim, foi plantado por mim e pelo meu marido (risos). Só a grama é que não (tosse). Quando nós viemos para cá, também não tínhamos dinheiro para fazer o jardim. Então, a terra ficou como estava e não foi removida, ficou aquele resto de construção mesmo, aquele terra misturada com entulho. Posteriormente, nós ãh mandamos retirar uma camada de uns vinte a trinta centímetros daquela terra e compramos terra boa, adubo, etecetera. Tanto na parte de cima, que é a parte no nível da rua, como na parte inferior do terreno que é em declive né e ai. Então, fomos fazendo uma coleta de plantas em casa de amigos, de parentes de boa vontade (risos). ãh planejamos o jardim da maneira que queríamos e, aos poucos, fomos então colocando, plantando as aleias e, enfim, todas as plantas doadas, como já disse. E plantamos e só faltava a grama. A grama foi numa outra etapa, um jardineiro foi contratado e então plantou a gla a grama. E então praticamente foi plantado por nós mesmos (risos) Foi feito por nós mesmos, né? O jardim. Num deu, não. Não deu, porque nessa fase você não precisa, já não tem tanta pressa. Uma vez que já está em casa, você também não tem pressa, num é num é uma sangria desatada, você vai fazendo aos poucos e. Então vai, numa semana, você vai na casa de uns amigos e ganha determinada determinadas plantas. É lógico que você tem que plantar ou ao voltar para casa ou então no dia seguinte, para a planta não não perecer. Então, não deu trabalho. O jardim até que não é muito grande. Na lateral não tem o jardim né só. Então, não deu trabalho. E a grama, o trabalho foi para pegar a grama depois, né? Porque na parte de ci de cima, principalmente, que o sol bate só na só na no período da manhã, e grama acho que gosta de sol. E lá na na na nos fundos não, nos fundos foi uma beleza, a grama fechou logo, mas em cima nós já estávamos meio desesperados, não sabíamos o que fazer, porque não plantamos a grama em placas e sim uma a uma, e que era mais barata aliás (risos). Então custou mais para fechar. Depois nós temos cachorro, logo tivemos cachorro, cachorro estragava jardim e fazia buracos enormes, cavernas mesmo. Então, foi difícil para, para fechar a grama do jardim Mas não que tenha dado trabalho Isso não deu de maneira nenhuma. Não deu... ### () do do living () ### a piso? Na copa, cozinha e banheiro, já descrevi para você né. No hall de entrada, nós colocamos uma uma... Nós colocamos pedra. É uma pedra, deixa eu ver se eu me lembro o nome, arenito rosa. É uma pedra dura, boa, nós ãh. Talvez num num tivesse sido melhor não deixá-la numa forma irregular, ou então cortá-la formando retângulos ou quadrados de tamanhos diferentes, Mas achamos, na época, que seria mais bonito cortá-la, ãh cortar mandar cortar as pedras em em quadrados iguais. E assim elas foram assentadas. É uma pedra bro boa, prática ãh. Antes de de passar a cera, nós passamos uma camada de óleo para que penetrasse na pedra, para impermeabilizá-la. Depois passamos cera, e ou varsol, ou removedor, enfim, né? eh É uma pedra que não dá trabalho. É uma pedra dura, muito resistente, não é porosa, enfim, muito boa. Nos quartos nós colocamos carpete, que é mais aconchegante. Fizemos carpete. E no living usamos tábua larga, tábuas largas eh. É madeira Ipê. Colocamos sinteco. Sinteco brilhante mesmo, porque eu acho que é o mais prático, apesar de achar muito bonito sinteco fosco, mas o sinteco brilhante dá menos trabalho, não precisa encerar, num tem o maior problema. E colocamos tapetes ãh de acordo com os ambientes, os conjuntos de estofados, colocamos tapetes. Mas as passagens, então, todas com tábua larga à vista, Achamos mais prático porque é um lugar onde, digamos, sala de jantar, ãh onde criança janta, almoça, deixa cair migalhas no chão, e com carpete é mais difícil. Também quando damos reuniões sociais ou pequenos jantares, e o carpete é mais difícil de limpar. () hum Eu acho simpático. Tapas largas e e só tapetes nos ambientes. E quanto à decoração interna? Quanto à decoração in terna, não teve decorador nenhum. Não digo que seja obra de arte, não po . de Os outros não gostaram. Nós gostamos muito. Nós fizemos de acordo com o nosso gosto, e as nossas preferências, as nossas necessidades (tosse). Usamos elementos modernos na decoração, como elementos antigos também ãh. Tivemos muita sorte porque ãh ganhamos muita coisa bonita para enfeitar a casa. Meu sogro era um homem que gostava muito de frequentar antiquários, leilões, então adquiria sempre eh coisas muito bonitas para a casa dele. Apesar de serem muitos irmãos, Muitos filhos, meu sogro, ele tinha onze filhos, a casa muito movimentada, muita gente na casa dele, irmãs morando com ele. Enfim, muita coisa ãh muita coisa foi se acabando, eh mas muito ainda ficou. Nós ganhamos muitas coisas, muitos objetos da minha sogra eh, antigos cristais bonitos, coloridos ãh. Uma fonte, por exemplo, Arnaud Vaux, que nós colocamos no hall de entrada, é uma fonte ãh... Arnaud Vaux, legítima, chegou da França, para a Paraíba, Paraíba, em mil novecentos e cinco, mil novecentos e dez, por aí, era para o palácio, foi uma encomenda do governador da Paraíba (tosse) para o palácio do governo da Paraíba. Acontece que dizem que, na ocasião, o governo não tinha verba para pagar, porque eles ãh ele tinha importado a a fonte, um lustre e mais uns tantos objetos, mas o governo ficou sem verba para pagar, e pôs em leilão. E meu sogro adquiriu essa fonte, esse lustre também que está comigo. O resto eu não sei que fim levou (risos). Temos, por exemplo, um crucifixo. Era de uma irmã do meu do meu sogro, da família do marido dela. É um crucifixo vindo da Bahia. É um crucifixo barroco, lindo, maravilhoso. Para falar a verdade, eu nunca vi um crucifixo tão bonito. Já vi muitos no estilo, mas não tão bonito. Ou porque o raiado em volta do Cristo não é tão bonito, ou porque não tem os símbolos gnósticos, ou porque quando tem tudo isso, o raiado bonito, os anjos, os símbolos gnósticos, num tem o Cristo não tem a leveza que o nosso tem, a a pureza, ele é muito esguio, Depois eu vou mostrar (risos). Ele é muito esguio e a e as gotas de sangue dele são de rubis. Isso é uma característica do do do crucifixo barroco mesmo eh. Então é um objeto assim bonito que serve muito para decorar a casa, mas praticamente nós nunca nunca nós gastamos dinheiro na aquisição desses objetos, porque ou foi presente da minha sogra ou então presente do meu pai. Lá no hall de entrada tem uma mesa. Essa mesa era de uma antiga usina do meu sogro, uma usina hidrelétrica da em Tietê. Veio de lá. Era uma mesa usada para tra para trabalho um mesa uma escrivaninha comum, mas eu gostei demais da escrivaninha e acabei ficando com a escrivaninha, me deram (tosse). Em cima dele tem um oratório que foi presente do meu pai. Em outra ocasião, ele me deu também, meu pai nos deu uma santana antiga. Uma santana, diz ele, que é do final do século dezessete. Outros dizem que é começo do século dezoito, mas parece que essa é do final do século dezessete. Uma santana em terracota, muito bonita. Aliás, ela está precisando ser restaurada. Até hoje, não sei, a gente vai deixando e acaba não levando para restaurar. É lógico que nós vamos mandar restaurar o em especialista, de confiança e tudo. Mas é uma santana muito bonita que perten era pertencia a uma capela de um sítio na redondeza de Cotia. Meu pai ganhou e nos deu de presente. Então, com essas doações (risos), como você vê, não são só de plantas. Nós en (risos) Então, nós fomos enfeitando a nossa casa. O resto é comum. Estofados modernos e e cortina moderna, prática. Essa escrevaninha onde nós estamos, aqui nesse escritório, Esse era de um era de Mococa. Meu marido era representante de uma firma de Mococa e me falou a respeito da escrivaninha, que achou linda e tudo (risos). Eu disse a ele, por que você não propõe? Porque ele havia comprado, logo que nós casamos, uma escrivaninha horrorosa, tricolor, trico. lor Horrível. Eu disse, por que você não propõe a ele? Eles gostam de coisa moderna, porque você não propõe, você dá a escrivaninha sua e eles, quem sabe, eles trocam por essa ãh. Os proprietários da firma acharam formidável, uma ótima troca, porque achavam que essa daqui estava muito velha, (risos) muito séria, não combinava, então ela foi trocada. Foi a tricolor para a Mococa e veio essa que eu adorei, deu direitinho, encaixou muito bem no escritório. Esse telefone também, está vendo que interessante? Ele é bem simpático né. ### ### telefone é mil novecentos e vinte Parece que eles trocaram os telefones da companhia. Não sei se se desfez, não sei o que foi, mas então nos deram de presente (). Funciona. Tivemos que mandar ãh consertar e repor algumas peças, mas ele funciona bem. Aliás, ele recebe melhor do que ele transmite (risos) porque. Eu escuto muito bem quando falo nele, mas quem fala comigo não escuta muito bem não, é um pouco baixo. Mas isso acho que é só questão de um carvão que tem aí dentro. Precisa fazer não sei o quê. Já me disseram. Eu preciso ver isso viu. E a respeito de de da iluminação da casa, como é que você gosta? hum. Quanto à iluminação da casa? Bom Quanto aos dormitórios, acho que não tem problema. Nem tem mistério. Cada quarto tem um lustre (risos) né. Tem os pontos. Tem muito ponto de luz aqui na minha casa, porque meu marido é filho de usineiro. O pai dele era usineiro, como eu já disse, de usina hidrelétrica. Então, acho que ficou com um complexo de de usineiro e gosta muito de gastar eletricidade. Então, tem muito ponto de luz. E quem fez a plan planta elétrica foi meu cunhado, irmão dele. Também, então, filho de usineiro. Então, tem mania de de gastar luz (risos). Mas foi ãh... Muitos pontos eu eu consegui eliminar. durante a construção mesmo. Mas ele gosta muito de ponto de luz. Agora, no living, nós fizemos o seguinte, deixamos na sala de jantar, existe um ponto de luz central né, um lustre. Agora, o resto do living, ãh a iluminação é com abajur. Então, tem tomada, inclusive, no chão, escondida debaixo do tapete, mas com controle remoto também. E a iluminação, então, é toda com abajur, num num existe luz central. No escritório existe luz central e abajur para leitura, etecetera e. Que tipo de janela? O Tipo de janela? o da nossa casa eh chama janela (), a janela dos dormitórios. É chamada janela (). De () num tem muita coisa não, viu? Mas, enfim, era o que melhor combinava para o estilo da casa e nos deu a possibilidade também de colocar tela e grade, porque a parte da frente é terra e a lateral também. Então, para a maior segurança, nós temos tela e com grade. E corre uma folha para baixo, outra folha para cima. E essa aqui nós usamos. Na parte de living e de salão, não digo que seja o (), o que nós o material usado. As janelas são de ferro, mas o alumínio na época não nos ficava ao alcance, ficava muito caro. Então nós usamos ferro, mas o () mesmo é o alumínio. Quem sabe um dia, agora já estamos pensando em trocar a porta do salão de ferro para vidro, porque corre para alumínio, aliás. Corre com maior facilidade. E... Agora dos das salas ainda não deu nenhum problema Não. Nós vamos deixando (risos). Mas o ideal mesmo seria ter posto alumínio. Na época não era muito difundido o alumínio. Agora que está sendo usado com... Normalmente qual é o cantinho da casa que você mais usa? Para algum trabalho? não sei se eu tenho muito cantinho da casa que eu mais uso mas tem meus lugarzinho de preferência eu sempre gostei muito de quarto em solteiro eu estudava no meu quarto e então gostei muito de quarto eu uso muito meu quarto uso muito escritório e usava agora não tanto mas até o ano passado eu usava muito a oficina que eu tenho lá embaixo com costura, porque enquanto as crianças brincavam no salão e jardim, eu ficava ou costurando, ou trabalhando, ou fazendo algum serviço nessa oficininha. Então, eu usava muito. Mas, atualmente, eu acho que o que este ano, aliás, desde o ano passado, desde o ano passado, porque nós estamos no começo do ano, desde o ano passado, as partes que eu mais uso, eu mais uso da casa é escritório, e o meu quarto. Meu marido, a parte ãh, predileto o cantinho predileto é o escritório. Ele chega, então, aqui que é esse. Porque onde ele lê chega, ou vai ler jornal, ou depois de jantar também lê jornal aqui, trabalha aqui. Então, é esse que ele ãh o canto dele preferido. E o meu também. O meu é o quarto e o E o escritório É, pelo menos é isso que nós procuramos e nunca nos arrependemos, não. Nunca nos a, nunca nunca, em nenhum momento sequer nós arrependemos daquilo que fizemos. Não gostaria de da casa nem um centímetro maior, nem um centímetro menor (). Ela é grande, mas ela acomoda muito bem e como nós temos filhas em crianças e que recebem muitos amigos e muito movimento em casa, ela é o ideal. Ela é, eu acho, a casa de tamanho ideal. Só para finalizar hum () pode descrever os momentos do seu livro Você quer que eu descreva os elementos do meu living? ãh Mas em que sentido assim? De material de acabamento? () Os objetos? No meu living, você logo que entra, eu ãh você já vê uma mesa de tampo de mármore com um pé de máquina de costura antiga. Nesse pé de máquina, eu paguei vinte cruzeiros (risos) Há uns uns quatro anos atrás. Também não faz muito tempo, não eh. Fui numa numa casa de máquina de costura usada, que vendem máquina de costura de segunda mão, e comprei o pé por vinte cruzeiros. Depois mandei colocar um mármore, um (), não é nada de mármore estrangeiro não, mármore nosso mesmo e. E mandei dar uma pátina esverdeada no pé da máquina, porque não quis pintar de grafite por para não ficar muito escuro ou com uma cara muito nova. Então mandei dar uma pátina nela. E ali eu tenho um abajur que não tem nada de antigo, estilo sim, mas ele não é antigo, mas é um pontinho bom para ser iluminado. Eu costumo sempre colocar flores nesse nessa mesa. Eu adoro flores, então é muito difícil lá não ter um vasinho de flores. Aliás, por causa disso, por eu gostar muito de flores, em cima, na parede, bem em cima dessa mesa, Essa mesa, que não é grande, tem uns set tem uns setenta centímetros de comprimento. Tenho dois quadros pequenos. Um deles é de uma pintora, Maria Lepage eh. É uma Iara da nossa do nosso folclore. Muito bonita, muito suave. Gosto muito do estilo dessa pintora, Maria Lepage (tosse) e eh. É muito bonita. E, ao lado, ### ### Eu acredito. Inclusive ele tomou parte na na semana Mas acontece que as pessoas realmente são valorizadas pelo público depois que morrem. E ele está vivo (risos). Mas ele eh já fez coisas maravilhosas. Ele é um grande ceramista. Ele entrou na Semana de Arte Moderna com cerâmica e. E é um homem que entende de arte, que entende de arte sacra como ninguém. Ele tem, por exemplo, uma coleção. ### Até o Vaticano já quis comprar essa coleção. É maravilhosa. Ele tem coisas lindas e. Eu tenho esse quadrinho dele, faz parte de um um. É um estudo para um outro quadro que ele que ele fez. Eu ganhei há pouco tempo. Chama-se Senhora de Todas as Flores do Brasil. E eu recebi com um cartão muito carinhoso. E enfim, esse quadro eu gosto demais eh. É muito bonito, com flores com ãh. Muito é lindo o quadro chama-se. E com uma figura bem etérea. Chama-se Senhora de Todas as Flores do Brasil. ### por gostar de flores. E então, ele diz no cartão que quando ele estava fazendo esse estudo para esse quadro maior, ele não sabe porque lembrou de mim. Ele é um grande amigo do meu pai e teve a delicadeza de me mandar esse quadro. Aliás, dele eu tenho outras coisas também. Eu tenho aquarela sobre folclore, folclore paulista, que é uma das coisas que pouca gente entende ou que, em pintura, quase não se vê, porque só se vê folclore baiano, quadro de folclore baiano. E ele tem coisas lindas no nosso folclore paulista, com lendas nossas. Muito interessante (tosse). Eu tenho aquarela dele também ãh. Eu tenho também, no Living, uma arca no estilo colonial, ela foi feita agora em estilo colonial. Dentro dessa arca, essa arca serve de bar, mas fechada ela não parece, é simplesmente uma arca com quatro gavetas. E em cima dessa arca, eu aí eu tenho esse crucifixo que eu já fiz referência, esse crucifixo barroco, uhum que é do século dezessete, que é lindo, maravilhoso. e tenho também um bom pastor em Biscui, também que era do meu sogro ãh. No living existe uma lareira que. Meu marido não concebe casa sem lareira, principalmente aqui em São Paulo. Ele adora, acha que dá muito aconchego. Então no inverno nós acendemos a lareira, realmente funciona, é para funcionar, não faz mal que vá fagulha no chão, nós não ligamos, Usamos mesmo a lareira eh. Em cima dessa lareira tem uma tábua, uma parte de madeira hum, onde colocamos vidros e cristais coloridos antigos. Nós temos, por exemplo, dois ãh dois vasinhos, dois vasos em em vidro azul escuro. Esse nós compramos na esse nós compramos na Espanha e. São dois vasos iguais, são de vidro azul tem o. Temos também um licoreiro cuja base é prata e os as duas garrafinhas para licor em vidro vermelho e os cálices em vidro vermelho. Estão faltando dois dois cálices, dois copinhos eh. Mas num num houve possibilidade de reposição, nem de mandar fazer igual, porque não existe forma mais para isso, e para fazer forma especialmente para dois cálices seria impossível. Esse licoreiro era da minha bisavó. Estava ãh com minha avó, já falecida, mas estava com ela, Mas ela não ligava muito para isso não, não gostava de coisa velha. Então, estava jogado ãh em cima de um guarda-roupa ou num forro da casa dela. Enfim, um dia eu vi, me encantei. Então, ela me deu de presente em solteira ainda. E eu guardei e. E depois de casada, aqui usei (risos). Tem uma bombonier que era do meu sogro. Muito bonita. Eu não sei. Ali é eh deve ser cristal. É cristal amarelo com umas pedrinhas incrustadas. Mas eu num não sei. Parece uma um trabalho indiano. É uma é diferente, muito bonito. Tem uma compoteira em vidro azul e. Muito bonita a compoteira. Meu sogro tinha duas compoteiras dessas. Uma quebrou, a outra ficou comigo. Em vidro azul eh. Ele tinha tinha também duas em vermelho, mas eu gostava da azul, apesar de que o vidro vermelho tem mais valor, ou o cristal vermelho tem mais valor do que o azul. Mas eu gostava da cor do azul, azul turquesa, eu adoro azul, adoro azul turquesa, então eu gostava dessa compoteira. Tem um outro vaso muito bonito também em cristal roxo. Degradê. bonito finíssimo com uma incrustação em metal muito bonito hum e tem uma outra garrafa que serviria para garrafa de vinho em vidro em cristal vermelho que era da minha mãe presente casamento e ela me deu tem um cálice um cálice em cristal branco com Ele tem uma gravação, num não sei, tem mais ou menos, parece um parece umas armas, um um símbolo qualquer. ### E como gostava muito de meu pai, ### E uma outra bombone, uma biscoiteira pequenina, em cristal branco, que era de minha mãe hum. Tem um quadro em cima dessa lareira, muito bonito. Presente de uns amigos muito queridos. É um quadro sobre ouro preto. ### Os pais dele eram muito amigos nossos. ### Mas é da loja Ouro Preto. E eu gosto demais do quadro também. Em matéria de quadros, no Living, eu tenho mais uma gravura antiga. É um casamento em Veneza mas era. Era usado perto de de uma outra que tem aqui no escritório. maternidades. São gravuras alemãs. Essa maternidade. Aquele era um casamento em Veneza. Existiam mais duas que eu também não sei que fim levaram. E tem um quadro também no no Living que... É um autorretrato. É uma irmã da minha avó, uma tia-avó minha, que era pintora. Ainda vive, mas agora está velhíssima, com () e tudo. Era pintora e era cantora. E, na época, Ela fez uma... hum Não sei se foi numa Opereta, sei lá, de Pierrot então. Ela se vestiu de Pierrot e ela mesma fez o retrato dela (risos). Esse (risos) esse quadro deu até folhinha no Rio de Janeiro. (risos) Deu até folhinha no Rio de Janeiro. Gostaram muito do quadro tudo e fizeram, inclusive, uma folhinha para o Rio, na época. E que mais? Tem dois ambientes assim de de sofás, tem um em veludo acrílico turquesa, como já disse gosto muito de turquesa, em linhas modernas, muito confortável. Em frente, eh assim entre ele e as poltronas, existe uma mesa de centro, Com os objetos, por exemplo, tenho uma uma legumeira. Uma legumeira antiga. Faz parte de um aparelho de jantar que eu tenho. Metade do aparelho eu tenho. Metade meio desfalcada já (risos) e eh. Dizem que foi diz minha mãe que foi presente do do do rei de Portugal para meu bisavô, que era... que trabalhava para a Casa de Portugal era Oficial de Eu não sei o que ele fazia lá. Era comendador. Eu não sei lá o que fazia. Trabalhava (risos) na na Casa Real e e ganhou isso de pre esse aparelho de presente. É um aparelho que com peças imensas, enormes, travessas enormes, e com quarenta e oito pratos de rasos e. Em vez de vinte e quatro pratos rasos, tem quarenta e . oito enfim o aparelho enorme, travessas imensas sabe. Muito bonito. metade ficou para minha mãe, metade ficou para minha tia. Eu adquiri, mas ãh já desfocado, num não está completo. Eu adquiri a metade que pertencia à minha tia eu eu adquiri. Pus a legumeira lá porque gosto dela. Diz que abrazonada (tosse) que é por porce porcelana abrazonada. Dois castiçais. Aquela fotografia da avó do meu marido. Eu achei ela muito engraçadinha (risos), então coloquei aí é. Era da mãe da mãe do meu marido. É uma mulher muito bonita. E eu acho a fotografia bem simpática, né? uhum (risos) e Enfim, eu tenho castiçais que foram da minha bisavó. Tenho dois na mesa de sala de jantar, dois castiçais muito bonitos, diferentes. bem antigos, com alças assim, laterais, muito interessantes, em prata de lei. Tem um centro de mesa, que não é em prata de lei, mas muito bonito, estilo Art nouveau, e era da minha avó paterna, na mesa de sala de jantar. Tenho, nessa mesinha de centro, em frente ao conjunto turquesa, tenho... Dois castiçais também que foram da minha bisavó, pequenos. Tenho... bandejinha de prata de lei, do tempo do casamento da minha mãe (risos). E assim. Deixa eu ver se me lembro de mais alguma coisa tenho. O outro ambiente é um é um sofá de couro com almofadas de de de veludo acrílico e duas cadeirinhas de balanço. ao lado dele, porque cadeira de balança é muito gostoso, nós gostamos muito e essas são muito boas, muito confortáveis (risos). E essa... Ao lado desse sofá tem uma bandeja antiga também. Eu não sei qual é a liga, qual é o material. Não é prata, mas é uma liga usada antigamente. Então eu uso como mesinha lateral. E tem uma outra mesa também talhada, que nós trouxemos de Olinda, numa viagem que fizemos o ano passado, fim de ano passado, para o Nordeste. Trouxemos de Olinda e mandamos vir, né? essa mesa entalhada. Existe uma uma peça grande que divide sala de jantar com este ambiente e nesse. Nessa peça está encaixada a televisão, mas tem port mas a peça tem porta para tem duas portas para para esconder a televisão de madeira né é de madeira almofadada. Em cima dela eu tenho uma jarra e bacias antigas que nós compramos numa viagem a Minas ãh. Nós tínhamos ido a Ouro Preto, então em São João del Rey nós compramos essa bacia. Não é muito bonita não, viu? Mas foi a única que eu encontrei na ocasião (risos) e. E eu coloco na jarra, às vezes eu coloco flores. Agora eu estou com umas penas de pavão também presente também. Agora estão usando muito. Pena de pavão, né? Bem assim, Art nouveau (risos). (risos) Então, nós usamos. Eu coloco lá. É muito prático porque não precisa... não murcha, não precisa estar trocando de água. Então, por enquanto, está lá. E uma outra bandeja de prata assim. Enfim, o que tem na nossa casa, eu não vou dizer para você que é de muito valor, não. Mas é que tudo que a gente tem, guarda alguma coisa, alguma lembrança. Então, é tudo... Todos os objetos, eh, têm uma historinha. hãm Todos eles... Hãm... Existe uma recordação ou de uma pessoa que já viveu, ou alguém que, nu, nos tenha dado com muito carinho, ou então lembrança de uma viagem nossa que sempre traz recordações agradáveis. Enfim, cada coisa... Eu acho que teve até... Hum, Além, além do lado econômico, que foi bem mais vantajoso você ganhar, e não... não ter que comprar, porque não sei se meu marido compraria, gastaria meu dinheiro nessas coisas, porque ele tem um temperamento bem matemático. Sabe? Ele é engenheiro, tem um temperamento bem matemático. (risos) Não sei se ele (risos), se gastaria muito nessas coisas, não. Sabe? Ele gosta muito de aparelho elétrico, parte elétrica, som, máquina de lavar roupa, hãm, fogão, tudo que eu quiser trocar nesse... no que diz respeito a aparelhos elétricos, ele está disposto. Agora, se eu for falar que quero gastar cinco mil cruzeiros em uma, num, num quadro, que, aliás, não é muito, se for o quadro, for bom (risos), ele não, não concordará em hipótese nenhuma. Não concordaria mesmo. Eh... Então, só ganhando. Mas, por outro lado, tem esse aspecto bem simpático. Hã, a nossa casa nós sentimos como nossa mesmo, como alguma coisa que faz parte da gente. Tanto pelo fato de ter sido planejada por nós, ter sido suada, foi um esforço muito grande para a construção, e uma época difícil, pouco dinheiro. Enfim, tanto por esse aspecto de sacrifício, foi feita a casa com suor do nosso rosto, e como também quanto à decoração, que essas peças todas trazem recordações agradáveis ou lembram momentos agradáveis. Quando não lembram pessoas, lembram momentos agradáveis, por exemplo, como uma viagem à Europa, como uma viagem para uh, para São João del Rey, com amigos. Ih... Enfim, eh, tudo traz Tudo isso faz com que a, a casa seja a nossa casa. Não importa que outros tenham casas maiores ou mais, hãm, confortáveis, ou... Para nós, o conforto é esse. Nós não precisamos de mais nada. Para nós, a casa é essa. Quer dizer... Podemos admirar muito a casa dos outros, gostar, ficar contente, achar bom, mas, hãm, essa é a nossa casa. É dela que nós sentimos saudades, é dela que nós, hãm, lembramos e que gostamos e tratamos de tirar o máximo e fazer com que nossos filhos aproveitem o máximo da casa.