Inquérito SP_DID_263

SPEAKER 1: : Doutor Públio, eu gostaria que o senhor me dissesse tudo o que o senhor sabe sobre banco, finanças, como é que o senhor faz para depositar o seu dinheiro, enfim, toda essa circulação do dinheiro no banco. Ãh

SPEAKER 0: : Eu acredito que a senhora se refira ao banco no Brasil ahh, não ao Banco do Brasil. Mas, ãh, eu começaria dizendo o seguinte, uma primeira observação, ãh, de quem já teve alguma vivência do sistema bancário fora do Brasil e chega ao Brasil, E o Brasil não está ainda aparelhado com o sistema bancário. Nós temos basicamente casas de penhor. O banco é um segundo estágio no desenvolvimento do crédito, no qual ãh se procura o indivíduo, levando-lhe o crédito no sentido de criar riquezas. E aqui é uma luta muito grande ãh no sentido, eu estou está dizendo que através de clientes e amigos, frequentemente com conflitos e problemas que se tornam frequentemente também na área médica, no consultório, em neuropsiquiatria. E a gente vê então a tremenda luta que existe ãh do paciente ou do indivíduo no Brasil ãh à procura de crédito. Ãh Obviamente, num Brasi país como o Brasil, as relações ãh de amizade são extremamente importantes para quem procura crédito. A primeira observação de natureza psicológica sugere o seguinte, que a pessoa deva procurar a ter conta, ter relações com um banco pequeno, e não com um banco muito grande, no qual, ãh se ele não pertencer a um grande sistema econômico, uma grande firma, uma grande companhia, ele deixa de ser considerado ãh como um um indivíduo, ãh não vai merecer atenções especiais. Mas, então, estabelecido as relações pessoais, ele chega ao gerente de um banco, se ele quer crédito, e vai expor um plano atual. Nos Estados Unidos, a atitude psicológica é daquilo que ele pode produzir. Aquilo que está à frente dele. É uma inversão em que o banco vai participar dos riscos também. Aqui no Brasil, parece que a atitude psicológica é diferente. É que aquilo que o indivíduo pode oferecer como garantia ao banco. É quase que um paradoxo do que o banco pode fornecer realmente àqueles que não precisam. Ãh Quem está dizendo, ãh fazendo esses esses reparos, nunca procurou banco em sentido de crédito, espero não procurar até o fim da vida. Não me dedico a atividades econômicas ãh financeiras, não preciso de banco, nunca procurei banco e pretendo não ter nenhuma atividade desse tipo também. É uma área que não me interessa. Mas o brasileiro chega e então tem que fazer uma lista. Com todo o documentário e sacramentado, com todos os registros possíveis e imagináveis de documentação, ãh se ele não dispõe já de um crédito estabelecido. Vamos partir de um () que está se iniciando agora. Então, ele tem que levar toda a documentação referente aos seus bens registrados em cartório. Tem que ãh eliminar toda a fonte de () de crédito, () negativas, ãh nos diferentes cartórios de protesto. De forma a provar ao gerente, primeiro, que ele é honesto, que não tem títulos protestados, que é bom pagador, mas isso não satisfaz ainda ao gerente brasileiro. Ele quer saber se ele tem com quem possa responder ou responsabilizar-se pela dívida. Então, ele vai ãh ter que trazer os documentos de seus bens em si. Estão liberados de hipotecas ou de qualquer outro () econômicos. Uma vez que ele seja considerado () Cliente. Eh Ele preenche, então, o formulário de proposta, suponho, estabelecendo o quanto ãh que ele vai desejar receber, o prazo estabelecido. Eles exigem, em qualquer circunstância, ãh avalistas. Humoristicamente, quando a esposa é a lista, eles falam em Operação Romeu e Julieta. Quando (riso) a própria esposa está avalizando o marido ou vice-versa, eu não prefiro essa operação, mas conheço a expressão. E uma vez que ele seja um bom cliente, há então o problema do quanto. Dependendo da agência, e dependendo da importância, o gerente tem autonomia, ou não, para estabelecer o empréstimo. Ou ele deve consultar ãh direção do banco, de acordo com a natureza e a importância de um empréstimo, ou não. Isso fica muito a critério do banco. O banco diz que tem uma política creditícia mais aberta, dependendo também da época e das instruções do Banco Central. Antigamente, toda atividade econômica era mais ou menos aleatória. Depois que eh muitas falências levaram à necessidade de um controle central, parece que a partir de cinquenta e oito, ãh no Brasil se estabeleceu esse sistema de um banco central, do governo federal, responsável pelo controle das operações bancárias, que exige inclusive um um depósito obrigatório de um certo ãh quanto nas suas agências. Então o banco central passa a ser responsável pelos grandes empréstimos também e pela contabilidade e pelo bom andamento dessas gerências. Uma operação de grande vulto não pode ser feita sem que o Banco Central seja consultado também. Isto tudo em princípio. Nós sabemos que na prática as coisas são completamente diferentes porque no Brasil a economia ãh capitalista está se desenvolvendo agora. Nós estamos saindo de uma fase feudal da economia para um sistema capitalista muito recente. O brasileiro está descobrindo o dinheiro agora como o americano está descobrindo o amor. Então ambos estão embriagados. (risi) De modo que ãh aqui ãh o banco faz um trânsito em vertical, no qual ele passa a usar o dinheiro daqueles que ele confia para guardar, não só como a o sentido de banco propriamente dito, mas como sentido de financiadoras. Então não tem nenhum banco que não seja também diversificado em firmas de produção, em financiadoras, visando um lucro, um juros maior do que aquele que a lei permite. De tal forma que para o aquele isolado que pretende um grande crédito, é praticamente impossível entrar no sistema creditício de um grande banco. Porque ele já está fechado, ele é um sistema fechado, é um trânsito vertical da economia, no qual só os seus associados, só os seus acionistas, só a sua direção, em última análise, ou o grupo que pertence à consideração do banco é que pode usar o dinheiro depositado no banco em grande escala. Esses poderão ter permanentemente títulos reformados, Tudo isso até certo ponto, porque o Banco Central exerce uma ação de vigilância, uma ação controladora. Mas ãh o indivíduo, digamos, o esporádico, o emprestador esporádico, tem créditos muito limitados. Ãh No vencimento, normalmente, ele é obrigado a pagar ou amortizar boa parte. A reforma é precária, discute-se muito. () A televisão está mostrando Recentemente, uma coisa que de deve ser verdade, a situação psicológica de quem vai a uma agência de banco procurar um empréstimo. Ontem mesmo, eu vi projetado numa tela de televisão, um homem sentado numa cadeira gigantesca, e ele bem pequenininho (), como se estivesse arrasado, como se estivesse minimizado, desaparecido diante do esquema, dentro do do establishment do banco. Isso é que deve ocorrer com o cliente ãh habitual, do banco, o po o o popular, as contas populares. Ele deve sentir-se profundamente constrangido como que se o banco estivesse fazendo um grande favor, porque essa atitude psicológica entre nós ainda não se implantou. Eu me lembro que, nos primeiras semanas que eu estava em Boston, na (), eu fui procurado pelo gerente do ãh Banco de Boston, que queria me fornecer crédito para eu comprar () Eu vinha para o Brasil, eu não procurei agência, não estava querendo dinheiro, não estava precisando de dinheiro, mas ele já tinha ido me oferecer. Ele via em mim alguma boa possibilidade de expansão, de lucro. Aqui não. Aqui é (riso) o indivíduo que tem que procurar o banco e convencer o banco que ele não é um risco (riso) demasiado grande para que ele possa conseguir crédito. E... Inverte-se completamente o papel social do dinheiro. poderá-lhe alegar que os riscos entre nós ainda são muito grandes. E se o banco adotasse uma atitude que ãh o sistema econômico americano permite, todos eles iriam para a falência. Eu concordo (riso) plenamente com essa atitude, porque o Brasil é um país que está se desenvolvendo agora e, como eu disse no começo, está descobrindo o dinheiro. Ãh Eu acho que devo continuar falando ou... Pode falar à vontade Tem limite de tempo? ### Só sobre isso aí. ou deve fazer mais perguntas. Eu não sei se eu fiquei só na primeira pergunta ou se eu deveria ter mais perguntas a respeito. Mas não há mais item específico para ser formulado?

SPEAKER 1: : O senhor pode falar o que o senhor quiser sobre banco, depois eu passo para outra pergunta. Ou o senhor não tem mais nada a falar sobre banco?

SPEAKER 0: : Eu acho que i isto é aquilo que como leigo, como uma pessoa que não vive os problemas internos de um banco, eu () gostaria de acrescentar apenas o seguinte, que de algumas amizades, eu devo dizer que os lucros cobrados pelo banco no Brasil são excessivos. O preço do dinheiro entre nós ainda é muito grande, o que afugenta e inibe inúmeras atividades. criadoras por parte da população que se sente inibida em face das extremas dificuldades ãh dos riscos assumidos. E outra crítica que essa é fundamental. Há bancos que não deviam visar lucros. É um paradoxo que um banco como o Brasil () que um Banco do Brasil ofereça lucros extraordinários nos seus () anuais. quando esse dinheiro devia reverter em benefício da economia do povo. Não tem sentido que um banco como o Banco do Brasil dê lucro, como o Banco de ãh Habitacional, Banco da Habitação, be ene aga chamado, apresente lucro. Foge inteiramente ao sentido, isso é uma tradição portuguesa do comerciante que está atrás do balcão e que está olhando para o livro do () E que está medindo os lucros em termos de resultado no fim do dia. Ele não tem um sentido econômico ãh do dinheiro, mas () não tem um sentido () social do uso do dinheiro. Ele está pensando naquilo que ele pode (), acumular egoisticamente, sem o papel social que o dinheiro deve ter. Mas essa transição feudal deve ocorrer dentro de pouco tempo e eu acredito que ãh nova mentalidade se implante À medida que a economia brasileira e uma nova tecnologia, implante novos modos de encarar ãh esses problemas.

SPEAKER 1: : Doutor, o senhor, eu estou vendo que não guarda dinheiro em banco, é contra banco pelo que eu ouvi o senhor falar. Agora, para as pessoas que depositam o dinheiro no banco, quais as vantagens que o senhor acha que o banco pode fornecer para essas pessoas?

SPEAKER 0: : Eu acho que quem guarda dinheiro em banco, () antes de tudo, revela uma () imaginação. Num país em expansão como o Brasil, por exemplo, ãh eu acho que ainda o emprego de dinheiro, a inversão em i i imóveis, terras ou casas, é a melhor forma de fazer o dinheiro reproduzir. O banco, ao meu ver, pode oferecer muito pouco ou quase nada, porque se o banco existe, ele existe em função de uso inteligente que faz o dinheiro do seu cliente. Se o cliente não está aparelhado, ou não tem a visão de negócio que o banco tem como profissional, então ele deve fazer isso aí. mas revela uma pobreza muito grande de imaginação. Isso é próprio para viúvas, para inválidos, para pessoas que já passaram a fase criativa da vida e que têm uma necessidade de segurança. Ãh Então, ao meu ver, nessa faixa é que se aplica realmente o sentido construtivo protetor do banco. Porque os negócios () implicam riscos também. Riscos eh dentro () riscos próprios dos negócios. em riscos () da desonestidade, muitas vezes, que se encontram nos meios comerciais e econômicos. E o banco é uma estrutura que, em princípio, é uma estrutura honesta, sólida, que deve oferecer uma proteção a essas pessoas que sem imaginação, que não sabem, que não podem manipular o dinheiro.

SPEAKER 1: : ### () quais os tipos de cheque que o senhor conhece?

SPEAKER 0: : É uma instituição que favorece extraordinariamente o comércio internacional e os turismos, os turistas de viagem. Possibilita a o intercâmbio internacional do turista. protege-o contra roubos, porque o cheque é assinado na hora. Se o cheque é perdido, ele pode ser recuperado, ãh porque ãh uma simples aviso à agência que forneceu o cheque, ele pode ser restituído e torna, então, ãh o uso extremamente seguro ãh para o paciente. Existe o cheque ouro, que é uma forma de proteção que o banco fornece, alguns bancos fornecem, como o Banco do Brasil, por exemplo. a certos clientes de reputação comprovada e que lhe permite assinar até um desconto, até certa limite, certa importância, de desconto ãh de maior credibilidade do que o cheque comum. Existe o cheque visado, que em princípio é um cheque garantido, um cheque seguro, porque o banco assina ãh junto com o cliente e reconhece então a validade do banco. Assume, por assim dizer, a autenticidade da importância do cheque. Esse cheque visado eh torna ãh o cheque como se fosse moeda corrente. É uma forma ãh segura de se ter o dinheiro em mãos, ãh embora só possa ser descontado, evidentemente, no próprio banco. É uma forma segura de se transportar dinheiro ãh contra os riscos de perda ou de roubo. E, finalmente, o () é o portador () que é o cheque menos seguro possível, porque pode ser, se tiver fundo, descontado por qualquer um. O cheque não deve ser fornecido a portadora Deve ser dado sempre em nome, porque age inclusive como recibo. A manipulação do cheque devia ser parte da formação de cada um, ãh mesmo de um médico como eu, que comete muitas () na vida e que tem que aprender por conta própria, ãh no decurso da vida, essas coisas que deviam ser ensinadas. Numa cadeira especial, numa faculdade de medicina ou nos ginásios, pelos quais a gente passa completamente inocente, completamente ignorante, e que depois, no decurso da vida, que vai aprender à custa da própria perícia. Essas diferentes formas de cheque e seus usos. Existe o cheque cruzado, que é o cheque que só pode ser pago ou descontado em banco, ãh para o banco, é uma forma também segura, ou garantida, para que () do cheque. É o que me ocorre () instante.

SPEAKER 1: : Quando uma pessoa, por exemplo, ela quer comprar um carro e ela não tem o dinheiro na mão, a quem ela pode recorrer?

SPEAKER 0: : Se a pessoa não tem o dinheiro na mão e ela precisa do carro imediatamente, aqui nós temos que dividir o problema em duas perspectivas. Se ela precisa do carro para daqui a um ano, daqui a seis meses ou se ela precisa imediatamente. Ãh Se ela precisa do carro ãh imediatamente, ela só pode socorrer através de um financiamento. O financiamento de carros no Brasil sofreu uma revolução muito grande depois da implantação da indústria automobilística, que transformou o carro de objeto de luxo de poucos para o uso, o objeto de consumo obrigatório de trabalho para todos. E devido a essa transformação psicológica nas atitudes do uso do automóvel, ãh paralelamente, o financiamento, os sistemas de financiamento se desenvolveram. Ao ponto de facilitar, colocar nas mãos praticamente de qualquer um o próprio carro, tomando o carro como garantia. Então pode se obter um financiamento praticamente imediato ãh do carro se o indivíduo não tem títulos protestados, não é um mau risco, óbvio, o próprio carro figura como garantia ãh do empréstimo cedido e com ou sem entra parcelado a dívida dividindo em doze, vinte e quatro, trinta e seis, ou até cinquenta pagamentos. A gente vê anúncios de negócios nesse sentido. Alguns alegam que aumenta a pressão inflacionária. Há uma tendência a diminuir os prazos de pagamento. Mas hoje, na realidade, (tosse) e eu digo até em certo ponto, um pouco infelizmente, só não tem carro quem não quer. E há um um aspecto negativo do ponto de vista médico. Nós estamos colocando uma arma Extremamente perigosa na nas mãos ãh de uma população que, de um modo geral, ainda está na fase do () e que não tem a responsabilidade para usar essa arma tremenda que passa a ser, então, o empregada como elemento de destruição, como elemento de autodestruição e de destruição dos outros. Devia haver uma certa limitação do crédito em função da do preparo psicológico e cultural ãh para se pôr um revólver nas mãos de uma pessoa, Tem-se mais cuidado que os cuidados que se tem para colocar uma automóvel nas mãos dessa pessoa. E não é apenas o exame de motorista que lhe dá a carteira direito de guiar, mas é o teu carro em si também. As formas de financiamento, quando a pessoa não tem o dinheiro para fazer o negócio à vista, ãh são praticamente limitadas. No comércio de carros usados, então, a pressão é enorme. Só não compram carro hoje quem não quer. No Brasil, Esse aspecto é um aspecto positivo, ãh dada as dimensões continentais do nosso país, a tremenda necessidade de comunicação e de transporte. A gente se sente orgulhoso de ver nas ruas de São Paulo carros com placas do Amazonas, do Piauí, eh de Mato Grosso, coisa que há vinte ou trinta anos atrás seria considerado praticamente impossível, dada essa facilidade de crédito que se coloca na mão do Motorista de hoje. Para (), nos sistemas de financiamento coletivo, que são esses sistemas de...() esses consórcios automobilísticos, mas esses já não seriam para uso imediato, mas para uso mais ulterior, o sistema de consórcio tem facilitado também extremamente a aquisição, porque praticamente elimina o intermediário, e o lucro do intermediário, Visando um grupo, seja bancários, seja médicos, um grupo profissional, quase que a feição das ãh instituições medievais, grupos de trabalho, cooperam então para eliminar o intermediário, e o lucro do intermediário, fazendo negócio diretamente com a as fábricas ou com os grandes revendedores, diminuindo então o preço das unidades e fracionando o pagamento, esses consórcios.

SPEAKER 1: : Quando a pessoa que quer comprar um carro, no caso, ela recorre ao banco, pedindo empréstimo, quais as condições de pagamento que o banco propõe? ### Tá?

SPEAKER 0: : Eu nunca me recorri a banco para a sistema de financiamento. Os bancos, em princípio, não fariam essa operação. Mas não existe um banco no Brasil que não opere paralelamente junto e seja proprietário também de uma financiadora. () as ideias ficam embaralhadas. O banco opera como como financiadora também. Então ele adianta, através da financiadora, que permite, talvez, não sei, um juro mais favorável para o banco, ãh adiantar a importância ao cliente, tendo como segurança exclu apenas o veículo e já incluindo na taxa do negócio um seguro ãh contra a possível destruição do objeto.

SPEAKER 1: : E quando o senhor compra um carro, quais as medidas que o senhor toma na compra desse carro? Quais as medidas obrigatórias que o senhor tem que tomar?

SPEAKER 0: : A primeira medida, a medida fundamental que se toma na compra de um carro é ver a procedência do veículo. Se nós estamos comprando numa agência autorizada de nome, ãh praticamente podemos estar tranquilos, podemos estar em paz. Se este veículo é novo, zero quilômetro, a agência é responsável pelas revisões e responsável pelo funcionamento do carro. O problema é muito simples, é muito fácil quando se trata de um veículo zero quilômetro, embora muitas vezes o veículo zero quilômetro também não esteja () isento de defeitos da fábrica, seja no sistema de freio, sistema de motor, sistema de suspensão e que exija ãh uma revisão periódica e cuidadosa. É meu sistema, por exemplo, se eu pego um carro zero quilômetro, levar um mecânico particular, que seja realmente um cliente, uma pessoa de minha absoluta confiança, e passá-lo por uma revisão particular. E depois voltar, então, ao autorizado e apontar as falhas que muitas vezes não são vistas ãh num exame de rotina feita ãh pelo grande concessionário que lida com um número muito grande de veículos. Agora, se trata de veículos de segunda mão, então o problema é infernal, é quase que insolúvel. Nós não podemos ter uma radiografia de um carro usado e não podemos ter garantia na de nada quanto ao ao ao funcionamento das partes. Mas pelo menos a documentação deve estar perfeitamente em ordem, deve-se ir até o departamento de trânsito, averiguar o registro do carro, os documentos relacionados ao carro, ou então delegar essa função a alguém de competente de toda a confiança, para nós para termos a segurança de que não estamos lidando com um veículo roubado. adulterado, e que possa amanhã, mais cedo ou mais tarde, nos envolver em algum problema ãh de, como diz, seja de receptação de objeto furtado, ou então essas gangues de roubo de automóveis. É preferível não comprar o carro usado, mas se nós tivermos que comprar, comprar numa autorizada eh de nome, e depois de termos o cuidado, de uma verificação cuidadosa no departamento de trânsito, para ver as () a real situação do veículo. Geralmente as grandes firmas autorizadas, () os grandes revendedores, ãh operam de uma forma honesta. É do interesse deles operarem de uma forma honesta e eles são responsáveis pelo negócio. Agora, eu o os negócios chamados, os negócios feitos na boca, isso () completamente contraindicado. Isso é um pulo no escuro. Pode se fazer um grande negócio e pode ser () vítima de uma vigarice. Pode estar comprando um carro roubado, adulterado, e ou então um carro que com o motor fundido, ### De tal forma, dá-lhe uma aparência de coisa móvel, de automóvel, quando na realidade eh ele não oferece mais segurança nenhuma, nem condições de... () maior tranquilidade do senhor, quanto à batida de carro e tal, o senhor toma alguma medida ou não? Pessoalmente, nós fazemos sempre na nossa família ãh o seguro total do carro. Acho que isso é é muito importante. E também o seguro contra terceiros. Que ãh Porque o seguro oficial é uma fantasia da lei. O que a importância que é tão pequena que não representa nada. Então é importante que a gente () faça um seguro total do carro. e incluindo a responsabilidade contra terceiros. Porque num acidente de automóvel nós podemos ser responsabilizados ãh pelos danos cometidos ao carro ou à pessoa de terceiros. E para que então fiquemos completamente acobertos ãh dessa responsabilidade, eu acho importante para a tranquilidade do possuidor do veículo, quando ele está planejando a compra do carro, incluir no no nas despesas um seguro total. Que lhe permita estar tranquilo contra roubos, contra acidentes, contra fogo, ãh de tal forma a ter o carro com mais tranquilidade, com mais segurança. () essas cenas desagradabilíssimas de rua, quem é o responsável, quem não é? Essas cenas ãh horrorosas de interrupção de trân de trânsito que Isso eu me lembro de uma experiência que eu tive nos Estados Unidos. Um camarada foi dar marcha ré, amassou o paralama do meu carro. Eu desci do carro muito bravo mesmo. Ele chegou lá e me apresentou o seguro. Eu estava querendo arranjar testemunha na época, no momento. Estava fazendo um papel de bobo, porque aquilo era a rotina. Ele simplesmente já tinha seguro () E dentro de poucos dias repararam o carro, () trocaram o paralama do carro, mas ãh sem nenhum () problema para mim.

SPEAKER 1: : Se o senhor quiser manter o seu dinheiro em circulação, como é que o senhor faz?

SPEAKER 0: : Eu acho que manter o dinheiro em circulação eh deve ser uma operação feita por especialistas. Ãh Como quem viveu alguns anos em contato com o americano, eu me imbuí da frase, do it professionally. Ninguém deve fazer nada como amador nos dias de hoje. O homem ou é um profissional e faz conscientemente, ou ele vai ser vítima de vigaristas ou das suas imprudências. Se ele quer manter o dinheiro em circulação, a única forma é recorrer ao sistema bancário, o sistema de bolsas de valores, mas com técnicos especializados. Não tentar fazer isso aí como franco atirador, porque as chances são de que ele vai perder, vai jogar dinheiro fora. Socorra-se, então, das instituições bancárias, se ele quer realmente manter o dinheiro em circulação, órgãos especializados e de confiança. Do contrário, a sensação de que ele vai perder dinheiro.

SPEAKER 1: : Doutor (), o senhor sabe quais os requisitos necessários para a compra de uma casa, de um imóvel, por exemplo?

SPEAKER 0: : Eu acho que o primeiro requisito indispensável para se comprar uma casa é ter dinheiro para comprar a casa. Então () crédito para compra-la Mas eu acho que esse é um ponto central na vida de cada indivíduo. () sonho cristalizar a a sua vida em torno do seu lar, da sua casa. Mas, ter o dinheiro é muito fácil. Não há problema. Embora, embora, mais uma vez, É preciso saber se o imóvel existe, se a sua situação legal é perfeita, se há registro ãh da escritura, se há (), se a situação da planta é regular na prefeitura. Enfim, se a situação legal do imóvel ãh é segura, em primeiro lugar. Segundo lugar, se ele tem um dinheiro, não há problema. Se ele não tem dinheiro, ele poderá procurar um financiamento. Isso aí, então, é feição ãh de cada um. da sua economia, da sua renda. O Brasil entrou, nos últimos anos, numa fase de extrema ah evolução econômica, e há formas de crédito que não havia há alguns decênios atrás. Formas de financiamento bancário, formas do do da do be ene aga, de tal forma, possibilitando um financiamento a longo prazo, no qual O imóvel ainda responde pela dívida, de tal forma que aquele que está cedendo o crédito tem perfeita segurança.

Inf :elizmente, entre nós, o preço do dinheiro ainda é muito caro. Nós sabemos das enormes reclamações daqueles que fazem () negócio através do banco de ãh habitacional, ãh os juros elevados que são obrigados a pagar, a tal ponto que este ano vem-se nos jornais as notícias O governo pretende repor () àqueles que fizeram o negócio parte da importância recebida, porque o próprio governo considera ãh considera demasiado aquilo que está retirando da população. Mas eu nunca tive pessoalmente esse problema em mãos. Mas cada caso tem que ser considerado particularmente. É muito difícil estabelecer um plano ãh que sirva para cada caso. O brasileiro é muito otimista. O que () nós sabemos na prática é uma distorção muito grande. Se o indivíduo é obrigado a fazer prova num estabelecimento creditício de que a sua renda mensal seja de xis, ele vai tentar provar que a sua renda é de dois xis para comprar o imóvel. Como consequência, logo no começo dos pagamentos, ele entra em angústia, entra em crise, ãh começa a atrasar os pagamentos e, frequentemente, termina no consultório do psiquiatra. para () de () neuropsiquiatras, que tem nisso uma nova fonte de renda. Mas está errado. Devia haver uma política na qual o banco ou o instituto que fornecesse o crédito agisse com mais severidade na fiscalização dos candidatos e do padrão do imóvel que eles propõem a comprar para se estabelecer uma correlação exata entre a possibilidade de compra e os () o imóvel que o paciente, que o cliente ãh pretende comprar. Para torná-lo exequível. Do contrário, é uma alteração fantástica, que mais cedo ou mais tarde, vai estar nas costas de alguém. E isso tudo (riso) vai reverter em mau nome para a instituição que forneceu o crédito e que não pode receber agora, prova que foi uma operação mal feita. E, por outro lado, ah o coitado do cliente, transforma-se em mau pagador porque foi simplesmente um comprador simplório ou sub-otimista, né? Certo de que realmente Deus é brasileiro, e queia, no último momento, fazer um milagre, operar a transformação, a multiplicação dos cruzeiros.

SPEAKER 1: : Doutor () quando um empregado é demitido de uma fábrica, quais são os direitos que lhe compete? ()

SPEAKER 0: : Se um operário é demitido de uma fábrica, antes de tudo, é preciso saber em que circunstâncias ele foi desmi demitido, eu preferia dizer dispensado. É preciso, antes de tudo, analisar o aspecto moral e jurídico do problema, se ele foi disme dispensado por justa causa. Evidentemente, o patrão não é obrigado e nem pode ãh admitir a continuidade de um trabalhador desleal, desonesto, ãh preguiçoso, que se transforme numa fonte de prejuízos permanentes para a instituição. Nesse caso, a responsabilidade está exclusivamente nas costas do responsável. Ele não tem direito a a a nada se ele é dispensado com um processo criminal, se ele é dispensado por ladrão, por omisso, por irresponsável. Por outro lado, se a firma tem alguma dificuldade econômica e precisa limitar o número ãh de funcionários, O problema se transforma completamente. () injustiças que às vezes podem ocorrer. Que eu saiba ele tem direito a trinta dias de remuneração para procurar um novo trabalho, tem direito a indenização ãh de um mês por ano de trabalho na firma, e existe uma situação em que ele pode Dependendo da opção inicial que ele fez, ele vai eh ser eh indenizado de acordo com o tempo de serviço. E se ele já tem estabilidade no serviço ou se ele fez uma opção prévia que lhe permite cair no i ene () esse com uma um salário relativamente pequeno durante o período em que ele está esteja desempregado, desde que seu desemprego tenha sido por causa fortuita e não por dispensado por justa causa. De qualquer maneira, ãh ele tem os seus direitos assegurados e protegidos ãh pela lei. Uma vez que ele não seja ãh incriminado () dispensado por justa causa.

SPEAKER 1: : Doutor (), o senhor sabe como é que é denominada a pessoa que que empresta dinheiro para as outras?

SPEAKER 0: : Na Idade Média, como emprestar dinheiro era proibido para a igreja, o que emprestar é chamado de usurário. O que fez com que aquelas populações que não estavam () ao dogma religioso começam a se enriquecer-se extraordinariamente. Dizem que essa foi uma das causas do enriquecimento dos judeus. O empréstimo na idade moderna perdeu esse caráter pessoal, de pessoa. E hoje são grandes instituições de crédito, de banco. Os empréstimos deixaram de ter esse cunho pessoal. O homem hoje recorre a instituições de crédito, a instituições bancárias, a institutos, cooperativas, eh de tal forma que já não existe mais essa relação pessoal, em termos de emprestador e aquele que vai tomar o dinheiro emprestado. Ele recorre a estabeleci estabelecimentos creditícios, que lhe vai, então, fornecer o crédito ou não. Mas deixou de haver essa relação abominável da Idade Média e que, às vezes, ainda se encontra, burlando lei, nos chamados mercados paralelos, que deixa de colocados ãh fora de comentário que estão também