SPEAKER 1: Marlene, gostaríamos que você nos descrevesse a cidade de São Paulo e suas experiências com ela. SPEAKER 0: Bem, em primeiro lugar, eh, São Paulo é uma cidade que me atrai muito, não só por morar aqui, mas principalmente por conhecer outras. E, recentemente, eu tive uma experiência bastante interessante ãh com as crianças aqui do colégio, porque nós tivemos oportunidade, nós costumamos dar aula de biblioteca para as criança, e tivemos a oportunidade de passar para as crianças um a um audiovisual sobre São Paulo. Então, nós ah passávamos para as crianças primeiro ah uma série de slides mostrando pontos principais de São Paulo e depois fazíamos a repetição dos slides com a fita gravada. E Nós fizemos isso com mais ou menos umas oitocentas crianças. E Conseguimos uma motivação enorme com elas principalmente ah mostrando a elas que aquela aquele audiovisual que elas estavam vendo era preparado pela Secretaria de Turismo, então era um ah um material para pessoas de outro país ou de outro estado tomar conhecimento. E E as crianças, então, descobriram uma cidade nova, é como se eles não conhecessem aquilo que eles veem a toda hora. Então, por exemplo, no teatro municipal, que é um prédio ah central que é é visto frequentemente, eh ao mostrarmos assim a primeira vez, sem fita, sem dizer o que era, chegava até a surpreender. As crianças não sabiam que cidade era, que prédio era, e e quando nós, então, respondíamos a eles, daí eles identificavam e passavam a a quase que a admirar alguma coisa que nunca tinha sido notado. Então, para nós, Foi gratificante porque nós valorizamos a a nossa cidade eh de uma maneira fácil com as crianças. E Fora isso, eu acho que São Paulo tem esse potencial assim humano e de de trabalho que se adapta muito principalmente a ao meu temperamento, à minha personalidade. Eu acho que eu que eu gosto daqui pelo meu modo de ser, pelo meu modo de de encarar a vida. Acho que eu nunca me adaptaria assim a a morar numa cidade como o Rio de Janeiro, que eu acho linda, maravilhosa, mas que, não, pelo meu temperamento, não não satisfaria para viver, para morar. É uma cidade fria, como todo mundo diz, e que dificilmente nos dá ah possibilidade de lazer. Uma experiência interessante também que eu venho observando, que eu tenho procurado nesse nesse mês de de férias escolares, é proporcionar lazer aos meus filhos dentro da cidade. e sem possibilidade de de viajar. E E aí é que há relação interessante na pergunta que vocês fizeram. São Paulo, comércio. Para mim, então, ah logo veio à mente essa ideia. Eu tenho ah encontrado no comércio ah uma forma de lazer para os meus filhos. Então, é engraçadíssimo porque quando se pergunta a eles onde é que vocês querem ir, ah eles citam Shopping Center, Rua Augusta, aquilo para eles é uma distração. Às vezes no sem intenção de compra, de de uma busca de de alguma coisa útil, mas simplesmente como uma forma de de lazer. Isso do ponto de vista das crianças. Já no meu ponto de vista, eu encaro o o comércio de São Paulo bastante evoluído e pelas outras cidades que eu conheço, eu acho que nós estamos num num ponto bastante avançado que pouco deixa a dever a a essas outras cidades. No caso, por exemplo, eh comparando com Nova Iorque, que eu acho que é uma cidade que se assemelha muito à nossa, Ah o comércio de lá é enorme, ah a cidade é fria, tão tão fria ou mais fria até do que a nossa, mas ah há um aspecto diferente, básico, que é do ponto de vista humano. Eu acho que a grande diferença é é o temperamento do brasileiro, ah que dá então para sentir a A distância enorme que existe entre a comparação das cidades de São Paulo e a de Nova Iorque. J> <á com outras cidades não não há possibilidade de comparação. No caso, por exemplo, de cidades da Europa que são que têm características completamente diferentes. Acredito que sobre S> SPEAKER 1: <ão Paulo é o que eu o que eu penso. Você poderia citar as instituições públicas SPEAKER 0: instituições públicas em geral. Bom, esse é um aspecto que eu acho importante, que faz parte da da vida de cada um e que deveria ser mais ah incrementada, mais utilizada do ponto de vista até de de educação. No caso, por exemplo, ah de museus, de entidades do governo que deveriam ser conhecidas e que são muito pouco. que são pouco citadas e pouco conhecidas. Ah Eu sempre relaciono ah o meu ponto de vista com criança. Em primeiro lugar, como mãe, ah e em segundo, como profissional, porque há dezoito anos que eu lido com com crianças aqui no colégio. E Então, uma das coisas que nós temos incentivado é a a visita, desde um uma visita à Câmara de São Paulo, a ao Museu ah de Arte Sacra, a ao Museu de Arte Moderna, Casa do Bandeirante, ah Instituto Butantã, seja seja lá o que for, mas nós temos incentivado a a criança a conhecer e temos até conseguido um resultado bem bem interessante a respeito. SPEAKER 1: São entidades que às vezes passam até despercebidas pelos próprios pais e professores. SPEAKER 0: Ela está razoavelmente servida de museus, o que falta é é fazer com que esses museus sejam conhecidos, E, principalmente, eu acho que o aspecto básico é é a imagem de museu. Eh Nós, desde criança, temos a ideia de que museu ou biblioteca são lugares ah quase que semelhantes a cemitérios. Então, essa imagem que que todos nós temos é que afasta a população em geral de frequentar. E E é justamente por isso que nós temos lutado bastante. Ah Há uma diversificação grande de de tipos de museus aqui. Nós não podemos dizer que temos museus semelhantes aos da Europa, por exemplo, porque o material que eles têm lá, o acervo deles, é um acervo baseado numa cultura muito grande, muito antiga. o que não é o nosso caso, mas o tipo de de museus que nós temos aqui é bem variado e nós poderíamos aproveitar, relacionando sempre com com esse aspecto infantil, ah até datas. comemorativas para não fazer trabalhos ah áridos na escola, incentivando visita a um determinado museu que daria então uma pesquisa muito mais profunda. Por exemplo, o Museu dos Presépios é um museu lindo, pouquíssimo conhecido e que pode ser aproveitado. Ah, no ca> A Casa do do Bandeirante, por exemplo, É uma visita agradável, inclusive, e que pode muito bem ser relacionada com alguma ah disciplina que alguma professora esteja dando na escola. E talvez seja estranho para vocês eu estar sempre relacionando tudo com criança, mas o problema é que eu venho pesquisando há muito tempo maneira de trazer ah as pessoas à biblioteca. fazer com que utilizem a biblioteca e vejam na biblioteca uma fonte enorme, uma fonte inesgotável de de material de estudo, de pesquisa e de lazer. E justamente é a imagem de biblioteca, a imagem de bibliotecária que afasta ah as pessoas. ### Então, tentar com professores, com eh pais de alunos, tentar com os alunos das últimas séries, essa ideia diferente de biblioteca, de museu, de entidade pública. E foi um trabalho de muitos anos e um trabalho meu totalmente cego, porque eu não percebia que eu estava trabalhando ah alguma coisa que não ia dar resultado. Então, era um material difícil que é já formado. E de seis anos para cá eu percebi que um trabalho a longo prazo feito com criança ah traz um rendimento muito maior, se bem que lento, mas um rendimento bem maior e com resultados profundos. E Inclusive a minha tentativa de de tese na na pós-graduaçã> é justamente essa, de de como transformar a criança num futuro pesquisador. Então, eu acredito que todos esses problemas assim de de falta de conhecimento do que são as nossas entidades está baseado na na falta de informação transmitida pelos adultos. Então, se nós conseguirmos modificar as crianças, ah isso eu nem digo mais como experiência, eu já tenho tido isso com com resultado positivo. As crianças é que estão modificando os adultos. Porque, às vezes, classes inteiras, motivadas por nós, conseguem fazer com que o professor venha a fazer uma pesquisa, venha a se interessar por assunto desse tipo, que nunca tinha sido procurado. Nossa, isso já é trágico, né? O problema de trânsito eu acho que é é total falta de de de planejamento e de da da ideia de que a cidade cresce muito mais depressa que os nossos governantes possam imaginar. Então, ah o problema todo acumulando ainda mais com a ideia de de poluição mental, porque eu acho que o problema principal também é das pessoas, pois todos nós somos neuró> Então as cidades são enormes. Ah A produção de carros aumenta a cada dia. A produção de neuróticos aumenta a cada dia. E somando tudo isso nós temos esse trânsito que é é difícil de ser aceito e é difícil de de trazer muito benefício, porque apesar de de facilitar muito a nossa vida, nós vamos muito mais depressa aos lugares, mas também chegamos com com muito mais tensão, com muito mais... eh u> SPEAKER 1: SPEAKER 1: Eu ( ) não sei se aí é uma questão de ser super mãe ou de de encarar a realidade, mas eu tenho ideias, inclusive, de um um dia voltar a morar em bairro. Eu acredito que as vantagens são bem maiores. E aí a única coisa que que me apavora é que eu acredito que que em bairros o problema de... não não seria bem falta de policiamento, mas de maior ah exposição a a perigo de de assalto, a... Esse aspecto assim negativo me apavora um pouco. Não sei se é porque eu já já enfrentei isso muitas vezes enquanto morava em bairro. Talvez seja até um trauma meu. SPEAKER 1: ### SPEAKER 0: São aspectos que a gente observa assim quase que sem perceber, né? ### ### A iluminação da Paulista parecia tão diferente, tão surpreendente. No entanto, agora é é comum. A gente passa por lá e nem nem sente quase. E espanta muito mais é quando a gente vai para para bairros mais distantes e sente a falta da iluminação. Esse que é o problema que acho que nos afeta muito mais. Não, eu acredito que não, porque ah eu acredi... eu acho que não há mais esse problema assim de ah lugar mais movimentado, menos movimentado, mais iluminado ou menos iluminado. A ousadia de quem pratica o assalto, eu acho que não chega nem a a avaliar se há ou não iluminação, se há ou não ah público. Nada disso é... Acredito que isso não faça tanta diferença, se bem que em bairros muito distantes, sem iluminação nenhuma, favoreça muito mais. SPEAKER 1: Você chegou a sofrer algum ti> SPEAKER 0: Já, eu já já tive minha casa assaltada duas vezes, já estive num num assalto a um supermercado e foi bastante agressivo esse assalto porque eles nos colocaram junto a aos frigoríficos bateram em alguns fregueses. Foi bem chocante. Eu tenho um trauma bem grande assim em relação ao assalto, e E aí eu vou até passar de sair de São Paulo, porque eu já fui ameaçada de ser assaltada em Nova Iorque duas vezes em três dias que eu fiquei lá. Quer dizer que eu tenho, acho que, um pouco de atração. Os assaltos que, por exemplo, em casa, os assaltos que nós tivemos foram, assim, bem desagradáveis, porque num deles nós dormimos de repente, ah foi uma coisa muito estranha, e quando acordamos a casa estava totalmente limpa. E E no outro, alguns anos depois, uns cinco anos depois, tiraram uma grade de dois metros de comprimento que nós tínhamos colocado, porque daí nós tínhamos assim uma super proteção de grades, trancas, et ce> E não sei também se coincidência, mas no primeiro dia que eu cheguei em Nova Iorque, a camareira, quando foi me entregar uma toalha, disse para trancar bem as portas, porque ah o hotel não oferecia segurança nenhuma, no no sentido de a> Que aspecto do do comércio? SPEAKER 1: ### SPEAKER 0: Paulista, eu costumo fazer, utilizar bastante comércio e às vezes até acredito que seja uma forma de de de relax, ah aproveitar o comércio para para distração. E eu não tenho assim exatamente preferência por determinada loja e eu tenho um sistema de de compra que talvez seja um pouco diferente. Dificilmente eu compro aquilo que eu procuro. Em geral, eu compro aquilo que eu acho. Então, ah eu às vezes compro em janeiro um presente de Natal. porque eu encontro alguma coisa que eu acho que combina muito com alguém que eu vou querer dar esse presente. Então, dificilmente eu me encaminho a determinada loja para fazer uma compra. Apenas em casos excepcionais e artigos principalmente de necessidade. Mas eu acho bastante bom o nosso comércio e não só a qualidade do do que eles apresentam, mas principalmente a a forma, a a decoração, a o cuidado que existe hoje em dia, evidentemente para atrair a freguesa, mas o cuidado que existe em em apresentar lojas com comodidade, com com beleza, parte estética, tudo isso eu acho que é bem agradável. E principalmente a possibilidade que nós temos hoje em dia de utilizar comércio em qualquer ponto da cidade. A descentralização, acredito que foi o ponto principal da da das vantagens que o comércio trouxe. No meu tempo assim de de garota, que o comércio estava limitado só àquela zona de... era Barão de Itapetininga e Rua Direita. Então, convergia toda a população para aquela zona, porque não havia possibilidade de comércio em outro lugar. E essa desconcentração, descentralização foi foi excelente. Favoreceu, então, a tanto a população como os próprios comerciantes. Bom, como estabelecimento comercial básico para... para dona de casa é supermercado. Eu acho que é quase que diária a ida a supermercado. E é e é até divertido, porque a gente vai para comprar ah uma determinada coisa e e sai sempre com pelo menos umas vinte compras a mais. E também aí é recente, é de alguns anos para cá, essa essa parte, esse cuidado também, vamos dizer, estético, de de supermercados bastante atraentes e ah com material bem diversificado para oferecer ao público. Então, ah no caso da dona de casa que antes ia a um supermercado para comprar apenas alimento ou material de limpeza, hoje ela vai para quase que passear, porque ela ali encontra uma diversi uma diversificação muito grande de material à disposição dela. E o Eldorado, por exemplo, é quase que atração turística, no caso. Ah Eh eu já vi caso de gente que recebe pessoas de outro estado e leva para para conhecer o Eldorado como um ponto diferente, uma alguma coisa diferente. Mas eu acho que isso veio trazer uma... facilitar muito a vida da mulher, principalmente a vida corrida que a gente tem hoje. E esse eu acho que é o principal tipo de de estabelecimento comercial que ah que a mulher frequenta. Os outros já são mais esporádicos. SPEAKER 1: Você poderia citar estes outros? Outros? SPEAKER 0: ### sei assim exatamente o que... Olha, eu acho que aí eh depende muito da da minha experiência pessoal e como eu tenho muito pouco tempo para gastar assim com com saídas para... Eu só quase vou a supermercado e não não tenho tempo para fazer outro tipo de com> Não, eu só compro em feira. Ainda acho que é aquela formação tradicional ah e também talvez, aí problema muito particular, meu marido que acha, ele que tem ainda uma formação muito mais tradicional do que a minha, Ele gosta que as coisas venham da feira e não do supermercado. Agora eu quando faço a compra, ah quando eu vou ao supermercado eu compro também fruta e legume, mas de preferência, quer dizer, a compra semanal sempre é em feira. Para Para esse tipo de de coisa tem. SPEAKER 1: ### SPEAKER 0: Bom, perto aqui de casa nós praticamente não temos quase nada. Apesar de ser um um bairro bem bem central, nós não temos um comércio bom. Então, sempre eu me desloco e raramente faço qualquer compra perto de casa. E mesmo no supermercado eu procuro outros melhores do que os que que eu tenho aqui. E compras ou eu faço no no Shopping Center, aí por total comod comodidade, justamente por ter pouco tempo e e por não ter com quem deixar as crianças. Então, a a minha vida é sempre feita com elas. Eu só no trabalho que não não as trago comigo. Então, o Shopping Center é é muito interessante nesse aspecto, porque por ter estacionamento, por ah não precisar apanhar chuva se estiver chovendo. Então, e tem tudo, resolve todos os problemas. Às vezes, talvez seja um aspecto negativo, mas às vezes compensa pagar um pouquinho mais e ter esse tipo de comodidade depois de um dia inteiro de trabalho. (buzina) E quanto a a forma de pagamento das compras? Aí também é questão de temperamento. Ah Talvez seja errado, mas ah eu só compro à vista e só compro quando posso pagar. Eu posso querer alguma coisa, querer muito, mas se eu não tiver o dinheiro, eu não faço a compra. (buzina) SPEAKER 1: Aí, eu não sei, deve ter qualquer coisa assim muito antiga, mas não sei o que que é. Existem certas épocas do ano assim que a gente observa, né, certas ofertas especiais ( ) SPEAKER 0: Sim. justamente pelo que eu disse a você. Eu sempre compro quando eu acho e não quando eu procuro. Então, nessas ofertas, ah eu compro coisas interessantíssimas. E Até esse aspecto é comentado por minhas amigas, porque eu compro coisas, às vezes, por um terço do valor real, ah numa época que não seria a própria para fazer a aquisição. Mas é um costume, sempre fui assim. E sempre deu cert> Quer dizer que eu aproveito. Agora, eu absolutamente não procuro, ah, por exemplo, loja que seja de liquidação. Não vou procurar a loja, entende? Se eu estiver passando, ah por exemplo, uma coisa que para mim não dá certo de jeito nenhum, não desmerecendo a as as ruas que eu vou citar, mas sair da minha casa para ir numa rua José Paulino, numa rua Oriente, numa rua vinte e cin> Para mim é total perda de tempo, porque sempre eu pago mais caro do que eu pagaria em outro lugar, acabo comprando coisa errada, não não dá certo. Então, às vezes, numa numa oferta, numa oportunidade assim, que alguma loja, no próprio Shopping Center, na na Rua Augusta, oferece por preço mais baixo, um artigo bom, compensa muito mais do que procurar na última hora. Porque tudo aquilo que se compra assim, apressado e... ah... Sei lá, tem gente que deixa a compra de Natal para fazer em dezembro. Dificilmente eu compro algum presente em dezembro. E aí também há todo um um sistema de vida. organizo a... ah a minhas compras de maneira que chega a época de um aniversário, uma época assim de Natal, Páscoa, tudo já está comprado, pronto. É, mas sabe que não é uma coisa assim forçada, sabe? É uma coisa natural, eh desde pequena, não sei se é porque eu comecei a trabalhar muito cedo, eu comecei a ter meu dinheiro muito cedo. Entã> Eu aprendi a a utilizar da melhor maneira possível. E acabou virando um hábi> SPEAKER 1: ### SPEAKER 0: ### Leite eu recebo em casa porque o sistema tem funcionado. eles entregam normalmente e cobram de maneira correta. Eh Pão eu mando comprar todo dia porque eu tive já experiências péssimas com com padeiros que entregam e as contas são sempre erradas. Ah Os padeiros parece que tem uma deficiência grande na parte de de matemática, né? Sempre para cima... É, é É, em geral. Bom, isso já faz parte do meu trabalho. Como eu frequento livrarias, assim como outra mulher frequenta loja de modas ou perfumaria, então meu material de estudo e material de estudo do meus filhos é comprado quase que diariamente. que eu tenho de de livros e meus filhos que tem de livros e de de material para para estudo, para cadernos de coordenação motora. Quer dizer, Todo o material que eu vou encontrando eu vou comprando porque eu gosto e é um hábito que já está já está inclusive passando para os meus filhos. O meu mais velho, às vezes, quando tem que fazer uma uma escolha entre um brinquedo e um um determinado livro, às vezes ele opta pelo livro sem que eu force nem nada, eu acredito que mais pela pelo exemplo, pelo... porque ele percebe que eu faço isso com com naturalidade, então para ele quase que é já é natural também. Agora, por exemplo, ele já já está com os livros que ele vai utilizar em fevereiro em casa. Quer dizer, Eu já comprei e já deixei lá. E E, de vez em quando, ele folheia, ele descobre uma história interessante, quer dizer, o material de estudo para ele não é uma coisa imposta e que vai ser uma exigência da professora no dia do do no primeiro dia de aula. Ele já já está percebendo alguma coisa, mas assim, sem forçar. ### Em relação ao material de estudo meu, ah eu uso o mesmo sistema que eu uso para compras. E E aí acontece muito comigo ah serendipidade. Eu não sei se o termo é assim muito... conhecido, mas é é um fato assim inegável. Eu, e também é é bastante comentado pelas pessoas que me conhecem, Porque se eu tenho, por exemplo, uma uma conferência, uma palestra, ou mesmo quando assistindo aula, o professor dá algum trabalho, seja o caso que for, que eu vá precisar de um determinado material, ah eu acabo encontrando... Também eu frequento muito livraria, frequento muito bibliotecas, eh centros culturais, Eu sempre encontro o material mais recente, mais atualizado sobre uh aquilo que eu vou precisar. E Então, é porque eu não vivo numa busca frequente, mas como é periódica a a minha pesquisa, então sempre eu acho, mesmo sem procurar. E, no caso, nós estamos agora fazendo uma pesquisa já há três anos, sobre a a transformação da biblioteca escolar tradicional em centro de multimeios, que nos Estados Unidos já é uma uma realidade, e aqui no Brasil ainda praticamente é utopia, porque a própria biblioteca escolar é algo que só se ouve falar. E eu tenho tido todo o material mais atualizado. Agora, isso não quer dizer que eu não não procure também através de de periódicos. Eu costumo ler praticamente todo periódico que que passa por mim. Então, desde periódico de de divulgação, nacional ou estrangeiro, até periódico científico, e E e também é um hábito meu anotar toda a bibliografia indicada e procurar adquirir, ou pessoalmente, ou para a entidade na qual estou trabalhando na na oportunidade. E com isso, então, é uma forma de me manter em dia. mas é um hobby, como qualquer outro. Acho que aí eu não tenho muita contribuição a dar não, também porque Seria algo assim que eu teria que começar a pensar agora. Ah é uma coisa assim da rotina que eu não nunca pensei muito nisso. SPEAKER 1: ### SPEAKER 0: Eu acho que há um aspecto muito negativo. a respeito do do pessoal do comércio, eu vejo um total desinteresse no atendimento do atendimento ao freguês, que é a parte principal, o objetivo principal da do comércio. Não há mais nenhum vendedor com interesse em vender. Quanto maior a a distância entre o vendedor e o freguês, parece que mais satisfeito fica o o funcionário. Eu não sei se isso é falta de orientação dos comerciantes, ah se é ah o interesse único do do empregado em cumprir um determinado número de horas de trabalho para receber um salário, mas alguma coisa Em todo tipo de comércio, desde o comércio mais popular até o mais sofisticado, ah há uma evidente falta de interesse do empregado. em atender ao público. E E quando nós encontramos uma pessoa interessada no no freguês, noventa por cento das vezes é o próprio dono do do estabelecimento que está atendendo. E e isso eu venho observando com com frequência. E pior é quando nós tratamos assim de material que precisa de mais atenção por parte de quem está lidando com ele. No caso específico de livraria, que é o meu contato maior, nós não encontramos mais livreiros. Nós encontramos vendedores de livros. Então, é necessário chegar à livraria, e pedir determinado livro, ah dar o nome, o autor, a cor da capa e, se possível, até a localização na estante. Porque se você for à livraria e disser eu estou interessada em livros de administração de empresas, ah se for um vendedor solícito, ele vai indicar com o braço na estante. Então, você vai até lá e e procura. Isso quando é muito solícito, porque senão ele pode dizer que não tem nada no momento, e para dar uma olhada pela livraria, E isso é é uma ques também é um aspecto mais ou menos recente. Talvez seja saudosismo, mas há vinte anos atrás, quando eu comecei a a trabalhar em biblioteca, ah os livreiros às vezes conheciam até o autor do livro, conheciam características da da vida dele. E quando se procurava um livro sobre determinado assunto, ele podia não ter aquele livro, mas ele era capaz de indicar outro de a> de assunto semelhante, ou que pudesse... quer dizer Dificilmente uh o comprador saía de uma de uma loja, isso já no aspecto geral. Dificilmente a pessoa saía descontente, porque ela sentia que estava sendo atendida. ### SPEAKER 1: ### SPEAKER 0: Principalmente no no fato das pessoas trabalharem com o objetivo único de receber um salário. Você reportando aquela... uma uma fábula antiga. de uma um viajante que chegou a uma cidade, perguntou a a três homens que trabalhavam numa construção o que eles faziam. Vocês devem conhecer essa essa fábula. E um deles disse respondeu, eu estou ganhando a minha vida. O segundo respondeu, ah eu estou ah cumprindo o meu dever. E o terceiro respondeu que estava construindo uma igreja. Então, eu acho que aí está a resposta exata do ao problema. Porque hoje todos estão, única e simplesmente, ah ganhando a vida. Poucos são os que estão construindo uma igreja. E isso não é só em relação ao comércio. Principalmente, ah eu acho que é um problema que já se alastrou ah até a outro tipo de de atividade e atividades até bem mais sérias, como é o caso de até medicina. Você vai, por exemplo, a um hospital, você passa por tantas pessoas até chegar a alguém que possa te atender, porque ninguém está interessado em socorrer a pessoa que está chegando ao hospital. Quer dizer, todos eles estão ali para cumprir aquele determinado número de horas para depois receber o salário. Então, eu acho que o problema não é do comércio, mas é de uma questão de de mudança de temperamento em geral, em todas as profissões. E é bem triste isso. SPEAKER 1: ### eu que agrade>