SPEAKER 2: Sectário, quando se era criança, você pensava que você ia ser biólogo ou você tinha em mente um outro tipo de profissão que você achava bonito e que você, um dia, poderia seguir aquela carreira? SPEAKER 0: Bom, eu, quando era criança, nunca pensei no que eu ia ser. Então, às vezes, por piada, dizia que eu ia ser lixeiro, etc., mas era só para atrapalhar o que a minha mãe perguntava, o pai perguntava, etc. Eles nunca sabiam o que eu queria ser. Mas eu também não sabia. Então, Num posso dizer nada a esse respeito. Agora, mais tarde, quando eu entrei no científico, então eu comecei a perceber que logo, logo eu tinha que me livrar daquele ambiente paterno. E E, por isso mesmo, eu comecei a pensar o que eu podia fazer. E parece que a solução mais fácil era tratar de descobrir logo o que eu poderia gostar mais, etcétera., e então me encaminhar desde logo Então, me encaminhar logo para definir o que eu desejaria ser. Bom, então, me entusiasmei muito com a parte de História Natural, porque eu tive um professor muito bom. E E, já no primeiro científico, eu arrumei um programa para... de vestibular, para ingresso, etcétera. Estudei e entrei. A Agora, eu não queria, de modo algum, melhor, não pensava, de modo algum, ser biólogo. Eu pensava, simplesmente, ser professor, etc. () Transmitir aqueles conhecimentos que o professor que eu tive me me ensinou muito sobre a parte de geologia, de mineralogia. E botânica também. E alguma coisa de zoologia. Então, ele fazia excursão. Isso é que despertou em mim o interesse, porque eu gosto muito de andar pelo mato, etcétera. E eu sabia reconhecer tudo que era tipo de pedra, planta, etcétera., quando eu entrei na faculdade. Então, a finalidade que eu queria era justamente poder transmitir a mesma coisa para grupinhos de alunos, alunos pequenos e grandes, porque a gente podia ensinar ciências e história natural. Isso eu sempre gostei. Tanto que, enquanto eu fazia o curso, eu dava aula e eu fazia excursão, fazia, programava, tudo isso. Agora, posteriormente, apareceu a oportunidade de ser biólogo, então eu me tornei assistente aqui por causa de um convite e eu fiz um estágio de um ano, me aceitaram, me indicaram para a nomeação e esse é o motivo que eu estou aqui. Agora, na realidade, a hora que eu me decidi, quando eu estava no científico, então o que eu queria era ser apenas professor de Ciências e História Natural. SPEAKER 1: E você acha, por exemplo, que essa sua profissão, vamos dizer, em termos de status, qualquer coisa semelhante, seja rendável, ou você acredita que existam outras melhores? SPEAKER 0: Peraí, eu não entendi bem, porque status é posição, agora economicamente é outra coisa. SPEAKER 1: Economicamente também, tá? SPEAKER 0: Bom. Como status, eu não sei se vale a pena ficar dizendo por aí que a gente dá aula em universidade, etcétera., para impressionar. Eu falo apenas quando eu acho que o indivíduo quer realmente saber isso. dizendo o que eu faço, o que eu não faço, não adianta porque ninguém vai entender o que eu faço aqui, a maioria das pessoas não entende. Agora, quando é colega do meu nível, gente do meu nível, etcétera., aí é diferente. Que aí eles mesmos vão, a primeira coisa que eles vão perguntar é onde eu trabalho, o que eu faço, etcétera. E, aliás, isso é uma coisa interessante, vou fazer um parênteses, que me lembrou uma coisa que acontecia. Meu pai, como eu disse, era funcionário público, agora ele era professor e deu aula algum tempo, etcétera., mas depois ele arrumou um serviço de funcionário público, Ele era doente, então ele se acomodou um pouco, ele não num foi mais para frente, justamente por causa da doença que ele tinha. E a coisa que me dava mais raiva era quando eu tava fazendo uma coisa e ele começava a se entrometer no meio e falar coisas que eu não queria. Então, quando ele me apresentava para quem quer que seja, ou melhor, quem quer que fosse, por exemplo, o dono do armazém, para o farmacêutico, ele ia dizer que estava fazendo controle de pragas urbanas e rurais, ele está estudando na Universidade de São Paulo, ele é aluno de fulano de tal. O açougueiro lá, sabia quem era fulano de tal, qual era a vantagem de fazer controle de pragas urbanas e rurais, então era uma coisa que me irritava aquilo lá. E eu acho que eu fiquei marcado com isso, então eu não comento o que eu sou, o que eu faço, etcétera., só quando me perguntam e quando a gente é do meu nível. Quando não é, eu digo, é, eu sou professor e acabou, sou de encerrado. Agora, economicamente ãh, é claro, se eu aceitei a profissão de professor, eu tenho que me contentar, me conformar com isso, porque, afinal de contas, isso faz parte do amadurecimento da pessoa, tem que aceitar isso. Agora, eu tenho outros colegas biólogos que foram para outros campos e outros campos que eu gostaria mais, se eu não peguei, não foi porque eu não quis, foi questão de oportunidade, e que realmente ganham muito mais. Por exemplo, eu tenho um colega que não  se não conseguiu se formar e hoje ele é vice-presidente de uma grande empresa aí da (), num laboratório. Porque ele gostava tanto quanto eu de biologia, etc., e pegou aquele campo e ele tinha uma coisa melhor que eu. Ele entendia melhor de finanças, de como manipular dinheiro, etcétera., coisa que eu não entendia, ainda bem e continuo não entendendo. Então, no começo, eu acho que eu seria um fracasso. Então, foi uma questão de oportunidade para ele e ele era a pessoa certa. Agora, eu não reclamo, não é. SPEAKER 0: Por exemplo, você pega uma secretária bilingue, se ela está numa firma muito boa, eu já conheço casos de secretárias desse tipo que ganham, no mínimo, igual o que a gente... o que um professor universitário um doutor ganha aqui. Tem vários por aí. Eu tenho uma cunhada na firma dela, ela ainda não eh não chegou a esse ponto. Mas na firma dela tem muita gente que ganha seus dez milhões por mês, o que é muito inferior ao que a gente ganha aqui. O> Outra coisa, esse colega meu que eu citei da Wellcome, ele pega indivíduos que não têm ginásio, treina para fazer as coisas que a gente faz aqui dentro, E o indivíduo treinado, no fim de quatro, cinco anos, está ganhando os seus dez milhões por mês. Mas quando muito esses indivíduos têm ginásio, nada mais. Então é uma questão do indivíduo ser especializado naquilo e para aquela firma ser muito importante sobre esse aspecto. SPEAKER 2: Em termos de de ordenados, os indivíduos treinados, você acredita que eles ganhariam o que um indivíduo especialista para o campo ganharia, ou deveria ganhar? Você acha que ele leva vantagem treinando esse pessoal, ou se ele contratasse alguém, ele teria que pagar mais? Alguém mais especializado? SPEAKER 0: Olha, respondendo à tua pergunta eu posso, se eu entendi bem, eu vou dar um exemplo ãh do que ocorre, por exemplo, com a nossa profissão bio, ãh a nossa profissão de biologista, não professor, isso é outra coisa. Então, se não for depois, você volta atrás. É o seguinte, aqui em São Paulo, quando você pega, por exemplo, o estado de São Paulo de domingo, que traz pedido de tudo que é profissão, eles estão procurando então indivíduos de todos os tipos de profissão, você quase nunca, raramente, você vê a palavra biologista escrita. Quando você vê a palavra biologista, isso aconteceu com uma colega nossa aqui há duas semanas atrás. Então ela viu, correu lá para aquela firma, e etcétera. () hora que eles viram que ela tinha mestrado, não quiseram. Então é tal história. Quanto mais o indivíduo se especializa, menos oportunidade de emprego ele vai ter. Aí eu não sei explicar direito se o problema é que a firma acha que teria que pagar mais para aquele indivíduo que ele é mais especializado, então ela prefere treiná-lo e pagar menos, ou se é uma questão de competição lá dentro, porque tem lugares que se você diz que você é doutor, ninguém lhe aceita. Porque lá dentro ninguém é doutor e aquele pessoal, então, vai ter dificuldade depois com você lá dentro. É claro, eles acham que você entrando, você logo vai ter uma posição superior a eles. Então pode ser uma questão de de competição. Agora, nos Estados Unidos, que eu morei lá há algum tempo, lá é justamente o contrário. Lá o indivíduo, quanto mais ele se especializa, então o indivíduo que está fazendo doutoramento, antes dele terminar o doutoramento, às vezes ele já tem muitas ofertas de emprego para ganhar muito mais do que a gente possa imaginar. Então, lá eles sabem dar valor a estes indivíduos, porque eles sabem que estes indivíduos têm capacidade de dar melhor rendimento para aquela fábrica, para aquela firma, e etcétera. Então, são os mais procurados, eles pagam isso sabendo que o dinheiro vai ser vai voltar e com muito juros a mais. SPEAKER 2: Você acredita, então, que se isso seja uma aplicação a longo prazo, porque depois isso vai render mais para a firma? Porque o imediatismo do pagamento para o indivíduo mais especializado não é levado em conta. Certo. A> Agora, aqui no Brasil, então, seria bem diferente. Seria ao contrário, né? Eles preferem imediatamente pagar menos e não pensam, me parece que, num num lucro mais a longo prazo, né? SPEAKER 0: Seria mais ou menos, porque aí também entra o problema de tecnicologia. () cologia (risos) Bom, aí o problema seria o seguinte ãh. Quando você vai fazer determinada coisa aqui, na maioria das vezes, você já tem o sistema mais ou menos organizado, e etcérera. Você sabe o que você vai fazer. Então, quando uma firma procura alguém aqui, não é por uma pesquisa pura, ou por uma pesquisa se aquele remédio é bom, se não é. Uma pesquisa de como utilizar aquele remédio. Porque esses remédios, geralmente, são descobertos lá fora. Então, lá fora, esse indivíduo é importante. Agora, aqui dentro, ele não tem muita importância. Então, essa também seria, talvez, uma coisa que eu esqueci. Ãh o Um dos fatores, porque quando a gente diz, eu sou doutor ou eu sou mestre, eu tenho essas, essas, essas qualificações, eles já começam de de pronto já não mais qualificar vocês você para aquele emprego. SPEAKER 2: Mas existem outras profissões em que quanto mais o indivíduo for especializado, mais ele é requisitado. Aqui no Brasil me parece que existe uma faixa, uma área em que existe esse tipo de escolha, né? SPEAKER 0: Acho que é uma questão de oportu da das oportunidades do momento. Então, não sei se eu entendi bem o que você quis dizer, mas um exemplo. Então, o setor econômico, o setor financeiro atualmente é o que está em maior desenvolvimento. Então, todo mundo, no momento que eu conheço, que está aí fora se definindo, o quê que eu vou fazer, o que eu vou fazer, está estudando... Por exemplo, economia, administração de empresa e, mais ainda, esses indivíduos, quando eles pegam uma firma boa, eles recebem salários muito altos. Então, eu acho que isso vai... é uma questão de oportunidade, uma questão dãh do processo de desenvolvimento do país. Então, por exemplo, pode ser que futuramente o Brasil se destaque muito no setor biológico, porque pode ser que nós tenhamos firmas aqui capazes de competir com qualquer firma estrangeira de produto médico, produto farmacêutico. Então, quem sabe aí melhora as oportunidades para os meus colegas, os biologistas. SPEAKER 2: E no campo da medicina, (), como é que vai? SPEAKER 0: Sobre que aspecto? SPEAKER 2: Esse aspecto de pesquisa, o aspecto de especialistas. Quanto mais eles se especializarem melhor, eles poderão cobrar consulta, operação. SPEAKER 0: Bom, aí, medicina, eu acho que já é uma ou ãh... Medicina tem que di diferenciar bem de biologista. Se é isso que você quer saber. Pelo seguinte, o biologista em si não tem não tem um campo liberal como tem o médico. Então o médico vai clinicar. En> Eu já tive muitas experiências ãh com médicos, pediatras ou, então, especializados. Bom, atualmente o que eu faço, eu tenho um médico, que aliás é parente da minha esposa, a gente vai lá.  Se ele pode solucionar, muito bem. A> Agora, se o probleminha é mais grave, então aí toma outros aspectos. Pode ser que ele indique alguém especializado e etcétera. Mas, ultimamente, eu não tenho problemas nessa natureza. Eu tive. Então, por exemplo, posso citar para você. O meu menino nasceu com um problema de ouvido. Então, nós tínhamos um pediatra naquela época que, de modo algum, eu suportava aquele indivíduo. Porque ele jamais punha a mão na criança. Ele mandava a enfermeira tirar a roupa da criança, apalpar, tirar a temperatura. Única coisa que ele fazia é usar o estetoscópio, uma coisa assim, etcétera. Sentava na cadeira dele e ficava todinho impertigado lá e dizendo, faça isso, faça aquilo. E não adiantava nada. Atualmente eu sei disso, mais do que antes, porque esse outro médico já é diferente. Ele examina mesmo, ele vê, etcétera. Então, não é uma questão de eu me de eu achar que o médico que pega a criança vai entender melhor. Pode ser que o outro estivesse entendido. Mas o problema é as coisas que o outro dizia. Então, coisas bem banais ele receitava. E não era isso que a gente queria. Então, quando a criança foi com problema de ouvido, simplesmente eu achei. Agora ele tem que se explicar melhor, vamos ver o que ele faz. A única coisa que ele fez foi cobrar consulta e dizer, o meu vizinho do lado é otorrinolaringologista. Pegou o telefone e nem foi até lá. Pegou o telefone e disse, atenda um cliente meu. E nós fomos lá e pagamos de novo a consulta e aquele médico não resolveu coisa nenhuma. A criança foi lá cinco, seis vezes e ele absolutamente não resolveu. Chegou o momento em que nós quisemos então solucionar o problema. O menino tinha uma infecção no tecido esponjoso no ouvido. que crescia para o lado de fora e vivia gritando, dor de ouvido, etcétera e tal. Então eu voltei ao pediatra e falei, olha, com esse médico não dá certo, ele disse, mas é um filho de um médico muito importante. Mas não adiantou, por mais que nós quiséssemos, ele queria aquele. E eu tinha visto que no mesmo prédio existia um outro médico. Ele citou dez nomes e não citou aquele. Eu perguntei, e tal médico? Ah, não, não vai nesse. Agora, como eu não tinha condição e já estava no prédio e a criança chorava demais, nós fomos. E, olha, aquele médico solucionou o problema em uma semana. Quer dizer, o que ele fez foi examinar e disse, olha, não adianta ficar fazendo punção no ouvido. Tem que abrir o tímpano do menino, o que resta do tímpano, retirar o resto do tímpano e fazer uma raspagem, porque ele tem um tecido embrionário e o tecido embrionário tem que ser raspado, cauterizado e aí ele não cresce mais. Pronto, o menino, uma semana depois, estava em casa. Bom, não tinha mais problema nenhum. Perdeu um pouco de audição. E depois, conversando com aquele médico, nunca disse para ele quem tinha sido o médico precedente. Então, posteriormente, o que ele disse... O que ele disse é que nunca deveria ter sido ter sido feita nenhuma punção. A primeira coisa era examinar o ouvido do menino com a aparelhagem própria, que foi o que ele fez. O outro não tinha feito. Então o outro apenas furava o vidro e mandava voltar na outra semana e cada vez que fazia isso cobrava consulta. Bom, então essa é uma experiência amarga que eu tive e daqui para frente o cuidado que eu tomo é de nunca mais acreditar no que os médicos falam a primeira vez. E eu estou gostando demais ultimamente de ir no hospital do servidor. Antes eu não ia porque eu era funcionário não efetivo, eu era substituto, eu não tinha direito. Então ultimamente eu passei para para o quadro do dos funcionários aqui do departamento Então, nessa condição, eu ganhei o Hospital do Servidor. E lá é bom, porque quando o indivíduo tem dúvida, ele não não fica imaginando as coisas e mandando a gente fazer e depois voltar para trás. Voltar de novo lá para outra consulta e cobrar de novo. Ele chama os colegas. Então, teve um problema parecido com a minha menina. Agora que o médico não sabia, chamou uma colega a esta, chamou outra e ficaram quatro médicos no final para dizer que, na realidade, o que ela tinha não era nada de tétano, que ela estava com sintoma de tétano e ela tinha furado o pé com prego três dias antes. E o que ela tinha naquela ocasião era apenas uma faringite muito pronunciada, não tinha nada uma coisa que ver com a outra. Então, eu imagino, se a gente tivesse pago um médico que fosse adotar o mesmo critério que aquele primeiro lá, tratou do ouvido da do meni> SPEAKER 0: Não, ela já tinha um médico da família que, por sinal, era obstetra. A outra palavra difícil para você. E ela se tratou com ele o tempo todo. E E, é como eu disse, eu não tinha o hospital do servidor, etcétera. Então nós tivemos que pagar essa toda essa despesa aí que nós tivemos com o hospital, com o médico, etcétera., que ele, apesar de ser médico da família, naquela época ele cobrou bastante e nós ficamos num aperto daqueles. SPEAKER 1: Indo um pouquinho para sua casa agora, (), eu gostaria que você contasse, assim, por exemplo, existem maridos, né, que gostam de fazer muitas coisas dentro de casa, né? Serviços necessários para ajudar a mulher. Não serviço de casa, mas de concertos, arranjos. Na sua casa quem faz i> SPEAKER 0: Ah, não, eles tinham casa em Santos e em Lindóia. Por sinal que eles já desistiram da de Lindóia, que também chegaram à conclusão que o que lá é apartamento, o condomínio que eles estão pagando e outras coisas, não compensa manter aquilo lá. Porque quem mais usa são os parentes, inclusive nós, e eles mesmos aproveitam pouco. É claro que quando os parentes vão, eles pagam luz, etcétera. e tal. Mas eles já não vêem mais vantagem nisso e já puseram a venda. Uh aon> SPEAKER 2: Ficar à vontade lá e ninguém do lado de fora ficar observando, etcé> SPEAKER 2: () A casa é cercada, Sestadio? É SPEAKER 0: É, eu acabei de cercar com arame fartado. Bastante arame fartado, porque eu vou precisar cachorro lá, porque o lugar é assim, um pouco ermo. E eu não quero que o cachorro saia e fique mordendo quem está fora. Mas quero que o cachorro morda quem entrar dentro sem autorização. SPEAKER 2: O () lá por perto da sua casa, essa que você está morando e construindo ao mesmo tempo, e o que é que tem por lá, que passa por perto de lá, empreendimentos que es que a gente conhece bastante? SPEAKER 0: Bom, tem muita coisa por lá. E até você já me deixou preocupado de novo com essa pergunta, porque eu me lembrei de umas coisas que podem passar por lá. Bom, entre as coisas que tem por lá é que o lugar agora ficou muito perto, porque a Raposo Tavares, que é a rodovia de acesso, Ela está sendo duplicada e ela vai permitir que se venha de lá para cá em menos de cinco minutos. Quando estiver pronta, isso vai ser daqui a um ano. Então todo mundo começou a construir, valorizou bastante o local lá. Então tem bastante construções. Tem fábrica de cal e agora antigamente as fábricas de cal eram importantes lá porque eles beneficiavam o cal e traziam. Agora elas são um transtorno porque tem indivíduo importante morando vizinho com fábrica de cal e eu sei que duas delas já estão com um processo em cima porque eles já estão dizendo que aquilo é zona residencial. Então tem esses problemas por lá. Tem uma coisa muito importante que se chama aldeia. Então onde eu estou é uma... um terreno junto à estrada da aldeia. Essa aldeia então é uma cidadezinha, um um vilarejozinho um patrimônio tombado, então aquilo não pode ser destruído, etcétera. E é interessante a gente ir lá, porque a gente vê aquela estilo colonial, aquela igrejinha, etcétera. E domingo, principalmente, lá tem bastante índio, mas são índios já bastante modificados. Inclusive tem uma porção lá que está trabalhando comigo, todo mundo de olho azul. E é e é engraçado no domingo passar lá e ver que esse pessoal realmente não tem o que fazer. A única coisa que eles sabem fazer no domingo é beber pinga. Bom, o que eu disse que me preocupou é o seguinte, é que todo lugar em que eu procuro me estabelecer, logo, logo parece que vai passar uma rodovinha em cima. Então, isso aconteceu quando eu morava na primeira casa aqui que eu vendi, que eu já podia ter vendido antes e já ter construído há mais tempo, mas eu não vendi porque ela ficou sob ameaça de passar uma... uma um anelzinho ali, rodoviário, que ia ligar Santo Amaro com Anhanguera. Mas depois o susto passou, etcétera., e deu para vender a casa, e parece que esse processo está engavetado, não sei. Outro foi que eu comprei um terreno, uma ocasião aí, lá lá perto do atual Palácio do Governo, Mas era um terreno pequeno também, só com duzentos metros quadrados, mas eu precisava aplicar dinheiro e eu tinha conseguido um dinheiro aí de herança e eu fui comprar lá. Mal eu comprei, já começou a correr o boato que esse mesmo anel que ia passar nessa minha casa, ia passar por lá também. E não foi só boato, o susto foi maior ainda porque, de fato, tinha muito muita gen muito pessoal especializado da prefeitura medindo aquilo lá e vendo se, de fato, cabia passar por lá ou não. Mas lá era um espigão, então eles resolveram que devia passar para o vale. Mas antes disso, eu já tinha conseguido vender aquilo lá. Agora, que eu estou aí na estrada da aldeia, então tem uma turma lá também fazendo medições e etcétera., que é o grande anel rodoviário e vai passar. Entre o quilômetro treze e dezessete. Lá é vinte e um. Eu não sei o que que eles foram fazer lá, mas já me preocuparam, porque vai ver que entre o treze e dezessete não dá para passar. Daqui a pouco eles vão de novo me fazer sair de lá. E  SPEAKER 2: se eles forem fazer com que você saia de lá, o que que eles vão ter que fazer em ()? SPEAKER 0: Bom, pelo menos eu estou protegido aí porque, como eu disse a vocês, quando eu comprei o terreno lá, eu comprei desse sitiante. Mas ele vendeu todo o resto que ele tinha para uma firma imobiliária muito grande e uma firma com muita experiência dentro desse campo. Então o que a firma fez foi fechar aquilo e transformar aquilo num parque. E o parque tem quatro glebas, então eles não compraram não compraram somente a parte desse sitiante que era um japonês. Compraram toda a todos os terrenos adjacentes e lotearam. E no contrato de venda, eu acho que isso funciona, não sei. Diz assim que qualquer desapropriação não pode ser feita parcialmente. Então, aquele conjunto inteirinho, o parque inteirinho tem que ser desapropriado. E lá tem perto de cem lotes, todos eles com entre três e cinco mil metros quadrados. Então, provavelmente, seja mais prático não mexer com aquilo lá, porque a despesa vai ser muito grande, o valor lá cresceu demais. Seja mais prático eles contornarem aquilo lá se tiver () ãh, se for necessária uma desapropriação. E depois, um pouquinho mais para frente, tem uma zona também que ficou muito importante e ninguém quer mexer com. com aquele setor lá, que é um setor onde a desapropriação vai realmente sair caro. Então parece que, e mais ainda, lá é um espigão, e construção de rodovias, etcétera. O que eu tenho ouvido falar é que sempre pelo vale é mais acessível, porque sai mais barato, e outras condições existem ali, que eu não não sou engenheiro, etcétera., não sei falar sobre isso. Então esse medo não está preocupando mais, não. Foi só um susto quando o pessoal foi lá medir, mas eles mesmo não disseram por que estavam medi medindo. Embromaram, embromaram, e ninguém explicou nada.