Inquérito SP_DID_158

SPEAKER 2: : Gravação do dia vinte e sete de dois de mil novec entos e setenta e três. Bom, então o senhor poderia, no caso, falar para nós ah um pouquinho a respeito de ãh im posto de renda. Como é que o senhor faz? O que que o senhor faz com o imposto de renda? O que é um imposto de renda?

SPEAKER 0: : Vou virar um pouco. O  problema fundamental que eu tenho com o imposto de renda no momento é que, de uma maneira geral, o pessoal de nível executivo na companhia não sabe fazer imposto de renda, se atrapalha inteiro, perde dinheiro para o imposto de renda e, principalmente, perde uma quantidade de tempo notável. Então eu tenho um diretor técnico, por exemplo, que fica descabelado durante um mês e não consegue trabalhar, porque tem que fazer imposto de renda, não sabe o que faz, vai perder dinheiro, sabe que vai perder dinheiro e trabalha metade durante esse mês. Então eu vou fazer uma experiência esse ano, que ligada a imposto de renda, e ligada a bancos de maneira geral e pagamen em geral. Eu tenho um funcionário cuja finalidade exclusiva dele é fazer o serviço dos outros, a partir de um certo nível para cima. É um sujeito que vai descobrir todos os lugares como paga, vai descobrir o que que pode contar, o que não pode contar, o que se pode fazer para pagar menos e vai ver inclusive problemas específicos de cada um. Se tem um problema, (), quer saber se pode ou não pode aí vai e vê. () Sai meio caro esse negócio, o sujeito tem que ganhar, eu tenho pressão na base de quatro a cinco mil contos para poder fazer o serviço. Mas ele deve render muito no tempo dos outros homens que não vão ter que fazer o (). Que  não vão... Não é só que fi não fique lá trabalhando que saia. A gente fica pensando no problema e não tem cabeça para trabalhar direito. Com isso eu acho que consigo melhorar bastante a vida do pessoal. Não só que eu ganho tempo, mas realmente é um benefício que se dá para o pessoal. E o pessoal tem realmente tem problemas ridículos eh. Pelo nível da pessoa. Você tem... Às vezes quando telefona um banco, você tem uma (), se você não pagar, vai para o pau tal. A gente sai correndo para lá. É uma prestação de qualquer coisa. Não tinha nada aqui. Manda um boy que custa trezentos conto por mês, resolve o problema a um custo muito mais barato para a empresa. E é um desgaste muito menor para a pessoa. Então, vamos fazer essa experiência lá. Vamos ver se funcio

SPEAKER 2: : Como o senhor fica sabendo que o senhor tem que pagar uma determinada quantia para o imposto de renda?

SPEAKER 0: :

Inf :elizmente eu faço a minha declaração de imposto de renda e chego ao fim. () É ao fim que vendo quanto é que é. Como calculo o imposto de ren da? O maior problema do imposto de renda é que é preciso ter muito dinheiro para não pagar o imposto de renda. E  eu felizmente estou com dinheiro suficiente para pagar imposto de renda, mas muito pouco ainda para não pagar. Então você tem que fazer uma série, de maneira correta, de não pagar, eh aproveitar os incentivos que o governo dá. Então, tem uma série de investimentos que podem ser feitos e que dão um abatimento do imposto de renda. Se você tiver dinheiro bastante mesmo, não paga nada. Aplica o dinheiro dele, () do governo, então funciona, absolutamente, dentro da legalidade. mas tem que ter o dinheiro primeiro para aplicar, para poder deixar de pagar o imposto de renda no ano seguinte. Então, fica naquele ciclo vicioso, se não conseguir sair dessa ainda. Eu já consegui ter o dinheiro, mas tem que devolver para o imposto de renda. O problema de fazer declaração é calcular o negócio, e o meu, eu prefiro fazer eu mesmo. Não achei ninguém ainda para que eu pudesse dar, daria de bom grado e pagaria bem para alguém fazer se eu encontrasse. Mas, eh na prática, Até hoje não encontrei. E u faço ()  a meu maior contemplo do que eu encontro por aí.

SPEAKER 2: : E em que o senhor se baseia? Existe algum papel que é dado para para o senhor fazer o seu cálculo?

SPEAKER 0: : A documentação fundamental são as declarações de rendimentos pagos das empresas. A empresa que você trabalha dá uma declaração de quanto pagou, na qual está o a quantia paga e o que já foi descontado na fonte do imposto de renda. rendimentos que não são de empresas, pode ter comissões, corretagens e coisas desse tipo. Então ele tem que fazer a declaração independente. Gente que é profissional liberal, (suspiro) eh não precisa, ele estima mais ou menos quanto é que fica muito feio ele dizer tal, e diz aquele tanto. Tem um problema sério hoje em dia do pagamento em cheque. Então está tendo gente que tem que fazer contabilidade, médico, dentista, et ce Tem que fazer uma contabilidade para saber quanto entrou em cheque e se precisa declarar. no meu caso não tem. Ent ão realmente tenho declaração de rendimentos que companhias que eu trabalho dão. E aquilo é é o básico para eu tirar o () o começo do que eu tenho para declarar. Do outro lado, bom tem uma parte de aluguéis, tal, () para declaração. Isso tem que controlar. Do outro lado eu tenho as deduções. Daí tem um folheto que os bancos distribuem, magrinho, E a gente consegue sempre o folheto manual interno lá no imposto  de renda. Com esse manual interno você descobre mil coisas que pode tirar em capricho. Capricha um mês, dois, tal. No fim, chega no último dia, tem que entregar para.

SPEAKER 2: : Eh para o... O senhor veio falar a respeito de incentivos, né? Com esses incentivos. Que tipos de incentivos são esses?

SPEAKER 0: : Incentivos fiscais para a pessoa física. Você tem hum incentivos para o investimento em empresas do Nordeste e áreas privilegiadas. Então, você tem empresas do Nordeste, você tem empresas de turismo, empresas de pesca, tem uma série de atividades que o governo permite que, investindo nessas empresas, você desconte uma parte do imposto de renda. Tem um segundo tipo que são as letras do bê ene agá. Você aplicar, ao invés de comprar a letra de cano, por assim comprar a letra do bê ene agá. Esse ano permite um desconto de vinte por cento sobre a importância invertida. E o outro esquema que pode fazer pessoalmente é um plano de florestamento. Né? Você pega uma área qualquer, aprova um projeto no bê dê efe, planta a E você pode contar então a totalidade da quantia investida no plantio como dedução do imposto líquido a pagar. Precisa ter o dinheiro para investir na ação, precisa ter um dinheiro para investir () no bê ene agá, e precisa ter a fazenda e dinheiro para plantar as árvores.

SPEAKER 1: : E é descontado

SPEAKER 0: : varia. No caso de plantação de árvores, ainda é. A importância gasta na plantação das árvores é desconto integralmente. No... Nas ações, por exemplo, do Nordeste, () em baú e coisa assim, você geralmente pode abater a quantia total investida do rendimento bruto. Então, conforme a porcentagem a pessoa paga, por exemplo, eu pago cinquenta por cento da minha Se investir cem cruzeiros, nesse conto da renda bruta, como pago cinquenta por cento, isso significa uma economia de cinquenta por cento efetiva. Na prática, não chega a ser bom. Pago cinquenta para o governo e cinquenta fica comigo. Cinquen ta que fica comigo, geralmente não vale nada. Não ### Lá. Por enquanto não tem ninguém pagando nada. Ações são invendáveis. Tem uma modalidade, que são os fundos cento e cinquenta e sete, que são fundos fundos de investimento que compram ações dessas companhias. Então daí é negociado a partir de dois anos até o ano passado. Daqui por diante tem que ficar cinco anos preso. Melhor que dá para o governo. Fazer volta (riso). (riso) É,  dá para tirar alguma coisa.

SPEAKER 2: : Como é feito esse pagamento que a gente tem que fazer, no caso, para o imposto de renda? Se eu, por e Eu calculo o que eu tenho que calcular e eu chego à conclusão que eu tenho que pagar um tanto.

SPEAKER 0: : na declaração na declaração anexa, uma série de comprovantes, outros guarda simplesmente, manda para eles, entrega num banco. Depois eles mandam um aviso, uma parte que é de incentivos fiscais, o sistemático é fundificado esse ano. Eles mandam dois papéis, um que dá as prestações, inclusive com cada parcela, parcelado até oito vezes, e que não é pagável em somente um banco qualquer. Outra parte é a parte que a gente usa incentivos. Você vai investir num fundo cento e cinquenta e s ete, por exemplo. Então, você entrega isto a uma companhia qualquer que tenha um fundo desse ou a companhia nordeste que as ações tenham direito a isso. Eles vão e recebem do imposto de renda diretamente essa importância. Você paga tudo junto no banco. O seu imposto de renda e a parte de incentivos. E eles recebem do imposto de renda aquela parcela. E depois em  dois anos depois entregam as cautelas das ações. Ãh...

SPEAKER 2: : Saindo um pouquinho dessa área de imposto de renda, entrando eh ficando em uma área de finanças, mas ainda saindo um pouquinho do imposto de renda, você poderia falar alguma coisa a respeito da Bolsa? Como é o mecanismo da Bolsa de Val ores? Hum. Conheço

SPEAKER 0: : Eu basicamente conheço da bolsa o seguinte, é muito fácil perder dinheiro na bolsa. (riso) É muito difícil ganhar. Então, até hoje, eu não comprei uma ação. Eu gosto Eu gosto muito de jogar onde a chance é mais que cinquenta por cento. () A minha chance, evidentemente, é menos que que d ez e hum. () Eu conheço um pouco do mecanismo da bolsa, conheço a técnica de () como funciona aquilo, mas esse é um aspecto Irrelevante. O que interessa é que para quem está por fora do negócio, não está acompanhando, não tem tempo e esses contatos para poder acompanhar aquilo, muito dificilmente pode ganhar dinheiro. Quase certamente perde. Então é uma coisa que, apesar de toda onda, todo momento (), eu fiquei fora. Realmente não quis me interessar muito por isso. Então a pessoa que queira comprar a ação, é só ela chegar lá e ela mesmo... Vai ao corretor, o corretor (), pede ao corretor dizendo quero Tal ação, a tanto, ou até tanto, numa certa faixa, o corretor compra e entrega. Na prática, os corretores nossos estão em estado calamitoso, então, perdem as ações eh, por isso precisa controlar bem de perto hum. Muito perigoso tem sido a pessoa... Os corretores oferecem sempre para deixar as ações custosas. D eixa as ações lá. Compra e guarda, depois ele diz que vendeu, () comprou tal, mas depois vai lá não acha mais na da. E é perigoso, pessoal. Bom, há pouco tempo atrás nós fizemos uma demissão, ou seja, ah sobre o o presidente da Bolsa de São Paulo se sentiu doente, no mesmo dia o presidente da Bolsa do Rio também ficou adoentado, os dois pediram demissão, a diretoria inteirinha, por diversos motivos et cetera, todos pediram demissão e foi nomeada a nova diretoria completa, o pessoal mais ligado ao ministro da Fazenda. E então começaram, cortaram várias corretoras, deram realmente um pega feio nelas, acabar com os abusos. Mas ainda o negócio é meio... É perigoso da bolsa subir descer, é perigoso perder as coisas no meio. Negócio é realmente fraco. E todas. Desculpe.

SPEAKER 1: : E todas as ações fazem parte da bolsa?

SPEAKER 0: : Não. Essas sociedades anônimas têm das sociedades a nônimas de dois tipos, tem a sociedade anônima comum, antiga, como sempre houve, e a chamada sociedade anônima de capital aberto. Em ambos os casos, Você tendo ação, você para vender qualquer ação é necessário passar pela bolsa. Então mesmo sendo uma sociedade anônima fechada, a gente tem um dono só, mais seis amigos para fazer o número em sete, se quiser vender, ele tem que registrar na bolsa. Então passa por um corretor que faz hum uma fantasia de pregão, um compra, outro vende, faz o regis Mas normalmente as ações que tem realmente curso na bolsa são um número muito pequeno em relação às sociedades. As () A maioria dessas sociedades de capital aberto tem ações negociadas na bolsa de pregão normal. E várias sociedades que ainda não são de capital aberto, mas que antigamente já tinham um número (), são negociadas. Tem liquidez no sentido de se for lá comprar ou vender, tem sempre alguém comprando ou vendendo. Mesmo em sociedades enormes de capital aberto, precisa ter um mínimo de quinhentos acionistas, há várias delas que tem um só. E quatrocentos e noventa e  nove amigos. Então não adianta querer vender o contrato, porque nunca tem ninguém na, não tem um outro lado na bolsa.

SPEAKER 2: : E essas ações, assim, seriam de um tipo só? Uma pessoa que queira comprar ação, ela chega ao corretor fala, eu quero comprar ação. Não... Só existe um tipo de ação?

SPEAKER 0: : Existe uma variação grande de ações. As ações mais comuns que tem aqui são as ações ordinárias e as ações preferenciais. As preferenciais dão uma vantagem específica qualquer, seja no um recebimento antecipado do dividendo em relação às ações ordinárias, uma garantia de recebimento mínimo de dividendos, bom alguma vantagem, e enquanto a () não tem direito a voto. As ordinárias dão direito a voto, não tem essas mesmas vantagens das Preferenciais. Além disso, tem ações nominativas ao portador. Geralmente, sempre são conversíveis. Você pode pôr no seu nome ou simplesmente deixar o portador. Depois há... Isso é o é o comum. Depois há uma variação imensa de ações conversíveis e debêntures conversíveis em ações. E tem um uma coisa que en engana muita gente. É o problema das ações com direitos de vários tipos. Então, você pode comprar uma ação, por exemplo, no Banco do Brasil, () anos atrás, que ele não foi nunca ao Banco do Brasil receber bonificações, receber juros nem nada. Então essa ação tem o valor dela de hoje e mais o valor de todas () que estão a ser recebidas. Muitas vezes acontece o contrário, a gente estava trabalhando na bolsa numa ação da Concretec, sexta-feira passada fez um aumento de capital, com os cupons número quatro e o cupom cinco era um direito de compra de mais E está cotado até o cupom três, é a última coisa que foi feita. Então, se você não prestar atenção nisso, o valor dele hoje está dois e sessenta na bolsa. Vai e compra. Dois e sessenta  porque tem junto o direito de receber mais uma de graça e comprar uma a um preço barato. Então, se a gente vai lá, compra, mas recebe uma ação que não tem essas coisas. É um negócio enganoso. Precisa cuidar.

SPEAKER 2: : Nessa parte referente a a problema de finanças ainda, ãh o senhor saberia alguma coisa a respeito de seguros? Como uma pessoa pode se valer, por exemplo, disso que a gente chama de

SPEAKER 0: :  seguro? Seguro... Tem dois lados do negócio, o seguro é uma conquista pessoal. Então, é um uma maneira de você se precaver contra coisas grandes demais. Então, se eu tenho um carro só eu ponho um seguro, porque se não eu perco (), e não tenho dinheiro para comprar outro. Realmente faz uma diferença muito grande na vida. Então, vale a pena se fazer um seguro. Eu sempre tive seguro de vida. Então se eu morrer, a minha família não tem maneira de se manter o mesmo padrão. Então, precisa-se de um seguro de vida que dê essa possibilidade. () E esses são os dois seguros que eu faço pessoalmente. Fora isso, tem o lado vamos dizer profissional de (), uma situação catastrófica, e o governo não sabe o que fazer, mas entra um lado técnico.

SPEAKER 2: : Como é o funcionamento, por exemplo, para uma pessoa que queira fazer um seguro, ou para o carro, ou então para ela mesma, como ela faz? É

SPEAKER 0: : Bom, é muito fácil num sentido. Você tem uma série de () ### Mas as taxas variam de maneira muito grande. Ent ão, um seguro de vida pode custar, o mesmo seguro, um seguro de oito quinhentos mil contos. Me custa realmente po uco. O seguro está me custando cerca de cento e poucos contos por mês. Tem seguros de mil e quinhentos mil contos idênticos, e eles dão exatamente os mesmos direitos que custam uns dez mil contos por ano. Tem um colosso de variações, seguro em grupos, em grupos de vários tipos, com carência, sem carência, e o negócio é complicado. E se me dissesse você, em quem quer fazer seguro, Não sei como é (). Eu faço porque no grupo de empresas que eu tenho, tem uma corretora de seguro. Então eu faço, puxando os freios. () Vai, faz, capricha, faz barato. Tenho confiança nisso. Quem Procura fazer barato. Não ganha nada pela quantidade de seguro que ele vende. () Não tenho interesse em fazer. Eu teria muito medo de chamar um corretor de seguros e. Mas que que é bom fazer? () missão ()  máximo que conseguir vender. Né? Acho que você tem que sair (). ###

SPEAKER 2: : No carro, o seguro o seguro para carro funciona exatamente da mesma forma?

SPEAKER 0: : Também. O seguro para carro tem uma porção de coisinhas no meio. Você tem... Principalmente, o problema é que tem vários seguros para o carro. Contra roubo, contra incêndio. E o principal que é o seguro contra batida, que é o que sai caro. O seguro contra batida tem uma () () Se você quiser qualquer batida, o seguro pague, custa caríssimo. Um carro que eu acabei de segurar, o seguro, como eu fiz, com franquia, que ele chama. Até treze ntos contos eu pago. Só as batidas forem mais de trezentos contos, () o seguro paga. () poucos contos. Sem franquia, você paga qualquer coisa. Então... Ri squinho lá, como é para pintar, cinquenta conto vocês pagam. Acho que daria quatro mil e poucos cruzeiros. Essas coisas a gente vai descobrindo aos pouquinhos, porque não tem gente que conte. Ent ão, é  difícil. É isso, por exemplo, que eu quero pegar esse sujeito lá na companhia, para ficar fazendo essas coisas. Vai descobrir, mas é seguro () para o pessoal todo. Teve todo um pessoal que foi um tempo para descobrir. E não conseguiram.

SPEAKER 2: : () citou o bê ene  agá. O que que é o bê ene

SPEAKER 0: :  agá? (suspiro) O Banco Nacional da Habitação, a área... Realmente A principal área de atividade minha é o () de Material de Construção. Os financiamentos são basicamente ligados ao bê ene a gá. () Resolve o bê ene agá... O bê ene agá, basicamente, teria por objetivo conseguir que a uma grande massa da população ficasse proprietária, tivesse casa. Principalmente no sentido de se sentir proprietário. Quem não tem o que perder. Por qual Por qualquer coisa faz revolução. Quem tem o que per der. Então o negócio já vai com calma. Ah... O mais conservador que existe é aquele que tem muito pouco, mas é proprie tário. Houve uma primeira tentativa com aquela cena da Cavalcanti, que absolutamente não funcionou. Depois, com o Rubens Costa agora, fizeram uma série de modificações, principalmente no esquema de pagamento. No primeiro sistema, o negócio era financiado, mas ficava... Mais sob teste, o pessoal ficava pagando tão caro que abandonava os carros. () Esse segundo sistema funcionou muito bem numa área, basicamente nessa área, numa área de classe média que já tem um certo poder aquisitivo. A maioria geral é proprietário, se compra agora com bem mais facilidade, mas compraria com mais dificuldade antes. Então resolveu, pelo menos esse pessoal não resolveu o objetivo do bê ene agá, que é transformar o pessoal em E é a classe do pessoal que ganha de três salários mínimos para baixo. Isso não pode comparar classe hoje em dia. Muito difícil. Uh os planos que o bê ene agá tem  não não concordo. E para essa modificação grande, o () que saiu agora, pretende-se exatamente conseguir atingir duas classes. O que tem remuneração entre um e três salários mínimos e o que tem a remuneração abaixo de um salário mínimo. E  vai ter que ser financiado, subsidiado pelo governo, os juros, porque o sistema Eles vão cobrar menos juros do que custa o dinheiro. Mas vamos ver se funciona. Claro, assim, eu acho que tem boas perspectivas, mas... Vamos ver, é mais uma experiência. Vamos esperar mais um pedaço.

SPEAKER 2: : Se eu quisesse pedir, por exemplo, um dinheiro para, digamos, comprar um carro. A A quem o senhor se dirigiri

SPEAKER 0: : a? Teria que falar ao meu cunhado. (riso) ()  O dinheiro para eu comprar um c arro. O meu financiamento. Quem não tem um cunhado que tenha financeiro uh o jeito hoje em dia é ir a um banco. Qualquer  banco. Qualquer banco. O cliente está ligado.  Ao financeiro ele faz o que (). É conveniente ter um banco hoje em dia. Trabalhar com a sua própria conta num banco. E E no caso do carro ainda é um pouco diferente quer dizer. É conveniente para você arranjar uma taxa um pouco melhor. Mas se não, qualquer vendedor de automóvel faz o financiamento. Eles providenciam tudo o financia Quando eu gasto dinheiro eu (). Sempre houve no Brasil falta de dinheiro. Então é duro conseguir dinheiro. Hoje em dia  não () sobra dinheiro. Então o pessoal que tem dinheiro na mão, banco por exemplo, tem que instalar () instalar um departamento de mercadologia tal, montar () para vender dinheiro. E ainda é caro. As taxas estão diminuindo bastante, mas é caro. Mas a competição está ficando difícil mesmo. Tem que reduzir taxa, tem que dar serviço, tem que fazer (), não sei em vez de fazer como antigamente era duro falar com banqueiro, mas hoje está ficando muito mais está fá

SPEAKER 1: : cil hoje. E outro s serviços, assim, exceto de financiamento, que o banco poderia pres

SPEAKER 0: : tar? Hum... O banco presta muito pouco serviço. Empresta dinheiro e paga conta de telefone, conta (), efetivamente faz muito pouca coisa. Aí há uma área muito grande para desenvolvimento. Há alguns bancos em alguns tipos de locais que realmente prestam alguns outros serviços, mas no sentido de relações públicas com pessoas que têm contas grandes. ### Há alguns bancos, algumas agências especializadas em manter contas para senhoras, em regiões que têm senhoras que que compensem fazer um serviço desse. Então na rua Iguatemi tem um Ali no () tem uma agência do Banco Português que tem dois gerentes. Tem um normal, que trabalha tal. E tem uma senhora. A senhora é simpaticíssima. É uma simpatia notá Ela não entende muito de banco. (riso) Mas ela tem um colosso de amigas que vão lá e se precisa mandar buscar uma coisa que alguém esqueceu (), ela manda. Se a pessoa quer comprar, não sei o quê. Ela sabe o endereço, o telefone e tal. E é uma das melhores agências do Banco Português. Tem um número de depósitos notável. Mas esse tipo de coisa, que em outros países está muito desenvolvido, aqui é muito pouco. () O banco não faz quase nada. Geralmente faz confusão. () para sua conta sabe. Conta bancária (), que eu não tenho consciência nenhuma. Nem no caso, assim, de viag

SPEAKER 1: : em? O senhor não se utiliza, assim, do banco para não precisar ficar carregando dinheiro, essas coisas? (suspiro) A

SPEAKER 0: : h, isso entra num outro () de serviço. Eu () Viajo e é conveniente. Eh... Você tem que comprar dólar com () daqueles mil dólares, e isso tem que comprar num banco, não tem remédio. Eu já () Eu acho que é realmente uma conveniência, tem as suas vantagens, viajar fora do país. Viajar dentro do país, o negócio não pegou, e e o cartão de crédito já substitui total. O banco tem, fora do banco em si, que que eu estava falando, tem uma série de outras coisas que são feitas por companhias ligadas ao banco. Então, pega um Bradesco, o Bradesco tem o () passagem, tem cartão de crédito, tem uma série, tem () seguro, é () de () de coisas, você procurando ver se consegue fazer um atacadinho sai mais barato. Mas aí não é bem o serviço do banco em si. Nós estamos formando, de certa forma, alguns conglomerados financeiros. Então, você tem todos os tipos de companhias financeiras, financeira, o banco comercial, o banco de investimentos, todo toda aquela gama de coisas numa organização só. Você pode tratar com um sujeito e se tiver sorte ele explica tudo.

SPEAKER 2: : O senhor falou em cartão de crédito,  né? O que vem a ser esse

SPEAKER 0: :  cartão de crédito? Cartão de crédito é um negócio muito peri goso. É um negócio que a gente vai gastando E quando vem a conta, é fogo. (riso) E aquilo é muito fácil. Eu estou assinando em um lugar ou ou tro. Estou assinando e e tem gente que se descontrola totalmente. E re almente, para alguns tipos de pessoas, é horrível o negó cio. As pessoas perdem o controle, sem o cartão de crédito, quando () um melhor. Há casos que () uma providência inércia. Os melhores homens trabalham lá comigo. ()  Pegamos eu peguei um cartão de crédito, tinha quatro, rasgamos praticamente ele. (riso) Daí para cá está bem melhor do que antes. É bem melhor com a família tal né. () Não resistia. Tinha o cartão, mas o negócio só quer comprar. Não tendo o cartão de crédito, fica bem mais difícil. ### Cheque sem fundo e tal. (riso) () Isso é mais fácil de controlar.

SPEAKER 2: : Como funciona o cartão de crédito? Por exemplo, se eu quero ter um cartão de crédito, o que que eu devo fazer?

SPEAKER 0: : Hoje em dia, o número de cartões de crédito diminuiu. Basicamente, você tem... Os principais são o (), você tem que ir à () em si. Você telefona à () eles mandam suas () Então, quase todos os bancos, praticamente todos, estão ligados a alguma companhia de cartão de crédito. Você tem o Elo, que tem a maioria dos bancos. Bradesco, que é o dos meio dos bancos  grandes. () Caixa Econômica. Tem o CityCard. Tem outro grupo bom de bancos. E o Darwin, que são os três principais. Ah o  banco. O banco dá um formulário, preenche e tal, ele fazem uma verificação de crédito para estabelecer o limite que você pode sacar no cartão, até quanto você pode comprar. E depois de um certo tempo ele entrega um cartão né. Mas o () é logico que vai, fazer um papelzinho diferente lá, tal. uso um cartão e verifico na lista negra. () Às vezes verifico se o cartão está cortado ou não. E depois de um mês vem a dolorosa.

SPEAKER 2: : A caixa econômica, o senhor falou caixa econômica, tem um outro tipo de banco?

SPEAKER 0: : A caixa econômica... é um brontossauro que sobrou do passado. (riso) As caixas econômicas tinham... no século passado, a função de (). Eram associações em que se poupava dinheiro. E pagavam um rendimento barato, não tinha inflação. E  serviam principalmente para juntar poupança popular. As caixas econômicas passaram para o controle dos Estados. Eles () terminado. Todos os tipos de bancos que haviam, casas bancárias, o negócio tudo acabou. Acontece que a Caixa Econômica tem um poder político muito grande pelo aumento va volume das verbas que elas têm  não se acabou. Ela é, na prática, um banco controlado pelos eh governos estaduais com algumas restrições especiais, mas está se tornando, hoje em dia, praticamente igual a um outro banco, simplesmente. Há uma diferença na aplicação dos recursos, a Caixa Econômica aplicaria basicamente em empréstimos imobiliários, financeiramente hipotecas, com o banco, ãh com o bê ene agá, então esse negócio eh realmente não tem sentido nen hum do governo do estado. Quase todo estado tem uma Caixa Econômica.

SPEAKER 2: : Todos os bancos que existem estão filiados a algum órgão, por exemplo, do governo ou não?

SPEAKER 0: : Todos os bancos, caixas econômicas e todas as empresas que lidam com financiamento estão subordinadas ao Banco Central. O Banco Central é uma entidade do governo federal que emite legislações especiais e os bancos estão sujeitos, além da legislação normal, às portarias do Banco Central. determina uma série de coisas, (), as maneiras de operar, et cetera. E a ordem que controla os bancos todos. Ele faz inspeção, verifica. E garante. Tem uma série de coisas. Nos bancos em si não né, mas nas companhias financeiras. Por exemplo, o governo garante. Se a companhia financeira estourar, o governo paga. E em campo, a companhia e tal. Nos bancos, que o Banco Central entra no banco em campo. Ele tem poderes para forçar. Tem dois aí agora sendo escangalha dos. O Banco Português o outro o Banco (). Estão sob intervenção do Banco Central. O Banco Central entra lá, despede de tudo, e põe gente dele tomando conta e vende o banco. Depois, se sobrar dinheiro, dá para o dono antigo. Em compensação ele garante que nenhum banco vai ser vai quebrar. Depois e ajuda, até certo ponto, empresta dinheiro para os bancos, no caso, nas cidades normais. Mas quando o negócio, na opinião deles, está perdendo o controle, daí eles entram mesmo,

SPEAKER 2: :  e tomam conta do negócio. Passar agora para uma área um pouquinho diferente, vamos falar do dinheiro, mas como gastar o dinheiro. Onde o senhor vai, por exemplo, nos seus tempos livres, no tempo que o senhor se dispõe para se divertir? Dentro de uma cidade como São Paulo, por exemplo.

SPEAKER 0: : () Um problema seríssimo, (riso) que é o seguinte, a minha família, quando chega o fim de semana, o carnaval, por exemplo, está louca para sair de casa, passou a semana inteira, o ano inteiro, dentro de casa. ### Então, diversão boa para mim mesmo, é pegar um domingo e ficar lendo. E Realmente é... E a minha diversão é ler. Porque Eu acho que não vou ao cinema já há muitos anos, teatro, ### Gastar dinheiro, diversão, é muito bom. Restaurante, realmente, eu gosto muito fora bas tante. () Gasto, eu () ### ### ### ### ###

SPEAKER 2: : Mas digamos que viesse, por exemplo, alguém de algum outro lugar que não conhecesse São Paulo. E o senhor quisesse mostrar, por exemplo, a noite, digamos, em São Paulo. Aí. Onde o senhor levaria?

SPEAKER 0: : Isso é um problema que eu tenho frequentemente aqui que, isso tem (). Dependendo do nível do sujeito, se pode levar a um bom restaurante, for bom mesmo, se pode levar num restaurante francês, (). Pode ser uma pizzaria né, muito capricha Olha, é uma coisa que acontece. Eu tenho esse problema, aparentemente com americano. Também é americano dos Estados Unidos, para pagar mas tem que (). Não Há um número, acho talvez menor do que se esperasse, mas há um número razoável deles que estão escapando de casa. Estão loucos para o carnaval. A í o negócio fica chato. Ãh... Agora não tem ninguém aqui. Eu tinha antes um rapaz que um rapaz solteiro, tinha trinta e poucos anos tal, então conhecia tudo, (). Então, é ótimo né. (riso) Vai para uma (), vai lá pessoal, vai () quiser. A outra não vai mais sair, não tem ninguém. E, de uma maneira geral, o pessoal se recusa, terminantemente. Eu consegui pegar, (), um dos meus diretores agora, (), de julho e tal, ele disse, não, tem que levar americana, galera não vai tal, () não vai, não vai mesmo. Tem o o clássico que é o jantar. Se é americano, bem americano, mesmo, é o Terraço Itália. Vê aquilo lá de cima, e fica impressiona do. De uma maneira geral, eu, se possível, não levo em lugar nenhum. Deve se importar. (riso) Problema dele se (). Fora americano, () () Eu acho que nunca tive esse problema.

SPEAKER 1: : E com as meninas? Minhas  filhas? Uhum.

SPEAKER 0: : Coitadas. ### Não tem muito remédio. Mas... Elas estudam. Mais velha estuda em semi-internato. () Que meio de semana não fa z nada. Acaba a aula do colégio, tem um monte de aula. Aula de violão, aula de inglês. Fim de semana elas vão para casa da avó. Basicamente, vão para a casa da minha mamãe, para fazer uma visita e. E a casa da minha vizinha tem piscina, então, antigamente () ficar nisso. () Vai mais (). De vez em quando, um chato vem e conta que tem um circo. (riso) Então, eu tenho que descobrir alguém para levar elas no circo e. Eu mesmo não vou (). Mas geral mente, o problema é é realmente calma, ficar em casa. Na casa de alguém, da família.

SPEAKER 2: : O senhor disse que vai ãh muito raramente () ao cinema, né? O se o senhor vai, assim, raramente cinema? O senhor localiza, mais ou menos, os cinemas, vendo a cidade de São Paulo?

SPEAKER 0: : Esse ponto, não sei mais. (riso) Eu fui uma vez Cinema, em mil novecentos e setenta, () e E daí fomos embora. () Eu não tenho ideia. () daqui. Eu fui muito ao cinema quando eu era garoto, então tinha o Arte Palácio, o Majestic e o Paulista aqui do lado de baixo, o () Dois. Tinha um Cine Rio e cinema da televisão. Depois chegou a televisão, (). Você não en tende nada. O Shopping Center tem cine ma. Não sei o que tem.

SPEAKER 1: : E o teatro, assim? Senhor disse que () vai raramen

SPEAKER 0: : Sim, o teatro eu acho que eu vou mais vezes por ano. Ano passado eu fui ao teatro. Uma peça muito ruim. Muito ruim mesmo. Aquele teatro que tem lá na na Rua dos Ingleses. Não é (), então não não precisa () assim. ()? É. É um que tem uma casa, ãh grande e tem um pequeno. Isso, Rua Escobar. E tinha um pessoal numa peça Eu não lembro bem o que era. Mas tinha um problema seríssimo. Porque tem... a sala grande e a sala pequena né. O teatro era bem moderno. Então o pessoal andava por lá, sentava junto da gente. E sentava um teatro pequeno, abafado. No verão, o cheiro estava demais. (riso) Realmente estava um pouco forte aquele negócio. O pessoal muito... encarnava muito bem as personagens. E as personagens eram assim... (), meio... (suspiro) Não sei bem o que que era, mas era um pessoal... Era uma peça muito gozada. Cantada. () Era muito interessante.

SPEAKER 2: : O que que () diferente esse teatro com um teatro assim mais tradicional? (suspiro) Olha...

SPEAKER 0: : É muito difícil de (). Tomara que realmente eu não sei nada. mais livre, mais aberto, menos marcado. Teatro clássico tem uma série de definições do que deve ser feito e o que não deve ser feito. O teatro hoje em dia é totalmente aberto. Qualquer coisa feita, não é nem necessário um palco, mas qualquer coisa feita em público, praticamente, pode ser chamada teatro. Grande parte deles são musicais, não são... vamos dizer, é difícil dizer que não há definições certas, mas se fossem mais do que do musical, que musical () é um ato de diversão. A linha de pessoal que quer, através do teatro, promover alguma coisa, está praticamente extinta. Se há condições políticas de promover coisas contra o governo, a favor do governo, não tem a menor graça de promover nada. Não tem. () Eu tenho impressão que o negócio está um pouco mais para o para a linha do musical. Tem. ### O teatro clássico tem bastante, mas a predominância é do teatro moderno. E o teatro tem duas características muito importantes. () Ele chega num determinado nível, determinado padrão. Nível não digo social, mas um nível de idade, uma série de coisas. O teatro é uma coisa que, se tu conhecer teatro, saber as peças, () está meio enfiado no teatro, e é necessário coma maneira de se inscrever no grupo social. Só vai. e acha bom umas coisas, acha ruim outras, tal. Apreciando muito pouco, realm ente. Não vejo que não haja, () evidentemente haja, mas a a maioria é um fenômeno muito mais social do que realmente uma apreciação de uma forma de arte.

SPEAKER 2: : Esse musical que o senhor falou, a gente só encontra em teatro ou existe em algum outro lugar, digamos, São Paulo, que a gente encontra? Musical? É. Espetáculo, assim, musical.

SPEAKER 0: : Eu não sei. Eu sei que tem no teatro. Bom... Tem televisão, umas coisas desse tipo, mas... Não gosto.

SPEAKER 2: : Tem? Não sei, estou perguntando. (riso)

SPEAKER 1: : E quanto aos divertimentos, assim, mais esportivos? É

SPEAKER 0: :  fácil de ver que eu não faço absolutamente nenhum esporte. Nenhum. Nunca fiz. Ou melhor dizendo, até uns onze doze anos, que minha mãe era bem mais forte que eu, fazia muitos esportes no ginásio, que era () de coisa. Na hora que eu consegui escapar fisicamente, eu não fiz mais nada. Faço esporte (). Gostaria de fazer, inclusive eu acho realmente muito importante. Já experimentei várias coisas, () de coisas aí, mas não faço nada. Não gosta?

SPEAKER 1: : De assistir?

SPEAKER 0: : Eu acho que tem até uma resposta muito interessante, mas eu não vou. Nos Jogos da Copa do Mundo, como todo mundo, eu vi na televisão algu ns. Agora quando chegar outra Copa, eu (). (riso)