Inquérito SP_DID_191

SPEAKER 1: : Doutor Oswaldo, o que que o senhor considera um bom tempo?

SPEAKER 0: : Antes de mais nada eu quero perguntar se esse bom tempo ao qual você está se referindo é o bom tempo clima ou é o bom tempo que a gente poderá ter passado.

SPEAKER 2: : Eu vou do clima. () O bom tempo

SPEAKER 0: : clima eu acho que é o tempo mais ou menos ameno. Nem muito sol, nem muito frio e a gente tem muito mais disposição para as coisas. Sendo que eu acho sempre preferido o tempo do verão. No verão parece que é tudo mais alegre. A vida fica sorrindo mais para a gente e se tem muito mais vontade de se fazer as coisas. Isso que eu acho bom tempo.

SPEAKER 1: : O senhor que já viajou pelo exterior, o que que o senhor tem para nos dizer do tempo de lá comparando com o daqui? O que que o senhor nota de diferente? A minha

SPEAKER 0: : impressão particular é que Como nós aqui vivemos numa região tropical, o nosso clima, ele é sempre insegu   uro. Nós não temos certeza daquilo que vai acontecer, mesmo que o serviço meteorológico possa anunciar que vai fazer bom tempo, mas nem sempre a coisa predomina naquilo que eles estão informando. Eu quero crer que fora daqui também a coisa possa ser a mes... mais ou menos igual. Ocorre, porém, de que o o clima, ele é muito mais firme. Você vê, por exemplo, nos Estados Unidos tem época até que eles esperam pelo degelo. E eles, mais ou menos, têm a data quase que precisa de quando esse degelo ocorrerá. Então, nessas regiões todas, quando é frio, realmente é frio. Quando é calor, é realmente é calor (). O que nós não podemos falar aqui. Está vendo agora? Me  julgo de que nós já deveríamos estar enfrentando o frio. E, no entanto, olha, eu viajei quatro dias agora, saindo daqui com uma intempérie extraordinária. viajando nesses quatro dias e nós encontramos o maior sol possível. E durante a noite era frio. O frio de quarta-feira foi tremendo o frio do que que nós passamos. Mas depois, durante o dia, o sol dava até para ir à praia, se quisesse. Mas, no entanto, nos lugares que... para a região sul, onde nós fomos, eles respeitam esse tempo aqui, o mês de junho, que eles acham que é o mês, realmente, o mês de Então as praias são pouco frequentadas, embora nós, paulistanos, nós possamos enfrentar esse... o calor que que foi feito. Nós achamos que era muito quente, ou achamos que é muito quente, ao passo que eles acham que não é frio. Então a gente encontra as praias totalmente desertas, não se vê nada. A comparação que eu posso realmente fazer é essa, né? Que eu já tive oportunidade de ir para lugares aonde se dizia de que realmente era frio, ou estava fazendo frio, e era inverno mesmo, inverno horroroso. Por exemplo, nos Estados Unidos, Nova Iorque, por exemplo, no mês de janeiro, é realmente frio. No mês de fevereiro até, é realmente frio, né? E nós, ah, como mesmo aqui, minha família teve oportunidade, por exemplo, de fazer temporada na praia e se tostar com o sol que estava fazendo. E O frio, quer dizer, não corresponde perfeitamente bem com a... com a estação do ano, né?

SPEAKER 1: : O senhor poderia dizer para gente hum, quais as consequências que o mau tempo pode trazer para lavoura, agricultura?

SPEAKER 0: : Não sou especialista no assunto, né? Todo caso, eu posso dar um palpite. Eu quero crer que a temperatu... ah... temperatura muito fria, essa esse garnizo, por exemplo, ela vem prejudicar tremendamente a ah... agricultura. Vejam vocês, por exemplo, de que o próprio governo é muito preocupado com essa situação. Tanto que existe, ah, atualmente existe seguro para essa finalidade. Então a ah... agricultura realmente ela sofre com a, hum, com a geada, né? Tem tem vegetação de que, ah...eh, determinados plantios é que não recebe absolutamente a essa geada, então vem a queimar. É o caso do café, por exemplo, se ele encontrar um tempo muito frio, esses fazendeiros todos eles ficam torcendo para que algo de mais grave não venha a ocorrer e eles perderem todo o tempo que eles es... tiveram para fazer aquele plantio. Quando eles esperam boa colheita isso não vai acontecer. E nesse particular o governo se preocupa. E se preocupou tanto que agora é um pouquinho mais fácil para o agricultor em que ele pode fazer o seu plantio e se algo assim vem a ocorrer, ele está garantido pelo governo, né? Uhum. E outras coisas também, outros processos químicos que me parece que eles estão usando agora, exatamente para prevenir a queima efetuada através da gea  

SPEAKER 1: : Esses programas variam de acordo com a mudança de estação ou não?

SPEAKER 0: : Você me perguntando os meus programas, eu logo refleto indiretamente em mim como um programa de trabalho. Eu não sei se é exatamente isso que você está me perguntando. Não. Quero saber de que programa, compreende?

SPEAKER 1: : Bom, per... 

SPEAKER 0: : Sei. Bom, se a gente quiser considerar o trabalho como diversão, né? (risos) Hã, o que será muito interessante, né? Mas...ãh... Vamos abordar os dois polos, né? Tá.  Vamos dizer para quanto ao trabalho. O trabalho realmente, não num clima muito frio, mas num num clima, como eu já falei, num clima ameno, a gente tem muito mais disposição para o trabalho. O trabalho rende muito mais aqui a gente está fazendo. Agora, dentro da minha atividade, Não posso dizer que isso venha a sofrer com alguma coisa aquilo que eu estou fazendo. Meu trabalho é continuado de tanto po Tanto é feito no no no no no verão, numa época quente, como também durante o in verno. (), eu não trabalho na rua. Eu trabalho sempre em lugares fe... em lugares fechados.  Escritórios, escritórios das indústrias. E eles oferecem realmente toda a comodidade. Não sei se por um privilégio ou qualquer coisa, tem determinado, é que entra-se em determinados lugares, onde há o conforto necessário para suprir aquela essa... ah... a temperatura. Então, quando faz calor, tem ar refrigerado, ou poderá ter um ventilador. Quando faz frio, poderá ter alguma coisa, alguma calefação que venha esquentar. Agora, quanto à parte que tange a divertimento. Hum. Eu acho que no verão o divertimento é sempre muito mais aproveitado, né? porque no inverno nós não temos aqui diversão de inverno. Se nós tivéssemos aqui, vamos dizer, patinação, patinação no gelo, ou mesmo patinação que fosse dentro de um ambiente coberto, mas em São Paulo nós não temos isso, lamentavelmente não há. O que nós encontramos nos outros lugares em que as crianças poderão se divertir, mesmo dentro hum, tanto no inverno quanto no verão.  Então eles têm programação para o verão, programação para o inverno. Uhum. E também quero crer de que o tipo de inverno deles, É o tipo de um inverno seco, aonde não há... não existe grande prejuízo para o organismo. O que não ocorre conosco, porque o nosso inverno é muito úmido, né? E para nós, então, é prejudicial. Mas, de qualquer forma, hum sempre numa numa temperatura melhor, Existe muito mais proclamações, né? Dá para a gente tomar uma gelada, né? Hum. Um belo chopp, né? E no frio, então, o cobertor tem que ser de outra forma. Tem que ser um (risos) um whisky ou um conhaque quente, 

SPEAKER 1: : né? O senhor acha que há diferença de clima dentro do Brasil, de uma região para a outra? O senhor acha que uma pessoa do Norte pode, é, se adapta fácil no Sul? Ou o senhor acha que há problema? Não

SPEAKER 0: : Eu acho que há problema, sim. não haverá problema para o paulistano que se locomove daqui, da capital de São Paulo, para enfrentar a intempérie dos outros locais. Porque eu acho que, até quanto a temperatura, nós somos cosmopolitas, sabe? (risos). O nosso... o nosso organismo se adapta a qualquer coisa, né? Porque, normalmente, aqui em São Paulo, é capaz de nós passarmos, no mesmo dia, pelas quatro estações. Então, nós podemos enfrentar lá fora, essa... essa... ah, uma temperatura baixa ou uma temperatura mais elevada, entende? Eu  mesmo, por exemplo, olha, agora, recentemente, que eu já mencionei no início, na quarta-feira, nós pegamos em Santa Catarina, acho que tinha quatro ou cinco graus abaixo de zero. E, no entanto, não teve problema para nós, nós fizemos programa até que programa noturno. numa... numa... numa casa típica alemã, entende, Blumenau, onde nós, lá is... teve algum um frio lá quase que nós, propriamente, não estávamos sentindo. Pois é, estávamos agasalhados, é verdade, mas não tão agasalhados quanto as outras pessoas que lá se encontravam. E, no entanto, maior razão ainda para que lá eles não sentissem muito frio, porque eles já estão mais acostumados. Certo? Agora, se vier um nortista para cá para enfrentar o frio, esse nosso frio paulistano, que praticamente não é muito frio, ele acaba ficando feito pirulito, não é? Ele fica durinho. Hum. Ele não vai aguentar de maneira nenhuma. ### Eu já eh... grandes calores eu já enfrentei, né? Estou meio assim, é, sendo meio ego.. egocêntrico, né? Falando de mim, mas () eu tenho que falar, entende? Por certeza não vou botar na coletividade. (risos) Mas, por exemplo, no Rio de Janeiro eu enfrentei calor de quarenta e três grau... quarenta e três graus, entende? Numa das vezes que eu fui a Buenos Aires, acho que enfrentei um calor lá de mais de quaren... quarenta e tantos graus em Buenos Aires, em pleno dezembro, né? Demais não teve problema. Porque nós, paulistanos, nós fazemos com que ãh o calor do nosso corpo, ele se... ele se adapte de acordo com a a roupa que nós estamos usando, né? Né? Se faz calor, nós tiramos um pouco de roupa. Se faz frio, nós colo... colocamos um pouco mais de roupa. Então Ãh, nós, nós, paulistanos, solucionamos a situação. Agora, esses que vêm de fora, hum, que próximo, né? Pega um santista que ele está acostumado com o tempo quente, ou mesmo um artista onde a temperatura é  mais um pouco mais elevada, quando ele vem para cá, o frio ele não vai Ele não não tem condição, realmente, de de enfrentar.

SPEAKER 1: : Uhum. Doutor Oswaldo, o senhor poderia descrever para a gente um fim de tarde no verão?

SPEAKER 0: : Olha, pelo amor de Deus, agora você está quase mexendo com os meus sentimentos, viu? Posso adiantar a vocês que, olha, o fim de tarde, o crepúsculo mais lindo que eu já vi na minha vida foi em São João da Boa Vista. O crepúsculo lá é qualquer coisa de sensacional. E lá o tempo, assim, de forma geral, o tempo é bom. Então você, por exemplo, se você se portar em determinado lugar aonde você pode abranger uma boa parte do horizonte e você verificar que quando o sol vai se colocando e o céu vai tomando as mais variadas nuances e aonde você não encontra nenhum grau de poluição e que você pode realmente verificar  os diversos matizes que ah... a natureza e ci.. é, e cia pode nos proporcionar, você ficará se... realmente estarrecido de verificar.  Então, particularmente, eu tive oportunidade de de de várias vezes de observar esse fim de tarde, assim, no campo, em São João da Boa Vista, e que realmente me maravilhou, e que isso eu carrego sempre na minha retina. Eu nunca mais eh.. haverei de me esquecer dos fins de tarde que eu tive oportunidade de observar. Uhum.

SPEAKER 1: : E o fim de tarde de inverno, como é que o senhor descreveria para a gente?

SPEAKER 0: : É feio, não é? Nossa Senhora! Assim, meio nublado. não é? E e e, normalmente, o frio de... ôh.. o fim de tarde no inverno parece que dá um pouco mais frio do que todas as outras coisas, né? E a gente Então, não vê... ali não vê, não observa, assim, um pouco de... Nem nem do calor humano para transmitir a gente, para a gente se esquentar um pouco. Toda a gente está encorujada, né? Não... não é, não é muito bonito não.  Ah, não gostei. Eu não gosto do fim de tarde do inverno. Não gos   

SPEAKER 1: : sar um pouquinho para vestuário.  O senhor estava dizendo para a gente que no inverno coloca-se muita roupa, no verão pouca roupa e tal. Eu gostaria que o senhor dissesse para a gente como é que o senhor se veste normalmente no verão e como é que o senhor se veste no inverno? Para o senhor descrever sua roupa.

SPEAKER 0: : No verão eu procuro sempre colocar uma roupa leve. Porque eu, talvez por ser assim co... de de de de físico um tanto quanto consistente, não é? Eu não sofro tanto frio. Então, no verão eu procuro colocar meno... ãh menos roupa possível. Uhum. É Até roupa esporte, normalmente, eu coloco. Com conjuntos, naturalmente, conjuntos apresentáveis, eu sou obri... para poder me apresentar nos lugares aonde eu vou, embora isso seja proibido, né? Precisamos andar de paletó e gravata. Mas a gente infringe um bocadinho as determinações. E isso normalmente, durante os dias comuns de trabalho. Agora, continuando o verão, nos fins de semana, então a gente já pode ficar um pouco mais à vontade, com roupa muito mais esportivas. Quem sabe até com chinelo no pé, né? Umas dessas sandálias aí para poder andar, hum, mais à vontade. E a canalhada lá embaixo também, né? (risos) (risos) Poder ficar como gosta. Isso? Porque fim de tarde você sempre tem clube. No fim de semana sempre tem clube e tal que bem, então você já está, assim, totalmente à vontade. A   gora, se passando para o inverno, logicamente, o vestuário precisa se modificar um pouco. Se fizer pouco frio, acho que um paletó e um colete já é o suficiente para agasalhar. Agora, se fizer muito frio, Então, eu ponho um sobretudo e um chapéuzinho para cobrir a careca. Eu fico, ah, sinto muito frio na cabeça e no pesco

SPEAKER 1: : ço, né? (risos) Quando o senhor vai a uma reunião social, qual o traje que o senhor usa? Depen  

SPEAKER 0: : dendo da reunião social, né? Não () Sim... Bom, também dependendo da festa, né? Uhum. Porque se a festa for casamento, Eu não posso ir ah... assim de, sem gravata, né? Acredito e creio e faço mesmo, eu vou de gravata. Porque também eu me coloco sempre ao lado da minha mulher, né? Porque se ela vai de longo, não acho que eu deva ir se... sem paletó e sem gravata, como atualmente isso ocorre. A gente verifica, né? Em quase todos os lugares isso aí agora é praxe. todos estarem sem paletó e tal, não sei influência do que, também não sei o que é. Mas, a mim particularmente, porque a pergunta foi dirigida a mim, não foi? Então, eu ajo dessa forma, entendeu? Coloco sempre um paletó e uma gravata para acompanhar a minha mulher, porque, afinal de contas, acho que nenhuma mulher gostaria de que, ela estando perfeitamente bem vestida, que o acompanhante também não estivesse, né? Então, ela fica... não ficaria tão lisonjeada quanto devesse, né? É a maneira que eu... que eu... que eu acho que deve... que deva ser, né? Agora, se for uma outra festa qualquer, uma chopada, por exemplo, aí não tem... então vai com, cuã... de... de vestido condizentemente, né? Então  Se essa festa for num sítio, numa chácara, em algum lugar. E se for uma sé... uma festa cívica, o negócio é completamente diferente. Semana passada ainda tive essa oportunidade. Festa cívica, aniversário de uma faculdade. Tivemos que estar presentes, claro. Tem Paletó e gravata, né? E sapato bem lustrinho e tal, bonitinho. (risos)

SPEAKER 1: : O que que o senhor acha da roupa que os jovens usam atualmen  

SPEAKER 0: : Eu também digo a você, dependendo de que circunstância, né? Porque atualmente, bom, eu acho que eles não sabem nem o que é palitório, né? Hum. Nem isso eles sabem o que é. Eu sou assim meio quadradão, sou cinquentão e quadradão. Embora em outras coisas eu seja para frente. Como vocês dizem, né? Para frentex. Agora, não sei, eu não... eu não não não não acho que essa moda nova dos rapazes aí, doidinho e tal, isso aí  se coadune perfeitamente bem para com as situações que eles, aonde eles devam se apresentar, entende? Então é aquilo que eu estava dizendo um pouquinho atrás. Eu acho que é.. é menosprezar o lugar aonde ele está, onde ele está sendo recebido. Eu acho que o rapaz deve se vestir também de forma adequada para ele se apresentar. Embora todos eles deem a desculpa de que não... é muito mais fácil se trajar dessa maneira, não é moti... fica muito mais à vontade, né? Tudo isso. tão, eu acho que também depende do cí... do do cí... do do do... do círculo que ele frequenta. Né? Vem de acordo com a frequência, o lugar aonde ele vai. Então,  ele... ele é ele, e hum... não adianta, ele já está daquela maneira, não está ligando para muita coisa, não. Agora as meninas olha assim, e diz assim, ai como ele está bárbaro hoje, ó lá, está de cacharrel, está de não sei o quê.

SPEAKER 1: : (risos) Doutor Oswaldo, o senhor falou se vestir de uma forma adequada. Como é que, o que que o senhor entende por forma adequa   ada. Eu gostaria que o senhor dissesse para a gente como um jovem teria que se vestir adequadamente.

SPEAKER 0: : Antes de mais nada, para haver complementação com o vestiário dele, ele deveria ter o cabelo penteado. Antes de mais nada, um cabelo bem penteadinho. Então vamos começar de cima para baixo, né? () De cima para baixo. É... O cabelo penteado. Eham. Dependendo do lugar, logicamente, que ele vai. Hum. Camisa. Hoje em dia, nós... a camisa branca foi abolida, não se usa mais. Tem partes para ca... camisa colorida, não tem problema nenhum, que aliás são muito distintas. Então seria a forma normal, entende? Quer dizer, camisa, gravata, paletó, calça e sapato que combinasse com a roupa que ele está vestindo, não s sapatos de três andares que a gente vê, entende? (risos) Certo? E o sapato limpo, eles não dão, é, pode observar que eles não estão nem ligando para o sapato, entende? Quando eu acho que eu... o sapato entra realmente na na na... no complemento total da forma que ele está se trajando. Você vê, hoje em dia, por exemplo, é muito difícil encontrar um rapaz que ele queira usar camisa de manga comprida, com punho duplo e uma abotoadura. Ele não quer, de maneira nenhuma. Né? Então  Ah, ele quer... quer se trajar da forma mais prática possível. Eu acho que a forma é que ela é, calça, paletó, camisa e gravata, entende? Daí ele estaria bem vestido. Naturalmente, para que aonde ele estiver se apresentando. Se, por exemplo, a reunião não for muito formal, né? Então está certo ele usar uma calça, um... uma camisa que seja uma camisa elegante, em? Não precisa ter gravata, absolutamente. Então, para uma reunião normal, simples, ãh, dentro de casa, com os amigos, né? Ir para a escola, por exemplo, não precisa estar se vestindo dessa maneira. Acho que são coisas da época, né? (risos)

SPEAKER 1: : O que que o senhor considera uma mulher bem vestida?

SPEAKER 0: : Bom, olha, eu sempre digo o seguinte, a mulher normalmente ela parte para a ridicularidade, né? Ela é capaz de botar todos os tons de cores para... pensando que está combinado, no entanto não está. Ela vai ao cabeleireiro, o cabeleireiro faz assim uma série de coisas no cabelo dela, quando chega em casa desmancha tudo, então ela deixa aquilo pensando que está bonito. Então ela não se olha nem para o espelho do próprio cabeleireiro para ver se ela está se gostando. (risos) Porque o muito importante é a gente se gostar com aquilo que tem. Não é isso mesmo? (risos) Eu já botei uma peruca na careca. (risos)  E eu não quis a peruca porque eu não me gostei com ela. Eu olhei assim para o espelho e disse, não, não pode ser, não me gosto. Então eu preciso me gostar com aquilo que eu estou... que eu estou usando. Agora, uma... uma mulher elegante, mulher elegante é aquela que usa um vestido sóbrio, muito bem talhado, adequado para o corpo dela. É isso? Pega uma melho... uma senhora baixinha, pequenininha, desse tamanhinho aqui, ela bota de vestido longo, e ainda ela bota chapéu e óculos. (risos) Eu

SPEAKER 2: : Pelo amor de Deus, ein! (risos) É a própri... ih

SPEAKER 0: : (risos) É uma própria (), né? Então eu acho que ela poderia se vestir de outra maneira qualquer. A mulher, nas mesmas circunstâncias, entende? Baixinha, gordinha, até barriguda, botar a calça comprida. Pois é, puser calça comprida, ela tem que botar um blusão. Quando ela põe o blusão, ela põe até aqui embaixo. (risos) Não sabe se ela está de três cortes, que nem ela tem, não é mesmo? (risos) Eh, então eu acho que a a mulher é elegante. Por si, ela já... ela própria tem que ser elegante quanto ao mane   quim dela. Então, se ela tiver o manequim quarenta e quatro até quarenta e seis, por exemplo, de que ela... de que ela tenha as gordurinhas dela bem distribuídas, en   tende? Então, quer dizer, qualquer vestido que ela vá vá pôr, não há necessidade de ser vestido caro. Sim. Um vestido que realmente seja um vestido com corte elegante e que a costureira fez adequado para o corpo dela. dizer, perfeitamente bem talhado. e com os complementos necessários. E sem partir para o ridículo, né? Botar... bota uma pe   ruca, fica aparecendo um negócio aqui, a redinha, né? Não ter risca, né? Entende? Quer dizer, não (risos), desculpe (risos)

SPEAKER 2: : Por mais a peruca, não? (risos) ###

SPEAKER 1: : Bem, é... Desculpa, Doutor Oswaldo. Nada. Fala uma coisinha para a gente. Eu ia fazer uma pergun   Só que eu esqueci agora. Deixa eu ver o que Quais os complementos que usa uma mulher que o senhor conhece poderia dizer para a gente?

SPEAKER 0: : Outra vez eu digo, não sei que complemento você se refere, maquiagem, brinco... Tudo... Adereços... Isso... Por exemplo. Sim, conheço todos. Eu conheço todos. É. Vamos ver se (risos) o senhor sabe mesmo. Vamos (risos) falar de outra 

SPEAKER 1: : Eu quero ver se o senhor sabe mesmo (risos)

SPEAKER 0: : Todos os adereços? Isso. A mulher poderá colocar alguma coisa no cabelo, um... uma uma tiara muito bonita, ela poderá colocar Poderá colocar ãh...o... um par de brincos, né? Da melhor maneira que ela que ela queira, ou naturais, ou então desses de fantasia, né? Que tem a...atualmente. É. Muito bonito. Poderá colocar um colar. Poderá colocar um broche. Hum. Poderá colocar no próprio colar um um pedantife. Poderá colocar anéis, braceletes. Entre esses adereços que eu conheço, né? No próprio cabelo, uma fivela, alguma coisa, pode pôr algo que venha ali.  Se ela tiver um cabelo puxado, por exemplo, no próprio rabo de cavalo, ela pode colocar um adereço muito bonito daquelas, não sei como é que chama, mas aquelas... aquelas... ãh... fivelas, tipo escravas, né? Que fica muito bonito, de...depen   dendo da... da moça. Uma senhora, acredito que já não ficaria bem, né?   Mas, sendo uma moça, ficará muito bonito, ãm? Hm. Escu

SPEAKER 1: : tamos algum cumprimento assim ou não?

SPEAKER 0: : Atualmente eu tenho visto, não é? (risos) Hã. Eu não sei se se é homem ou o que que é, se é o terceiro sexo, não é? Mas eu tenho visto, né? De anéis em todos os dedos e braceletes também, né? Tem alguns que usam até no tornozelo, viu? (risos)

SPEAKER 1: : O senhor gosto... ia muito à praia?

SPEAKER 0: : Toda vez que for possível. Gosto muito da praia. A praia é muito linda. E toda vez que a oportunidade se me apresenta, eu vou à pra

SPEAKER 1: : E o que que mais agrada o senhor na praia?

SPEAKER 0: : Ficar deitado na areia e olhar para o céu. Porque aquele que se deita e fica olhando para o céu, possivelmente nunca mais ele quererá olhar para outro lugar. Porque no céu você encontra tudo aquilo que você pretende e você pode filosofar de todas as formas para tudo aquilo que você está observando. Até uma forma de nuvem que você vê ao longe. e que você está observando daquela maneira, mas aquele que está do seu lado não enxerga da... do mesmo modo que você está vendo.

SPEAKER 1: : E que que o senhor acha da moda atual que as mulheres usam na praia?

SPEAKER 0: : Eu acho que, propriamente, não existe, assim, uma moda normal, né? A gente vê tudo. Gente vê tudo. Acho que, existindo, a mulher usando aquilo que ela está usando, e se ela tiver condições para usar aquilo, tem... desde que ela use, assim, de... de uma forma não para exibicionismo, não é? Acho interessante. Não tem problema nenhum, não, viu?

SPEAKER 1: : Qual é o traje que o senhor usa para ir a praia?

SPEAKER 0: : Eu uso o maiô de três peças. Chapéu de palha, óculos escuro e sandália. (Risos) Eu ponho um short, ponho uma sandália e, realmente, um um chapéu de pa... um chapéu panamá, né? É com isso que eu vou à praia. Não ponho mais roupa do que isso. E, normalmente, levo uma toalha para me secar depois do banho de mar, enquanto eu es... continuo na praia, porque eu não gosto de ficar molhado na praia, compreen E... acho que é só. E uma blusa para sair, uma camisa, né? Para poder sair da praia, para ir a... da praia até o lugar aonde eu estiver instalado. Sim.

SPEAKER 1: : Como é que o senhor acha que uma mulher deveria se apresentar na praia?

SPEAKER 0: : Na ida, com as partes cobertas. Ela deveria ir, um maiô por baixo, uma saída de banho por ci   com alguma coisa no pé, né? Uma sandália, um tamanco, e quando ela se... chegasse à praia, então, ela se separaria dessas coisas de acordo com aquilo que ela estiver pre...ãh ãh que ela pretende fazer. Uhum. Ficaria de maiô, tomando banho de sol, e na saída, no percurso da praia até o local onde ela estiver, então ela novamente volta a colocar o agasalho.

SPEAKER 1: : E como é que seria esse maiô?

SPEAKER 0: : Se for jovem, não tem problema. Poderá ser um biquíni, realmente, né? Um biquíni, logicamente, discreto. Agora, se for uma senhora, eu acho que uma senhora não deve usar duas peças. Eu acho que sempre uma peça... Tem tanto maiô bonito com uma peça só. E uma senhora não deverá se exibir assim. E deve ser um... se conter um pouquinho, né? Agora, para os brotos, vale tudo, viu? Não tem problema nenhum, não. (risos)

SPEAKER 1: : () Doutor Oswald, passando um pouquinho para outra área, o senhor costuma ir a teatro. O que que o senhor acha do teatro atualmente? Ah,

SPEAKER 0: : Olha, eu lhes confesso de que a teatro, ãh...assim, propriamente, eu não vou muito, não, viu? Eu Vou a teatro quando é comédia. Tanto ao cinema quanto ao teatro, prefiro comédia. Porque a vida já é um drama. Então, em assistir mais outro drama, Não me satisfaz muito. Então eu prefiro ir num lugar onde eu possa me desanuviar do drama do de cotidiano, né? Fui ver agora o Chico Anysio. Na outra temporada que ele fez também fui. Fui ver o Costinha. Tudo para procurar dar um pouquinho de risada, entende? Se bem que eu não rio, né? Quando eu vou, eu não ri ### Mas eu acho muito interessante, depois eu fico pensando nas coisas todas que falaram e tal, e quando a gente está numa numa roda de amigos, tomando um aperitivo ou tomando um chope ou alguma coisa assim, há sempre a oportunidade da gente comentar e falar e contar uma piada nova que poderá ter sido ouvida, né? Mas, do resto, não não vou ao teatro exatamente por causa disso () Não acho que atualmente nós estamos assim, sendo contemplados com muito bons artistas, ou então eles não estão sendo muito bem aproveitados. E, lamentavelmente, como se diz na gíria, todos... todo teatro atualmente está apelando, né? Apelando para a pornofonia, ãh? Hã

SPEAKER 1: : O senhor diz que dificilmente o senhor vai ao teatro, que a vida já é um drama, porque existe outro drama. Para o senhor ir ao teatro, O que que precisaria um teatro ter? O assunto que ele deveria tratar? O que acontecerá se o senhor () ao teatro? 

SPEAKER 0: : Eu volto a frisar naquilo que eu falei. Eu vou ao teatro desde que seja comédia, entende-se? Se for drama ou outra coisa qualquer, olha, realmente não me agrada. Não há Não é do meu feitio. Não gosto. Não gosto. Poderão vocês julgar da forma que vocês quiserem,  Mas eu prefiro ir ao teatro para assistir comédias, vi Isso é o que me diverte. Uhum. Difí   

SPEAKER 1: : Filme também, o senhor só vai ver quando é comédia ou se for um bom drama, o senhor vê?

SPEAKER 0: : Não, eu procu... Sempre que eu vejo um programa em que minha mulher quer ir ao cinema ou eu queira convidá-la para ir ao cinema, eu procuro sempre ir... a um cinema onde esteja levando uma comédia. Mas eu já tenho assistido a dramas interessantes. Gosto também muito de fil... de filmes policiais. E filmes com bastante ação, isso eu gosto, né? Coisas novas, coisas inéditas que nós ainda não tivemos oportunidade de observar. Por exemplo, ah... Operação Dragão, por exemplo. Um filme espetacular, entende? Onde eles apresentaram um pouco de cada coisa dentro desse filme. Filme de um belíssimo colorido. Um filme realmente de suspense, onde eles apresentaram coisas que a gente ainda não... Eu, pelo menos, nunca tinha visto aquilo que eles puderam apresentar, né? Então Não são... São, assim, filmes ou cenas em que a gente está observando, naturalmente fora da comédia, e  Também, partindo da onde vem o filme, aonde existe maior ou menor especialização, a gente tem certeza de que poderá assistir a uma boa coisa, não é? Uhum. Tem, sim. Tem filmes, outros filmes também são bons, entende? Mas esse que é água e açúcar não vou, foi estilo Romeu e Julieta, entende?

SPEAKER 1: : Escuta, doutor Oswaldo, o que o senhor acha que é necessário para para uma boa representação de um filme, para que ele realmente obtenha sucesso?

SPEAKER 0: : Antes de mais nada, que ele tenha bons artistas. Que os artistas saibam realmente desempenhar o papel que lhes foi confiado. De que a... a montagem do filme realmente seja interessante. A técnica com a qual eles apresentam, as tomadas de cena que eles fazem. Então, por isso que eu falei que depende muito de onde esse filme parte. Porque o que é verdade precisa ser dita. Indústria americana Para o cinema é uma indústria espetacular. (Tosse) Eu, por exemplo, tive oportunidade de visitar os estúdios da Universal, lá em Los Angeles. E eles então fazem a demonstração de todos os truques possíveis e imagináveis de que eles lançam mão para fazer um filme. Nós estávamos dando uma volta com o trenzinho que faz, ãh... o percurso todo por dentro dos estúdios. E, em determinado lugar, nós nos deparamos com um lago. E o trem não parou. Ele só parou quando nós chegamos na beirada do lago. O que aconteceu? O lago se abriu em duas partes e nós passamos pelo meio. Entende? Depois, do outro lado, o cicerone, para que nó...nó...nós víssemos, ele parou novamente o trenzinho para nós vermos as águas se fecha   E as águas se fecharam, entende? Então eles mostraram como eles fazem a chuva, como eles fazem os filmes de bang-bang. Coisa espetacular! Eles fazerem um filme com o turista que está lá. Então são os próprios turistas que fazem o filme. Tem o diretor, ele escolhe os elementos ali, os elementos que ele tem necessidade para fazer o filme. Então, na ocasião que eu estive lá, eles fizeram um um um um filme de... Assim, de... Não é bem bang-bang, mas um hum... filme de de de mocinho e bandido, né? De dois rapazes que entravam dentro de um bar e assaltavam, não sei o quê. Ele foi dando as instruções todas para os elementos que estavam tomando parte na... no filme que estava sendo rodado. Fizeram tudo isso. Acabou o filme e, um minuto depois, nós estávamos vendo o filme na televisão. Que incrível! Com os turistas que estavam ali. Então, você vê de como eles estão, perfeitamente bem aparelhadas para apresentarem uma série de coisas, né? Não quero dizer que não exista outra indústria qualquer, a indústria italiana, talvez ela esteja, ah... assim, a passos lar... largos, (tosse) calgando o comércio o comércio cinemato gráfico, né? Foi isso que você me perguntou? É.

SPEAKER 1: : O que que o senhor acha do cinema nacional? O senhor acha que falta alguma coisa? O que... que que acontece com ele, que não tem tanto sucesso como o americano, italiano?

SPEAKER 0: : Eu acho que, antes de mais nada, é falta de dinheiro, não é? Porque, para fazer isso, precisa de grandes capitais. Então, precisa de dinheiro e honestidade. Quer dizer, contratar os artistas e realmente pagá-los. Acredito, também, de que o cinema nacional não tenha os recursos que têm os... a dema... as demais indústrias cinematográficas. A   parelhagem, que é muito importante, isso, entende?  Por exemplo, se nós não tivéssemos esse gravador agora, não poderíamos estar gravando essas entrevistas que vocês estão fazendo, não é? Sim, () E de maneira, então, que nós podemos, por exemplo, ver na nossa própria televisão de que os canais de que se... que se encontram atualmente, com aparelhagem mais antiquada, eles não apresentam os programas ou os próprios filmes tão bem, ou então a nitidez com a qual a gente possa ver uma televisão, do que os novos canais, ou os canais que que já adquiriram agora a nova aparelhagem. Por exemplo, o Canal Dois, entende? Acre... Acredito ser o... o canal mais bem aparelhado. Então nós podemos ver programas, ãh, espetaculares no Canal  E outros canais que que fizeram essas importações mais recentes. Então tem muito mais recursos. Por exemplo, você pode verificar, o Silvio Santos, ele tem um microfone que não tem fio, né? Sim, () E os outros todos usam microfone com fio. Quer dizer, como como que ele pode... como que ele pode ter aquele microfone? Porque ele comprou, ele tem dinheiro para comprar aquilo. Então, o dinheiro é... faz a coisa toda, não é isso? Você vai a uma casa de espetáculo, por exemplo, Mesmo num restaurante que você vá, você... de acordo com aquilo que os donos podem gastar para uma montagem, ele também poderá apresentar as coisas. Você vai a Boate Beco, por exemplo, que está... apresenta coisas espetaculares já, mas a montagem dele também é muito grande. Então, os donos tinham dinheiro para fazer aquilo. No tempo do boliche, por exemplo, entende? Quanto mais dinheiro tinha, mais... mais... ãh... boliches apresentáveis a gente encontrava, sempre em função do capital.   Então, eu quero crer de que a indústria cinematográfica, que é uma indústria cara, antes de mais nada, ela precisa de muito capital para a finalidade. Dizem que ela é desacreditada, mas por uma série de coisas anteriores, que ocorreram, e que isso aí... sim, se tornou se... ou lenda ou coisa verdadeira, entende? Que mui ta gente não não não se arrisca a determinadas coisas. né? No entanto, o Mazzaroppi está milionário, né? Com o cinema. Mas ele fazendo a chanchada que ele faz. Sim. É isso? É um homem que ganha muito dinheiro com o cinema. Agora, os outros que estão aventurando, mas ele ganha dinheiro porque ele faz o cinema para ele mesmo. Ele mesmo é... Ele é o dono das coisas, ele é o artista, ele que contrata, ele que faz tudo. Ele tem a própria organização para fazer as coisas dele. Agora, os outros que querem fazer, fazendo uso de outros artistas, não têm as condições todas necessárias para a finali

SPEAKER 1: : E televisão, o senhor assiste? O que que o senhor acha? Tirando o Canal Dois, que o senhor já falou que é muito bom em relação à técnica, tudo, o que que o senhor acha dos outros programas? Qual o nível? O  

SPEAKER 0: : Olha, de forma geral, eu só assisto a filmes na televisão. Tem uns filmes tradicionais aí, né? Hum. Detetives, não sei o quê e tal. Isso aí eu assisto na televisão. Não encontro Na televisão, nenhum programa que possa ser instrutivo e aproveitável por todos. Principalmente para a criança. Para crianças, nós encontramos os desenhos, né?  Os desenhos são bastante instrutivos. Ou então, a criança poderá aproveitar bastante. Esse Vila Sésamo que tem, é um programa bastante interessante. As crianças, elas se fixam na televisão. Ensina a criança praticamente até a ler, né? Agora, dos demais programas, Como já ouvi falar, não é coisa minha, né, que o ministro das comunicações estava pretendendo que se elevasse o nível cultural da da da programação de rádio e televisão. No entanto, isso não é possível, conforme disseram, porque se aumentar o nível, cai o Ibope. É.  Então, eles se preocupam muito com o faturamento. Então, todas as rádios e todas as televisões, eles querem audiência. E para conseguir audiência, é necessário fazer aquilo que o povo gosta. Hum. Então, aí eles eles encontram os patrocinadores para as coisas todas, senão não existe condição. O patrocinador, se um programa não estiver em evidência, ou se ele não estiver fadado a fazer sucesso, dificilmente eles vão encontrar patrocinador para a finalidade. (Tosse) Essa é a minha opini  

SPEAKER 1: : Então, o senhor acha que para obter uma boa audiência, ou continuar tendo audiência que tenha televisão, ela deveria continuar como está? Ou o senhor acha que seria necessário algum aprimoramento ou alguma mudança?

SPEAKER 0: : Nós temos tantos homens inteligentes dentro do rádio e dentro da televisão, (tosse) de que eles, melhor do que eu, que não conheço nada por trás dos bastidores, eles deveriam encontrar também um denominador comum para a finalidade. Eu acho que há a possibilidade de se fazer alguma coisa desde que se encontrassem os homens certos para fazer aquela coisa. Verifiquem vocês que os programas de maiores audiências são esses programas que são comprados pelos próprios comunicadores, né? Eles compram a hora da televisão. Então eles fazem dentro daquela programação deles aquilo que eles bem entenderem. Porque aquilo que é feito determinado pela pela administração das televisões, o artistas o... o comunicador tem que fazer aquilo para o qual ele é solicitado. Então, eu quero crer de que essa administração, ela deveria dar plena autonomia para que se fizessem coisas necessárias, mas sempre vai tropeçar na tal de audiência, né? Porque esse esse ibope é realmente um um negócio muito sério.  Então, vão em função do ibope. Deu ibope, faz. Não deu ibope, corta. Porque senão não tem patrocinador. Agora, de que nós temos muitos homens e homens capazes e homens inteligentes atrás da televisão, isso eu não tenho a dúvida nenhuma. Então, se quer dizer que se se abolisse completamente essas coisas, eu quero crer de que a televisão seria uma forma diferente de comunicação. Embora, de forma geral, em todos os lugares onde tive a oportunidade de ver televisão, nos próprios Estados... estar lá nos Estados Unidos, a maioria das coisas é constituída de filmes. São filmes que a gente vê na televisão. Agora  E e também vi lá programa de auditório.  No entanto, o nível cultural daqueles que estão parte no nos programas de auditório também não é tão elevado, não, entende? E nesses programas que existem de perguntas e respostas e tal, Normalmente, por mais que a pessoa saiba, é difí... a a a menos aquele que esteja, sim, bastante familiarizado com o microfone ou com o público, ele não tem problema nenhum em em em responder aquilo que lhe é perguntado. Mas as demais pessoas, dá o tal de branco na cabeça, né? Capaz de perguntar quem descobriu o Brasil e ele não sabe, né? Porque deu branco. Então, é o grande handicap que eles usam para a finalidade, para não pagar prêmios ou então fazer com que hum... com que as pessoas não ganhem. Mas quanto ao nível, eu acredito que poderá se transformar, sim. Entende? Quem sabe agora com uns jovens que vêm surgindo e nessas nesses novos cursos que existem agora, né? Curso de jornalismo, curso mesmo curso de comunicações, televisão, então possa aparecer, mudar um pouco a mentalidade. Ou então que o próprio governo determine, como já determinou, a proibição de de gíria, né, na televisão, deixar de de fazer uso de determinadas palavras e tal, que me parece que ainda não está sendo cumprido. Mas o o decreto já existe para a finalidade.

SPEAKER 1: : Quanto ao nível de de dos programas de rádio, o senhor acha que é mais baixo do que o da televisão?

SPEAKER 0: : ão. Olha, o o rádio tem... leva uma vantagem, né? Porque  A música que eles colocam já faz com que ãh...  determina...determinado espaço de tempo que eles estão usando para outras finalidades já fique lo... completado com a música. Eu gosto muito, no rádio, eu gosto muito dos jornais, né? Os jornais são notícias e notícias que são lidas e já são publicadas nos jornais. Então, eles transmitem através do rádio, para... até para aqueles que não sabem ler, o que... ou que são ou que são analfabetos, entende? Dentro dos presídios, eles ficam ouvindo o rádio, não têm a oportunidade de ler jornal. Então, eles ficam transmitindo essas coisas, esses programas havidos aí de de de... da.... Como é que chama? De madureza, né? Que eles faziam anteriormente. Muita gente andou aprendendo. Esse programa Minerva que existe no rádio, entende? É espetacular. Ele é o O rádio tem uma penetração fora do comum, não é mesmo? É muito mais do que a televisão. Eu acho que a relação de um para o outro deve ser de de dez para dois, né? E o rádio penetra em todo lugar. A televisão, não, não Nem é possí   Então, o rádio, qualquer um hoje tem um radinho de pilha, né? A pessoa fica trabalhando com o radinho de pilha do lado, ele fica ouvindo ou música ou notícia. Até a televisão dar a notícia de alguma coisa de extraordinário que aconteceu, o rádio já está na frente hum ãh.. hum ãh... vários furos, né? O rádio já transmitia aquilo lá, até a televisão dar. Então, eu eu acho que o o rádio é mais informativo, né?

Inf :ormativo e e... distrai um pouco com a música que apresenta.

SPEAKER 1: : O senhor falou para a gente quanto ao nível, né, da televisão. Então, o senhor deixou muitas falhas na televisão, que a gente concorda plenamen te, certo? Então, eu gostaria que o senhor dissesse para a gente, apesar de todas essas falhas contidas na televisão, na sua opinião, por que que a televisão massifica? Por que que ela tem grande audiência, apesar de tudo isso?

SPEAKER 0: : A televisão tem bastante audiência. dentro dos horários, dentro dos horários possíveis para aqueles que ficam trabalhando dez, doze, catorze horas por dia. Uhum. Agora, verifique você de que a proporção de horas de rádio é muito maior do que a proporção, ãh, do que ah... o tempo de televisão. Então, logicamente... Veja bem, se vocês exclui o futebol da televisão, eu acho que esse ibope vai cair muito, hein? () cai. Mas é Amanhã, por exemplo, ninguém trabalha, né? Amanhã é Brasil e Escócia. Uhum. Então quem pode vai ficar grudado na televisão. Mas a massa mesmo vai ficar é presa no rádio, né? Porque não tem oportunidade de ele estar em casa no horário em que o jogo será realizado. E então, é, como a televisão é praticamente num horário nobre, E hoje, qualquer um tem televisão dentro de casa, não tem problema nenhum. Então, eles querem juntar as coisas, né? Quer juntar, por exemplo, ah... a voz, a a a a construção da própria pessoa. Quer saber se a moça que faz aquele papel ela é bonita, se aquela... a fala daquele homem como ele é, entende? Então, isso realmente fixa muito mais. O povo, assim, a massa, conforme você falou, eles querem ver mais é é programa de auditório, né?  É isso que eles querem ver. Então vê o Bolinha, vê o Silvio Santos, vê o Flávio Cavalcanti, entende? É isso que eles querem.

SPEAKER 1: : Se o senhor tivesse que fazer alguma modificação, é, ãh, assim, na televisão, o que que o senhor fa...faria para o melhor aprimoramento?

SPEAKER 0: : Vocês, olha Quando vocês vieram me entrevistar, vocês vão me permitir de chamar a atenção de vocês para o seguinte. Não é indelicadeza minha, absoluta mente. Entende? Vocês não me disseram o que vocês fazem. Qual é o curso que vocês estão fazendo. (risos) Eu não devo perguntar. Compreende? Porque quando a gente vai fazer uma entrevista ou vai fazer alguma coisa, você, antes de mais nada, você quis fazer a minha ficha. Eu fui informando, porque se você não houvesse dito, eu diria. Meu nome é Oswaldo Antonio Cavallari, eu só faço isso e faço aquilo, sou assim, sou assim. Então, você devia dizer que você é é a fulana de tal, ela é a fulana de tal, estudantes da USP, cursando curso tal. E eu não sei até agora o que que vocês fazem. (risos) Qual é o curso, entende? () Ah, letras, letras góticas, né? (risos) Hum, me esqueci da sua pergunta.

SPEAKER 1: : Se o senhor fosse fazer um programa de televisão, o que que o senhor faria para o melhor aprimoramento da televisão?

SPEAKER 0: : Responder o que você está me perguntando é realmente muito difícil, porque eu quero crer de que isso deva ser pensamento também dos homens de televisão. Eles também deverão estar procurando alguma coisa para transformar. Transformar para melhor e para dar melhor ibope. Eles procuram. Você verifica, por exemplo, de que o o o os artistas todos, eles vão mudando de canal para canal, não é? E () E para cada canal que eles vão, a direção procura dar um outro cunho naquilo que ele vinha fazendo na televisão anterior. Então, eles, é... querem, eles sabem daquilo que o artista é capaz. Então, eles vão procurar fazer uma coisa completamente diferente com ele. Se vai fazer uma coisa diferente, ele já não se... não se presta para aquela finalidade. É muito difícil dizer qual a transformação a se dar na televisão, entende? Eu não tenho ideia, não, entende? Para melhorar o que é necessário. O o  Porque eu, o caso perfeitamente bem, televisão é muito cara, entende? Para você fazer um anúncio na televisão, um anúncio de de trinta segundos, é é é um preço eleva Agora, se não existir compensação, se não abranger a faixa que eles estão pretendendo para a finalidade, compreende? E Como que eles vão transformar? Eles preferem ficar naquilo que eles estão fazendo. Olha, talvez vocês não saibam, vou dizer uma coisa para vocês. Vocês conhecem esses cartazes que a gente vê nas paredes, não é isso? De () Chamam-se dezesseis folhas, né? Eles colocam nas paredes. Conforme o produto que eles querem anunciar, o anunciante escolhe o bairro aonde ele quer que tenha mais daqueles cartazes. Você é capaz, por exemplo, de passar na Vila Maria e você... lá você encontra um cartaz que você não vê na cidade. Por quê? () Porque é na Vila Maria que existe o consumo deles. Compreende? É bem difícil, por exemplo, de você encontrar muitos cartazes da Fenit em Guarulhos. Compreende? Porque é um bairro essencialmente operário, tanto quanto você poderá encontrar na zona dos Jardins. Então, enquanto eles colocam trezendo cartazes nos Jardins, para ele para para para o povo do dos Jardins ir à Fenit, Em Guarulhos, eles colocam dez, só para lembrar que existe, porque lá poderá abranger dez lá, e esses dez ou vinte ou mais irão até lá, ao passo que a turma do Jardim vai muito mais para ver ah...até o Anhembi para ver a Fenit, compreende?  Então, de acordo com o produto que está sendo anunciado, é que eles fazem a escolha dos bairros. Então, na televisão, eu quero crer que é a mesma coisa. conforme o público que ele queira que queira abranger, é que eles vão fazer o programa, e procurar também o patrocinador. Então, se se é um um programa, por exemplo, uma transmissão de ópera, não adianta estar querendo, na transmissão de ópera, colocar anúncio de Sapólio, porque a dona de casa, a empregada, ela não está olhando aquilo, não vai ficar na televisão presa à irradiação de ah...ãh de uma ópera, entende? Então eles vão procurar um produto mais fino, então eles vão botar cigarro finesse, bota uísque, não sei o quê, entende? Que é o povo que está olhando aquilo, entende? Ou então um vinho, Valpolicella, qualquer coisa, para fazer propaganda daquilo lá, e que eles vão encontrar ali, através do espectador, a receptividade para ele poder vender o programa de

SPEAKER 1: : O senhor notou alguma diferença na televisão do exterior, por exemplo, dos Estados Unidos em relação à nossa, sobre essas particularidades que o senhor falou ou outras?

SPEAKER 0: : Bom, antes de mais nada, é a técnica deles, né? A televisão lá, ela é muito melhor construída. Nós temos aqui em casa uma televisão que eu trouxe dos Estados Unidos em Agora ela foi para o concerto pela primeira vez. Puxa. Esses componentes todos que formam a televisão, logicamente, fará com que o aparelho seja melhor para apresentar melhor ima magem. Quer dizer, então, tecnicamente falando, eu quero crer de que, realmente, ah... a fabricação do aparelho seja melhor do que o nosso. Na casa de um primo meu, aonde nenhuma televisão pegava, das nacionais, foi levado lá uma televisão portátil americana, pegava todos os canais, sem antena exter   Com a própria antena. Quer dizer, deve existir alguma coisa. Não estou absolutamente menosprezando a indústria nacional, que ela está... ela caminha passos largos, não tem dúvida nenhuma, entende? Nós aqui, nós temos de tudo. Mas talvez, possivelmente, por causa de um de um componente qualquer que seja necessário para fazer aquilo e aonde não há condições de nós fazermos a importação, a própria maquinária para fa... fabricar aquilo, nós tal... não estejamos à altura para poder fazer ainda, né? Esperamos e para muito breve que se se consiga tudo isso, para que a gente fique totalmente independente da dos demais locais aonde haja necessidade de fazer as importações. Agora, quanto à qualidade, a qualidade é mais ou menos a mesma, entende? Agora, nós estam... podemos verificar no no auditório, auditório americano, que eu tive oportunidade de ver, entende, de que as pessoas são mais bem apresentáveis. Uhum. Nós não encontramos, assim o assim, o o Zé Povinho nosso, né, dentro do auditório de televisão, as macacas que estão lá dentro, entendes?  ### ou apresentáveis, né? Tem bastante diferença sim, viu? E o colorido, a televisão, o o o os recursos que eles têm. Por exemplo, eu, em Las Vegas, eu estava instalado num hotel em que a televisão, na base do controle remoto, mas o controle remoto preso por botões, assim, no no criado-mudo precisava levantar da cama para ir mudar a programação. Essa televisão que que eu fale... falei agora, de dezessete anos, e mil... de mil novecentos e cinquenta e sete, que eu trouxe de lá, ela já veio com controle remoto. E aqui nã... ainda não existia. E funcionando, sem fio, sem nada, entende? Totalmente eletrô nico. Então, eu quero crer de que isso também, porque É sempre em função do capital. Quer dizer, com o capital, a gente faz, é, tudo aquilo que é necessário. () também faremos, entende? se nós podemos fazer a inversão do capital. Você vê, por exemplo, Las Vegas. Você encontra o luminoso que tem na frente de um cassino. Nenhum brasileiro tem condição de pagar. Só o luminoso. Compreende? Porque hoje um luminoso custa uma fortuna aqui para nós. Eles também, compreende? Mas só o... por exemplo, você vai na frente de um (), na frente de um Dunes, por exemplo, você vê o luminoso que tem lá, para nós dá para... dá para construir praticamente um cassino inteiro, entende? E os apetrechos para eles conservarem aquilo. Então tem as as firmas especializadas para a conservação de luminosos, aonde encosta o caminhão, não com uma escada Magirus, mas mais ou menos com uma escada Magirus, entende? Um caminhão assim, que para você entender, é um braço que se levanta e tem uma cestinha na ponta, e naquela cestinha vai o homem, para o homem fa... limpar, o luminoso, trocar lâmpada, esse negócio todo. Eu acho que eu só, eu de... acho que eu devo estar falando aquilo que é real, não é mesmo? ()  E eu estou falando o que é real. Não estou fazendo demagogia, nem falando nada de que venha ãh... ãh... a desdourar isto ou aquilo, entende? É É aquilo que é verdade.

SPEAKER 1: : E como é que é a assistência contra televisão, ou cinema, ou teatro... hm-hm... ou mesmo ao rádio no exterior, comparado com o daqui?

SPEAKER 0: : Você diz assistência técnica?

SPEAKER 1: : Não, de pessoal auditório.

SPEAKER 2: : Como que é? Já falei.

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : Também, porque lá existe a obrigatoriedade do ensino à Toda pessoa, compreende? Ele é obri... é Ela é obrigada a estudar. Ela não pode deixar de estudar. Então, eu não se... ela tem uma formação um pouco melhor do que a nossa. Eles não conhecem outra coisa, a não ser os Estados Unidos, por exemplo. Então, se você... se você for fazer com eles essa entrevista que você está fazendo comigo, talvez você não encontrasse eco nessa... nessa entrevista. Porque se você perguntar a eles qual é a capital da Itália, eles não sabem o que é Roma. Mas se você perguntar tudo aquilo que tange os Estados Unidos, eles te respondem. Compreende? Se você perguntar qual é o dinheiro que corre em Portugal, ele não sabe. Ele só sabe que existe dólar, ele não sabe que existe outra coisa. Então, penso eu de que o governo tem muita preocupação de difundir o que é deles, o que exclusivamente. E nós não, nós procuramos aqui o que é muito melhor, é claro, entende? De saber um pouco de tudo, não profundamente, mas pelo menos um pouco de tudo. Então, você vê que os alunos Hoje, do do do do do do primeiro ciclo, né? Até o segundo ciclo também, eles... aula de geografia é para saber tudo. Não só do Brasil, do mundo. Certo? Então, quer saber como é que é... como é que... como é o clima aqui, como é o clima ali, como como são as formações aqui, as formações geológicas ali, entende? E se... ãh... A criança, então, sabe de tudo. Rios, entende? Os rios que cortam este, aquele país, este, aquele estado. Nós, aqui, procuramos saber e sabemos realmente. Em outros lugares, isso aí não é assim, não, entende? Entendi. Você vê que é lá só, negócio concentra