SPEAKER 1: Professor Rubens, você poderia nos dizer sobre as divisões dentro do campo de ensino, como são desde o jardim da infância até o grau SPEAKER 2: Universitário, primário. Bom, dentro da atual reforma do ensino, éh nós estamos com trê> Graus de ensino. ( ) de ensino, né? Então, ( ) no no primeiro grau, nível de segundo grau e nível de terceiro grau. A> numa tentativa, porque ainda está em tentativa (tosse) da implantação da reforma, éh de de se conseguir assim o a formação do educando ãh para que ele participe muito mais ãh no processo de desenvolvimento brasileiro, e, inclusive, que ele seja muito mais, muito melhor aproveitado no próprio mercado de trabalho que, atualmente, está sendo solicitado. SPEAKER 1: Eu vivo, assim, um pouco na área de ensino dentro do campo universitário. Você poderia dizer para gente como é feita a seleção para o ingresso na faculdade? SPEAKER 2: na Faculdade de Educação, onde eu trabalho, em todos os institutos, escolas e faculdades? Bom, atualmente é o exame unificado, né. Éh Éh diga-se de passagem, experiência ainda recente, de uns três anos para cá. E> Uma escola, um instituto, uma faculdade, éh congrega ou ou recebe alunos de diferentes escolas para o mesmo curso ou cursos afin> SPEAKER 1: Professor, o ensino atual, comparado ao anterior, digamos, de uns dez anos atrás ou mais, o que o senhor a> O senhor acha que o nível melhorou, piorou, em relação a alunos? O senhor acha que ele aproveita mais atualmente ou não, em relação de conhecimento? SPEAKER 2: É uma pergunta muito aberta, bastante complexa para ser respondida assim, em meia dúzia de palavras, podemos dizer, É, eu pretendo falar um pouquinho mais, vamos ver se eu consigo responder e e consigo coordenar rapidamente a minha resposta. S> Né? bem, vamos dizer no ensino de primeiro grau que engloba hoje o primário e o antigo ginásio, né? E vamos também dizer depois do colegial, que é o atual segundo grau, e vamos dizer do universitário que é o atual terceiro grau, não é isto? É, dizer que que o nível caiu, que houve quebra de nível, que houve nivelamento por baixo, etecetera etec> É muito assim, digamos, simplista. Primeiro porque é necessário e e e e incontestavelmente inegável que devemos atender à expansão do ensino, seja de primeiro grau, seja de segundo grau, seja de terceiro grau. Porque quanto expandir o primeiro grau, quanto expandir o segundo, quanto expandir o terceiro, é é um problema mais de política, de educação, problema mais de, digamos, de nível de desenvolvimento de um país, de uma região, etece> Bom, quanto ao primeiro grau, a lei fixa a faixa etária de sete a quatorze a todos, portanto, aí não há não há o que questionar. E, se compararmos o ensino de primeiro grau, que hoje abrange primário e ginásio, com o antigo primário e o antigo ginásio, o nível desses dois, o nível ou a qualidade desses dois níveis de ensino, no caso, poderíamos dizer que, em termos de instrução de informação éh sistemática, talvez tenha, e é provável que tenha, que tenha, sim, sofrido uma quebra ou uma queda. dessa quantidade de informações no aspecto de instrução. E> Não diria o mesmo quanto ao aspecto de formação. A formaçã> se destaca, ou então a formação deve ser considerada separada do lado informativo. E> Então, quanto ao nível de formação, éh qualidade em termos de formação, eu acho que hoje continua tão bom, melhor do que antigamente. Em termos de quantidade de informação que a escola, por assim dizer, no seu currículo, nos seus programas, previam, E o que hoje prevê, poderíamos dizer que há, sim, uma diminuição, mas o que num corrompe e nem, por assim dizer, éh pode pode seria éh se poderia se poderia fazer um confronto de melhor ou pior nível. Porque formação e o homem como fim em si mesmo sempre foi buscado. Apenas hoje se tenta essa busca mais de perto. E, por assim dizer, deixa-se de lado um pouco da quantidade de informação, que necessariamente não leva à formação. No segundo grau, no meu antigo colégio, Poderíamos dizer quase a mesma coisa, porque também, ainda no segundo grau, a faixa etária da adolescência requer formação. E hoje, também, a informação que é a qualificação para o trabalho, o o preparo para o o o exercício da da da sua autorrealização social e econômica e, inclusive, para o exercício da cidadani> No terceiro grau, a quebra já é mais mais acentuada de qualidade. Aí a> Aí se poderia dizer que é um pouco até bastante perigosa, porque justamente no terceiro grau, ou no ensino superior, é que deverão sair realmente os especialistas, os técnicos, a a elite cultural, econômica, enfim, elite pensante de um país. Então, hoje nós estamos estamos sofrendo um processo, assim, de quebra de padrões no ensino superior. Nos outros graus, eu acho que não. SPEAKER 1: Escuta, como é que é feita a seleção para o magistério? SPEAKER 2: Magistério primário, secundá> aqui em São Paulo, naturalmente, né? Em termos de Brasil seria muito demorado, mas que eu poderia também tentar para vocês éh explicar como é essa essa seleção, esse recrutamento em termos de Brasil, porque eu conheço vários estados, vários sistemas estaduais, poderia dizer para vocês alguma coisa. Bom, em termos de São Paulo, Para o magistério primário, ainda hoje primário, porque a reforma ainda não não não está não está implantada, né, a estrutura éh éh administrativa, por assim dizer, a estrutura éh éh hierárquica éh do sistema educacional paulista ainda não não está assim modernizada, por assim dizer, não está reforma> embora os currículos, os programas assim estejam, e os objetivos estejam caminhando para um alcance quase que total. No ensino primário, o professor primário deve deve realizar um concurso de acesso, um concurso de provas e títulos. Para esse concurso, ele tem que ter o curso normal, colegial, nível de de colégio, né, três anos. Éh, ou, então, hoje de quatro anos, que se formam a partir de setenta já, tem que ter o curso normal de quatros anos. Éh e> <( ) para fazer a carreira no magistério, tem que continuar, outros co fazer outros concursos. Bem, esse para o professor primário. Para o professor secundário, é o mesmo processo. Só que aí diferenciado nas diferentes áreas, digamos, matemática, história, geografia, ciências físicas e biológicas e outras, não é? Que> Química, física, educação. Mas aí ele tem que ter o curso de licenciatura, em nível, éh como é, licenciatura plena, não é? ( )> mil duzentas ho> Mas, atualmente, o início se dá com com contratação. O professor secundário normalmente é contratado, o professor do ensino universitário, no caso agora, ele é contratado inicialmente éh na carreira de... no cargo de auxiliar de ensino. Pode ser contratado por tempo parcial, tempo completo, turmo completo ou ãh tempo integral. Então ele é pago em função dos dos turmos que ele que ele trabalha, nesse tempo que ele é contratado. ( ) E naturalmente ele fará, naturalmente não, ele deverá, a partir da reforma universitária, depois de uma experiência na na no ensino superior, deverá fazer os concursos que deverão aparecer, porque ainda não estão sendo feitos. Depois da reforma universitária de setenta, sessenta e oito, né, sessenta e nova e setenta  regulamentada em setenta, no caso, da Universidade de São Paulo, os concursos de acesso não estão sendo realizados ainda, deverão ocorrer e eu espero concorrer nos próximos (risos) no no primeiro deles, porque eu sou auxiliar de ensino e e pretendo ingressar na carreira mesmo. Porque auxiliar de ensino é um contrato, é carreira, vamos dizer assim, mas não é de acesso. ( ) você tem que prestar esse concurso. Então, mediante títulos, mediante formação, e a formação é no mínimo nível de mestrado, E você tendo, então, o esse esse esse pós-graduação em nível de mestrado, você tem condições de prestar prestar esse concurso público de acesso à carreira universitária. E aí, depois, você fará seus trabalhos, né, ou mesmo como auxiliar de ensino e mesmo como como contratado, você pode defender a sua tese pública de doutoramento e você, então, passa a a um outro nível, uma outra categoria. E você, então, será contratado, mesmo em auxiliar de ensino, numa outra categoria, não de simples auxiliar, como na Universidade de São Paulo, eme esse um, mas poderá ser auxiliar de ensino, doutor, né, eme esse três, eme esse quatro, no caso, ganhando, naturalmente, início da formação e do e do concurso de de doutoramento, né, tese de doutoramento. E> No ensino de primeiro grau, alguns estados, ou no ensino primário, alguns estados acompanham São Paulo, através de concursos públicos, de títulos e provas, exigências de de curso normal, no caso do primário, e no ensino secundário, licenciatura. É> <Éh alguns estados, tendo em vista o seu avanço ãh avanço econômico éh, promovem esses concursos éh éh da mesma forma que São Paulo. Agora, alguns outros estados, e então diria, em outros e territórios, no caso, sistemas de ensino dos territórios, o acesso já é já é bem diferente. Éh Por exemplo, o estado do Pará, onde está instalado o campus avançado da USP e onde eu atuo junto à área de educação. Ãh Poderíamos dizer assim, éh normalmente o professor Tem pouca possibilidade de de ser oferecido a ele um concurso público para que ele se inscreva, participe, consiga, digamos, acesso à carreira, ou então ao cargo, ou ou à função. E> Mas éh há fal há falta de profissionais, há falta de professores, né, no caso? S> Seja no ensino primário, seja no ensino antigo, ensino primário e no ensino secundário. Então, os concursos são mais demorados e o processo de que se lança a mão mais comumente é o contrato, não é isso? Então, o professor normalmente é contratado e os concursos são muito mais espaçados espaçados do que no caso de São Paulo e outros estados. E mesmo porque a explosão e a expansão do ensino em alguns outros estados seja bem menor do que o próprio estado de São Paulo. Então há a necessidade de você promover concursos, digamos, de dois em dois anos, a própria legislação prevê em São Paulo concursos de acesso no ensino secundário ou primário, de dois em dois anos e três em três anos, como é o caso de diretor de escola primária, de diretor de escola secundária, ou então, na medida que surgir necessidade por ampliação dos cargos e da expansão do sistema. SPEAKER 1: Escuta, professor ( ) (tosse), que condições se precisaria a ter um aluno pela pres, ou precisa ter um aluno, pelo prestar vestibular? SPEAKER 2: Bom, condições legais, condições de idade mínima, e condição de ter frequentado o curso de segundo grau atualmente, tendo o tendo o seu diploma, né? O> É isso, é chapa de pulmões, é né ab abreu abreu abreugra abreugrafia abreugrafia, ãh testado médico, e, bom, além das outras exigências, né, sanidade física, certidão de nascimento, currículo, né, folha dezoito e dezenove, ficha dezoito e dezenove, modelo dezoito e dezenove, éh cer certi> ( ) as condições legais, porque, em outras condições, eu diria que deveria, para o ensino superior, sofrer um processo mais refinado de de seleção, até no caso de orientação, de de testes pré-vocacionais ou vocacionais, um sistema mais burilado, que permitisse o melhor aproveitamento do aluno, o melhor, digamos, funcionamento do sistema, em termos não só de funcionamento interno de uma escola, de uma faculdade, de de um instituto, enfim, mas éh o próprio produto lançado depois do curso, que seria o aluno profissional, né, em termos de melhor rentabilidade desse profissional, de melhoria de produtividade, etecetera. SPEAKER 1: etecetera. Em relação ao nível de ensino, com respeito do resto do Brasil, tirando São Paulo, o que é que o senhor teria para nos contar? Comparando o nível a São Paulo. SPEAKER 2: É, uma comparação é é arriscada, por assim dizer, ou até contraindicada, porque no espírito da reforma do primeiro e segundo graus, vocês que fazem estrutura e funcionamento do ensino, fazem faculdade, fazem curso, Você sabe que ela prevê, assim, a escola, o sistema, digamos, estar adequado às peculiaridades locais e condições regionais, etecetera, etecetera. Então, é óbvio que não podemos e não poderíamos, e nem nem poderemos, comparar São Paulo, tendo em vista o seu desenvolvimento socioeconômico, com, por exemplo, o estado do Piauí, em desenvolvimento socioeconômico. Comparar podemos, não podemos, digamos, tentar assim, éh éh comparar agora o seu sistema educacional em termos de São Paulo. ( ) No caso, o sistema educacional do Piauí com o São Paulo, ou do Maranhão, diríamos, ou do território de Roraima, ou do território de de Rondônia. Já não diria o território do Amapá, porque o território do Amapá, e eu conheço bem o sistema educacional do A do Amapá, principalmente da capital, é um sistema muito bem bem conduzido e cuja melhoria, dia a dia, ela se manifesta, porque a capacitação de professores, qualificação, recursos federais, então, dão ao sistema condições de um funcionamento até bastante satisfatório. Bem, e tendo em vista a condição, digamos, de um Estado, a condição socioeconômica. Para outro estado, é óbvio que o sistema educacional será diferente. E> Mas eu não poderia comparar, em termos qualitativos, o sistema educacional de São Paulo ou de do Piauí, justamente por isso. Ele tenha eficiência no seu funcionamento, digamos, interno. e tem eficácia no produto que ele lança ao próprio meio ou à própria situação econômico social do Piauí, por enquanto, né? Naturalmente deverá sofrer e tenderá a sofrer mudanças. E> Outros estados, não poderia dizer assim em geral, mas algumas regiões e alguns estados, algumas cidades, alguns ( ), alguns municípios, digamos, éh o sistema seria, poderia ser considerado assim bastante precário. E> Eu voltaria a dizer agora o caso do Pará. L> Apesar de não ser bom, ele é razoável para Marabá. Mas, aos municípios ao redores de Marabá, ou nos municípios ao ao redor de Marabá, municípios que compõem a quarta divisão de educação do Pará, o sistema é bastante precário, tendo em vista a falta de qualificação de professores, a falta de prédios escolares, falta de equipamento, enfim. e condições de comunicação, distâncias enormes, mas é uma situação que está dia a dia se transformando, tendo em vista o problema justamente da da da da integração por rodovias transamazônica e os proce os projetos que o governo federal está implantando na área da Amazônia, principalmente a Sudam, projetos, inclusive, inclusive de desenvolvimento de comunidade, né, e outros projetos de infraestrutura. Então, a a fisionomia, a paisagem éh geográfica muda, a paisagem social muda, a paisagem econômica muda e a paisagem educacional vai ter que mudar. Estamos tentando mudar, né. A> melhorar, digamos, técnicas de ensino, éh atualizando professores, realizando cursos, junto, é claro, é óbvio, com a esfera estadual. apenas, assim, complementando no que pode a esse estadual e a esfera municipal, né, com o pessoal que nós mandamos para lá. E> <É em nível, (risos) é em nível de Brasil colônia, né> De Brasil, quando o José de Anchieta devia para o prior da ordem, né, em mil quinhentos e cinquenta e quatro, quando ele ele dava aulas aqui no colégio de São Paulo, que ele dizia assim, é preferível sofrer os rigores aqui do inverno fora da escola do que a fumaça e o desconforto de dentro da escola. Então, escolas de pau-a-pique, escolas sem paredes, escolas éh só com folhas de babaçu cobrindo, com os com os paus fincados com as redes para dormir, o o casal de professores ou ou a professora, a ausência de carteiras, a ausência de sanitários. E> Nessa área, digamos, mais assim... interior do Pará, distante da capital, no caso, distante do litoral, principalmente, ou de Belém, no caso, da da Bahia, lá de de Guará. E e> dessas falhas no ensino de primeiro e segundo grau, eu já não poderia dizer, porque estou um pouco afastado. É> Eu vou dizer do terceiro grau, quer dizer, no ca no caso do ensino superior. Do modo com que os alunos recebem, ou a maneira que eles recebem, as falhas que eles notam ou apontam, por assim dizer, É então eu vou dizer do que os alunos comentam da minha dos meus cursos, por exemplo. Ou Você dá um um um você realiza um curso semestral, ou realiza, digamos, dois, doze meses de curso, dá uma verificação, uma prova. Então, quando você exige ou pede, solicita que essa pro ãh ãh que que para a prova seja lido, seja, seja, digamos, analisado tais capítulos, tais livros, ta tais assuntos, Então, os alunos reclamam. Dizem que é muito, que não tem tempo, eles trabalham, principalmente porque douraram nos cursos noturnos. Então, eles eles dão assim um certo alarma, fazem um certo alarde e dão um alarma de que é muito, né? éh éh é muito É muito material para ser consultado, para ser lido, para ser analisado. E que eles dispõe de pouco tem> Quanto ao modo que esse conteúdo é dado, quanto às técnicas que eu que eu uso, no caso, na minha metodologia, né, éh de um modo geral, eles não recla> Não sei se é porque eu uso técnicas variadas, faço resumos, faço leituras, ãh ãh aulas expositivas, às vezes trabalho em grupos, discussões, estudos dirigidos. E> <Às vezes, eles reclamam da da sim do rigor com que a gente cumpre. ou que a gente obs ãh ãh cumpre e e observa a frequência de alunos, isto é, chamada de aluno. ( ) Normalmente se faz chamada no começo da aula, né? E> SPEAKER 2: É, aí eu já poderia dizer assim que os meus alunos lá parece que reclamam muito nesse aspecto, né? E> Eu coloquei duas horas, aliás, três horas para orientação em trabalhos escritos, trabalhos de curso, e coloquei uma hora em orientação a problemas de ordem pessoal. Quer dizer, estou dando aí uma de psicólogo, de orientador, né? Eu acho importante isso. No ano passado, eu tive experiências magistrais nesse nesse aspecto, sabe? Eu tive alunos que vieram aqui com problemas dramáticos, não de personalidade, é claro, somente, mas problemas de ordem, diga digamos, decente, de alunos do cu> Alunas, por exemplo, que ingressaram... Uma aluna que ingressou no passado na faculdade, pelo famoso classificatório unificado do ( ), né? Cruzinha, né? Questão objetiva, e a menina realmente, a moça era, realmente assim, digamos, semianalfabeta. E> E ela... Ela teve, assim, uma espécie de choque, dramas, e veio, assim dizer, trazer para mim esses problemas. E> ( ) primeiro. O aluno que não para o tempo todo de bater papo com o colega. Isso isso é um drama para o professor. Aliás, para qualquer qualquer indivíduo que esteja numa situação, de digamos, de de de líder de um grupo, é claro, ou seja, um trabalho, ou seja, uma palestra, seja uma conferência, uma aula, até o próprio artista, né? Quando está executando E eu já também sofri na pele isso, né. Quer dizer, até o indivíduo que está lá executando, se for um executante, um pianista, no caso, né, está executando e alguém no auditório está cochichando, chega tarde, né. A> <ão, o que então prefe o né o que distancia o aluno do professor? Porque ele se distancia também, o professor tendo em vista essas casas, seria a chegada tarde, né, sempre, às vezes não só por por necessidade, mas às vezes por uma certa assim desleixo do aluno, uma certa abuso, uma certa falta de responsabilidade do aluno. Esses esses bate-papos durante a aula, digamos, durante os trabalhos, bate-papos constantes, eu digo, porque bate-papos eu permito e acho até importante, porque éh éh às vezes é assunto pertinente, é é discussão de momento que deve ser analisada, ou um problema, é uma dúvida que deve ser, com o vizinho, com o colega, a ser comentado. Mas é eu tenho alunos, quando eu tive alunos, que no final do semestre eu tive que soltar lá um desabafo, porque durante o curso todo permaneceram cacarejando, como eu disse. ( ) cacarejando o tempo todo no fundo da sala. Agora, eu simplesmente ignoro esses alunos durante o meu trabalho, porque se eu vo> Toda vez que o aluno estiver conversando paralelo ou toda a vida que ele estiver batendo papo durante o curso, eu tiver que interromper a aula, chamar atenção, pedir isto ou aquilo ou que se retire ou que pare de conversar, isso seria prejudicar o próprio trabalho. simplesmente faça-se dono de administrador, o aproveitando esse grupinho informal que surge na classe, como uma das forças para o meu próprio trabalho. Isto é, os outros percebem que eu não estou até sendo incomodado, os outros alunos, e o trabalho se desenvolve quase que normalmente. Mas isso distancia o aluno-professor. tendo em vista o comportamento do aluno. Pensou que agora o professor também se distancia do aluno e vice-versa, tendo em vista o comportamento do professor. O> <( ). Bom. Outra coisa que distancia também o aluno do professor é, se ele, digamos, não é frequente, se ele não é assíduo, né, se ele deixa de cumprir os trabalhos, se ele se ele vive sempre com desculpas de não poder preparar o o solicitado, o o fichame> uma leitura, um seminário, etecetera etce> SPEAKER 1: Aí as causas são do professor. Muitas vezes, né? Porque as causas não são só do aluno, né> A recíproca também é válida, né? É Há alunos que se distanciam do professor por causas pertinentes ou inerentes ao professor, do professor. O> Outras vezes, o distanciamento éh tem como causa o próprio comportamento do aluno, atitudes, etecetera, etece> SPEAKER 1: Educação, para mim, é um ato de fé, de entusiasmo e de coragem. Não é sacerdócio, foi considerado, hoje não é mais. Éh aliás, no Amapá tinha-se uma um xisto, muito de to to o uma uma uma frase, ou então, um slogan, por assim dizer, um uma consideração muito muito xistosa, como a gente diz aí, né, sobre o ensi> Lá eles diziam assim, bem, magistério primário é um sacerdócio, porque, naturalmente, ganha pouco, muita dedicação, etecetera, né Magistério secundário é um negó> já ganha mais, etecetera, etecetera. E magistrado, o superior é o ócio (risos). SPEAKER 1: Mas, o que você me perguntou mesmo (risos)? O que mais aproxima um aluno de um professor? SPEAKER 2: Então, justamente, é a espontaneidade, como eu disse, né? Então, é E também, claro, o professor conhecendo um pouco de psicologia, Ele sabe quando o aluno, digamos, é sincero, é espontâneo, até um certo ponto, autêntico. Então o aluno, inclusive, deve, quando for o caso, se tiver dificuldades, se não estiver gostando da disciplina, do curso, se não puder fichar um um trabalho, se não puder preparar um seminário, se não puder, inclusive, comprar o livro, né, os livros indicados, ou não puder ter tempo nem de ir à biblioteca a ler os livros indicados, ele deveria chegar ao professor, chegar a explicar, falar, ou particularmente, é claro, ou assim, em termos, de classe, pois isso é tão tão comum acontecer isso hoje em dia, né? Dificuldades de várias ordens éh éh prejudicam, às vezes, o trabalho do aluno, a participação do alu> Uma cidade como São Paulo, por exemplo, você também não vai poder ser tão inflexível na entrada de alunos às sete e meia, que é o horário de inicial. Um congestio um congestionamento, um dia de chuva, você tem que tolerar a entrada à tarde, né? Então aí você pode e deve fazer a chamada mais tarde, inclusive. Bom en> que na universidade, apesar de ninguém estar pretendendo educar ninguém, no sentido de de escola de primeiro e segundo grau, os os objetivos da escola de primeiro e segundo grau, é também educação. Porque a> Então, a educação, esse relacionamento, assim, professor-aluno, é muito importante, e o distanciamento compromete todo o trabalho do aluno e do professor. E> Ele é válido a até o ponto que você não abuse desse trabalho em grupo para que o aluno não fique, assim, às vezes, numa dependência de discussões, de de de de de Como a gente diz quando o indivíduo precisa amuletas, né? ( ) quando o indivíduo assim sempre espera que alguém inicie o trabalho, dê as primeiras ideias, dê orientação, ele pode, inclusive, ficar muito dependente nessa situação do trabalho em grupo, se for constante, se for permanente, e ele não tem até, às vezes, pode perder a iniciativa pessoal, pode ter até confiança, a pode perder até a autoconfiança. Eu gosto muito de trabalhar em grupo, muito embora eu prefira, nos meus (risos) trabalhos, trabalhar sozinho, né, trabalhar comigo mesmo. Agora, acontece quando eu trabalho sozinho, preparo, por exemplo, um projeto, um monto um um anteprojeto, monto, enfim, trabalho qualquer, né, para ser desenvolvido. Sempre me fica a dúvidas. Será que é realmente válido? Será que está bem feito? Aí, então, eu vou consultar outros colegas, outros profissionais, para que eles opinem. Mas eu tenho em vista... talvez tipo de personalidade, tipo de formação, eu realmente prefiro trabalhar mais sozinho. Agora, também trabalho muito bem em grupos. Agora, é necessário, na universidade, na escola, seja de qualquer grau, o trabalho em grupos, o trabalho em equipes e também uma dose, é claro, de trabalho individual, de trabalho pessoal. SPEAKER 1: Escuta, (tosse) como é que você acha que um aluno recebe um professor em ( ) no ensino de aula? SPEAKER 2: Depende da do do nível de de escola em que se ( ) Nível universitário? Aí depende também do aluno (risos). Há alunos que gostam do professor enérgico, do professor sério, do professor que não, não assim... Conte detalhes pessoais, às vezes, da vida particular, da vida profissional. Ãh Enfim, um professor que é geralmente sério, não é enérgico, porque enérgico eu acho que todos nós somos. Ou deveremos ser ou deveríamos ser, é lógico no sentido de cumprir as determinações de ordem interna, de ordem externa até, enfim. É> <É de de seguir e cumprir os regulamentos, né? Éh e> Mas eu diria, então, um professor professor que é, digamos, mais sério no no no no desenvolvimento do seu curso, um professor que sorri menos, talvez, não é? ( ) Porque energi éh professor enérgico pode ser também aquele sorridente, aquele aquele professor alegre, aquele professor muito camarada, mas ele não deixa de ser enérgico na medida em que ele exige e solicita e e obriga os alunos a cumprirem as o que ele determina. Então, depende do aluno, né? Se o aluno gostar do tipo de professor sério, professor enérgico, ele (risos) recebe bem. Se ele não (risos) gostar do tipo de professor que gosta, que que exige que as coisas sejam cumpridas, ele não gosta desse professor. SPEAKER 1: Escuta, professor ( ), qual a atitude mais normal tomada por um aluno durante uma prova, sendo que ele não estudou a maté> SPEAKER 2: Também depende do aluno, né? Precisaria fazer uma pesquisa psicológica, éh pesquisa em psi> SPEAKER 0: ### SPEAKER 2: Tem que procurar, né? ### Eu poderia dizer assim, bem, ele poderia sair por esta aqui. Se ele não estudou nada e tem uma prova, ele poderia, no caso, poderá lançar mão da cola, né? Poderá pegar o fichário, poderá pegar o livro, poderá consultar o colega, poderá olhar na prova do colega, enfim. Ou poderá jogar com a sorte. Quem sabe se o professor vai dar umas questões ou vai dar um tema em que eu s tenha estudado, o único que eu tenha estudado. Teria uma lançamento da probabilidade estatística, né? Se são dez temas e ele estudou um, e o professor dá um dá aquele que ele tem estudado, ele pode sa éh saísse por essa. Mas o aluno também que não tenha estudado e está numa prova, ele pode chegar ao professor e dizer, por exemplo, eu não estudei O que que eu faço? Será que faz isso? Faz, porque comigo fazem e eu transfiro a prova. faz ele éh transferir a prova, porque, se ele me justificar porquê É claro, né? Porque se ele disser não estudou simplesmente porque não teve vontade, é outra coisa. Mas eu acho que aqui, em em uma universidade, o aluno deve, claro, deve, não O aluno é responsável, né? Ele também é responsável nisso, quer dizer, na medida em que ele faz um curso superior, ele está buscando um aprimoramento intelectual, um aprimoramento profissional, um um está buscando, assim, respostas a certas angústias existenciais, intelectuais, etcetera etc> Então, eu acho que, éh se forçar o aluno a estudar, eu acho que até certo ponto é desnecessário. Na medida em que o aluno não te respeitam, então, o professor não lança a mão de uma nota para prendê-lo, para reprová-lo, não há dúvida. Mas eu acho que há a possibilidade de acontecer tudo. Quando o aluno não estuda e vai fazer uma prova. A> SPEAKER 1: E o professor resolve. Já lançou a possibilidade da cola. Caso você pegasse um aluno colando, o que é que o senhor faria? Qual seria a atitude mais normal? SPEAKER 0: Eu não pego aluno colando. SPEAKER 2: Mas e eu, num num peguei aluno colando, por que me acho ( ) minhas ( ) não são, assim, éh tipos de provas que que eu vá considerar consulta ou não como como como fator decisivo na avaliação do aluno, entende? Quer dizer sei. Então, às vezes, o aluno está em uma escola, mas ele aceita aquilo com uma certa com um certo esforço danado, né Então ele é um drama, é um suplício chinês. Nossas escolas, há muitas delas por aí. ( )> <( ) não em termos de escola, mas algumas disciplinas, alguns professores, certas metodologias que professores usam, certos critérios de avaliação, de correção. Eu poderia ficar falando com você aqui a noite to, a tarde toda, porque certas certos certas heresias pedagógicas, como diz o professor Quirino no artigo dele, Ocorrem por aí, certo? Professores cometem verdadeiros assassinatos. É> <É. Acontece assim. Não é só o médico que pode matar não em uma operação ou matar um cliente. Professores matam alunos, matam espiritualmente, entende? E o que é pior Morrer espiritualmente é pior do que morrer fisicamente, porque fisicamente você morre uma vez só. espiritualmente você pode morrer aos poucos. Então, há há professores que podem destruir o espírito de criatividade numa criança, num adolescente, o espírito, di digamos, de de humanidade, o interesse por certas disciplinas. Então É então, professores de educação musical, que dão dó ré mi fá sol lá si dô, coisa que não se pode, não se deve levar muito em conta. E enfim não desperta> Eu simplesmente tiraria a prova do aluno, ah, tiraria, aliás, não a prova, nunca, jamais, tiraria a cola e talvez aquilo servisse para ele de uma alerta, quer dizer, pelo menos perante aos colegas, seria muito mais até prejudicial ao aluno tirando a a cola do que tirando a prova, rasgando prova, dando zero, tirar da classe, isso isso é, isso é Isso é regime disciplinar ãh de uns dois séculos atrás, quase. ( )> Ou então de cinquenta anos atrás. (risos) ( )> Ou de alguns anos atrás. SPEAKER 1: principais atividades que um administrador de escola tem? SPEAKER 2: É, você poderia pegar a tese de doutoramento do de um professor aqui da (risos) faculdade e e você teria nem uma resposta, nem duas, você teria assim centenas de respostas. Porque o diretor de uma escola de primeiro grau, você quer de segundo grau, de primeiro grau ou de terceiro grau? Um administrador escolar, né? Por lei, por exemplo, no estado de São Paulo, o cargo de diretor de unidade do primeiro grau é um cargo técnico-administrativo. Isto é, ele tem atividades técnicas no campo da orientação pedagógica, na orientação didática, e tem atividades no campo administrativo. Então ele exerce função de orientador pedagógico, orientando os professores, orientando o planejamento didático, orientando a avaliação, orientando, enfim, o processo didático ãh em si mesmo. E também, claro, tem que estar ter uma série de providências, uma série de atividades sobre o funcionamento administrativo da escola. Então, ãh ele providencia ele providencia ãh ãh todo o material burocrático da escola, digamos, ou pelo menos supervisiona, quando ele não tiver secretário e e quando ele não tiver auxiliar, digamos, ele praticamente faz tu> Então prepara os os mapas de movimento, ele prepara folhas de pagamento, ele prepara atestados, ele prepara documentos, ele prepara resumos, ele prepara estatística. Quando ele tem uma assessoria, então essa assessoria faz, por assim dizer, por ele ou ele supervisiona, né, então ele exerce inúmeras funções, né, no campo, na área, digamos, de orientação pedagógica, de supervisão dos trabalhos escolares e uma parte de de funcionamento burocrático da escola. ( )> <é que num estudei, como é que o senhor poderia ou senhor ou qualquer outro professor, avaliar a capacidade, a competência de um aluno? SPEAKER 2: Bom, eu não poderia avaliar, quem avalia são os testes, (risos) né? Quem avalia são as provas, quem avalia são, digamos, as baterias de pés. Capacidade ou habili> lançar nem na própria entrevista, seja da entrevista de profundidade, aquela em que em que é dado ao aluno, digamos, ãh u u uma série de perguntas abertas, em qua em que o aluno tem condições, possibilidades de responder livremente e não assim ãh orientado por um questionário muito fechado, como a gente diz. É a chamada entrevista de profundidade. Ou então, como vocês estão fazendo comi> fazer entrevista com um aluno, né? sobre certos quesitos, sobre certos assuntos, sobre certas áreas de estudo, sobre certos certos conteúdos, e você avalia alguma coisa. Agora, é claro que, além de tudo isso, eu acho que seria importante E, assim, na convivência com o aluno, né? Se ti> Se fosse possível, um professor conviver com o aluno umas horas por semana, além de situação de classe, por exemplo, um bate-papo mais demorado sobre os interesses dele, sobre o tipo de de de de de de de recriação que ele que ele pratica, sobre o tipo de de, digamos, de atividades que ele tem profissional, ãh teatros que frequenta, ãh cursos, enfim, cinema, programas. Enfim, viagens que o fez ou fará. Ãh Tipo, enfim, de diferentes atividades que você pode ter um quadro, assim, geral, ter uma ética, digamos, informativa sobre a capacidade do aluno. Agora, é claro que os testes e as baterias de diferentes testes é que dão mais seguramente tudo isso, né? Toda essa possibilidade de analisar ou avaliar a capaci>