SPEAKER 1: Doutor Oswaldo, o que que o senhor considera um bom tempo? SPEAKER 0: Antes de mais nada eu quero perguntar se esse bom tempo ao qual você está se referindo é o bom tempo clima ou é o bom tempo que a gente poderá ter passado. SPEAKER 2: Eu vou do clima. () O bom tempo SPEAKER 0: clima eu acho que é o tempo mais ou menos ameno. Nem muito sol, nem muito frio e a gente tem muito mais disposição para as coisas. Sendo que eu acho sempre preferido o tempo do verão. No verão parece que é tudo mais alegre. A vida fica sorrindo mais para a gente e se tem muito mais vontade de se fazer as coisas. Isso que eu acho bom tempo. SPEAKER 1: O senhor que já viajou pelo exterior, o que que o senhor tem para nos dizer do tempo de lá comparando com o daqui? O que que o senhor nota de diferente? A minha SPEAKER 0: impressão particular é que Como nós aqui vivemos numa região tropical, o nosso clima, ele é sempre insegu>    SPEAKER 1: Esses programas variam de acordo com a mudança de estação ou não? SPEAKER 0: Você me perguntando os meus programas, eu logo refleto indiretamente em mim como um programa de trabalho. Eu não sei se é exatamente isso que você está me perguntando. Não. Quero saber de que programa, compreende? SPEAKER 1: Bom, per...  SPEAKER 0: Sei. Bom, se a gente quiser considerar o trabalho como diversão, né? (risos) Hã, o que será muito interessante, né? Mas...ãh... Vamos abordar os dois polos, né? Tá.  Vamos dizer para quanto ao trabalho. O trabalho realmente, não num clima muito frio, mas num num clima, como eu já falei, num clima ameno, a gente tem muito mais disposição para o trabalho. O trabalho rende muito mais aqui a gente está fazendo. Agora, dentro da minha atividade, Não posso dizer que isso venha a sofrer com alguma coisa aquilo que eu estou fazendo. Meu trabalho é continuado de tanto po> Tanto é feito no no no no no verão, numa época quente, como também durante o in>    SPEAKER 1:   SPEAKER 1: <ço, né? (risos) Quando o senhor vai a uma reunião social, qual o traje que o senhor usa? Depen>  SPEAKER 0:   SPEAKER 0: Eu também digo a você, dependendo de que circunstância, né? Porque atualmente, bom, eu acho que eles não sabem nem o que é palitório, né? Hum. Nem isso eles sabem o que é. Eu sou assim meio quadradão, sou cinquentão e quadradão. Embora em outras coisas eu seja para frente. Como vocês dizem, né? Para frentex. Agora, não sei, eu não... eu não não não não acho que essa moda nova dos rapazes aí, doidinho e tal, isso aí  se coadune perfeitamente bem para com as situações que eles, aonde eles devam se apresentar, entende? Então é aquilo que eu estava dizendo um pouquinho atrás. Eu acho que é.. é menosprezar o lugar aonde ele está, onde ele está sendo recebido. Eu acho que o rapaz deve se vestir também de forma adequada para ele se apresentar. Embora todos eles deem a desculpa de que não... é muito mais fácil se trajar dessa maneira, não é moti... fica muito mais à vontade, né? Tudo isso.   < ada. Eu gostaria que o senhor dissesse para a gente como um jovem teria que se vestir adequadamente. SPEAKER 0: Antes de mais nada, para haver complementação com o vestiário dele, ele deveria ter o cabelo penteado. Antes de mais nada, um cabelo bem penteadinho. Então vamos começar de cima para baixo, né? () De cima para baixo. É... O cabelo penteado. Eham. Dependendo do lugar, logicamente, que ele vai. Hum. Camisa. Hoje em dia, nós... a camisa branca foi abolida, não se usa mais. Tem partes para ca... camisa colorida, não tem problema nenhum, que aliás são muito distintas. Então seria a forma normal, entende? Quer dizer, camisa, gravata, paletó, calça e sapato que combinasse com a roupa que ele está vestindo, não s sapatos de três andares que a gente vê, entende? (risos) Certo? E o sapato limpo, eles não dão, é, pode observar que eles não estão nem ligando para o sapato, entende? Quando eu acho que eu... o sapato entra realmente na na na... no complemento total da forma que ele está se trajando. Você vê, hoje em dia, por exemplo, é muito difícil encontrar um rapaz que ele queira usar camisa de manga comprida, com punho duplo e uma abotoadura. Ele não quer, de maneira nenhuma. Né? Então  Ah, ele quer... quer se trajar da forma mais prática possível. Eu acho que a forma é que ela é, calça, paletó, camisa e gravata, entende? Daí ele estaria bem vestido. Naturalmente, para que aonde ele estiver se apresentando. Se, por exemplo, a reunião não for muito formal, né? Então está certo ele usar uma calça, um... uma camisa que seja uma camisa elegante, em? Não precisa ter gravata, absolutamente. Então, para uma reunião normal, simples, ãh, dentro de casa, com os amigos, né? Ir para a escola, por exemplo, não precisa estar se vestindo dessa maneira. Acho que são coisas da época, né? (risos) SPEAKER 1: O que que o senhor considera uma mulher bem vestida? SPEAKER 0: Bom, olha, eu sempre digo o seguinte, a mulher normalmente ela parte para a ridicularidade, né? Ela é capaz de botar todos os tons de cores para... pensando que está combinado, no entanto não está. Ela vai ao cabeleireiro, o cabeleireiro faz assim uma série de coisas no cabelo dela, quando chega em casa desmancha tudo, então ela deixa aquilo pensando que está bonito. Então ela não se olha nem para o espelho do próprio cabeleireiro para ver se ela está se gostando. (risos) Porque o muito importante é a gente se gostar com aquilo que tem. Não é isso mesmo? (risos) Eu já botei uma peruca na careca. (risos)  E eu não quis a peruca porque eu não me gostei com ela. Eu olhei assim para o espelho e disse, não, não pode ser, não me gosto. Então eu preciso me gostar com aquilo que eu estou... que eu estou usando. Agora, uma... uma mulher elegante, mulher elegante é aquela que usa um vestido sóbrio, muito bem talhado, adequado para o corpo dela. É isso? Pega uma melho... uma senhora baixinha, pequenininha, desse tamanhinho aqui, ela bota de vestido longo, e ainda ela bota chapéu e óculos. (risos) Eu SPEAKER 2: Pelo amor de Deus, ein! (risos) É a própri... ih SPEAKER 0: (risos) É uma própria (), né? Então eu acho que ela poderia se vestir de outra maneira qualquer. A mulher, nas mesmas circunstâncias, entende? Baixinha, gordinha, até barriguda, botar a calça comprida. Pois é, puser calça comprida, ela tem que botar um blusão. Quando ela põe o blusão, ela põe até aqui embaixo. (risos) Não sabe se ela está de três cortes, que nem ela tem, não é mesmo? (risos) Eh, então eu acho que a a mulher é elegante. Por si, ela já... ela própria tem que ser elegante quanto ao mane>        Só que eu esqueci agora. Deixa eu ver o que Quais os complementos que usa uma mulher que o senhor conhece poderia dizer para a gente? SPEAKER 0: Outra vez eu digo, não sei que complemento você se refere, maquiagem, brinco... Tudo... Adereços... Isso... Por exemplo. Sim, conheço todos. Eu conheço todos. É. Vamos ver se (risos) o senhor sabe mesmo. Vamos (risos) falar de outra  SPEAKER 1: Eu quero ver se o senhor sabe mesmo (risos) SPEAKER 0: Todos os adereços? Isso. A mulher poderá colocar alguma coisa no cabelo, um... uma uma tiara muito bonita, ela poderá colocar Poderá colocar ãh...o... um par de brincos, né? Da melhor maneira que ela que ela queira, ou naturais, ou então desses de fantasia, né? Que tem a...atualmente. É. Muito bonito. Poderá colocar um colar. Poderá colocar um broche. Hum. Poderá colocar no próprio colar um um pedantife. Poderá colocar anéis, braceletes. Entre esses adereços que eu conheço, né? No próprio cabelo, uma fivela, alguma coisa, pode pôr algo que venha ali.  Se ela tiver um cabelo puxado, por exemplo, no próprio rabo de cavalo, ela pode colocar um adereço muito bonito daquelas, não sei como é que chama, mas aquelas... aquelas... ãh... fivelas, tipo escravas, né? Que fica muito bonito, de...depen>  SPEAKER 1: SPEAKER 1: E o que que mais agrada o senhor na praia? SPEAKER 0: Ficar deitado na areia e olhar para o céu. Porque aquele que se deita e fica olhando para o céu, possivelmente nunca mais ele quererá olhar para outro lugar. Porque no céu você encontra tudo aquilo que você pretende e você pode filosofar de todas as formas para tudo aquilo que você está observando. Até uma forma de nuvem que você vê ao longe. e que você está observando daquela maneira, mas aquele que está do seu lado não enxerga da... do mesmo modo que você está vendo. SPEAKER 1: E que que o senhor acha da moda atual que as mulheres usam na praia? SPEAKER 0: Eu acho que, propriamente, não existe, assim, uma moda normal, né? A gente vê tudo. Gente vê tudo. Acho que, existindo, a mulher usando aquilo que ela está usando, e se ela tiver condições para usar aquilo, tem... desde que ela use, assim, de... de uma forma não para exibicionismo, não é? Acho interessante. Não tem problema nenhum, não, viu? SPEAKER 1: Qual é o traje que o senhor usa para ir a praia? SPEAKER 0: Eu uso o maiô de três peças. Chapéu de palha, óculos escuro e sandália. (Risos) Eu ponho um short, ponho uma sandália e, realmente, um um chapéu de pa... um chapéu panamá, né? É com isso que eu vou à praia. Não ponho mais roupa do que isso. E, normalmente, levo uma toalha para me secar depois do banho de mar, enquanto eu es... continuo na praia, porque eu não gosto de ficar molhado na praia, compreen> E... acho que é só. E uma blusa para sair, uma camisa, né? Para poder sair da praia, para ir a... da praia até o lugar aonde eu estiver instalado. Sim. SPEAKER 1: Como é que o senhor acha que uma mulher deveria se apresentar na praia? SPEAKER 0: Na ida, com as partes cobertas. Ela deveria ir, um maiô por baixo, uma saída de banho por ci>  com alguma coisa no pé, né? Uma sandália, um tamanco, e quando ela se... chegasse à praia, então, ela se separaria dessas coisas de acordo com aquilo que ela estiver pre...ãh ãh que ela pretende fazer. Uhum. Ficaria de maiô, tomando banho de sol, e na saída, no percurso da praia até o local onde ela estiver, então ela novamente volta a colocar o agasalho. SPEAKER 1: E como é que seria esse maiô? SPEAKER 0: Se for jovem, não tem problema. Poderá ser um biquíni, realmente, né? Um biquíni, logicamente, discreto. Agora, se for uma senhora, eu acho que uma senhora não deve usar duas peças. Eu acho que sempre uma peça... Tem tanto maiô bonito com uma peça só. E uma senhora não deverá se exibir assim. E deve ser um... se conter um pouquinho, né? Agora, para os brotos, vale tudo, viu? Não tem problema nenhum, não. (risos) SPEAKER 1: () Doutor Oswald, passando um pouquinho para outra área, o senhor costuma ir a teatro. O que que o senhor acha do teatro atualmente? Ah, SPEAKER 0: Olha, eu lhes confesso de que a teatro, ãh...assim, propriamente, eu não vou muito, não, viu? Eu Vou a teatro quando é comédia. Tanto ao cinema quanto ao teatro, prefiro comédia. Porque a vida já é um drama. Então, em assistir mais outro drama, Não me satisfaz muito. Então eu prefiro ir num lugar onde eu possa me desanuviar do drama do de cotidiano, né? Fui ver agora o Chico Anysio. Na outra temporada que ele fez também fui. Fui ver o Costinha. Tudo para procurar dar um pouquinho de risada, entende? Se bem que eu não rio, né? Quando eu vou, eu não ri> ### Mas eu acho muito interessante, depois eu fico pensando nas coisas todas que falaram e tal, e quando a gente está numa numa roda de amigos, tomando um aperitivo ou tomando um chope ou alguma coisa assim, há sempre a oportunidade da gente comentar e falar e contar uma piada nova que poderá ter sido ouvida, né? Mas, do resto, não não vou ao teatro exatamente por causa disso () Não acho que atualmente nós estamos assim, sendo contemplados com muito bons artistas, ou então eles não estão sendo muito bem aproveitados. E, lamentavelmente, como se diz na gíria, todos... todo teatro atualmente está apelando, né? Apelando para a pornofonia, ãh? Hã SPEAKER 1: O senhor diz que dificilmente o senhor vai ao teatro, que a vida já é um drama, porque existe outro drama. Para o senhor ir ao teatro, O que que precisaria um teatro ter? O assunto que ele deveria tratar? O que acontecerá se o senhor () ao teatro?  SPEAKER 0: Eu volto a frisar naquilo que eu falei. Eu vou ao teatro desde que seja comédia, entende-se? Se for drama ou outra coisa qualquer, olha, realmente não me agrada. Não há Não é do meu feitio. Não gosto. Não gosto. Poderão vocês julgar da forma que vocês quiserem,  Mas eu prefiro ir ao teatro para assistir comédias, vi> Isso é o que me diverte. Uhum. Difí>   SPEAKER 1: Filme também, o senhor só vai ver quando é comédia ou se for um bom drama, o senhor vê? SPEAKER 0: Não, eu procu... Sempre que eu vejo um programa em que minha mulher quer ir ao cinema ou eu queira convidá-la para ir ao cinema, eu procuro sempre ir... a um cinema onde esteja levando uma comédia. Mas eu já tenho assistido a dramas interessantes. Gosto também muito de fil... de filmes policiais. E filmes com bastante ação, isso eu gosto, né? Coisas novas, coisas inéditas que nós ainda não tivemos oportunidade de observar. Por exemplo, ah... Operação Dragão, por exemplo. Um filme espetacular, entende? Onde eles apresentaram um pouco de cada coisa dentro desse filme. Filme de um belíssimo colorido. Um filme realmente de suspense, onde eles apresentaram coisas que a gente ainda não... Eu, pelo menos, nunca tinha visto aquilo que eles puderam apresentar, né? Então Não são... São, assim, filmes ou cenas em que a gente está observando, naturalmente fora da comédia, e  Também, partindo da onde vem o filme, aonde existe maior ou menor especialização, a gente tem certeza de que poderá assistir a uma boa coisa, não é? Uhum. Tem, sim. Tem filmes, outros filmes também são bons, entende? Mas esse que é água e açúcar não vou, foi estilo Romeu e Julieta, entende? SPEAKER 1: Escuta, doutor Oswaldo, o que o senhor acha que é necessário para para uma boa representação de um filme, para que ele realmente obtenha sucesso? SPEAKER 0: Antes de mais nada, que ele tenha bons artistas. Que os artistas saibam realmente desempenhar o papel que lhes foi confiado. De que a... a montagem do filme realmente seja interessante. A técnica com a qual eles apresentam, as tomadas de cena que eles fazem. Então, por isso que eu falei que depende muito de onde esse filme parte. Porque o que é verdade precisa ser dita. Indústria americana Para o cinema é uma indústria espetacular. (Tosse) Eu, por exemplo, tive oportunidade de visitar os estúdios da Universal, lá em Los Angeles. E eles então fazem a demonstração de todos os truques possíveis e imagináveis de que eles lançam mão para fazer um filme. Nós estávamos dando uma volta com o trenzinho que faz, ãh... o percurso todo por dentro dos estúdios. E, em determinado lugar, nós nos deparamos com um lago. E o trem não parou. Ele só parou quando nós chegamos na beirada do lago. O que aconteceu? O lago se abriu em duas partes e nós passamos pelo meio. Entende? Depois, do outro lado, o cicerone, para que nó...nó...nós víssemos, ele parou novamente o trenzinho para nós vermos as águas se fecha>  E as águas se fecharam, entende? Então eles mostraram como eles fazem a chuva, como eles fazem os filmes de bang-bang. Coisa espetacular! Eles fazerem um filme com o turista que está lá. Então são os próprios turistas que fazem o filme. Tem o diretor, ele escolhe os elementos ali, os elementos que ele tem necessidade para fazer o filme. Então, na ocasião que eu estive lá, eles fizeram um um um um filme de... Assim, de... Não é bem bang-bang, mas um hum... filme de de de mocinho e bandido, né? De dois rapazes que entravam dentro de um bar e assaltavam, não sei o quê. Ele foi dando as instruções todas para os elementos que estavam tomando parte na... no filme que estava sendo rodado. Fizeram tudo isso. Acabou o filme e, um minuto depois, nós estávamos vendo o filme na televisão. Que incrível! Com os turistas que estavam ali. Então, você vê de como eles estão, perfeitamente bem aparelhadas para apresentarem uma série de coisas, né? Não quero dizer que não exista outra indústria qualquer, a indústria italiana, talvez ela esteja, ah... assim, a passos lar... largos, (tosse) calgando o comércio o comércio cinemato>   SPEAKER 1: E televisão, o senhor assiste? O que que o senhor acha? Tirando o Canal Dois, que o senhor já falou que é muito bom em relação à técnica, tudo, o que que o senhor acha dos outros programas? Qual o nível? O>  SPEAKER 0: Olha, de forma geral, eu só assisto a filmes na televisão. Tem uns filmes tradicionais aí, né? Hum. Detetives, não sei o quê e tal. Isso aí eu assisto na televisão. Não encontro Na televisão, nenhum programa que possa ser instrutivo e aproveitável por todos. Principalmente para a criança. Para crianças, nós encontramos os desenhos, né?  Os desenhos são bastante instrutivos. Ou então, a criança poderá aproveitar bastante. Esse Vila Sésamo que tem, é um programa bastante interessante. As crianças, elas se fixam na televisão. Ensina a criança praticamente até a ler, né? Agora, dos demais programas, Como já ouvi falar, não é coisa minha, né, que o ministro das comunicações estava pretendendo que se elevasse o nível cultural da da da programação de rádio e televisão. No entanto, isso não é possível, conforme disseram, porque se aumentar o nível, cai o Ibope. É.  Então, eles se preocupam muito com o faturamento. Então, todas as rádios e todas as televisões, eles querem audiência. E para conseguir audiência, é necessário fazer aquilo que o povo gosta. Hum. Então, aí eles eles encontram os patrocinadores para as coisas todas, senão não existe condição. O patrocinador, se um programa não estiver em evidência, ou se ele não estiver fadado a fazer sucesso, dificilmente eles vão encontrar patrocinador para a finalidade. (Tosse) Essa é a minha opini>  SPEAKER 1: Então, o senhor acha que para obter uma boa audiência, ou continuar tendo audiência que tenha televisão, ela deveria continuar como está? Ou o senhor acha que seria necessário algum aprimoramento ou alguma mudança? SPEAKER 0: Nós temos tantos homens inteligentes dentro do rádio e dentro da televisão, (tosse) de que eles, melhor do que eu, que não conheço nada por trás dos bastidores, eles deveriam encontrar também um denominador comum para a finalidade. Eu acho que há a possibilidade de se fazer alguma coisa desde que se encontrassem os homens certos para fazer aquela coisa. Verifiquem vocês que os programas de maiores audiências são esses programas que são comprados pelos próprios comunicadores, né? Eles compram a hora da televisão. Então eles fazem dentro daquela programação deles aquilo que eles bem entenderem. Porque aquilo que é feito determinado pela pela administração das televisões, o artistas o... o comunicador tem que fazer aquilo para o qual ele é solicitado. Então, eu quero crer de que essa administração, ela deveria dar plena autonomia para que se fizessem coisas necessárias, mas sempre vai tropeçar na tal de audiência, né? Porque esse esse ibope é realmente um um negócio muito sério.  Então, vão em função do ibope. Deu ibope, faz. Não deu ibope, corta. Porque senão não tem patrocinador. Agora, de que nós temos muitos homens e homens capazes e homens inteligentes atrás da televisão, isso eu não tenho a dúvida nenhuma. Então, se quer dizer que se se abolisse completamente essas coisas, eu quero crer de que a televisão seria uma forma diferente de comunicação. Embora, de forma geral, em todos os lugares onde tive a oportunidade de ver televisão, nos próprios Estados... estar lá nos Estados Unidos, a maioria das coisas é constituída de filmes. São filmes que a gente vê na televisão. Agora  E e também vi lá programa de auditório.  No entanto, o nível cultural daqueles que estão parte no nos programas de auditório também não é tão elevado, não, entende? E nesses programas que existem de perguntas e respostas e tal, Normalmente, por mais que a pessoa saiba, é difí... a a a menos aquele que esteja, sim, bastante familiarizado com o microfone ou com o público, ele não tem problema nenhum em em em responder aquilo que lhe é perguntado. Mas as demais pessoas, dá o tal de branco na cabeça, né? Capaz de perguntar quem descobriu o Brasil e ele não sabe, né? Porque deu branco. Então, é o grande handicap que eles usam para a finalidade, para não pagar prêmios ou então fazer com que hum... com que as pessoas não ganhem. Mas quanto ao nível, eu acredito que poderá se transformar, sim. Entende? Quem sabe agora com uns jovens que vêm surgindo e nessas nesses novos cursos que existem agora, né? Curso de jornalismo, curso mesmo curso de comunicações, televisão, então possa aparecer, mudar um pouco a mentalidade. Ou então que o próprio governo determine, como já determinou, a proibição de de gíria, né, na televisão, deixar de de fazer uso de determinadas palavras e tal, que me parece que ainda não está sendo cumprido. Mas o o decreto já existe para a finalidade. SPEAKER 1: Quanto ao nível de de dos programas de rádio, o senhor acha que é mais baixo do que o da televisão? SPEAKER 0: <ão. Olha, o o rádio tem... leva uma vantagem, né? Porque  A música que eles colocam já faz com que ãh...  determina...determinado espaço de tempo que eles estão usando para outras finalidades já fique lo... completado com a música. Eu gosto muito, no rádio, eu gosto muito dos jornais, né? Os jornais são notícias e notícias que são lidas e já são publicadas nos jornais. Então, eles transmitem através do rádio, para... até para aqueles que não sabem ler, o que... ou que são ou que são analfabetos, entende? Dentro dos presídios, eles ficam ouvindo o rádio, não têm a oportunidade de ler jornal. Então, eles ficam transmitindo essas coisas, esses programas havidos aí de de de... da.... Como é que chama? De madureza, né? Que eles faziam anteriormente. Muita gente andou aprendendo. Esse programa Minerva que existe no rádio, entende? É espetacular. Ele é o O rádio tem uma penetração fora do comum, não é mesmo? É muito mais do que a televisão. Eu acho que a relação de um para o outro deve ser de de dez para dois, né? E o rádio penetra em todo lugar. A televisão, não, não Nem é possí>  Então, o rádio, qualquer um hoje tem um radinho de pilha, né? A pessoa fica trabalhando com o radinho de pilha do lado, ele fica ouvindo ou música ou notícia. Até a televisão dar a notícia de alguma coisa de extraordinário que aconteceu, o rádio já está na frente hum ãh.. hum ãh... vários furos, né? O rádio já transmitia aquilo lá, até a televisão dar. Então, eu eu acho que o o rádio é mais informativo, né? Informativo e e... distrai um pouco com a música que apresenta. SPEAKER 1: O senhor falou para a gente quanto ao nível, né, da televisão. Então, o senhor deixou muitas falhas na televisão, que a gente concorda plenamen> Agora, se não existir compensação, se não abranger a faixa que eles estão pretendendo para a finalidade, compreende? E Como que eles vão transformar? Eles preferem ficar naquilo que eles estão fazendo. Olha, talvez vocês não saibam, vou dizer uma coisa para vocês. Vocês conhecem esses cartazes que a gente vê nas paredes, não é isso? De () Chamam-se dezesseis folhas, né? Eles colocam nas paredes. Conforme o produto que eles querem anunciar, o anunciante escolhe o bairro aonde ele quer que tenha mais daqueles cartazes. Você é capaz, por exemplo, de passar na Vila Maria e você... lá você encontra um cartaz que você não vê na cidade. Por quê? () Porque é na Vila Maria que existe o consumo deles. Compreende? É bem difícil, por exemplo, de você encontrar muitos cartazes da Fenit em Guarulhos. Compreende? Porque é um bairro essencialmente operário, tanto quanto você poderá encontrar na zona dos Jardins. Então, enquanto eles colocam trezendo cartazes nos Jardins, para ele para para para o povo do dos Jardins ir à Fenit, Em Guarulhos, eles colocam dez, só para lembrar que existe, porque lá poderá abranger dez lá, e esses dez ou vinte ou mais irão até lá, ao passo que a turma do Jardim vai muito mais para ver ah...até o Anhembi para ver a Fenit, compreende?  Então, de acordo com o produto que está sendo anunciado, é que eles fazem a escolha dos bairros. Então, na televisão, eu quero crer que é a mesma coisa. conforme o público que ele queira que queira abranger, é que eles vão fazer o programa, e procurar também o patrocinador. Então, se se é um um programa, por exemplo, uma transmissão de ópera, não adianta estar querendo, na transmissão de ópera, colocar anúncio de Sapólio, porque a dona de casa, a empregada, ela não está olhando aquilo, não vai ficar na televisão presa à irradiação de ah...ãh de uma ópera, entende? Então eles vão procurar um produto mais fino, então eles vão botar cigarro finesse, bota uísque, não sei o quê, entende? Que é o povo que está olhando aquilo, entende? Ou então um vinho, Valpolicella, qualquer coisa, para fazer propaganda daquilo lá, e que eles vão encontrar ali, através do espectador, a receptividade para ele poder vender o programa de> SPEAKER 1: O senhor notou alguma diferença na televisão do exterior, por exemplo, dos Estados Unidos em relação à nossa, sobre essas particularidades que o senhor falou ou outras? SPEAKER 0: Bom, antes de mais nada, é a técnica deles, né? A televisão lá, ela é muito melhor construída. Nós temos aqui em casa uma televisão que eu trouxe dos Estados Unidos em Agora ela foi para o concerto pela primeira vez. Puxa. Esses componentes todos que formam a televisão, logicamente, fará com que o aparelho seja melhor para apresentar melhor ima>   Com a própria antena. Quer dizer, deve existir alguma coisa. Não estou absolutamente menosprezando a indústria nacional, que ela está... ela caminha passos largos, não tem dúvida nenhuma, entende? Nós aqui, nós temos de tudo. Mas talvez, possivelmente, por causa de um de um componente qualquer que seja necessário para fazer aquilo e aonde não há condições de nós fazermos a importação, a própria maquinária para fa... fabricar aquilo, nós tal... não estejamos à altura para poder fazer ainda, né? Esperamos e para muito breve que se se consiga tudo isso, para que a gente fique totalmente independente da dos demais locais aonde haja necessidade de fazer as importações. Agora, quanto à qualidade, a qualidade é mais ou menos a mesma, entende? Agora, nós estam... podemos verificar no no auditório, auditório americano, que eu tive oportunidade de ver, entende, de que as pessoas são mais bem apresentáveis. Uhum. Nós não encontramos, assim o assim, o o Zé Povinho nosso, né, dentro do auditório de televisão, as macacas que estão lá dentro, entendes?  ### ou apresentáveis, né? Tem bastante diferença sim, viu? E o colorido, a televisão, o o o os recursos que eles têm. Por exemplo, eu, em Las Vegas, eu estava instalado num hotel em que a televisão, na base do controle remoto, mas o controle remoto preso por botões, assim, no no criado-mudo precisava levantar da cama para ir mudar a programação. Essa televisão que que eu fale... falei agora, de dezessete anos, e mil... de mil novecentos e cinquenta e sete, que eu trouxe de lá, ela já veio com controle remoto. E aqui nã... ainda não existia. E funcionando, sem fio, sem nada, entende? Totalmente eletrô>