Inquérito SP_DID_261

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : Presentemente, né? É, bom, presentemente eu faço refeição, propriamente, uma só, um almoço, cerca de duas horas da tarde. um almoço bem reforçado, né? Porque tomamos café pela manhã a cerca de nove horas, nove horas e meia. Hum Café com leite, pão com manteiga, queijo, presunto, hum () até que, à tarde, fazer faço um lanche, não é? Um um lanche ligeiro, um pequeno prato de sopa, não é? E ou en ou um prato de sopa, e uma pequena sobremesa, uma fruta e café, ou chá. Eu prefiro chá. () Minha mulher prefere o café, eu prefiro o chá. E é só, não é? Como refeição, refeições é só.

SPEAKER 1: : Na hora do almoço, o que que o senhor costuma comer ou que que o senhor costumava comer antigamente? I

SPEAKER 0: : Ih, mas antigamente é difícil. Com o todo brom bom brasileiro, A base do do nosso almoço é feijão e arroz. E depois sempre um complemento, né, um um pastéis ou então croquetes ou picadinho com uma verdura, porque já no nosso almoço a nossa entrada é um bom prato de de verdura né? Variada. de tudo quanto é verdura, um bocado, né? (), faz-se uma salada, um prato de salada grande. Essa é a entrada do nosso almoço. Depois é que vem então um prato, feijão com arroz e e croquete, pastel ou outra qualquer carne, né? Frango, às vezes frango, etc.

SPEAKER 1: : Quais os tipos de verdura que o senhor mais gos

SPEAKER 0: : Verdura? Eu gosto muito de palmito, alface, não é? Éh (), tomate e berinjela. Fora outros, éh, temos tanta variedade, né?

SPEAKER 1: : E carne? Como é que o senhor costuma comer carne? Que tipo de carne o senhor mais gosta?

SPEAKER 0: : Eu gosto muito de carne de... Bom, mas o comum é carne de vaca, né? Hum E um bom bife com com batatas fritas, por exemplo. carne, né, que está perguntando, bom bife com batatas fritas. que mais? Eu ãihn eu falei frango também, né? Às vezes comemos frangos. Sim. E o que eu gosto? E o que mais?

SPEAKER 1: : Ela disse peixe.

SPEAKER 0: : Peixe, ah, bom, é verdade. Com Como moramos em Santos, nós ficamos muito habituados a comer peixe, de de tudo quanto é qualidade de peixe, né? Aqui em São Paulo, nós continuamos a... a comer a... a pescada, pescada... de vários tipos né, pescada inglesa é chamada a... essa pescada, como é que chama? Essa pescada bicuda, como é?

SPEAKER 3: : fim.

SPEAKER 0: : Agora, o... melhor peixe, a senhora sabe qual é, né?

SPEAKER 1: : Qual é o melhor peixe?

SPEAKER 0: : É aquele que tem um risco assim do lado. Como é que se chama, meu Deus, é... heim? ### Robala ### Robalo Mas é... aqui em São Paulo não é muito comum o robalo. Em Santos come-se bem. Come-se melhor peixe do que aqui, é claro, não é? O que mais queria saber? () Tem alg

SPEAKER 1: : um outro produto do mar que o senhor goste, além do peixe?

SPEAKER 0: : Peixe? Éh... Bom, lá em Santos a gente está habituado a... a ostra também, aquele mexilhão, etecetera, não é? Aqui pouco se come dessa variedade, não é?

SPEAKER 1: : O que que o senhor costuma tomar junto às refeições?

SPEAKER 0: : Justamente eu ia eu estava pensando nisso. Eu gosto de um bom vinho. Mas um vinho bom. Porque vinhos do Lapa não vai não, não é? Estou habituado, quer dizer... A agora precisa ter um pouco cuidado por causa da minha idade, não é? Mas eu gosto, gostei e gosto de um bom vinho. Principalmente desses vinhos mais finos, vinhos brancos, mas, é... como é que se diz? Dou preferência a vinho branco em vez de vinho tinto, né? Embora também apre Embora também aprecie um bom vinho tinto, ãh, português, por exemplo, né? E nosso mesmo, que nós já fabricamos tanto branco como tinto, fabricamos muito bons vinhos né, ótimos vinhos.

SPEAKER 1: : Olha, o senhor que já foi, teve a oportunidade de ir para o Norte, eu gostaria... Não. Para o Norte eu não fui. Você nunca foi para o Norte? O Nor

SPEAKER 0: : te, não. Chegam Chegamos até Minas Gerais, né. Ah, foi até Mi Bahia, não conheço, por exemplo. Bahia, não conheço.

SPEAKER 1: : Mas o senhor sabe qual a diferença que existe entre a nossa comida e a comida do Norte?

SPEAKER 0: : Bom, a diferença é... Isso é um pouco difícil de explicar, porque eu não conheço bem a comida do Norte. Tem aí a minha empregada, que é baiana, ela pode explicar. Não conheço bem a comida do Norte, não. Alguma coisa que a gente que, que é comum aqui servirem, eu conheço, né, mas. Não tenho preferência nenhuma por comida do Norte.

SPEAKER 1: : Qual tipo de sopa que o senhor gosta de tomar?

SPEAKER 0: : Sopa? O que que é sopa. Eu gosto, em geral, gosto de sopa. É, uma sopa bem temperada, bem preparada, eu gosto. E acho que até devia-se usar, como se antigamente se usava sempre antes, o primeiro prato no jantar era um prato de sopa, né? Hoje em dia está tudo abolido, está tudo diferente, de modo que Aqui, por exemplo, de vez em quando nós tomamos. Eu, por exemplo, que... e estou nesta idade, de vez em quando tomo, tem aí esses, esses esses envelopes de sopa já preparada, pronta, que é só despejar e aquecer, né? Esta, de vez, de vez em quando eu, eu uso, né, também, nas minhas refeições.

SPEAKER 1: : ### Que bebida o senhor costuma ou costumava tomar?

SPEAKER 0: : Bom, antigamente a gente toma cerveja, né? Também gosto de uma boa cerveja, aprecio. Estive na na Europa e não vi lá cerveja. Pensei que ia encontrar uma diferença muito grande da cerveja de lá para cá, não vi. diferença nenhuma. A verdade é que eu estive lá em cinquenta e nove, né? Não sei se agora melhorou, mas a cerveja que, que eu bebi lá, que eu estive em Lausanne, por exemplo, né? Bebi cerveja lá e não achei um shop de lá diferente do do nosso shop daqui, que aqui temos muito boa cerveja. Hoje, então, temos marcas magníficas de cerveja. Não vale a pena estar citando, né? Mas eu costumo sempre escolher uma cerveja de primeira qualidade né.

SPEAKER 1: : Em uma reunião de amigos, o senhor só costuma tomar cerveja ou o senhor tem preferência por alguma outra bebida?

SPEAKER 0: : ### Cerveja e vinho. O vinho. Cerveja ou vinho.

SPEAKER 1: : Outro tipo de bebida já não aprecia?

SPEAKER 0: : Não. Não Em geral não tomo. A não ser um aperitivo né um... um vermute. Um aperitivo.

SPEAKER 1: : O senhor disse que gosta de fruta. Quais os tipos de fruta que o senhor costuma comer?

SPEAKER 0: : Frutas, nós comemos eh... maçã, peras, mangas, ãh, pêssego, banana, laranja... e assim por diante.

SPEAKER 1: : E de sobremesa, normalmente, o senhor come só fruta ou o senhor tem algum outro tipo de sobremesa?

SPEAKER 0: : Tendo frutas, é só fruta. Não Quando se, por acaso, não tiver fruta, eu como um doce. Um docinho, porque eu não sou muito amigo de doce.

SPEAKER 1: : E que tipo de doce o senhor mais gosta?

SPEAKER 0: : Eh... Agora, que doce eu mais gosto? ###

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : O que que ela disse?

SPEAKER 1: : Ela disse cocada.

SPEAKER 0: : É cocada, realmente gosto bem de cocada.

SPEAKER 1: : Conhece os doces caseiros que o senhor conhece?

SPEAKER 0: : Conhece a sopa de marmelo?

SPEAKER 1: : Não.

SPEAKER 0: : Pois é. É uma sopa muito gostosa, que serve também de sobremesa, né? Conhece? É uma sopa preparada com marmelo e pão cozido, com a... eh, dá um... um go um bo, com açúcar. Dá uma sopa magnífica, né? A sobremesa () porque é doce, né?

SPEAKER 2: : Sei

SPEAKER 1: : E quais os tipos de doce caseiro que o senhor conhece?

SPEAKER 0: : Eu conheço, esses comuns, né? essas tiras de ovo, de abóbora, de coco, de... o que mais? Esses comuns. A gente não pode estar lembrando de tudo assim de repente.

SPEAKER 1: : Quando o senhor faz uma refeição fora da sua casa, onde é que o senhor costuma ir?

SPEAKER 0: : Ultimamente... Ultimamente, poucas refeições tenho feito fora. Mas, geral é, nesses restaurantes mais mais conhecidos. Eu prefiro a comida. Eu gosto muito da comida italiana Que comida italiana o senhor mais gosta? E... é.. ()

SPEAKER 1: : Ela disse macarrão.

SPEAKER 0: : É, macarrão. A comida italiana que eu mais gosto é o macarrão, tá certo. E o que mais? E... Capeletti. É, capeletti. É difícil a gente tá lembrando assim, de repente.

SPEAKER 1: : E das comidas internacionais, sem ser italiana, o senhor tem preferência por

SPEAKER 0: : onais? No momento eu não me lembro, não. ###

SPEAKER 1: : O quê? Ela disse bacalhau.

SPEAKER 0: : Eu como, mas não quer dizer que eu tenho preferência por bacalhau. (risos) Eu gosto de bacalhau. Bacalhau bem grosso, não é uma... Não desse, desse... Como é Alto, né? Grosso. Bem temperado. Com bom azeite. Que é essencial, né? Também o azeite. Eu gosto, aprecio.

SPEAKER 1: : Além do azeite, o que que é necessário para um bom tempero?

SPEAKER 0: : Ah, isso não é comigo, não. (risos) não é comigo. O senhor citou o azeite. Cozinheiro eu não sou, não.

SPEAKER 1: : Mas o que o senhor mais gosta, para o seu paladar?

SPEAKER 0: : Sou mau cozinheiro. Cebola não eu não gosto.

SPEAKER 1: : Antes, quando o senhor trabalhava e tinha uma vida mais corrida, o que o senhor costumava comer? Dava tempo de o senhor fazer as refeições normalmente?

SPEAKER 0: : Quando eu trabalhava? Quando eu trabalhava? Dava, porque em Santos eu morava numa... ãh... Eu era pensionista numa, numa casa de família, né? Comia comida comum, e dava tempo porque, eu tinha minha hora de entrar na repartição, marcada, né? E... porque eu fui, ocupei dois cargos, dois ou três cargos lá na Prefeitura de Santos, né? Fui engenheiro auxiliar. Depois fu, me busc, vieram me buscar em São Paulo. Voltei para lá como... como vice-diretor de obras, de modo que... tinha tempo para, para, para minha refeição, sossegadamente, né? Fazer minha refeição sossegadamente.

SPEAKER 1: : As suas refeições eram sempre feitas assim no... em horário certo ou não?

SPEAKER 0: : Em geral, sim. Eu acho que é preciso, né, o... habituar o organismo a... a um horário determinado de refeição, de refeições. Aqui nós temos um horário diferente do horário que nós us... tínhamos em Santos, é claro. Porque lá tínhamos, além além, de nós dois, tínhamos os cinco filhos a criar, né, e e educar.

SPEAKER 1: : O que os seus filhos mais gostavam de comer quando eles eram crianças?

SPEAKER 0: : Gostavam mais de comer o quê?

SPEAKER 1: : Quando eles eram crianças, o que eles mais gostavam de comer? O senhor está lembrado?

SPEAKER 3: : Lembrando... O quê? ###

SPEAKER 1: : Ela está dizendo que era arroz, feijão, batata e bife.

SPEAKER 0: : ### Eu gostavam muito de roubar banana (risos) Comia muita banana. O tio pendurava um um... pendurava um um cacho de banana lá no alpendre de fora, eles passavam de bicicleta, cada cada vez que passava era uma banana que ia, né? tanto que daqui a pouco o cacho já estava vazio, precisava tocar. Mas também eram rapaziada forte, assim mesmo, meus filhos são todos, graças a Deus, têm tod, têm muita saúde, muito fortes.

SPEAKER 1: : Se o senhor tivesse que fazer refeições com comidas bem leves, o que é que o senhor comeria?

SPEAKER 0: : ### É peixe, né? é peixe. É a mais, mais recomendada, né? É peixe. hm... O caldinho de, de carne, etece etera, e essas coisas. Essas perguntas era melhor perguntar para a minha mulher, não? (risos) ### Mas eu estou respondendo o que posso.

SPEAKER 1: : Quando o senhor vai a uma festa, o que que o senhor prefere comer? Comer?

SPEAKER 0: : () melhor O que de melhor encontrar na m, na mesa.

SPEAKER 1: : O senhor tem preferência por doce ou salgado?

SPEAKER 0: : Ah, eu como tanto salgado como doce. Agora, o doce, eu tenho preferência por salgado. Doce, eu não sou muito amigo de doce.

SPEAKER 1: : E no Natal, o que vocês costumam comer na ceia do Natal? ()

SPEAKER 0: : Hoje nós nem fazemos mais Natal, que somos só nós dois, né?

SPEAKER 1: : E que fr, éh... O que que o senhor prefere assim de comida de Natal, de frutas secas? O senhor gosta de frutas secas?

SPEAKER 0: : Gosto. O que eu prefiro? É Figos. ãh?

SPEAKER 1: : Castanhas.

SPEAKER 0: : Castanhas também. Castanhas, figos.

SPEAKER 2: : Eu acho que é só isso.

SPEAKER 1: : E para beber? O que é que vocês costumam beber?

SPEAKER 0: : Eu já falei, não é? Eu gosto de um bom vinho. Champanhe bem, no natal é champanhe. Ah, no Natal temos champanhe sempre. E mesmo fora do Natal, se a senhora quiser tomar uma champanhe, nós podemos tomar

SPEAKER 1: : hoje mesmo. Depois a gente não sai daqui.

SPEAKER 0: : É só pôr um pouquinho lá no gelo, daqui a pouco nós podemos tomar uma champanhezinha.

SPEAKER 1: : ### O que o senhor considerava uma mulher bem arrumada?

SPEAKER 0: : é uma mulher que seguisse a moda, né?

SPEAKER 2: : Claro.

SPEAKER 0: : Naquele tempo era obrigatório, em geral, o chapéu, né? Que hoje quase não se usa mais. (pigarro)

SPEAKER 1: : E, além disso, o que que a mulher usava diferente na sua época que ela não usa hoje?

SPEAKER 0: : não usa hoje? Essa pergunta precisava a gente estudar primeiro, né? (risos) Para responder.

SPEAKER 1: : Uma mulher, para ir a uma festa, como é que ela se vestia?

SPEAKER 0: : A vestia-se com... precisava estar muito bem vestida, né? Com vestido de cauda, vestido de saia de cauda e... com joias aparentes, não é, e etecetera? Bem penteada também e tal.

SPEAKER 1: : E como é que o senhor considerava uma mulher bonita?

SPEAKER 0: : O que que ela precisaria ter? Ora... Ora, Até feio é bonita, não é? Quem ama não não não sabe se a mulher é feia ou é bonita.

SPEAKER 1: : E se o sem amar uma mulher, como é que o senhor considerava a mulher bonita? ãh? E sem o senhor amar uma mulher como é que o senhor con siderava a mulher bonita?

SPEAKER 0: : Ué. Essa é, essa é boa. Como é que eu vou responder agora? Minha mulher, por exemplo, era bonita, né? E é bonita ainda. Apesar da idade, né? Ta Tá mocetona ainda, não tá?

SPEAKER 3: : Tá moça. (risos)

SPEAKER 1: : E o homem, como é que ele se vestia?

SPEAKER 0: : O homem? O homem vestia-se com um traje comum. () Não havia... Bom, para para... para a cerimônia, não. Ela está perguntando em geral, né? Em geral é... é... o, o, calça, terno de roupa, ou então calça, ou então calça, calça de uma cor, calça bege, por exemplo, paletó, oh... escuro, né? Podia combinar né, também. E... para cerimônia, usava um fraque. casaca, etecetera. Até me lembro, a propósito, me lembro que quando houve, nas... quando faleceu o barão do Rio Branco, que foi um grande brasileiro né, houve ess, éh... houve missas em todas as cidades do Brasil, e em São Paulo Inclusive, aqui em São Paulo, houve também uma missa não é, e... e eu era vice-presid, eu era presidente do Grêmio Politécnico, da Escola Politécnica de São Paulo. E tive que comparecer, naturalmente, representando o Grêmio nesse, nessa missa. Todo mundo apareceu lá de de casaca e... e gravata preta. E eu e o meu companheiro fomos de gravata branca. Parecia que nós tínhamos dado a rata, quem deram a ra, quem deu a rata foram eles, não é? Porque apesar de ser a missa de sétimo dia, não é? de... De defunto. Era obrigatório uma gravata branca e não preta. O que... como é que a... A sua pergunta foi sobre traje, né?

SPEAKER 1: : Isso, traje masculino.

SPEAKER 0: : A gente usava traje comum, calça, um terno né, da mesma cor, calça, calça paletó e colete, calça, paletó e colete, que se usava antigamente, colete também, da mesma cor. Ou então se usava uma calça de uma cor, uma paletó, calça beige, por exemplo, paletó escuro, ou então aquele paletó passado, como é o... Jaquetão. é. E... e nas cerimônias, então, era o fraque ou casaca. ###

SPEAKER 1: : Ela está dizendo que a camisa era com colarinho, é colarinho engomado.

SPEAKER 0: : Ah, muito engomado, colarinho engomado, é claro. Punho, peito. Peito, colarinho e os punhos, tudo engomado.

SPEAKER 1: : E o jovem naquela época se vestia de maneira diferente do que o pessoal mais velho ou não, era igual?

SPEAKER 0: : Bom, era mais ou menos mesmo, né? Eu, naturalmente, quando mais velho, tratava de ser o vestido com mais agasalho, né? E com roupa mais grossa também, para se proteger do frio.

SPEAKER 1: : E no verão, o que é que vocês usavam?

SPEAKER 0: : Eu usava () De brilho. E casimiras bem leves.

SPEAKER 1: : O senhor falou que uma mulher, para ir a uma festa, tinha que estar bem penteada. Como é que eram os penteados? Eram muito diferentes de hoje?

SPEAKER 0: : Mas certas coisas poderia perguntar para a mulher, não para mim, né?

SPEAKER 1: : Mas o senhor não repara

SPEAKER 0: : ava. Não, eu não sei, mas eu não conheço a pentea Não sei como é que penteia a mulher agora. E essa pergunta devia ser feita para uma mulher, não para mim.

SPEAKER 1: : Como é que o senhor considerava uma mulher assim, bem maquiada? A mulher se maquiava muito antigamente ou não?

SPEAKER 0: : Não. Antigamente não era... era pouca maquiagem. Como é

SPEAKER 1: : que o homem ago ãh... usava o corte de cabelo antigamente?

SPEAKER 0: : Corte de cabelo? Havia vários, havia vários cortes de cabelo, não é? Por exemplo, muitos gostavam de raspar o coco, ### () raspar a cabeça né, Mas isso é outra coisa. () era quadrada em cima, assim. Era baixo dos lados e aqui em cima quadrada, não é? ### E... Ou então usavam também com... com uma pastinha do lado e um topete. Eu mesmo usei assim. Uma pastinha do lado e um topete na frente. Ou então, muitos usavam par, partido ao meio no, aqui em cima, uma pasta para um lado e outra pasta para outro lado. Também se usou assim.

SPEAKER 1: : Usaria muito a praia ou não?

SPEAKER 0: : Nós íamos sempre, íamos. Quando morávamos em Santos, quando morávamos em Santos, nós íamos ãh... aos domingos, então, era era... obrigatório. Todos os domingos nós íamos. A família toda ia ao... ao mar né?! Mas os outros dias é, não era sempre, porque a gente tinha que trabalhar, claro.

SPEAKER 1: : E quais os apetrechos que que vocês levavam para a praia?

SPEAKER 0: : E... é, ess, essas perguntas estão muito difíceis. Eu não vou lembrar que apetrecho levava, meu Deus do céu. Eu não pescava, não. Eu não tinha o costume de pescar. () A pescar não levava apetrecho nenhum. Levava... Ah, ok. A gente saía vestido de casa, né? Porque nós morávamos próximo da praia. Nós já saímos de casa com roupa de banho já. Pronto. Quando muito, um roupão. Quando muito, um roupão por cima, não é? O que ela disse?

SPEAKER 1: : ### Ela disse uma toalha.

SPEAKER 0: : Toalha, pronto.

SPEAKER 1: : E para se proteger do sol, o que que o senhor levanta?

SPEAKER 0: : para proteger do sol, levava a cabeça com o cabelo, o cabelo em cima. (risos) Não levava nada para proteger do sol, porque a gente ia tomar banho de manhã cedo, em geral. Não é?! E meus filhos todos aprenderam a nadar. e... que também eu acho que deve, deve fazer parte da educação de um, de uma pessoa. Antigamente não havia isso, né? Hoje todo mundo sabe nadar. Antigamente eram poucos que sabiam nadar. Eu, por exemplo, só fui aprender a nadar, embora eu frequentasse aqui em São Paulo um clube de regatas, clube de regatas São Paulo, e eu remasse, estivesse acostumado a, a remar, Só fui aprender a nadar lá em Santos, depois de formado, imagine, engenheiro.

SPEAKER 1: : Poxa, vida heim?!

SPEAKER 0: : Lá que eu fui aprender a nadar. E... E tivemos um... Isso é... a propósito. ### por alcunha, Salu. O nome dele era Salustiano, ou Salu. Ele... assistiu a... foi nosso empregado. Depois que eu construí esse prédio em Santo, na Praça Fernandes Pacheco, ele era... ajudante de pedreiro, quer dizer, fazia argamassa né? servente de pedreiro. E ficou depois terminado o prédio, ele que foi que co com o com os meus filhos, iam lá visitar a obra e tal, ele foi criando amizade nos meus filhos e depois tinha uma, uma propriedade, ele cozinhava muito bem esse, esse salu, servente de pedreiro. Ele cozinhava muito bem porque ele tinha sido marinheiro da Marinha de Guerra do Brasil. E, a bordo, ele também foi cozinheiro, a bordo. De modo que ele cozinhava muito bem, conhecia tudo quanto era prato estrangeiro, etc. E... e em uma ocasião, nós, nós fomos, fomos num domingo, porque ele contava muita prosa, sabe, que sabia nadar, sabia mergulhar, que que ganhou taça na Marinha de Guerra, ele ganhou taça até. de prêmio num con, num concurso de natação, que tal. Mas ele tinha um, um defeito. Às vezes ele pregava umas boas mentiras, sabe? Então eu disse, ó, nós vamos tirar a prova dessa história dele nadar bem num domingo. Então eu marquei no, no domingo de go No próximo, eu digo, do () falou, amanhã nós vamos vamos, nadar, vamos levar as crianças aí todas para nadar aí na praia. Você vai junto também. Leva seu... eu dei um um... uma roupa de banho para ele, né, um... como é que se diz... e digo assim, vai, você vai nadar também, junto com as crianças. Pois não, sim senhor. E no dia seguinte nós saímos. Nós morávamos pertinho da praia. Quando chegamos lá, entramos no mar, e E ele chegou numa certa profundidade, Ele foi entrando pelo mar adentro. Eu estava de olho n ele. Digo, agora que vamos ver o... o grande campeão de natação. Pois olha, foi uma revelação, sabe? Ele ### E venho sair aqui ao pé do, perto aqui do senhor outra vez. E, de fato, ele deu um mergulho (), mergulhou, sumiu. Porque ele tinha dito que ficava, não sei se quantos, já não me lembro quantos minutos, eu sei lá, um número de minutos que eu não acreditei. E veio sair aqui pertinho, de repente ele surgiu assim do meu lado. Aí eu vi que realmente ele nadava que era uma coisa louca assim. Mergulhava que era uma beleza. E E levou a criançada toda para... a nadar, ficaram todos bons nadadores. Meus filhos todos nadam, todos eles. Foi uma coisa que eu devia ter aprendido de menino e não me ensinaram, né? Fui aprender depois de homem, já formado. ###