SPEAKER 1: ### SPEAKER 0: Bom, eu estive, tomei parte das reuniões no início, a lei (), viu? Foi a primeira. Antigamente você não tinha direito nenhum. Hoje ampliaram. Naquele tempo tinha já férias, quinze dias. Tinha auxílio-doença. Auxílio-doença tinha um limite. () Serviço médico. Bom, eu digo assim porque não era a caixa que pagava tudo. Eles pagavam também. É o único jeito aqui. E... Depois, o Getúlio melhorou muito, ampliou. Então, estendeu () o auxílio aos filhos, que hoje eles têm, né? Atenção para os filhos. Para as grávidas, ### Agora não me lembro quanto tempo, mas era um mês antes, um mês depois, mas sempre pediam mais. ### E... Férias foi para vinte dias, depois é que foi para trinta Dias. Viu? E E começou a pagar o parto, Auxílio maior, viu? Para a doença e ampliou a aposentadoria e di e diminuiu o tempo. Deu várias espécies de aposentadoria, né? Aposentadoria de serviço, aposentadoria de invalidez, E assim melhorou bem. () ### É de pagar demais. Hoje (), essa situação que está aí, né? () dinheiro não chega. Embora haja saldo, viu? Porque já no no meu tempo lá de orientar aquilo, verbas, e eu que arranjava orçamento, organizava orçamento, mas verbas mesmo (riso), chegar no meio do ano, já tinha o gasto. Hoje deve haver a mesma coisa. E... Hoje tem aumentou muito o salário-família, né? Hoje está razoável. A diária também, de doenças, de hospitais, mais ou menos é isso. SPEAKER 1: E quanto à parte monetária, o que cabia ao empregado ou de uma indústria, de uma fábrica, quanto à parte monetária? Como é que eles faziam com o empregado que eles mandavam embora? Ou como é que eles fazem normalmente? () SPEAKER 0: Naquele tempo não tinha, né? Ficava a critério do do industrial, né? Mas hoje a lei regula, viu? Precisa o inquérito. não pode mandar embora sem inquérito. E já hoje não tem mais aquele, eh agora eu emendo aqui, vitalicidade depois de dez anos de serviço, que também era um erro, viu? Porque nas vésperas já () a turma, boa porção, não trabalhava mais. Está virta vitalício. Então hoje tem o pecúlio, ### Não tem mais aquilo, tem o pecúlio, que eles vão acumulando, acumulando, acumulando para receberem. Eu agora, no momento, não me lembro quando, mas deve ser na aposentadoria. SPEAKER 1: ### Existe alguma maneira de presentear um subordinado, um empregado, caso o senhor fosse dono de uma indústria, ou de uma fábrica? sem ser o ordenado fixo, o que o senhor poderia presentear ao empregado? SPEAKER 0: Bom, por cinco anos me fizeram... Tinha farmácia lá, né? () Os operários pagavam a farmácia. Em geral era assim tudo, viu? Mas não havia gratificação para sair. Não havia, não. Depois que veio... O prazo, () tinha que dar um prazo, quinze dias. Não é? Isso já era uma espécie de gratificação. Que eu saiba hoje, não tem. SPEAKER 1: E quando o senhor empresta dinheiro para alguém, quais as condições de pagamento que o senhor propõe para essa pessoa? SPEAKER 0: Primeiro que, raramente eu empresto. Tem () da vida, eu dou. ### Tem que dar um documento. Tem que dar um documento. Porque, antigamente, tinha o () Sabe o que é? ### ### A promessa, a entonedade de uma pessoa é um negócio grave. () O sujeito prometia que ia pagar e ia pagar mesmo. Então dizia que dava um fiozinho da barba. É Mas hoje é um problema muito diferente. Hoje a gente precisa estar cercado de garantias, de todo jeito. ### Viu? Posso até? SPEAKER 1: ### SPEAKER 0: Para mim, sempre pagaram. O que eu dei, emprestado, sempre pagaram. ### () Eu vivia doente, viu? Muito doente. Então, evito de ficar sem numerário, né? De maneiras que... Hoje a senhora tem que dar um documento, ou letra, com prazo vencido para o futuro, né, calção, hipoteca, do que a pessoa tem, para garantir a dívida. SPEAKER 1: É isso. Em anunciar o documento, vamos supor que o senhor emprestasse dinheiro para alguém? Não desse, mas emprestasse. O que que o senhor como é que o senhor eh proporia as condições de pagamento a não ser um documento? Existe alguma outra maneira? SPEAKER 0: ### Os que eu conheço, não. Nem testemunha, porque... () um sujeito tratante que não vem pagar, se traz traz testemunha também do mesmo nível, né? Tem que propor, combinar o que paga por mês, prazo de um ano, né? Mas... Depende muito da formação do devedor. Não dá um trabalhão, não dá nada. SPEAKER 1: Quando o empregado trabalha, além das horas normais de serviço, como é que normalmente vem o seu salário no fim do mês? () SPEAKER 0: Ganha horas extraordinário> O governo a regula. Tem tem, na legislação atual, tem condições. Condiciona tudo. São oito horas por dia, né? ### E, no máximo, pode trabalhar mais duas, teoricamente. E vem () como o o o salário noturno também é diferente, é maior. E, geralmente, hoje, a maioria quer trabalhar as duas horas a mais, porque o que ganha nas oito horas, geralmente, é muito pouco, viu? O salário mínimo é muito raro achar quem paga. É mais. Viu? É mais que o salário mínimo. Salário mínimo não dá para nada. Sobra o coitado do nortista que (riso) vem aí para ser servente de pedreiro. SPEAKER 1: Quando esse empregado sai da fábrica, além do inquérito que o senhor falou que tem que abrir, como é que ele vai procurar os seus direitos? ### SPEAKER 0: No no Departamento de Trabalho. Hoje está mais ou menos bem organizado. Dá (), viu? O ene pe esse tem organizado também, mas tem () o trabalho do Estado, né? Eu () ### Ao seu inquérito, um processo, viu? Hoje há até advogados especializados nisso. SPEAKER 1: E quando um advogado, já que o senhor falou em advogado, quando um advogado, por exemplo, defende uma pessoa, ãh o que esse advogado exige dessa pessoa após a resolução da causa? SPEAKER 0: Bom, geralmente () Se tem com o que pagar, combina. O o ordenado, né? Bom, mas no fim do processo, ganho, o juiz, se a gente que não tem poder econômico maior, o juiz diz quanto deve pagar o advogado, viu? Não é ele. Agora, para os que não têm recurso, tá de graça, o juiz designa um um frequentador aí do fórum, Designa um para defender. SPEAKER 1: ### Normalmente, quando há um roubo numa firma, como é que o o patrão nota esse roubo? Através do quê? SPEAKER 0: Bom, é difícil para o patrão, mas tem controle da escrita, né? E hoje com a máquina registradora. ### Mas é difícil, veja bem, quase sempre os os roubos são descobertos por denúncia. ### Por denúncia. Pode, naturalmente, tem seus especialistas nesse assunto, né? () contadores. Fazer estudo da escrita para ver se houve ou não houve, né? Há um processo. Mas... Geralmente, que eu saiba, é fruto de denúncia. Ou um colega que denuncia, ou mesmo gente de fora, né? ### Agora, só tem um que não tem jeito, é o batedor de carteira, né? (riso) SPEAKER 1: Quando uma fábrica não tem condições de se manter, qual é a situação dela? SPEAKER 0: Primeiramente, tem que fazer um estudo. Da situação econômica e financeira e requer, então, ao juiz a concordata. ### Prometendo pagar tanto por mês aí isso, tanto por mês para aquele outro. Quando no processo se verifica a possibilidade da solvência, né? Agora, quando não tem, falência. ### Fecha a fábrica. O que dá, paga o o os credores no nível do do capital. Se não tem, perde tudo. Mas é o primeiro passo que há muito em dificuldade. Há muito o o o a proposta para () ### Lógico, se não perde tudo. ### Bom, não se esqueça que é o médico que está falando, hein? (riso) SPEAKER 1: Doutor (), normalmente () quando uma firma paga suas letras antecipadamente, quais as vantagens que ela recebe? SPEAKER 0: De pagar a letra antecipadamente? Que vantagem tem? Tem a vantagem do crédito, que eu me lembro. O resto eu não acho que não. () Naturalmente que o crédito aumenta ### Porque o pagamento antecipado de uma nota de venda, ou de de uma calção, essa coisa, que eu saiba, não desconta nada, a não ser juros. ### Só pode ser isso. SPEAKER 1: Qual é o tipo de negócio que, às vezes, uma pessoa faz em relação à outra com má intenção? Você sabe como é que chama essa pessoa? ### SPEAKER 0: Legalmente, não sei. ### ### () por aí hoje () com pau, como dizia-se antigamente. (riso) Está cheio de espertalhões por aí. ### Agora mesmo, a minha empregada tem um terreno em São Bernardo, né? Passamos uns anos sem ir lá, construíram uma casa. () Agora vai dar trabalho pôr para fora. Isso () a forma existe várias. A turma é () inteli, geralmente o sujeito é inteligente. O espertalhão é inteligente, senão acusa-se logo, né? SPEAKER 1: Já que o senhor falou em espertalhão, quando uma pessoa, por exemplo, sabe de um segredo da outra, E ela, ãh vamos supor, ela faz... o que que ela pode fazer em relação à outra para que a outra se mantenha calada? SPEAKER 0: Só mesmo o conhecimento, né? Porque o segredo é é abusivo, né? Muita gente guarda segredo por () É um assunto sério, pesa na consciência da gente para estar transmitindo. Mas é só o convencimento que... Não há ãh tropeço em impedir, que con que condene, ou que ou que divulgue. Viu? Não tem. Que eu conheço, não. Melhor não ter segredo de ninguém, sabe? É melhor não ter segredo de ninguém () SPEAKER 1: Mas quando a pessoa chega para uma outra, e confidencia alguma coisa, vamos supor, () senhora você fica calado, porque senão, se você contar isso, eu vou contar essa outra parte sua que você também não quer que ninguém saiba. SPEAKER 0: Aí será uma revanche, mas eu não conheço um meio social para impedir, não. Só mesmo a convicimento da pessoa para não contar. SPEAKER 1: O senhor tem conta em banco, doutor (), e como é que o senhor faz para abrir a conta num banco? SPEAKER 0: Vai lá, deposita, dá o nome, faz uma ficha, viu? Deposita uma quantia X inicial, viu? Eu tenho Eu tenho conta em cinco bancos, mas não é () minha vontade. A caixa, que eu sou aposentado pela caixa, paga num banco. Eu tenho também a aposentadoria de autônomo, sabe o que é? A clínica que a gente tem particular. Paga no outro banco. O meu banco primitivo era o Banco São Paulo. E eu vendi um terreno aqui em Francisco Morato, e o quem comprou pediu para pagar lá no banco outro banco, lá na Lapa. ### Então, especifica na escritura, E deposita todo mês em conta corrente xis. Combinado, né? Então eu tenho esse banco assim. E o Banco do Brasil também que me paga a pensão da Caixa. Mas () SPEAKER 1: Quatro bancos. E quais as vantagens que que uma pessoa tem em abrir conta em um banco? () SPEAKER 0: Hoje, modernamente, Modernamente tem que fazer, é uma facilidade, o senhor dá o cheque A algum tempo atrás, nem todos aceitavam o cheque, até casa de comércio. Não digo para levar a senhora a comprar um negócio, dar o cheque e carregar o que comprou, que aí é arriscado, é claro. Mas para mandar levar em casa, também não aceitavam. Ah um casamento, por exemplo. Não aceitava o cheque. Hoje está divulgando muito isso, () a senhora anda com aquilo no bolso. É muito difícil o sujeito falsificar, não é tão fácil. A senhora previne o banco, né? Aposto que andar com dinheiro hoje é um problema, () A turma tem uma esperteza, eh são verdadeiro artistas, viu? Eu mesmo já fui. Um aperto qualquer, enfia a mão no seu bolso, já não sabe, tira a bolsa, né? E o cheque dá tempo de avisar o banco. Olha, roubaram meu livro de cheque. Eu perdi meu livro de cheque. Pronto. Isso toma nota lá. É uma garantia. Ah, hoje tem facilidade. SPEAKER 1: E quais os tipos de cheque que o senhor conhece? SPEAKER 0: De cheque? Hoje é uniforme um só. Viu? O governo uniformizou. É um tipo só de cheque. () muito ligeira Para corresponder à escrituração do banco. Mas é um tipo é um só. SPEAKER 1: O senhor disse isso hoje, né? E antigamente? Antigamente, cada banco tinha uma norma. SPEAKER 0: Viu? Era uma confusão danada. Por isso mesmo o governo uniformizou. SPEAKER 1: Quando o senhor vai passar um cheque para alguém, como é que o senhor passa esse cheque? SPEAKER 0: () se quer dar o cheque nominal, vem no cheque, põe nome. Pague-se a fulano de tal. A quantia de. Viu? É nominal. Então, para receber, a senhora, no verso, tem que assinar o nome seu. () Nome seu, não. Nome de quem a senhora creditou. Agora, o portador () é dinheiro. O senhor chega em qualquer banco e tira. ### Banco indicado, né? () São () dois tipos de cheque. Não conheço outro, a não ser o comércio, porém, esse eu não conheço. SPEAKER 1: Se o senhor quisesse comprar uma casa através de um banco, como é que o senhor teria que fazer? SPEAKER 0: Bom, hoje há bancos que facilitam o empréstimo. ### Há pagamento em vários anos. Prestação. Paga juros. Correção monetária. Viu? Vários tem. () E também empresas outras que não são bancos. Facilita o pagamento. É interessante, viu? Só que fica mais caro. SPEAKER 1: E o que que o senhor retira do banco, a não ser o dinheiro? SPEAKER 0: Só se retira o dinheiro. Não retira outra coisa. O banco é dinheiro. O comércio deles é o dinheiro. Viu? Bom, tem hoje () a caderneta de poupança. Todo banco tem. Todo banco tem caderneta de poupança. ### SPEAKER 1: E, além do dinheiro e da caderneta de poupança, o senhor não tem mais nada que retirar do banco? SPEAKER 0: Qual? Um dos automóveis mesmo eu comprei parte do dinheiro em empréstimo no banco, né? Depois vai pagar, mas fica caro. (riso) SPEAKER 1: E como é que o senhor fez? Ah... SPEAKER 0: () O automóvel () é é da gente, né? Compra-se o que tem dinheiro à vista, Depois, apresenta o banco com um fiador. Viu? Fiador conhecido do banco. Eles escolhem, né? E ali a senhora paga o juro, que o governo hoje define qual é, e a conversão monetária. Fica claro. Faz em () geralmente o máximo trinta e seis Meses. Viu? Agora, hoje, por aí, com essa dificuldade de da praça, como é todo mundo está sofrendo, não é só no Brasil, não sei se aumentaram. SPEAKER 1: Como que eles podem como é que o senhor pode provar que o senhor está pagando todo mês essa conta? SPEAKER 0: A senhora tem o recibo. tem o recibo todo mês. ### Ou vai buscar no banco ou eles mandam para sua casa, conforme o banco. Tem vários que são muito bem organizados. Como hoje a gente paga telefone, light, água, o banco vai tirando da da conta corrente e a gente vai pagando, né? A gente precisa estar estar atento para não não deixar o zero lá, a crédito, tem de vez em quando cobrir () não dá trabalho. ### SPEAKER 1: E quando o senhor não está contente com o banco, o que que o senhor faz? SPEAKER 0: ### Não tem dificuldade nenhuma, só tira o saldo todo e pronto. Não tem que falar para ninguém, pode até fazer isso. Qual é o meu saldo aí? ### Tira, retira Não há tropeço. SPEAKER 1: E quando o senhor vai pôr dinheiro no banco, como é que o senhor faz? SPEAKER 0: No guichê do banco, tem um impresso que a senhora enche. Seu nome, o número da sua conta no banco, o que tem, a quantia. Viu? () No guichê, geralmente é uma moça. Ela verifica, picota no carimbo daquela máquina, tira um pedaço picotado também, dá para a senhora, o dinheiro fica lá. SPEAKER 1: E como é que o senhor controla o seu dinheiro no banco? SPEAKER 0: Ah, faz uma escritura. SPEAKER 1: ### SPEAKER 0: A () tem que fazer uma escritura. Também pode ir no banco e pedir, eles dão. Eles dão. Mas eu controlo aí. No próprio cheque, () umas duas, três páginas, No início, com o local certo para se pôr, a data, o número do cheque, a quantia que se retirou, né? SPEAKER 1: E, a não ser isso, o senhor não tem outra maneira de controlar o seu dinheiro? SPEAKER 0: Não tem. Não, outra maneira. A gente mesmo é que tem que controlar, né? SPEAKER 1: Quando o senhor vai receber um cheque, O que que eles fazem antes de pagar esse cheque para o senhor? SPEAKER 0: Antes de pagar o cheque, eles vão lá no no registro de firma, () banco tem, e verifica. Se coincide a sua firma com o que está lá. Depois passa para a outra sessão e vê o crédito que a senhora tem lá, livre. Aí ele paga. SPEAKER 1: Escuta, e como é que se divide um banco, além da central? SPEAKER 0: As agências, a senhora confere? Hoje está cheio, né? É na própria, não sendo assunto muito sério, na própria agência a senhora resolve, maiormente no interior, viu? Se é assunto maior, tem que ir na central, na sede mesmo. SPEAKER 1: E como é que chama a sede? SPEAKER 0: Geralmente é sede, () é agência, viu? O Bradesco não diz sede, diz nova central. É a central. Sabe onde é a central do () Não é bem isso. É em Osasco. O Bradesco é um banco muito grande, né?