Inquérito SP_DID_162

SPEAKER 0: :  exemplo, o trabalho de de bibliotecária, razão de levar a fazer biblioteconomia.

SPEAKER 1: : Ah, sim, porque a na o início da profissão foi muito difícil, e para lecionar nos ginásios, há há vinte anos atrás era muito precário, não tinha lugar suficiente, era tudo ou interior, que eu cheguei a fazer um concurso, para ir para o interior, fui ãh fui designada lá para as Águas de São Pedro. E aquilo era muito longe. E Então eu não aguentei. A Aqui em São Paulo só colégios particulares. Também não gostava. E E aí eu resolvi abandonar a profissão. E levei um tempo sem fazer nada. Depois, por curiosidade, a eu comecei a (). A biblioteconomia estava no começo. E Eu me interessei. Ela é um curso naquele tempo de um ano. E eu fiz o curso e consegui logo um empr ego bom. E é uma coisa que está de acordo comigo. E Eu eu gosto. E no e Eu não gosto, éh por exemplo, lecionar. Eu fiz várias tentativas para lecionar, mas nunca dava certo. Eu não sei se eu não gostava de alu luno de aguentar aluno (fala rindo)  Até há pouco tempo eu lecionei, mas lecionei Biblioteconomia. Eu também fui professora, mas em Bibliote conomia. Tudo que se relaciona com Biblioteconomia eu go

SPEAKER 0: : ### ### Isso. Biblioteconomia é um tanto novo aqui no Brasil, não é? É

SPEAKER 1: : ### A Biblioteconomia começou a ser ensinada em trinta e oito, trinta e nove mais ou menos. Mas as primeiras turmas eram pequenas, não ha havia prestígio nenhum também e não não não era considerada oficialmente. S Só a partir de mil novecentos e sessenta e dois que nós conseguimos a lei do nível universitário e depois a o governo ainda não, quer dizer, reconheceu como nível universitário, mas não pagava. até que o governo reconhecesse, foi em mil n novecentos e sessenta e sete. De lá para cá que nós conseguimos nos encaixar. Mas assim mesmo ainda não estamos assim no nível de bom médico, advogado, não poderia ser mesmo né? Mas sempre que há alguma lei, nós ficamos para trás (risos). Está muito bem A gente tem que lutar, nós temos o nosso conselho regional também, como todas as profissões, Mas eu também faço parte, eu sou conselheira. E e nó s e a nossa vida é uma luta, mas é uma luta que vale a pena.

SPEAKER 0: : Muito bem. E E a senhora pode então nos informar também assim, éh se há muitos bibliotecários que não possui Eu gostaria que a senhora então nos informasse se há muitos bibliotecários que não s não têm estudo universitário no ramo.

SPEAKER 1: : Agora está diminuindo cada vez mais, devido às exigências governamentais para empregos públicos, é impossível arranjar um lugar de bibliotecário sem ter diploma, né? São particulares, mas é raro, sabe? Eu A maioria dos empregos são oficiais mesmo, e a maioria éh, agora no interior é que é mais dificuldade, porque tem lugares, não não no estado de São Paulo, mas nos outros estados Norte, Nordeste, não tem nem escola, nem nada. Então, é como vai como dá, né? A Apesar das leis serem federais, mas... É os municípios pequenos que não têm dinheiro, que o mesmo que tenham, às vezes, eles não podem  pagar, porque no as verbas são pequenas. Muito bem. E

SPEAKER 0: : E a senhora nos informaria, assim, de escolas que ensinam biblioteconomia?

SPEAKER 1: : Aqui no Estado de São Paulo há quatro escolas. Duas na capital, que uma é a Escola de Comunicações, Departamento de Biblioteconomia e Documentação. E E outra é a Fundação Escola de Sociologia e Política, foi onde eu me formei, que naquele tempo era única. No interior tem uma em Campinas, na Pontifícia Universidade Católica, e outra em São Carlos. E agora está começando uma nova em Mococa.

SPEAKER 0: : Muito bem. E E quais são as funções especíca específicas de um bibliotecário?

SPEAKER 1: : Bom, éh um bibliotecário tem muitas funçõe a éh principalmente a parte de... Tem partes de base de responsabilidade e outras de rotina. Então, dependendo disso, da formação, da da experiência e tal, então a gente divide o serviço. E E tem a compra do livro, a seleção de acordo com o nível da biblioteca. Se é nível superior, se é médio, se é primário, então a compra, a doação, a permuta, não é? Então o livro é recebido na biblioteca. Depois tem a catalogação e classificação, organização de fichários, na precisa sempre manter um controle muito bom da do que existe, depois a parte de atendimento ao usuário, que é a parte principal. E é o que se está dando ênfase mais ultimamente, porque o bibliotecário pensava só em catalogar e classificar e achava que aquilo era já estava terminado. quando a verdadeira função dele é atender o usuário. O O que chega lá é o mais importante que tudo. E Ele pode atender com um livro que esteja catalogado, com o que está encomendado, mas está ali num canto, com um recorte de jornal, com uma fita, um slide. Porque a depois da biblioteconomia surgiu a documentação, e que está ligada, mas não é exatamente a mesma coi e a utilização de outros materiais que não são livros, revistas. Então tem a parte de materiais bibliográficos, livro, revista, folheto, e a parte de materiais que não são livro. Então tem o disco, tem a fita gravada, microfilme, microfichas, uma série de outros materiais que exigem, então, uma organização muito maior, quer dizer, um gasto, um conhecimento e uma organizaç E é preciso procurar, e a parte agressiva da biblioteconomia que é procurar aquele que necessita, o e o especialista. Eu sei que o senhor, por exemplo, se interessa por linguística e eu recebo bastante livro. Então, eu tenho que avisar, eu tenho que éh que escrever, que avisar, dia que chegou isso e analisar () (). Entende? S Sim, senhora. Essa coisa É muito mais amplo do que parece.

SPEAKER 0: : Certo. E Então, isso naturalmente mostra que há uma grande diferença entre a bibliotecária de de dez, vinte anos atrás e a bibliotecária de hoje. Co Claro que nessa evoluzã nessa e naturalmente em todos os ramos, em em uns mais acentuados e em outros menos. Então, éh nós gostaríamos que a senhora nos mostrasse, assim, a a posição, a as razões, vamos dizer, básicas dessas diferenças.

SPEAKER 1: : É bom, éh a diferença é exatamente essa. A por a que a A evolução do material, não é, que antigamente não existia, se eu ver a facilidade de hoje, com gravadores, com com uma porção de aparelhos, projetores de slides, leitoras de microfilmes, a um intercâmbio de informações entre países, por exemplo, para eu mandar um livro daqui para para França, um maço enorme assim, não custaria um dinheirão e o perigo de perder. E Então eu mando um microfilme, é um negócio muito mais prático e caso se perder, eu man pego outro o original, fico aí, quer dizer, evolução técnica e também essa parte de da maior ãh importância ao usuário, é uma questão de mentalida E às vezes, a pessoa tem tudo isso e não sabe como usar. E a é a maior dificuldade é justamente fazer a com que as bloqueadas antigas mudem a mentalidade (fala rindo)

SPEAKER 0: : Certo. E E com respeito à fluência? de pessoas às bibliotecas. A A senhora observa, em proporção, um um maior desejo na na pesquisa ou como a senhora veria, vamos dizer, a senhora com já uma experiência grande no ramo?

SPEAKER 1: : Ah, eu acho que o ensino moderno, né, a reforma do ensino médio e a e a refo... Bom, a reforma universitária não vem assim muito porque já existia a pesquisa, né, mas cada vez mais O ensino está exigindo, não só aquela repetição que o professor dizia, mas a pesquisa, então, está aumentando muito a procura nas bibliotecas. Mas o que nós sentimos muito lá na na Biblioteca Central da USP é que vai muita gente de nível médio, às vezes até crianças, que não seria o caso da gente atender, e nós acabamos atendendo porque a gente tem pena de mandar embora, porque não acha justo, né Alguém que vai procurar uma coisa com dificuldade e tal, chega lá, a gente tem o material e não atendemos Porque o universitário, em geral, já sabe, não é é? A o os as fontes os meios e tal, e esses es tão começando. A gente tem que incentivar, não é?

SPEAKER 0: : Sem dúvida. E E, inclusive, é algo que pode inclusive nos alegrar né? (risos) É. Em relação à à posiçã Porque a senhora teria, vamos dizer assim, um um panorama do do Brasil com respeito a a grandes bibliotecas assim em todos os estados? Éh n

SPEAKER 1: : Não, a gente eu não conheço muito, não. Porque a gente os centros biblioteconômicos maiores são ãh São Paulo, Rio e Brasília. Não é? A Bra a Universidade do Brasil é uma maravilha. A biblioteca lá, éh o sistema é diferente do nosso, né? O o O sistema nosso é descentralizado. E E a Biblioteca de Brasília é uma biblioteca só para todas as unidades. Entã ela imensa. I Imensa e bem organizada. M Muito boa, muito atualizada, muito Ah tem tudo de bom. A a as nossas não. Para que a gente conhe ãh conseguisse a uma unidade, foi preciso criar um grupo. O a Como as escolas da USP foram se foram sendo criadas assim, quer dizer, a a primeira foi criada antes de existir a universidade (fala rindo), né, a faculdade de Direito, então elas foram se integrando aos poucos. Só em trinta e quatro, com a criação da USP, é que então deu uma certa unidade. É uma estrutura éh que não nã não não centralizou, cada uma continuava com a autonomia. Então alguém que viesse por cima querendo mandar, coordenar, decidir, ele nunca foi bem aceito. Quer dizer que foi preciso fazer assim, amigavelmente (fala rindo), e depois de muito tempo. () Quarenta anos depois. é é que nós conseguimos esse grupo de integração das bibliotecas da USP. E E ele agora está funcionando assim, mas é é que às vezes se integra aquele que quiser. Todos se integraram, mas sempre há dificuldades com a diretoria, com os regulamentos e tal. Ou a gente está procurando que éh cada vez mais éh colaborar e entrar num num acordo. para seguir os mesmos padrões, atender da mesma maneira, um poder usar o acervo do outro. E nós e Lá na biblioteca central, nós temos uma um elemento que é muito importante para todo mundo, da USP e de fora, que é o catálogo coletivo de livros e de perió Não sei se o senhor já teve a oportunidade de consultar. Não, ainda não fiz. Foi é Então nós temos as fichas de todas as bibliotecas da USP e de outra Fora da USP, que e tenham esse nível superior, não é? Faculdades de medicina, até laboratórios contribuem, entende? Co que possam ter interesse científico de pesquisa. N Nós temos mai, olha, o catálogo coletivo de livros tem mais de setecentas mil fichas e E o de periódicos tem, não eu não não tenho certeza, () Tem setenta, oitenta mil. E essa é a... Mas tem quase duzentas bibliotecas participantes. E E é usadíssimo. Para se co localizar uma obra qualquer, só consultar o catálogo, o livro, obter o livro através de um empréstimo entre biblioteca, e se for artigo de periódico, geralmente sai de uma xerox e acabou, não tem mais aqueles problemas antigamente. Nós somos o centro, a regional do estado de São Paulo, e temos muita ligação com o i bê bê dê, do Rio de Janeiro, que é o órgão nacional, n é? É o Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação. E Esse influi no no no es no Brasil inteirinho, né? M Mas basta dizer que o ca o catálogo coletivo nacional que está lá no Rio de Janeiro e tem o acervo do resto do Brasil cinco aí e de São Paulo também, só a parte de São Paulo constitui sessenta por cento do catálogo, (fala rindo) para isso ver a nossa influência.

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : (risos) de São Paulo.

SPEAKER 0: : Certo. Eu gostaria de fazer uma perguntinha para a senhora, pois não, que já foi professora também. Éh s Seria mais uma opinião. Uhn. N Nós temos muito a a literatura em quadrinho e e o problema da televisã Observa-se nas escolas, principalmente numa numa faixa de idade, talvez dos quinze anos para baixo, uma preguiça tremenda para ler. A senhora teria alguma opinião, assim, no assunto?

SPEAKER 1: : Olha, eu pouco lido com isso, viu? E Eu eu não não tenho experiência nesse campo porque eu só vejo as minhas filhas e elas lêem pouco. (fala rindo) Tanto história em qua   Eu, por exemplo, trago livros, compro () coleções juvenis, romântico, obras célebres adaptadas para criança, para jovens. Elas só leem livro quando o professor manda. Hi História em quadrinho quando estão em férias. Não s são tão adeptas assim, não. Elas gostam mais de televisão. E de passear, de sair fora de casa, isso que elas gostam mais. Não gostam de ler só no. Certo A não ser quando são mandadas. Certo

SPEAKER 0: : Então, a senhora vê a a televisão dizer atuando nesse

SPEAKER 1: : sentido também. A atuando, é. Agora, a mais velha, por exemplo, que ela já vai fazer dezessete an anos Ela nem vê televisão Mas ela é a mais indiferente, não ligava nem para leitura, nem para jornais, nem revista, nem nada. Começou a ler agora por imposição também do estudo, porque como ela foi fazer exame a agora tem esses vestibulinhos, né? E eles querem informar sobre coisas a assim, do dia a dia, né? E ela foi obrigada, c omeçou a ler. Mas não criou hábito não, ela leu uns tempos e (fala rindo) já lar E a a pequenininha que gosta de revista em quadrinhos. A do meio que é louca, por Tudo que ela pega, ela lê. () Livro, revista, o que tiver. Quando acaba, televisão. E o m Mas também ela é péssima na esco

SPEAKER 0: : ### O senhor leciona português? Leci ciono portu

SPEAKER 1: : guês. É. Eu também já lecionei. É, falta vocabulário, falta assunto, né?

SPEAKER 0: : Coordenação de frases. Enfim, uma série de problemas. É m

SPEAKER 1: : Mas a minha mais velha, ela tem muita facilidade para redação. Apesar disso, hein? Apesar de não ler, não se interessar, ela tem muito mais facilidade para redigir  Do que só falar

SPEAKER 0: : (risos) É e eu talvez seja Mas aí talvez já seja certa hereditariedade que está atuando.

SPEAKER 1: : Para mim é muito mais fácil escrever, aliás, lá onde eu trabalho, todo mundo que quer escrever uma co () Não sei, a rotina que uns copiam de outros eu fiz, mas quando é alguma coisa diferente que precisa fazer, todo mundo vem trazer para eu fazer (fala rindo)

SPEAKER 0: : Porque eu me lembro quando eu fiz o ginásio, o colegial, Quer me parecer que que a turma lia. N Não digo mais porque não havia facilidade, mas parece que lia assim com um pouco mais de interesse. É. Então havia éh boas redações. Há boas redações ainda. É. E Eu a eu observei isso talvez por uma questão um tanto intuitiva. Estive viajando pelo Nordeste, em certa cidade, inclusive, no onde não há televisão. D Dizem que é do sangue do nordestino, gostar muito de ler. É eles Mas garotos de nove, dez anos que lê um, dois livros por mês, e às vezes até por semana, ca um livro por semana. E E então, ou garotos que escrevem, que falam,

SPEAKER 1: : tem uma facilidade para falar. Si

SPEAKER 0: : E principalmente, naturalmente tive estive apenas um mês lá. M Mas dentro desse um mês eu observei pessoas que escrevem poesia, que fazem não sei se é o san

SPEAKER 1: : angue. É. Mas eu tive um aluno aí no no Butantã que era um aluno muito malandro, ele não não fazia nada, já era um moço feito e, mas chegava na aula de redação, aí ele ti E, ó, escreveu uma poesia lá um dia, não sei, viu (fala rindo), porque a gente dava tema, não era nada assim que ele tivesse pronto, por exemplo, foi feito na hora. E ### Ele nem aparecia na aula, sabia regra, não sabia gramática, não sabia nada, mas ele pegava e escrevia. (risos)

SPEAKER 0: : A senhora lecionou quantos anos?

SPEAKER 1: : Ah eu lecionei pouco, porque no começo da minha carreira uns dois, três me é Português, né? Dois, três meses e larguei. D Depois foi para um período que eu tinha uma dificuldade. Eu arranjei umas aulas à noite por um ano. Quase, não chegou a um ano. E Eu lecionei aí no Butan antã. Aí () assumi uma () viu?

SPEAKER 0: : A senhora pode contar alguma experiência, assim, com respeito à ao magistério? Parece que a senhora não se adaptou muito ao magistério, segundo a senhora falou, né? ### A senhora já explicou algumas, né? Sobre o problema de distância e tudo mais. É

SPEAKER 1: : É, mas a própria atividade é que não não vai  muito bem comigo, sabe? Eu não sei se eu sou uma pessoa... Eu sou um pouco parcial, sabe? É a é É uma... (fala rindo) Eu sempre falei é uma qualidade ou um defeito meu. E E eu me apego muito às pessoa Então eu não posso, sabe? Porque às vezes a gente tem um aluno muito bom que éh... assim como aluno bom mas é péssimo, depois tem um aluno péssimo que é que é bom e aí a gente não pode estar protegen do não é? Sem dúvida. Então você tem que ser bem imparcial, bem indiferente, não não ter ligação, né? Nenhuma, assim, pessoal. Com ning guem. E eu não sou capaz de fazer isso, viu? depois eu acho que o aluno tá cada vez mai atrevido, né? Não há dúvida. A a Mais agressivo. Não havia aquela história do () Não é isso que a gente quer. Mas também não precisa ser tão agressivo. Aí é m Mas inclusive com os filhos, né? É a isso acontece. Ah eu tenho a A mais velha que já está... Ela éh incrível, viu? E E toma satisfações de tudo assim acha os dono do (). E eu não tenho paciência para isso, para  porque o filho a gente tem que aguentar porque é filho mesmo, né? Mas o o de aluno, de uma pessoa que a gente nunca viu e depois espera nunca mais ver, não não dá para aguentar desaforos Ainda mais lá na na nas faculdade também, quando eu tava lecionan ando. Aí eu fiquei três anos lecionando aí na USP, na Escola de Comunicações. E eu eu fazia mais a... tinha a... professora titular, lá de catalogação, que é a minha diretora. Ela biblioteca, ela que criou o departamento e tudo, mas ela já é uma senhora de idade. Então, ela não aguentava dar muitas aulas, né? E E eu comecei dando a parte prática e depois passei para teórica e tal, mas os alunos eram rebeldes demais, achavam que os métodos já eram antiquados, que aquilo não precisava mai s. Eles queriam mudar tudo, então não dava né Mas eu não saí de lá por causa dos aluno n não. Foi um problema de lá foi um problema com o próprio... ãh como houve Uma mudança de coisa... A dona Maria Luísa, que é a diretora, saiu por causa da reforma universitária, que às vezes obrigava o professor titular e tal, e ela não tinha os títulos, porque foi uma pessoa que fez a carreira aos poucos e nunca pensou em fazer uma carreira universitária. E Ela não tinha os títulos necessários, apesar de ser uma pessoa muito capacitada ### E não entendia. Era titular de outra matéria eu não entendia nada do assunto. E E começou haver atritos e tudo, como a gente era da parte dela, ele começou a hostilizar, não é? E E aí o problema foi mais moral mesmo, que é propriamente () me falou. Quer dize Eu (fala rindo) não tive sorte mesmo para o magistério porque quando eu estava lecionando uma matéria que eu gostava, eu não pude ficar por isso

SPEAKER 0: : Sem dúvi da. Então, o magistério éh não sorriu muito para a senhora, né? (risos) Não. E E com respeito, assim, à família, por exemplo, eu vejo, por exemplo, bastante diferença do do aluno de dez, quinze anos atrás, aluno de hoje, a senhora mesmo explicou que eles são bastante atrevidos e são realmente até agressivos. E ### Mas o o papel da família, das facilidade que se encontram agora. Gostaria que a que a senhora observasse, porque antes parece que a as mulheres não trabalhavam muito. E Era mais a atividade dos homen Não sei se se o papel da mãe no lar... Queria que a senhora, já que tem uma longa experiência () da da vida, nos nos falasse alguma coisa, um exemplo a respeito, alguma opinião sua sobre esse aspecto. A Dentro do lar a o lar para a escola.

SPEAKER 1: : Ah, eu... Tem, também, v ### (fala rindo) Fico perplexa até com a minha fa mília, viu? (riso). Eu não sei se tenho ãh até tem influência assim. Eu acho que a influência não é da família. Porque a família parece que está virando zero. Eu a gente procura transmitir aqueles princípios que já herdou dos pais, que a devidamente (fala rindo) modernizados para a de acordo com a época, certo, para eles não serem também umas pessoas fora da realidade. Sem dú há trinta, quarenta anos atrás, assim como o comportamento hoje seria até prejudicial. S

SPEAKER 0: : Sem dúvida.

SPEAKER 1: : Acho que éh ãh formar os filhos com boas normas, de moral e tudo, mas precisa dar um pouco de defesa para eles também, um pouco de agressividade. M Mas mas não é necessário não, porque eles já têm agressividade e e até demais, vi Não toleram. O que a Aquilo que a gente tolera, tolerava, eles não tole

SPEAKER 0: : ram. E não toleram. S

SPEAKER 1: : ### Eles que levam a gente para frente. Coisas que eu mesma deixaria passar, ou em casa, ou fora, com outras pessoas, são elas mesmas que fi cam atrás de mim. Não, mãe, não deixa  isso, olha, fulano está querendo passar a perna em você, e olha isso e aquilo não não de ixa mesmo. Elas estão 

SPEAKER 0: : Certo, porque eu me refiro precisamente ao que a gente pedia, inclusive às vezes até com clemência para o nossos pais, eu mesmo que já sou diga de uma geração um pouco mais, éh bem depois da senhora, mas observo que hoje é uma exigência. Então, tudo é fácil. Há o clube, há a televisão dentro de casa, a os próprios as próprias letras, vamos dizer, já já está bastante mecanizados. É Os processos, bem modernos. É E hoje, mesmo assim, parece-me que eles são bastante rebeldes, em relação... Rebeldes e insatisfeitos. Certo. (fala rindo) Isso que é o pior, não é? 

SPEAKER 1: : ### cada exigência que é aceita ou pode ter satisfeita, logo em seguida vem uma pior, (fala rindo) uma maior, viu? 

SPEAKER 0: : Certo. Como a senhora vê, por exemplo, o papel da mulher, assim, bastante atuante na sociedade, co em que diz respeito ao trabalho?

SPEAKER 1: : É, eu acho que é muito importante mesmo, muito necess ssário. Porque a mulher não pode se restringir só ao la Porque, então, ela também fica marginalizada e não tem condição de diálogo com os filhos. S

SPEAKER 0: : Sem dúvida.

SPEAKER 1: : É i A própria educação, né, dos filhos. ### Fica quadrado, se já é, né? E E (fala rindo) aí vai ficar bem pior. (risos) Quer dizer, o fato de sair de casa, de lidar com gente todo dia. Ainda mais eu que trabalho numa biblioteca, a gente tem a obrigação de estar sempre a par de tudo, as últimas coisas, estar sempre fornecendo informações, documentos e tudo, né? Obriga uma atualização. A Agora tem a parte de cada um, a parte íntima que não não muda mesmo. É certo. Pode vim mil e mil informações e e não adian Acontece no mundo aí

SPEAKER 0: : Certo. A Agora, se nós vemos, vamos dizer, um fator muito importante nesse sentido, a mulher participar, a mulher éh ter condições de diálogo, atuar inclusive no negócio do marido ou dela mesma, éh nós poderíamos também observar, parece que um aspecto um tanto agressivo muitas vezes, até nas próprias universidades, a senhora concordaria com isso ou não?

SPEAKER 1: : Que as mulheres estão agressivas na na na universidades? ### Tinha tanto rapazes como mo ças. A e todos ele eram agressivos. Não tinha um particular. A Agora, eu lido muito com mulheres, porque na na nossa profissão existe muitas mulheres E as mais novas, as digamos, as de vinte, vinte e um anos assim, ah é como filha, e que quer tudo e E a e depois elas querem tudo na maior perfeição, na última moda biblioteconomia Mas quando se trata delas cooperarem em alguma coisa ou fazerem, então e elas caem fora na hora, não é com elas. (risos) (fala rindo) Elas querem na encontrar tudo pronto e e não coope ram em coisa nenhuma. Agora, para coisas assim novas elas são bo Nós temos um exemplo lá na biblioteca, uma moça que não se adaptou lá, não entrosa e tal. No entanto, ela foi designada para um projeto lá em na Amazônia, na Reban. Faz seis meses que ela está fora. Mas a a nos notícias que nós estamos tendo dela é que ela está realizando maravilha lá Bom, e eu sabia que ela era inteligente, capaz, apenas questão de gênio, temperamento, não se adaptar, criticar tudo. E Ela mesmo diz que anda com balde de piche, né? E Ela (fala rindo) mesma ãh reconhece. E E an e antes de ir, ela já tinha se preparado, tinha um curso de automação de biblioteca e tal, e ela levou muito a sério e fez. Mas assim, éh ela se interessa mais pela parte teórica, assim, na na parte que a biblioteca é muito bonito, assim, mas tem uma parte trabalho mesmo (fala rindo) forçado, trabalho manual, O negócio de pegar ali, e ti põe para lá e tira para cá. Nem sempre a gente tem um servente para tirar pó. A gente não, elas não querem saber. Quer chegar lá encontrar tudo limpinho, bonitinho, para ela poder pegar e fazer. E a turma antiga não, enfrentava, né? E era dessa. Mas ela fez um curso brilhante lá no Instituto de Energia Atômica, né?  () automação. Fez um projeto para nós. Foi tudo lá para o Norte, lá para o Belém. E E fez maravilha, viu? E chegou aqui, meu  Ainda não voltou, mas a a precisa ver... Muito bem. (fala rindo) É uma das mais revoltadas e agressivas dessa turma. C

SPEAKER 0: : Certo. E E com respeito, vamos dizer assim, é lógico que não é assim muito da alçada da senhora, mas a senhora naturalmente tem experiência grande em trabalho e observa também o desenvolvimento, vamos falar aqui em termos talvez de São Paulo ou do Brasil mesmo, o respeito da da da profissionalizaçã Assim, do progresso que a senhora vê aqui no Brasil, de um país subdesenvolvido, sem fase de desenvolvimento, como como a senhora vê, como a senhora olha o futuro do Brasil, ou mesmo o presente? () Já tendo uma vivência, assim, naturalmente de um passado, já.

SPEAKER 1: : Ah, eu vejo um futuro muito grande para o Brasil. É o o maravilha. É o O que nos espera só pode ser grandioso. Porque o que era, e o que a gente já está vendo aí, e as bases que estão formando, para um para um futuro. Eu acho que na América Latina, queira ou não queira, (fala rindo) nós somos os maiores. Nós somos. Sem dúvida. E E ainda vamos ser maiores Tu vê Argentina, Uruguai, Chile... Éh bom, Paraguai, Bolívia nem se fa la, né? Aquilo lá é uma tristeza mesmo. Real

SPEAKER 0: : mente. Eu estive por lá tamb

SPEAKER 1: : E a Argentina, que era mais civilizada, mas está tomada, assim, politicamente, toda desorganizada e tal. Chile também foi vítima dessa comunismo, né? U Uruguai também, que era um dos mais perfeitos, também está toda atrapalhada. Então, eu acho que o Brasil quer conseguir um desequilíbrio político e de movi () e daqui, quer dizer, eu sei que indo para o Norte eu já estive, na Bahia, já estive em Pernambuco também, há vinte anos atrás. Fiquei assustada com a miséria, assustada, porque quem quem daqui em São Paulo nem imagina que possa existir tanta miséria. E Eu estive em Brasília há pouco tempo, aqueles arredores lá também são miseráveis, não é? Quer dizer, que ainda existe bastante miséria. A gente está vendo que se faz muita coisa para melhorar a situação. S

SPEAKER 0: : Sem dúvida. E Eu estive também no Nordeste, embora visse muita miséria, miséria mesmo, mas vi um grande desenvolvimento também no Nordeste. () O campo industrial de Campina Grande me surpreendeu de maneira estupenda.

SPEAKER 1: : Paraíba, né?

SPEAKER 0: : Paraí ba. As indústrias, a Vale, principalmente, e algumas outras indústrias lá, Me surpreenderam muito. Então, nós vemos a o Brasil sendo ligado também, né? A A parte de comunicação aqui do Brasil, né?

SPEAKER 1: : E está muito boa, né?

SPEAKER 0: : Então, isso naturalmente marca a linha de progresso mesmo do Brasil.

SPEAKER 1: : E agora, Manaus, lá, o Amazonas, tem a Sudam, a Sudene, né? Fazem muitas críticas, acham que a Sudene ainda não não cumpriu bem os objetivos. Eu Eu sei que cumprindo ou não cumprindo, assim, totalmente, Mas a erra num, acerta no outro e vai indo, não é? Traz modificação, né? Panorama. Porque () está totalmente esquecido. A Agora, já que a gente está falando nisso, ãh eu ta () e esse negócio de ecologia e Amazônia, que a Amazônia é necessária para o mundo e tal, não é? E Essas coisas que, sabe, o jornal que fala demais, eu não entendo nada disso de ecologia. Mas, a eu tenho uma cunhada que é professora de geografia, mas ela se uniu a uma pessoa assim meio, assim umas mulheres meio esquisitas, sabe? Então ela disse que a transamazônica ia acabar com a com o Amazonas, que ia acabar com a com aquilo, que ia virar um deserto, não sei. E o que que o senhor acha disso? Ah (risos) E

SPEAKER 0: : Eu acho uma ideia bastante absurda. (risos) Não sei se a senhora concorda comigo. É

SPEAKER 1: : Eu acho estranho, não é? Porque, olha, eu acho que uma estrada, não é, quer dizer, um caminho lá não vai a destruir tudo, não é? In

SPEAKER 0: : Inclusive a senhora veja que a agora a Belém Brasília é totalmente asfaltada, é a Transamazônica em grande progresso, a o Campo Grande também já estão asfaltando já muitos quilômetros, muitas centenas de quilômetros a asfaltados e estão asfaltando outros. E Então o Brasil se encurta. É, é. Certo?  Agora eu gostaria que... não sei, a senhora gosta de televisão? A senhora assiste à televisão? Eu ve

SPEAKER 1: : ejo só novela. (risos) Só n Novela? (risos) Novela e... esses jornais, não é? No

SPEAKER 0: : Eu queria só a senhora falasse um pouquinho sobre a televisão nossa. Qual a sua opinião, assim, sobre a televisã

SPEAKER 1: : o nossa? Olha, eu... Antigamente eu gostava muito de televisão. E Eu sentava aí às sete horas e até enquanto podia. Tinha aqueles programas de debate e coisas assim. E Então, ti interessava muito. Né? Mas essa, ultimamente, parece que está cada vez pior. Então a, em vez e e a gente precisa de, não é? Chega em casa cansada, não tem coragem de sair, de ir no cinema, de fazer uma visita, conversar () Senta em frente da televisão e vê uma novela. E a novela é um motivo para um dia a gente ver, no dia seguinte na mesma hora, vai prendendo a gente.  E prendendo a atenção, não é mesmo? é é isso que eu vejo agora, filmes do tempo do onça e coisas assim. O é só o noticiário o que interessa, ou eu escuto no rádio, vejo na televisão ou leio jornal, mas no uhn qualquer outra coisa que nos Passou daquela hora normal, eu não vejo mais televisão. Eu não posso dizer que conheço televisão atualmen Mas antigamente eu assistia programas que tinham até meia-noite, uma hora, ficava presa, com debates. Mas parece que eles estão dando agora mais novela, uns musicais muito ruins, é Chacrinha, Silvio Santos. Isso aí é é uma rotina chata, né? Desagra

SPEAKER 0: : dável. (risos) Inclusive esses programas de massa, né? É

SPEAKER 1: : É, mas para é são bem () (fala rindo) subdesenvolvimento 

SPEAKER 0: : Exatamente, esse aspecto (risos), inclusive, que se a senhora assistisse, inclusive, ()

SPEAKER 1: : que às vezes as crianças, assim, eu vejo Silvio Santos, mais a parte de concurso, mais aquela coisa, Chacrinha, que o Silvio Santos, ou o Flávio Cavalcante um pouquinho melhor, mas no fim é a mesma coisa, um pouco mais elevado, né? Mais artista, shows bons, como ali antiga mente, não há. Então a gente perde o  Prefere sair, ou dormir, ou ler, ou fazer qualquer outra coisa. (risos)

SPEAKER 0: : (risos). Cer to. Muito bem. E E no que diz respeito à vida social, vamos dizer, o paulistano é muito criticado com respeito à vida social. Acho que se trabalha muito e e não se vive muito. Pelo me menos... É, é o normal, né? É o normal. Como a senhora encara isso?

SPEAKER 1: : É eu acho que é muito serviço mesmo, (fala rindo) né?  (risos) Cad Trabalhar mais ou ou viver melhor. Quer dizer, no que eles acham que é viver melhor éh (fala rindo) (), né? (risos) Sem dúvida. (fala rindo) Porque tudo depende de interpretação Né? É certa. E E então, ele se dedica demais ao trabalho. E n Não tem tempo ou não tem vontade também, porque a o paulista é meio retraído, né? Precisa, assim, a grupos e tu Eu estou vendo a, por exemplo, a geração nova da da minha filha, e ela tem um um sentido muito mais mais grupal, assim, do que eu. Eu sou muito retraída. E E ela não, ela gosta de de ter. É bom, pela idade também, né? De grupos, de sempre para sair, vem um bando de gente um Um dia para ir em uma festa e vieram vinte pessoas na minha casa, (fala rindo) eu fiquei assustada de ver. (fala rindo) Só para ir numa festa, né? E eu fico eu não gosto muito não, a gente () é da família, com pouco amigos e tudo, mas o pessoal novo parece que gosta de bastante gente e eu acho isso bom. Porque a gente se assim pôr se pôr dentro de si mesmo é muito mal, viu? I Isso vai levando, acho que até uma neurose, né? S

SPEAKER 0: : Sem dúvida. E eu t

SPEAKER 1: : tenho uma cunhada assim que ela só de de tanto só se preocupar com ela, com os problemas dela, ela vai ficando doente E eu faço isso a gente por comodismo também, não é? ### Ma mas lá era um lugar muito barulhento, tudo bem eu quis saí para o lugar mais sossegado, mas só que aqui então vem meno menos gente. E E a gente, então, quando tem vontade de falar com alguém, (fala rindo) tem que sair, n Mas eu gosto daqui. A

SPEAKER 0: : Ah, mas é muito agradável. Aqui Eu também prefiro, inclusive a minha transferência para Campinas. É acho bom. Eu achei muito bom, porque é uma cidade mais calma, mais tranquila. Eu estava já há quinze anos aqui na capital e Então, muito corrida a vid

SPEAKER 1: : da, né? É a vida aqui é insuportável, né? S

SPEAKER 0: : Sem dúvi

SPEAKER 1: : E agora eu, como eu trabalho aqui perto mesmo, quer dizer, aqui é longe para para muita gente, não é, e, para muitas coisas, mas como eu trabalho aqui, é a re é mais perto do meu serviço de onde do que de onde eu morava. E eu acho bom. Minhas crianças estão em colégios pertos também, então a gente leva. S Só quando tem algum negócio na cidade, algum problema para resolver, mas geralmente eu peço para alguém fazer para mim, ou ou que (fala rindo) não exija a minha presença. (fala rindo) Só para assinar algum papel, alguma coisa, mas quando eu posso man dar, eu manda. Por isso é a vida é o que se restringe um pouco no bairro, né? S

SPEAKER 0: : Sem dúvida. E E com respeito à imprensa brasileira, a senhora lê jornal diariamente? ### Sem dúvida. Eu leio a Folha e o Estado. A Folha Estado. O que a senhora lê, assim, comumen

SPEAKER 1: : Ah, eu leio as notícias, le Bom, eu leio as manchetes, leio um pouco de política, mas muito pouco porque eu não me interesso muito por política nacional, não, viu? Eu acho uma fofoca muito grande, viu? (risos) E eu leio funcionalismo. Ãh Também a parte de art de artes, teatro, cinema. A Apesar de que eu não vou, mas eu gosto de estar a par. Sem Então a parte de literatura que está sendo publica Ãh livros novos e também por causa do da minha atividade para a par, não é? Certo. E a parte policial, né? (fala rindo) Os desastres, os assassinatos, tudo que vem a gente lê. Só a parte internacional eu leio aqui o geral, né? O O que, por exemplo, o a guerra lá de Israel. Então a gente lê aquilo para saber como é que está, mas os detalhes também não me interessam, não. Só leio o o principal.

SPEAKER 0: : Como a senhora acha a nossa imprensa? A Assim, no que diz respeito a... Há uma atividade, vamos dizer, aberta ou fechada?

SPEAKER 1: : Isso que é meio censurado, né? É É. (fala rindo) Não dá para ver, né? E E também é um pouco parcial, né? ãh a É parcial de um lado e de outro. Por exemplo, os o Estado, não é? É É a ataque, né? A Ataca, é, aquele () está sempre do contra. E quando resolve atacar, alguém vai até o fim. M Mas é um jornal sério, afinal de contas, não é? O e a gente E ele mostra, inclusive, quando ele está sendo censurado (risos) Dá para ler. A Agora a Folha vai ao lado do governo e tal, mas ela não deixa de exata dar a notícia. Contra também, não é, quando é necessário. Mas procura às vezes encobrir certas São os jornais que eu leio. Agora lá eu leio lá no Rio eu lia o, quando estava lá, é o Jornal do Brasil, é, o Glo obo. O Jornal do Brasil é muito bom, né? Sim Gostei muito do Jornal do Brasil. O Globo já é  mais popular, né? C Certo. É. Mas eu não leio essa imprensa assim  Imprensa marrom, esses jornais vagabundos. E aí eu nem perco tempo de ler a essas coisas. E ### () a Veja. O Cruzeiro eu não leio Não gosto também. Não leio essas. Go de perder tempo. A gente já (fala rindo) já tem tão pouco tempo, né? E E perder tempo com coisas que não são muito sérias, verdadeiras.

SPEAKER 0: : Muito bem. É É a senhora falou que não vai a teatro, parece-me? É

SPEAKER 1: : É, eu adorava teatro, não é? S Sempre fui, acompanhei muito aqueles movimentos antigos e tudo.

SPEAKER 0: : Certo. E E, então, por que a senhora não vai a teatro? É n

SPEAKER 1: : Nem teatro e nem a cinema, que eu que eu adoro cinema. É mais por dificuldade, assim, por por causa das crianças, porque eu não gosto de deixar sozinha, porque eu não tenho companhia. E E agora, teatro, além disso, eu tive que ir, umas vezes, né? Para acompanhar as meninas na escola e também não gostei do tipo de teatro. Ah, a senhora não gostou, né? É a Pelo pelo menos os que foram indicados, que é também tipo moderno, também agressivo e tal, eu não gosto desse jeito. Sem dúvida. (risos). Está muito

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : adorava teatro, eu 

SPEAKER 0: : A senhora em si gost ### A senhora é não gosta do tipo de teatro que está, do que está sendo feito, está sendo feito, né? É É isso. É É, sem dúvida, que eu e Teatro é um veículo, inclusive, de cultura, né? ()

SPEAKER 1: : Eu gostava bastante do teatro. Eu não perdia peça lá do cê dê pê, aquele daquele tempo os o olhos, né? (fala rindo) Era só mudar a peça  Porque a vida da gente vai ficando mais difícil, né?  Com crian anças e tudo e gente  Às vezes pode e às vez não po   ###

SPEAKER 0: : Está muito bem. Bem agrad decemos ###

SPEAKER 1: : gada eu que agrade ço, porque agente poder participar de um projeto desse, né? É muito interessante. E  eu gostaria de