Inquérito SP_DID_223

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : diversas, tenho diversas ocupações. Trabalho no serviço de... da Secretaria da das Famílias Cristãs. e trabalho também para as costuras de Santa Rita. É mais beneficente. E bordo para bazar, faço peças donativas às famílias, vendo bastante bilhetes para os para os bazares. Agora mesmo, no dia doze, vou ter a inauguração da creche da da Confederação das Famílias Cristãs. Esta creche abriga crianças durante a tarde, o dia todo, enquanto as mães que são domésticas trabalham nas nas casas das famílias. Depois vão buscar lá as crianças.

SPEAKER 1: : Agora, ãh, a senhora havia dito antes da gravação que a senhora visita as pessoas, leva um conforto. É Ãh, eu gostaria que a senhora dissesse assim tudo sobre isso.

SPEAKER 0: : Quando sabemos que uma pessoa está perto de uma pessoa da família, vamos ao enterro. Quando estão passando mal, vamos fazer visitas. E vamos, ãh... Depois levamos as pessoas para frequentar a confederação, porque às tardes temos sempre (). Temos, ãh... Uma vez por mês temos jogos. Uma vez eu () Geralmente temos visitas, temos viagens. Agora mesmo, nesta semana, no dia dezenove, vão partir algumas pessoas para hum as cidades ãh antigas de Minas Gerais.   Então, essas senhoras que estão só vão fazer as visitas, vão viajar conosco e vão se animando aos poucos, né? Às vezes são pessoas idosas que já não podem bordar, já não podem fazer grandes coisas, então fazem um crochêzinho. Pegamos, ãh, () assim, coisinhas mais leves para fazer. e vão se animando. A última quinta-feira de cada mês, nos reunimos também para entregar o enxovalzinho da criança pobre. Então, elas levam para casa, fazem em casa as coisas. Depois, na última quinta-feira do mês, nos reunimos, tomamos um lanchinho e temos uma aula de Bíblia também. Uhum Sabe? Falamos sobre o Evangelho. As pessoas vão se animando, vão se esquecendo daquela tristeza em casa.

SPEAKER 1: : Agora, eu gostaria de saber o seguinte, esses jogos que vocês realizam, que tipo de jogo é esse?

SPEAKER 0: : Eh, eh, eh... Primeiro é esse jogo buraco, é buraco ou então bingo, mas principalmente é o buraco. Cada qual convida sua turma, né? Fazemos o pagamento da mesa para vender o dinheiro para comprar o material para o trabalho, para as costuras. Ih () Geralmente são dez a doze mesas que se, que se formam. Depois temos um lanche, que é dado pela confederação, oferecido pelas senhoras mesmo. Temos uma turma que toma conta desta parte. Temos a presidente da confederação, ### Ih e temos depois umas duas ou três senhoras que ocupam-se da creche e outras se ocupam da parte ãh social. Temos um almoxarife Hum E temos uma... Enfim, cada cada turma de confederados tem uma chefe de grupo para oferecer (), para oferecer os bilhetes, para receberem anualmente, pagam anualmente. Cada qual quanto pode. De cinquenta para cima, quanto podem dar. Temos diversas senhoras, diversas famílias bem distintas nessa confederação. E fazemos amizades boas.  Uhum

SPEAKER 1: : Agora, eu gostaria de saber, a senhora disse que tem pessoas, famílias muito boas, né? O nível social deles, desse pessoal?

SPEAKER 0: : Bom Nível bom? É muito bom ### Ãh, a agora há pouco tempo, nós fizemos vinte e cinco anos, fizemos jubileu. E elas estiveram... Ela e o marido estiveram lá. Os dois. Elas são muito finas, muito bom, muito amigos. Temos diversas famílias de médicos. ### Que era geógrafo, que morreu agora esses dias. Amanhã é a missa, sétimo dia dele. Ela é nossa confederada. ### ### ### Que faleceu agora. Amanhã vai ser a missa, às onze horas, aqui na igreja São Domingos.

SPEAKER 1: : ### Agora eu gostaria de saber qual é o tratamento entre o pessoal dessa confederação e o pessoal que procura confederação.

SPEAKER 0: : Como... Como o pessoal que procura como? Procura para o quê?

SPEAKER 1: : Assistência. Ãh

SPEAKER 0: : Ah, para assistência. Bom, as pessoass que tem empregada com crianças, perguntam a nós, se temos lugar, vagas, né? Então, se tivermos vagas, fa fazemos a criança ser vacinada, a criança tem que apresentar o atestado de nascimento, certidão de nascimento, e... Exigem alguns alguns exames médicos para poder ser internada, para não passar doença para criança. E rece... Assim que ah passa o aleitamento materno, ãh depois de seis meses mais ou menos, já recebemos. Até a idade de escolar, até sete anos. Porque depois a criança vai para escola, já tem outras outros afazeres enquanto é criancinha pequena, fica lá. Tem o aleitamento, tem uh a amamentação, temos o leite para criança, temos uma pessoa que toma conta dos bebezinhos, temos uma senhora que toma conta dos maiorzinhos de quatro anos em diante, já começam a dar aulas, ensinar como devem comer direitinho, a educação deles, aprendem também um pouquinho de religião. Tem assim uh ah o carinho total. A criança passa o dia, toma um banho, Escovam os dentinhos, e agora vamos ter também dentista lá. Hum Vamos ter um dentista também, para cuidar das crianças. Agora nós vamos ter a creche, né? Nova Nossa... O nosso prédio. Na rua João Ramalho, doze oitenta e dois. Vai ser inaugurado dia doze agora, depois de amanhã.

SPEAKER 1: : Ótimo. Agora, nessa inauguração, vai haver alguma festa, tal? Vai haver uma missa. Hum

SPEAKER 0: : Começa às quatro horas, vai haver uma missa. e... De ação de graças, e vai haver naturalmente uma distribuição de uns doces, num é? Uns salgadinhos. E a turma que, uh, eh, foi convidada para estar presente. Nós temos perto de quinhentas famílias confederadas. São trinta e cinco chefes de grupo e eu sou a chefe geral, chefe delas todas. Uhum

SPEAKER 1: : Agora, nessa festa, por exemplo, a senhora, () ou o pessoal todo, não estaria pensando em levar, assim, alguma música, alguma coisa nesse sentido, para animar um pouco? Não, acho que ###

SPEAKER 0: : Sobre isso eu não estou sabendo Não? Mas acho que não. Eu acho que não. Não? Geralmente não temos essa parte musical, porque o ambiente é um pouco pequeno, sabe? Para a música fica mais movimentado, mais barulhento, né? Não tem tido. Por enquanto não temos. Aliás, nós temos uma turma da confederação que toca piano, que canta. Então, de vez em quando, temos um sarau musical, temos um show, temos sarau, temos coisas assim, mas outros outros dias.  Né? Eh... Depois eu vou te dar um boletim para você ler, para você ficar sabendo quanta coisa boa nós fazemos. Sabe? Fazem viagens até para o estrangeiro. Fazem viagem, fazem... Temos o dia da Bíblia. Hoje, por exemplo, é dia de lição de Bíblia. Nas terças-feiras, nos reunimos para abordar. Na última quinta-feira do mês, para levarmos o enxoval do bebê pronto, que levamos para casa para fazer. E quando a criança, quando a mãe pobre pede, nós damos a elas, o enxoval. O enxoval se compõe de um cobertorzinho, cinco fraldas, não, dez fraldas, cinco (), quatro casaquinhos de flanela, porque o tricô é uma coisa que dura pouco, né? O pobre lava, fica logo feio. Certo, é Então, fazemos de flanela. E quatro camisinhas () E depois, então () trabalho, porque se não for gente de trabalho, nós fazemos pesquisa, né? Se for pessoas vadias, não ajudamos. Porque ajudar o vadio é dar a mão ao ao vadio, né?

SPEAKER 1: : ### Agora, ãh as visitas, vocês fazem assim mais eh para levar um conforto para pessoa, né? E fora isso, há um outro tipo de visita?

SPEAKER 0: : Entre as amigas, visita. E eu, por exemplo, amanhã vou fazer a visita para uma que já é vovó. Então, ela participou do nascimento do nenê, eu arranjei um casaquinho já de tricô, um calçãozinho, vamos fazer uma visita. Vamos umas quatro, cinco, amanhã, visitar a netinha, o netinho dessa que nasceu. É, pois é. Dessa que é vovó e vai nos receber. Mas aí já é uma coisa mais social, né?

SPEAKER 1: : É, exatamente. É

SPEAKER 0: : Nós fazemos muitas amizades, sabe? Outro dia, por exemplo, eu achei bonito um vestido de tricô de uma moça e já fizemos uma propaganda enorme na Alameda Jaú novecentos e quinze, sabe? Fomos lá, todas fizemos vestidos. Uma fez tailleur, uma fez mantô e cada um está já com a freguezia.

SPEAKER 1: : Fazendo até propaganda do que não é necessário. Agora, além dessa atividade que a senhora tem, que é bastante intensa, ãh, a senhora tem outras atividades assim sociais, diversões, por exemplo. Gostaria de saber um outro aspecto aí.

SPEAKER 0: : Sabe que já toma todo o meu tempo tudo isso, né? Porque eu trabalho na primeira quinta-feira, sexta-feira do mês, eu trabalho na igreja. Eu sou quem cobra o dízimo, sabe? ### Ela que é a chefe do... Como é que é? A tesoureira. Aí da igreja da PUC, aqui na Universidade Católica. Que é a umas quadras daqui. A missa das dez é uma gostosura de se assistir, sabe? ### Na rua Monte Alegre. De maneira que vamos... Quando vamos a um enterro, por exemplo, vamos em nome da equipe da igreja.  Então, uma assina o nome, e põe por si e pela equipe da igreja, né? Da igreja da PUC. E damos o endereço de lá. ### Depois, se, por exemplo, temos uma pessoa doente que não tenha quem acuda,  Por exemplo, tivemos há pouco tempo uma senhora que recebe muito pouco pelo i-ene-pê-esse, que é aposentada. Ela mudava colarinho, punho de camisa e ficou paralítica. Então, durante quase um ano, nós nos cotizávamos e dávamos, assim, como que um conforto material para ela, porque ela não tinha nem o que comer. Então, uma ia, dava um banhinho nela, fazia aquela higiene. Outra ia visitar, ela mora aqui nessa mesma rua, João Ramalho, lá embaixo, numa vila. O quarto estava assim, com com o telhado caindo água, nós arranjamos uma pessoa para ir, um operário para ir fazer o conserto no telhado.  E assim fomos auxiliando, até que então ela parou, agradeceu, e então paramos. E assim nós sempre temos um caso, e não esperamos () Não pensamos, por exemplo, em proteger só a pessoa do bairro. Onde tem? Há pouco tempo morreu, de repente, um senhor que deixou cinco filhos lá em Itaberaba. Uma amiga nossa disse, ai, vamos ajudá-lo. Então, estamos ajudando. Não só ajudando monetariamente até que ela possa trabalhar, arranjar um emprego, como estamos arrumando os papéis das crianças para elas serem internadas nu numa creche lá em Itaberaba. Porque lá em Itaberaba também tem o berçário, né? Então, nós vamos arranjar. para essas criaturas internarem as crianças para poder trabalhar diariamente. Porque assim, com crianças, como ela pode fazer? E um delegado, que é irmão de uma das confederadas, está tratando os papéis para pagar a in uma indenização, porque ele foi aci foi acidentado na hora de sair de casa. Ele ia sair de casa para o serviço quando passou um carro e pegou. Então, essa pessoa está cuidando dessa parte. Fazemos de tudo, né? sem sem esperar bairros. Não esperamos que seja nesse bairro ou naquele. Onde Onde tem o que acudir, acudimos.

SPEAKER 1: : Agora, bom, atualmente só faz isso há quanto tempo mesmo?

SPEAKER 0: : Já faz ãh quatorze anos que eu estou aposentada. Desde aí eu já comecei a trabalhar nisso.

SPEAKER 1: : ### E antes, por e xemplo xemplo. Antes Antes não dava tempo.

SPEAKER 0: : Antes eu saía de casa às seis e vinte. Entrava em serviço às sete. Era no Prédio Cinema Marrocos, na Rua Conselheiro Cristiniano E eu atendia lá. Eu era chefe de clínica e tudo. Trabalhava até meio de meia. Chegava em casa quase uma hora, uma e meia, né? Então daí eu descansava e fazia, então, a minha parte social, a minha vida. E depois eu tinha filha também para cuidar, para ajudar no estudo, né? Ajudar a fazer enxoval.

SPEAKER 1: : E essa parte social, ãh, o que era? Constava do que essa parte social naquela época?

SPEAKER 0: : Bom, ali naquela época era um chá na casa de uma amiga, um joguinho na casa de outra amiga, fazer visitas. Minha mãe era viva. Eu visitava minha mãe, visitava irmãs. Eu tenho duas irmãs. Uma é casada, outra solteira. A casada já está falecida, já há três anos. Então, eu visitava. E assim fazíamos aquela vida mais ãh em em família, né?

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : Então, voltando um pouquinho mais, na época ãh de estudante... Na época de estudante, eu era bem meninota, morava na rua Bela Cintra, e descia a pé a Consolação para tomar um bonde, naquele tempo havia bonde, para tomar. É gostoso, sabe a vida do bonde, o tempo do bonde. Então, eu ia até a Alameda (), e a escola era atrás da rua (), então eu antava andava umas duas, três ruas... Tinha meus namoradinhos naquela época, fui namoradinha de um dos colegas de turma, Tínhamos vinte e sete colegas e uns oit uns trinta, quarenta rapazes. ### Hum Ele foi da minha turma. Eu tive bons professores. O curso era curto, mas era muito intenso, era quase o dia inteiro. Fazíamos próteses, fazíamos já a clínica bucofacial, já uh o tratamento. já de prático desde o primeiro ano. E o curso tinha duração de dois anos? Dois anos só. Aham Mas é, eram bons bons professores, a turma não era muito grande, dava bem para trabalhar, para fazer a prática.

SPEAKER 1: : E é um dado importante () de ter exatamente vinte e sete mulheres no ano de... foi o ano mil... mil novecentos... mil novecentos e vinte e cinco que eu me formei. vinte e cinco

SPEAKER 0: : né? Em janeiro de mil novecentos Dia vinte e cinco de janeiro, que é o dia dos dentistas, o dia da... formação da universidade uhum Então, nesse dia que eh foi a formatura.

SPEAKER 1: : Certo.

SPEAKER 0: : E o pessoal naquela época? () São Bento, bem cedo, e à noite entrega dos diplomas na faculdade mesmo. Depois não houve Baile, né? Papai não gostava, né? ãh Então, eu convidei alguns colegas e demos uma festa em casa.

SPEAKER 1: : Ah, em casa. Então, a senhora era líder mesmo, né? (risos) Em, êh Mas, durante o curso, eles num há, eles não promoviam vocês? Não promoviam nada, assim, diversão?

SPEAKER 0: : Não há um dado, assim, carac... Sabe, no dia do estudante, no dia do... Porque nós tínhamos o dia do dentista, que é treze de outubro, né? Então, nós íamos a circo, íamos a teatro. Naquele tempo, era o Procópio Ferreira. Sei Então, ele nos deu uma noite de teatro. Tivemos circo também, que naquele tempo era muito bom. Agora é bom, mas agora é o estrangeiro. Né? Naquele tempo era o circo brasileiro mesmo. Uhum Tínhamos, ãh, bailes entre as famílias, né? É? E, o que mais? Tínhamos, fazíamos piqueniques. Eu raramente ia. Papai não gostava muito. Não, eu era muito alegre, muito dada, mas o papai num gos... papai era muito bom, muito bom pai, mas ele era meio enérgico nessa questão de passeios assim, né? Uhum Nunca fui de piquenique. (risos) E

SPEAKER 1: : E as danças, os gêneros?

SPEAKER 0: : Era tango argentino, era valsa e eu dançava, gostava muito. Nós tínhamos uma noite, que, toda, todo mês tínhamos uma noite e uma tarde muito boa no Trianon, onde agora é a... museu de artes modernas Embaixo, a parte de baixo, era salão de baile. É... Então, nós dançávamos lá. Onde agora passa o túnel nove de julho, era salão. Muito bons salões Tinha três salões. Então, o carnaval era lá e as festas de domingo eram lá. É, o...

SPEAKER 1: : E o tango voltou agora, né?

SPEAKER 0: : Agora tá na moda outra vez, né? (risos)

SPEAKER 1: : ### Bom, além disso, uh, jogos, vocês não promoviam? A parte de esportes, por exemplo.

SPEAKER 0: : Não havia muito. Na minha faculdade, não. () No tempo que eu estudei, não havia muito, não. Não se cuidava muito da parte de esporte, não. É mais moderno isso, né? Aliás, eu tive um irmão, tenho um irmão, que agora é um dos chefes lá no bê-ene-agá Hum Ele, êh, foi um, foi um lutador de boxe, assim, amador, peso pena, pela Gazeta. Então, ele foi contratado. Hum Durante quase vinte e cinco anos, ele foi uh o instrutor de boxe da, na Gazeta e daquela vidraria Santa Marina.

SPEAKER 1: : Ah, sei, sei É Conheço. Agora, e os clubes da época?

SPEAKER 0: : Como eram? Nós tínhamos o Clube dos Diários, que chamava-se Clube dos Diários, todo dia vinte dava uma festa, onde agora é... Não sei o que é agora, mas era o Esplanada Hotel, sabe? Atrás do... Do Municipal. Era um hotel muito bom, tinham salões muito bons. Depois tínhamos também o Tessandar... Tessandaba e o Clube Piratininga. Mas eu quase não ia nessas coisas, não. Eu ia muito... Era muito mais estudante, sabe? Ãh Porque para fazer o curso em min, em nota, como eu era, precisava estudar bastante. ###

SPEAKER 1: : Exatamente... E assim, assistir alguma coisa? Vocês assistiam?

SPEAKER 0: : Teatro e, especialmente, concerto de piano. Eu gostava muito de assistir. ### ###

SPEAKER 2: : Ah, isso é importan te

SPEAKER 0: : te É, porque eu estudava piano. Estudei durante nove anos. Todos nós, em casa E a minha filha também eu fiz estudar. Porque faz parte da educação, num é? () Gente estudando piano... E agora eu tenho um dos netos que toca violão, muito gracioso, imita tudo quanto é moderno Eu tenho seis netos, uma mulher e cinco, e cinco homens, todos de mocinhos. Hum De maneira que fica... a criançada deixa alegre a casa, né?

SPEAKER 1: : Certo. E como a senhora vê, por exemplo, hoje, o teatro, o cinema?

SPEAKER 0: : Fazendo uma comparação... Raramente eu vou, mas quando vou num é sempre que aprecio, não, sabe? Eu, ah, tenho... Hum... Por exemplo, às vezes eu vou assistir. No tempo da Cassilda Becker, eu ia muito. Hum E, quando fui ao Rio de Janeiro, também assisti a Gigi, da (), que eu gosto muito, é muito boa artista. Gosto muito do Paulo Autran Eu assisti A Queda, ah, ah uh, Depois da Queda, com a Ca, com a Ma Maria de la Costa. É, e, uh, se não me engano, foi com o Paulo Aut, Paulo Autran Eu, de vez em quando, vou a teatro. A Escada, eu assisti. Assisti... No tempo do dê-bê-cê, eu ia mui... Toda, toda semana, quase. Agora já é ãh mais difícil, porque não tenho companhia à noite. né? É mais difícil.

SPEAKER 1: : Pois é, mas houve realmente uma época do tê-bê-cê, né?

SPEAKER 0: : Houve uma época do tê-bê-cê e houve uma época do Santana. No tempo da Dulcina Ãhm Eu frequentei muito, sabe? Gostava muito. De teatro, de teatro, de hum, piano, de concerto. A última vez que Gilmar Novas tocou no Municipal Hum Tocou com essa Antonieta (), que faleceu agora, e tocaram juntas, sabe? No ano em que eu fui assistir. Madalena () também, quando vem, também assisto. É... Eu gosto muito. Gosto muito de piano.

SPEAKER 1: : Bom, ãh, em todo caso, a senhora deve estar, assim, mais lembrada. Você lê alguma coisa do Modernismo, né? Da Semana de Artes. A senhora teria alguma coisa?

SPEAKER 0: : A senhora lembra? Você sabe que da Semana de Arte eu... Eu pouco posso contar, porque não tenho, não tenho ido, sabe? Aham Não tenho saído nem nada ultimamente. Aham Ultimamente, com a minha pressão muito alta, eu tenho saído pouco.

SPEAKER 1: : Certo. Sabe? Quer dizer que se restringe mais à assistência mesmo

SPEAKER 0: : Eu viajo muito para Curitiba, porque a minha filha mora em Curitiba, e eu vou para os aniversários dos netos, vou para o aniversário da filha, passo Natal lá. Quatro a cinco vezes por mê... Por ano eu vou à Curitiba. De maneira que eu pouco passo aqui nessas festas, essas coisas. Geralmente passo por lá mesmo, lá em Curitiba. É, a senhora...

SPEAKER 1: : A senhora salientou, por exemplo, a importância do piano né?  É. Na formação. É...

SPEAKER 0: : Eu acho que faz parte da educação qualquer parte de música, né? O piano, o acordeom, ou mesmo o canto. A minha filha fez nove anos de cã, de piano e dois ou três anos de curso de... De canto. Estudou canto, é. Eu acho... Eu acho gostoso, eu acho bonito, faz parte da... Da mocidade, faz parte da educação, né?

SPEAKER 1: : Pois é, e atualmente as danças, como que a senhora encara as danças hoje?

SPEAKER 0: : Sabe que eu só tenho assistido mais ou filme ou então em... Na televisão. Ãh Assim, pessoalmente mesmo, não tenho assistido, mas eu acho gostoso. Eu estou com a mocidade em tudo, porque como eu tenho netos, eles () fazem essas coisas, a gente aprecia, né? A moça que fu ma ma Eu, por exemplo, nunca fumei. Ãh Mamãe fumava. Das três irmãs, nenhuma fuma. Nenhuma fumou. Mas a minha filha, depois que casou, fuma com o marido. Fuma pouco, mas fuma. Hum Já a neta fuma demais até, sabe? A mocinha, ãh É, mas ela dizia, ah, a vovó é batuta porque ela não conta. (risos) Eu num... Eu não comento, porque não adianta, né?

SPEAKER 1: : Ah, exatamente. Foi bom a senhora tocar nesse assunto. Por exemplo, o tratamento, exatamente, A senhora e a sua neta, certo?

SPEAKER 0: : Tratamos, ela me trata por você, todos eles dizem você. E eu acho tudo muito bom, eu gosto. No tempo da minissaia eu achava bonito, agora a calça comprida eu acho bonito. Eu num... Nessa questão de moda e moderno, eu não acho ruim, num não acho feio. Não, acho que cada qual vive a vida conforme o tempo que que vive, né? No meu tempo, por exemplo, era feio. Ir a piquenique, papai não gostava. E não se usava vestido assim, muito lon, muito curto. Mas houve um tempo, no tempo que eu me casei, por exemplo, o vestido era curto, bem curto. O meu vestido de noiva era em cima do joelho. É?

SPEAKER 1: : Sério?  É

SPEAKER 0: : É. Eu, o meu vestido de noiva não era comprido. Mas era.... E eu casei-me um casamento chique na cidade que eu morava. Eu morei Eu casei-me no interior da do Paraná Só ficou dois anos lá? numa cidade pequena Depois para Bahia, dois anos novamente. Né?  Uhum Morei dois anos na Bahia. Depois voltamos para cá. Porque ma o meu marido é baiano e nós fomos batizar a filha e os pais dele que foram os padrinhos. Então, ficamos morando lá. () Depois voltamos.

SPEAKER 1: : Mas uh era comum usar o vestido de noiva, por exemplo, curto? Era

SPEAKER 0: : Era naquele tempo, é, o moderno era curto. Houve até uma, há pouco tempo, () para baile usavam curto. É agora é que são novamente os longos. Mas eu acho mais elegante, sabe? O longo? O longo, acho mais bonito. Não só de noiva, como de baile. (risos) Agora mesmo vou precisar fazer um longo para ir ao casamento do neto, que o neto se casa... Ah é Às sete horas da noite lá no Paraná, numa assim, numa igreja muito bonita. Todo mundo, ãh, às sete horas é longo, né?

SPEAKER 1: : Então você vai ter mais uma atividade social, que seria visitar uh, o neto, né?

SPEAKER 0: : Agora vou, né? Agora dia cinco de dezembro ele se casa, e eu vou parar o casamento dele e tenho que me arrumar. A vovó tem que ir arrumada. (risos) (risos) É verdade. (risos) Agora, há pouco tempo, eu fui... Hum À Curitiba para a formatura de um deles, né? O que se formou em administração de empresa. Tivemos lá uma missa muito bonita. Depois, no dia seguinte, um jantar. Jantar num clube lá em Curitiba.  Hum E eu fui uma das pessoas convidadas. Eram os avós, os pais e... E os, e os formandos.  Era muito bonito, num clube lá em Curitiba.

SPEAKER 1: : Olha, eu gostaria de, de, exatamente examinar essa parte. Quando o senhor entrou para a faculdade, a senhora tinha é... Quatorze anos?

SPEAKER 0: : 14 anos.d dflkfnklmdskm~ É... é. Quatorze anos, né? Com quatorze eu fiz o primeiro. Com quinze, eu fiz o segundo. () Quando eu fiz dezesseis anos, já estava... Já estava com o diploma na mão. Já estava com o diploma na mão. É () Porque naquele tempo eram quatro anos primários. A gente começava aos oito anos. Depois, quatro... Cinco anos de ginásio. Quando eu terminei, entrei. Já não precisava fazer esse vestibular, que cansa tanto a vida do estudante, né? É, verda de Agora, depois a prática da vida, eh, a prática como dentista, é igual como essa de agora, que fazem tantos cursos, tanta coisa, depois como dentista, né? Hum Porque depois a gente vai fazendo, continuando a estudar. Não pode deixar de estudar. Então, não só o médico ou advogado, para... Sobre as leis, como o dentista, para ser atualizado, né?

SPEAKER 1: : Agora, eu queria saber uma coisa. Desse pessoal todo, a senhora disse que havia vinte e sete mulheres fazendo curso naquela época. E mais quantos homens?

SPEAKER 0: : Eram uns quarenta mais ou menos. quarenta homens? Não me lembro bem, mas era de trinta a quarenta. Eram mais homens do que mulheres. ### Mas havia muita mulher. ### Algumas até já casadas que estudavam. Rapazes e moças, eu era das mais novas. Eu era uma das caçulas da turma. (risos)

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : Não era propriamente mascote, mas era das mais das hum, mais novas.

SPEAKER 1: : Eu gostaria de saber, naquela época, o pessoal que conseguia realmente chegar a esse nível, certo? Conseguia fazer um curso superior. Ãh O tipo de classe social? O lha

SPEAKER 0: : Olha, nós tivemos na nossa, na minha turma, eu tive filhas de professores de lá mesmo, né? Eu tive ### Eram três anos de farmácia, e dois anos de odontologia. A gente tinha anatomia, tinha fisiologia, tinha ãh prótese dentária, e facial, tinha higiene e diversas diversos outros ãh cursos, né? Ãh outras matérias E a anatomia era como a Faculdade de Direito, o mesmo professor. Na Faculdade de Direito também havia um curso para o médico legal, né? ### ### ### ### E um irmão dele também era da faculdade. Quer dizer, eram pessoas já de nível superior, nível bom. Certo. Seriam pessoas de de classe... Nós tivemos um oficial, um capitão, que depois veio a ser dentista da do Corpo Bombeiro. ### Foi a oficial maior também. Já estudou como, ãh trabalhando no Corpo Bombeiro, como oficial do Corpo Bombeiro. ###

SPEAKER 1: : E eu gostaria de saber o tipo de tratamento que havia entre os colegas da turma, hum, e entre os alunos e professores.

SPEAKER 0: : Os professores eram um pouquinho enérgicos. ### Mas depois ficamos com tanta pena dele, porque soubemos que ele estava nervoso, porque estava com a única filha, passando muito mal. Então fomos em casa dele, aqui na Rua Tupi, visitá-lo. Sabe? Fomos em turma. Mas na ocasião em que ele foi grosseiro com um dos colegas, em () na hora de aula, ele foi grosseiro e nós... Ãh, revidamos. Fomos todos, a turma toda foi reclamar para o diretor. ### Depois foi um grande médico. Acho que tu  conhece o nome, né? Já é falecido. Não é do seu tempo, não. (risos)

SPEAKER 1: : Então, quer dizer que eh, o tratamento entre os colegas era o melhor possível? ###

SPEAKER 0: : É, todos éramos grandes amigos. Todos grandes amigos.

SPEAKER 1: : Exatamente Falando assim de tratamento, eu gostaria de saber de... Assim as formas de saudação, por exemplo, de cumprimento.

SPEAKER 0: : Há muitos anos a gente usa ok, né? Olá, alô, é assim sempre, né? E entre as mulheres, beijos, abraços, levávamos lanche e dividíamos na sala de aula, na sala de descanso, né? Tínhamos uma sala. A faculdade ainda é a mesma, o mesmo prédio. Está aumentada para o fundo e melhorada, com material mais fino, mais moderno, mas ainda é a mesma faculdade na Rua Três Rios. Bem em frente ao Colégio Santa Inês. Aliás, eu tive uma colega dela do Colégio Santa Inês, que morava no Colégio Santa Inês, porque ela era de fora e estudava conosco.

SPEAKER 1: : Certo, agora ãh, vocês, quando entraram, eh, vocês tiveram algum trote? Eh, tivemos. Tiveram?

SPEAKER 0: : O trote era com trigo, água, eh, samba e tinha que dançar. Depois, tínhamos que dar um tanto em dinheiro para o baile dos Os calouros, para o baile do dos maiores, né? Do já do segundo ano, né? Entã... Dos veteranos. E chamavam de burro, né? É. O calouro era o burro. (risos) ### Então, quando ele ele me viu, ele disse, ah, não judiem da minha prima. (risos) E ele não era meu parente. Fui fui protegida por ele, não deixava judiar demais.

SPEAKER 1: : (risos) E consistia do quê? Teria que dançar?

SPEAKER 0: : É, dançar, tínhamos que... Eh... Em lugar de andar pela rua assim, meio seminu, como agora fazem, né? Tínhamos que ãh, fazer o mesmo dentro do colégio, dentro da escola. No saguão da faculdade

SPEAKER 1: : O que não conseguia é muito dinheiro, né? 

SPEAKER 0: : Não, não, dinheiro não, não. Mas naquele tempo tudo era mais fácil, né? A faculdade a gente fazia uma passa... Pagava uma taxa pequena. Nós estudávamos com muito menos dificuldade do que agora. Menos dificuldade? Hum Muito menos dificuldade.

SPEAKER 1: : Agora, vocês, () para fazer as refeições, por exemplo, vocês utilizavam o que, eu digo, fora e dentro da escola?

SPEAKER 0: : Nós saíamos, depois de uma certa hora de aula, Nós saíamos ali por perto, tínhamos bares ali por perto, como agora existe sempre, né? Ah Só que naquele tempo não havia muito refrigerante. Era mais um copo de suco de laranja, ou então, uma guaraná que já é mais antigo. Comíamos sanduíches e... E depois passeávamos muito no Jardim da Luz.  Eu tenho diversos retratos tirados do Jardim da Luz, porque naquele tempo era muito bem frequentado, sabe? Agora está voltando a ser, né? Está voltando exata mente É, temos diversos retratos tirados.

SPEAKER 1: : E vocês não tiveram, assim, durante o curso alguém, algum colega que se casasse e tal?

SPEAKER 0: : Tivemos. Tivemos uma colega que casou-se no primeiro semestre. E depois, entre eles, lá também houve um casamento. Já estão bem senhores. Se não me engano, já o rapaz já morreu. Ela é viúva. Mas casaram-se entre eles, entre os colegas.

SPEAKER 2: : Entre os colegas, né? É

SPEAKER 0: : E eu sou cala... Casada com colega, mas ele formou-se na Bahia. ### Depois, por coincidência, que nos conhecemos, no Paraná. Ele é baiano, mas trabalhava no Paraná, em Ponta Grossa. E eu fui a passeio em Ponta Grossa e fiquei conhecendo. (risos)

SPEAKER 1: : Agora, vocês fizeram, assim, alguma brincadeira? Porque, ge, geralmente, antes do casamento, há uma... Uma certa reunião e tal.

SPEAKER 0: : Fizemos, fazíamos. Fazíamos reuniões na casa dos noivos, dos namorados. E, entre eles, lá tinha sempre um ou outro namorado.

SPEAKER 1: : Mas hoje em dia se faz, né? Por exemplo, ãh... Uma semana antes da pessoa casar, para moça existe lá uma reunião com as amigas.

SPEAKER 0: : O chá de panela, né? Chá de... Cozinha. De cozinha. No Paraná eles chamam chá de panela. Eles fazem. Geralmente na casa de uma das parentes ou de uma das amigas, né? Isso. Fazem um chá. Para a gente dar coisas de cozinha. Isso. Mas hoje em dia a moça quando casa, ela leva tudo, tudo, né? Já ganha o enxoval e tudo, tudo. Já montam a casa.

SPEAKER 1: : E para rapaz, existe esse tipo de despe dida?

SPEAKER 0: : Também existe. Entre eles, existe.

SPEAKER 1: : E consiste no quê, por exemplo?

SPEAKER 0: : Geralmente bebem bastante, se reúnem num bar, não é? Fazem uma noitada boa entre os amigos, e onde a moça não deve ir. As moças geralmente não vão. E, às vezes, não gostam também, né?

SPEAKER 1: : Uhum... Agora, ãh, nós estamos falando de de diversão e tal A senhora disse que, antigamente, a senhora ia muito a teatro. Hoje, a senhora se dedica mais, assim, ao esp, ao aspecto de assistência, certo? Como é que a senhora começou a fazer isso?

SPEAKER 0: : Bem, quando eu estava para me aposentar, e eu fui levar uma menina, que é filha da minha vizinha. Era pequenininha. ### Já está bem boa. Fez um tratamento muito grande. E eu fui, então, ver se arranjava uma creche para essa menina ficar durante o dia. enquanto a mãe trabalhava. Daí eu fui convidada para entrar. Por que você não vem também nos ajudar? Aqui às quartas-feiras nós fazemos reuniões e uma vez por semana é bom vir uma pessoa para cuidar das crianças e tem uma aqui que dá aula. Então eu fui, aproveitei e entrei. ()

SPEAKER 1: : Bom, agora sobre esportes, o que a senhora tem, assim, a dizer?

SPEAKER 0: : Bom, sobre esportes, eu tenho sobrinho e tenho neto que correm de au... De carro, sabe? Tenho um neto que até agora, sábado passado, foi correr no Rio Grande do Sul. Já tem diversos troféus. É um moço que é estudante de engenharia em Curitiba e ele corre, faz corridas de automóvel. E tem um sobrinho que também é meu né... Além de sobrinho, é meu afilhado, que corre já há muito tempo, agora já está casado, já deixou de correr, então agora ele tem uma oficina de automóveis. E como sempre correu, tem muita gente que... Que vai lá, e que é cliente dele e também esteve agora para cuidar dos carros, das corridas, lá no Rio Grande do Sul, se encontraram lá. O meu neto e ele. E foi com a senhora e o meu neto foi com a irmã também. Estiveram lá. E o O meu sobrinho chegou a ganhar já aqueles quinhentos quilômetros, quinhentas horas aqui em Interlagos. Já ganhou também uma volta da Gávea. Tratavam ele de Toco. ### ### É filho de meu irmão. O meu irmão gostava de boxe. E gosta muito de natação. Ele tem o (), meu irmão. Quer dizer que era professor de ginástica, de de natação, aí na Água Branca, sabe? E gosta muito, até hoje gosta muito dessas coisas, desses esportes. Mas eu nunca fiz, nunca fiz esporte nenhum. Sempre foi mais no estudo. (risos)

SPEAKER 1: : Além de corrida de... Automóveis Que outro tipo de corrida existe que a senhora conhece, já ouviu falar e tal?

SPEAKER 0: : Tem corrida de motocicleta também, né? É, também de motocicleta. Tem de motocicleta, tem de... Corrida de automóvel. Agora, eu assisto sempre, quase todo ano. Assistia. Agora não assisto mais porque eu vou para Curitiba passar o Natal e ano novo, mas assistia muito sempre Enquanto eu morei na São Vicente de Paulo, passava ali na Praça Marechal Deodoro, o pessoal do São Silvestre. É, aí eu ia torcer pelos nossos lá.

SPEAKER 1: : Certo. E agora, por, ãh,  via marítima, existe alguma coisa? Por água, digamos?

SPEAKER 0: : Bom, eu fiz a viagem para Bahia, quando eu fui para Bahia, do Paraná para Bahia, Eu fui por Paranaguá. Fui da Lapa até Paranaguá de carro. Depois tomamos o ônibus em Curitiba, ônibus não, o trem em Curitiba, para descer a serra, aquela... Aquela beleza de estrada, não sei se você conhece. Mas é um passeio lindo, muito bonito, a estrada de de ro... De ferro de Curitiba a Paranaguá. Em Paranaguá tomei o vapor. E fui para a Bahia. Passamos uns dias no Rio, porque o navio ia carregar. Então, ficamos uns dias no Rio. Aproveitei para conhecer diversas coisas também Fui com o nenenzinho já de três meses para batizar lá. A filha, né? Aí, eu, o meu marido, a filhinha e uma irmã que foi comigo também. Ficamos lá. Ela ficou lá até o Carnaval. Depois do carna val carna val. Aí passamos Natal, Ano Novo, depois Carnaval. Aliás, eu passei o Natal em, no mar. Que é uma beleza o Natal no mar. Uma excepção linda, sabe? No mar. Depois, na volta, dois anos depois, também passei no mar. De da Bahia para para o Rio. E a entrada na Bahia, da... Não só na Bahia de Guanabara, como na Bahia de Todos os Santos, lá em Salvador, é uma beleza. Muito bonita essa entrada pelo mar. Agora, raramente vão, porque geralmente vão de avião, né? É Agora, quando tenho ido com, para o Rio, tenho ido de avião. E, no começo, como a estrada daqui para Curitiba era muito ruim, eram quatorze, quinze horas de estrada, né? Antes da estrada nova, eu ia sempre de avião. Mas, como eu trabalhava, eu ia sábado pela manhã e, à noite de domingo, já voltava. Fazia aquela viagem rápida para ver a filha, né? Mas, agora, como eu já estou aposentada, e como já vou para mais dias, e é muito mais cara a passagem de avião, Então, eu vou de... De ônibus. Vou pela Penha, que é uma boa companhia, e agora estava havendo, havendo o alargamento das estradas daqui para Curitiba. É bê-erre-centoedezesseis. É, de maneira que eu estou um pouquinho atrasada. Essa estrada, ainda quando a gente vai daquele lado, são sete horas e meia, e leva-se quase uma hora de atraso, por causa da paradas, por causa das... Estão aumentando a estrada, alargando. Mas, assim mesmo, tá bom. Já são sete horas e meia, de quando era quatorze, né? E eram quatorze ruins, porque, ãh, não era bem, não era calça, não era macadame, não era... Era só macadame. Não era asfalto, né? Agora é todo asfalto. Aqui a gente já vai sem poeira, né? Bem as... Hum... Bem sentado, nuns ônibus bons, confortáveis, tem toalete. E param na metade da estrada, na metade do caminho, para a gente fazer uma refeição no Petropem, Muito boa a refeição, sabe? É?

SPEAKER 1: : Um restaurante maravilhoso. Agora tem também a caverna do diabo por ali, né?

SPEAKER 0: : Logo adiante da parada da.. Do Do Petropem. Aliás, não é do Petropem. Logo adiante da passagem do registro. Logo quando passa Registro, à esq... Ah, à direita, logo tem a entrada da Caverna do Diabo. Que é um passeio que a Confederação faz sempre. Ah, é? Faz. Muito bonito, né? Muito bonito. A Confederação promove muita viagem, sabe? Vai à Europa, vai por todo o Brasil. Geralmente, essa viagem daqui, costeira, até o Amazonas, ida e volta, fazem todo ano. E aí também criam novas amizades, né? Claro. Vão as pessoas mais senhoras, conhecem outras pessoas, vão os mais jovens. Ano passado, minha neta fez essa viagem. Ela fez, ela ia fazer dezoito anos, então o pai deu essa viagem. Ela foi com uns, umas colegas, foi até o Amazonas e voltou. Gostou muito. Ela disse que não queria ir para Europa. Ela teve um convite para ir à Alemanha, mas primeiro queria conhecer o Brasil.

SPEAKER 1: : Tá certo. Tá certíssimo. ### E essa viagem é, assim, acessível a todos ou não? Muito. ###

SPEAKER 0: : É porque paga, assim, em prestações, sabe? Ah, é? É. Pode pagar em prestações. Agora, por exemplo, vai ficar em oitocentos e cinquenta a viagem daqui a três, quatro cidades de Minas Gerais. As cidades antigas, né? Elas saem no dia dezessete e voltam no dia vinte. São quatro, cinco dias até Minas, né? Diversas cidades de Minas. Oitocentos e cinquenta ida e volta com estadia, com... Então é barato. Não é caro, não. E pode pagar em algumas vezes. Quem faz é o Paradiso. Quem faz uh, os ônibus são do Paradiso.