Inquérito SP_DID_192

SPEAKER 1: : Professor Rubens, você poderia nos dizer sobre as divisões dentro do campo de ensino, como são desde o jardim da infância até o grau

SPEAKER 2: : Universitário, primário. Bom, dentro da atual reforma do ensino, éh nós estamos com trê Graus de ensino. ( ) de ensino, né? Então, ( ) no no primeiro grau, nível de segundo grau e nível de terceiro grau. A Até os sete anos, é educação pré-primária, que compreende o jardim de infância, o maternal e o jardim de infância. O o O primeiro grau, dos sete aos quatorze, que é a faixa etária obrigatória, o ensino, e segundo grau, dos quatorze em diante, até os dezoito, na idade normal cronológica, e o terceiro grau, ensino superior, a partir dos oito anos.

SPEAKER 1: : Professor, até que ponto o senhor acha que essa reforma foi favorável para o ensino ou se não foi, por quê?

SPEAKER 2: : Ela foi favorável principalmente em termos da própria estrutura que nós já falamos agora há pouco. Mas ela foi favorável principalmente em termos de reformulação dos objetivos do numa tentativa, porque ainda está em tentativa (tosse) da implantação da reforma, éh de de se conseguir assim o a formação do educando ãh para que ele participe muito mais ãh no processo de desenvolvimento brasileiro, e, inclusive, que ele seja muito mais, muito melhor aproveitado no próprio mercado de trabalho que, atualmente, está sendo solicitado.

SPEAKER 1: : Eu vivo, assim, um pouco na área de ensino dentro do campo universitário. Você poderia dizer para gente como é feita a seleção para o ingresso na faculdade?

SPEAKER 2: : na Faculdade de Educação, onde eu trabalho, em todos os institutos, escolas e faculdades? Bom, atualmente é o exame unificado, né. Éh Éh diga-se de passagem, experiência ainda recente, de uns três anos para cá. E Exame que não é, por assim dizer, eliminatório, mas principalmente classificatório. alunos, às vezes, não obtêm, digamos, a média cinco, tendo em vista a escala de ser éh de um a dez, mas tendo em vista a classificação e possibilidade de de vagas, ele é aproveitado. E Esse exame unificado também tem alguns objetivos principalmente de racionalizar e e e tentar, assim, o aproveitamento máximo da capacidade, digamos, das escolas, das faculdades e dos institutos. Porque, na medida em que você coloca a capacidade máxima da de alunos numa turma, numa sala, com um professor, você não tem desperdício do sistema, dos recursos, digamos, humanos, éh da das instalações, dos equipamentos. Então, a própria reforma universitária, como também a reforma do ensino de primeiro e segundo graus, ela tem um grande objetivo que é éh éh expressado em termos de não-duplicidade de recursos para os mesmos fins. Então, a universidade a a seleção dos alunos também tem ( ) busca esse significado, busca ãh atender esse princípio, né? Inclusive, o ciclo básico, como cursos de um instituto ou de uma escola, serem dados no mesmo local para diferentes éh cursos, digamos, né Uma escola, um instituto, uma faculdade, éh congrega ou ou recebe alunos de diferentes escolas para o mesmo curso ou cursos afin

SPEAKER 1: : Professor, o ensino atual, comparado ao anterior, digamos, de uns dez anos atrás ou mais, o que o senhor a O senhor acha que o nível melhorou, piorou, em relação a alunos? O senhor acha que ele aproveita mais atualmente ou não, em relação de conhecimento?

SPEAKER 2: : É uma pergunta muito aberta, bastante complexa para ser respondida assim, em meia dúzia de palavras, podemos dizer, É, eu pretendo falar um pouquinho mais, vamos ver se eu consigo responder e e consigo coordenar rapidamente a minha resposta. S Se melhorou o nível dos alunos, o que eu acho dessa dessa explosão, por assim dizer, do ensino atual ensino éh em nível E o nível secundário no no antigo ginásio, colégio, etece Né? bem, vamos dizer no ensino de primeiro grau que engloba hoje o primário e o antigo ginásio, né? E vamos também dizer depois do colegial, que é o atual segundo grau, e vamos dizer do universitário que é o atual terceiro grau, não é isto? É, dizer que que o nível caiu, que houve quebra de nível, que houve nivelamento por baixo, etecetera etec É muito assim, digamos, simplista. Primeiro porque é necessário e e e e incontestavelmente inegável que devemos atender à expansão do ensino, seja de primeiro grau, seja de segundo grau, seja de terceiro grau. Porque quanto expandir o primeiro grau, quanto expandir o segundo, quanto expandir o terceiro, é é um problema mais de política, de educação, problema mais de, digamos, de nível de desenvolvimento de um país, de uma região, etece Bom, quanto ao primeiro grau, a lei fixa a faixa etária de sete a quatorze a todos, portanto, aí não há não há o que questionar. E, se compararmos o ensino de primeiro grau, que hoje abrange primário e ginásio, com o antigo primário e o antigo ginásio, o nível desses dois, o nível ou a qualidade desses dois níveis de ensino, no caso, poderíamos dizer que, em termos de instrução de informação éh sistemática, talvez tenha, e é provável que tenha, que tenha, sim, sofrido uma quebra ou uma queda. dessa quantidade de informações no aspecto de instrução. E Não diria o mesmo quanto ao aspecto de formação. A formaçã se destaca, ou então a formação deve ser considerada separada do lado informativo. E Então, quanto ao nível de formação, éh qualidade em termos de formação, eu acho que hoje continua tão bom, melhor do que antigamente. Em termos de quantidade de informação que a escola, por assim dizer, no seu currículo, nos seus programas, previam, E o que hoje prevê, poderíamos dizer que há, sim, uma diminuição, mas o que num corrompe e nem, por assim dizer, éh pode pode seria éh se poderia se poderia fazer um confronto de melhor ou pior nível. Porque formação e o homem como fim em si mesmo sempre foi buscado. Apenas hoje se tenta essa busca mais de perto. E, por assim dizer, deixa-se de lado um pouco da quantidade de informação, que necessariamente não leva à formação. No segundo grau, no meu antigo colégio, Poderíamos dizer quase a mesma coisa, porque também, ainda no segundo grau, a faixa etária da adolescência requer formação. E hoje, também, a informação que é a qualificação para o trabalho, o o preparo para o o o exercício da da da sua autorrealização social e econômica e, inclusive, para o exercício da cidadani No terceiro grau, a quebra já é mais mais acentuada de qualidade. Aí a Aí se poderia dizer que é um pouco até bastante perigosa, porque justamente no terceiro grau, ou no ensino superior, é que deverão sair realmente os especialistas, os técnicos, a a elite cultural, econômica, enfim, elite pensante de um país. Então, hoje nós estamos estamos sofrendo um processo, assim, de quebra de padrões no ensino superior. Nos outros graus, eu acho que não.

SPEAKER 1: : Escuta, como é que é feita a seleção para o magistério?

SPEAKER 2: : Magistério primário, secundá aqui em São Paulo, naturalmente, né? Em termos de Brasil seria muito demorado, mas que eu poderia também tentar para vocês éh explicar como é essa essa seleção, esse recrutamento em termos de Brasil, porque eu conheço vários estados, vários sistemas estaduais, poderia dizer para vocês alguma coisa. Bom, em termos de São Paulo, Para o magistério primário, ainda hoje primário, porque a reforma ainda não não não está não está implantada, né, a estrutura éh éh administrativa, por assim dizer, a estrutura éh éh hierárquica éh do sistema educacional paulista ainda não não está assim modernizada, por assim dizer, não está reforma embora os currículos, os programas assim estejam, e os objetivos estejam caminhando para um alcance quase que total. No ensino primário, o professor primário deve deve realizar um concurso de acesso, um concurso de provas e títulos. Para esse concurso, ele tem que ter o curso normal, colegial, nível de de colégio, né, três anos. Éh, ou, então, hoje de quatro anos, que se formam a partir de setenta já, tem que ter o curso normal de quatros anos. Éh e Esse concurso de acesso, normalmente em São Paulo, ultrapassa, assim, éh de muito longe, ao número de vagas que que é ofertado. Então, há muito mais candidatos, como só é acontecer, para o número de vagas oferecidos. O professor, então, passando nesse concurso, é logo escolhe A sua escola é nomeado o decreto e... e já continua na carreira do quadro magistério. E o quadro do magistério primário de São Paulo, éh e o cargo no quadro do magistério primário de São Paulo, é o cargo de de isolado e de provimento efetivo. Ele não tem carreira assim, né? Não há uma carreira. E ( ) para fazer a carreira no magistério, tem que continuar, outros co fazer outros concursos. Bem, esse para o professor primário. Para o professor secundário, é o mesmo processo. Só que aí diferenciado nas diferentes áreas, digamos, matemática, história, geografia, ciências físicas e biológicas e outras, não é? Que Química, física, educação. Mas aí ele tem que ter o curso de licenciatura, em nível, éh como é, licenciatura plena, não é? ( ) mil duzentas ho ras. O concurso é também é por títulos e por provas. E o processo também. Escolhe a sua escola, vaga onde existiu, onde onde onde existiu éh seja na capital ou no interior. no Magistério Superior, a reforma universitária. está sendo também implantada. ( ) Mas, atualmente, o início se dá com com contratação. O professor secundário normalmente é contratado, o professor do ensino universitário, no caso agora, ele é contratado inicialmente éh na carreira de... no cargo de auxiliar de ensino. Pode ser contratado por tempo parcial, tempo completo, turmo completo ou ãh tempo integral. Então ele é pago em função dos dos turmos que ele que ele trabalha, nesse tempo que ele é contratado. ( ) E naturalmente ele fará, naturalmente não, ele deverá, a partir da reforma universitária, depois de uma experiência na na no ensino superior, deverá fazer os concursos que deverão aparecer, porque ainda não estão sendo feitos. Depois da reforma universitária de setenta, sessenta e oito, né, sessenta e nova e setenta  regulamentada em setenta, no caso, da Universidade de São Paulo, os concursos de acesso não estão sendo realizados ainda, deverão ocorrer e eu espero concorrer nos próximos (risos) no no primeiro deles, porque eu sou auxiliar de ensino e e pretendo ingressar na carreira mesmo. Porque auxiliar de ensino é um contrato, é carreira, vamos dizer assim, mas não é de acesso. ( ) você tem que prestar esse concurso. Então, mediante títulos, mediante formação, e a formação é no mínimo nível de mestrado, E você tendo, então, o esse esse esse pós-graduação em nível de mestrado, você tem condições de prestar prestar esse concurso público de acesso à carreira universitária. E aí, depois, você fará seus trabalhos, né, ou mesmo como auxiliar de ensino e mesmo como como contratado, você pode defender a sua tese pública de doutoramento e você, então, passa a a um outro nível, uma outra categoria. E você, então, será contratado, mesmo em auxiliar de ensino, numa outra categoria, não de simples auxiliar, como na Universidade de São Paulo, eme esse um, mas poderá ser auxiliar de ensino, doutor, né, eme esse três, eme esse quatro, no caso, ganhando, naturalmente, início da formação e do e do concurso de de doutoramento, né, tese de doutoramento. E E, posteriormente, você fará outros trabalhos, escritos, outras pesquisas, defenderá a sua tese e será, então, por concurso, éh tendo acesso à carreira universitária, que hoje, na USP e e em termos também de Brasil, é auxiliar de ensino, professor assistente, professor livre-docente, professor adjunto e professor titular, que é o é o maior maior título e maior degrau da carreira universitária. e todos eles mediante, assim, um trabalho original e e defesa de tese pública, no caso, no mínimo em três deles, quer dizer, primeiro para acesso a doutoramento, depois para livre docência e depois para o último degrau, que é titular. Aqui na Faculdade de Educação nós temos, por ser faculdade nova, apenas dois professores titulares. É o próprio diretor da faculdade, o professor Quirino Ribeiro, e o Dr. Roque Spencer ( ) de Barros, que foi guindado ao cargo de titular, e por concurso público, como eu já disse, o ano passado.

SPEAKER 1: : E esse processo é válido para todo o Brasil ou é s só para São Paulo? Como é que é feita a seleção em outros estados do Brasil?

SPEAKER 2: : Bom, como eu já disse, eu poderia dizer de alguns outros sistemas estaduais de ensino sobre o recrutamento de professores, seleção, recrutamento, e nomeação, enfim, carreira do do do quadro no ministério primário, secundário, no caso, primeiro grau, segundo grau e terceiro grau. O terceiro grau, em termos de Brasil, é semelhante à USP porque a USP se enquadrou na reforma universitária, que é é de âmbito nacional. Apesar de a USP ser uma instituição, uma uma uma universidade autônoma e e mantida pelo governo estadual ãh e ter algumas, digamos assim, alguns algum funcionamento especial, algumas normas especiais, alguns critérios especiais, por ela ser justamente autônoma e por ser a primeira (risos) faculdade, digamos, a universidade criada no Brasil ou instalada, né e quatro, em mil novecentos e trinta e quatro, ela goza e continua gozando de de alguma, de alguns, não digo privilégios, não seria o caso, mas gozando de algumas, de algum funcionamento diferente de outras u universidades, no caso, principalmente as federais. Mas, de um certo modo, poderíamos dizer que o acesso ao nível os éh da carreira universitária é idêntica em termos de Brasil, conforme disse pela US No ensino de primeiro grau, alguns estados, ou no ensino primário, alguns estados acompanham São Paulo, através de concursos públicos, de títulos e provas, exigências de de curso normal, no caso do primário, e no ensino secundário, licenciatura. É Éh alguns estados, tendo em vista o seu avanço ãh avanço econômico éh, promovem esses concursos éh éh da mesma forma que São Paulo. Agora, alguns outros estados, e então diria, em outros e territórios, no caso, sistemas de ensino dos territórios, o acesso já é já é bem diferente. Éh Por exemplo, o estado do Pará, onde está instalado o campus avançado da USP e onde eu atuo junto à área de educação. Ãh Poderíamos dizer assim, éh normalmente o professor Tem pouca possibilidade de de ser oferecido a ele um concurso público para que ele se inscreva, participe, consiga, digamos, acesso à carreira, ou então ao cargo, ou ou à função. E Ele normalmente é contratado. em termos ou cê ele tê, ou contrato especial, ou contrato que a própria legislação prevê, e é muito difícil surgirem, acontecerem concursos, né? Há muita demora. Éh s Seja no ensino primário, seja no antigo ensino ginasial, no ensino de segundo grau e primeiro e segundo graus. Éh Tenho em vista principalmente porque a oferta de profissionais é muito precária. O número de professores é muito limitado. Então, abrir concurso, digamos, para Belém do Pará, éh isso acontece em Belém. Pode acontecer mais à miude do que para o estado todo, né? E Mas éh há fal há falta de profissionais, há falta de professores, né, no caso? S Seja no ensino primário, seja no ensino antigo, ensino primário e no ensino secundário. Então, os concursos são mais demorados e o processo de que se lança a mão mais comumente é o contrato, não é isso? Então, o professor normalmente é contratado e os concursos são muito mais espaçados espaçados do que no caso de São Paulo e outros estados. E mesmo porque a explosão e a expansão do ensino em alguns outros estados seja bem menor do que o próprio estado de São Paulo. Então há a necessidade de você promover concursos, digamos, de dois em dois anos, a própria legislação prevê em São Paulo concursos de acesso no ensino secundário ou primário, de dois em dois anos e três em três anos, como é o caso de diretor de escola primária, de diretor de escola secundária, ou então, na medida que surgir necessidade por ampliação dos cargos e da expansão do sistema.

SPEAKER 1: : Escuta, professor ( ) (tosse), que condições se precisaria a ter um aluno pela pres, ou precisa ter um aluno, pelo prestar vestibular?

SPEAKER 2: : Bom, condições legais, condições de idade mínima, e condição de ter frequentado o curso de segundo grau atualmente, tendo o tendo o seu diploma, né? O Ou do segundo grau hoje, ou dos antigos cursos éh técnicos, agrícola, comercial, industrial ou e cursos secundários, no caso, colegial clássico e colegial científico. E E o curso normal, no caso. (tosse) Condições... Outras condições... não não me parece que existam, além dessas. A A não ser outros aspec aspectos que são o caso, que seria o caso da exigência de atestado de sanidade física, aliás, de exame... Como é que vocês falam? O que vocês pedem para fazer? ( ) tanta coisa que É isso, é chapa de pulmões, é né ab abreu abreu abreugra abreugrafia abreugrafia, ãh testado médico, e, bom, além das outras exigências, né, sanidade física, certidão de nascimento, currículo, né, folha dezoito e dezenove, ficha dezoito e dezenove, modelo dezoito e dezenove, éh cer certi ( ) as condições legais, porque, em outras condições, eu diria que deveria, para o ensino superior, sofrer um processo mais refinado de de seleção, até no caso de orientação, de de testes pré-vocacionais ou vocacionais, um sistema mais burilado, que permitisse o melhor aproveitamento do aluno, o melhor, digamos, funcionamento do sistema, em termos não só de funcionamento interno de uma escola, de uma faculdade, de de um instituto, enfim, mas éh o próprio produto lançado depois do curso, que seria o aluno profissional, né, em termos de melhor rentabilidade desse profissional, de melhoria de produtividade, etecetera.

SPEAKER 1: : etecetera. Em relação ao nível de ensino, com respeito do resto do Brasil, tirando São Paulo, o que é que o senhor teria para nos contar? Comparando o nível a São Paulo.

SPEAKER 2: : É, uma comparação é é arriscada, por assim dizer, ou até contraindicada, porque no espírito da reforma do primeiro e segundo graus, vocês que fazem estrutura e funcionamento do ensino, fazem faculdade, fazem curso, Você sabe que ela prevê, assim, a escola, o sistema, digamos, estar adequado às peculiaridades locais e condições regionais, etecetera, etecetera. Então, é óbvio que não podemos e não poderíamos, e nem nem poderemos, comparar São Paulo, tendo em vista o seu desenvolvimento socioeconômico, com, por exemplo, o estado do Piauí, em desenvolvimento socioeconômico. Comparar podemos, não podemos, digamos, tentar assim, éh éh comparar agora o seu sistema educacional em termos de São Paulo. ( ) No caso, o sistema educacional do Piauí com o São Paulo, ou do Maranhão, diríamos, ou do território de Roraima, ou do território de de Rondônia. Já não diria o território do Amapá, porque o território do Amapá, e eu conheço bem o sistema educacional do A do Amapá, principalmente da capital, é um sistema muito bem bem conduzido e cuja melhoria, dia a dia, ela se manifesta, porque a capacitação de professores, qualificação, recursos federais, então, dão ao sistema condições de um funcionamento até bastante satisfatório. Bem, e tendo em vista a condição, digamos, de um Estado, a condição socioeconômica. Para outro estado, é óbvio que o sistema educacional será diferente. E Mas eu não poderia comparar, em termos qualitativos, o sistema educacional de São Paulo ou de do Piauí, justamente por isso. que, para lá, pode ser que ainda ele seja, digamos, eficiente e eficaz. ( ) Ele tenha eficiência no seu funcionamento, digamos, interno. e tem eficácia no produto que ele lança ao próprio meio ou à própria situação econômico social do Piauí, por enquanto, né? Naturalmente deverá sofrer e tenderá a sofrer mudanças. E Então, alguns estados têm um sistema mais ou menos adequado, um sistema, digamos, ãh razoável e bom para o seu estado, tendo em vista as diferenças, como no caso de São Paulo, diferenças de de nível sócio-eco Outros estados, não poderia dizer assim em geral, mas algumas regiões e alguns estados, algumas cidades, alguns ( ), alguns municípios, digamos, éh o sistema seria, poderia ser considerado assim bastante precário. E Eu voltaria a dizer agora o caso do Pará. L Lá em Marabá, ou em Marabá, na cidade de Marabá, município de Marabá, o siste Apesar de não ser bom, ele é razoável para Marabá. Mas, aos municípios ao redores de Marabá, ou nos municípios ao ao redor de Marabá, municípios que compõem a quarta divisão de educação do Pará, o sistema é bastante precário, tendo em vista a falta de qualificação de professores, a falta de prédios escolares, falta de equipamento, enfim. e condições de comunicação, distâncias enormes, mas é uma situação que está dia a dia se transformando, tendo em vista o problema justamente da da da da integração por rodovias transamazônica e os proce os projetos que o governo federal está implantando na área da Amazônia, principalmente a Sudam, projetos, inclusive, inclusive de desenvolvimento de comunidade, né, e outros projetos de infraestrutura. Então, a a fisionomia, a paisagem éh geográfica muda, a paisagem social muda, a paisagem econômica muda e a paisagem educacional vai ter que mudar. Estamos tentando mudar, né. A A própria faculdade de educação, na área de educação, que atua junto ao campus de Marabá, está tentando lá fazer alguma coisa, tentan melhorar, digamos, técnicas de ensino, éh atualizando professores, realizando cursos, junto, é claro, é óbvio, com a esfera estadual. apenas, assim, complementando no que pode a esse estadual e a esfera municipal, né, com o pessoal que nós mandamos para lá. E Então, em algumas, alguns municípios do Pará, por exemplo, a situação é, assim, dramática. (risos) É É em nível, (risos) é em nível de Brasil colônia, né De Brasil, quando o José de Anchieta devia para o prior da ordem, né, em mil quinhentos e cinquenta e quatro, quando ele ele dava aulas aqui no colégio de São Paulo, que ele dizia assim, é preferível sofrer os rigores aqui do inverno fora da escola do que a fumaça e o desconforto de dentro da escola. Então, escolas de pau-a-pique, escolas sem paredes, escolas éh só com folhas de babaçu cobrindo, com os com os paus fincados com as redes para dormir, o o casal de professores ou ou a professora, a ausência de carteiras, a ausência de sanitários. E Então, isso é comum. E Nessa área, digamos, mais assim... interior do Pará, distante da capital, no caso, distante do litoral, principalmente, ou de Belém, no caso, da da Bahia, lá de de Guará. E e E há o que e há o que fazer, mas o que fazer é de tudo, ( ) em tudo, desde formar professores, qualificar professores, construir escolas, e enfim. Mas isso é um processo que está se desenvolvendo e eu acho que logo mais teremos uma melhoria.

SPEAKER 1: : O que o senhor considera mais ( ) no nosso campo de ensino atual?

SPEAKER 2: : Mais ( ) no nosso campo de ensino atual? O ensino em geral, no caso... e ### Agora, dizer, dize dessas falhas no ensino de primeiro e segundo grau, eu já não poderia dizer, porque estou um pouco afastado. É Eu vou dizer do terceiro grau, quer dizer, no ca no caso do ensino superior. Do modo com que os alunos recebem, ou a maneira que eles recebem, as falhas que eles notam ou apontam, por assim dizer, É então eu vou dizer do que os alunos comentam da minha dos meus cursos, por exemplo. Ou Isso aí não é um comentário pessoal porque eu não teria condições de comentar nem de modo geral porque não não tenho vivência em todos os institutos, escolas e faculdades e nem com uma clientela muito muito grande. É uma clientela restrita, isto é, cento e vinte alunos por semestre, cento e trinta, cento e de dez, cem, não é isso? E nas De minhas aulas. Bom, os alunos, de modo geral, reclamam, primeiro, ãh de uma certa sobrecarga de conteúdo que a gente dá. Isso eles reclamam mesmo, né? É Você dá um um um você realiza um curso semestral, ou realiza, digamos, dois, doze meses de curso, dá uma verificação, uma prova. Então, quando você exige ou pede, solicita que essa pro ãh ãh que que para a prova seja lido, seja, seja, digamos, analisado tais capítulos, tais livros, ta tais assuntos, Então, os alunos reclamam. Dizem que é muito, que não tem tempo, eles trabalham, principalmente porque douraram nos cursos noturnos. Então, eles eles dão assim um certo alarma, fazem um certo alarde e dão um alarma de que é muito, né? éh éh é muito É muito material para ser consultado, para ser lido, para ser analisado. E que eles dispõe de pouco tem Quanto ao modo que esse conteúdo é dado, quanto às técnicas que eu que eu uso, no caso, na minha metodologia, né, éh de um modo geral, eles não recla Não sei se é porque eu uso técnicas variadas, faço resumos, faço leituras, ãh ãh aulas expositivas, às vezes trabalho em grupos, discussões, estudos dirigidos. E Então, éh os alunos nesse aspecto ( ) não reclamam demais, não. Até quase nem reclamam. A Às vezes, eles reclamam da da sim do rigor com que a gente cumpre. ou que a gente obs ãh ãh cumpre e e observa a frequência de alunos, isto é, chamada de aluno. ( ) Normalmente se faz chamada no começo da aula, né? E E então os alunos que chegam tarde gostariam de que a chamada fosse no final da aula. E Então (risos), porque ele chega muito tarde, né? (risos) Então gostariam que a gente fizesse a chamada no final da aula, coisa que é um pouco impossível até, ou então contraindicado. E foge, inclusive, escapa as normas e aos regulamentos. E E então, eles reclamam também dessa chamada, digamos, não digo no início da aula, mas depois dos quinze minutos da aula. E E, no mais, eu acho que não reclamo de de mais nada. Comigo, não.

SPEAKER 1: : O senhor acha importante o relacionamento professor e aluno? O que o senhor acha que seria proveitoso para o aluno esse relacionamen

SPEAKER 2: : É, aí eu já poderia dizer assim que os meus alunos lá parece que reclamam muito nesse aspecto, né? E Eu não citei esse relacionamento com falhas do ensino porque não poderia considerar isso como falha no ensino. ( ) Num reclamo de um aluno em relação ao ao problema de de relação aluno-professor talvez pudesse, devesse não ser considerado como falha do ensino. Todavia, os alunos comigo, eles eles exultam do meu tipo de relacionamento com eles. Portanto, cada um tem o seu estilo. Mas eu me relaciono muito bem com os alunos, me envolvo, inclusive, em alguns problemas pessoais dos alunos, sou muito procurado por eles e procuro e e devo até procurar esse esse bom relacionamento, esse relacionamento harmônico. Porque, inclusive, a escola superior, o ensino superior, a universidade, apesar dela ser hoje uma multiversidade, uma uma universidade moderna, porque é, está num tempo contemporâneo, numa época contemporânea, os objetivos da universidade ainda deveriam continuar a ser os objetivos da universidade da Idade Média, onde o mestre acompanhava o discípulo até bem longe da vida da vida pessoal do aluno. E Era um condutor, ( ) era, assim, um aconselhador, era, assim, um um um guia espiritual do aluno até a idade, digamos, adulta, até o indivíduo ter total independência intelectual, pessoal, econômica, enfim, a fase de independência adulta. Hoje, tendo em vista a massificação, é claro que nem todos os professores e nem todos os alunos têm condições de se relacionarem mais de perto com os professores. E, na maioria dos casos, é o que ocorre é o relacionamento aluno-professor em situação de sala de aula, porque o professor com cento e vinte alunos, cento e trinta alunos, com duas, três turmas para lecionar, é óbvio que não tem condições de de de estar com um contato mais éh permanente com esses alunos, uma orientação mais direta, digamos. Todavia, todos os professores orientam os alunos nos trabalhos de de curso, E quando podem, eu creio que eles também dão orientação até, digamos, éh éh psicológica para os alunos. Eu tenho feito, em parte, trabalho desse tipo, até que eu respondi um questionário hoje para para a reito para a Universidade de São Paulo, em que eu coloco lá horas, atividades éh de orientação de alunos, horas semanais em que eu me dedi Eu coloquei duas horas, aliás, três horas para orientação em trabalhos escritos, trabalhos de curso, e coloquei uma hora em orientação a problemas de ordem pessoal. Quer dizer, estou dando aí uma de psicólogo, de orientador, né? Eu acho importante isso. No ano passado, eu tive experiências magistrais nesse nesse aspecto, sabe? Eu tive alunos que vieram aqui com problemas dramáticos, não de personalidade, é claro, somente, mas problemas de ordem, diga digamos, decente, de alunos do cu Alunas, por exemplo, que ingressaram... Uma aluna que ingressou no passado na faculdade, pelo famoso classificatório unificado do ( ), né? Cruzinha, né? Questão objetiva, e a menina realmente, a moça era, realmente assim, digamos, semianalfabeta. E E ela... Ela teve, assim, uma espécie de choque, dramas, e veio, assim dizer, trazer para mim esses problemas. E Eu tentei contornar, na medida das minhas condições, habilidades, o problema. A A aluna acabou abandonando o curso, como tinha que acontecer, deveria acontecer. Está Está fazendo enfermagem, né? E está indo muito bem. A Aliás, o caso seria até digno de ser de ser comentado, porque a moça me contou toda a história, por assim dizer, o passado o passado escolar dela e pessoal. E como pessoa humana, era uma menina que merece, assim, e é digna de todo o respeito humano, de toda admiração. Uma menina que fez, que aprendeu a ler sozinha, no interior de Goiás. Fez o curso de ( ) lá também em Goiás, parcelado, e depois veio para São Paulo e fez o curso técnico em contabilidade numa escola de comércio, minto, num comércio de escola. Porque essas escolas de (risos) comércio, na maioria dos casos, são comércios de escola, né? E passou a conseguir, depois de uns quatro anos, cinco, de de de de dramas e de de e de problemas, conseguir sair dessa escola com o curso técnico, dando o direito, como nós dissemos aí, o direito legal de se matricular, de se ( ) candidatar a um curso superior. Se candidatou na USP, mas aqui, claro, ela sofreu barreiras e teria que sofrer. Mas a menina, então, por tudo isso, como eu já disse, é digna de todos os louvores, de todos os méritos e de respeito humano, porque ela conseguiu, por muito esforço pessoal, atingir pelo menos um grau de instrução razoável, mas ela não tinha e não teria condições de continuar o curso aqui na faculdade.

SPEAKER 1: : Você poderia dizer para gente éh o que mais distancia o aluno do professor?

SPEAKER 2: : Eu poderia dizer o seguinte, o que mais distancia o professor do aluno (risos) (risos) não, mas vamos responder a sua pergunta. O que mais distancia o aluno do professor, né? E E eu, claro, sempre vou colocar em uma análise de própria, pessoal. Bom, o que mais distancia? O aluno de um professor em classe, porque depois de situação de classe, fora de situação de classe, eu acho que não deve haver não deve haver comparações, é, dentro da classe. Distanci ( ) primeiro. O aluno que não para o tempo todo de bater papo com o colega. Isso isso é um drama para o professor. Aliás, para qualquer qualquer indivíduo que esteja numa situação, de digamos, de de de líder de um grupo, é claro, ou seja, um trabalho, ou seja, uma palestra, seja uma conferência, uma aula, até o próprio artista, né? Quando está executando E eu já também sofri na pele isso, né. Quer dizer, até o indivíduo que está lá executando, se for um executante, um pianista, no caso, né, está executando e alguém no auditório está cochichando, chega tarde, né. A Aliás, nos teatros é pe é proibido a entrada após o espetáculo, né, nesses casos assim Em recitais, é claro, de de mais categoria, de mais, digamos, seriedade. como no Planetário, por exemplo, fecha-se suas portas e ninguém entra após o início da sessão. Ent ão, o que então prefe o né o que distancia o aluno do professor? Porque ele se distancia também, o professor tendo em vista essas casas, seria a chegada tarde, né, sempre, às vezes não só por por necessidade, mas às vezes por uma certa assim desleixo do aluno, uma certa abuso, uma certa falta de responsabilidade do aluno. Esses esses bate-papos durante a aula, digamos, durante os trabalhos, bate-papos constantes, eu digo, porque bate-papos eu permito e acho até importante, porque éh éh às vezes é assunto pertinente, é é discussão de momento que deve ser analisada, ou um problema, é uma dúvida que deve ser, com o vizinho, com o colega, a ser comentado. Mas é eu tenho alunos, quando eu tive alunos, que no final do semestre eu tive que soltar lá um desabafo, porque durante o curso todo permaneceram cacarejando, como eu disse. ( ) cacarejando o tempo todo no fundo da sala. Agora, eu simplesmente ignoro esses alunos durante o meu trabalho, porque se eu vo Toda vez que o aluno estiver conversando paralelo ou toda a vida que ele estiver batendo papo durante o curso, eu tiver que interromper a aula, chamar atenção, pedir isto ou aquilo ou que se retire ou que pare de conversar, isso seria prejudicar o próprio trabalho. simplesmente faça-se dono de administrador, o aproveitando esse grupinho informal que surge na classe, como uma das forças para o meu próprio trabalho. Isto é, os outros percebem que eu não estou até sendo incomodado, os outros alunos, e o trabalho se desenvolve quase que normalmente. Mas isso distancia o aluno-professor. tendo em vista o comportamento do aluno. Pensou que agora o professor também se distancia do aluno e vice-versa, tendo em vista o comportamento do professor. O ( ). Bom. Outra coisa que distancia também o aluno do professor é, se ele, digamos, não é frequente, se ele não é assíduo, né, se ele deixa de cumprir os trabalhos, se ele se ele vive sempre com desculpas de não poder preparar o o solicitado, o o fichame uma leitura, um seminário, etecetera etce

SPEAKER 1: : tera. E o professor, com o tempo, começa, assim, a, a digamos, a a a distanciar-se do próprio aluno e vice-versa, claro.

SPEAKER 2: : Agora, o professor também, com certas atitudes, certas exigências, ele também, então, se distancia do aluno. A Aí as causas são do professor. Muitas vezes, né? Porque as causas não são só do aluno, né A recíproca também é válida, né? É Há alunos que se distanciam do professor por causas pertinentes ou inerentes ao professor, do professor. O Outras vezes, o distanciamento éh tem como causa o próprio comportamento do aluno, atitudes, etecetera, etece

SPEAKER 1: : tera. E o que mais aproxima o aluno do professor?

SPEAKER 2: : Bom, o que mais aproxima é a espontaneidade, sabe? Quer dizer, todo professor tem uma dose de psicólogo, ou deve ter Aliás, todo educador deve ter três condições, para mim, básicas, antes de de serem consideradas aqui as condições de de competência profissional. Ãh a Educação, para mim, é um ato de fé, de entusiasmo e de coragem. Não é sacerdócio, foi considerado, hoje não é mais. Éh aliás, no Amapá tinha-se uma um xisto, muito de to to o uma uma uma frase, ou então, um slogan, por assim dizer, um uma consideração muito muito xistosa, como a gente diz aí, né, sobre o ensi Lá eles diziam assim, bem, magistério primário é um sacerdócio, porque, naturalmente, ganha pouco, muita dedicação, etecetera, né Magistério secundário é um negó já ganha mais, etecetera, etecetera. E magistrado, o superior é o ócio (risos).

SPEAKER 1: : Mas, o que você me perguntou mesmo (risos)? O que mais aproxima um aluno de um professor?

SPEAKER 2: : Então, justamente, é a espontaneidade, como eu disse, né? Então, é E também, claro, o professor conhecendo um pouco de psicologia, Ele sabe quando o aluno, digamos, é sincero, é espontâneo, até um certo ponto, autêntico. Então o aluno, inclusive, deve, quando for o caso, se tiver dificuldades, se não estiver gostando da disciplina, do curso, se não puder fichar um um trabalho, se não puder preparar um seminário, se não puder, inclusive, comprar o livro, né, os livros indicados, ou não puder ter tempo nem de ir à biblioteca a ler os livros indicados, ele deveria chegar ao professor, chegar a explicar, falar, ou particularmente, é claro, ou assim, em termos, de classe, pois isso é tão tão comum acontecer isso hoje em dia, né? Dificuldades de várias ordens éh éh prejudicam, às vezes, o trabalho do aluno, a participação do alu Uma cidade como São Paulo, por exemplo, você também não vai poder ser tão inflexível na entrada de alunos às sete e meia, que é o horário de inicial. Um congestio um congestionamento, um dia de chuva, você tem que tolerar a entrada à tarde, né? Então aí você pode e deve fazer a chamada mais tarde, inclusive. Bom en tão, o o o que mais o professor aprecia no aluno é justamente essa essa essa essa atitude, essa conduta, assim, autêntica, uma certa honestidade. em relação a certos problemas, a certas situações de classe e e de relacionamento. Deve chegar a conversar com o professor, dizer que está sentindo dificuldade, que não está compreendendo, que não está gostando da matéria, que não está gostando do professor, não está gostando do tom de voz do professor, como no meu caso, meu tom de voz é um é um drama. Ainda mais no gravador, daqui a pouco vocês vão ver isso. Bom, então isso Deve ser deve ser discutido, deve ser falado, deve ser analisado, porque Como eu disse, educação é um ato de coragem, até, e de fé e de entusiasmo, né? Então a que na universidade, apesar de ninguém estar pretendendo educar ninguém, no sentido de de escola de primeiro e segundo grau, os os objetivos da escola de primeiro e segundo grau, é também educação. Porque a lém de, a outros de de informação ou de formação profissional, também o processo de educação continua aqui na faculdade, na universidade. Então, nós aprendemos a viver até na velhice, porque não na faixa etária da adolescência que vocês fazem na universidade, não é isso? Quer dizer, que os alunos normalmente, até os vinte e cinco anos, estão ainda na universidade, e até mais, com idade maior, mas a faixa etária, inclusive, considerada como adolescência final, vai até, no caso, muitas vezes, vinte e cinco anos. E Então, a educação, esse relacionamento, assim, professor-aluno, é muito importante, e o distanciamento compromete todo o trabalho do aluno e do professor. E E a própria e o próprio aproveitamento, no caso.

SPEAKER 1: : Até que ponto o senhor acha que o trabalho em grupo é proveitoso para o aluno?

SPEAKER 2: : É sempre proveitoso. Trabalho em grupo é sempre proveitoso, porque hoje nós nós dificilmente podemos trabalhar sem colaboração de outros elementos. Então, inclusive, o problema de de somar esforços já está, inclusive, superado. Não é só somar. ( ) nós não temos que ter um total quando se se trabalha em grupo, no caso. Não é uma soma de parcelas. Nós devemos ter é um produto. Isto é multiplicação de esforços. E todo o trabalho hoje se caracteriza por por equipes, né? Então, a não ser uma pesquisa, digamos, muito específica, muito um trabalho muito, digamos, que requer... pesquisa pessoal, que que requer, assim, atividade só do indivíduo, muito embora excessiva de outros grupos de trabalho, de outras fontes, etc., etc. Mas o trabalho em grupo é necessário, não há dúvida. Agora, até que ponto ele é válido, você me disse, me perguntou? É Ele é válido a até o ponto que você não abuse desse trabalho em grupo para que o aluno não fique, assim, às vezes, numa dependência de discussões, de de de de de Como a gente diz quando o indivíduo precisa amuletas, né? ( ) quando o indivíduo assim sempre espera que alguém inicie o trabalho, dê as primeiras ideias, dê orientação, ele pode, inclusive, ficar muito dependente nessa situação do trabalho em grupo, se for constante, se for permanente, e ele não tem até, às vezes, pode perder a iniciativa pessoal, pode ter até confiança, a pode perder até a autoconfiança. Eu gosto muito de trabalhar em grupo, muito embora eu prefira, nos meus (risos) trabalhos, trabalhar sozinho, né, trabalhar comigo mesmo. Agora, acontece quando eu trabalho sozinho, preparo, por exemplo, um projeto, um monto um um anteprojeto, monto, enfim, trabalho qualquer, né, para ser desenvolvido. Sempre me fica a dúvidas. Será que é realmente válido? Será que está bem feito? Aí, então, eu vou consultar outros colegas, outros profissionais, para que eles opinem. Mas eu tenho em vista... talvez tipo de personalidade, tipo de formação, eu realmente prefiro trabalhar mais sozinho. Agora, também trabalho muito bem em grupos. Agora, é necessário, na universidade, na escola, seja de qualquer grau, o trabalho em grupos, o trabalho em equipes e também uma dose, é claro, de trabalho individual, de trabalho pessoal.

SPEAKER 1: : Escuta, (tosse) como é que você acha que um aluno recebe um professor em ( ) no ensino de aula?

SPEAKER 2: : Depende da do do nível de de escola em que se ( ) Nível universitário? Aí depende também do aluno (risos). Há alunos que gostam do professor enérgico, do professor sério, do professor que não, não assim... Conte detalhes pessoais, às vezes, da vida particular, da vida profissional. Ãh Enfim, um professor que é geralmente sério, não é enérgico, porque enérgico eu acho que todos nós somos. Ou deveremos ser ou deveríamos ser, é lógico no sentido de cumprir as determinações de ordem interna, de ordem externa até, enfim. É É de de seguir e cumprir os regulamentos, né? Éh e Mas eu diria, então, um professor professor que é, digamos, mais sério no no no no desenvolvimento do seu curso, um professor que sorri menos, talvez, não é? ( ) Porque energi éh professor enérgico pode ser também aquele sorridente, aquele aquele professor alegre, aquele professor muito camarada, mas ele não deixa de ser enérgico na medida em que ele exige e solicita e e obriga os alunos a cumprirem as o que ele determina. Então, depende do aluno, né? Se o aluno gostar do tipo de professor sério, professor enérgico, ele (risos) recebe bem. Se ele não (risos) gostar do tipo de professor que gosta, que que exige que as coisas sejam cumpridas, ele não gosta desse professor.

SPEAKER 1: : Escuta, professor ( ), qual a atitude mais normal tomada por um aluno durante uma prova, sendo que ele não estudou a maté

SPEAKER 2: : Também depende do aluno, né? Precisaria fazer uma pesquisa psicológica, éh pesquisa em psi

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 2: : Tem que procurar, né? ### quanto, não vou achar. Vou ter que procurar. Porq Eu poderia dizer assim, bem, ele poderia sair por esta aqui. Se ele não estudou nada e tem uma prova, ele poderia, no caso, poderá lançar mão da cola, né? Poderá pegar o fichário, poderá pegar o livro, poderá consultar o colega, poderá olhar na prova do colega, enfim. Ou poderá jogar com a sorte. Quem sabe se o professor vai dar umas questões ou vai dar um tema em que eu s tenha estudado, o único que eu tenha estudado. Teria uma lançamento da probabilidade estatística, né? Se são dez temas e ele estudou um, e o professor dá um dá aquele que ele tem estudado, ele pode sa éh saísse por essa. Mas o aluno também que não tenha estudado e está numa prova, ele pode chegar ao professor e dizer, por exemplo, eu não estudei O que que eu faço? Será que faz isso? Faz, porque comigo fazem e eu transfiro a prova. faz ele éh transferir a prova, porque, se ele me justificar porquê É claro, né? Porque se ele disser não estudou simplesmente porque não teve vontade, é outra coisa. Mas eu acho que aqui, em em uma universidade, o aluno deve, claro, deve, não O aluno é responsável, né? Ele também é responsável nisso, quer dizer, na medida em que ele faz um curso superior, ele está buscando um aprimoramento intelectual, um aprimoramento profissional, um um está buscando, assim, respostas a certas angústias existenciais, intelectuais, etcetera etc Então, eu acho que, éh se forçar o aluno a estudar, eu acho que até certo ponto é desnecessário. Na medida em que o aluno não te respeitam, então, o professor não lança a mão de uma nota para prendê-lo, para reprová-lo, não há dúvida. Mas eu acho que há a possibilidade de acontecer tudo. Quando o aluno não estuda e vai fazer uma prova. A Alunos que vão buscar a cola, vão procurar o auxílio do colega, vão sentar perto daquele que sabe, ou então, pode chegar ao professor e dizer que não estudou. ( )

SPEAKER 1: : E o professor resolve. Já lançou a possibilidade da cola. Caso você pegasse um aluno colando, o que é que o senhor faria? Qual seria a atitude mais normal?

SPEAKER 0: : Eu não pego aluno colando.

SPEAKER 2: : Mas e eu, num num peguei aluno colando, por que me acho ( ) minhas ( ) não são, assim, éh tipos de provas que que eu vá considerar consulta ou não como como como fator decisivo na avaliação do aluno, entende? Quer dizer sei. apenas, eu apenas... talvez eu tirasse a cola, se fosse o caso, e o aluno continuaria a prova. Porque anular a prova, isso que se fazia na escola de ginásio, no secundário. Não se deve fazer ainda, né, porque aluno adolescente é um drama, né? Você sabe quem num é brinquedo (risos) então ( ) há certos abusos por aí, é claro. A adolescência, nem toda ela é consciente, assim, nem toda ela é, assim, engajada éh num num espírito, assim, digamos, de auto... a autorrealização, o autointeresse, por assim dizer. Às vezes até é forçada frequentar uma escola, em que às vezes essa escola não corresponde às expectativas do próprio aluno, então ele escapa até da escola. Depois vai fazer a ( ), vai fazer o supletivo atual, né? Porque a escola nem sempre corresponde àquilo que o aluno quer. Você sabe di Então, às vezes, o aluno está em uma escola, mas ele aceita aquilo com uma certa com um certo esforço danado, né Então ele é um drama, é um suplício chinês. Nossas escolas, há muitas delas por aí. ( ) ( ) não em termos de escola, mas algumas disciplinas, alguns professores, certas metodologias que professores usam, certos critérios de avaliação, de correção. Eu poderia ficar falando com você aqui a noite to, a tarde toda, porque certas certos certas heresias pedagógicas, como diz o professor Quirino no artigo dele, Ocorrem por aí, certo? Professores cometem verdadeiros assassinatos. É É. Acontece assim. Não é só o médico que pode matar não em uma operação ou matar um cliente. Professores matam alunos, matam espiritualmente, entende? E o que é pior Morrer espiritualmente é pior do que morrer fisicamente, porque fisicamente você morre uma vez só. espiritualmente você pode morrer aos poucos. Então, há há professores que podem destruir o espírito de criatividade numa criança, num adolescente, o espírito, di digamos, de de humanidade, o interesse por certas disciplinas. Então É então, professores de educação musical, que dão dó ré mi fá sol lá si dô, coisa que não se pode, não se deve levar muito em conta. E enfim não desperta m num despertam educação, não dão educação musical nenhuma, apenas deseducam musicalmente. O, voltando ao caso da cola, é isso que você me perguntou, né? É ( ) Eu simplesmente tiraria a prova do aluno, ah, tiraria, aliás, não a prova, nunca, jamais, tiraria a cola e talvez aquilo servisse para ele de uma alerta, quer dizer, pelo menos perante aos colegas, seria muito mais até prejudicial ao aluno tirando a a cola do que tirando a prova, rasgando prova, dando zero, tirar da classe, isso isso é, isso é Isso é regime disciplinar ãh de uns dois séculos atrás, quase. ( ) Ou então de cinquenta anos atrás. (risos) ( ) Ou de alguns anos atrás.

SPEAKER 1: : principais atividades que um administrador de escola tem?

SPEAKER 2: : É, você poderia pegar a tese de doutoramento do de um professor aqui da (risos) faculdade e e você teria nem uma resposta, nem duas, você teria assim centenas de respostas. Porque o diretor de uma escola de primeiro grau, você quer de segundo grau, de primeiro grau ou de terceiro grau? Um administrador escolar, né? Por lei, por exemplo, no estado de São Paulo, o cargo de diretor de unidade do primeiro grau é um cargo técnico-administrativo. Isto é, ele tem atividades técnicas no campo da orientação pedagógica, na orientação didática, e tem atividades no campo administrativo. Então ele exerce função de orientador pedagógico, orientando os professores, orientando o planejamento didático, orientando a avaliação, orientando, enfim, o processo didático ãh em si mesmo. E também, claro, tem que estar ter uma série de providências, uma série de atividades sobre o funcionamento administrativo da escola. Então, ãh ele providencia ele providencia ãh ãh todo o material burocrático da escola, digamos, ou pelo menos supervisiona, quando ele não tiver secretário e e quando ele não tiver auxiliar, digamos, ele praticamente faz tu Então prepara os os mapas de movimento, ele prepara folhas de pagamento, ele prepara atestados, ele prepara documentos, ele prepara resumos, ele prepara estatística. Quando ele tem uma assessoria, então essa assessoria faz, por assim dizer, por ele ou ele supervisiona, né, então ele exerce inúmeras funções, né, no campo, na área, digamos, de orientação pedagógica, de supervisão dos trabalhos escolares e uma parte de de funcionamento burocrático da escola. ( ) Respondo a sua pergunta ou não? Está respondido?

SPEAKER 1: : Escuta, professor, como é é que num estudei, como é que o senhor poderia ou senhor ou qualquer outro professor, avaliar a capacidade, a competência de um aluno?

SPEAKER 2: : Bom, eu não poderia avaliar, quem avalia são os testes, (risos) né? Quem avalia são as provas, quem avalia são, digamos, as baterias de pés. Capacidade ou habili dade ou aptidões? Capacidade em geral? Bom, teria que ser lançado aí, o o professor deve lançar mão no caso principalmente das das inúmeras baterias de testes, seja de inteligência, seja de aptidões, seja de capacidade, até no caso, né? E por qu lançar nem na própria entrevista, seja da entrevista de profundidade, aquela em que em que é dado ao aluno, digamos, ãh u u uma série de perguntas abertas, em qua em que o aluno tem condições, possibilidades de responder livremente e não assim ãh orientado por um questionário muito fechado, como a gente diz. É a chamada entrevista de profundidade. Ou então, como vocês estão fazendo comi fazer entrevista com um aluno, né? sobre certos quesitos, sobre certos assuntos, sobre certas áreas de estudo, sobre certos certos conteúdos, e você avalia alguma coisa. Agora, é claro que, além de tudo isso, eu acho que seria importante E, assim, na convivência com o aluno, né? Se ti Se fosse possível, um professor conviver com o aluno umas horas por semana, além de situação de classe, por exemplo, um bate-papo mais demorado sobre os interesses dele, sobre o tipo de de de de de de de recriação que ele que ele pratica, sobre o tipo de de, digamos, de atividades que ele tem profissional, ãh teatros que frequenta, ãh cursos, enfim, cinema, programas. Enfim, viagens que o fez ou fará. Ãh Tipo, enfim, de diferentes atividades que você pode ter um quadro, assim, geral, ter uma ética, digamos, informativa sobre a capacidade do aluno. Agora, é claro que os testes e as baterias de diferentes testes é que dão mais seguramente tudo isso, né? Toda essa possibilidade de analisar ou avaliar a capaci