Inquérito SP_DID_180

SPEAKER 1: : ### Cláudio, nós gostaríamos que o senhor nos contasse um pouco sobre a sua infância, adolescência, fazer adulta, todas as experiências que o senhor teve e que o senhor acha interessante contar para a gente.

SPEAKER 2: : Bom, é fácil falar sobre a minha infância, apesar de não ter umas recordações muito importantes, mas acho que a mais importante é essa que eu tinha abordado na outra vez, que, aliás, a outra vez por causa da fita, né? É s Sobre o aparecimento da minha mãe, quando eu tinha dez anos, e que eu fui criado com minha avó, praticamente, né? Criado com minha avó, e nossos i e meus irmãos também fomos separados. Eu fiquei com minhas du duas irmãs e a outra minha irmã foi criada com minha tia. Mas logo depois, isso é, depois de uns anos, meu pai casou novamente e ficamos todos juntos outra vez. ( ) Não tem não tem tristezas nem grandes alegrias na infância.

SPEAKER 0: : E sobre a sua adolescência, o que o s é que o senhor teria para nos contar? Parte social, parte de estud

SPEAKER 2: : Adolescência seria a fase ginasial? Éh Na fase de ginásio, eu fiz o ginásio do Estado. Foi sem grandes consequências e sem grandes problemas. E a parte melhor que eu tive foi a parte da faculdade mesmo. Faculdade que corresponde mais ou menos a uns sete ou oito anos da minha vida. S Sobre a parte social, Num tem grande problemas. Me diverti sempre. Nunca (risos) pensei em casar. Nunca (risos) pensei nessa idade, né? Idade de de estudante. Nunca levei namoros a sério. Mas estava sempre livres. Só estudava e (risos) passeava e me divertia. Meu pai não quis que eu trabalhasse. N Nunca trabalhei durante a faculdade. Onde passei uma uma adolescência e uma... Seria já juventude muito boa.

SPEAKER 1: : Doutor Cláudio. Éh, o que que eu ia perguntar para o senhor? O que que o senhor... Aconteceu alguma coisa assim, de pitoresco, que marcou o senhor, assim, na fase da adolescência, que o senhor podia contar para a gente? Todo mundo tem alguma fase, que te sempre acontece alguma coisa que marca muito. S Seja triste ou alegre, o senhor lembra de alguma coisa assim? Adolescência.

SPEAKER 2: : Que vai de

SPEAKER 1: : dos... Adolescência dos doze em diante, dezenove, quinze...

SPEAKER 2: : Eu acho que a coisa mais importante que eu tive na minha adolescência, mais ou menos pela altura dos seus dezessete, dezoito anos, que é o tempo do cursinho, não é? Então eu eu tinha um amigo que era bancário. Então eu, uma vez conversando com ele, assim num éh se não me engano até fui num (risos) bar conversando, Eu psi eu disse a ele, olha, eu vou decidir minha sorte agora. Eu vou fazer um cursinho, vou fazer faculdade, né? S Se caso não entrar, eu vou ser bancário também. ### Então eu resolvi mesmo estudar por causa disso. E tive sorte, entrei na faculdade diretamente. S Senão eu seria hoje um bancário.

SPEAKER 0: : O senhor poderia falar para a gente como é que era a juventude na sua época, se era diferente, se se tinham costumes diferentes, como é que é? Eu

SPEAKER 2: : Não posso abordar muito esse problema da juventude, porque éh a nossa juventude, em relação à atual, é uma uma juventude de poucos recursos financeiros. E E de modo que as maiores loucuras nossas, vamos dizer, loucura entre aspas, seria o joguinho de bilhar no sábado à noi E hoje eu vejo que a a juventude, a jo a loucura da juventude é automóvel, é motocicleta, é corrida para cá, corrida para lá. Mas que eu não estou autorizado a comparar, porque os recursos familiares que nós tínhamos eram muito escassos. E E não dá para fazer grandes voos, não.

SPEAKER 1: : Como é que o senhor recebe a juventude atualmente?

SPEAKER 2: : Eu acho que a juventude atualmente é nada mais do que vítima. das circunstâncias que se acumularam durante todos esses anos, e ela reage do modo que pode reagir. Éh É uma juventude que recebeu herança de guerra, de revoluções, e está reagindo do modo que pode. E quer se sobressair, luta com dificuldade. Todos eles, mais ou menos, com as mesmas probabilidades de vencer, mas as chances de vencer são poucas. O modo que tem que lutar tem que sobressair. Então, às vezes, para se sobressair, ele lança mão de outras coisas que não estão bem bem na no programa, né?

SPEAKER 0: : E como é que o senhor conheceu a sua espo Como é que foi a fase de conquist O senhor poderia contar para gente ou não?

SPEAKER 2: : Estou entrando num terreno meio perigoso. Ainda bem que ela não está aq Eu conheci minha esposa depois de formado, já era formado há três anos, e nunca pensei em casar. Namorava, aquela coisa toda, mas nada, pensar em coisa séria. Mas, um dia, encont tinha um amigo que era médico também, me levou a conhecer um, me levou na casa da minha futura esposa, e eu achei que estava chegando na hora de a gente casar, né? Pensar em coisa séria. Gostei muito da minha mulher, Depois de dois anos estamos casados. Foi tão rápido.

SPEAKER 1: : É rápido (risos) e Escuta, doutor Cláudio, o senhor o senhor poderia contar alguma coisa assim para a gente em relação a sua família? Filhos, ( ) o que o senhor quiser contar para a gente.

SPEAKER 2: : Olha, graças a Deus eu não estou no momento aqui, mas eu acho que não há família mais feliz do que a nossa. Tem suas briguinhas, suas encrencazinhas, mas no dia seguinte é tudo igual. De modo que eu estou muito satisfeito com minha família, sinceramen Com meus filhos, com minha filha, muito satisfeito mesmo.

SPEAKER 1: : O senhor acha que atualmente existem muito mais recursos para a pessoa estudar? E por que s caso, o senhor acha, por quê?

SPEAKER 2: : Bom, os recursos atualmente que são apresentados são muito... são maiores do que na mi no nosso tempo, em vista primeiro do número de faculdades que existem. Estou falando em curso superior, não é isso? Ou também curso secundário. É. Primeiro que há uma facilidade da pessoa trabalhar e estudar, que no nosso tempo já era um pouco difícil, mesmo porque o há variedade de empregos. O O há empregos até noturnos, que pode estudar a noi éh durante o dia, e há empregos diurnos, que pode ser estudado à noite. E essa facilidade de estudar à noite que proporciona muitas ocasiões do estudante conseguir até chegar ao curso superior.

SPEAKER 0: : E o método de estudo na na época que o senhor estudou era o mesmo de agora ou não?

SPEAKER 2: : Tenho a impressão que não, porque na nossa época era mais rígido, né? E os professores, vamos dizer assim, eram mais convencidos do do do que estavam lecionando. Hoje o aluno pode abordar e pode diversificar com perguntas, com outros assuntos, e principalmente tratando-se no nosso meio, por exemplo, na minha família, que já tenho já sou formado, então meus filhos têm mais facilidade de chegar a um estudo, perguntar sobre um livro, sobre um assunto. No meu tempo, por exemplo, meu pai era marceneiro. Quanto muito, eu teria o quarto do grupo, de modo que se eu tivesse que fazer alguma pesquisa, alguma pergunta mesmo em casa, eu tinha que me virar sozinho. E hoje, com meus filhos, eu vejo. O pai precisa disso, eu mesmo procuro, apesar de não ser da minha especialidade. Meu filho precisa fazer arquitetura, eu mesmo procuro para ele alguma coisa, alguma novidade. E minha filha também, o que precisar éh recorte de jornais, assuntos que eu leio no jornal. E Eu recorto para eles, o que facilita mais para eles.

SPEAKER 1: : Escuta, doutor Cláudio, (ruído) o senhor tem assim alguma vivência religiosa ou teve?

SPEAKER 2: : Na infância teve muita vivência religiosa, inclusive naquela questão de antigamente existia o tal de catecismo. A gente ia aos sábados, tinha aula. Ma s a coisa foi afrouxando, afrouxando, e hoje a religião está praticamente esquecida. É uma religião interna que nós temos, uma religião própria, vamos dizer assim, católica, mas própria, não é ex e e exteriorizada.

SPEAKER 0: : O senhor não é praticante da religião, então?

SPEAKER 2: : Praticante no sentido de igreja, de frequentar igreja e missa eu não sou, não.

SPEAKER 1: : Já foi, não?

SPEAKER 2: : Já foi. Foi há muitos anos atrás. Íamos à missa, mas agora nós estamos parados, (risos) praticamente.

SPEAKER 1: : O senhor poderia descrever uma igreja para a gente?

SPEAKER 2: : Posso descrever uma igreja. Inclusive posso descrever até a Catedral da Sé Eu já visitei várias vezes e já entrei várias vezes, principalmente porque eu trabalho lá perto, né? E E a última vez que entrei foi numa missa de um colega que faleceu e ex éh a descrição seria uma coisa suntu su suntuosa, né? E ao mesmo tempo uma uma sensação de reconforto dentro da igreja.

SPEAKER 0: : Mas falando da igreja em si, o co o que o senhor entende por igreja? O que é que compõe uma igreja? Uma

SPEAKER 1: : Pa a parte interna da igreja, como ela é composta? Éh

SPEAKER 2: : A parte física, a parte anatômica? Bom, a igreja compõe-se de um salão imenso, no qual, no ( ) numa extremidade, existe um altar. Neste altar existem várias imagens. C Conforme a igreja, existem pinturas ou imagem. E na parte an na parte que daria, por exemplo, como num teatro, a parte anterior, seria onde estão os espectadores. ( ) os bancos. Ao lado teria várias imagens. Onde que num tem (risos) nenhuma duvida a igreja.

SPEAKER 1: : Escuta, doutor Cláudio, uma missa, ela pode ser cele ser celebrada onde? Ou pode ser celebrada em algum lugar, a não ser dentro de uma igreja?

SPEAKER 2: : Mas é lógico, não existe missa acampal, pode ser celebrada até fora no, por isso chama-se campal, no campo. Uma missa pode ser celebrada até dentro de um cemitério, não há dúvida nenhuma. O local não influi, o que influi é quem celebra, né?

SPEAKER 1: : O senhor já leu a o Bíblia?

SPEAKER 2: : Tenho a Bíblia em casa e de vez em quando eu leio.

SPEAKER 0: : Há alguma passagem que o senhor gostou mais da Bíblia, que mais o interessou ou nã

SPEAKER 2: : Eu admiro na Bíblia é justamente o Novo Testamento sobre a vida de Jesus, né?

SPEAKER 1: : Doutor Cláudio, quais as grandes festas religiosas que o senhor conhece?

SPEAKER 2: : Que eu conheço? Bom, (risos) conheço to ###

SPEAKER 1: : ### ###

SPEAKER 2: : Tem a Semana da a Semana Santa, tem a Paixão de Jesus Cristo, sexta-feira, tem a Ressurreição da Páscoa, tem o Dia dos Mortos, ( ) tem o de Dia de Todos os Santos, (risos) várias.

SPEAKER 1: : E o senhor conhece alguma outra atividade religiosa que não seja a missa?

SPEAKER 2: : Se eu conheço outra re ( ) Sim, conheço a Aliás, no ano passado, eu encontrei uma senhora muito amiga e como cliente, né? E ela me levou a assistir umas sessões de Ubanda. Eu assisti umas três ou quatro sessões, só para, vamos dizer, curiosidade. E fiquei analisando profundamente a Ubanda ali, alguma coisa sobre Ubanda, e notei que as religiões sempre têm um ponto comum, né? E mesmo na Ubanda a gente tem um ponto comum, apesar de ser uma religião tão, vamos dizer, barulhenta (risos).

SPEAKER 1: : E qual foi esse ponto em comum que o senhor encontrou?

SPEAKER 2: : e na na fé religiosa que eles apresentam, né? E E as pessoas que estão lá estão ( ) de fé religiosa e procuram mesmo uma paz de espírito, procurando alguém acima deles para conforto.

SPEAKER 0: : O senhor conhece outras religiões, sem ser a católica e a de Umban da, o senhor poderia falar alguma coisa sobre elas para gente?

SPEAKER 2: : Eu conheço só de estudo, aliás, de menção, né? O budismo, por exemplo, eu conheço dimensão de figuras de livros, de monumentos, de estátuas. E outras religiões eu não conheço, não.

SPEAKER 1: : Deixar um pouco a religião de lado (risos). Es cuta, doutor Kold, entrando um pouco dentro do campo do ensino, o senhor poderia nos dizer sobre as divisões que existem dentro do campo de ensino?

SPEAKER 2: : A pergunta é um pouco aérea, não? Porque divisões como no ensino geral... No o ensino em geral, mas como... vamo mas digo, por exemplo, ãh em relação à idade, o primário, o secundário, que seriam dois ciclos, e depois o universitário, depois o pós-graduação? É iss ( )

SPEAKER 0: : Essa é a divisão?

SPEAKER 1: : Qual a diferença que existe entre o primário e o jardim da infância? O se

SPEAKER 2: : nhor poderia dizer para gente, não? Bom, primeiro diferença seria a questão da idade. Me parece que no jardim da infância aceitam crianças menos de seis anos, de quatro a seis anos. e seria mais uma orientação tipo maternal. No jardim da infância, né? Então a criança vai mais para se divertir, para brincar, para tomar uns hábitos de relacionamento com as outras criancinhas e hábitos higiênicos. A Agora o primário já começa a parte ins de instrução em si, não é isso?

SPEAKER 0: : pessoa cursar, fazer um curso universitário, ãh o que ela tem que fazer para chegar lá?

SPEAKER 2: : Bom, dentro da da nossa orientação, ( ), educacional, ela tem que passar por todas essas fases. Podemos, por exemplo, abolir o o o jardim da infância, não sei não seria essa, mas tem que passar pelo primário. Só Ãh hoje o primário está modificado, né? São nove nove anos. E E depois fazer um preparatório e entrar na faculdade.

SPEAKER 0: : Qual seria esse preparatório? Qual a fase que o senhor acha que ela encontra mais problemas?

SPEAKER 2: : Por que os estive analisando pelos meus filhos, eu acho que a fase mais mais difícil para eles é o segundo ciclo, chamado ciclo clássico ou científico, que daria a base para entrar na faculdade. Eu acho que esta é a fase mais difícil.

SPEAKER 1: : Você sabe quais são os cursos universitários que existem? O senhor poderia falar para a gente sobre eles?

SPEAKER 2: : Bom, todos os cursos eu não conheço, mas vamos dizer... medicina, engenharia, com seus vários tipos de engenharia, civil, mecânica, ãh eletrônica. Temos o arquitetura, temos a os a os clássicos direito, línguas, comunicações e outros cursos que estão pa aparecendo agora paralelamente, como turismo, Eu não saberia classificar a não ser lendo num num livro (risos).

SPEAKER 1: : Doutor Cláudio, que condições precisa ter uma pessoa para entrar numa faculdade?

SPEAKER 2: : Eu tenho a impressão que a primeira condição é um equilíbrio éh do sistema nervoso, por exemplo, uma pessoa inteligente. Então, é essa é a primeira questão. A segunda questão é ter vontade de estudar, certo? No outro com essas duas ques Com essas duas condições, a pessoa poderá entrar na faculdade. Uma um sistema nervoso bem estruturado e um uma vontade férrea de estudar e entrar na faculdade.

SPEAKER 0: : O que o senhor considera um professor capacitado e que consiga prender a atenção dos alunos? O que o senhor acha que ele deve

SPEAKER 2: : fazer? Bom, a primeira... eu tenho a impressão que a primeira qualidade de um professor é chegar-se aos alunos e não esperar que o aluno chegue a ele. Eu tive vários professores no ginásio, mesmo, de capacidade. Por exemplo, o meu professor foi o doutor ( ), de matemática. E a gente não conseguia chegar a ele, ninguém entendia a matemática. E depois eu soube que o ( ) era um grande engenheiro, mas um engenheiro até de fama mundial. Mas quanto às aulas, não se conseguia assistir às aulas dele. Então, o professor tem que descer ao aluno e não esperar que o aluno suba a ele.

SPEAKER 1: : O que o senhor considera mais falho no nosso campo de ensino?

SPEAKER 2: : Eu não estou autorizado a (risos) falar sobre o campo de ensino, mas eu tenho a expressão que é justamente a questão dos professores. O Os nossos professores devem ser mais preparados para enfrentar o ensino atualmente.

SPEAKER 1: : Quais as profissões que são mais valorizadas atualmente, que o senhor acha, na sua opinião?

SPEAKER 2: : Eu acho que todas as profissões são valorizadas. A Agora, seria essa pergunta de profissões mais utilizáveis atualmente? Ou. é. Atualmente a engenharia é a que é mais utilizável, não valorizada, utilizável. Engenharia para o povo em geral. Depois vem a medicina, que é a parte da saúde do povo, e as outras são correlatas.

SPEAKER 0: : E quais as ramificações da engenharia que o senhor conhece?

SPEAKER 2: : Na engenharia, eu conheço engenharia civil, eletrônica, engenharia... ãh (risos) ( ) Eletrônica, engenharia civil... É com ãh essa engenharia que atualmente os moços estão procurando hoje, aqui na Mauá, na Mauá, e no no a bê cê, éh a FEI, né, engenharia de, eles falam de estruturação, ( ) não me lembro agora o nome, e além dessa engenharia sanitária, Conheci engenharia de éh de voo, engenharia de aviação, engenharia naval, no momento que me lembro é isso.

SPEAKER 1: : E se eu poderia nos dizer que profissões liberais nós temos aqui no Brasil?

SPEAKER 2: : No Brasil nós temos, bom, começa pela minha, né? Médico, engenheiro, arquiteto, advogado, éh, administração de empresa, Dentista, dentista e médico, é mais ou menos correlato, né. E professoras éh em geral, quando eu digo professoras em geral, são todas as professoras, éh desde professoras de línguas, professoras, até professoras de balé, todas as professoras. eh res éh Especialistas em turismo, em comunicações. Professor, éh esses cursos são de nível universitário, não é isso? Só de nível universitário? Que o observação é e

SPEAKER 1: : O senhor conhece quais são as especializações que pode que tenha um advogado?

SPEAKER 2: : O advogado, as especializa dentro da própria do próprio direito, bom, ele pode se especializar em criminalista, pode se especializar em em em direito, vamos dizer, social, não sei como é que se diria. S São esses advogados que fazem a parte de de divórcio, não é isso? E Pode ser juiz. O advogado pode ser juiz, né? ( ) Aliás, tem que ser advogado para ser juiz, judiciário, né? É só isso que eu me lembro ( ).

SPEAKER 0: : Se o senhor tivesse que orientar alguém profissionalmente, que que profissão o senhor falaria para essa pessoa seguir?

SPEAKER 2: : Bom, eu não poderia influenciar ninguém, porque a pessoa deveria manifestar algum desejo primeiro. E depois fazer um teste para ver quando se enquadra mais. No caso do meu filho, por exemplo, eu notei que ele gostaria de ser arquiteto, porque ele tem, assim, um uma alma artista, (risos) não sei, gosta de fotografia, gosta de desenho, então assim, foi orientado para esta parte de arquitetura. E E quanto à medicina, meu filho nunca poderia ser médico, porque ele num não suporta ver doentes e Nota que ele não, mesmo na parte de de de ferimentos, de de de sofrimentos, ele não suportaria. Então ele foi orientado para arquitetura, e justamente quando ele estava no ginásio, no segundo ciclo, já fez um curso de desenho de três anos. A Aí depois passou para arquitetura. De modo que a própria pessoa tem que procurar a tendência. ( ) teria pouca influência ao conselho da

SPEAKER 1: : Doutor Claudio, deixando um pouco de lado as profissões universitárias, éh o senhor poderia dizer para a gente, sobre o pessoal que tem apenas o nível primário ou completamente analfabeto, que que profissões teriam essas pessoas?

SPEAKER 2: : Ah, mas tem, ãh por exemplo, até o o o curso primário somente?

SPEAKER 1: : Pode ter primário ou ser completamente analfabeto. As profissões liberais, inclusive, que existem? (risos) Liberal ( )

SPEAKER 2: : Bom, vamos dizer, uma pessoa que não tenha nenhum estudo. Bom Ela pode-se ter uma profissã não é desmerecedora, mas na escala social é lá embaixo, não sobre questão de merecimento. Eu trabalhei numa indústria de quase três mil empregados, e os que são eram analfabetos ou que mal sabiam escrever, porque não se pode aceitar numa indústria que não sabe escrever. O Hoje em dia o pagamento é feito por cheque, de modo, pelo menos a assinatura deve apresentar. Seria, por exemplo, o faxineiro, o carregador, o na seção de transporte. Mas as indústrias, em geral, não aceitam analfabetos, né? O analfabeto, em geral, tem pouca chance.

SPEAKER 0: : Se o senhor fosse construir uma casa, o senhor pediria orientação de quem?

SPEAKER 2: : A casa eu pediria orientação de um arquiteto, né?

SPEAKER 0: : Para a construção dessa casa, quem o senhor acha que deve ser encarrega

SPEAKER 2: : O arquiteto tem a sua turma, que é constituída pelo, antigamente chamado de capataz, que é um homem que tem propensões para construtor. E E essa parte fica inteiramente encarregada ao arquiteto, né?

SPEAKER 1: : Quais as possibilidades de trabalho que teria uma pessoa não escolarizada?

SPEAKER 2: : Uma escolaridade de tudo, de tudo? São poucas chances, né? A não ser um trabalhador braçal, vamos dizer, no campo, por exemplo. Teria uma possibilidade de ser um um trabalhador de campo, enxada, né? E aqui em São Paulo, talvez em construção, mas como servente, né? E numa empresa, seria apena sabendo assinar te tendo apenas a qualidade de assinar o nome, seria um um faxineiro. E

SPEAKER 1: : E numa casa de família, que profissionais poderiam trabalhar?

SPEAKER 2: : Mesmo a minha empregada aqui, ela não é completamente... sem escolaridade, porque ela tem o telefone, ( ) de recado, escreve. Enquanto que Isso facilita muito que me Pensa que mesmo uma empregada doméstica tem que saber ler. Porque, inclusive, receita de bolo, minha senhora dá por escrito e ela faz.

SPEAKER 1: : Dentro de um jornal, por exemplo, que profissionais nós teríamos?

SPEAKER 2: : Dentro do jornal como? J Jornal? ( ) Jornal do estado e tal? Os profissionais? ( ) Vários tipos de profissionais, inclusive conforme a especialização de artigos, nós tínhamos médicos, e engenheiros, advogados, administração de empresa, ãh pessoal qualificado para a bolsa, várias profissões dentro do jornal.

SPEAKER 1: : Que profissionais o senhor poderia encontrar, por exemplo, no que diz respeito à arte?

SPEAKER 2: : Profissionais em que sentido? Não entendi.

SPEAKER 1: : ( ) do campo da arte. Arte em geral.

SPEAKER 2: : A arte em geral pode ser a abordada por qualquer profissional. Eu tenho uns colegas que frequentam o clube comigo. U Um deles até é professor de literatura japonesa. E ele é pintor. É pintor. Pinta quadros, aliás, né? Bons quadros. Então, outro que éh trabalha numa empresa, é contador, também é pintor. De modo que a arte aceita qualquer profissão.

SPEAKER 0: : O senhor gosta de arte? Entende sobre arte?

SPEAKER 2: : Ah, eu não entendo nada.  S Só gosto de arte, (risos) mas não entendo. Aprecio muito, mas não entendo. Não sei, não sei discutir sobre arte.

SPEAKER 1: : O senhor poderia nos dizer, dentro da sua profissão, quais os ramos que existem?

SPEAKER 2: : Os ramos básicos da nossa profissão são os seguintes. Éh Nós dividimos os médicos em duas grandes partes. Os mé ficos que fazem, aliás, em três partes. Médicos que fazem clínica, os médicos que fazem cirurgia e os médicos moratórios. Dentro dessa Diferentes classes, aqui nós temos as especializações. Por exemplo, em cirurgia, nós temos mais de vinte especializações dentro da própria cirurgia. É Em clínica, a mesma coisa. Temos o cardiologista, temos o endocrinologista, temos o nefrologista dentro da clínica. e no laboratório, temos os especialistas de laboratório, desde do do médico, vamos dizer, de laboratório e o os outros especialistas que trabalham com isótopos, com es éh pesquisas diferentes dentro da da da parte laboratorial, chamada hoje de bioquímica.

SPEAKER 0: : O senhor conhece alguns dos instrumentos que são usados por um dentista?

SPEAKER 2: : Conheço. Ãh Principalmente aquele que faz o barulhinho, que esguicha a água, não é? O Rotor, né?

SPEAKER 1: : (risos) conheço muito ( ) Doutor Cláudio, o senhor costuma ir ao cinema?

SPEAKER 2: : Raramente vou ao cinema. Que tipo de filme o senhor prefere? E agora está aparecendo aquela parte psicológica. Eu gosto de bang-bang mesmo (risos).

SPEAKER 1: : E é o teatro que o senhor costuma ir?

SPEAKER 2: : Raramente vou ao teatro. Aliás, é uma falha minha não ter ido mais a teatro. Mas, normalmente, num é uns seis meses que não vamos a um teatro.

SPEAKER 0: : E o que o senhor acha ãh que precisa ter uma peça para ela obter sucesso?

SPEAKER 2: : Eu num num conheço bem teatro, sabe? Mas não posso analisar, no momento, essa falha, que nós vamos deixar esse assunto (risos) para outra hora.

SPEAKER 1: : ( ) para o campo do vestuário? Escuta, doutor Cláudio, o se o que que o senhor acha do do vestuário usado normalmente por esses jovens, esse esse modelo pepi que eles chamam, todo (risos) louco aí, né? Eu acho que o senhor, sei lá, pela vivência que o senhor teve dentro da sua fase e a vivência que nós estamos tendo agora, existe assim uma uma distância muito grande, muitas diferenças entre a juventude da sua época e a juventude de agora, está certo? Eu gostaria que o senhor dissesse alguma coisa para a gente sobre isso.

SPEAKER 2: : ### Porque a gente vê aquela calça de barba desfiada, e diz que quanto mais desbotada, mel mais bonita, né? ( ) Parece desleixo, mas não é, não. Estou acostumado a isso. Como nós nos sentimos bem com gravata, colarinho duro e tal, deve se sentir bem assim. Não é que não é nada a reprovar, não. Tem a impressão só que eles estão mais à vontade, né?

SPEAKER 0: : Quando o senhor vai a uma festa, a uma reunião social, como é que o senhor costuma se trajar?

SPEAKER 2: : Depende muito da reunião social. E Eu já fui a reuniões sociais em camisa, como estou agora, em manga de camisa. calça e camisa, como também fui já festas de smoking, dependendo mesmo do tipo de de classificação social. Nós tivemos há poucos há uns poucos meses ( ) um casamento que era exigia até o frac, mas eu não fui de frac, fui de terno preto.

SPEAKER 0: : Na fase da sua adolescência, mesma época de faculdade, como é que o senhor costumava ir à faculda

SPEAKER 2: : No nosso tempo, eu ainda peguei a faculdade, que era de gravata, né? ( ) aliás, até uma coisa que, há pouco tempo, a São Francisco também era gravata, né? ( ) tinha aquele tempo, era obrigado a usar gravata, e todo mundo usava, a gente usava também gravata. Paletó e gravata.

SPEAKER 0: : E as moças, como é que iam? Porque na São Francisco, me parece que num podiam ir de calça comprida.

SPEAKER 2: : Bom, as moças, aliás, tinha muita pouca moça na ma na faculdade. Na minha turma de oitenta, eram cinco moças só. ( ) Saia comum, vestido muito simples, ( ) sem sem nada que chamasse a atenção.

SPEAKER 1: : De hoje em dia, a gente logo distingue um jovem pela vestimenta dele, aquela vestimenta toda louca, como eu já disse para o senhor. E ne Éh na sua época, como é que os jovens se vesti Existia alguma diferença assim?

SPEAKER 2: : Entre o jovem e o velho daquela época, éh bom, o velho daquela época já era um senhor, que eu me lembro, o senhor já vestia de de terno preto, gravata preta. Eu O jovem já tinha umas gravatas mais coloridas, só isso que (risos) acho que é a diferença. Mas os ternos eram, os paletós daquela época eram muito bem estudados. Variavam as modas, ora com enchimento, ora sem enchimento, ora mais apertada. Então, o alfaiate, que era o verdadeiro artista naquela época, hoje é um paletó de um jovem, acho que, aliás, nem é paletó, um uma blusa de um jovem, pode ser usada por dez rapazes com corpos diferentes, me diz a diferença, calha bem todo mundo, porque é tudo largo, tudo à vontade, né? Naquele tempo os ternos eram bem recortados, de modo que a gente fazia questão de ( ) virar alfaiate, de fazer um terno, aquilo era uma uma festa para gente.

SPEAKER 0: : E o tecido que você usavam para esses ternos é o mesmo que usa agora ou havia diferença? Como é que era?

SPEAKER 2: : Bom, naquele tempo ainda nós estávamos no tempo bom da da casimira inglesa, Então, um terno podia servir de casimira inglesa ou de casimira nacional, até tinha uma marca chamada Aurora, que era muito procurada, né? Tem a impressão que hoje é tudo nacional, tem dificuldade nenhuma. De modo que existiam aqueles ternos que a gente usava para festas, então era procurado mesmo em roupas estrangeiras, tecido estrangeiro.

SPEAKER 1: : Doutor Cláudio, o que o senhor considera uma mulher bem vestida?

SPEAKER 2: : Se eu falar que uma mulher bem vestida tem um vestido caro, minha mulher vai exigir, né? Eu acho que a mulher, para ser bem vestida, ela deve ter um equilíbrio nas diferentes peças de vestuário. Ou então, se for um vestido só, esse vestido deve cair muito bem anatomicamente falando. Uma um vestido bem recortado.

SPEAKER 1: : Recortado. E um homem bem vestido? Que que é um homem bem vestido, na sua opinião?

SPEAKER 2: : Eu acho que um homem bem vestido é aque é um homem que se veste de acordo com a idade que ele tem. Então tem que aparentar a idade mesmo no vestuário.

SPEAKER 0: : ### O senhor aprova, desaprova? No seu tempo, quando você era mais moço, costumava usar cabelo desse tipo ou não?

SPEAKER 2: : A questão dos cabelos é uma questão tão, vamos dizer, discutida, mas está tão bem assentada hoje que ninguém liga mais. Eu A questão dos cabelos compridos, na história, todo mundo, os antigos, tinham cabelos compridos, não é verdade? ( ) que voltou à moda antiga no no Parece que no ano de mil oitocentos, por aí, tu mantinha aqueles cabelões e tal, a gente vê as figuras do império com aquelas barbas aqueles É, uma hora que voltou outra vez, depois já está desaparecendo outra vez, volta a ser cabelo curto, não tem variada nenhuma, não tem importância nenhuma isso. Só que tem que ser um cabelo bem limpo, né, isso que é importante, é bem lavado (risos).

SPEAKER 1: : Qual tipo de roupa o senhor usaria no inverno?

SPEAKER 2: : Bom, uma roupa adequada, né, e (ruído) mas em São Paulo o inverno não é tão violento, de modo que éh no inverno usaríamos uma japona, por exemplo. E, por exemplo, no serviço que eu trabalho, de manhã, eu vou com, mesmo agora no inverno, que já estamos em junho, eu vou de calça, camisa e um suéter somente. Eu não vou de muita agasalhada.

SPEAKER 1: : E no

SPEAKER 2: : No verão? No verão... mais camisas esportes, né? Calça e camisa de esporte. Que eu tenho, eu uso muito camisa esporte.

SPEAKER 0: : Como é que o senhor se sente mais à vontade? Com que tipo de ro

SPEAKER 2: : Com roupa de esporte mesmo. Como estou agora ( ) Estão me vendo agora com a camisa esporte. Assim que eu gosto mais.

SPEAKER 1: : Você costuma ir à praia?

SPEAKER 2: : Sempre que posso eu vou à praia. Gosto muito de praia.

SPEAKER 0: : O que é que o senhor nota de mais interessante na na roupa usada pelos jovens ou pelos mais velhos na praia?

SPEAKER 2: : Nada de especial. ### O traje mais reduzido das moças, né? Isso não tem importância (risos). Não tem (risos) importância nenhuma. Esse é, dá nada mesmo, não tem importância.