Inquérito SP_DID_260

SPEAKER 2: : Então, Jovina, eu gostaria de saber, se a senhora por acaso fosse construir uma casa, quais os materiais que a senhora utilizaria para a construção dessa casa e os profissionais que a senhora chamaria para ela?

SPEAKER 0: : Por princípio, eu teria que chamar um engenheiro, não é? Porque como filha de engenheiro, como mãe de engenheiro, como irmã de engenheiro, com uma família em que predomina o engenheiro, eu es estava já no meu ambiente para fazer uma casa. Sou do tempo que se construía a casa com tijolo, com argamassa, que hoje dia não se usa mais essa expressão, em que haviam os andaimes, em que haviam os pedreiros, na minha infância, os italianos, que ainda traziam da Itália aquela recordação de música, de arte, e que trabalhavam cantando. De modo que a minha infância ficou muito marcada por uma canção que minha mãe cantava e que aprendeu de um pedreiro ### Do que eu faria uma casa? Isso Faria, hoje, faria () a minha casa, que é toda de alvenaria. Tenho horror dessa essa construção moderna de concreto. Visitei uma casa feita de de concreto. Não sei se posso dizer, uma casa feita de concreto. Achei a coisa mais agressiva possível. Aliás, um grande amigo que eu tenho uma profunda admiração, que é uma inteligência, mas saí de lá me sentindo mal, porque tudo, tudo era de de concreto. mesas, ah camas, todo o mobiliário da casa era de de concreto. Só as cadeiras, que não podiam não podendo ser fixas, não eram de de concreto. Disse o bastante?

SPEAKER 2: : Escuta, dona Jovina, e os mó o resto assim de materiais que a senhora compraria para a construção dessa casa, além dos tijolos?

SPEAKER 0: : Nesse assunto, eu penso que estou superada. (risos) Porque hoje em dia, justamente agora, no momento, eu falei com o meu filho, que é engenheiro, que está fazendo uma pequena reforma aqui na minha casa. uhum E e ele propõe coisas que absolutamente não estão ao meu alcance de escolher revestimentos. Porque eu sou do tempo do ladrilho, ou do mosaico, do do belo mosaico português que naquele tempo... Não, eu não sou do tempo do mosaico português, eu não sou tão velha assim né, mas, em todo caso, ainda... Ou ainda ou importava-se ou reproduzia-se aqui esse mosaico né, e hoje em dia fala-se até em cortiça, e nem gosto de citar mais nomes que eu naturalmente vou come ### Agora, para mim, o importante de parir numa casa é ter conforto, o estritamente necessário de conforto, com o equilíbrio que eu desejo, que eu desejo, eu desejaria que todo mundo tivesse. Uma boa cama, uma boa mesa, né quartos arejados e nada de supérfluo. Acho que às vezes até que eu já tenho demais. Embora a minha casa seja modesta. (risos) O que mais eu poderia dizer?

SPEAKER 2: : Escuta, Dona Jovina, e além do engenheiro, que profissionais mais a senhora acha que são importantes na construção de uma casa?

SPEAKER 0: : O arquiteto? Até quem diga que o arquiteto é o mais importante. Mas, nisso, eu confesso a minha ignorância, porque eu sempre talvez por ser um filha de engenheiro, que construiu estradas e construiu casas também. Para mim, o importante era o engenheiro. Em uma ocasião, uma pessoa discutiu comigo, mostrando que que o essencial, o básico, era o arquiteto, porque o arquiteto é o artista né, é o que cria. Mas os arquitetos, com essa arquitetura moderna, hoje em dia, têm me assustado ### para a construção de uma casa? Ah, o básico, é o operário, não é? É aquele que levanta às quatro horas para pegar o ba no batente às sete e é transportado através de três horas na mais infeliz das cidades que existe no mundo, que é o nosso São Paulo, quando ele chega no... Quando ele chega ao ao tra no no trabalho né, ele já está com três horas de canto cansaço, de caminhada, trabalha oito horas, come mal, porque a vida como está, o operário não pode se alimentar o suficiente que ele precisa para mantê-lo, para compensar o que ele gasta de energia, Ele gasta outras três horas para dormir numa casa que não corresponde ao conforto que toda criatura humana eu acho que tem direito de ter. O fato De nascer dá esse direito. Portanto, operário, e todas as diversificações de operário, né? É o pedreiro, o ajudante de pedreiro. o encanador, o eletricista. Não é É um conjunto de de es de especializações não é que aqui no Brasil são todas improvisadas, nós não temos curso para nenhuma espe ahn no no nosso au autodia didatismo né vai até o sujeito que faz a que faz a argamassa. Né de modo que O que pinta, os pintores né, mas hoje em dia não se usam mais pintores. Eu tenho a impressão que não se pinta mais casa, né? Põe papel. Ahn Agora eu estou um pouco fora da moda moda nessa questão, não sei o que que acontece (risos) Estou acompanhando, francamente. Minha casa é velha, essa casa tem quarenta e oito anos, o que mais que eu quero? Não posso saber. Né Mais nada a respeito.

SPEAKER 2: : O que é que é básico para o engenheiro fazer antes de começar a construção da casa? Quais são as medidas que ele tem que tomar? () (Risos) Você acha que ele tem que preparar alguma coisa? O que que a senhora acha que ele faz para ele poder construir essa casa direitinho, bem certinho?

SPEAKER 0: : É um teste assim meio primário. (risos) Lógico que ele tem que ter um terreno. Preencher todas as Preencher todas as formalidades exigidas pela Prefeitura. Levantar a casa. Para levantar uma casa, a gente ia. O levantamento da casa está na razão direta do...

SPEAKER 2: : Escuta, dona Jovina, além da construção moderna, quais outros tipos de construção que a senhora conhece?

SPEAKER 0: : Hoje está se inau está se inaugurando no Museu de Arte Moderna uma exposição de uma s jovem, Diana Danonco, em que ela expõe... o Ela e um professor da universidade. desenhos, eu penso que são desenhos que eu recebi um convite, mas não estou lembrada, sobre o que se chamava Belle Époque, o Art Nouveau, que é do pe que foi do princi do do fim do século passado e do princípio desse século até a Grande Guerra, não é? A primeira Grande Guerra. E por aí a gente vê que nós não tivemos a menor condição Porque foi quase que tudo destruído. Acho o Art Nouveau muito rebuscado, não gostei do Art Nouveau, mas gosto muito do... Não não posso dizer que eu tenho um estilo, que para mim importante é a gente morar dentro da casa. A casa estando sendo confortável, por dentro, a coisa por fora, a coisa deve ser mais de acordo com a situação econômica. Quando a pessoa tem recursos, faz então um colonial complicado, faz uma porção barroco, tem tanta coisa para fazer, não é? Faz essa imitação desses desse desse mau gosto dos Estados Unidos, daquelas colunas, não é? Mas isso representa a posse. Como para mim a casa é para é um agasalho, um abrigo, Eu não tenho preferência de nenhum estilo, não é? Agora, a preferência que eu tenho é pela pelo conforto que a casa dá para o que vai morar, não é? Conforto esse que acho que deve atingir para todos, não a determinadas classes.

SPEAKER 2: : Escuta, Dona Gevina, e para ter esse conforto, ahn quais as repartições que a senhora acha que precisariam ter nessa casa, para a senhora considerar essa casa bastante confortável?

SPEAKER 0: : Depende dos moradores da casa, não? Não Mas, de qualquer maneira, quartos, sou pelos quartos arejados, grandes, não gosto de quarto pequeno. Uma uma sala, seja para para jantar, não há necessidade de mais salas, e escritórios, quartos, repartição repartido, né? Repartições, lugares em que se possa estudar, colocar os livros, que eu acho uma coisa muito importante. Eu gosto muito de livro.

SPEAKER 2: : Jovina Como é que a senhora decoraria o esse escritório de estudo? O que que a s enhora () então Como a senhora está muito bem decorada aqui, eu gostaria que a senhora dissesse. ()

SPEAKER 0: : () Eu colocaria bastante prateleira e encheria de livros. É tudo quanto eu fazia, o que mais depende da situação econômica da da pessoa. Uma boa mesa, estudos, muitas prateleiras e muitos livros. o importante é ter livros isso Como dizia Castro Alves né, livros livros a mão cheia.

SPEAKER 2: : () E quais utensílios domésticos a senhora acha que são essenciais numa casa?

SPEAKER 0: : Dentro da sociedade de consumo, que criou tantas e tantas necessidades e que complicou tanto a vida daqueles que não tem, porque não tem () nas prestações, eu acho que uma geladeira e uma máquina de lavar roupa, são móveis sempre são móveis e principalmente para a mulher que trabalha, que além de de trabalhar fora de casa, tem que dar conta da vida doméstica, e o que é muito comum, que a mulher que traba que trabalha, geralmente né, vocês são moças, mas a mulher que trabalha, depois que constitui família, ela passa a ter todos os encargos, né? Do do encargo externo, do do emprego que ela tem fora de casa, e da organização da casa, que é dura a organização de uma casa. de modo que todos os os utensílios que trazem alguma algum conforto, alguma facilidade, eu acho necessário. Mas agora também nós estamos indo para o para o exagero, não é? () Porque estão vindo uma porção de necessidades né, uma porção de máquinas, de requintes, que a gente dando balanço, é um pouco de fantasia nossa. e que isso E que está nos está trazendo essa esse ônus para a vida, né? Esse ônus econômico.

SPEAKER 2: : E há algum outro utensílio, como o caso que a senhora citou, a geladeira e a máquina de lavar, que é indispensável atualmente? A senhora acha que há algum outro que também é indispensável atualmente e que, no caso, não era antes? Ou não?

SPEAKER 0: : que eu me lembre, não.

SPEAKER 2: : dona Jovina, se a senhora fosse construir uma casa no campo, como é que a senhora construiria essa casa? Acho que não seria igual à daqui.

SPEAKER 0: : Se eu fosse construir uma casa no campo, eu pensaria muito pouco na casa, mas muito no que eu ia plantar. Eu penso que eu primeiro faria uma cabaninha, uma cabana, uma casa muito rudimentar, plantaria, depois ia pensar na casa.

SPEAKER 2: : a senhora não tem ideia de como a senhora faria esta casa, ou o que é que ela teria de diferente.

SPEAKER 0: : Gosto muito de planta, vocês vêm pela minha casa, porque isso aqui é uma matinha, né? Até a título de anedota eu conto que um dia tratando uma empregada, ela, depois de tratar comigo, que vinha trabalhar, quando olhou para o jardim, disse, não, eu no caso de mato, eu não trabalho. De modo que eu só não... não se não serei capaz de imaginar o que eu faria, porque eu não tenho, né? Gostaria de ter um terreno... não muito, não... não ser latifundiária. (risos) Gostaria de ter uma um terreninho mais amplo para plantar muito. E depois, então, pensaria na casa.

SPEAKER 2: : Dona Jovina, eu gostaria que a senhora me descrevesse uma casa, desde a parte externa até chegar na parte interna, que a senhora conside consideraria essa casa de muito bom gosto.

SPEAKER 0: : Sou incapaz. Para mim, a a casa, desde que seja... que se tenha conforto, condições de de higiene, De habitabilidade, a casa a casa é boa, mas são detalhes que fogem da minha concepção. né Eu penso sempre na casa em função dos que não têm casa, que é a grande maioria. De modo que é muito difícil e esse requinte é para pessoas que têm mesmo um amor pela casa, pela minha casa, que querem ter uma casa. Eu acho que importante é todos terem casa.

SPEAKER 2: : A senhora disse que a senhora tem muitas plantas no jardim e tal. É a senhora mesmo que cuida dessas plantas ou a senhora chama alguma pessoa especializada nesse assunto?

SPEAKER 0: : Um jardim não se faz de um momento para o outro. Representa muito muito gosto, muito carinho, muito amor pelas plantas, de modo que isso é uma sucessão, posso dizer, de anos. Quase que uma vida. E, naturalmente, como eu gosto muito, eu faço muito. E tenho uma () uma companheira que eu não posso dizer que é minha empregada, uma companheira que está há vinte e três anos comigo e que também gosta muito de jardim, de modo que nós duas, de vez em quando, nos unimos, nos reunimos. e fazemos um trabalho de jardinagem pesado. né () O me o meu jardim, o nosso jardim, não gosto dessa expressão meu, o nosso jardim é é feito por nós mesmos.

SPEAKER 2: : A senhora nunca requisita alguma pessoa mais especializada, não, né?

SPEAKER 0: : Na hora do pesado, eu procuro sempre um um jardineiro para cortar a grama, que é muito pouco. O jardim é é é muito denso, mas o espaço é muito pequeno. eu tenho doze metros de recuo. Nesses doze metros de recuo, eu tenho uma caixa para o automóvel, tenho a entrada, você vê qual é a área jardi jardinada, né? Ou arborizada, que eu tenho muita árvore, né? De modo que nessas ocasiões eu chamo, mas de longe, longe. para fazer o serviço, mas nós mesmos fazemos.

SPEAKER 2: : como é a senhora quem faz, como é que a senhora faz esse serviço de cuidar das plantas?

SPEAKER 0: : Todo mundo cuida. Se for preciso, eu pego na enxada, me esqueço da idade, né? Depois vem o protesto né, aí eu largo. Mas o meu serviço meu serviço de jardinagem é leve, né? Porque eu tenho muito vaso. né E o jardim é muito simples né Porque árvore. Eu não podo as minhas árvores, né? De modo que eu tenho uma passarinhada aí imensa, né? E eu tenho muito vaso. Gosto muito, dou vaso para muita gente umas mudas, distribuo vaso, de vez em quando renovo tudo. Essa ligação com a terra é muito importante. A gente chega quase à conclusão, eu pelo menos sinto que estou mais próxima do re do reino vegetal do que o reino animal. (risos)

SPEAKER 2: : (risos) Dona Jovina, numa cozinha, o que é que a senhora acha que é essencial? ah eu acho que nada a senhora acha que chega

SPEAKER 0: : () Uma boa cozinheira e bons apetrechos para cozinhar.

SPEAKER 1: : () O apetrecho da cozinha é a panela.

SPEAKER 0: : Mas ex existem também os os elementos que vão para a panela, não é? que são os os os elementos necessários para se eh se ter uma alimentação sadia, simples e gostosa.

SPEAKER 2: : E para a cozinheira preparar um bom prato, o que é que a senhora acha que é necessário?

SPEAKER 0: : É necessário ser muito boa cozinheira, quer dizer, cozinheira amiga da casa, amiga da gente, que faz para nós, não para os patrões. (risos)

SPEAKER 2: : Escuta, Dona Jovina, e qual é o serviço que normalmente uma, vamos dizer, uma empregada faz em uma casa? Quais são os serviços essenciais que ela tem que fazer?

SPEAKER 0: : Os serviços essenciais de uma casa, que é a cozinha e a arrumação.

SPEAKER 2: : dona Jovina, o que que a senhora acha que é necessário para ter numa sala, por exemplo? Dentro de uma sala, o que que a senhora acha que seria necessário ter? () A senhora pensa na sua sala e a senhora vai dizendo.

SPEAKER 0: : Bom para se ter numa sala são os amigos que conversam com a gente nesta sala. Não acha que é verdade? uhum Tudo mais é supérfluo. Pode ser dispensável. Mas o amigo que vem à sala à sala conversar com a gente, é o que eu acho O importante. E pode ser em qualquer sala, até num quarto.

SPEAKER 2: : E num quarto, o que que a senhora acha que é importante ter?

SPEAKER 0: : Espaço. Se possível, num verde junto à janela. E uma cama aconchegante. ()

SPEAKER 2: : Que tipo de cama que a senhora prefere? a senhora Tem algum tipo especial?

SPEAKER 0: : Mudam com as condições. muda com as condições do momento. Quando se está numa vida de de andarilho, como eu tive um pedaço da minha vida, eu dormia em qualquer cama. até em rede dormi Mas como eu gosto de uma cama dura, não muito dura, nem excessivamente macia.

SPEAKER 2: : Tem algum tipo de colchão que a senhora prefere ou qualquer um?

SPEAKER 1: : sim E que tipo de colchão seria esse?

SPEAKER 2: : () o que Como é que a senhora considera uma mesa bem arrumada, bem posta? O que que a senhora acha que precisa ter para uma mesa ser considerada bem arrumada?

SPEAKER 0: : () difícil de responder quando não se tem absolutamente como eu preocupação numa mesa muito bem posta, complicações de toalhas, de cristais, de porcelanas. Sou muito modesta, a minha casa foi sempre muito modesta, de modo que... só quero os os pras os pratos postos nos lugares das pessoas que vão tomar a refeição numa mesa limpa, Se possível, com uma flor, que eu gosto muito de flor. Um pouquinho de verde, que o verde está sempre me acompanhando.

SPEAKER 2: : Dona Jovina, na época do inverno, o que que a senhora poderia colocar dentro de uma casa para aquecer o ambiente?

SPEAKER 0: : Isso é possível na Brasileira responder. Principalmente uma Brasileira de Santalo. De São Paulo para o sul, não é? Que nós temos frios frio e não temos condição para aguentar o frio. Naturalmente não existe aquecimento central daqui para as casas, só os milionários é que podem ter isto, né? ah A luz elétrica, a energia elétrica está com um peso absurdo, de modo que eu não posso responder, não posso dizer, eu desejerari desejaria que estivesse ao alcance de todos né um aquecedor em cada cômodo. pelo menos nos cômodos em que estivessem sendo habitados no momento. Mas isso foge da capacidade aquisitiva da grande maioria dos brasileiros.

SPEAKER 2: : sem ser o aquecimento central, a senhora não está lembrada de nada assim que possa aquecer o ambiente?

SPEAKER 0: : Não precisa ser aquecimento central, porque eu falo nesse nesses aquecedores eh elétricos, comuníssimos que andam por aí, mas se numa casa, se se se de dois cômodos que se ponha, gasta-se u gasta-se uma fortuna de... por mês. Eu um mês aqui paguei quatrocentos e oitenta, porque precisei, por um motivo de de pessoa que que precisava um equilíbrio térmico, ter um aque um aquecedor algumas horas, numa casa pequena como vocês estão vendo. e eu paguei quatrocen centos e oitenta mil réis de quatrocentos e () mil réis não quatrocentos e oitenta cruzeiros cruzeiro quatrocentos e oitenta cruzeiros. E nesta casa deste tamanho que vocês estão vendo, eu pago duzentos e quarenta, e agora eles vão aumentar esse esse mês eu hoje mesmo paguei duzentos e quarenta, () a trinta por cento, quanto vai ficar? E agora eu não estou fazendo aquecimento de, eu não estou usando nenhum aquecimento de escritório, que às vezes o o Samuel justamente ele precisa, porque ele não deve sentir frio, né? uhum na hora de deitar aqueço quarto, mas num num controle tremendo. E a e uma luz elétrica absolutamente escura. não temos luminosidade dentro de casa para reduzir gasto Eu não sei se eu não sei o termo técnico né, alguma coisa está errada, porque paga-se caríssimo e tem uma luz e tem-se uma iluminação péssima.

SPEAKER 2: : Escuta, não usando a parte elétrica para não obter ga eh gasto, existe algum outro tipo de aquecimento que a senhora conhece?

SPEAKER 0: : Que eu saiba, não. () nesses bojões, não é? que há uns aquecedores de bojões. Mas isso eu nunca poria, porque quem tem neto em casa tem sempre medo. Embora eles não morem em casa, o medo que eu tenho que um, num momento de distração, abra lá o gás e aconteça qualquer coisa. Nós não temos condições ainda, é só essa parte, (). Nós temos as pessoas que dispõem de recursos que aí possam fazer, não é? A coisa mais precária que existe entre nós é o aquecimento. Quando no no Estados Unidos, que é uma facilidade, as casas são de madeira e são todas aquecidas viu. Lá fora está zero grau e dentro de casa a pessoa está com vinte e quatro graus.

SPEAKER 2: : a senhora notou alguma diferença entre as casas de dos Estados Unidos, por exemplo, e as daqui? Ou as construções são iguais?

SPEAKER 0: : Nunca estive nos Estados Unidos. eu Estive na Europa () Na Europa, es t lá lá na Europa quando estive, o aquecimento era nos hotéis. As casas particulares, modestas, eles também sofriam muito frio, porque era caro o aquecimento. e quanto à estética da casa há alguma diferença

SPEAKER 1: : entre as de lá e as daqui De on

SPEAKER 0: : de completamente diferente. Pelo menos toda Europa que eu conheci agora parece que que estão fazendo essas muralhas de cimento, que es que nos estão abafando aqui em São Paulo, não é? Nós estamos sendo completamente abafadas pelas essas muralhas de cimento que que invadem tudo. Você vê em frente aqui da minha casa, tem um prédio de vinte e quatro andares. lá na europa eu a Europa que eu conheci era uma maravilha, eram quatro quatro andares e uma mansarda, não é? Agora dizem que lá em Paris já e já e E, no () há prédios de não sei quantos andares mas a europa que eu conheci até cinquenta e oito era uma beleza né não havia esses monstros esses monstrengos que nós temos aqui () que tipo são as casas lá são mais arejadas maiores o que s o que que a senhora notou de mais diferente de coisa clássica, todo mundo conhece a construção () de modo que eu não vou dar opinião pelas fotografias todo mundo conhece né E e seria uma audácia minha dizer (risos) como

SPEAKER 2: : são não é uhum dona Jovina, se a senhora tivesse uma área enorme, bem grande mesmo... () Bem grande, não sei quantos metros.

SPEAKER 0: : ()

SPEAKER 2: : uma área bem grande co o que que, como é que a senhora construiria uma casa? apesar de tudo se a senhora tivesse disponível uma área enorme é muito difícil pen

SPEAKER 0: : sar no impossível (risos) (risos) nunca teria esta área. Não sou de tradição latifundiarista, né? (risos) Principalmente na moda que nos latifúndios, lati latifundios né porque agora qualquer pé rapado () ele pega um lá no mato grosso em goiás no acre né () eu nem faço ideia Eu digo, francamente, minha eu não tenho capacidade de avaliar um latifúndio, porque acho uma coisa monstruosa. pertencer a um o que devia pertencer a todos.

SPEAKER 2: : Se fosse uma casa bem pequena, o que é que a senhora acha essencial? Se fosse a metade desta, por exemplo, se a senhora tivesse construindo uma casa bem pequena, quais os cômodos que a senhora construiria?

SPEAKER 0: : Ai, minha filha, eu não tenho imaginação. As perguntas de vocês, a gente precisa ter muita imaginação. De modo que me foge a imaginação, uma casa pequenina, o que eu faria? eu um cômodo só com divisões internas. facilitar. Quando precisasse botar mais gente dentro, punha mais gente, era só mu mudar.