SPEAKER 0: ### SPEAKER 1: Sobre... os filhos ou netos, ou... Pode falar sobre os filhos, sobre os netos, sobre toda a sua família. Conta alguma coisa para a gente. Eu tenho só dua, (pigarro) somente duas filhas. () De uma, tenho do, duas filho, um casalzinho. E da outra, ela teve duas crianças e perdeu as duas. Uma tinha quatro meses e meio e a outra cinco e meio. e... doe, e doenças desconhecidas, porque era a fibrose física do pâncreas e não são todos os médicos que conhecem. Com médicos antigos, com quem a gente conversa, muitas vezes não sabem. É, e E não tem cura. Não tem cura e atacou o pulmãozinho. É Uma sofreu desde que nasceu. O menino já, bem depois é que ele começou a sofrer. E já vem de gerações anteriores, porque os pais são fortes, avós fortes, bisavós fortes, quer dizer que vem de gerações anteriores. SPEAKER 0: O que que a senhora teria para nos contar sobre a infância dos seus filhos? Como é que foi? Foi agra> SPEAKER 1: E nesta semana estava lendo a anotação do último em mil novecentos e sesse> SPEAKER 0: Qual a fase da criança que a senhora acha que é mais interessante? SPEAKER 1: Que tenha mais graça, mais assim... Começa com seis meses, né? Aí a criança fica muito engraçadinha. E vai até uma certa idade, né? Depois já... Não sei se a gente se habitua com a criança, e... mas vai até uns... até uns dez anos e ainda tá SPEAKER 0: Por que que essa fase dos seis meses é ma, é mais interessante, ela é mais engraçada? SPEAKER 1: A criança começa a apreciar as coisas, Né. () já começam a pedir as... ou por sinal, ou qualquer coisa, elas já já fazem os pedidos. () Depois começa a fase de engatinhar. Andar... Quando começa a andar é muito bonito também. (risos) SPEAKER 0: o... Todo recém-nascido sempre passa por uma fase que a criança sofre muito mais, na verdade. Qual é a fase que a senhora acha que o recém-nascido ele sofre mais? Em que período? SPEAKER 1: Vamos ver, é muito difícil, né? Só quando não tem mesmo saúde. Mas, senão... não tem fase difícil. Só quando aparecem as doenças. Sarampo, coqueluche, varicela, essas coisas assim, mas é tudo... normal, né? SPEAKER 0: E na época da adolescência, quais os períodos mais difíceis que ah s, senhora notou que seus filhos encontravam? SPEAKER 1: Eu não encontrei dificuldade, nada difícil com elas, né,  Eu ouço agora muita gente, muitas mães, é a idade, é a idade. Eu não creio que haja isso, não. Não creio Vem da educação do baixo. Se a mãe souber levar, educar, a criança também será, não hav, não haverá dificuldade nenhuma, SPEAKER 0: Qual a fase que a senhora acha que a mulher se torna mais independente? SPEAKER 1: (risos) Agora isso depende de... do modo que ela souber levar, né? eh é... Porque muitas ficam presas ao, ao que o marido quer. E se ela desde o começo souber manter, eu creio que ela terá liberdade sempre. Dentro dos limites. É dentro dos l SPEAKER 0: O que que a senhora acha que pode dar complexo para uma criança? No que diz respeito ao di> SPEAKER 1: A aparência dela assim Por exemplo, se houver duas crianças numa casa, quando nasce o seg o segundo, aí o primeir, se agradar muito o seg, ãh, o nenenzinho, a criança fica complexada. Mas se não, não haverá mais problema. () Mas eu creio que as duas, sendo tratadas duas ou três ou mais né, sendo tratadas do mesmo modo, não haverá dificuldade nenhuma, nem complexo. SPEAKER 0: E numa sala de aula, o que a senhora acha que poderia ser complexo para uma criança? Vamos supor assim, quanto à parte f, à constituição física dela. SPEAKER 1: Eu não posso responder bem porque as minhas não tiveram essa dificuldade, não tiveram, né? Pode ser entre elas, entre as colegas? É possível, né? Mas se não, em casa nunca notei nada que pudesse falar sobre esse assunto, nada. SPEAKER 0: ### Como é que era a senhora, o relacionamento da senhora com os seus, antes de casar? SPEAKER 1: Graças a Deus, também nós tivemos um lar que estavam todos, e até hoje, desde pequenos e até hoje, nós sempre nos demos muito bem, não houve dificuldade com nada. SPEAKER 0: Quais as pessoas que são mais ligadas à senhora? SPEAKER 1: Se entre irmãos ou... todos eles. Até esse irmão que eu perdi, ele era muito ligado comigo, muito mesmo, quando. Quando ele faleceu, agora em dia quinze de dezembro, eu senti como se fosse meu filho. Ele era onze an, onze anos mais novo que eu, mas que sempre, desde pequenininho, ele era o do queridinho xodó Sempre qualquer coisa, qualquer aborrecimento, que ele teve muitos na vida, era comigo que ele vinha a () papai. SPEAKER 0: E os parentes mais ligados à senhora? SPEAKER 1: Os parentes agora, tios não tenho mais. E primos eu tenho, mas também já cada um tem a sua família <ília, né? No seu lar, já estão mais a> () éh... hum, quer dizer... Tem umas primas, né?  Com quem ainda conti> SPEAKER 1: Quer dizer, eu num quase não saio de casa, né, dificilmente. Agora nós, quando frequentamos muito a casa de irmãos assim, é em aniversários mesmo, né? Conhecemos pessoas às vezes estranhas, porque perde a amizade de uma de outra já não é, aí formam-se amizades assim, né. SPEAKER 0: E a não ser assim  em ambiente assim de festividade, a senhora acha que existe algum outro ambiente que a pessoa pode conhecer mais pessoas e se ambientar muito melhor? (limpando a garganta) SPEAKER 1: Mas eu nem sei responder sobre isso, como é, né? É. Não sei. Dificilmente eu saio de casa, e quando eu saio assim para ir para fora, para outra cidade, fazer uma estação, qualquer coisa, meu marido é muito quieto, e ele também não conversa com ninguém, () eu também Estou sempre do lado dele, né? É. SPEAKER 0: A senhora poderia nos contar ah nah com as suas filhas, em relação a elas, a fase desde o namoro até o casamento delas, como é que foi? SPEAKER 1: Foi uma fase boazinha, né? Até o casamento foi boa. SPEAKER 0: Eu? (risos) Eu vou contar, eu conheci o meu marido com outra esposa, né (risos)? Porque ela ele era casado, e ele Nós as, a esposa dele e eu, tornamo-nos amigas, né? (risos) Nesse tempo eu era muito simples, papai não fazia a gen> () né? É. Eu falava e ele dizia, não, não, não é. Foi passando, né? (risos) E eu ficava com pena. Mas depois ele disse, olha, se você sair comigo porque tem pena, então é melhor. (risos) Eu disse, não, absolutamente, () No momento, meu coração dizia que não, né? (risos) Depois, quando foi uma ocasião do congresso eucarístico, e ele, eu tinha ido ao teatro municipal, e ele estava passando lá embaixo do viaduto, né? E quando ele estava passando lá embaixo, Eu tive vontade até de me atirar pelo viaduto foi sinal que gostava dele SPEAKER 0: (risos) Para pensar nisso, devia gostar muito. SPEAKER 1: Ainda quis descer as escadas, naquele tempo não tinha escada rolante, né? Ainda quis descer, mas não consegui. Cheguei na metade éh, a multidão era tão grande, eu precisei voltar, né? E eu (), num pude, né? E ele estava atrás, já tinha ido até a minha casa, perto da minha casa. Já tinha ido em diversos lugares onde eu costumava ir. E ele não... Não conseguimos nos encontrar aqueles dias, né? Sim. Daí que eu vi que eu estava gostando mesmo dele, né (risos)? () Pois é. SPEAKER 0: (riso) E como é que foi o casamento da senhora? SPEAKER 1: () Éh, o religio, o civil, fui () não, o civil, eu fui até, ãhn, o cartório.  Mas o religioso foi tudo em casa mesmo, né? O papai sempre gostou de tomar o o altar em casa e e casar. Certo () (risos) E como é que foi celebrado o casamento? SPEAKER 0: De que jeito foi? SPEAKER 1: Ah, casamento comum, né? O padre foi lá e tinha não muitos, não convidei muita gente, né? Porque em casa nunca dá para convidar muito, né? Mas foi bem, graças a Deus, foi tudo correu tudo bem. Foi, sair É, também, né? Os parentes, geralmente os tios. Na minha época já não tinha muitos tios para convidar, não, porque não tinha (risos) ninguém, né? Ah, é, né? É. Mas tudo bem, tudo bem. SPEAKER 0: Houve música no seu casamento? Não, não houve,  Não  SPEAKER 1: () Eu casei em casa mesmo. Quer dizer. O papai nunca gostou dessas coisas. Não houve festa. Aliás, depois dançaram. Não, Agora estou lembrando. Depois dançaram um pouco. Eu Eu não, porque eu não sabia dançar. (risos) Eu não sabia, o meu marido também não, né? (risos) ### É. Melhor até. SPEAKER 0: ### Vamos falar dos agradáveis, né? SPEAKER 1: Que mais marcaram? Quem sabe? Talvez o nascimento das filhas, né? Principalmente da primeira, né? (risos) Porque é novidade, né? Foi a... Não, teve di> diversos fatos né, diversas coisas boas na vida, marcantes Mas, no momento, agora não lembro, não. SPEAKER 0: A senhora passou por algum problema, assim, enquanto a senhora estava esperando suas filhas? SPEAKER 1: Não, tudo normal. Tudo normal. Não houve nada, não. SPEAKER 0: E as suas filhas também não sofreram nada? SPEAKER 1: As minhas filhas, já ah, justamente quem eu pensei que fosse ser pior, porque ela sempre tinha problemas de enxaqueca, e coisas assim, essa foi melhor, teve os filhos rapidamente, não, não houve problema. Agora a outra, essa que perdeu, já... já sofreu um bocadinho a mais, porque... a criança já vinha sofrendo. Então, não, ela não percebia nada, ela passava muito bem. Mas, num momento, precisava fazer cesariana por sofrimento fetal. Embora ela tivesse a constituição boa para ter as crianças, e ter um parto normal, não... não era possível. SPEAKER 0: ### SPEAKER 1: Eu creio que... pequena dentição, né? () Se bem que dizem que a criança não sofre, mas sofre sim, sofre. Sofre, fica nervosa. Além disso, não há época, não. Depende, às vezes se a criança é doente, tem que ficar, né? Mas criança normal, não. Criança normal, não. Não há problema. A senhora já teve algum problema de saúde? Problema de saúde teve bastante, né? (risos) Por causa da coluna, das coronárias também. De vez em quando dá aquela dor no peito, assim, que eu penso é hoje. Mas já foram tantas vezes, já há quinze anos, que não é possível, né? Quando tiver que ser, será mesmo. SPEAKER 0: E do sistema circulatório, a senhora apresenta  SPEAKER 1: É, esse do circulatório, né,  () É. Não tem mais nenhum? Não, é ### SPEAKER 0: ### ### SPEAKER 1: ### SPEAKER 0: E na sua família, quais foram os problemas mais difíceis que a senhora j enfrentou, em questão de saúde? SPEAKER 1: Em casa aqui mesmo, depois de casada, foi a... foi ãh.. a doença dos netinhos né Isso que foi triste, muito triste mesmo. muito, Principalmente o... Os dois, duas crianças. O primeiro foi para o Hospital do Servidor Público. Era uma menina. Muito bonitinha. não por ser netinha. Não, dizem que a gente é coruja, mas não é. Era muito bo, muito bonitinha mesmo né Mas o... criança não desenvolvia. O problema essa doença é... essa fibrose é assim, a criança não desenvolve. Continuou bonitinha. A primeira, aparentemente, era gorda, porque estava inchada. Devido ao pâncreas né, e... A outra também, as duas deixaram ... muita saudade né. Muito mesmo. () O segundo, faleceu agora dia primeiro de janeiro, um dia bem triste. Um dia que nunca vamos nos esquecer. É o primeiro do ano, então, um dia muito triste  SPEAKER 0: Que doença a senhora conhece, do, quanto ao aparelho digestivo? SPEAKER 1: Olha, eu, eu... pra falar a verda A doença que eles tiveram, os médicos dizem que ataca o intestino. Mas eles não tiveram, () intestino, não tiveram nada. O que apresentou-se primeiro foi a moléstia foi no... no pulmãozinho. Porque até o fim o médico disse, não, eu não acredito que essa criança tenha essa doença. Foram feitos os exames e deu positivo. Mas ele disse, mesmo assim, eu não, não estou acreditando. Ele mandou fazer, e foi feito em outro laboratório e... ele não deu a resposta, mas creio que foi positivo também né. Mas ele disse, primeiro, isso aí ataca os intestinos e a criança nunca teve problema nenhum com os intestinos, não teve uma desinteria, não teve nada, nada, nada. né Mas os médicos dizem que é, que ataca. E ah, e agora essa doença foi mais no... aparelho respiratório né, respiratório, porque no... ainda nos últimos dias o médico disse, olha, a criança vai morrer sufocada. E isso me fazia sofrer muito, eu não queria que a filha fica, minha filha ficasse...  assistindo uma coisa tão horrível. Ele ficava, quando perdia, ficava sem ar. Ficava desesperado, né? E... Ela assistiu uma vez que ele abriu muito os olhos. Ficou, parecia que ia saltar os olhos para fora. Aquela respiração horrível. Mas depois, deh, é, ele entrou em estado de coma. E aí a criança morreu quieta. Não deu. Graças a deus, não aconteceu o que o médico estava pensando. Porque ele disse, o... coração tá bom. Agora, o pulmãozinho está fechando. E essa parte é que nós temíamos. Mas depois ficou, morreu sossegado Quer dizer que ele, em estado de coma, não estava sofrendo. Quem estava sofrendo era a família, que os, que estavam assistindo. Né Ficamos uns três dias, mais ou menos. A criança ficou em estado de coma e nós ali naquele sofrimento horrível, né Pedindo mesmo a Deus que levasse. SPEAKER 0: ### SPEAKER 1: Período escolar? bem, também não... não há... problema Não houve problema, não. Foi tudo bem. Não posso dizer que fosse uma aluna exemplar, né? (risos) mas Mas, graças a Deus, fui passando. No... no curso superior não pa, não... fui reprovada nenhuma vez né. Foi tudo bem, graças a Deus. SPEAKER 0: E para a senhora ingressar na faculdade, o que foi que a senhora teve que fazer? Qual foi a preparação que a senhora teve para poder prestar o exame? SPEAKER 1: Naquele tempo não havia muita complicação como hoje, né? E... () O que fizemos lá na escola mesmo foi feito o exame de admissão. Não foi difícil, não. O que houve de difícil mesmo foi a idade, né?  tinha (risos) () SPEAKER 0: Foi tudo bem. E qual é essa complicação que a senhora acha que existe de hoje em dia? SPEAKER 1: sei, porque eu acho que há muito estudo, muita coisa que não há necessidade para o curso que uma pessoa vai fazer né. () () estudo médico, por exemplo, estuda, ele estuda aqueles an, anos todos, assim,  estudando sempre matemática e outras coisas, e ele não vai aproveitar aquilo né. A mesma coisa agora, o engenheiro já será diferente, isso já iria, a, ia fazer falta para ele. Em outras profissões que não há necessidade. Tem muita coisa, né? Agora parece que... eu não estou muito atualizada, né? Sobre o estudo recente, agora eu não sei né (). Como é eu não... não posso falar de nada porque não estou mesmo à par. SPEAKER 0: Quanto às suas filhas, qua... quais são os maiores problemas que elas encontraram nos estudos? SPEAKER 1: Não encontraram problemas difíceis, não. Mas fizeram, saíram do ginásio, já foram para a escola profissional, né? Depois começaram a lecionar. Tem o p, problema é agora, porque elas são professoras de... de ginásio e todos os anos têm, elas () são contratadas, né? por que todo começo de ano tem aquela dificuldade de ver quantas aulas ficam com essas coisas assim. Agora que encontram dificuldade. SPEAKER 0: () Daria para a senhora contar para a gente? Ãhm... Quais os materiais escolares que a senhora conhece? SPEAKER 1: Mas como? Material de. Material de uso. () Negócio de livros, cadernos, lápis, canetas. () Hoje não precisa mais penas porque tem. (risos) Já tem esferográfica. (risos) Isso né. Já facilitou bastante. (risos) essas coisas Para desenho. desenho, quer dizer, o caderno de desenho, lápis de cor, essas coisas assim, que, crayon, conforme o desenho né. SPEAKER 0: A senhora fez algum curso antes do primário ou a senhora já ingressou direto no primário? SPEAKER 1: jardim de infância? () não sei quanto tempo, agora não me recordo, né? Já faz muito tempo. E depois eu fiz o primário no Externato São José. Até hoje ainda existe. () Não é como naquele tempo. Naquele tempo nós tínhamos uma diretora muito enérgica. Mas Devia ser muito boa, porque até tem uma rua com o nome dela, Irmã Simpliciana. Mas era muito enérgica mesmo, viu. Mas hoje parece-me que os estudos lá já não são a mesma coisa não. Como é que eram feitos os exames? Não me recordo mais. Não acordo mesmo. () Creio que devia ser como... hoje, né? Não gosto do sistema de hoje de escola. Não gosto porque há muita liberdade entre professores e alunos e não há respeito. Estou... estou falando porque vejo que as minhas filhas são professoras, né? As crianças, os meninos já são idade de dez  para cima né, e eles não respeitam os professores lá, é muito difícil. () Quer dizer que o professor também não pode chamar muita atenção. tem a orientadora, você vai falar com orientadora, já, já ficam bravas, crianças já são bravas, vão dar né, vão falar com os pais. Essa dificuldade, né? ãh... E quem estudou e ainda no tempo que respeitavam os professores, agora acham dificuldade com os alunos de hoje, né? ### Eu creio que não é possível. Muitas vezes já vem do lar, não tem educação, não dão um princípio bom e as crianças não aproveitam-se disso, né? SPEAKER 0: E no que que a senhora acha que o ensino atualmente está mais facilitado? Em que ponto? SPEAKER 1: Não, propriamente eu não sei se está facilitado  mesmo né? Quer dizer que tem esse... Não, eu não posso dizer bem como é que está a facilidade o ensino né,  há tanto tempo que eu já estou longe disso. SPEAKER 0: (risos) E na época de faculdade da senhora,  como é que foi? SPEAKER 1: Tudo bem, o professor explicava, nós tomávamos quem queria, quem tomava nota, né,  mas nós tínhamos um taquígrafo e... e ele tirava, fazia os pontos e depois nós comprávamos dele, porque ele queria, ele não ele não tinha postos para se formar e ele aproveitava, né? Pagávamos, naquele tempo era duzentos réis, né? (risos) Duzentos réis a folha. (risos) E quando você solicitou a irmã, meu bem. Depois, mais tarde, depois de formatura, ainda encontrei umas vezes com ele. Estava bem. SPEAKER 0: E quando vocês tomavam nota, as poucas vezes que vocês tomavam nota da aula, voc vocês faziam as anotações aonde? SPEAKER 1: Em cadernos, né? é, cadernos Mas logo em seguida ele começou a vender os pontos. Para nós já havia mais facilidade. Porque eles te dizem, recomendam certos compêndios, ma... mas depois não seguem, né? Não seguem. Não é ()  pontos que eles dão e...  (risos)  E acabou. (Risos) SPEAKER 0: E quando a senhora estava no ginásio, quais os materiais que a senhora util>  que a senhora mais gostou? Ah eu gostei de Eu gostei de tantas viu, que eu não, nem recordo SPEAKER 0: Enfim (risos). Houve alguma fase durante os seus estudos que a senhora teve mais problema e qual foi? SPEAKER 1: Foi no... no último ano, porque esse eu perdi, eu, eu... fui reprovada, né? Né. Na primeira... Na... Fiquei reprovada e deixei para a segunda época. Era química analítica, mas também depois eu passei com nota boa né, (risos) SPEAKER 0: É (risos) a senhora está dizendo que a senhora estudou no colégio de São José, né? Eu gostaria que a senhora contasse então para a gente a vivência religiosa que a senhora teve no colégio. SPEAKER 1: Naquele tempo, nós tínhamos que estudar catecismo e... história sagrada. Tudo isso compunha a vida religiosa. É bah... Mas é ah ... E era. Não é. Para falar a verdade, eu não gostei muito, não gostava muito do estudo não, porque era mais decorado do que uma, do que tivesse que compreender. Tinha que decorar aquilo e tinha que ser ponto por ponto né, aquelas coisas assim. E que em outras escolas já não era mais uma escola pública, um grupo, não era assim. A pessoa... a liç ... davam a lição e a pessoa levava compreendida. Queriam que compreendessem né, mas não decorado Mas eu creio que agora também o Colégio São José já não será mais assim. Mudou muito. Pena né? A missa era obrigatória na época? Ah é  Era obrigatória. Era sim. Tinha capela lá na igreja, lá no colégio, e era obrigatória todo... Todos os domingos. Se fosse em outra igreja, teria que levar um. Um Apesar de que tinha estado em outra igreja. () Como é que era a capela de São José? A senhora lembra ainda? () Lembro. Quer dizer, dava para os alunos, né (risos). que muitos também não assistiam lá. Eu, muitas vezes, ia assistir missa da, até das seis horas. Cinco, seis horas lá na igreja de São Bento. Ia com o papai e a família toda, né? Iam todos assim, né  Mas é, dava bem para t> SPEAKER 0: Daria a senhora descrever para a gente o que que tinha dentro da igreja, o que que tem, existe dentro de uma igreja que a senhora se lembre agora no momento? Ah () SPEAKER 1: Tem altar, né? Tem... Antigamente tinham mais santos, porque agora estão retirando tudo. (risos) Mas o altar tem que ter, né? O altar, os bancos, né? Para as pessoas sentaram. Isso tem, né? E agora tem missas bonitas que são bem, são cantadas, tocadas, né e, cantadas, naquelas músicas alegres né  Não é como primeiro, que... Que eram só aquelas músicas tristes, né só de igreja mesmo, hoje Hoje não é. Hoje já tem mais alegria. SPEAKER 0: O que é necessário para uma pessoa comungar? SPEAKER 1: Bom, estar em ação de graças. Hoje também já não tem, porque tinha, antigamente, que precisava ficar a noite toda, sem comer, né, fazer aquele jejum todo para, para... Se, e se pusesse alguma coisa na boca, depois da meia-noite já, já não podia comungar. (risos) Muitas vezes em dia de Páscoa, assim, era difícil né  (risos) Porque a pessoa, às vezes, passa um pouquinho da hora e come né  (risos) No dia seguinte, já não podia comungar. Então fazia () aquele sacrifício a gente ()  Agora hoje não, porque já... Já excluíram essas horas todas né  fui mesmo numa... Numa reunião em que depois o padre rezou a missa e... me o, me ofereceram um café, um bocadinho Digo antes, né. Eu  disse, eu não devo tomar café. Não, não tem importância, não pode tomar. Pode tomar, eu garanto para a senhora que pode tomar, que não tem importância. Tomei, né. Quer dizer que agora, Quando eu saio de casa, quando eu vou à missa, eu tomo um cafezinho primeiro. Melhorou um pouquinho. SPEAKER 0: ### Existe alguma preparação antes da comunhão que a pessoa é obrigada a fazer para que ela esteja apta para comungar? SPEAKER 1: A confissão, né? Onde que ela conf> Óh... Lá No confessionário, com o padre né  Mas hoje também não é tão t... Não é tão rigoroso  Antigamente qualquer coisinha era um pecado. Qualquer coisinha agora hoje já não é assim, né? Pode passar mais tempo sem confessar para comungar, né? se for um pecado muito grave, né? (Risos) SPEAKER 0: Você sabe como é que chama aquela... Éh... onde é guardada a hostia? Ãh... Eu sei SPEAKER 1: sim, eu sei, mas agora não () não lembro  não é. Sabe o que é que a cabeça da gente agora... () Sempre que é uma coisa que a gente tem que lembrar, né? Porque no momento não, é, depois você vê como é, como eu disse para vocês há pouco, né? Às vezes a pessoa vai na rádio e não lembra, na na na ... televisão, e não lembra dos fatos, né, que tem que... () E das comemorações religiosas que existem, quais as que a senhora conhece e qual que a senhora mais gosta? Eu gosto muito do dia da Páscoa, né da ressurreição. Muito bonito né  Muito... Eu andava Eu mora... onde... morava, no bairro onde on... onde eu falei para vocês, numa rua () tinha um padre lá da igreja Santo Eduardo, ele ia para o Sistão, chegava até o Largo, lá perto de casa, E lá ele rezava a missa, procis,  tinha o encontro né. era procissão do encontro. Rezavam a missa e soltavam fogos muito bonitos viu, artísticos, no formato da igreja. E ele falava muito bem, era um bom orador mesmo né  Agora ele já faleceu, há pouco tempo faleceu. Mas e, eu gostava muito de  Agora eu já estou com mais caseira, já não saio muito para a  procissão. Também quase não há mais, né? Não, não há mais, mas é difícil eu s> Então, eu creio que não vai ser muito, muita alegria não. Se bem que ela trata os, os sobrinhos muito bem, mas eu creio que no íntimo ela é uma pessoa triste, viu. Ela sempre teve... gostaria, gostaria de adotar criança, e... mas também não pode porque O marido não... não gosta