Inquérito SP_DID_216

SPEAKER 0: : Bom, Adilson, eu gostaria que você dissesse para gente quais são as pessoas que moram nessa casa. É, sei que você não mora sozinho, né? Então, quais são as pessoas que moram aqui com você?

SPEAKER 2: : Bom, aqui moram eu, meu pai, minha irmã, meu cunhado e dois sobrinhos, nesta casa, né? A Agora, eu tenho mais um irmão, casado também, e com mais dois sobrinhos que não moram aqui, moram Do resto de família, sim. Tem vários tios que moram no Tatuapé. O Outros moram no Campos Elíseos. Tem quem mora na Indianópolis. E tem tios que moram em outro estado Rio de Janeiro. Fora is

SPEAKER 0: : so, você não tem mais, assim... Sua família é muito grande ou é muito pequena? Como é que é? É

SPEAKER 2: : Eu não diria que chegue a ser muito grande. Porém, não é pequena de todo. Aqui em casa, nós já estamos em, ao to pessoas adultas. Esses que moram fora daqui, né por exemplo, no Rio de Janeiro, tem mais uma tia e um sobrinho. Tem mais, moram no Tatuapé, são mais quatro quatro pessoas ao todo, adultos, não tem criança. Os que moram nos Campos Elíseos, ao todo, dá umas são duas casas dá umas seis pessoas, mais ou menos. Em Mianópolis, são mais um casal co dizer, não é tão pequena assim, porém também é numerosa.

SPEAKER 0: : E conta aqui um pouquinho para mim como é que foi sua infância. Você sempre morou nessa ca sa, como é que é? Bom, eu de

SPEAKER 2: : sde que nasci eu morei aqui e continuo sem perspectivas atuais de mudar. Mas da minha infância, bom, isso já faz um (risos) bocado de tempo. ( ) foi uma infância, eu acredito, normal, cer Na rua, jogar bola com a molecada. Éh muitos vizinhos, colegas nossos, que eu e meu irmão temos uma amizade tremenda, certo? E... pois é. ### As coisas normais de toda criança. E o que que é que

SPEAKER 0: : toda criança faz? Bom

SPEAKER 2: : Brincar Se reunir, fazer batatinha. inventar coisas, brinquedos de temporada, certo? Como empinar papagaio, éh soltar balão, correr atrás do balão, fazer fogueira, éh caçar passarinho, porque aqui perto nós temos um parque grande ali, o Parque Municipal da Mooca, que agora está desse jeito, mas antigamente eram descampados, muitas árvores e tinha muito passarinho, a gente ia muito lá, aprontando sempre. ( ) então é isso que eu acredito que sejam coisas normais, da da minha infância, certo? Porque atualmente eu creio que a gente deve ter superado, como não tem condições mais de ser, né, devido ao progresso do cimento. É Essas áreas verdes que nós (risos) tínhamos antigamente não é mais possí ( ) então por isso que eu digo, porque acredito que atualmente não tenha mais esse tipo de coisa para criança. É É nesse sentido que eu acho que minha infância foi normal, do meu lado de ver né.

SPEAKER 0: : Quando vocês foram crescendo, o que que aconteceu? Vocês continua aram brincando ou novas coisas aparec

SPEAKER 2: : eram? Não, a gente continuava brincando, certo? Mentalidade, certo que éh evoluiu um pouco mais no sentido de ver as coi isas. Éh no tipo de nossa mentalidade, nossa família, assim, ele Muita coisa era tabuça discutida em família. Então a gente começava a aprender por fora, entendeu? O que e eu considero isso é errado. Mais na mentalidade dos nossos pais, que eles trazem as tradições, não permitimos que isso daí fosse exposto assim tão abertamente aos filho Aí começavam a surgir um pouco mais da malandragem que a gente adquire né na adolescên cia. Começa mais os namoricos, esses negócios. ( ) e por isso que eu digo, não é as Não apareceu algo mais e sim uma evolução normal de de uma criança, sabe?

SPEAKER 0: : E conta para mim um pouco desses namoricos.

SPEAKER 2: : Bom, os namoricos, os namoricos consistiam em ficar fazendo as turminhas normais de rapazes e meninas e cada um querendo arrumar a sua menina mais bonita que a outra, né? E ficar levando elas de cá e de lá, passear. Agora, depois, mais tarde, é que, logicamente, não com as meninas, mas tentaram a vida sexual com outro tipo de mulher, cer certo? Que naquela época não era tão liberal como hoje. ### Seriam as prostitutas da época, certo? Não poderiam ser logicamente as meninas criadas até en tão, porque não tinham a mentalidade tão liberal de poder tentar uma relação maior éh sem que fosse causadas consequências maiores, entendeu? E foi assim, quer dizer, era Essa... éh eu e meu irmão mais ou menos levamos essa esse tipo de adolescência. ( ) Depois, com a passada época, a gente foi ama desenvolvendo uma mentalidade um pouco mais propícia né E estudando, adquirindo um pouco mais de cultura. Até chegar no q

SPEAKER 0: : ue a gente é hoje. Em e Em relação a sua irmã (tosse), o que que aconteceu? A

SPEAKER 2: : A minha irmã, ela está foi criada (tosse) criada nos modos antigos praticamente, quer dizer, os modos que os nossos pais traziam dos avós. e que conservavam a filha, assim, mais junto à família. O ideal deles era que a filha casasse, né? Logicamente, ela tinha seus colegas, saíam, passeavam e tudo mais, mas sempre dentro de um ãh limite, assim, bem restrito, né? E, logicamente, fazendo os pais fazendo com que sempre elas tivessem um belo (risos) pretendente ao casamento, até que esse ponto che chegou. E atualmente a gente está há doze anos casado. E

SPEAKER 0: : E você lembra quando sua irmã casou, como é que fo foi antes de ela casar, houve aquele problema de vir noivo, conversar, como é que foi? ( ) ###

SPEAKER 2: : Ah, era o maior barato. (risos)

SPEAKER 0: : (risos) conta para gente como é que foi.

SPEAKER 2: : Bom, naquela época ela saía assim meio que escondidinho, certo? Porque imagina trazer um noivo já, um noivo, nem era noivo, namorado antes de casar, né? né? era uma... um passo muito grande, n Mas todo mun toda a família sabia que ela ia sair, ia se encontrar com o rapaz, e que com esse rapaz ia a um cinema ou qualquer coisa desse tipo, né? ( ) E determinada hora, ela estaria em casa. Isso foi foi passando, certo? Até que um dia o rapaz houve por bem (risos) chegar e entrar em casa e vir conversar com meus pais para dizer que realmente estava namorando com ela. E que tinha pretensões muito boas. ficasse mais declarado a atual situação que eles estavam passando, né? A Aí houve um pouco mais de confiança da parte dos meus pais nela, certo? E saíam mais mais tempo, certo? Podiam chegar a uma hora não tão restrita como antes. A Aí frequentava... o rapaz frequentava mais a minha casa, já. Íamos adquirindo mais intimidade com ele. té que, na época que eles casaram, porque Estava na hora de (risos) ca sar ( )

SPEAKER 0: : ( ) E... antes do casamento não teve nada? Uma festinha ou... Não. Nada? Não teve nada. Nó  

SPEAKER 2: : s não somos assim muito da da comemoraçõe E a gente acha ( ) encara tudo com maior naturalidade e acha que também o casamento é uma coisa normal. É É, logicamente, houve éh uma troca de alianças durante o noivado, mas tudo bem informal, é um casamento, principalmente nossa família e os pais do rapaz. Quer di zer, sem tantas comemorações, só para formalizar uma situação. Mais nada. E depois, logicamente, o casamento. Como todo casamento, né? ( ) Em igreja tem que ter a agrinalda. A única comemoração feita é um almoço em casa, os padrinhos dos noivos, só mais nada. E e agora

SPEAKER 0: : A sua casa, eu já vi aqui entrar um menino ( ) então deve estar cheio de cri ança, né? Como é que é essa crian çada. O que que eles são?

SPEAKER 2: : Bom, eles são terríveis. (risos) E Eu, como sou o único rapaz aqui em casa que permaneceu solteiro, porque, como eu falei, já minha mãe e meu irmão já estão casados, E... Sou o único tio da sobrinhada toda. ( ) Eles são ao todo quatro, sendo dois meninos e duas meninas. Cad da... Cada casal possui um casal de filhos também. Mas s... São ótimos. O Os que moram aqui em casa comigo. Eles... Por afinidade a gente se apega muito mais, né? E E eu também tenho muito valor ( ) com eles. Eu repreendo quando eu acho que deve repreender. Eles me têm em gran Acho que, para eles, eu sou, talvez, o melhor tio do mundo, não é? (risos) E E é como se eu sou um tio coruja mesmo né Eu adoro isso. Mas eu gosto muito deles. Tanto do meu irmão também, que é um que é um casalzinho. Eles, de vez em quando, vêm aqui, mas quando eu junto aos quatro, é um Deus que nos acuda. E já que

SPEAKER 0: : que essas crianças moram aqui na sua casa, né? Vamos falar um pouquinho. Você num lembra, assim, de algum problema que eles tive procurar um médico, que tipo de doenças que eles tive Bom. Você acompanhou essa fase?

SPEAKER 2: : Eu acompanhei toda a fase deles, porque eles moram aqui em casa, então a gente está em convívio direto, principalmente com os filhos da minha irmã, certo? A Até agora eles tiveram as doenças normais que criança tem, sarampo, catapora, essas coisas que é normalmente toda criança tem, Creio que até uns sete anos atrás não havia vacina para isso, agora já temos, então talvez o problema se resume. Que ti

SPEAKER 0: : po de doença que criança tem? ( ) citou duas, mas eu não sei, você sabe de mais alguma? S

SPEAKER 2: : Sei, é... catapora, tosse comprida, cachumba, sarampo... É, acho que vai ser resumir nessas mesmo, (risos) eu não estou lembrando do resto. É É, não estou lembrando do resto, nã E a única que teve um probleminha um pouco maior foi a minha sobrinha, filha da minha irmã, que precisou fazer uma operação de nariz, garganta e ouvido. Porque ela tinha um problema na garganta, né? Então que... Já que eu pela garganta, como ela tinha carne esponjo esponjosa no nariz, e um pouco de sinusite, então aproveitou e já fez tudo uma vez só.

SPEAKER 0: : E ela fez isso onde? Fo

SPEAKER 2: : no hospital do Ibirapuera. La uma clínica pediatra, que fazem esse tipo de coisa mesmo, operações de nariz ouvido e garganta. E você, nunca teve nada as

SPEAKER 0: : ,sim de problemático, especi al, precisasse procurar um médico?

SPEAKER 2: : Bom, médicos eu geralmente procuro (risos) quando eu sinto alguma coisa. Éh n Normalmente eu tive também foram as ãh as doenças de crian Coisas assim mais graves eu até hoje não tive nada. Por exemplo, você vê, eu nunca fui operado de nada. Não precisei até agora. Mas eu normalmente eu já tenho procurado os médico por causa de problemas de  in de intestino e de fígado. Geralmente isso daí me dá umas complicações e eu sou obrigado a recorrer ao médico. Mas assim, coisas mais graves até então não tive na

SPEAKER 0: : Fora esse tipo de médico que você não procura nenhum outro, nenhum especial? (risos)

SPEAKER 2: : Nenhum especial (risos) A gente procura um médico para curar alguma doença generias (risos) aí. (risos) Mais coisas, muito sem importância. Uma gonorreia de (risos) vez em quando, mas... Isso é brincadeira. (risos) Mas... Não é coisa assim para... Você procura médico? Procu

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 2: : É, mas eu não estou lembrad ###

SPEAKER 0: : ( ) Não, ( ) frequência esse médico? (risos) Como ( ) carrega esse óculos, hein? (risos)

SPEAKER 2: : (risos) Mas é expert. O O problema de óculos, você sabe que não levando assim em consideração... A gente quando fala em médico, a gente logo pensa no problema físico assim, mas sem considerar a vista né parece que é uma coisa tão corriqueira, que hoje em dia, com o problema de leitura, de má iluminação, de mil coisas mais, a gente num considera tanto, e é uma coisa corriqueira. Mas o oculista, sem dúvida, uma vez por ano, um ano e meio assim, é obrigado a fazer uma consulta para ver se o óculos está de acordo, se está precisando de um grau maior.

SPEAKER 0: : machuca, você seria capaz de fazer dar um socorro imediato assim para ele? Eu seria. O que que você faria? O que que você ( ) Bom depende é é aí que está depende do tipo de de ( ) que seria aí

SPEAKER 2: : ### Certo, se Se a criança cai ãh e torce se um braço que não tem assim um ferimento aparente, ãh eu ( ) não fazer nada, nem mexer, mas levaria um socorro ou alguma coisa desse ti Agora, se fosse assim um ferimento leve, que tivesse ( ) esse sangue, alguma coisa, eu procuraria estancar e ver se aquilo lá resolveria. A Agora, se mais tarde começar a doer alguma coisa, então eu levaria para ver se tinha alguma coisa mais complicada.

SPEAKER 0: : para estancar o sangue? Bom coisas ( )

SPEAKER 2: : em casa. Primeiro ( ) e outro éh a Água ( ) água do vegeta, água ( ) a oxigenada, apenas para desinfetar

SPEAKER 1: : né? Não é coisa ( ). Escuta.

SPEAKER 0: : vamos falar um pouquinho da sua viagem, né? Que eu participei (risos) um pouco assim, né? (risos) de De lado, na época, né? Mas conta um pouquinho para gente como é que foi, cer O que você teve que fazer para poder fazer essa viagem? Q Que tipos de preparativos que você teve que recorrer para poder viajar

SPEAKER 2: : Bom, essa viagem para mim foi uma experiência muito boa e qualquer coisa assim que para mim foi sem precedentes, certo? A Agora, os preparativos que eu fiz assim foi o seguinte... Éh bem corrido, porque eu não esperava viajar assim como foi feito a minha viagem, tão de repente, né? Fui muito incentivado por outras pessoas e em questão de um mês, mais ou menos, já tinha preparado tudo para poder sair, né?

SPEAKER 0: : Preparou o que? bo

SPEAKER 2: : preparei papeladas, normais que precisa passaporte, atestado de vacina, ãh dinheiros, (risos) certo? Que é o mais importante. éh tratar da viagem em si como a passagem, né? Financiamento de de passagem e dinheiro. Que hoje não tem mais, infelizmente. Cortando a (risos) a minha possível volta. (risos) Mas esse E um preparativo assim também espiritual, sabe? Porque como que eu te falei, para mim foi uma coisa sem precedente. E E eu nunca tinha experimentado uma sensação dessa de correria para sair do paí s, principalmente sabendo que ia encontrar uma coisa totalmente diferente. Sabendo que ia encontrar coisas totalmente diferentes do que a gente está acostumado. Inclu sive, se virar sozinho. Encontrar povos com outra outra língua, certo? cos tumes. Enfim, sabendo que ia encontrar várias coisas diferentes. Por isso que eu achei que foi para mim de grande experiência pelo contato que eu tive, né. E

SPEAKER 0: : E aí que você preparou tudo, né, o que aconteceu? Foi a viagem, sim. Mas ãh.. ( ) logo que você saiu, como é que você foi para lá? Q Que meio de transporte você utilizou?

SPEAKER 2: : Bom, o meio de transporte tem que ser o mais rápido possível, né? (risos) Que o tempo não era muito e a gente tinha muito a ficar lá. Mas eu fui de avião e também foi outra experiência para mim, porque eu nunca tinha andado de avião e eu tinha um certo receio. Mas... Inclusive, um fato curioso, que quando eu fui para o aeroporto que ia tomar o avião, Tanto a gente falava de turbulências e que ba o avião o avião balançava muito, não sei o que lá. Então eu fiquei preocupado com o cérebro em jogo. Não querendo usar o saco (risos) de enjoo, eu levei pastilhas contra contra enjoo O famoso dramin (tosse). M Mas, com muita força de vontade, eu botei, não sei, achei que não devia tomar, não tomei e fui assim mesmo. E, de fato, não aconteceu nada. Só s Só superstições. E, como eu falo, entendi que era uma experiência também a viagem de avião em si, porque depois eu sabia que ia só depender desse meio de transporte para passar de país a país. Então, aos poucos, eu fui me acostumando. Não teve maiores problemas. E

SPEAKER 0: : quais foram os lugares que você parou lá primeiro?

SPEAKER 2: : Bom, primeiro nós fizemos uma escala em Dakar. Dacar, éh como você sabe, fica na África, no Senegal. E E... já foi um contato, assim, bem... para gente, assim... bem estranho. Porque nós chegamos numa terra que só havia negros mesmo. E os negros (tosse) (tosse) bem diferente dos negros brasileiros, que são os negros muito altos. E principalmente falando francês, (risos) que a gente não sabe. Mas, em todo caso, para nós já foi um choque muito grande. Porque quem sai daqui pensando que vai chegar numa Europa e encontrar já uma cidade bem bonita, em primeira instância, para nós foi uma decepção. Porque nós encontramos em Nica em Dacar uma cidade bastante feia, com muita gente dependendo de outras pessoas que vinham lá para poder ter um meio de sobrevivência. É uma terra muito pobre. Nós podemos sentir isso daí pelo pouco tempo que nós ficamos. E isso chocou bastante a gente pela mendicância que havia. A gente não podia nem sair do hotel, que era abordado por uma série de pessoas. Umas tentando vender alguma coisa, outras querendo fazer alguma coisa para você. Tudo para poder ganhar um pouco mais de dinheiro. Talvez seja só daquilo que eles viram. M Mas valeu a pena porque é um contato que a gente não está tão acostumado a ver. E E sempre vale com uma... um estudo para gente mesmo, né? Saber como vivem esses outros outros tipos de gente.

SPEAKER 0: : E depo is, aí você foi para a Europa?

SPEAKER 2: : Não, aí nós fizemos outra parada em Casablanca, que já é em Marrocos. Lá já era um pouco melhor, porque a cidade era mais bonita, se bem que tendo uma glan uma grande influência francesa, a influência árabe também se faz presente, então eles faz fizeram praticamente uma cidade dividida, sendo a a área francesa e a área de de influência árabe, (tosse) influência árabe propriamente dita. Ma s, se bem que a área árabe, com as casas típicas e os mercados típicos, se mostrava muito mais pitoresco e interessante para a gente do que a área francesa, apesar de ser muito bonita também, mas não deixava de ser uma coisa normal que nós estamos acostumados aqui no Brasil. E mesmo porque nessa cidade nós quando nós vimos as pessoas usando aqueles trajes típicos, as mulheres ainda usando aqueles elos no rosto para esconder talvez ãh virgindade ou então o pudor, qualquer coisa desse tipo, não sei muito bem a razão de ser, mas achamos também com isso muito bacana.

SPEAKER 0: : dentro da Europa, vocês não utilizaram nenhum outro meio de transporte?

SPEAKER 2: : Utilizamos, sim. Nós andamos de carro, ônibus, discursões e trem. Também trem, nós utilizamos. E co

SPEAKER 0: : mo que é esse trem? Descre

SPEAKER 2: : ve para mim. Bom o (risos) trem (risos) é qualquer coisa de cômico, porque o trem propriamente dito, que eu estou querendo mencionar, é o trem da Itália. Porque nas outras capitais, nós usamos o trem, mas era metrô. Então, não sei porquê, mas acho que nas outras cidades é um pouco mais civilizado, então o povo não é tão engraçado. Então não teve, assim, grande diferença. M Mas na Itália, si im, o povo era muito engraçado. E essa viagem de trem, para mim, foi uma comédia italiana. (risos) (risos) Ao vivo. É o seguinte, nós estávamos no trem em Veneza, e nós fomos até... Florença, de trem. Bom, para começo de conversa, nós não sabíamos bem como fazer para poder fazer as reservas do dos lugares e tudo mais, né? Compramos as passagens simplesmente.

SPEAKER 0: : E foram aonde comprar essas passagens? Era uma estaç

SPEAKER 2: : ão éh ferroviária, logicamente, e lá eles faziam tudo. ( ) reserva, compra de bilhetes, era tudo ali. M Mas, quando nós chegamos bem antecipadamente para poder ter pegado o trem, já prevendo não perder horário nem nada, né. Nos instalamos confortavelmente numa cabine de seis pessoas, de seis lugares, aliás. E como nós, nesse período, estávamos somente em quatro pessoas, sobraram dois lugares ainda. Mas ficamos lá, usamos toda a nossa bagagem acomodada e fomos aguardando a partida do trem. Nesse intervalo de tempo, um senhor entrou lá e dizen Aqueles lugares estavam reservados. E eu tama... era uma pessoa única que entendia um pouco mais o italiano, mas acontece que eu achava que devia ficar quieto e fazer (risos) que não entendia nada porque sabia que nós estávamos errados. Mas não teve jeito porque o o senhor chamou a pessoa encarregada de trem lá e vieram tomar satisfação que nós estávamos ocupando um lugar que não era nosso. Bom, o único jeito foi sair de lá porque eu não tinha outra (risos) outro remédio mesmo. Aí nós nos instalamos no na lateral, certo? Porque o trem lá tem as cabines e depois tem um corredor assim, que é a passagem. Então nós tínhamos que ficar naquelas passagens sentados nos banquinhos que saia da da parede do trem. E E foi assim que nós fomos até Firenze, Florença. Mas uma viagem que durou umas três horas. E ainda o trem fez escala em Bologna, porque não era tão curta assim a viagem. Mas o que eu acho engraçado nessa viagem foi o o bate-papo entre as pessoas que nos cercavam, porque o trem estava cheio, repleto de gente. E por ser, inclusive, num num fim de semana, acho que muita gente viaja, e o trem para eles é um meio fácil de transporte. E o que eles conversavam, o que dá para mim poder entender, é achar muita graça no jeito deles, entende? E não só no jeito, como também nas atitudes que os italianos tomam uns com os outros. E aqui na ( ) comédia.

SPEAKER 0: : (risos) e você não utilizou mais nada lá? Eu sei que você utilizou um outro meio de transporte (risos) para ir na própria Itália, o que que foi?

SPEAKER 2: : (risos) Bom é o o, na Itália o meio de transporte foi o seguinte. Nós, em Veneza, não tinha outro meio de transporte se não fosse o vaporino. Que é um uma embarcação... É como se fosse um ônibus, certo? Que a gente toma ( ) na outra estação. No vai assim, ele faz um... o circuito lá, para levar o pessoal nos devidos lugares lá, porque não tem outro jeito. ( ) E esses vaporinos aí é que nós mais utilizávamos, porque para nós, como nós estávamos num lugar que estávamos com condição de nada, era bem mais fácil.

SPEAKER 0: : O que que é esse vaporino? Me descreve, porque eu não sei (risos) o que que é. Um ônibus? N

SPEAKER 2: : Não, não é ônibus. É É o seguinte, é uma lancha, cer Uma lancha grande, como se fosse a barca, a balsa do Guarujá. S Só que não é para carga, só para pessoas. E essa balsa, ela para de pontos em pontos, tem estações, o pessoal desce, o pessoal sobe, assim vai indo. Então ( ) ###

SPEAKER 0: : E como é que faz para pagar? É É de graça? Como é que é?

SPEAKER 2: : Não, de graça não é. Você sabe que na Itália, nenhum favor (risos) é de graça. (risos) tudo se paga, né? Mas compra o bilhete antes de de entrar no no vaporino. A gente compra o bilhete, fica guardando, ele chega, a gente toma e entrega o bilhete para o para pessoa responsável. ( )

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 2: : Só.

SPEAKER 0: : (risos) Mas vocês num num fizeram outro negócio também? Em outro meio de transporte? ( ) Você não chegou a utilizar? Não estou bem lembrado. Você não lembra? Não. ### Vocês só andaram de avião, trem e esse tal de vaporino. Caro, né?

SPEAKER 2: : E caro. também. Bom, aí nós... em vários lugares, n mesmo na Itália, nós alugamos carro. Na... Inglaterra. E que tipo de carro vocês alugaram na Inglaterra? Na Inglaterra era um... Um Austin. Com a direção do lado contrário do brasileiro, certo? O Ou seja, a direção do lado direito. Mas eu fiz questão de não dirigir, porque eu sabia que (risos) ia fazer uma confusão tremenda. Por quê? Bom, porque eu nunca tinha dirigido um carro com direção do lado direito. E era um carro grande. Quer dizer, eu estou sempre acostumado a ( ) carro pequeno. Então eu fiz questão de evitar que eu que eu di

SPEAKER 0: : rigisse um casso desse tipo. E e onde estão os instrumentos desse carro com direção do lado di reito. Como é que é?

SPEAKER 2: : Bom, ele fica normalmente como se fosse um espelho, certo? Do do lado esquerdo. A direção, do lado direito. que seria no banco do passageiro nosso aqui. O câmbio fica também, você tem que cambiar com a mão esquerda. E o O os pedais também, são normais. Acelerador no pé direito e o a embreagem com com o freio com o pé esquerdo. Os instrumentos no painéis, quer dizer, você tem acesso direto Certo? Independente do que seja lado esquerdo ou lado direito isso daí... para nós também é a mesma coisa, independe, certo? Né?

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 2: : ( ) seriam os botões que acendem luz, botões para ligar o aplicador de para-brisa, éh acendedor de cigarro, ventilação, coisas desse ti

SPEAKER 0: : E e os sinais de trânsito lá, como é que são? ( ) A sinalização registrada? ( )

SPEAKER 2: : A sinalização é não tem erro, porque é muito fácil, né? É tudo normal, certo? Só que você, quando está dirigindo, você está andando na contramão, (risos) cer Que seria para nós a contramão, e que para eles é o certo. E do resto, não tem tanta confusão. É É normalmente sinalizado para dizer que não tem maiores problemas. Escuta, e num

SPEAKER 0: : Escuta, e não aconteceu nada assim de... de novo, ou de interessante para você contar para gente, n

SPEAKER 2: : Bom, de novo foi tudo novo para mim, certo? E Interessante, seria passagens que marcaram bastante, né? Mesmo, como eu estava falando, na Itália, que a gente vê que a malícia do italiano é bastante grande, eles querem aproveitar e tirar o máximo do proveito do turista, certo? Se o turista não souber fazer as coisas direitinho, ele é bem enganado. Mas, eu lembro de um caso que nós estávamos lá para atravessar uma praça ( ) em Roma, A praça onde tem a Coliseu. E uma praça estava dificultosa para se atravessar por causa do movimento intren intenso dos carros. E E, nó no início, nós vimos que parou um carrinho esporte do lado e e um italiano, logicamente, éh começou a fazer sinal para gente. Então, eu falei para o rapaz, estava comigo, você conhe Ele falou, não. (risos) Eu falei, eu também não conheço. No caso, como ele estava fazendo um sinal insistentemente, nós fomos ver o que ele queria. Mas ele queria vender lá uns convites de um baile, uma coisa assim, sabe? E que nós estávamos vendo que esse baile não existia, né? Mas, no fim, eu acho que o o enganado foi ele em vez de ser a gente, porque nós falamos que nós estávamos numa turma bastante grande, que nós fazíamos questõe questão de ir no baile com ele. Mas não podíamos comva comprar o convite para todo mundo, porque nós estávamos somente em quatro. Ali o resto estava passeando em outro lugar. E eu mandei que ele nos procurasse no hotel, num dia lá que eu sabia que nós não estaríamos. (risos) (risos) E ele ficou empolgado em ir lá vender convite para todo mundo. Quer dizer que, até então, enganado foi ele, (risos) não fomos nó s. (risos) mas, quer dizer, coisas interessantes, assim, tendo passagens, né? E de interessantes lugares que a gente visitou, porque para nós era era tudo novidade, né? E E uma coisa bastante bacana, que visitar castelos, coisas que a gente fica impressionado com aquela grandiosidade, de ver coisas velhíssimas, ãh da idade média, com o que viviam, explicações dos guias, quer dizer tudo isso para nós foi de grande valia e e muito cultural, não é?

SPEAKER 0: : E você nunca an dou de barco? ( )

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 0: : Várias vezes já. (risos) Bom.

SPEAKER 2: : De barco em si, eu éh a gente tem várias classes, certo? Por exemplo, navio mesmo, navio grande, eu nunca andei. Mas de lancha eu sempre quase ando, por causa que eu tenho um amigo e ele possui uma lancha lá em Santos e vira e mexe a gente vai para lá. Quer dizer que é quase constantemente que eu ando de lancha. ( ) não tem nada demais. É É um veículo como o outro qualquer, certo? Mas não tem assim atrativos. que deixa a gente apreensivo, né? A única coisa para pessoas que não se dá bem com enjoo essas essas coisas, né? Quando a lancha fica parada e que está balançando, porque fica mesmo, não tem jeito, aí é capaz que faça mal, né? Ou melhor, começa a dar tontura, provocar alguma coisa, não é? Mas quando a lancha está andando em uma aumenta acelerada, não tem problema nenhum. E

SPEAKER 0: : E barco grande você nunca andou? Não, avião, não. Então você não sabe ( ) vis

SPEAKER 2: : Não. ( ) Os problemas de de (risos) passear num navio, eu não sei não. Eu acredito que sejam piores do que de avião. Devem dar mais em jogo que avião. E

SPEAKER 0: : E você sempre morou por aqui, né, Adilso Antigamente existia um meio de transporte aqui em São Paulo, né? E eu lembro, quando eu era pequena, eu (risos) andava de vez em quando com a minha mãe e achava uma sensação. Você chegou alguma vez a anda

SPEAKER 2: : Bom, eu não sei qual é o meio de transporte que você está se referindo, mas deve ser o bonde. É ( ) (risos) Bom, eu andava frequentemente de bonde, porque quando eu ia para a escola, eu tomava o bonde, que era o único jeito que tinha para ir para lá ou Ou eu ia a pé ou ia de bonde. Então, nós tínhamos a vantagem dos passes escolares, Eu tomava o bonde, que era a coisa mais prática para nós.

SPEAKER 0: : E como que era? ( ) ### ###

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 2: : Um Um veículo totalmente aberto, certo? Com os bancos, éh assim, no sentido transversal aos trilhos, né? Naquele andar. E a a gente apanhava o bonde e pegava Quando estava chegando, já trepava no  no estribo dele, no corrimão, agarrava o bonde e ia embora. E ainda e ainda tem um agravante, quando a gente era estudante, né? ### A gente ficava se escondendo do cobrador né? Quando o cobrador estava de um lado, a gente pulava para o outro. Quando ele ia para aquele, a gente voltava para o (risos) outro, quer dizer. Ficava dando volta até chegar no ponto que a gente descia. Descia e ia embora. O cobrador não sabia que nós estávamos no bonde. Quer dizer, ele devia saber, porque era ponto em que todos os estudantes subiam no bonde. E com aqueles uniformes bonitos que a gente usava, aquelas fardas, né? Ele não conseguia distinguir. Al Alguns pagavam, outros ficavam pulando de cá e de lá. Eles não se preocupavam muito com isso, não.

SPEAKER 0: : E você gostava bastante disso?

SPEAKER 2: : Eu gostava. Quer dizer, a gente era obrigado a gostar, porque se não era aquilo, tinha que andar. certo? E para (risos) andar não era tão bom, então a gente vinha com o bonde.

SPEAKER 0: : Hoje se anda de outra coisa (risos). É

SPEAKER 2: : É, hoje eu prefiro andar de carro, que é (risos) muito mais confortável. (risos) (risos) Aliás, eu estava outro dia fazendo uma retrospectiva aqui de quanto tempo faz que eu não ando de ônibus. E... Cheguei à conclusão que há seis meses que eu não pego um ônibus. Quer dizer, a gente se acostuma à comunidade, né? Não quer mesmo saber de andar mai tem um carro, né? Tem. Qual que é? É um chevette. ( ) Tem. (risos) É bonitinho (risos) (risos) (risos) É branquinho. E É um Chevette normal, cer Eu acredito que (risos) você deve ter visto um Chevette. (risos) Mas é um carro pequeno, certo? Bem Confortável para quem dirige, porque quem vai atrás não é muito. É É espaçoso de de porta-mala. Cabe bastante coisa. satisfaz ao meu gosto, é um carro que anda bem e não tem dado grandes problemas, somente pequenos problemas de lançamento. Lança çamento. Porque todo carro no lançamento sempre tem alguns problemas para serem corrigidos, né? E E esse, por ter sido um lançamento, assim, bem bem corrido, né? Foi um pouco melh Em poucos meses que idealizaram esse projeto e elaboraram. fez com que deixasse a turma temerosa que fosse um carro que fosse dar problemas mas eu estou bem satisfeito com ele, não tem dado problemas maiores.

SPEAKER 0: : E você tinha um outro carro, né? Quais são as diferenças desse com o outro?

SPEAKER 2: : Bom, antes eu tinha e tenho ainda uma Variant. Quer dizer, a Variant é do meu pai, certo? Não é minha. E Este, e o Chevette, é só meu. Mas, você sabe daquele negócio que em terra de cego, quem tem o olho é rei E quando eu tinha a Variant, eu gostava. ( ) Era o único meio que eu (risos) tinha para para a minha comodidade, né? Mas eu gostava também, sabe? A Apesar de que no Chevette a gente se sente muito melhor para dirigir o carro. É muito mais maleável do que a Variant. Mas ela também não me deu muita satisfação. É um bom carro. É É um tipo de carro utilitário. Para as viagens estava ótimo, porque cabia bastante coisa. Para a nossa família também era ideal. E E assim, um é carro bom também.

SPEAKER 0: : Adilson, mas me diga o que que há de atrativo no seu Chevette, tá? Em comparação com a Variant.

SPEAKER 2: : Bom, o o negócio é o seguinte. No Chevette, olha, eu tenho um um conforto interno um pouco melhor que o da Variant. Apesar do que o tipo de banco do Chevette ele não é assim um banco muito cômodo, mas ele se adapta bem as condições de um carro peq ueno. Por exemplo, na Variant eu não tinha assim um tapete ou alguma coisa desse tipo que torma tornasse o carro um pouco mais confortável. Já no Chevette ele é todo acarpetado. A A gente se sente melhor dentro do carro por causa disso. Tem console. É um pouco uma coisa a mais para você colocar alguma coisa, certo? O painel do instrumento é um pouco mais luxuoso, tem... ele é todo estofado, quer dizer... A direção, a direção mais esportiva que o da Variant, que o da Variant tem um adicional ( ) ( ) né e os instrumentos funcionam muito bem (tosse)

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 2: : Bom, os instrumentos são coisas que todo carro tem. (tosse) (tosse) Por exemplo, o limpador de para-brisa, certo? O do Chevette, ele tem uma área de varredura éh para limpar o vidro superior à Varent, mesmo porque o vidro também dianteiro é maior. E ele funciona bem suavemente, quer dizer, as paletas funcionam normalmente, limpam direitinho, com duas velocidades para chuva fraca e forte, né? Esse, por exemplo, tem acendedor de cigarro, que eu acho que é uma coisa indispensável no carro. Iluminado, quer dizer, que já é um luxinho a mais. (tosse) Tem um desembaçador com motorzinho para dar, ao mesmo tempo, ventilação e desembaçar o vidro, que aparentemente também não tinha, era só uma ventilação natural. E esse já tem uma fo uma ventilação forçada. ãh Os instrumen Ele tem um pouco mais de segurança na parte de estabilidade. A Variant não tinha tanta estabilidade nas curvas como tem o Chevette. Já tenho percebido isso sensivelmente. Quanto à parte de segurança, existe um botãozinho na na direção, que quando você está parado em algum lugar assim para trocar um pneu ou mesmo em estrada por algum problema, aquele botão você dispara e fica acendendo as luzes dianteiras e traseiras intermitentemente até você solucionar o seu caso coisa que já na Variant não tinha a coluna de direção também você tem um sistema que por acaso se você der uma batida de frente bem grande éh você não chega a se machucar por bater o peito na direção como nos outros carros a coluna de direção é fixa ou seus, sei lá, se você bater seus ferimentos seriam muito maiores. No chevette, essa coluna de direção, ela tem um sistema que quando há um choque e você vai com o peito de encontro a ao volante, ela é composta por um umas buchinhas de nylon que elas rompem, então essa coluna ela desce amortecendo a o choque do peito contra o volante. Quer dizer, é uma coisa de segurança, ninguém quer bater, é lógico, mas se por acaso um dia isso acontecer, você se sente um pouco mais protegido. E Esses pequenos itens fazem com que a gente ãh goste um pouquinho mais do carro, não é? A A parte de instrumentação, que seria o velocímetro, ãh o relógio, medidores de gasolina, temperatura, são bem visíveis, e bem iluminadas. Tem fácil acesso de leitura, num num tem ofuscamento nenhu um. E a gente se sente muito bem instalado no carro, porque é tudo fácil, certo? A dirigibilidade do carro é ótima, tem uma boa performance de de andar assim normalmente, né? E... E satisfaz, porque é um carrinho rápido, veloz, ágil, que eu acredito que, em comparação ao ( ), que seria o carro competitivo, o Chevette seja

SPEAKER 0: : superior. Você já sofreu algum acidente?

SPEAKER 2: : Já, já sofri vários (risos) acidentes de carro, sendo que um deles foi o mais drástico, foi um capotamento. Nós tínhamos um ( ) e uma ocasião na na Avenida Sena Madureira, éh por uma fechada de um outro carro, eu perdi o controle, e talvez um pouco inexperiente naquela época, que já vai para uns oito anos esse esse acidente, Eu não soube controlar direito o carro e desgovernou. Então eu rolei de uma pista para outra, que tem éh elas são em desníveis uma com a outra. Então, parar na parte de baixo, rolando naturalmente. Mas sem consequências, assim, muito graves para mim. Porém, (risos) o carro não sobrou muita coisa.

SPEAKER 0: : E e os outros, que tipo de acidente foram? A o

SPEAKER 2: : os outros foram coisas normais is. Que a gente sai com o sono de casa, dá frente e breca, e você não breca, entra atrás. Quer dizer, ou então você está parado num farol esperando abrir, vem um e bate atrás da gente sem (risos) sem ter visto. Ou então por um descuido, qualquer coisa desse ti Ou então você vai fazer uma curva, vem o outro e faz a curva fechada e bate em você também. Quer dizer, é coisas corriqueiras que quem tem carro vira e mexe, está sofrendo isso, né? E

SPEAKER 0: : E você nunca chegou a se chocar com algué ém. Como é que foi? Nunca aconteceu isso?

SPEAKER 2: : Não, já chegou, sim. Eu Eu já bati, mas coisa assim, lev Quando eu estava indo para a faculdade um dia, e era um daqueles dias que a gente não tem vontade de sair da cama, mas é uma condição imposta que a gente frequente a aula, porque se a gente não vai naquele dia perde uma série de coisas, então a gente precisa ir. Então eu saí com o carro da garagem, já meio assim, com sono, né? Coloquei os livros no banco do lado do motorista, e eu estava indo na mesma rua que eu moro. Na minha frente estava indo um outro carro. mas chegou na esquina, ele brecou, e acontece que eu estava ajeitando os livros ali do lado do assento, estavam caindo, e eu não percebi que o rapaz tinha brecado, e eu entrei (risos) atrás da traseira dele. ( ) Quer dizer, coisa assim, entende, sem muita importância, mas que deu para gente fazer um pouco de discussão (risos) quando a gente bate nas conversas normais, né? Você que é o culpado, você que não brecou, você que descuidou, aquele negócio to

SPEAKER 0: : Se você tiver que viajar, que tipo de transporte você prefere?

SPEAKER 2: : Bom, eu preferia mesmo, para viagens por mais de três ou quatro horas, avião. Mas, para viagens mais curtas, eu prefiro carro, mesmo porque a gente tem muito mais condições de... de andar para cá, para lá, entende? ãh ãh é muito mais fácil a gente estar com o carro, sisma de ir em algum lugar, vai, não tem problema. Va Para viagens longas, eu prefiro o avião por ser mais rápido e ãh por comodidade. Porque o avião é um ótimo meio de transporte, viagem mai is curta né, apesar de ser longa a distância, porém curta no tempo de de voo. E que tipo de conforto você tem no avião que você não tem no carro? Não, o tipo de conforto principal é não dirigir, certo? Eu vou no carro e sou obrigado a ficar com uma tensão tremenda na estrada, para evitar qualquer coisa, né? E no avião a gente vai despreocupadamente. Quer dizer, a gente é servido, (risos) toma um uma bebi uma bebidinha, né? De preferência um uísque. Come alguma coisa, que tem aquele lanche normal. Quanto menos você espera, você já tá aterrissando. Agora no carro não, a gente fica obrigado a ficar dirigindo o tempão. Se quiser comer ou beber alguma coisa, tem que dar aquelas paradas e não vê a hora de chegar, continua depressa, quer dizer, nem para direito, E quando chega no lugar, às vezes você está cansado, porque ao passo que com o avião você chega, você está totalmente desperto.

SPEAKER 0: : E que tipo de pessoa é que se serve no avião, que serve os passageiros? Bom

SPEAKER 2: : Bom, as pessoas normalmente são as aeromoças, né? Os ajudantes de bordo também tem uns rapazes que eu não sei se são copiloto, não, mas não é copiloto, né, são ajudantes de bordo mesmo. Mas, eles que nos atendem, quer dizer, qualquer coisa que a gente precisa é só chamá-los, eles são muito solícitos. Fazem tudo para gente, quer dizer, é ótimo, entende? Sobre sentido de conforto e e bem-estar para gente é o ideal.

SPEAKER 0: : Você falou em trem, né? Você viajou no Europa de trem. E a qui no Brasil, você nunca viajou de trem?

SPEAKER 2: : Não, eu viajei muito de trem aqui no Brasil. Eu Eu, quando eu frequentava a faculdade, e eu não dispunha de condução própria, meu pai usava o carro, então não era todas as vezes que eu podia ir de carro para lá. E quando eu ia a pé, quer dizer, até em termos de tomar condução, eu voltava com um rapaz que morava em Itaquera. E Então ele ia de São Bernardo para Itaquera, via Santo André. (risos) (risos) Então eu parava em Santo André e de Santo André até aqui eu tomava o trem. E descia ir na estação da Mooca, porque tem uma estação aqui. Então eu ficava perto. Apesar de eu não gostar de andar de trem, mas era um meio de transporte para mim rápido e e fácil, né? Em virtude da comodidade de pegar uma carona com o rapaz, que estudava também lá e morava em Itaquera. E

SPEAKER 0: : E no trem nunca aconteceu nenhum ep episódio interessante, porque eu também viajei muito de trem. (risos) (risos) Tinha cada dia acontecia uma coisa diferente, e com você?

SPEAKER 2: : Não, episódio interessante não, porque normalmente nós íamos em três ou quatro rapazes, a gente fazia uma bagunça normal, entende? Porque a gente já saía cheio da faculdade e louco para dar risada para alguma coisa, então a gente inventava mil coisas, né? E ficava falando assim, a frequência do treino no Brasil é um nível bem pequeno, e pequeno eu quero dizer no sentido de baixo, né? Nível baixo. E, coitada das pessoas que viajam ali são por necessidade de não poder pegar uma condução melhor, talvez porque aqui no trem éh no Brasil o trem é encarado como um transporte éh medíocre ainda, como quando que poderia ser bem melhorado, e é o melhor meio de transporte. E Então, a gente vinha comentando, então, falando sobre empregos e estágios, não sei o que lá, e eu lembro que uma ve Nós estávamos conversando sobre empregos e um dos meus colegas, para para provocar as pessoas que estavam em volta, falava assim, que se naquela época, em sessenta e quatro, ele falava que se, quando ele formasse, ofere ofereceria um emprego para ele de mais ou menos uns cinco mil cruzeiros, ele nem se mexeria, enten (risos) Porque ele queria era coisa bem maior. E, coitado, aquela pessoa, o pessoal todo humilde ali em volta, lógico que ouve a gente conversar e a gente conversava alto, Ficavam olhando para gente com os olhos espantados, (risos) pensando que são os magnatas do petróleo. (risos) Mas coisas desse tipo assim, entende, para farra né e e brincade deira. Não tinha assim coisas éh excepcionais, né éh Coisas normais, quer dizer, quando a gente viaja assim de trem, éh o sentido é chegar mais rápido em casa e a gente não tem vontade de muita coisa. Uma vez ou outra que a gente fazia essas brincadeiras para passar o tempo.

SPEAKER 0: : E para viagens mais longas, você nunca utilizou o trem?

SPEAKER 2: : Não. Nunca utilizei trem de viagem mais longo. Sempre foi de carro ou ônibus. Ou, no caso, avião para o exterior. Mas aqui, não. Aqui nunca fui para nenhum lugar, com outro estado, principalmente de trem. S Sempre de ônibus.

SPEAKER 0: : Mesmo para o Rio?

SPEAKER 2: : É, mesmo para o Rio. No começo, nós, quando não tínhamos carro, a gente pegava ônibus normais, certo? De transporte, como Cometa Pássaro Marrom, naquela época era Pássaro Marrom, nem nem existia ainda o Cometa. Porque, como havia falado no começo ãh da palestra, nós temos uma tia que mora no Rio, e de vez em quando, uma vez por ano pelo menos, a gente ia até lá, na época de nossas férias. Então era o me eio o único meio de transporte era o ônibus mesmo. Depois que nós compramos os o carro, nós temos carro já desde sessenta e um, Aí sempre era de carro. Nunca mais andamos de ônibus para passar de um estado para o outro.