SPEAKER 1: Doutor Luiz Américo, entrando assim na área de profissões, quais as profissões que o senhor acha que atualmente são mais valorizadas? Bom

SPEAKER 0: profissões valorizada... Eu gosto muito da minha profissão, certo? A> <cho excepcional. E acho a profissão medicina a profissão mais interessante que existe no mundo. E odontologia medicina da boca. Mas é isso que eu acho uma profissão excepcion> Normalmente a gente conhece ah engenharia, advocacia, medicina como as mais procuradas e mais valorizadas, profissões ditas liberais ou prof> <issões técnicas. Esta é a minha resposta. Você tem alguma outra ideia?

SPEAKER 1: Dentro do ramo da medicina, o que que o senhor teria para contar p> <ara a gente quais os ramos de me>

SPEAKER 0: Bom, ramo de medicina eu não conheço nenhum, porque não sou médico, sou dentista, mas a medicina tem as várias especialidades, não é verdade? Eu acho que hum, no momento, uma parte de medicina muito boa é aquela que lida com higiene, saúde pública, porque o o Zé Paulinho aí está mal, sabe? No mundo inteiro, não é só aqui, não. Mas E o médico tem que dar um atendimento para esse pessoal de uma maneira econômica, rápida e que abranja o maior número possível de pessoas, não é verdade? Cer> Agora, todas as especialidades são lindas, o que interessa é que a pessoa goste o que faça. Qualquer um um a um advogado, por exemplo, especialista em em impostos, em imposto de renda, ou qualquer coisa, se ele gostar, ele se especializa naquilo, faz com prazer e aproveita bem a profissão.

SPEAKER 1: Você poderia dizer para a gente quais as profissões liberais que existem no Brasil?

SPEAKER 0: Não conheço todas, eu vou dizer as mais que eu me lem> Medicina, Engenharia, Odontologia, ah Direito, ah Administração de Empresas, Faculdade de Filosofia, deixa eu ver, Farmácia, uma famosa, no momento, são as que eu me lembro, não são demais, nã>

SPEAKER 1: pessoa não tem instrução, não tem nível universitário, quais as profissões que o senhor acha que ela teria a chance para de progredir?

SPEAKER 0: Em nível universitário, sempre o sujeito passou apertado, hoje passa mais ainda Sujeito que com instrução, eu tenho esse costume de comentar nos meus amigos, pessoa com instrução hoje passa apertado, imagina os que não têm. Agora você pergunta para mim qual é, um uma que está ganhando muito dinheiro é a corretagem, uma profissão que eu acho verdadeiro absurdo, um verdadeiro absurdo. E os sujeitos ficam ricos. Comércio, quando bem dirigido, também dá o dinheiro. Ainda mais se a pessoa for correta, honesta, eu não sei de que jeito ele sozinho possa ir adiante. Não entendo. A não ser de uma profissão liberal. Ele tem maiores chances, através disso tudo, de se projetar.

SPEAKER 1: Qual a pouca chance que o senhor vê para essas pessoas, sem nível universitário ou mesmo sem escolaridade, que elas poderiam trabalhar? Em que que elas poderiam trabalhar? O que o senhor acha?

SPEAKER 0: A impressão que eu tenho de uma pessoa sem instrução é de que tem que ser dependente. Não tem outro jeito. Ele tem que ser uh empregado. E empregado é mal pago, sempre. A vida inteira. Não tem outro jeito. V> <ai ser funcionário. Hoje mesmo eu estava descendo do elevador e estava me lembrando de um rapaz que eu vi ali. Certo? Simpático e tal, trabalha numa caixa econômica. E eu não sabia se ele era casado, pelo menos nunca vim com es vi com esposa. E vi um anel de de casamento no na mão. E fiquei pensando com os meus botões, trabalhando na caixa econômica, quanto que esse diabo desse homem pode ganhar, compreendeu, para poder sustentar uma família, necessariamente, a mulher tem que trabalhar. ### A mulher casada. Sou ou eu sou obrigado a admitir hoje? S> <ou, sempre fui. E tenho justificativa, tenho motivo. Mas sou obrigado a reconhecer hoje que não existe outro meio. Um um moço para poder casar hoje, constituir família, ele tem que começar ganhando, pelo menos para a mulher não trabalhar, tem que ganhar pelo menos cinco mil cruzeiros por mês. Quais são as profissões que dão essa ( ) Ainda mais empregado. Quais são? Eu não conheço. Então a mulher começa a trabalh>

SPEAKER 1: Por que o senhor é contra a mulher trabalhar?

SPEAKER 0: Eu sou um sujeito religioso, tive uma instrução muito boa, sou um antigo aluno dos maristas e vivi quarenta e quatro anos aqui em São Paulo. Sou do tempo de que passeio em bonde, uma viagem até a cidade num bonde, era passeio de domingo para criança, certo? Mas que eu tenho a minha concepção de vida e não me afasto de jeito nenhum disso. Sou tranquilo. Eu acho que o momento que a mulher saiu do lar para poder trabalhar, ela simplesmente optou por uma outra coisa que não a educação do filho e o e o e o cuidado com a casa, certo? Isso daí traz uma série de problemas e trouxe uma série de problemas. Primeiro porque ela foi entrar numa área de competição com os homens, na qual ela não pode em hipótese nenhuma competir. Pode competir em alguma coisa. Da mesma maneira que nós não podemos competir com vocês em assuntos femininos. Um homem tomar conta de criança, gerir um lar ou fazer comida não não não po> São coisas completamente diferentes. E depois a mulher é dependente do homem. Deus quis assim, assim fez. E no momento que ela quis fazer o contrário, se estrepou. (risos) E o mundo está aí, tranquilamente. É o que está acontecendo. Eu nesse assunto sou muito positivo, viu? E há muitos anos que eu venho falando isso. Prevendo esta esta encrenca que está acontecendo hoje, que ninguém se entren ninguém se entende, país nenhum se entende. Um desgosto total, todo mundo triste. Eu tenho muita pena dos meus filhos que eu pus no mundo e de vocês, que são moças, Vocês vão encontrar um mundo pela frente que não está escrito, viu? Um troço difícil.

SPEAKER 1: E mesmo que ela tenha estudado e goste da profissão dela, assim mesmo você acha que ela não deve trabalhar?

SPEAKER 0: Respondendo melhor a sua pergunta, é o seguinte. Hoje em dia, infelizmente, eu não vejo outro caminho. Mesmo porque a moça vai ficar sentada em casa esperando o casamento, é uma coisa dificílima. Ho> <je não vai conseguir. É um direito que todas elas têm, uma ânsia que toda mulher tem normal de casar. E dentro de casa fechada, dificilmente. Depois outra coisa, um pai, por exemplo, com quatro filhos, sustentando rapazes, adultos, eles têm necessidade, passeios, jogos ( ), automóveis, outra coisa, com quanto que esse homem precisa ganhar para poder sustentar isso? E essas crianças têm direito a ter essas coisas, e eles vão querer. Então tem necessidade de sair, e a moça também tem. Agora, dentro dentre desta dessas profissões para trabalho, Eu reconheço que existem algumas muito boas. A mesma a minha profissão de odontologia eu acho excepcional para moça. E realmente, os uh no nas últimas na como é que chama vestibulares, elas já passaram o número de homens na minha profissão. Tem bem mais mulheres do que homens. É uma novidade que eu soube outro dia. Biologia, por exemplo, eu adoro. Eu quero que a minha filha estude biologi> E eu acho espetacular. De eh eu já falei para ela, dependendo dela, (pigarro) ela pode ganhar o prêmio Nobel de Biologia. Depende só dela, porque matéria e estudo tem aí. Certo? E como nós estamos no fim do mundo, Nós vamos precisar demais, demais de biólogos. De gente que vai ter que fabricar ah a comida da pedra, porque não tem mais. E quem duvidar disso até hoje é porque está por fora do assunto. Então ela ah ficou encantada. Ela está no primeiro ano lá do Castro Alves, magistério. Aliás, me parece que é a primeira aluna, é inteligente, esperta, esforçada. ### Aquilo encanta. Psicologia encanta mesmo. Quem não conhece e vê pela primeira vez, aquilo é extraordinário. Mas positivamente, eu não eu não vejo comparação hoje em dia. entre psicologia e biologia, principalmente no problema de campo de mercado de trabalho certo? Eu acho que como bióloga ela tem muito mais chances. Então, respondendo a pergunta que... como é que você chama? ( ). Sônia fez. Eu acho que a mulher, já que hoje tem que trabalhar, queiramos nós ou não queiramos, ou queira eu não queira, existem profissões absolutamente compatíveis com a mulher e com o lar, mesmo porque ela pode se dedicar a meio período, ce>

SPEAKER 1: O senhor disse que tem, agora, ( ) muitas mulheres trabalhando dentro do seu campo, né? Como é que elas estão se saindo?

SPEAKER 0: Honestamente falando, estão se saindo excepcionalmente bem. Muito bem. Elas estudam para burro. Aliás, no meu tempo de faculdade, as moças, eu tinha numa turma de setenta e oito, eu tinha mais ou menos vinte e cinco, aproximadamente, elas eram tranquilamente e disputavam os primeiros lugares. Inclusive, a que entrou em primeiro lugar foi uma mulher. E elas se saem muito bem, são competentíssimas. Lá na associação, onde eu convivo com colegas minhas, tem algumas que eu posso te citar, duas, Leda e Marta, são excepcionais ah profissionais sob todos os pontos de vista. Tanto na parte técnica, onde elas têm um consultório de enorme movimento, como na parte de projeção dentro da profissão. Alguma As duas cônjuges conseguiram projeção internacion>

SPEAKER 1: E se alguém pedisse um conselho para o senhor a respeito de profissão? Vamos supor que não seja sua filha ( ) Porque o senhor falou que se fosse sua filha, você faria biologia. E uma outra pessoa, o que o senhor aconselharia?

SPEAKER 0: Está bem, respondendo a sua pergunta, é o seguinte, eu posso aconselhar uma coisa que eu gosto, que eu tenho visão, eu acho. A profissão médica hoje tá passando uma crise muito grande aqui no Brasil certo? Isso é de estudo, é para ( ) dificílimo, um vestibular difícil, e tem que estudar sempre. Eu estou estudando, fazendo curso. E e não é remunerado à altura. E quando ele cobra bem, o que eu acho que ele deve cobrar, ah os preços já estão passando ah o nível de de de de de aceitação da bolsa popular. Então, a profissão está atravessando uma crise. E eu acredito, pelo que estive conversando, que a nossa odontologia também vai se socializar. Então, responder qual é como é que a gente chama, a profissão que eu indico, é uma coisa um pouquinho difícil.
 Eu acho, pessoalmente, que a profis a pessoa deve fazer aquilo que ela sente inclinação, naturalmente peça alguma ajuda, a algum superior ou algum parente que já faz aquilo que ela pretende fazer, para ela ser bem encaminhada. Mas eu acredito que ah ah não adianta a pessoa fazer, por exemplo, eu quero ser engenheira, e depois se for engen ah eu queria ser médico. É bobagem. Uma vez escolhido o ramo de trabalho, ela tem dentro daquele ramo Estudo e satisfações permite que ela se conduza muito bem. ### Eu acho uma profissão, por exemplo, diferente é piloto. Piloto de aviação, piloto comercial. A> <legre, agradável, conhece muita gente, se distrai. Mas, por exemplo, um homem que pretende casar e criar filhos é uma profissão contraditória. Certo?

SPEAKER 1: E dentro da sua profissão, você encontrou problemas no começo? Quando é que você se formou? Como é que foi?

SPEAKER 0: Eu encontrei problemas na minha profissão. Até comentando com meu filho, eu tenho três filhos homens, eu gostaria que algum deles fosse do do da dentista, porque para eles aproveitarem todo o sacrifício que eu tive, eu tenho vinte anos de odontologia, eu não tive ninguém que fosse ah dentista na minha propr ah dentista na minha família, tanto pelo lado de papai como mamãe. e de maneira que não recebi auxílio de ninguém e sofri uma porção de revés de problemas e eu acredito que para o meu filho eu transportaria, ah colocaria ele no consultório em outra situação, não é? Com mais facilidade.

SPEAKER 1: Você, logo ah logo no começo da sua carreira, você já abriu consultório, você começou a trabalhar em alguma

SPEAKER 0: Infelizmente, eu não abri o meu consultório logo. Eu fui trabalhar no Serviço Dental Escolar do Estado, coisa que eu me arrependo profundamente até hoje. Eu simplesmente marquei passo, perdi trin eh dezessete anos de profissão. Eu t> <enho vinte já de formado. Eu pretendo pedir demissão do serviço. Sou muito mal pago, não é reconhecida, não tem ah acesso à carreira, uma verdadeira droga. Se eu tivesse ficado no meu consultório sozinho, inclusive ocupando esse tempo que eu ocupava no serviço, que é o período da manhã, em estudo, eu hoje estaria tranquilamente com a minha situação econômica e profissional resolvida. Em todo caso, eu ainda sou moço, tenho boa disposição, pretendo recuperar esse tempo perdi> É um verdadeiro desastre o funcionalismo público, pelo menos no no no no no esquema atual. Pode ser que amanhã se mude isso, mas é um desastre que eu não recomendo para ninguém. Mas queria casar, tinha vontade, é uma coisa perfeitamente lógica, e naquele tempo eu ganhava razoavelmente bem. E eu recebia uns sete milhões ( ) e pouco, sete mil cruzeiros, pagava três mil da minha casa, ainda me sobrava três mil para sustento e outras coisas. Mas hoje eu posso dizer para vocês, eu tenho trin dezessete anos de formado, estou recebendo, sou efetivo, estou recebendo Com descontos, ah líquido por mês, mil e oitocentos cruzeiros para perder todas as minhas manhãs. Um Não digo nem um cliente, meio cliente que eu pegue por mês no meu consultório, eu ganho o dobro disso. Sossegado.

SPEAKER 1: ( ) mudando um pouco de área, você falou para a gente que você tinha alguma ve você teve alguma vivência religiosa, não foi isso? O que que você poderia contar para a gente a esse respeito, dentro do campo da religião?

SPEAKER 0: Bem, eu não entendi o que você quis dizer com isso, mas, em todo caso, vamos responder. Eu sou um antigo aluno dos maristas, Colégio Nossa Senhora do Carmo, certo? E e eu me lembro, era meio chato quando a gente entrava lá no colégio, braço cruzado, e tinha que rezar toda vez que trocava de aula, et cetera et cetera. Hoje eu entendo que aquele tipo de instrução era verdadeira, certo? Eu, por exemplo, eu posso responder para vocês, a vida não é fácil, a gente tem os problemas da gente, aqui em São Paulo, principalmente, mas eu sou um sujeito que eu respondo para todas as pessoas que me conhece, as quem eu tenho intimidade, quando eu tenho oportunidade de responder e conversar, sou um sujeito que sei da onde que vim, sei para onde que eu vou, mas sou do ( ) também, tranquilo. Certo? E você pergunta, então, para mim, a respeito de religião, eu acho que a pessoa que não tem um alvo, Na vida ah deste tipo assim espiritual, ela passa apertado, sempre passou. ### Se o sujeito não se encontrar, ele está perdido. Porque não há de ser um médico, por melhor que seja, por mais capaz que seja, por mais bem pago que seja, certo que vai curar essa pessoa. Mas que às vezes no consultório eu vejo, outro dia vinha um artista famoso de televisão, uma boníssima pessoa, uma bela de uma alma, fazendo tratamento psiquiátrico, eu não comento nada com ele, não tenho nada que ver com isso, ninguém me pediu a opinião, mas eu fico com uma pena dele. Ele vai ficar lá o tempo todo, mas eu sem conseguir melhora. Porque o médico pode, a ciência pode, através da da do conhecimento, ( ) poder definir os problemas da pessoa, certo? Mas quem vai resolver isso? Não é o médico. É a pessoa que tem que resolver. É aí é que está o problema. E às vezes a pessoa vai no médico e se arrepende, porque o médico expõe aqueles problemas que ele não quer conhecer, cer> E você é praticante da religião ou você... (risos) O problema de prática da p da da religião, eu estou sendo bem sincero com vocês, então estou respondendo da melhor maneira possível. Eu não bah bah sou absolutamente convicto de a existência do Nosso Senhor Jesus Cristo, eu não chamo de Cristo, chamo de Nosso Senhor Jesus Cristo, certo? Is> <so para mim é assunto tranquilo, é mais fácil você me provar que eu me chamo Luiz Alberto, que é o nome do meu irmão, do que... A não existência de Cristo. E a minha religião eu só perco através de uma lavagem cerebral. Quer dizer, contra a minha vontade, através de um recurso que a ciência descobre. Mas, pessoalmente, nunca tive abalo na minha fé. Eu sou tranqu> <ilo. Agora, você perguntou para mim, é Sônia? É Sônia, você perguntou o problema da religião. Infelizmente, eu não sou de ca ah de aço, certo? Sou fraco. Eu confesso que eu sou fraco. Mas que eu tenha lá as minhas falhas humanas, e não sou homem de comunhão frequente, certo? Mas gostaria de fazer e não faço porque assisto a minha missa e não faço porque tenho lá minhas falhas, meus defeitos. Agora, pelo menos sou honesto o suficiente para não dizer, ah, eu sou religioso, eu sou católico, sei lá o quê, ( ) mas acho que a igreja está errada nisso, a igreja está errada naquilo, para poder arrumar as minhas desculpas. e não não frequento demais os sacramentos por causa disso, mas faço força para me melhorar sempre. Eu acredito que com o passar dos anos estou ficando mais sossegado e vou chegar a um bom termo nesse assunto. Vocês entenderam o que eu fale> Eu preciso dar maiores detalhes.

SPEAKER 1: E essa formação religiosa você adquiriu no colégio ou foi em casa?

SPEAKER 0: Graças a Deus eu adquiri do meu pai, da minha mãe, das minhas avós, que são santas. Conheci minhas bisavós, uma delas, aliás, um bisavô, e adquiri no colégio. E lamento profundamente, compreendeu, que hoje existe uma crise de religião, não da religião católica, esta é imperecível, mas da igreja e os que comandam, certo, que são ou então um desastre total, certo? E eu lamento que os meus filhos não tenham tido um centésimo da religião que eu tive. E eu me resolvi já, é um assunto que eu já me determinei, e eu vou ensinar a religião que eu aprendi para eles. Muito curtamente, muito singelamente, Mas eu que decidi isso, eu e minha mulher. E com uma vantagem, os meus filhos, eu gosto muito deles e eu agrado muito os meus filhos. Eu vivo em casa com eles. Não sou o melhor pai do mundo, mas acredito que se faço a força para ser. Eu não sou de sair de noite, vivo com eles o máximo possível, agrado muito, ponho no colo, beijo, apesar de ser enérgico E, com isso tudo, vocês podem observar, os que me conhecem, que basta eu falar uma palavra em casa. Não grito, não berro, não falo nada. Falo o papaizinho não gosta disso. É o suficiente para a criança já ceder e ficar atrapalhada e, às vezes, fica até com pena deles Mas que voltando ao assunto religião, eu vou resumir o que aprendi. E como vem de mim, eu, pai dele, Eles vão acreditar. Essa é a ideia que eu tenho e vou pedir a Deus inspiração para isso. Se depender de terceiros. ### Basta dizer que um vai fazer onze anos e não se fala em catecismo. Ainda não se fala em primeira comunhão para o menino. Mas nem se sonha no assunto. Eu com onze anos já tinha feito a minha primeira comunhão e comungava todo domingo. Eu insisto nesse problema de religião. Porque não vejo outra saída para o homem, compreendeu E fiquei satisfeitíssimo a propósito quando li uh eh essas opiniões do Solzhenitsyn. Ele diz exatamente a mesma coisa, e um homem vindo daquelas masmorras, daquele fim do mundo, e ele é comunista também. Ele diz que não existe outra saída para o homem, a não ser a a procura de Deus e a transmissão entre eles da mensagem de Deus, que é uma, única. Ele não diz crescei e amai-vo> Ele não diz nada disso. ( ) diz tratar o sujeito do lado, da frente e de trás, da mesma maneira como a gente gostaria de ser tratado. E com religião, sem religião, se os homens fizessem isso, o mundo muda completamente, e muda mesmo. Acaba problema de ecologia, acaba problema de tudo. Porque vocês acreditem, em em vez de vo de de de de da ciência ou da humanidade, ou sei lá de quem interessado, mandar um diabo de um foguete lá para a lua, ( ) que se aproveitasse aquele dinheiro em outras pesquisas. Isso é ( ), ninguém me convence na o contrário. Não venham me dizer, ah, descobriu muita coisa ( ) Não tenho dúvida que descobririam. Mas nós poderíamos deixar toda a humanidade feliz e aí, em vez de dez mil cientistas, seriam cem milhões de cientistas a descobrir coisas pelo planeta. Certo? Vocês viram outro dia qual foi o resultado da da explosão da bomba atômica na Índia. Aquilo lá é uma coisa... eh não sei o termo, não me vem à cabeça. ( ) paradoxal. É um país que está ah à beira da da da da fome. G> <eneralizar no país inteiro e fazer bomba atômica. ### <efender de quem? E depois gastou uma fortuna para fazer o quê? Uma bomba

SPEAKER 1: Você falou em crise de igreja. A que que o senhor acha que se deve essa crise da igreja atualmen>

SPEAKER 0: O que você quer saber exatamente chama-se anticristo. O anticristo está vivo e funcionando. Eu não sei a ideia e da a data certa de nascimento. Mas as pessoas que estudaram o assunto, que sabem, acham que... E eu já disse para vocês, nós estamos no fim do mundo. Não vai até o ano dois mil. Nos próximos vinte anos vai acontecer alguma coisa ali muito séria. E essa coisa de séria é ( ), principalmente. E Eu eu vivo baseado nisso. Não me desespero, não me arrebento. Encontro a saída no trabalho, no estudo para isso. Porque se o negócio está determinado, você não vai conseguir mudar isso. Então você vai conseguir, pelo menos, ficar em paz com a sua consciência. E quando acontecerem essas coisas, você fala, ah, eu pessoalmente não concorri para isso. Pelo contrário, procurei que isso não acontecesse. Então você perguntou, é o anticristo, ele já está vivo, agindo, e as ideias dele agindo. Vocês podem observar que, realmente, depois dessa segunda erra guerra, a guerra de Hitler foi uma catás> que a humanidade inteira é culpada daquilo lá. (pigarro) Não porque não foram lutar contra Hitler, mas é porque não combateram as ideias dele, aquela aberração que ele cometeu contra os judeus. Então você pergunta quem é o culpado disso. É o anticristo, simplesmente, que está projetando essas ideias. E o mundo hoje virou de perna para o ar, não tem mais ah não há mais respeito, não existe mais nada. E a última célula para a desintegração da sociedade, pelo menos do jeito que a gente conheceu até hoje, É a família, e ela já está sendo destruída também, certo? E de>

SPEAKER 1: <ntre as religiões que você conhece, quais são e você poderia falar alguma coisa sobre elas para a gente?

SPEAKER 0: Eu não conheço todas as religiões, e aliás, não conheço nenhuma religião. Eu sou católico, conheço o protestantismo, certo? Eu não sou favorável àquela opinião Religiosamente falando, aquela opinião de que todas as religiões são boas, isso não é verdade. Não é verdade. Para explicar isso para vocês eu tinha que pensar muito e ia fugir ao nível da conversa, o assunto principal. Mas uma coisa eu acredito e tenho certeza, que a pessoa que tem uma ideia superior, c> Uma ideia superior, num ente superior, alguma coisa superior, se desligando desse terra-terra comum, a pessoa, sendo honesta consigo mesma e séria, ela pode conseguir chegar à perfeição. Por exemplo, por que que está fazendo um sucesso espetacular na televisão o filme o filme do Kung Fu? Eu acho um um filme extraordinário, aquilo devia ser passado em todos os colégios, porque aquele moço conseguiu aquilo que eu não consigo e que eu luto, a conhecimento de si mesmo e a superação de suas misérias, fraquezas humana. Ele conseguiu chegar a tal absurdo, e eu faço questão de contar um pedacinho para vocês, que é tal absurdo, que é lógico que um homem que conhece todas as misérias humanas e que foi orientado por sábios superiores lá da da da terra deles lá, ele tem que conhecer todos os os dramas do homem, as a parte psicológica, et cetera, et cetera. ou numa tonel, sei lá o quê. E ao lado dele tem dois brancos cafajestes. Et cetera, e na hora que ele vai beber, du um deles vira-se para ele e fala, ô fulano, eu se fosse você, não bebia dessa água. Agora nós, eu, o telespectador, e qualquer um está percebendo que aquele cara está sendo racista, está tratando com menosprezo o rapaz lá do personagem, o herói do kung fu, ce> <rto? E o homem é tão humilde, é tão superior, que é ne lógico que percebeu isso. Lógico. Ele já passou por isso uma centena de ve> Mas ele é tão humilde, é tão superior, que ele já passou. Não sei como explicar para vocês, e ele vira-se para o homem, em vez de dizer, por quê? Você bebeu? Eu também estou com sede, eu posso beber. Ele vira-se e diz assim, por quê? A água está estragada? Isso daí calou profundamente. Quer dizer, uma pessoa diante do superior. Vocês entenderam? O sujeito é tão humilde, que pensou que o sujeito estivesse advertindo ele de que a água estava estraga> <ada quando, na realidade, ele estava proibindo ah Não toma isso senão te chuto ou qualquer coisa. Então, você pergunta para mim o problema dessas religiões. Eu acho que quando a pessoa é honesta e bem-intencionada, tendo uma crença superior, ele consegue se safar dessa bandalheira, dessa safadeza, e pelo menos con encontrar o equilíbrio. Afinal de contas, o cara lá me parece que é budista, xintoísta, sei lá o quê, tem nada que ver com Cristo. Mas é um homem que prega exatamente aquilo que que Cristo veio ensinar. O amor, a caridade, tranquilidade, humildade e bom trato entre as pessoas.

SPEAKER 1: Você acha que esse contrato se anda está falido atualmente?

SPEAKER 0: Olha, eu nah falo muito de maldade da humanidade, sabe? Mas, infelizmente, o homem não é maldoso. Maldoso é o diabo. O ho> <mem é fra> <co. Este é que é o problema. Fraco. Não não não é A gente vê certas situações e não denuncia. Vocês querem ver uma pessoa que eu admiro extraordinariamente? Eu já não vou falar no Gustavo Corção para não... Eu acho ele um cara diferente. O Nelson Rodrigues, para mim, era um cara abominável. Fazia umas peças fortes, violentas, imorais, indecentes e hoje é que nós, e inclusive ele confessa porque que ele fazia aquilo. Eu acho um paradoxo que um homem deste naipe esteja defendendo a igreja. Hoje é a verdadeira religião. E quem leu os artigos dele no jornal da tarde, certo? Sabe e percebe isso claramente. Então acho isso um paradoxo, um castigo de Deus. Quem devia defender a religião era o cardeal, era o bispo, era o pároco. ### Esse pessoal está pondo as coisas para perder. E acredito que a grande maioria deles com a melhor das boas intenções. Mas estão se esfregando. O que acontece é o seguinte, a quantidade de padre largando batina hoje se casando... E isso daí absolutamente não convém à religião. ( )

SPEAKER 1: ( ) capaz de dizer para a gente por que será que tantos padres estão deixando a batina?

SPEAKER 0: Eu respondi, até por uma questão de fraqueza, eu no lugar deles, talvez, não sei, hum pediria a Deus a maior inspiração possível. Mas disse nosso Senhor Jesus Cristo uma vez lá para os apóstolos dele, vigiai e orai que ah o espírito é forte e a carne é fra> E nós somos espírito e carne. E realmente o meu espírito, eu sei, é fortíssimo, é ( ). Inclusive eu sou descendente de alemão. ### ### Sou bisneto de alemão. ### Mas a minha carne é fraca. Minha carne é fraca. E só existe um jeito para o sujeito poder escorar o negócio. E e está escrito lá e e não existe outro mesmo. Eu cheguei a essa conclusão. É o jejum. Por que que a pessoa faz o jejum? Por que que a igreja obrigou a vida inteira... Hoje ninguém fala nisso. Vocês eu acho que nem ouviram falar nesse negócio. Por quê? Porque através de jejum vem a mortificação. A mortificação do espírito sobre a carne. domínio do espírito sobre a carne. Não é porque o sujeito vai... deixar de comer uma vez ou outra, que vai sentir fome mais fome ou menos fome, se bem que para o corpo depura aquele dia que ele deixa de comer. A oração. A oração porque lembra o sujeito a todo momento que faz oração, que ele não é um ser com o pé aqui, mas a grande resto do corpo está para fora, certo? Agora, no mundo de hoje, (pigarro) falando para vocês sobre o problema do trabalho, o padre tem necessidade. Ele, por exemplo, para ir de um lugar para outro, o trânsito está difícil, então ele não quer ir de ônibus. Ele vai perder o dia todo andando de ônibus, então ele vai querer um carro. Como é que ele vai fazer para arrumar dinheiro para comprar um carro? Então ele vai lecionar, ele vai isso, ele vai aquilo, e aos pouquinhos ele vai se desvinculando daquela vida dele. Inclu> <sive, eh uma das maiores características da religião, ou dos sacerdotes, supõe que seja a pobreza. E hoje eles não são pobres. E com isso, contacto com a Dona Maria, contato com aquilo, et cetera, et cetera, et cetera, eles são de carne e osso como a gente. ( ) ( ) Vocês mulheres são bonitas. Eu n eu não conheço coisa melhor do que mulher no mundo. Não conheço. Digo para todo mundo. M> <ulher e o beijo dos meus filhos. Foram as coisa mais linda que eu conheci na vi> Então, uma pessoa ( ), não é verdade, se não tiver uma fé superior. E alguns, não sei se é a grande maioria ou grande minoria, mas eu sei que alguns persistem até o fim. E

SPEAKER 1: você já leu a Bíblia e quais as partes que mais chamaram a sua atenção?

SPEAKER 0: Eu já li a Bíblia praticamente inteirinha, não vou dizer para você que peguei de fio a pavio e fui até o fim, mas já li. Lá no colégio, inclusive, os ah o Novo Testamento ah j ih estudamos várias vezes durante os meus oito anos, pelo menos uma vez por ano. Durante os oito anos de de colégio. Certo? As passagens que mais me agradaram, ah, inúmeras dela. Hoje de manhã, por exemplo, eu estava pensando no Sansão. Como é que é que um homem, por mais valente que seja e forte, consegue com uma queixada de burro matar mil pessoas? Estava botando na minha cabeça, só com a ajuda de Deus. Pessoalmente, humanamente falando, eu acho isso um absurdo. Mesmo porque o sujeito é só ficar a cinco metros dele e dar-lhe uma flechada. Certo? Mas várias passagem. As passagens ah que envolvem nosso Senhor Jesus Cristo são as hum normalmente são as que mais atraem a g>

SPEAKER 1: O senhor conhece alguma outra atividade religiosa que não seja missa?

SPEAKER 0: Atividade religiosa que não seja missa? ( ) Não, preciso pensar para responder. Eu tenho a impressão que a melhor coisa que um sujeito pode fazer, principalmente ele não sendo padre, ou mesmo padre, chama-se bom exem> pessoa que age corretamente, que trata todo mundo muito bem, ela não precisa se preocupar. O exemplo que ela dá de agir assim, para mim, é a maior atividade, é a mais importante. Mesmo porque isso não é prevativo de inteligência, de inteligentes e de pessoas instruídas. Se fosse assim, Deus tinha feito o mundo errado. Uma coisa que eu me lembro bem é que meu pai nunca, na minha vida, nem minha mãe, eles me encheram, me enfezaram, compreendeu, me chamavam a atenção uma porção de coisa, mas nunca, nenhum deles, mas nunca mesmo disseram você, quando crescer, vai trabalhar, hein? Precisa trabalhar, tem que acordar cedinho, tem ( )... Nunca! E por que que todos nós, eu, meu irmão, minha irmã, trabalham, e todos nós, vocês e todos, por causa do exemplo, que vocês estão acostumados desde pequenininhos a ver o pai sair de manhã, voltar na hora do almoço e tal. Aquilo é normal da vida, é o exemplo. E já que existe o exemplo, vamos dar en> <tão, o bom exemplo. Atividade religiosa, no meu ponto de vista, é esta. Existem outras astividades, ah por exemplo, em hospitais, em em asi> Aliás, muito bonitas também, que poucas pessoas fazem. Eu, por exemplo, não comentei com vocês (pigarro) no começo da entrevista, ou quando você me pediu os dados iniciais. Eu, dentro da minha profissão, tenho uma especialidade nova, e que eu estou fazendo e gosto muito de fazer, apesar de, às vezes, ser traumatizante. Eu trato com crianças excepcionais. Sou sou dentista deles, trabalho há dez anos. Então, há pouco tempo, fui fazer uma visita nas Casas André Luiz e eu conheço esse assunto profundamente, já li, me interesso, faço parte de um centro de estudos, de um grupo de estudos na minha associação. Mas é chocante. Eu vi coisas horríveis, e arri eh ro horripilantes. É Era um dia lindo, um sábado lindo, como o dia de hoje, e lá é um lugar muito bonito, lá perto de Guarulhos, E aqueles salões muito bem cuidados, muito limpos, muito bonitos, vazios, vazios, vazios. Quer dizer, aquele preceito que a gente deve ter de visitar os infelizes, os presos, et cetera, isso aí nunca foi usado e pouco comentado. Então, se pergunta fora da missa, tenho impressão, como atividade, mesmo para o padre ou para um leigo, é a visita das pessoas que têm necessidade de atenção. Se uma pessoa for ahn ah visitar uma um barraco, uma favela, qualquer lugar, sozinha, assim, sem alarde, sem nada, chega lá, enfim, vocês não me conhecem, vocês nunca mais vão me ver, eu simplesmente vim trazer um pouco de calor humano, de ajuda. está aqui, cem cruzeiros, ou sei lá o quê, qual é o seu proble> <ma? Eu sei que a vida está difícil, mas você pensa, só porque eu estou com automóvel, bem vestido, eu também não sofro? Sofro horrores, tenho que trabalhar demais, enfim, dá um pouco de carinho, de estímulo para as pessoas.

SPEAKER 1: <ligiosas que existem, quais as que você conhece e o que você sabe sobre elas? Eu conh>

SPEAKER 0: <eci todas as festas religiosas. Hoje não existe mais nenhuma. É um desastre total. Não se respeita mais nenhuma. A última, a última que está terminando é o Natal. Nosso Senhor Jesus Cristo disse, quando chegar o dia da minha vinda, (pigarro) expressão textual dele, porventura encontrarei fé. Ele disse textualmente, aquele que eu já sei, que todo mundo já sabe, não vai haver fé. Só uma meia dúzia, e pessoalmente eu acho que vai haver. A religião vai ser um tipo de catacumba, como no começo. Porque ah uh os poderosos do momento, guiados pela mão do anticristo, vão perseguir até a morte a religião. Qualquer tipo de religi> Você poderia descrever... ( ) Lamentável, eu falo isso com uma tristeza tremenda. As duas coisas melhores para mim no mundo era o dia do meu aniversário, é um direito que eu tenho. de ser feliz no dia de natal. Eu acordava às três, quatro horas da madrugada porque eu sabia que Papai Noel, os meus pais, já tinham posto o presente. (assoou o nariz) Hoje não tem mais nada disso. É um desastre. Vocês podem dizer que eu sou pessimista. A minha mulher diz que eu sou pessimista. Eu não sou pessimista. Eu sou realista. E quem pode conversar isso com direitinho é a pessoa que viveu no meu tempo. Certo? Um aniversário em família de um tio seu era motivo de fe> Todos na família, não deixavam de lado. Quando você perdia um tio, você deixava de ir no colégio, que era uma coisa importantíssima. Eu estou perdendo parente aí, perdi dois numa semana e lamentei, mas continuo a vida do mesmo jeito. ( ) Eu tenho uma faceta na minha personalidade, é o seguinte, sabe, eu acredito que isso daí é bem próprio do do alemão. E> <u, na hora da brincadeira, sou um sujeito muito brincalhão, sabe? S> <ou brincalhão ao extremo, e já fui muito alegre também, eu já... Mas na hora do sério, eu sou muito sério, não quero ( ).

SPEAKER 1: Escuta, você poderia descrever para a gente como é como é que celebrado uma missa, desde o princípio ao fim, é?

SPEAKER 0: Essa pergunta que você me fez, eu vou ser muito sincero para você, eu não posso responder agora. Mesmo porque hoje mudou completamen> O que que você quer saber toda, como é que é feita? Eu já conheci isso, mas não conheço profundamente para responder. ###

SPEAKER 1: Não, na época que você assistia à missa, como era celebrada uma missa? Existe diferença entre a época que você assistia e a missa de que é celebrada ho>

SPEAKER 0: Existe uma diferença fantástica. O padre, a primeira que chamava a atenção era a posição do padre. O padre ficava de costas para o público. Pode dar uma impressão de falta de respeito, mas ele ficava de costas para o público, não para para deixar o pessoal atrás, mas ficava junto com o público, orando para o Deus que estava na frente, no al> Então hoje ele fica de frente. Isso é discutível, não é importantíssimo. A outra coisa era o latim, que eu reconheço hoje em português, que é uma vantagem falar em português. Eu pessoalmente acho. Cer> <to? A pessoa, orando junto com o padre e ouvindo, entendendo o que ele diz, ele presta mais atenção. E realmente, por mais religioso que a pessoa fosse. Ou seja, ir a uma igreja em que o padre está falando uma língua interplanetária, pessoa fica meio parada ali. ( ) Acho que, nesse ponto de vista, eu acho que foi uma vitória. C> <erto? Agora, para para responder para você, não havia grande diferença. Havia a hóstia, hoje em dia, parece-me que algumas igrejas, não sei, parece que foi superado isso. <gumas igrejas dão a comunhão em duas formas, de pão e vinho. Isto aí também é uma coisa relativa, não não vejo muita importância nisso. Agora, para dizer para você a diferença na missa, é o seguinte, para mim, a que mais me choca, é que você não reconhece mais o padre como antigamente um padre. O padre, antigamente, usava batina. E hoje, você precisa perguntar para ele se ele é padre, porque ele está com roupa igual a sua. E com hinos de Roberto Carlos e outras baboseira. Mas aí já entra naquele assunto de progressismo de igreja e é outra história. Mas há uma grande diferença entre a missa do meu tempo e a missa do ( ).

SPEAKER 1: Você acha que essa modificação não foi fav>

SPEAKER 0: Infelizmente não foi. E acredito que esta modificação da da da da da da da do rito da missa é uma tentativa, um tour de force, um desespero, compreendeu. para procurar atrair a juventude e o pessoal na igreja. E não vão conseguir.

SPEAKER 1: Olha, antigamente, pelo menos (riso) pelo que a gente sabe, se tinha muito mais assistência na missa, certo? ( ) Ah ah Assistência. Pessoa ia muito mais à igreja. Apesar da missa ser celebrada em latim. Hoje em dia ele é celebrado em português e a assistência diminuiu. O que que você acha disso?

SPEAKER 0: Bem, é lógico que não é o fato de fazer em português ou latim que aumentou ou diminuiu. Eu já lhe disse que a lógica era fazer no português. Facilitaria, então teríamos que ter um maior aumento. Mas o pessoal hoje tem uma sede de religião, de conhecimento, de espiritualismo tremendo. Mas, paradoxalmente, eles não frequentam a igreja. E um dos motivos, compreendeu, que eu ah acho e alego em minha defesa é o seguinte, eu não vou lá na igreja para ver um idiota ficar falando lá de Roberto Carlos, de Cristo Superstar e de outras bobagens. Simplesmente isso. Não vou mesmo, tranquilamente. Em compensação, prestigio os padres às antigas, compreendeu, que eu conheço alguns, inclusive um lá de Cotia, da igreja da paróquia de Santo Antônio, tem um padre que, ah comentando com a minha mulher, a igreja é modestíssima, sempre cheia no domingo, gente paupérrima lá da região, E os milionários que moram na Granja Viana, eu não consigo, eu não eu c comentei outro dia com a minha mulher, não co eu não não consegui entender ainda como é que esse padre é tão feliz de falar uma linguagem, logicamente simples, para que os simples entendam, e ao mesmo tempo batuta para que eu, do meu nível, me interesse profundamente para o que ele diz. Porque ele diz o preto no branco, é só isso, foi a conclusão que eu cheguei.

SPEAKER 1: Escuta, passando um pouco dentro da área de ensino, O senhor sabe como é que é feita a seleção, para no dentro do campo de ensino, para a pessoa ingressar na faculdade?

SPEAKER 0: Eu não sei se entendi direito a sua pergun> Você está perguntando como é que é feito a seleção no campo de ensino para o sujeito entrar numa faculdade? Que eu saiba é através do vestibular.

SPEAKER 1: E você acha que atualmente há mais ah dificuldades para uma pessoa entrar na faculdade ou quando você prestou havia mais facilidades?

SPEAKER 0: Sônia, no meu tempo era...  Eh qual é a sua nome, moça? J> <anice, ou Gê. ( ) Ah Sônia e Janice. No meu tempo era bem difícil vestibular, mas não tem comparação com o de hoje. Eu acho uma experiência terrificante e frustrante para o aluno. E depois de mais a mais, por uma questão de necessidade, eles fazem o vestibular para para filtrar a grande quantidade de pessoa que quer estudar e com pouca escola. Então eles estão fazendo o vestibular cada vez mais difícil e sobre a forma de teste. Eles têm lá as ideias dele e uh e ah e os motivos para fazer isso. Mas isso purifica o aluno pelo que eu aprendo.

SPEAKER 1: Quando você prestou não era em forma de teste?

SPEAKER 0: <bsolutamente não.

SPEAKER 1: O que que o senhor sente que é mais falho dentro do campo da educação atualmente? Comparando com o seu.

SPEAKER 0: Realmente algumas coisas antigamente não tinha cabimento. Por exemplo, obrigar o sujeito a ter conhecimentos profundos de latim ou sab saber que o ponto mais alto da Oceania eh fica em tal lugar e que o rio lá tem tal qualidade de peixe não vai resolver o problema da humanidade hoje em dia, certo? Mas ninguém quer mais nada com o ensino. Os professores são maus mal pagos. Como é que uma pessoa pode estar lá na cátedra, compreendeu, numa turma de quarenta, cinquenta ou sessenta, acredito que às vezes t> Cabeludos, eu não sou contra cabeludo, não tenho complexo de careca, mas não sou. Mas ah mal educados, relaxados, compreendeu, faltam as aulas, compreendeu, o sujeito ali desesperado para dar um ponto difícil de matemática, física ou seja lá o que for, quando o cara tem uma duplicata para vencer no dia seguinte, ele não tem dinheiro. Querer que este homem consiga atenção para essa aula é querer o impossível.

SPEAKER 1: E que que para um professor precisa ter para chamar a atenção dos alunos, para to para tornar a aula assim mais interessante?

SPEAKER 0: Bem, vocês fazem umas perguntas para mim que às vezes me complicam. Não sou professor, não tenho a mínima ideia disso, mas tenho a impressão de que a máxima hum ata algumas das qualidades, primeiro ele precisa deixar a patente extravasada que ele adora aquilo que ele faz. Então ele pelo menos será respeitado pelo amor e dedicação que ele dá. ( ) S> <egundo, ele precisa sentir prazer e deixar a patente que ele gosta de dar a aula para o aluno. ### E, segundo, ele precisa ser uma pessoa simples, sem perda de autoridade, sem se misturar. Porque o que acontece é o seguinte, hoje, fala-se muito movimento, o jovens o jovem, todo mundo está fazendo concessão aos jovens. E não pode. Não é querer se distanciar, separar a divisão de classes, porque eu já fui jovem também, hoje sou homem, amanhã vou ser velho, e vice-versa. Mas tem que existir o princípio da autoridade, sem o cal qual vira anarquia. E anarquia é que está tomando conta da humanidade. Vocês veem esse problema de terrorismo, essas copas de mundo, grandes coisas, isso tudo vai aca> Para acabar, porque eles não têm. Ontem eu li na na no canal cinco declaração de um graúdo lá da Alemanha, do policiamento, que eles fizeram dentro do limite humano. Tudo! O impossível. Perguntaram para ele se ele podia garantir que não haveria ah atentado e ele disse que não, porque é impossível não eh prevenir a>

SPEAKER 1: <tentado terrorista. Mas pelo que você nota, (pigarro) o o que seus filhos estudam, você não acha que o ensino está em nível mais baixo do que anti>

SPEAKER 0: <gamente? Tranquilo ( ) Tudo. tranquilamente. Gostei de ver, gostei de observar. Meus filhos são bons alunos. Com exceção do Fernando, que tem lá uma ou outra dificuldade. E de ordem emocional, psicológica, porque ele é minha meu retrato e eu tive esse problema e nós estamos procurando consertar. Mas tive a satisfação, e são excelentes alunos, o Marílio é primeiro da classe, o outro, o Ricardo, também. Tive a satisfação de notar que o ensino da matemática, que é o grande pedra no sapato de todo mundo, está muito modificado hoje, muito mais interessante. E Isto eu não nego em reconhecer. E também percebi no português, também, uma modificação bastante grande. Agora, quanto ao resto, conhecimentos gerais, o o o fracasso, o absurdo é total. Minha filha, eu até hoje não... e eu fiquei com tanto medo de res de continuar a receber a resposta ah positiva dela, que eu nem pergunto mais e até hoje eu não me conformo ( ) Minha filha, no ano passado, perguntou para mim o que que era uma galáxia. Ela está no primeiro... considerado o primeiro científico. Acho isso um absurdo! Positivamente, ela é inocente, disse que não sabia o que era uma galáxia. E> <u tive tanto medo de que se eu perguntasse para ela meu bem, mas você não sabe o que é uma galáxia, ela dizia, não, não sei, que até hoje eu não tirei essa dúvida na minha ca> <nema ou teatro? Adorava cinema. Se vocês quiserem conversar de cinema comigo, vocês podem começar já. No cinema, de uns cinco, seis, dez anos atrás para trás, conheço tu> <do. Não vão perguntar quem era o diretor e qual era a mensagem, porque naquele tempo eu não me interessava pelo diretor e mensagens não se interessavam de dar. Mas conheço profundamente cinema. Tenho loucura. E achava que era uma diversão espetacular. Cinema sério, honesto, desenhos animados que eu ia, sessão zigue-zague, meus pais me mandavam, compreendeu? Os desenhos não eram neuróticos nem neurotizantes, eram distrativos.  Até estão voltando para televisão esses desenhos antigos. O cinema hoje é um desastre total. Acabou o cinema.

SPEAKER 1: O senhor disse que antigamente o senhor ia muito a cinema, embora não não se preocupasse com a mensagem. O senhor ia ao cinema por quê? O que que te mais te chamava?

SPEAKER 0: Eu era menino. O cinema distraía, primeiro. Era uma das grandes distrações de São Paulo. Era agradável, era limpo, você fazia as amizades, você via as meninas, as meninas te viam. Certo? Agora, é lógico que uma criança de dez anos não vai cinema pela mensagem. Nem antes, nem hoje, nem nunca ela irá, porque ela vai para se distrair. Agora, naquele tempo também não se preocupava com mensagem. Eu ia porque era bacana. Eu não ia para ver a mulher bonita, eu ia para ver o homem, para admirar o homem forte, o homem batu> ### É o homem que se põe no lugar de homem, compreendeu, e que não admite ser substituído. Mas também, como homem, ele tem que saber respeitar as coisas mais... que não másculas, ele tem que saber respeitar mulher. E de hoje em... e

SPEAKER 1: hoje em dia, para você ir ao cinema, o que que um pr filme precisa ter para você chegar, se interessar para ir realmente assistir o filme?

SPEAKER 0: E quando era menino, assistia ( ) de índio dar flechada em homem, tiro, facada, enforcamento. Mas o negócio era feito com naturalidade, sem requinte. Hoje você vai no cinema, você vê os estupores. Sujeito toma um tiro na testa, saltando o miolo. Qual é a necessidade disso? Isso impressiona, certo? para na não falar nos filmes ditos sexuais ou erótico Um verdadeiro absurdo, uma aberração. Quanto mais se vai falando nesse assunto, menos se vai se interessando. É paradoxal, mas é verdade. E o homem vai se deixando de interessar por essas coisas que são sadias, quando bem exercidas, para se preocupar com desespero. E substituição de sexo minha filha não conheço, só loucura. E é o que está acontecendo hoje. Que o sexo é a melhor coisa que existe no mundo, bem realizado. Fora de piada. Certo? Então, eles estão pretendendo substituir, ou procurando substituir, porque ah está demais a informação que vem sobre esse assunto. Mulher a gente encontra com facilidade de tudo que é jeito. Então, o que que aconte> Você vai procurar coisas outras. São os chamados des> <vios. Então, você pergunta o que que precisaria ter para ir a um bom cinema?

SPEAKER 1: Precisaria ter fitas sérias.

SPEAKER 0: E eu vou contar uma coisa para vocês rápido. o Dennis Carvalho é meu cliente. Ele me convidou outro dia, ele gosta muito de mim, eu tenho vários clientes lá do canal quatro, e para eu ir assistir a peça dele, é Lulu. Eu não comentei com ele, não falei nada. Eu detesto teatro. Aliás, nunca gostei de tea> Sempre preferi o cinema. O cinema dá outros recursos que o teatro não dá, ainda mais o teatro nacional. Mas hoje eu detesto, para que o teatro é o teatro dito de mensagem, é o teatro porcaria, de droga, de um modo geral. Bom, mas eu gosto muito dele, e eu fui prestigiá-lo, e não me arrependi. A peça é linda, o assunto é pesado, o assunto é triste, mas exercido num feito, neh eh montado a peça, num nível altíssimo, elevado, muito bonito, os artistas trabalhando maravilhosamente bem, a peça muito bem montada, rica, luxuosa. Então eu estava comentando isso com ele, se eu gostei, ele perguntou para mim, eu agradeci o convi> Disse que gostei demais e fiz esses elogios que eu estou dizendo para você. Só que realmente o assunto não é um assunto que me atrai, mas gostei da peça. E comparei, então, com ele, conversando com ele. Falei, engraçado, e tem enchido ah o teatro, o teatro encheu, está cheio. ele falou que ela é durante a semana vazio, metade da peça, da da casa, e aos sábados enche. F> <alei, mas é o fim mesmo do mundo. Eu não vou contar isso para vocês duas, nenhuma novidade, mas o Chico Anísio lota. Então, uma civilização baseado em lotar Chico Anysio E teatro vazio? Ah Civilização baseada... destinada ao fracasso.

SPEAKER 1: Você falou que você não gosta de teatro. E nunca gostou. Você não não costumava ir ao teatro antes ou é só agora?

SPEAKER 0: Contei para você, meu bem, que eu nunca gostei de teatro. Eu achava aquilo meio parado, uma coisa meio desagradável. Uma vez, quando era menino, fui acompanhar a minha irmã, um rapazinho já assolteirando as do Chapéu Verde, do Cine Odilon. Você já viram falar nisso? Mas é um troço chato. Mas agora eu acredito que uma peça de um ator clássico, um Hamlet, um Shakespeare, ah aliás, um... como é que chama aquele lá, o Corneille, Racine, essas coisas Devia ser, inclusive, na Europa, se um dia eu puder ir assistir. Eh lógico que eu vou prestigiar, porque tenho a impressão que é um negócio ( ) ( ) é feito num nível elevadíssimo. Não estou fazendo crítica ao nosso teatro, porque não entendo nada disso. Mas nunca, nunca me interessei e as poucas vezes que fui Eu não digo detestei, porque um homem inteligente sempre tira alguma coisa da da das coisas. Mas não gostei. Outro dia eu levei os meus filho para assistir o Rapto das Cebolinhas e é uma coisa abominável. (risos) É uma coisa abominável. E de> <pois outra coisa, que vocês precisam estar de acordo comigo. O contraste daquilo que você ouve, que é a candura pura, compreendeu, com chaga-de-fogo na televisão. Vocês não sabem que filme é esse do Kirk Douglas, Chaga de Fogo? A mulher fazia aborto e ele não sabia, e acabou dando tiro e tomando facada. ( ) Quer dizer, a criança sai disto no sábado, às sete horas da noite, e de manhã vai assistir o Rapto das Cebolinhas. Ela fica confusa. Ela fica sentindo que alguma coisa está errada e ela não sabe o quê. Então, traz a confusão na mente da criança. Agora, você perguntando para mim se eu gosto de teatro, não gosto. Pessoalmente, não gosto.

SPEAKER 1: Escuta, eh o que o senhor considera um bom filme?

SPEAKER 0: Um bom filme precisa ter, primeiro, uma sala de projeção boa. Os cinemas... Outro dia saiu uma reportagem no Jornal da Tarde criticando enormemente as nossas salas de projeção. Como os cinemas estão acabando e vão fechar futuramente Porque a televisão tomou conta tranquilamente. Inclusive, amanhã você vai pagar através de uma aparelhinho e assistir o filme que você quiser. Eh os filmes estão os cinemas estão ruinzinhos de de (pigarro) de equipamento e outras coisas. O que que precisa ter? Bom, o cinema... Cada um vai no cinema assistir o que gosta. Você não me manda assistir um romance, um uma coisa que eu não vou mesmo. Eu sempre gostei e gosto de filmes de ação, filmes de western, filmes de drama, filme de guerra. Guerra é um assunto que eu gosto muito. ( ) ( ) precisa ter tratamento sério. Não há necessidade nenhuma, compreendeu, por mais que seja escabroso o assunto tratado, porque, às vezes, você vai assistir um tratamento de um assunto sobre, por exemplo, sobre crianças excepcionais, quando vai ver um filme foi premiado. Um assunto tristíssimo. ### Mas ah por mais que seja escabroso, ou delicado o tema, ele pode ser levado numa num num nível elevado para que todos possam assistir tranquilamente. Você pode levar uma menina, uma minha filha de dezesseis anos tinha uma fita boa. Por mais que o assunto seja ( ) estado da vida, ela precisa aprender isso, ainda mais que ela vai lutar com a contra essa mesma vida aí fora. Mas não há necessidade deste de puxar para o assunto do sexo e outras coisas. Até nos títulos. Às vezes o assunto não tem nada que ver com aquilo. Você vai lá no no título do cinema, tem lá absurdos.

SPEAKER 1: Televisão você assiste? O que que você acha da televisão atualmente?

SPEAKER 0: Eu não conheço. Voltando ao assunto de cinema, é o seguinte. Eu gosto de cinema, acho de uma distração espetacular. Eu não conheço a televisão dos outros países. Conheço só a nossa aqui. Que desastre a televisão nossa. Uma droga. Com raríssimas exceções, a gente não pode assistir nada. Uma televisão que prestigia Silvio Santos, Chacrinha e Cavalcanti, Já está definida. É uma droga. Eu gostaria até de usar um termo que eu costumo usar. Eu estou falando muito palavrão. Com vocês eu estou respeitando. ### ### O que que acontece? O que que você vê na televisão? As transmissões esportivas, que são fantásticas, são ótimas. E os filmes que você seleciona, aqueles que você gosta. Tele> <visão é um desastre. Deseducativo, inclusive.

SPEAKER 1: Bom, apesar de todas essas falhas da televisão, o senhor acha que o cinema vai acabar sendo substituído pela televisão. Por que que o senhor tem essa opinião?

SPEAKER 0: coisa fácil de fazer. A televisão não te custa nada. O cinema, você tem que sair de casa, gastar gasolina e gastar entrada. Começa por aí. Segundo, para chegar lá e assistir uma droga, o assunto está liquidado. Cinema estão fechando em penca.

SPEAKER 1: Então o senhor acha que é mais por comodidade, mas não pelo conteúdo?

SPEAKER 0: Absolutamente. Quando o conteúdo é bom, com ou sem comodidade, você vai ao cinema. ( ) E eu entendi a sua pergunta perfeitamente. Não é por comodidade, é porque o cinema está naufragado mesmo. E droga por droga você fica em casa, que pelo menos você tem o recurso de não gastar nada e desligar a televisão. E outra coisa, você tem cinco ou seis canais, eu não sei, e lá no cinema é uma fita só. Você sabe de uma coisa? (pigarro) Eu não assisto muito à televisão, mas reconheço que atrai, certo? Eu durmo cedo, estudo, tenho as minhas coisas, estou ocupadíssimo, inclusive agora estou fazendo curso, tenho dormido meia-noite, depois da meia-noite faz quatro meses seguidos. Mas eu chego a fazer o cúmulo Aqui na casa de papai, por exemplo, que eu frequento muito, tem duas televisões. Tem essa televisão e tem uma pequena. Eu chego a fazer o cúmulo de ligar a grande e na pequena eu vou selecionando os programas. E às vezes eu vejo quatro ou cinco programas. Quando estão ruins. Quando estão ruins. Então eu vejo um pedacinho daquele e vou para o outro para ver se já melhorou ou qualquer coisa. É desespero de causa isso. Muito melhor que a televisão e o cinema, incomparavelmente, é o livro. Isso eu li demais e hoje também não se Mesmo porque tem livros bons, inclusive antigos, eu acredito que alguns nacionais ah alguns bons atuais. Mas a grande maioria dos livros hoje são sensacionalistas. Tirando livros de drama, livros de guerra, livros históricos, o resto tudo é sensacionalismo puro e barato. Eu jamais vou ler um troço desse. O que que

SPEAKER 1: você acha que deveria ser feito para a televisão obter um

SPEAKER 0: Engraçado, eu estou observando uma coisa. Vocês não me conhecem, né? Se eu não tivesse com esse troço na minha frente, eu estaria falando... Eu estou à vontade, desinibido. Mas eu confesso ( ) estaria conversando com vocês, mais à vontade mesmo. Você fez uma pergunta, queira repetir.

SPEAKER 1: O que que você acha que deveria ser feito para a televisão subir de nível? S>

SPEAKER 0: <umir! Antigamente usava a expressão escafeder. S> <umir! Com esses idiotas que eu citei. Que esses caras nunca foram nada. E o pessoal não gosta deles. É uma mentira que o pessoal gosta. Você não pode gostar de ver um chacrinha debochar de uma pobre pre> <ta. Você não se sente feliz com isso. É uma máquina montada, compreendeu, que obriga a você a ficar com aquele negócio. Então sumir com esses indivíduos. Patrocinar as transmissões esportivas ah com diversificação de esportes. orientar, patrocinar, chamar a atenção para o esporte, que, aliás, eu tenho observ ih observado, eu faço muita ginástica, eu vou lá na cidade universitária, corro lá na pista com a minha filha, e eu não sei se é impressão minha, mas eu acho que muita gente está se voltando para o esporte hoje, na mocidade. Muito, de um tempo para cá. ### Certo? ( ) Continuando então. Elevar o padrão e o nível dos programas. Filmes. Filmes bons. Existem filmes bons. Programação musical, teatro, na televisão. ### E mesmo esses ah programas que eu reconheço que nós devemos atender, uma gama uma um mercado variado. ( ) O Zé Povinho, comumente chamado Zé Povinho, também tem suas necessidades. Mas ah se você pode apresentar, numa linguagem adequada para eles, programas ótimos para eles também. Eles assistem isso porque não tem outra coisa para assistir. A propósito, eu quero deixar aqui gravado, se alguém algum dia for saber disso, quero que fique sabendo que eu sou absolutamente contra um erro lamentável que fazem com o povo brasileiro. Com a desculpa de de que se tra... Não tem importância, deixa. Com a desculpa de que se transmitir o jogo pela televisão ninguém vai ao campo, eles estão lesando o povo brasileiro. Os jogos de televisão tem que ser programados diretamente do jogo e outro tipo de espetáculo, corrida de automóvel, et cetera, et cetera, porque tem pessoas que podem ir, por qualquer motivo, facilidade ou poder econômico, mas a grande maioria não pode, e eles ficam lesados, principalmente em cidades da de interior. Então eu acho uma ah acho uma uma atitude que se toma absurda aqui no Brasil, compreendeu, de não televisar jogos diretos. Mesmo porque, através da televisão, pessoas que jamais se interessariam por aquilo vão começar a se interessar. E eu posso dizer um caso para vocês. Papai e mamãe torciam pelo Santos Futebol Clube e não perdiam um jogo dele na televisão. E agora, você acha que eles na idade dele, minha mãe com setenta anos vai assistir jogo de Santos na televisão? Não vai. Não transmite mais. se desinteressou pelo as>

SPEAKER 1: O senhor acredita na massificação, no que diz respeito à televisão?

SPEAKER 0: ( ) eu eu confesso para você que esses termos novos eu detesto e alguns eu não entendo. Eu não sei o que que você quer dizer por massificação da televisão. Agora, acho que o governo tem, a par de outras milhares de atitudes que tomar, algumas que eu acho as mais urgentes. E uma delas é o problema da televisão e dos jornais. Eu não posso me conformar. Até hoje, não encontrei ninguém até hoje que me desse a resposta de uma pergunta. Qual o mo> Qual a justificativa para existir um jornal chamado Notícias Populares? Comeu o fígado do feto no seio da mãe. Não consigo enten>

SPEAKER 1: ( ) O que eu quis dizer é o seguinte, que a televisão tem uma grande assistência, certo? Apesar de... As> <sistência. Tem uma grande assistência, apesar de ser horrível, de o senhor encontrar pontos super negativos. Eu queria que o senhor dissesse para a gente o que que o senhor acha que se deve isso. Quer dizer, apesar de de de toda essa problemática, desse negativismo em relação à televisão, por que que ela tem grande assistência? <cipalmente o programa de Silvio San... isso. Principalmente o programa do Silvio Santos aos domingos, que consomem milhares de pessoa

SPEAKER 0: Eu não sei se é de milhares e duvido que seja, certo? Acho que isso tudo aí é controlado. Eh Tem uma assistência grande, porque o sujeito não tem mais o que fazer. O cara não lê. O cara não conversa. Liga um aparelho, e aquilo entra para casa dele e ele assiste. Porque não tem outra coisa para assistir. S> <e tiverem bons espetá... Experimenta o Silvio Santos, o Silvio Santos, juntar-se com o Chacrinha, com o Roberto Carlos. Com quem mais? Vamos falar, quem mais? O Tarcísio. Com quem você quiser no mundo. Com o presidente da república. Eu diria até com o nosso Senhor Jesus Cristo como homem, experimenta ele botar ele num canal sete, fazendo um super programa, e com entrada lá dentro, um estádio que receba quinhentas mil pessoas. (assoou o nariz) onde o sujeito vai comer um banquete e sair com cem cruzeiros no bolso? E no outro canal vai ser o jogo inaugural da Copa. Quem vocês acham que vai ter maior s>