SPEAKER 1: Dona Nelisa, gostaríamos que a senhora falasse da cidade de São Paulo e suas experiências com ela. SPEAKER 2: Bom, eu nasci em São Paulo já há bastante tempo. Conheci São Paulo muito provinciana, como era considerada naquela época. e ela se modificou muito nesses tempos em que nós temos vivido aqui. Eu me lembro, por exemplo, um tempo que eu era garota de ginásio, que a gente ia a competições esportivas, havia naquele tempo a MAC-MED, a Pauli-Poli, ãh... outras competições esportivas, e depois a gente vinha sossegadamente pela Avenida Pacaembu a pé para casa, Não havia problema de... de assalto. A gente ia a bailes, voltava a pé para casa. Ninguém pensava em... que podia ser assaltado assim à noite. Todo mundo vivia tranquilo, sossegado. Outras vezes, a gente podia também fazer passeios em grupo e nunca ninguém tinha pensado que pudesse haver qualquer problema, qualquer perigo. saía sempre uma turma assim de criançada, mais ou menos da mesma idade, quinze, dezesseis anos, ia a festinhas. E Era, assim, um ambiente muito mais gostoso do que essa juventude de hoje tem. A gente se... era um... uma população muito menor, todo mundo mais ou menos se conhecia, e... a gente tinha clubes que frequentava, Tinha facilidade para sair, não havia tanto problema como há hoje. Agora, hoje a gente tem muito mais vantagem do que tinha antigamente. Tem toda essa parte de comércio que em cada bairro antigamente não havia. Era tudo localizado no centro e a gente, para qualquer coisa que tinha de fazer, tinha que se dirigir para o centro. ### Agora, com esse comércio localizado em bairros, a gente tem muito mais facilidade. Por exemplo, sai de casa, vai, estaciona num supermercado, a gente estaciona num shopping center e faz tudo com muito mais facilidade. A gente passa, às vezes, seis meses sem ir para o centro. Só vai no caso de extrema necessidade, quando tem alguma coisona, assim, ou de governo, ou um tabelião, ou um cartório, qualquer coisa para fazer, é o momento que a gente vai para o centro. cidade de São Paulo? Ah, mudou muito também. ### Hoje, por exemplo, a gente que... que não vai para certos bairros durante algum tempo, a gente não não se encontra mais, não consegue se localizar mais naqueles bairros que você, ãh, conhecia com um traçado completamente diferente. Por exemplo, eu me dou... conheço bem aqui toda essa parte de zona sul e tudo isso, mas se eu for lá para os la.. lado de zona leste, Eu me perco completamente, não conheço nada daquilo. Ãh, Zona Norte ainda mais ou menos a gente conhece, porque passa, ãh, ali a Zona de Santana e Tremembé, por ali a gente conhece. Mas se for essa parte de Zona Leste, eu, sinceramente, não conheço nada. E E pessoas que passam muito tempo sem vir a São Paulo, então é pior ainda, porque daí não conhecem mais, não sabem como andar aqui, não. Agora, as avenidas todas que foram abertas, e há necessidade de se abrir muito mais, porque o trânsito do jeito que que está, a gente não consegue mais, ãh, em certas horas de rush, a gente não consegue absolutamente andar mesmo com essas avenidas. Então, é necessário que haja uma modificação de... de trânsito, sei lá, para que haja mais facilidade de a gente se movimentar. Eu, por exemplo, me movimento muito aqui dentro da... da minha zona, no meu bairro. Eu vou muito... Só pego, por exemplo, esse... essa parte de Lapa, Pinheiros, até Augusta, e por aqui eu fico. muito raro eu sair daqui. Então, toda a parte de... de compras e tudo isso que eu tento de fazer é feito nessa zona. Muito raro eu me deslocar para a outra parte da cidade. Mesmo os amigos, quase todos moram por aqui, Então a gente sempre fica nesse nessa mesma parte. Mesmo a gente procura, por exemplo, supermercados, todos dentro da... da maior proximidade que a gente tem de casa. Aqui a gente tem muita facilidade para toda essa parte de comércio. Tem vários supermercados à minha disposição aqui, ãh, todos dependendo de carro. mas todos perto, tem o Gonçalves Cé, tem o Bazar Treze, tem o Pão de Açúcar, todos eles aqui a uma distância de mais ou menos um de um a dois quilômetros. E todos com facilidade para se encontrar todas as coisas. Tem a parte de comércio, tem aqui nessa... na avenida aqui, nós temos, por exemplo, muito parte de cortinas, de decoração, Depois tem também toda a parte de comércio de padarias, armazém, tudo aqui. De modo que a gente praticamente não precisa se locomover para muito longe para ter todas as vantagens de... de comércio. Tem também várias escolas localizadas bem aqui nas proximidades. Nós temos... dois ou três colégios estaduais, tem escolas de primeiro grau e colégios particulares. Também há vários aqui por perto. Então, as pessoas que moram aqui têm todas essas vantagens, não precisam se locomover para longe. E mesmo parte de clubes, de cinemas, apesar de que a gente passa a maior parte do tempo sem ir ao cinema, que hoje quase ninguém mais vai ao cinema, É só mesmo quando há alguma coisa assim muito interessante para a gente ver. Eu prefiro ficar em casa vendo televisão do que sair e ir para um cinema e enfrentar a fila e ficar lá, depois, no fim, não gostar do filme. Então, eu prefiro a gente ficar mesmo em casa. Eu, em geral, gosto de ficar em casa. Não faço questão nenhuma de sair. Para mim, não é sacrifício nenhum ficar dentro de casa. Agora, quando a gente tem um período assim de que pode sair, vai para... ou vai para Mongaguá, ou vai para Campos de Jordão, aproveita assim esses períodos de... que têm uns dias feriados para a gente sair um pouquinho. SPEAKER 1: E quanto às instituições administrativas que uma grande cidade deve possuir? SPEAKER 2: Bom, eu acho que aqui a gente está bem servido, porque com todos esses, ãh, essas regionais da prefeitura, Aqui, por exemplo, tem a de Pinheiros aqui perto, tem a da Lapa. Nós aqui acho que pertencemos a Pinheiros, se não me engano. Mas a gente tem todos os... as vantagens do serviço público. Nós aqui temos coleta de lixo, tem água, tem esgoto, tem gás, tem, ãh, parte de correio. Aqui nós num... não temos falta nenhum dos serviços públicos. Tem tudo com facilidade, no geralmente não temos falta também de energia aqui, é muito raro. Coisa que acontece em vários bairros, como por exemplo o Morumbi, é um lugar onde falta demais energia. Brooklyn mesmo também tem faltado ultimamente. Mas aqui nós não temos tido deficiência nesses serviços públicos, não. Acho que São Paulo, bom, é considerada a cidade que tem maior número, que tem assim uma... um nível de cultura eu acho que o mais alto do país, né? E mesmo a parte de teatro, que antigamente ficava sediada quase toda no Rio de Janeiro, atualmente se deslocou completamente para São Paulo. Nós temos muito mais teatros em funcionamento e com, ãh, uma audiência quase que total do ano inteiro. Então, isso é uma... é um índice de que aumentou muito o... o nível cultural da população e também, é, aumentou também o poder aquisitivo, porque hoje há um... uma quantidade muito maior de gente que é capaz de de despender de alguns cruzeiros para poder frequentar um teatro, frequentar um cinema, o que antigamente não acontecia. Então, eu acho que depois o nosso número de museus, de bibliotecas, Galerias de arte. Há um número enorme de galerias de arte em São Paulo. A gente pode sair e passar uma tarde inteira visitando várias galerias, com... sempre com coisas muito interessantes, vários tipos de pintura, vá... ãh, várias modalidades novas de arte que estão sendo criadas, de expressão artística. como também há muito curso de de arte, ãh, tan... na parte de pintura, escultura, ãh, decoração e mesmo também na parte de educação física, expressão corporal, tudo isso, que toma... muitas horas de muita gente durante o ano todo. Enquanto que eu acho que nós estamos com um índice bem elevado nessa parte cultural, não se falando das nossas universidades, que são consideradas das melhores que há, e... apesar de que elas proliferaram em um número muito grande nesses últimos anos, mas isso não deixa de ser uma... uma sede de de cultura que o povo está experimentando. Por isso que deve ter aumentado, mesmo assim, em um número muito grande, as escolas todas, de todos os níveis. Que hoje, acho que aqui é a escola, a gente que que estuda SPEAKER 1: de tudo, né? Uhum. Então, São Paulo está bem servido. Ah, Está. SPEAKER 2: Nessa parte cultural, eu creio que está muito bem servido. SPEAKER 1: Quanto às áreas verdes? Ah () SPEAKER 2: As áreas verdes não existem, né? A gente vê aqui é tudo asfalto e, depois, ãh... as casas mesmo, em geral, têm pouquíssimo... uma parte pequeníssima de... de área cultivada, de área verde, de jardins, a não ser em determinados bairros. A gente, por exemplo, vê...ãh, agora nós estivemos em Assunção. A gente, ficando num prédio alto, vê quanto há de vegetação. Não só porque, ó, são cidades muito quentes, que necessitam assim de muita... muito verde para amenizar um pouco o clima, mas a gente vê a diferença que existe Por exemplo, entre São Paulo e qualquer dessas outras cidades, que têm seus parques, têm jardins, e... mesmo dentro eles fazem assim áreas pequenas que estejam entre as casas para poder ter um pouco de verde. Uhum. Em São Paulo, não. É só a construção, as casas pequenas. Há bairros em que absolutamente você não encontra Verde nenhum, as árvores são raríssimas e... a gente fica mesmo achando que há uma necessidade muito grande de aumento dessas áreas, o que será praticamente impossível dentro desses bairros, né? Teria que haver assim um cinturão verde, mas verde de árvores, não só de verduras (risos). (risos) Porque há cidades que têm mesmo, Parques, Curitiba tem, Belo Horizonte. Todos têm aqueles parques enormes no centro da cidade. E... Fora as cidades europeias que cultuam mesmo o... os verdes, os seus parques, os seus... as suas praças. Há praças que são fechadas, só podem ser usadas pelas pessoas que moram dentro daquele quarteirão que cerca a praça. São fechadas com grades e tudo isso, mas ali é uma área verde, é uma área de lazer, para todas aquelas pessoas que moram por ali. SPEAKER 1: Quanto à iluminação pública? Bom, SPEAKER 2: Tem melhorado bastante nesses últimos anos, né? Mas ainda há lugares... Por exemplo, a Avenida Brasil é uma avenida escuríssima. A gente sai de, por exemplo, da Henrique Schaumann, que que foi aberta agora, e entra na Brasil, depois de dois quarteirões, você acha aquilo que você não enxerga nada. Quer dizer que Embora tenha melhorado a iluminação, em alguns pontos ainda ela está falha. E nos bairros periféricos, então, nem se fala, né? porque não existe mesmo, né? O que deveria, ãh, seriam os bairros mais necessitados de iluminação, justamente por causa da população, do... da falta de... de ruas calçadas, tudo isso, eles necessitariam muito mais de iluminação para poder andar, principalmente à noite. e sendo habitada por gente que trabalha, que sai, ãh, de madrugada às vezes e tudo, e tem que andar no escuro. Quer dizer, que já foi feito muita coisa, mas ainda resta muita coisa para se fazer. E quanto à parte de limpeza pública? Melhorou algum Melhorou um pouco nesses últimos tempos, mas isso eu acho que é uma falta de educação do povo, que ah... que as cidades são sujas como Porque o brasileiro não pensa. Para jogar tudo na rua, ele não pensa. Nem que seja... Por exemplo, começando de crianças pequenas, que a gente educa desde a sala de aula, a criança, eu acho impossível que na casa dela ela pegue e jogue papel de bala no chão, e jogue papel no chão, e aponte lápis no chão, mas é isso que ela faz numa escola. Então, por mais que a gente tenha cuidado, a criança, já desde o princípio, ela não recebe uma educação suficiente nessa parte de de limpeza pública. Ela não é capaz de se manter num ambiente limpo, ela suja mesmo, não quer saber. Então, a gente deveria começar uma educação desde a criança para ela não jogar papel no chão. Porque dizer também, como que... como dizem, que nas cidades europeias é tudo inmaculadamente limpo, também não é. Existe caso assim de... de a gente ver, né, um papel no chão, mas é uma vez ou outra. Não é como aqui, que todo mundo joga topo de cigarro, ãh, pega o maço de cigarro, amassa, joga no chão, pega um papel, joga, amassa no chão, lixo. Tudo isso é jogado nas ruas. Então, a gente precisaria fazer mesmo hum... uma campanha de educação popular para não jogar tanto papel no chão. Agora, por exemplo, na... lá em Mongaguá, o prefeito nesse ponto, também co... não conheço o prefeito nem nada, mas ele é um... deve ser um homem muito ocioso dos seus deveres e tudo isso. Então, de manhã, a cidade é inteiramente varrida. Quando chega sete e meia, oito horas da manhã, você não encontra um papel no chão, não existe um resto, quer dizer, do que sobrou da da tarde, da noite anterior. Quando chega de tarde, de noite, todo mundo que comeu milho, espiga de milho está no chão, copo de sorvete está no chão, Todo está nas ruas, quer dizer que, ãh, o pessoal de, ãh, recebendo aquilo limpo, como recebe todas as manhãs, deveria pelo menos colaborar um pouco para continuar limpo durante o dia e ser muito menor a limpeza no no dia seguinte. Mas não, chega de noite e está exatamente como estava na noite anterior. Então o pessoal não colabora de forma nenhuma, não tem noção do que é limpeza, não tem noção de viver num ambiente limpo. Eu acho que é uma coisa que ele num não pode () () na sua casa não vai fazer aquilo. Mas dentro da cidade, na rua, ele se acha... Acho que tem todo o direito de jogar o que quiser no chão e os outros têm que aguentar a sujeira. SPEAKER 1: Uma questão de educação ainda. Aí SPEAKER 2: é uma questão de educação, mas desde o princípio, des...desde criança mesmo. Porque a criança, por si, ela já... por mais que se faça, é muito difícil conseguir que ela mantenha um ambiente limpo onde ela está. SPEAKER 1: E quanto à troca do recipiente do lixo, ãh, na sua opinião, isso tem melhorado o serviço dos lixeiros, a limpeza? Bom, facilita muito o serviço SPEAKER 2: dos lixeiros. Porque você recolher tudo num saco de plástico e pôr um saco de plástico amarrado na rua é muito melhor, muito mais higiênico do que você pôr uma lata o... que vai lá o cachorro e derruba e espalha todo o lixo. Né? Quer dizer que é muito melhor o... esse novo sistema de recolher em... em plástico do que o anterior. Agora aqui, por exemplo, eu nunca pude ter uma lata de lixo lá para pôr na rua, porque quantas tivesse, quantas roubavam, né? (risos) Então, você passava para... para a lata mesmo, que jogando fora não tinha problema nenhum. Mas com o... o saco de plástico resolveu, acho que, completamente esse problema. Mas não é em todos os lugares também. E o pessoal também pega, tem um terreno baldio, vai lá, joga o lixo todo, o lixo que não é recolhido, eles vão e jogam. Então vai aumentando o número de... de moscas, de insetos, tudo isso aumenta por causa justamente da falta de educação do povo. Acho que nesse ponto ainda a gente está bem longe de um nível satisfatório, viu? E quan> SPEAKER 1: SPEAKER 1: SPEAKER 0: ()? Não. Eu acho que não. SPEAKER 1: E e para as suas viagens? SPEAKER 2: Ah, bom, para viagens, sim, porque a gente se... eu, sinceramente, eu acho que para ter uma primeira tomada, assim, de qualquer lugar, a gente deve ir com excursão, que você vê o essencial e depois a gente já tem tudo, assim, Sem ter grandes trabalhos, você já tem hotel marcado, você já tem todas as viagens, você já tem toda a parte dos roteiros turísticos das cidades. E então você vê aquilo que é mais interessante de fato. Para depois você ter uma tomada de posição para voltar numa segunda etapa, ver o que mais interessou em qualquer daquelas cidades. E algumas que não interessam absolutamente mais voltar, né? De modo que... hum para isso eu tenho usado algumas agências de turismo. Mas outras agências assim especializadas, não me lembro. Por exemplo, agência de empregado, nada disso eu SPEAKER 1: nunca usei, não. Certo. E seus pagamentos, normalmente onde são efetuados? SPEAKER 2: Em bancos. Sempre eu uso banco, eu só, praticamente só uso talão de cheque. raríssimo ter algum dinheiro comigo. Pago tudo com talão de che> E eu acho muito mais fácil porque, assim, a gente não se arrisca a estar andando com muito dinheiro, não. Trabalho sempre com banco. Só quando a gente compra alguma coisa, assim, que compra a praça, daí tem de pagar na próprio lugar onde você com> Bem, não tenho... não posso dizer que tenha queixa não. Eu acho que, em geral, as pessoas atendem bem, são amáveis, são delicadas. Ãh... Eu acho que a gente recebe uh... uh de volta o tratamento que dá. né? Se a gente já chega com com agressividade com qualquer pessoa, é lógico que ela tem de de ser agressiva também com a gente, né? E se você vai assim com... conversando normalmente e não amolando muito o vendedor, ele geralmente ele é cortês, ele é educado, ele é delicado. Quer dizer, cada um tem seus problemas, procura não... não levar os problemas para os outros, né?  É muito raro você encontrar uma pessoa indelicada no comércio. Também, se é indelicada, fica muito pouco tempo. É. (Risos) SPEAKER 1: (risos) E a senhora nota alguma diferença entre o pessoal que opera aqui no bairro e nos demais bairros de São Paulo, no centro da cidade?  SPEAKER 2: Eu acho que aqui, por exemplo, nessa parte, nessa zona onde eu faço o maior número de compras e tudo isso, e a par.. ãh pessoal do centro da cidade, eu acho que sempre há um pouco de diferença de nível cultural,  de... mesmo de vestuário, tudo isso, de atendimento. Acho que as pessoas que atendem aqui nessa parte de comércio onde faz Pinheiros e shopping center e tudo isso, Augusta, as pessoas têm um nível um pouco melhor que as pessoas que atendem no centro.  SPEAKER 1: Para finalizar, na sua opinião, qual seria um tipo de cidade ideal, pelo menos satisfatória? SPEAKER 2: Ah, um tipo de cidade que fosse satisfatória seria teria as casas teriam hum terrenos bem grandes, com bastante área verde. Haveria centros de lazer, assim, comunitários para as crianças, para os jovens. E seriam cidades pequenas, cidades de no máximo um milhão de habitantes. com ruas bem largas, arborizadas, ser cidades calmas, tranquilas, onde a gente pudesse viver mais, respirar um ar puro. Uhum.  Mas a questão é essa, que todo mundo fala, fala, fala de São Paulo que é poluído, que a água é poluída, que... ãh o ar é poluído, que tudo é poluído, mas ninguém sai de São Paulo Todo mundo continua aqui mesmo, não sei, parece que há, assim, um imã que atrai todo mundo para São Paulo e depois a pessoa que se acostuma aqui, embora seja de outros estados, seja de outros países, embora achem... todo mundo ache que São Paulo é uma cidade fria, onde não há comunicação, onde os vizinhos não se conhecem, tudo isso, mas não sei, é alguma coisa que existe que atrai todo mundo para São Paulo e ninguém consegue sair daqui depois que que que se acostumou aqui. SPEAKER 1: Já deu? Aqui fica então o nosso agrade>