Inquérito SP_DID_179

SPEAKER 1: : Doutor José, qual o traje que o senhor usa habitualmente para o trabalho?

SPEAKER 0: : Habitualmente eu uso trajes sociais. Isso quer dizer terno, gravata e camisa no esporte.

SPEAKER 1: : O senhor poderia nos dizer qual é o traje usado por um operário?

SPEAKER 0: : O operário normalmente usa a roupa que é considerada esporte.

SPEAKER 1: : Que tipo de camisa e calça você usa? Que modelo? Ãh...

SPEAKER 0: : Modelos tradicionais.

SPEAKER 1: : Mas qual seria esse modelo tradicional para você?

SPEAKER 0: : O modelo mais usado tradicional é aquele que não é bem tradicional. O modelo que atualmente está na moda, uma vez que eu pertenço a uma profissão, infelizmente, sofisticada, e a gente ainda está muito apegado aos formalismos ãh da advocacia, que é a minha profissão. Atualmente, estou usando o terno de... ãh ãh como se chama... Olha, eu não sei. Eh... Em em matéria de modelo de indumentária, não sou muito feliz para para falar, não, mas eu acompanho a moda masculina, não muito avançada, porque isso fere a sensibilidade dos juízes, e nem muito, como se diz na gíria, louco, para também não fiquem na mesma sensibilidade.

SPEAKER 1: : Para ir numa festa ou reunião social, qual o traje que você usaria?

SPEAKER 0: : Eu gostaria de usar o traje totalmente antiformal. Gosto de me sentir à vontade. Tanto que, nas festas, quando há obrigatoriedade de se usar uma indumentária formalista, procuro não ir, só irei por uma obrigação ou por um dever de relacionamento que está intrinsecamente ligado à minha necessi à minha necessidade profissional. Mas quanto mais informal for o traje, melhor eu me sinto. E quanto mais formal, mais asfixiado eu me sinto. O que, inclusive, implica em até numa inibição e outras asfixias de conduta e tudo mais.

SPEAKER 1: : O que que o senhor acha do o modelo atualmente desses trajes pops, por aí?

SPEAKER 0: : Eu não sei definir bem o que seria traje de pano, mas eu aceito tudo tudo quanto é modelo avançado, porque cada avanço que a sociedade faz, ou no traje, ou em qualquer outra atividade, é o rompimento de uma tradição. E tudo que se rompe tem uma validade muito importante para a sociedade e. E a maioria das vezes que se rompe uma estrutura, há um rompimento em excesso. Então, eh o excesso choca. Depois, com o tempo, há um equilíbrio e as sociedades que, de início, repugnam, passam a aceitar e achar até boni to. Há, inclusive, os velhos tradicionais que se bere se rebelavam, de início, com aquilo que é considerado avançado, e o modelo pop, me parece que é o modelo assim mais avançado, porque ele é anti ta tradicional, ele passa a ser aceito normalmente como O traje de banho que, de início, se usava tão somente eh uh. Quando isso quando apareceu o calcanhar, era um era um escândalo, depois começou a aparecer a (riso) a perna inteira, passou a ser outro escândalo. O biquíni hoje eh é olhado, é tido, é visto como um com uma naturalidade que, há cinco anos atrás, chocava todo mundo.

SPEAKER 1: : Você falou que o traje de festa te asfixia. Por quê?

SPEAKER 0: : Talvez seja, assim, uma projeção pessoal eh. Como eu respeito muito a liberdade, e toda festa que é formal implica eh implica num ato de que deve-se respeitar o que os outros impõem, isso é smoking, gravata e outras coisas mais, Então, meu comportamento passa realmente a ser diferente, porque eu estou contrariando a minha própria natureza ãh. Tanto que, quando há qualquer ah ãh compromisso social, e quando eu passo a saber que se pode ir esporte, eu vou com muito mais satisfação.

SPEAKER 1: : Na sua opinião, o que é uma mulher bem vestida?

SPEAKER 0: : Uma mulher bem vestida é aquela que eh tem um tem um gosto de se vestir, não é problema de de se vestir coisas caras. Ali ás, eu acho que () eu acho que, inclusive, a beleza não implica em valor eh uh. É problema de de conjunto. Então, uma mulher pode estar bem vestida, com uma roupa simples, como pode estar com um casaco de pele que tem um valor ãh numericamente bem alto, e e isso representa, () no meu entender, um mau vestimento, se no conjunto ela não não demonstra assim uma estética global.

SPEAKER 1: : Um homem bem vestido? O que é um homem bem vestido? Como ele precisaria se apresentar para estar realmente bem vestido?

SPEAKER 0: : Da mesma forma que a mulher, como eu não vejo diferença nenhuma, nem direito, nem de obrigação entre homem e mulher, o homem estando também bem vestido é aquele que, ãh no seu conjunto, apresenta uma indumentária ãh que agrada a todos.

SPEAKER 1: : Você falou que a mulher, para ir à praia, usa biquíni. E o homem, o que normalmente usaria?

SPEAKER 0: : Os homens, inclusive, hoje também, ãh num paralelo de de direitos e obrigações que eu acabei de falar, o homem hoje também, no fundo, ele se comporta igual uma mulher. Tanto que antigamente ele usava shorts longos, hoje ele usa um short bem mais estreito, E se vê hoje em praia minishorts, eu não saberia uh eu não saberia eh adjetivar bem qual seria o nome desse short. () A gente sabe que é um minishort que é tão estreito quanto o biquíni de uma mulher.

SPEAKER 1: : E na praia, quando há muito sol, você leva mais alguma coisa? O que que você usa?

SPEAKER 0: : Não, na praia eu uso eu mesmo, eu e meu short. Não  gosto de usar não gosto de levar absolutamente nada, porque, por exemplo, eu adoro praia e na praia eu sinto uma liberdade tremenda. Isso vem talvez daquela formação antiformalista que eu tenho. Então, me sinto bem em mar em praia. porque é o short e sendo o sol como eh uma estrela assim que traz para gente eh caloria, liberdade, me agrada sobre a maneira e. Não há necessidade de se levar absolutamente nada, vou me sentir bem.

SPEAKER 1: : E para proteção do sol, o senhor usa alguma coi

SPEAKER 0: : Uso óleo, esses óleos tradicionais aí, para não se queimar, mas tão somente como proteção à pele. Hum não não há necessidade nenhuma de se usar aí outras outro outras complementações de indumentária. Não uso óculos escuro, nem bolsinhas que hoje, de certo os rapazes usam a tiracolo. Então uso óleos Não bronzeador, óleo de proteção à pele, só no rosto, porque não se necessita de usar em outros lugares.

SPEAKER 1: : O senhor costuma ir ao cinema?

SPEAKER 0: : Costumo ir bastante. Aliás, a arte me atrai sobremaneira. Não só cinema, como teatro e qualquer outro meio de comunicação.

SPEAKER 1: : Que tipo de filme o senhor mais aprecia?

SPEAKER 0: : Eu aprecio filme... mais dramático ou uma tragicomédia eh. Como a comunicação, para mim, é muito importante, desde que ela traga alguma coisa de mensagem, e a mensagem que se deve trazer tudo tem como fundo o homem, o ser humano, todo filme que se trata de problemas sérios, eu aprecio sobre a maneira muito mais do que filme de comédia. Embora filme de comédia nos distraia, Os filmes sérios me distraem muito mais, porque vêm de encontro com toda a minha sensibilidade humana.

SPEAKER 1: : O que que você acha que é preciso para um filme obter sucesso?

SPEAKER 0: : Bom, para obter sucesso, o filme tem que estar condicionado à cultura de um povo, infelizmente. Num país subdesenvolvido, um filme sério, tipo Teorema, provavelmente não teve sucesso que teve em outros lugares. Por isso que a comunicação é muito importante ãh. Aqueles que tratam de arte como o cinema, eles deveriam ou devem condicionar o filme ãh para que esse filme, na na mensagem que que esse filme traz, possa realmente atingir o o país que eles querem transmitir alguma coisa. Mas como a gente pertence também culturalmente A gente eh está condicionado aos trechos de cinema, então os filmes são importados. Então muitos dos filmes importados trazem alguma coisa séria, que conseguem trazer alguma comunicação para o povo. Mas, em princípio, ele dado está condicionado à realidade de cada país, sendo que ele não atinge o que ele o objetivo a atingir.

SPEAKER 1: : O que você consideraria um bom filme?

SPEAKER 0: : Como eu falei, um bom filme é aquele que traz para cada um de si alguma coisa, alguma mensagem. Um filme sério pode não me atingir e pode atingir a outra. Então, todo filme que deixa alguma coisa, todo filme que o jeito quando segue um espectador, marca o espectador, isso é considerado um filme bom. Como nem todos têm a mesma sensibilidade e o mesmo gosto, um filme que pode me sensibilizar por ser sério e um outro filme que pode não me se não me sensibilizar por ser cômico, as reações são totalmente diferentes. Então, aquele que vai ao cinema tão somente para se distrair e dar risada, ele tem um comportamento. Aquele que vai para ver um filme sério e realmente espera ãh ver uma mensagem ãh, sai do filme para poder discutir e ver coisas novas, e depende do do espectador.

SPEAKER 1: : Quais os elementos principais pelos quais o di um diretor de cinema é responsável num filme para que ele atinja realmente a massa?

SPEAKER 0: : Eu não entendi bem a pergunta.

SPEAKER 1: : Quais os elementos principais que um diretor de cinema é responsável para que ele pa para que o filme possa atingir realmente a massa?

SPEAKER 0: : Para que um filme possa atingir a massa, independe de números, um filme de um só de um só ator pode atingir a massa muito mais do que um filme de cem atores. Há filmes aí que, por exemplo, um filme que tem poucos atores, e que eu me lembro, e que realmente atingiu a massa foi o filme Superstar, onde é um conjunto de músicos, aliás, agora me lembrei, músico Então, através de um musical moderno, eles conseguem transmitir uma mensagem de dois mil anos atrás, que é a mensagem evangélica ãh. É um filme onde o uh uh o Judas, que sempre se teve como tão somente o traidor, e nunca se explorou a mensagem que ele trouxe, porque ele também foi apóstolo, não foi só traidor, é um filme que atingiu a massa e. É um filme composto de poucos componentes e que conseguiu, apesar de uma num numeração parca de elementos, atingir a massa. Então, independe de número. Depende muito mais da sensibilidade de quem faz o filme.

SPEAKER 1: : Além do ator e da atriz, quais uh os as outras pessoas que entrariam para a elaboração de um filme?

SPEAKER 0: : Além do ator e da atriz, o problema de cenografia, de indumentária, de roteiro, de compasso, aí vem uma arte toda profunda, em que caberia mais aos cineastas eh aprofundar essa matéria e. Mas é todo um conjunto de de arte que, desde que enfocado globalmente, eles contribuem para um objetivo que é atingir a massa. Então, realmente, não é um esforço isolado, é um esforço de conjunto. É claro que, às vezes, eh cada um deles que são responsáveis por um setor, são mais felizes e... e mais sensíveis em, coincidentemente, atingir o que pretendem. Mas é um conjunto de valores que, somado um ao outro, chegam aos objetivos que, de princípio, eles pretendem alcançar.

SPEAKER 1: : Além da participação do artista, quais outros elementos importantes para que um filme seja bem sucedido?

SPEAKER 0: :

Inf :elizmente, a propaganda. A propaganda é o meio que realmente atrai e a e massifica o povo e a massa. Muitas das vezes a propaganda ela é feliz quando o filme é sério e ela passa a ser nociva como quando o filme não é sério. Mas a propaganda é um é um setor muito forte de atração de massa.

SPEAKER 1: : Senhor, você disse que você vai bastante ao teatro, né? E qual é o tipo de peça que mais te agrada?

SPEAKER 0: : Da mesma forma que o cinema. Desde que o tema seja o homem ãh me atrai da mesma maneira. Qualquer arte, não só teatro como cinema, ou como qualquer outro meio de comunicação, inclusive a televisão.

SPEAKER 1: : O que é importante para uma boa reali uma uma boa realização de uma peça teatral, na sua opinião? Eh...

SPEAKER 0: : Texto e interpretação. Às vezes a interpretação é boa e o texto é mau e vice-versa. Então aquele que realmente vai para o teatro para apreciar o teatro, ele se apega muito ao texto pelas mensagens. E e a interpretação é uma complementação de de transmitir o que realmente o o autor da peça pretendeu. Então aí ele procura um bom artista para que a mensagem que ele literalmente fez na peça procura transmitir ao espectador através do au através do ator ou da atriz.

SPEAKER 1: : E na parte técnica, quem influenciaria sem ser uh? Você falou que o texto é importante, o artista. Tirando isso, o que mais seria importante para uma boa apresentação? Eh...

SPEAKER 0: : Seria importante eh o comportamento do artista. a posição do artista, a iluminação, eh o som, inclusive a própria acomodação. Por incrível que pareça, se uh o espectador se sente mal acomodado, ele fica condicionado ao ao comodismo que, um comodismo mínimo, que é natural. Mas o comportamento do artista e iluminação, como eu já falei, aí é um conjunto de arte para realmente agredir a sensibilidade do do do espectador, eh como uh indumentária, cenário, iluminação e outras ãh outros valores mais aí que os experts na matéria sabem poder dizer melhor do que eu.

SPEAKER 1: : Sem ser a a apresentação do artista principal, quais os outros elementos importantes na representação do teatro?

SPEAKER 0: : No teatro, todos os elementos são importantes. O artista principal é um privilegiado que tem uma maior sensibilidade, eh muitas das vezes tem uma maior capacidade de poder transmitir. Mas, como a arte é um conjunto, se se pegar um artista que eh só é um bom ator e sem os coadjuvantes que somariam a ele, a peça não chegaria a ter o sucesso que ela deveria ter. Então, numa peça, todos são importantes, desde daquele que tem uma representação um pouco mais humilde uh até aquele que tem uma representação de maior responsabilidade. Então, a responsabilidade aí é um conjunto de todos. Às vezes, um uma pessoa que tem um papel não tão relevante e, como interpretação, tem muito mais sucesso que o artista que faz o papel principal. Então, realmente, o importante é o conjunto.

SPEAKER 1: : Na sua opinião, o que é mais aceito pelo público, o cinema ou o teatro?

SPEAKER 0: : O cinema pela propaganda e por ser mais barato. E o teatro, realmente, por atingir uma classe mais privilegiada. Embora no meu entender, se o teatro eh se conseguisse popularizar, Ele alcançaria muito mais o povo do que o próprio cinema.

SPEAKER 1: : Depois de terminada uma peça, quais manifestações possíveis dadas pelo público que você se lembra agora?

SPEAKER 0: : Conforme a peça for a peça for cômica, ainda a pessoa eh procura a pessoa procura extravasar o que sente, seja uma peça séria ou seja uma peça cômica. E,  sendo cômica, eh a pessoa sempre procura contar a piada que achou mais engraçada. Sendo uma peça dramática, séria, a pessoa aí na não não procura transmitir, ela procura discutir. porque realmente uma peça séria eh traz um... o o o problema passa a ser dialético, a pessoa passa a querer discutir o problema. Como a pessoa () Como uma peça séria é uma peça que normalmente é interpretada eh dentro de uma conotação de valor de que cada um tem, a peça séria passa a dis passa a ser discutível, enquanto que a peça cômica passa a ser uh representada, p por quem assistiu.

SPEAKER 1: : Você acha que há alguma maneira do público manifestar para o artista que ele gostou do trabalho dele, depois da peça?

SPEAKER 0: : São as tradicionais palmas, né? Eh... Depois que o espectador sai, o artista perde todo o contato com o espectador e vice-versa. A única manifestação que o artista pode sentir é na hora da da sua interpretação.

SPEAKER 1: : Entre um ato e outro, normalmente, você nota alguma diferença no palco?

SPEAKER 0: : Entre um ato e outro, se eu noto alguma diferença no palco? Bom, se se o primeiro ato agrada, o espectador fica com motivação maior de continuar querer assistir à peça. Se não agrada, ele ãh passa a ficar numa defensiva. A peça pode até ser boa, mas já bloqueia o espectador se a pri se a primeira parte da peça já não transmite alguma coisa que ele procura sentir né ou procura ver.

SPEAKER 1: : Você já foi a um circo?

SPEAKER 0: : Já.

SPEAKER 1: : Quais os artistas que você conhece que trabalham num circo? Principais integrantes.

SPEAKER 0: : Os integrantes eu não conheço. Eu Eu vou pouco a circo, mas os artistas que me marcaram ãh, quando eu era pequeno e poucas vezes fui ao circo, foi o Arrelia e o Piolin, que já é falecido. mas são uh os palh os palhaços tradicionais e que realmente deixaram o nome. E

SPEAKER 1: :  além do palhaço, quem trabalharia num circo? Você não conhece?

SPEAKER 0: : Não, não conheço ninguém que eu possa me lembrar que trabalhou no circo, sem ser esses dois palhaços, sendo que o (), atualmente, ainda continua a a trabalhar e, seriamente, ele faz um realmente um o papel de um palhaçadio para as crianças, mas eu não... O circo realmente não não me é muito afeito.

SPEAKER 1: : E rádio você ouve?

SPEAKER 0: : Ouço. Poucas vezes. Ouço mais noticiário.

SPEAKER 1: : E qual o tipo de música que mais te agrada?

SPEAKER 0: : A música brasileira. Porque a música estrangeira não me transmite nada. E te

SPEAKER 1: : levisão você assiste?

SPEAKER 0: : Também muito pouco.

SPEAKER 1: : E o que acha da televisão atualmente, pelo pouco que você assiste, assim?

SPEAKER 0: : A televisão brasileira, lamentavelmente, é uma televisão pobre, eh porque ela procura massificar o espectador. Há mu há muito mais propaganda do que arte. Os telejornais que me apreciam bastante hoje estão tendo um valor diferente, uma conotação diferente, tanto que o programa Jornal do Brasil é o é o programa de maior audiência em São em de maior audiência no Brasil. Quando se vê que se faz uma televisão séria, o o povo também gosta de coisa séria. Mas como o povo também é condicionado, então ele () con consumir o produto que vendem a ele. É o problema das novelas né. () Se pode, através da novela, dar um condição de o povo absorver uma cultura melhor do que o estágio de cultura que a gente atualmente atravessa.

SPEAKER 1: : O que você acha que é preciso para um bom programa de televisão?

SPEAKER 0: : É saber falar ao povo, que é das coisas mais difíceis que tem. É ser informal, é saber se comunicar, é respeitar a a o condicionamento que o povo vive. Aí já é um ar todo especial. Não adianta a pessoa querer falar bonita, falar difícil, que isso não atinge a massa. Isso vai um é uma arte toda especial que os produtores de televisão deveriam tomar mais cuidado ãh. Por isso que a gente vê que Chacrinha e Silvio Santos realmente atingem a massa. Embora não leve mensagem nenhuma, e aí o problema são daqueles que são responsáveis de levar uma televisão mais séria, mas são grandes homens de comunicação. Então esses atingem o povo, embora não tragam nenhuma contribuição cultural ãh uh. Aí é o problema, ãh é o problema de comunicação, aí que também os entendedores da matéria deveriam se preocupar muito mais e dar subsídios, aqueles que fazem televisão, de saber realmente usar palavras, textos ou até meios de de comunicação, para que o povo também passe a acertar passe a aceitar coisas mais sérias. Sendo que não adianta fazer uma peça séria se não há uma comunicação de massa. E que...

SPEAKER 1: : E que qual é o tipo de programa que mais te agrada?

SPEAKER 0: : É o telejornalismo, Futebol me a me agrada bastante. E,  eventualmente, um um filme sério ou um eh novela. Até hoje eu não consegui assistir nenhuma. (riso) Mas uma novela séria eh teria a mesma atração que um que um bom cinema ou um bom teatro.

SPEAKER 1: : Até que ponto você acha que a tê vê () é um meio de comunicação?

SPEAKER 0: : Ah hoje, eu considero a televisão um meio de comunicação enorme, porque ela eh porque ela transmite ãh som e imagem. Enquanto o rádio só transmite som, a televisão transmite imagem. A imagem agride muito mais a pessoa que o som. A televisão é um meio importantíssimo de divulgação, porque ela entra na casa de cada um, e no recanto de cada um, e e realmente marca bastante a pessoa.

SPEAKER 1: : Se você fosse construir uma casa, quais os elementos principais você co que escolheria para a construção dessa casa?

SPEAKER 0: : () principais é o conforto né. Cada um tem um modelo de conforto. Eu escolheria uma casa de bastante conforto, porque, além do conforto, eu gosto de receber amigos, pessoas. Então, eu pensaria num modelo em que traria não só a comodidade para mim, como também um ambiente agradável de receber gente. E recebendo a gente sempre está se comunicando.

SPEAKER 1: : Quais profissionais que você chamaria para a construção dessa ca

SPEAKER 0: : Eu chamaria um arquiteto que é um homem que tem muito mais sensibilidade. Eu considero o engenheiro um bom executor de obras. Agora, como uma casa é um conjunto de comodidade, de estética e de lazer, eu acho que o arquiteto tem muito mais inclinação para atender todo esse conforto e a estética, a comodidade, do que um engenheiro. Eu aprecio para casa um arquiteto pelo seu alto poder de sensibilidade, porque o engenheiro realmente é uma profissão criativa né. Ou melhor, o uh o arquiteto é uma profissão que exige criatividade, enquanto o engenheiro é um simples executor.

SPEAKER 1: : E, além do arquiteto, quem mais você colocaria para a construção da sua casa? Quais os elementos principais para a construção da casa, além do arquiteto? (suspiro) Ah, eu

SPEAKER 0: : Eu considero, principalmente, o arquiteto. Depois vem o aspecto de decoraçã que cabe ao casal realmente escolher aquilo que gosta. Pode Pode eventualmente ser orientado por um decorador, mas a opção ãh do que comprar, de se se deve pendular um quadro aqui ou acolá, se um sofá tem que estar de um jeito ou de um outro, cabe cabe ao casal ãh preponderantemente opcionar. o que isso não invalida de poder ser orientado por um profissional, para dar mais visão das coisas. Mas a opção final realmente ãh pertence àqueles que, dentro da dentro da comodidade, eles eles façam as sua escolha livremente, já sem uma orientação dirigida, com uma orientação mais do arquiteto.

SPEAKER 1: : E tirando a parte estética, que seria do decorador, do arquiteto, tendo tudo prontinho, quem é que iria elaborar esse trabalho na sua casa? Quais profissionais?

SPEAKER 0: : Além do arquiteto, o que contribui bastante também para a construção são os operários, os eletricistas. Tudo quanto é mão de obra qualificada ou não. Aliás, a gente fala muito no arquiteto, mas sem eles jamais existiria a casa né. Então todos esses componentes, do mais modesto ao mais sofisticado, são importantíssimos para a construção da casa ãh. Aí vai todo um conjunto, todo um valor humano. que contribui para satisfazer, assim, ou a vaidade ou o comodismo de cada um, mas na construção entra o valor humano, que é fundamental. Tanto que, ultimamente, está faltando mão de obra e nunca se deu tanto valor ao () como agora, por falta de mão de obra.

SPEAKER 1: : Você poderia nos dizer, dentro da sua profissão, quais os ramos que existem? Os ramos que existem dentro da advocacia, você poderia dizer quais?

SPEAKER 0: : Ah, dentro da advocacia, há aquele que se dedica a setores específicos ãh. Seria o direito comercial, o criminalista, o tributarista, o civilista. Dentro do eh.. São esses os os vários ranhos de direito em.

SPEAKER 1: : Mas você poderia especificar para a gente o que seria o que faria cada um dele?

SPEAKER 0: : Embora falar da profissão da gente, é meio maçante, mas do, por exemplo, o profissional comercialista ele trata mais da proteção e da elaboração de contratos negociais. O criminalista é aquele que defende um criminoso ou acusa um criminoso eh. É é o setor mais humano da advocacia. O tributarista é aquele que defende o contribuinte de estar pagando ou não pagando imposto, ou pagando mais do que deve.

SPEAKER 1: : Em síntese, isso. Eh... E dentro do campo da medicina, quais  especialidades que você conhece? as especialidades. ()

SPEAKER 0: : Medicina, a especialidade que a gente conhece é pediatria, obstetrícia, dermatologia, cancerologia, hoje muito em moda ah a plástica e outros ramos aí que, de momento, não me vem à tona.

SPEAKER 1: : Quando você tem algum problema de vista, quem que você recorre?

SPEAKER 0: : É um oftalmologista, que normalmente se fala um oculista.

SPEAKER 1: : Se alguém te pedisse um conselho para a escolha de uma profissão, que profissão que você aconselharia?

SPEAKER 0: : Em matéria de de profissão, eu não aconselharia nenhuma, porque acho a profi que a profissão mais importante é aquela que a pessoa tem inclinação. Nós passamos de uma geração em que os pais exigiam que a gente fosse doutores. Então, o importante era ser doutor. Hoje, os doutores frustrados já sentem que isso não é importante. Então, a profissão verdadeira é aquela que a pessoa gosta. Eu, como tenho cinco filhos, eu procuro o máximo possível não condicioná-los a a optar por profissão nenhuma que não a aquilo que eles querem. Então, para mim, a profissão importante é fazer com que a pessoa, dentro do que goste, explore aquilo profissionalmente, é respeitar sua inclinação subjetiva. É preferível um profissional modesto e bom do que um profissional graduado e frustrado, como principalmente na minha profissão existe bastante.

SPEAKER 1: : Dentro de uma indústria, quais os profissionais que você acha que são essenciais?

SPEAKER 0: : Não há dúvida que o operário. O operário contribui com o maior número de mão de obra uh. O operário, hum numa indústria, em qualquer um setor têxtil, indústria civil, o operário é realmente o o setor principal e fundamental de uma empresa. ah fora aqueles que têm a liderança de de explorar as atividades dentro do setor de cada indústria. Mas não há dúvida alguma que ainda a mão de obra é o setor mais importante de uma indústria.

SPEAKER 1: : Vamos supor que você seja assaltado na rua. Depois desse assalto, a quem você recorreria? Que  que você fari

SPEAKER 0: : Eu não faria nada, porque, primeiro, eu descreio daqueles que eh deveriam ter o dever de zelar pela segurança, porque eu acho que o crime tem como causa um problema econômico, um problema social. Claro que, na hora do assalto, a minha reação seria de temeridade, porque uh a sobrevivência, o instinto de sobrevivência de cada um é natural. É claro que eu não iria... agir como se fosse um herói. Eu ficaria realmente temeroso de um assalto. Agora, como consequência, desde que não me acontecesse nada, a minha reação seria compreender aqueles que me assaltaram, porque o problema, fundamentalmente, é econômico e social.

SPEAKER 1: : E para proteção da sua casa, você contrata alguém?

SPEAKER 0: : Se tiver condições, contrataria, porque como é obrigação do Estado, Então aí eu supriria uma obrigação do Estado e, em tendo condições, contrataria. Porque hoje a segurança é um fator predominante em São Paulo. O () para uma família numerosa.

SPEAKER 1: : E quem você contrataria?

SPEAKER 0: : Contrataria um vigia.

SPEAKER 1: : Quando a sua esposa vai fazer compras, quais os profissionais que ela procura na parte de alimentação?

SPEAKER 0: : Ela procura o feirante e supermercado. Onde que você manda fazer suas roupas? Eh eu não eh No problema de compra doméstica, eu respeito, como acho que a mulher também tem que ter a sua atividade predominante, ela tem que assumir certa responsabilidades, eu não influencio o problema de compras, porque senão estaria tendo uma responsabilidade que é da própria mulher. Cabe à mulher fazer a opção onde ela deve comprar ou não.

SPEAKER 1: : As suas roupas, onde que você mandaria fazer? Onde você manda fazer suas roupa?

SPEAKER 0: : () Fazer num alfaiate que eu conheço, mas... Eu não... Eu não eh... Terno eu não compro feito, mas as demais roupas eu compro feito. Aí... Eu mesmo, normalmente, procuro comprar roupas, mas sem qualquer lugar pré-determinado. Aí, gostando, eu compro.

SPEAKER 1: : E o modelo?/

SPEAKER 0: : É como eu falei, o modelo eh depende da época uh. Se o modelo for muito avançado, eu eu realmente, eh pela minha faixa etária, eu eu não não aceito de imediato. A gente procura aceitar o modelo mais razoável do moderno. E...

SPEAKER 1: : E quem escolhe seus modelos?

SPEAKER 0: : Normalmente, eu mesmo. Quando eu não tenho tempo, aí a minha mulher que faz compras de roupas a meu pedido.

SPEAKER 1: : E a sua esposa, ela ela leva alguém para fazer as roupas ou ela compra feito? Como é que ela faz? Em que  que ela se baseia para escolher os modelos? Ãh

SPEAKER 0: : Minha mulher, ela ela faz compras () do gosto que ela que que ela de momento tem. Agora, eu acredito que esse gosto é levado. Pela moda, através de revistas, de ãh de propaganda na televisão e et cetera, mas eh não estou bem a par, mas eu sei que ela procura acompanhar a moda den dentro do razoável.

SPEAKER 1: : Você conhece alguns instrumentos utilizados pelo dentista? Você poderia dizer para a gente se você se lembra agora?

SPEAKER 0: : Ãh, eu, como não gosto muito de dentista, seria difícil lembrar qualquer instrumento. Eu me lembro de um famoso, que é o boticão, mas um outro instrumento qualquer não não me lembro, nem me (). () me () agora em lembrar.

SPEAKER 1: : Você conhece algum ramo dentro da engenharia e qual a utilidade dele?

SPEAKER 0: : Conheço. Engenharia civil né, que está mais voltada para para construções. Engenharia eletrônica, que é uma engenharia mais sofisticada. Engenharia industrial, hoje muito procurada. Engenharia mecânica. Hoje a engenharia é um setor importante dentro de um país que está em desenvolvimento como o nosso. Cas

SPEAKER 1: : o não pudesse dirigir carro, quem o senhor contratari

SPEAKER 0: : Talvez eu contratasse um chofer (riso) mas eh eu não gosto desse meio de de locomoção, de ter carro com com uma pessoa estranha guiando. Mas como o transporte em São Paulo é difícil, e aí está condicionado a atividade ãh atividade profissional e social, provavelmente um chofe Se tivesse metrô uh, eu usaria exclusivamente de metrô, que é um meio rápido de comunicação e, inclusive, e muito mais confortável que um carro.

SPEAKER 1: : Se o senhor tivesse uma fazenda, quem o senhor contrataria para tomar conta dela?

SPEAKER 0: : Em que, pese eu não gostar de fazenda, mas eu contrataria um agrimensor. Eu acho fundamental hoje a profissão de agrimensor, porque a agricultura no país, em em todos os países, maiormente o nosso, que que é um continente, a agricultura é um setor muito importante da economia privada. Eu contrataria, sem pestanejar um agrimensor que realmente entende eh melhor do que aquele que é o proprietário de fazenda, e muitos o são muito mais Talvez por recantismo, por gostar de mato, de bicho, quando agricultor é um problema muito mais sério que é uma ciência, né?

SPEAKER 1: : Você falou que não gosta de fazenda. Quais os passeios que você gosta de fazer, então? Você gosta mais de mar?

SPEAKER 0: : É, eu gosto é de mar, de praia, de lancha, mas realmente fazenda não me atrai. O que me atrai bastante é mar e praia.

SPEAKER 1: : Que passeios você costuma fazer quando você vai à praia?

SPEAKER 0: : Costumo fazer ãh passeios de lancha porque eu tenho lancha e gosto de lancha. Então eu gosto de uh eu me sinto bem no mar mesmo.

SPEAKER 1: : Então você deve nadar muito bem. (riso) E as crianças também gostam de de passeio de lancha?

SPEAKER 0: : Ainda não dá para perceber se elas gostam ou não, porque as crianças gostam de mar e e de fazenda. Talvez ãh ainda não tenha uma opinião firmada do que eles realmente gostam hum.  Não dá para explicar o que ainda elas mais preferem se mar, ou fazenda, ou gostam dos dois. Mas me parece que eles gostam dos dois.

SPEAKER 1: : E quanto à sua vida social, o que é que você mais gosta de fazer em fim de semana? O que é que você costuma fazer mais? Eh...

SPEAKER 0: : Além da minha profissão, eu gosto de fazer política. Para mim, a política, eu como encaro a política como como uma arte do bem comum, a política me atrai bastante, tanto quanto a minha profissão.

SPEAKER 1: : Você pretende seguir a carreira política?

SPEAKER 0: : Não. Eu pretendo voltar às causas públicas, que independem de ser de de de fazer uma opção partidária. Quando falo em política, é no sentido assim, mais como ciência. Não ãh... Os partidos não me atraem porque s, no meu entender, são instrumentos de ação que não trazem o que eu pretendo.

SPEAKER 1: : Você falou que gosta de política, mas em que sentido? Você estuda política? Você se reúne com políticos? Como é que é? Você podia contar para a gente?

SPEAKER 0: : Eu estudo política. Eu como encaro a política como ciência e não s como eh campanha eleiçoeira, que eh que também é um meio de comunicação super válido. Mas, atualmente, no atual estágio, eu procuro voltar à política como causa pública, fazendo trabalhos sérios eh setoriais e fazendo com que o valor dessa geração que eu pertenço passe a voltar a ser responsável pelo que está acontecendo. Então, como a geração a que pertenço estava afastada, e atualmente ela está se aproximando das causas públicas, nesse sentido que a gente encara a política como ãh cada um dando de si um pouco de experiência do que tem para a gente chegar um a um Brasil que a gente sonha. Ent

SPEAKER 1: : ão você vê a política só no âmbito nacional ou também exterior?

SPEAKER 0: : Não, hoje, a política está con toda política nacional está condicionada a uma política internacional. Hoje, as grandes decisões são muito mais fora do que dentro do país ah. A política hoje está interrelacionada com com uma política internacional, econômica, social, política. Tanto que, hoje, as grandes reuniões de políticos, na verdade, são reuniões de pessoas que, sob a roupagem de política, representam interesses de consumidores e produtores. Então, a política internacional implica e reflete intimamente na política nacional. E...

SPEAKER 1: : E vocês fazem reuniões para estudar política? Como é que vocês fazem? Você tem reuniões com políticos ou você estuda a par?

SPEAKER 0: : Cada um tem uma maneira de fazer política ãh. Eu estudo (suspiro) para poder fazer uma política sadia. Há aqueles que só têm sua sensibilidade política, que é o poder de falar, de se comunicar hum. Mas o grupo onde se atua é um grupo que, normalmente, a pessoa estuda, para poder cada um dar de si e poder servir o país.

SPEAKER 1: : Então vocês são um grupo fechado, que vocês estudam para vocês mesmos, não é para divulgar? Você não pretende se candidatar, nada disso? Não.

SPEAKER 0: : O grupo é fechado no estudo, mas ele divulga o que o que ele realiza. Então toda obra, ãh senão a gente estaria atuando numa torre de marfim né eh. Todo o trabalho, todo o estudo é relatado e depois é transmitido e divulgado. Agora, () candidatura de candidato aí depende da vocação de cada um. Aqueles que acreditam que ainda eleição é um meio eficaz de de mudar a estrutura é totalmente válido. Aqueles que acham que só a contribuição científica de estudo ãh seria também tão válido como aquele que está atuando para fins eleiçoeiros.

SPEAKER 1: : Que modo vocês divulgam esse trabalho que vocês fazem? Através de livros? Como é que é?

SPEAKER 0: : através de de relatórios ãh. Há vários instrumentos de ação para po Quando a gente fala em política, sempre se pensa em partido. Mas há muitas associações, por exemplo ah por exemplo, há associações de classes, de classes patronais, de classes sindicais, eh associação estudantil. Então, todos esses instrumentos de ação são totalmente válidos para se divulgar os trabalhos sérios que se fa como sindicato, associação comercial, associação de dirigentes de empresas, toda associação, toda comunidade que se forma por um por uma finalidade social, é um instrumento válido de se divulgar, como também o partido. Realmente o partido é um instrumento de ação política, mas como o bipartidarismo, no meu entender, não atende aquilo que a gente deseja, Então eu procuro atuar com outros instrumentos de ação.

SPEAKER 1: : Qual é a estrutura da política nacional?

SPEAKER 0: : A política nacional pertence a uma estrutura tradicional. Poder executivo, poder judiciário e poder legislativo. Que em tese têm que ser interdependentes. E hoje, no Estado moderno, o poder executivo é um poder mais forte. E, realmente, uh o executivo tem que ser for mais forte porque Ele insere diretamente no contexto nacional, porque é ele que influencia ou não as estruturas básicas de uma nação. Esse é o poder executivo, que é o poder forte, é o poder central, é o governo federal, com âmbito estadual, é o governo estadual ãh. Além do poder executivo, o poder executivo é composto de seus assessores, sendo que, no primeiro escalão, os assessores são chamados de ministros, aí eh que realmente no meu entender, os os mandatários deveriam se preocupar mais. Quer dizer, por gente capacitada em cada posto importante que a nação exige. Esse é o poder executivo, o poder forte. () Depois vem o poder legislativo, que é o que elabora as leis. Aí deveria haver um um maior entrosamento de poder executivo e legislativo eh para que as reformas não venham de cima para baixo e sim partam de baixo para cima. E, nesse ponto, o Poder Legislativo poderia e deveria contribuir bastante em não ser um mero instrumento de aprovação de lei do Poder Executivo.

SPEAKER 1: : Que outros poderes existem dentro da política nacional? É

SPEAKER 0: : São os três poderes tradicionais que eu falei, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. O Poder Judiciário é interdependente, são aqueles que julgam os atos, as leis, emanadas ãh do Senado, que compõem da Assembleia Legislativa e do Congresso Nacional, e também das leis elaboradas pelo pelo Executivo, que são aprovadas pelo pe pelo Senado. A melhor maneira nesse sentido de de elaboração de lei, que representa a sensibilidade à cultura de um povo, realmente é a contribuição do Poder Executivo com o Poder Legislativo. Então, os dois poderes eles são importantes na medida que eles vão vão se acoplando num interesse comum e. Aí vem a importância do dos representantes do povo, ou aqueles que se dizem representantes do povo, de realmente elaborarem estudos sérios e fazer com que esses estudos sensibilizem os poderes constituídos para que aquela mensagem, aquela necessidade que cada comunidade tem, seja realmente transformada num meio de ação, que são as leis que vão ser aplicadas amanhã, para aqueles que não respeitam, pelo Poder Judiciário. E dentro do Poder Judiciário, a mais alta corte é o Supremo Tribunal Federal, onde ãh as leis ou as demandas, ainda () e discutíveis, vão para a mais alta corte do país, que é o Supremo, que são compostos de ministros, que são chamados Ministros da Justiça. Eh... Sendo que no âmbito estadual, aos tribunais de justiça. E dentro do âmbito estadual, há as comarcas, onde há as varas, cartórios, e et cetera. Eh no âm bito também da... E a justiça é composta de justiça cível, criminal e trabalhista. Eh então, a justiça também é setorial. E dentro da justiça, os grandes componentes são representados no mesmo valor de igualdade em que pede ao juiz só somente sendo o mais respeitado, porque ainda há aquela imagem de que o juiz é aquela pessoa que usa a toga, com aquela re respeitabilidade, mas a verdade que contribui para a justiça é o juiz de direito, o promotor público e o advogado. Tanto que, por lei, Numa audiência, os três têm o mesmo valor e a mesma hierarquia, o que dá liberdade do advogado poder produzir e elaborar sua defesa com a mesma liberdade que o promotor deve acusar e com a mesma sobriedade que o juiz deve julgar. Ãh... Nesse sentido, é que aqueles homens que têm sensibilidade e inclinação para os problemas sociais, eles deveriam não se omitir, e dar a sua contribuição. Então, há muita coisa que se possa contribuir para os três poderes. E não só o o profissio o profissional, tanto o liberal como o não liberal, ele ficar só objetivando interesses individuais e próprios, esquecendo que há toda uma toda uma elaboração ãh e que é do Estado e dos poderes, sendo que a contribuição mínima dele para a nação representa bastante. Eu sou a favor daí que ãh todos devem atuar dentro dos seus instrumentos e das suas inclinações. Então, cada um de si pode muito bem contribuir para o bem comum, eh sem ter a pretensão de achar que com isso deva ser ministro, ou deputado, qualquer cargo eletivo.

SPEAKER 1: : Sobre o comércio exterior, o senhor poderia nos dizer alguma coisa?

SPEAKER 0: : Hoje o comércio exterior reflete de perto o comércio interior, porque atualmente nós estamos atravessando a crise da matéria-prima. O comércio exterior realmente é um intercâmbio de de de valores, e de negociações, onde os países industrializados sempre levaram vantagem. Hoje os países não in não industrializados, que são aqueles que mantêm a matéria-prima, passaram a entender que a matéria prima é muito importante no mercado onde essas matérias já estão esgotadas ãh. Tanto que hoje a economia passou a ser muito mais uma economia internacional do que uma economia nacional. Então nós já passamos a época da economia doméstica para uma como uh para uma economia in internacionalizante. Hoje os intercâmbios que se fazem são muito mais intercâmbios econômicos do que intercâmbios políticos. Tanto que, apesar das ideologias existentes no mundo, como a tradicional ideologia americana e russa, uh os blocos socialistas e liberais economicamente se dão muito bem, porque eles procuram, na verdade, negociar e alcançar um intercâmbio econômico que reflete diretamente na economia nacional e, por sua vez, na política nacional.

SPEAKER 1: : A ajuda exterior é válida para o comércio exterior? Eh

SPEAKER 0: : Toda ajuda exterior é válida, desde que ela traga uma contribuição para o país. Agora, aqueles que, sob o pretexto ou manto da ajuda, na verdade, eles procuram explorar os ajudados. Então, aí vai um problema muito sério. O problema da da assistência técnica, da ajuda técnica, ajuda financeira, é totalmente válida. Normalmente, os que ajudam procuram explorar. o know-how que eles transmitem. Aí vai o problema do do país, através do executivo, por isso que hoje o Estado é um instrumento cada vez mais forte de aparar as ganâncias e as arestas daqueles que, sob o pretexto de querer ajudar, na verdade, mais tiram do que ajudam. Mas toda ajuda é válida porque toda conquista eh técnica, científica, é uma conquista que passa a pertencer para o mundo e não para a nação que teve o privilégio de poder descobrir e conquistá-la, mas é totalmente válida desde que ela seja bem dirigida e orientada.