SPEAKER 0: ### Mário, eu gostaria que o senhor falasse alguma coisa sobre cinema. O senhor vai ao cinema normalmente? SPEAKER 2: Bom, atualmente não tenho ido muito, porque o o cinema já mudou muito, né, de de uns anos para cá. Mas eu, durante a infância e juventude, sempre fui. Agora, eu acho que o o cinema já já aproveitou todos os temas poderia ter aproveitado. Então, como poderia dizer, esgotou. Porque, por exemplo, filmes bíblicos, foi tudo explorado já. Filmes de faroeste, todas as histórias, filmes de guerra. Acho que fizeram mais filmes de guerras, hum exploraram mais batalhas do que houve realmente na nas guerras. E até acho que em todos os setores, Biografias de todos os grandes assim que poderiam interessar já foram feitas. Então, acho que por isso que o cinema decaiu ultimamente, né? E Além disso, com o advento da televisão e e outras diversões, então, o cinema perdeu muito. Agora, eu não tenho ido por causa que o os filmes atuais não atraem muito. Geralmente são histórias já assim repetidas ou baseadas em outras que eu já vi. E assim os que os temas vão se esgotando e para mim vai perdendo interesse. Mas acho que como para todo mundo, né, porque ah dia a dia estão fechando cada vez mais as salas, né? SPEAKER 0: Mas o senhor se refere assim ao cinema não nacional, né? SPEAKER 2: Bom, o cinema nacional, para mim, praticamente não existe. Porque o o cinema dele, assim, como como arte, o cinema nacional não é explorado, não é? Explorado mais assim como comédias, mas assim, o filme o cinema nacional acho que vai muito para o vulgar e mais para a imoralidade, assim, não é um cinema muito sério, Porque eu acho que o o cinema depende de quem o faz. Acho que no cinema nacional tem muito picareta. Então, eles, logicamente, têm que fazer filmes baseados naquilo em que eles vivem. Então, se o indivíduo, por exemplo, é universitário, ele vai fazer filmes assim sobre o nível dele, meios universitários, e et cetera Mas quando ele não tem, assim, um... não tem muita educação, não tem muita cultura, não foi educado, assim, para certas coisas, ele não pode fazer um um filme. Por exemplo, um um diretor de cinema nacional que não tenha muita vivência, assim, não não conviveu com a sociedade, não tem instrução superior, então ele nunca poderá fazer um filme. que não seja relacionado com a aquilo que ele viveu no meio ambiente dele e com tudo que ele conhece. ( ) como ele conhece pouca coisa, então uh qualquer filme que ele queira fazer vai ser sempre baseado naquele pouco conhecimento que ele tem, ou então naquele meio ambiente dele, que quase nunca interessa a todos. Então a gente vê que os filmes nacionais sempre se baseiam assim em histórias de assim de bicheiros, trapaceiros, e mulheres de vidas duvidosas, sempre assim. O cinema nacional nunca foi assim, nunca apresentou um filme, apresentou uma biografia de um de um escritor, de um cientista, SPEAKER 0: ### E o cinema éh chamado Cinema Novo? O senhor uh assistiu a alguma coisa relacionada com isso ou não? SPEAKER 2: Eh Cinema Novo o quê, nacional? É. Bom, como eu só assisto filme nacional que eu não gosto, e que geralmente sempre é na mesma base, eu nunca, eu acho que não eu não sei qual é o Cinema Novo Nacional. SPEAKER 0: O Cinema uh Cinema eh Novo Nacional seria um... ### Exatamente, era uma tentativa. SPEAKER 2: Mas aí são grupos isolados, né, geralmente amadores, assim, que não têm apoio, e não... então não sai daquilo, né? Eh Porque tem muita gente com muita capacidade para fazer, mas geralmente esse eles não têm apoio, não têm apoio do governo, quer dizer, falta tudo, falta... o equipamento, falta filme virgem, falta tudo. Então, fica assim numa tentativa ou outra de ver um um filme de curta-metragem, um documentário, e depois morre nisso, né? Porque sem apoio não é possível prosseguir, né? SPEAKER 0: E filmes estrangeiros, por exemplo, do Buñuel, Pasolini, o senhor já assistiu? E se ah Se já assistiu, o que o senhor acha disso? SPEAKER 2: Já assisti, assim, no no momento não recordo nomes né para ligar a diretor assim, relacionar diretor com o filme. Mas eu sempre preferi autor oh diretores americanos, entendeu? ### Para mim, esse Buñuel, por exemplo, que é um já é um veterano, ele faz filmes desde os desde mil novecentos e trinta, mas eu só fiquei só tomei conhecimento mesmo do dos filmes dele de uns sete, oito anos para cá. SPEAKER 0: E o que o senhor acha do tipo de filme que ele faz? Seria um tipo de filme que abrangeria, assim, grande parte do público não? SPEAKER 2: Eu acho que entra num ah uma pequena faixa assim, uns dez ou quinze por cento apenas. Eh SPEAKER 0: Isso devido a quê? SPEAKER 2: Porque ele aborda temas que não são assim do do gosto popular. acho que isso poderia ser chamado assim, um filme mais de arte, né? Seria esse o o Cinema Novo? Mas é um Cinema Novo antigo, né? Já que ele faz filmes há quarenta anos. SPEAKER 0: E sobre os cinemas, os locais onde se exibem os filmes? SPEAKER 2: Sobre os locais? SPEAKER 0: Aham. O senhor acha que há condições, realmente? Há bons cinemas? SPEAKER 2: Bom, aqui em São Paulo tem ótimos cinemas, né? Esse esses da da Avenida Paulista. (ruído) Não precisa mencionar nome, né? Mas... Quase todos são muito bons, assim, aparelhamento, poltronas, tudo SPEAKER 0: Certo. E falando em aparelhamento, qual seria o aparelhamento usado ah numa filmagem, por exemplo? SPEAKER 2: Aparelhamento usado numa filmagem? Bom, além das câmeras tem o... que que tem? Tem luzes, tem aparelhos de som, tem... Bom, eu nunca assisti uma filmagem assim, quer dizer, já assisti, mas nunca prestei muita atenção na na aparelhagem, ( ) na parte técnica. Mas eu sei que tem pessoal para para gravação, tem tomadas de cena, tem iluminaçã> SPEAKER 0: E tirando a parte técnica, a parte do pessoal mesmo que participa do da da das filmagens? ### ### SPEAKER 2: Certo. O que que tem os artistas? SPEAKER 0: Eu gostaria de saber como o senhor classificaria, por exemplo, os artistas conforme um filme. SPEAKER 2: Mas filme nacional, americano, qualquer um? Entendi bem a pergunta, mas SPEAKER 0: Certo. Por exemplo, ãh os personagens vividos no filme, certo? Os personagens vivido ãh Nesse caso teria uma pessoa para representar tal personagem, né? SPEAKER 2: Então, como o senhor classificaria por ordem de... Assim, o o artista principal, depois os coadjuvantes, mas... Bom, tem o o os principais, né, geralmente um um de cada sexo não é, hum, forma par. Depois tem os coadjuvantes, tem os principais secundários, tem figurantes, tem os que fazem pontas, né, tem participações especiais, eh É isso? SPEAKER 0: E agora, quanto à televisão, o senhor tem oportunidade de assistir a algum espetáculo de televisão? SPEAKER 2: Televisão eu assisto sempre, né, porque está em todo lugar, né? Então, chego em casa, uh está sempre ligado, né, em desenhos ou filmes, eh praticamente. Porque eu tenho a televisão aqui em casa e tenho no consultório também. Então, tanto aqui como lá, desde nove horas da manhã, antes de de entrar a imagem, né, quando entra o som já, as luas já estão ligadas, né E vão até o fim. Mesmo sem acompanhar, eu sou obrigado a ficar vendo o dia inteiro e... SPEAKER 0: o que o senhor vê na televisão? SPEAKER 2: Bom, eu vejo muita coisa, mas o que eu gosto mesmo tem muito pouco. SPEAKER 0: É? E o que é? SPEAKER 2: Eu gosto muito de filmes. Que tipo? Mas... Eu gosto de filmes de guerra, filmes de de de mistério. Eu gosto de filmes, quer dizer, de mistério, mas não de terror, né? ( ) que não deixam a gente dormir à noite. Eu gosto de filmes policiais, mas sem a violência que caracteriza os filmes atuais. Antigamente, passavam assim no nos cinemas filmes policiais ingleses, assim tipo do Sherlock Holmes assim, porque eram filmes interessantes que a gente ia acompanhando assim o o detetive ele ia desvendando desvendando os mistérios até localizar o criminoso, tal. Ela é interessante, mas os filmes de hoje, principalmente assim depois que veio que depois que apareceu o James Bond, então os filmes todos se baseiam só em violência, armas modernas. E acho que, pelo menos para mim, perdeu um pouco a graça. Porque a gente já está tão cheio de violência ( ) nos jornais, sabe? Se lê sobre crimes e brigas. ( ) Os filmes também, eh na mesma... Na mesma toada, né? Vai deixando a pessoa cada vez mais nervosa e SPEAKER 0: Agora, o senhor tem preferência por de eh por determinada situação? SPEAKER 2: Bom, preferência por determinada situação eu tenho. Eh Pelo Mas, ultimamente, acho que o canal quatro decaiu um pouco e uh tenha sido mais o cinco. Que eu acho que o Eu acho que atualmente o cinco, o canal cinco, é o que apresenta os melhores programas e dá a impressão, pelo menos que eles cuidam mais da programação e querem realmente assim apresentar programas de alto nível. Os outros decaíram tremendamente. SPEAKER 0: Eh e o senhor acha que isso é devido a quê, essa decaída? SPEAKER 2: Bom, não saberia explicar porquê, mas eu acho que eles não acompanharam muito a evolução. Porque eu sei que o o canal cinco gasta fortunas, por exemplo, para o para os telejornais. Então apresentam sempre filmes ah e tudo atualizado, né? Por exemplo, ah na guerra, durante a guerra do Vietnã, do Camboja, eles mostravam ah videotapes, sei lá se videotapes ou filmes, mas assim tudo recente. A gente sabia, né, que era tinha sido feito por aqueles dias. O passo é que os outros canais, às vezes, limitam-se apenas a apresentar uma fotografia um, hum às vezes, nem uma imagem, né? Que foge completamente, porque se é telejornalismo, deveria apresentar a notícia com a imagem, né, mas, às vezes, nem a imagem eles apresentam. Apenas falam sobre o fato, coisa que o rádio faz já, né, não precisava, então, ser... Usar a televisão para isso. SPEAKER 0: E os apresentadores de televisão? SPEAKER 2: Mas os apresentadores ou narradores? SPEAKER 0: Digamos o seguinte, o senhor situou, parece, o telejornalismo, né? Ah ### Me parece que existe um cuidado quanto ao à apresentaçã> desses jornalistas no vídeo, o senhor percebe alguma coisa nesse sentido em relação a o a outras emissoras, não? SPEAKER 2: A apresentação? Bom, eu noto que eles se apresentam assim, da melhor maneira, não é, assim, muito bem trajados, muito bem arrumados. Inclusive, assim, quanto aos apresentadores, eu acho que há uma certa imitação, né porque Acho que um canal sempre, quer dizer, uns apresentadores procuram sempre imitar outros, assim, de de maior cartaz, que às vezes, até a gente confunde, não? Pensa que um mudou de estação, vai ver, ah ah está apenas imitando o outro. SPEAKER 0: Agora, os tipos de transmissão, por exemplo, nós tivemos aí a Copa do Mundo, né? Que tipo de transmissão seria essa? SPEAKER 2: Que tipo de transmissão? É SPEAKER 0: Por exemplo, nós vimos também o homem chegando à Lua, certo? ### SPEAKER 2: uh quer dizer assim, uh como que foi retransmitida a imagem? B> retransmissora SPEAKER 0: Agora, deixando a parte ãh técnica da televisão, eh eu gostaria de saber o seguinte, por acaso, alguma vez o senhor já teve algum televisor quebrado? SPEAKER 2: ### É. Eu tenho um quebrado. É? SPEAKER 0: E, nesse caso, qual o processo usado para para consertá-lo, por exemplo? O proc> SPEAKER 2: ### SPEAKER 2: Ah não, eu sempre chamo alguém, né, porque eu não não sei mexer nisso. É? SPEAKER 0: E qual problema apresentado, por exemplo? G> SPEAKER 2: SPEAKER 0: Quanto a cor, por exemplo, o O que o senhor tem no seu consultório é igual a esse? SPEAKER 2: Não, o que eu tenho no consultório é preto e branco. É? Eu sei que a diferença tem tem uma peça que parece que chama canhão que liga no... Ah, eu não sei explicar be> <ó músi> Que o senhor disse que gosta muito de música americana, né? É. Só sintoniza música americana? S> <ó. Só? E aqui na na sua casa, televisão, por exemplo? SPEAKER 2: Bom, aqui... Praticamente tenho que assistir o que minha mulher gosta, né? E o meu filho. O meu filho tem dois anos, mas ele fica o dia todo aí mexendo. Tenho que assistir desenhos e Quer dizer, não pre... geralmente não presto atenção, né? É? Mas uma coisa ou outra eu sou obrigado a ver. E além de de> SPEAKER 0: ### SPEAKER 2: Tem uns que são bons, assim interessantes, que eu gosto, mas os que eu gosto, São, principalmente, assim passados na na Europa, na Riviera Francesa, na na Itália, Inglaterra, que são os lugares que eu mais gostaria de visitar, né, que eu não conheço ainda. SPEAKER 0: Agora, me parece que uh as mulheres que ficam em casa tal o dia todo têm predileção por um tipo de programa. O senhor percebe isso? SPEAKER 2: Tem predileção? É. Bom, eu não não creio que elas tenham predileção. Acho que esses programas que elas assistem são mais, assim, impostos. Elas por exemplo, novela. É uma coisa imposta, não? Porque Quer queira quer não, naqueles horários só tem aquilo, então... Certo. A pessoa acaba entrando ah na sintonia deles, né? como esses programas de de arte culinária que passam à tarde. Quer dizer, eu não não acho que que toda mulher goste disso, mas quase que não tem outra coisa, então acaba assistindo, né? Certo SPEAKER 0: ### novelas, isso seria durante a semana, né? E no no final da semana, digamos, sábado e domingo, existe existe uma programação variada? Uma programação que sai desse esquema? SPEAKER 2: ### No sábado e domingo eles saem do esquema, mas eu acho que saem para pior, né? (risos) SPEAKER 0: Por que, hein? SPEAKER 2: Porque... Acho que os piores programas são de sábado e do> eles deviam caprichar mais, eh os programas deviam apresentar melhores shows, ah com assim com muita música, shows assim como apareceu nos cinemas né antigamente, ou esses shows de de teatro, de revista, coisas interessantes, balés, ah cantores bons, Mas não aparece nada disso. Os cantores, por exemplo, desaparecem no no fim de semana. Os shows, assim, com balés, por exemplo, são muito raros. E Geralmente não dura mais que que um ou dois minutos. E eles apresentam muito ( )  esses programas, esses esquetes com com cômicos que não têm graça nenhuma. SPEAKER 0: ### SPEAKER 2: Bom, aí é problema de direção, acho que é problema de... Acho que isso agrada à massa. SPEAKER 0: Então seria um um problema do quê? SPEAKER 2: Bom, é problema de falta de cultura, um problema de de subdesenvolvimento. SPEAKER 0: Certo, e e o senhor acha que ah hoje em dia haveria condições de se fazer um programa assim de um bom nível dentro da televisão? SPEAKER 2: Se existe? Aham. Não, Lógico que existe. ### Esse eles deveriam fazer, mas eu acho que uh os que estão assim por dentro da televisão, os que que mandam, os que fazem os programas, talvez não estejam à altura né do dos cargos ### Como foram formadas essas estações de televisão? Uh Os que ficaram manobrando são... geralmente pertencem a a certos grupinhos ou familiares, há muito apadrinhamento. Eu acho que só depois que fizeram a faculdade aí de Comunicações da USP, é que começou realmente a aparecer gente capaz. Porque aí a pessoa ah, os indivíduos já entram na faculdade, já sabendo o que vai fazer, se é televisão ou cinema, tal, então já já separam uma coisa da outra. E, logicamente, aprendendo todas as técnicas, enfim, aprender tudo. Então pode entrar na televisão como um técnico realmente capaz, ou como um diretor artístico, um produtor, Mas aí já com com outro nível, não? ( ) acho que aqueles que existem até hoje, na maioria das estações, eles não não se prepararam para aquilo, eles apenas se adaptaram. E foram, como se diz assim na gíria, foram quebrando o galho. ( ) Logicamente, como eles não têm muita capacidade, eles não podem, não têm condições de fazer nada melhor do que tem apresentado até hoje. SPEAKER 0: Agora, saindo um pouquinho de televisão, rádio, e teatro? O senhor costuma ir ao teatro? SPEAKER 2: Eu gostava muito de teatro. (ruído) Mas eu deixei de ir, assim, mais por claustrofobia. (risos) ### E como os teatros também, assim, são muito pobres em cenários, Então, com palcos pequenos e... tsc, fui me enchendo daquilo. Quer dizer, comparando teatro e cinema, eu sempre preferia cinema. ### O cinema apresenta assim paisagens de ( ) florestas, planícies, céu, mar. Que coisa que no teatro não pode (ruído) apresentar. para eu também convivi muito com gente de teatro, (ruído) mas como esse pessoal de teatro assim é muito diferente, às vezes não a minha educação era diferente da deles, então eu vi que que havia alguma coisa que nos separava. ### SPEAKER 0: E na época que o senhor ah ia ao teatro, que tipo de espetáculo o senhor ah assistia? SPEAKER 2: Que tipo? É Bom, eh é muito variado, né? Mas era mais, assim, mais temas mais filosóficos, sabe, não Não era o teatro, assim, SPEAKER 0: O teatro feito hoje, por exemplo? SPEAKER 2: Bom, como eu deixei mun deixei de ir a teatro, então nem sei como é que é o o teatro de hoje. Mas hoje parece que é muito mais avançado, né ah, inclusive em em linguagem toda, né? É uma linguagem assim mais livre. E SPEAKER 0: o teatro que houve, teatro de agressão? que inclusive ah essa fase já passou, entende? Tea> SPEAKER 0: ### Agora, ãh um outro tipo de diversão, que aqui em São Paulo ah é um pouco difícil de acompanhar, circo, por exemplo. O senhor já teve assim ah alguma participação, uh levando ou filho, ou parente, ou mesmo quando criança, já foi a algum circo? É quando eu SPEAKER 2: criança, eu ia muito. É? Mas isso Até os dez anos, mais ou Eu me divertia, eu achava gozado né ver o palhaço, ver os ver a a bicharada de perto, trapezistas, né? Mas circo já é uma coisa assim que aqui em São Paulo não existe, né? Isso mais para o interior, né? SPEAKER 0: No interior, né? Além de de bichos, de palhaços, ah que outro tipo de espetáculo o circo forneceria ao público? SPEAKER 2: Bom, além do uh... Tem os trapezistas, o malabaristas... Bom, acho que os principais números são são esses, né? Trapezistas, os domadores que ... Antigamente, no nos circos, eles sempre faziam teatro também, não é? Ah é? Sempre tinha uma uma comedinha, assim, com o palhaço e e outros, não Mas acho que não tem mais. SPEAKER 0: E quando não agradava, qual era a reação do público? He> SPEAKER 2: ### Acho que o público sempre aplaude, não é, mesmo que não goste. SPEAKER 0: Aplaude, geralmente, é? E De todos esses ah meios de de diversão né ou de instruçã> Qual o senhor escolheria? ### ### SPEAKER 1: ### SPEAKER 2: Bom, tenho atualmente a televisão, né, que é mais prático, mais cômodo, não está em casa, não precisa sair, não Se não gostar do programa é só mudar o canal ou desligar. ### ### SPEAKER 0: Antigamente, por exemplo, se levava muito... Nós estamos falando de novela, né? Antigamente não havia gravação de novela, não, né? Eram feitas, assim, ao vivo, né? SPEAKER 2: Ao vivo, mas isso nas estações de de rádio ou...? SPEAKER 0: televisão mesmo. ### Inclusive no no na TV Tupi? Naqueles grande teatro Tupi. O senhor lembra? SPEAKER 2: Tenho uma uma vaga lembrança. Bom Aí exigia muito mais do ator, não é? Porque gravando como gravam atualmente, uh logicamente o o ator vai mais descontraído, mais despreocupado, porque ele pode errar, e errando volta tudo, não SPEAKER 0: E no caso, para ser ao vivo, quais seriam as inconveniências, por exemplo? SPEAKER 2: ### Esquecer o que tinha que dizer. Ou então, ser tomado pelo nervosismo, não poder dar o máximo de si. que atualmente a a televisão, acho acho que usa o mesmo recurso do cinema, não é? Grava várias vezes a mesma cena. É. E depois escolhe a melhor. Exatamente. Ent> <ão esse recursos fazem com que o o artista vá mais tranquilo, né, sabendo que de qualquer forma ele vai aparecer sempre bem, não é? Porque mesmo que ele não interprete de acordo, O diretor fará com que ele repita a cena vária várias vezes até acertar. SPEAKER 0: Certo. E E, por exemplo, sempre que é lançada uma novela, existe alguma publicidade antes do lançamento de novela? O senhor percebe isso atualmente? Bom SPEAKER 2: Percebo, sim. Um um mês antes eles já começam né com as chamadas. Aliás, o que eu o que mais me aborrece na televisão é esse. Porque, às vezes, está no meio de um filme, no meio de um qualquer coisa, assim, um jogo de futebol, ta>