Inquérito SP_DID_132

SPEAKER 2: : () É... Quando eu ãh solteiro, eu gostava muito de teatro, e nós éramos estudantes, a gente procurava () até entrar no teatro, por baixo do pano né. Em circo de cavalinho era comum. O dono do circo Piolinho, famoso, uh que até hoje é vivo, mais velho (), ele tinha um circo na praça, na no lá em Paiçandu. E estudante tinha carta branca para entrar lá. E fazer uma bela () para eles. (riso)

SPEAKER 0: : E o senhor lembra como é que era esse circo? Lembro. Tinha as mesm

SPEAKER 1: : as

SPEAKER 2: : Mesmas coisas que o circo de hoje. Porque o circo daquele tempo não e de hoje não variou muito, né? É a moça que anda no arame com o guarda-chuva, com o guarda-sol, né? É o homem que engole fogo. É um palhaço que conta umas piadinhas. É São são essas coisas de sempre. É alguns ou o Alguns tinham feras. Tinham eh onça, e né leão, e elefante. Houve depois grandes circos e. Circo Garcia, Circo Americano. E que tinham bastante feras e bastante animais. Parece uma depois eu perdi Aí, o uh mais interesse também é cinema, mas uh o meu tempo de cinema não é o tempo de vocês hoje. Eu conheci os ar os artis artistas que vocês hoje nunca, eu acho que nem em nome ouviram falar, né? Eh... Roberto Taylor e Clark Gable, não sei se vocês já ouviram falar nesses nomes, né? E quem mais? Errol Errol Flynn. Era Douglas Fairbanks e Douglas Fairbanks Jr. e John Barrymore. Era essa gente. E Pearl White era um uma grande artista, famosa né. Eh... Do cinema italiano tinha Francisco Michelini. E Nomes que para vocês são devem ser inteiramente estranhos. Mas isso eu eh ainda tenho na minha recordação do meus dos meus vinte trinta anos né e. E as ãh grandes filmes, principalmente o famoso, que até hoje é lembrado em muitas revistas, dessas revistinha que andam por aí de de de amor e de namoro, essas coisas, né? Uhum. É Aquele famoso Rodolfo Valentino, vocês já viram falar nele, né? () no aspecto De no no setor de canto, por exemplo, que eram muito admirados, eram os Carlos Gardel, era um grande cantor ãh argentino, ãh Bue de Buenos Aires. Sabe que ele até morreu num desastre de avião, uh sumiu o corpo dele, não sei, aí para o lado da Colômbia, perto de uma cidade, não me lembro mais o nome da cidade. Mas ficou famoso e até hoje é lembrado uhum por muitas moças que gostam daquelas...  né do da da música e do e da voz dele, que era uma voz admirável. Carlos Gar Em matéria de cinema, voltando a esse assunto, hoje, por exemplo, o que mais me agrada é bang bang bang. E às vezes costumo, como eu tenho lá no IPESP, porque minha mulher não gosta muito de cinema. O u gosta, mas de desses desses Flor de Laranjeira, que eu chamo, né? Esses namoricos, essas coisas de família, e briga de família. Eu gosto de coisas mais, vamos dizer, mais violentas, mais... Que dão mais agitação, que dão... De descarrega a gente de uma porção de coisas, né? Então ãh... Há essa contradição.

SPEAKER 1: : E, em geral, vamos ao cinema e ela dorme do meu lado, no cinema. E eu decido, vou pagar cinema para ela dormir, é melhor ela dormir em casa. ()

SPEAKER 2: : Às vezes combinamos, quando eu vejo hum num programa, no nos jornais, algum nome de um filme ou de artista que possa interessar. Então, vamos juntos. Há um pouco tempo fomos num filme aí que ela não gostou nada. foi aquele filme, eh negócio da raposa do rabo de veludo, um negócio assim que era meio complicadíssimo, não sei se se viu, é no Majestic. Mas eu saio no IPESP, mais ou menos onze e meia para almoçar, e devo voltar às duas. () que não tem horário de de eu almoço, hum por causa do regime de alimentação, eu almoço em geral, frutas. Compro duas peras, compro três bananas, meto no bolso, entro num cinema de bang, bang, e enquanto vejo vejo o filme, eu estou estou almoçando né. E é da das duas às quatro, é que eu passo essa hora de distração do do serviço lá no Instituto, que não deixa de ser um serviço pesado, um serviço mental muito Muito forte, porque a gente só estuda processos dá pareceres de direito, né? E coisas até muito sérias. De for ma que a gente também se distrai assim.

SPEAKER 0: : E o senhor que acompanhou ãh o cinema da sua época, e o senhor o senhor poderia descrever assim como é que era o cinema, mas a sala de espetáculo?

SPEAKER 2: : Bom, eu vou lhe contar, que às vezes já contei para minhas filhas, e elas acham muita graça. Uma das primeiras vezes que eu fui em cinema, primeira vez que eu soube que existia cinema, foi quando nós morávamos em Campanha, onde o meu pai foi até, como eu disse, fiscal de selo, que era o título que dava, mas era inspetor ãh de fi fiscal de rendas né. E havia, nós morávamos numa chácara, dentro da cidade, mas se chamava chácara porque era uma casa num quarteirão inteiro, o resto tudo era quintal, era uma horta e pomar, e um circo de cavalinho foi lá e se instalou. E, como é cidade pequena, antiga, todo mundo co comentava o circo e, principalmente, eu ouvia as conversas dos velhos, as comentavam as moças que trabalhavam no circo. Eu era garotinho dos meus quatro, E eu ouvia dizer que um determinado tinha dia, uma determinada noite, ia iam passar lá um um filme que era o

Inf :erno de Dante. E eu louco para assistir isso, mas eh o meu pai e minha mãe não me deixaram. O meu irmão mais velho foi ver. E a minha irmã, que hoje é freira, também foi ver. E vieram horrorizados com a história, porque tinha aquela cena de de queimar gente, inquisição, uma coisas assim, né? De De ma amarrar um amarrar uma pessoa numa roda, e e pas tinha um () no fogo, assim, e a roda passava no fogo. Coisa desse tipo que eles me contaram. Isso eu não cheguei a ver, mas de de Campanha, nós mudamos para Cambuquira, uma cidade perto. Cidade também de águas muito boas. Aí eu me lembro bem, eu estudava numa es numa escola e apre estava aprendendo a ler, era com a dona Mercedes. Aí eu me lembro de de um cinema que foi inaugurado. O pano era, a tela era no meio, e era de pano. E vinha um sujeito com um negócio de esguichar para molhar toda a tela, para poder fi transparecer a imagem. Então, () ah a projeção vinha de um lado. E quem assistia do lado contrário, pagava mais barato. E via o letreiro tudo às avessas (riso) né? (riso) E quem assistia do lado de cá, via tudo direitinho. E nós como não tínhamos dinheiro, a gente roubava da mamãe e do papai uns níqueis, ou achava na rua, que era comum achar umas. Naquele tempo, existia o que se chamava o vintém, o cobre, moeda que era cir circulava. Vintém era vinte réis. que hoje nem eu acho que eh deve ser zero vírgula dois por cento de um centavo. Então nós íamos no cinema assistir os filmes e e e via a tela às avessas. O letreiro eu não via, mas tudo às avessas, mas não não se podia ler e eu acho que nem eu me lembro de ter lido, porque eu estava aprendendo a ler. E lembro de filme, coisa um filme, por exemplo, e muito curioso. que era era um uma assistência num teatro né, e houve um uma tempestade, destelhou o teatro, e houve ãh chuva, e dentro do cinema tinha o camarote e tinha a fileira mais por baixo, e senhoras, tudo abrindo o guarda-chuva, dentro do teatro, né? E () E pingando água na turma de baixo, eles protestando, e umas co Eram os filmes que apareciam, né? Isso me lembro bem.

SPEAKER 0: : E nessa sala, ãh como é que a gente se sentava?

SPEAKER 2: : Era banco. Puro banco desses. Banco sem encosto, sem nada. Banco inteiriço. O banco de hum Nem banco de igreja, porque banco de igreja tem encosto no.

SPEAKER 1: : Nesse não tinha, não. (riso) Banco de madeira mesmo. E

SPEAKER 0: : Existiam pessoas, assim, que... Tudo tudo as

SPEAKER 2: : ### Mas eh era cinema de uma cor só e não tinha... E era falado. Quer dizer, não era não era falado, era cena muda. Aquilo era só se ouvia um barulho da da da máquina. Aquele () Aquilo era constante. Era a música do cinema. Era o barulho da máquina.

SPEAKER 0: : E para pagar para entrar era igual a hoje? Para pagar? É, uh... Era um vintém aí um c

SPEAKER 2: : obre. Era um uma quan Importância mínima.

SPEAKER 0: : Guichê? Ãh? Como que era o guichê? Era

SPEAKER 2: : ()? Não, tinha um sujei to na porta. Não tinha guichê nem nada. Era  um salão. Não precisava. () com uma casa dessa cheia de banco e a () no meio. Não é. Não havia instalação propriamente, né? E aquilo ia de de cidade em cidade, entende? ###

SPEAKER 0: : ### ###

SPEAKER 2: : ### O o que constituía o cinema era dois, três sujeitos não é e a máquina nas costas. E o (riso) e tomava o trem ia para outra cidade montava outra outra cena. Né? Era nesses tempos.

SPEAKER 0: : Então o senhor pegou a época do cinema mudo, né? (riso) Do cinema mudo. E o senhor acompanhou a a evolução, a transição ()?

SPEAKER 2: : Acompanhei bastante. Eu conheci quase todos os os filmes de Carlitos, que eram mais famosos naquela época. Antes de Carlito como cômico, existiu o Max Linder, que era um artista francês, que eu ainda reputo, comparando os dois, acho que o Max Linder ainda tem certa expressão ainda superior ao Carlito. O Carlito, no fim, nos últimos filmes dele, principalmente, já deu um sentido, vamos dizer, sociológico e político. Ele teve filmes como eh... eu não me lembro os nomes, mas eu me lembro de uma cena de uma cena do filme de Carlitos, que é uma crítica ao industrialismo moderno. ele era empregado numa fábrica, não sei se vocês viram esse filme, e ele, então, é uma grande indústria, máquinas e tudo, e ele é obrigado a apertar uma chave né, apertar parafusos de hum determinadas peças que vinham, que seguiam num numa esteira, como é a fabricação em série. E ele então apertava esses parafusos, a máquina ia para frente, apertava, apertava, e ele sempre ficava... depois ficava com a mão assim meio tremendo, né? Quando ia se vestir para sair para o almo Quando saía na rua, passava uma senhora, ele olhou para trás da senhora, no ves no vestido da senhora atrás tinha uma porção de de botões, então ele chegou atrás dos botões da mulher e começou a fazer assim, (riso) () com os botões todos. () Quer dizer, é uma crítica do ponto de vista né da da... vamos dizer o que seria isso, é é a habitualidade o ah o costume de de de fi ficar aqui, eh se enchido aquele aquela ideia, aquela coisa, e o homem fica embrutecido, por assim dizer né, ao praticar um ato deste. Esse é uma das dos filmes que eu me lembro bem dele. E tinha o filme em que ele imitou Hitler. Esse foi... como é que se chamava? Também não me lembro os nomes. Mas esse foi um filme grade grande, notável e filme de fundo eminentemente político né, de crítica da ditadura da época. Agora, o Max () era um filme mais cômi E as cenas eram muito interessantes, eu me lembro de diversas, principalmente, que depois eram reproduzidas e imitadas em outros filmes, porque a imitação serve bem, né? As primeiras cenas que eu me lembro de que havia desse tipo era a cidade em Paris, como lá ele era francês, em prédios muito altos, muito grandes, de de E há complicações na vida dele, ele sai pela janela e sai andando por fora do prédio, né? E numa () estreitíssima, e olhando para baixo a gente vê aqueles automóveis pequenininhos lá embaixo e tudo. E não Dá uma sensação de de de medo para gente que assistia, né? E de frio, de (riso) eh ele cair e essas coisas.

SPEAKER 0: : E, agora, comparando, assim, ãh depois do cinema mudo, o senhor assistiu o advento do do cinema falado?

SPEAKER 2: : Eu assisti o primeiro filme do cinema falado aqui em São Paulo. Quando veio o primeiro filme. Foi no cinema Paramount. Isto foi... ãh. Eu estava no primeiro ano de ginásio, em mil nove Era com um grande artista alemão, hum () um um nome assim, um nome meio parecido com este, e só tinha um trechinho falado. Foi muito anunciado e o e lotou o cinema (riso) né. Lotou. E era cena muda, musicada, um pouco de música, que era música eh feita no no próprio palco, no próprio ãh no próprio cinema, não era música do filme, né? É ###

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 2: : Ah, era cheia. Era  O Paramount era um cinema que até ho até hoje ainda existe aí na na Brigadeiro Luís Antônio, né? Uhum. E Mas lotou inteiramente para ver o cinema falado. E e houve só um único trecho em que ele fez, uh esse artista, ãh fez uma cena dramática para matar um cidadão lá de faca () tal. ### E, antes disso, eh ele tinha recebido uma ordem do do do patrão dele, que era um negócio, um grupo de de gangster, mais ou menos assim. Então, havia isto em fran em inglês que não me esqueci mais. Ordem, a o ordem, né? Que ordens são ordens, né? Ãh. Isso em Isto em inglês. E, mais ou menos, mais umas umas frasinhas e ficou nisso, o tal de falado Posteriormente que aumentou e hoje é o que

SPEAKER 0: :  nós sabemos, né? Uhum. E quanto ao sistema de projeção do filme, modificou em alguma coisa? Bom,

SPEAKER 2: :  eu acho que houve aperfeiçoamento porque eh a gente ia em cinema como ho hoje ainda também há alguns cinemas de bairro aí que as projeções não são grande coisa, né? Mesmo no Clube de Pinheiros, onde eu s sou sócio, eh tinha filmes às quarta-feiras eu não gostava. Só se mudou ultimamente, porque eu não tenho frequentado (riso) né. Mas as projeções de lá não... A máquina lá não é grande coisa.

SPEAKER 0: : E o senhor po poderia nos descrever como é que era o Cine Paramount, naquela época? Bo

SPEAKER 2: : m, era um cinema que tinha... como é ho como é hoje mesmo. E eh era tinha o um plano inclinado, boas poltronas e poltro e muito forrado de de cortinaços, muitas cortinas em todas as eh empresas, camarotes e galinheiro lá em cima, como se chama, né? (riso) Eh E muita cortina, e quase tudo vermelho, isso me lembro bem.

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 2: : Era bem grande, mas não era dessas tipo telas modernas que hoje eh são côncavas né meio arredondadas e e às vezes a a imagem eh não é quadrada, é mais alongada né, mais vamos dizer, retangular né. Hoj e. E o cinema colorido. Naquele tempo tudo era cinema de uma cor, era branco e preto O colorido vem muito mais, vem muito depois.

SPEAKER 0: : E aí quando veio o colorido? (riso) ###

SPEAKER 2: : Aí foi outra. Aí eu uh eu comecei a assistir os primeiros cinemas os primeiros filmes coloridos, já num cinema, chamava Cinema Parter, na rua Rodrigo Silva, perto. Hoje é a Praça João Mendes. Né? Tem ali uma rua Rodrigo Silva. Naquela praça, se ao menos, antigamente tinha um prédio que era da Assembleia Legislativa do Estado. ### Seis, vinte e oito, trinta, tr inta e seis, por aí. Vocês eu acho que nem nascidas não eram. E atrás desse prédio tinha o Cinema (). Pagava quatro c Hoje é quatro quatro centavos que se pagava. E nós gostávamos, eu e o meu irmão mais velho, de irmos () nesse cinema e íamos em cima, e ficávamos num assento bem em frente da tela. E aí vimos os primeiros filmes coloridos, né? E era um entusiasmo. E E havia u u uma coisa que hoje não há. como há novela agora em rádio, em ãh em televisão, havia filmes seriados. E toda semana tinha um capítulo. () E começava no, finalizava numa cena emocionante. (riso) Né?  Né... O que vai acontecer no próximo capítulo e tal. () Negócio assim. A mão negra, havia um negócio da mão negra. A mão rubra. Ãh... Havia vário vários filmes. o pistoleiro inaudito, uma coisa desse tipo. De forma que terminava o capítulo numa hora que e havia e deveria haver uma tragédia tremenda, caíam a ponte com o trem inteiro e tal, mas não chegava até lá. O trem estava andando e a ponte estava para cair. Então diziam, o que poderá acontecer no próximo capítulo e tal? Venham ver, não o quê.

SPEAKER 1: : E a gente todo domingo ia lá, ou toda semana ia lá assistir aquele capítulo e isso não acabava nunca mais.

SPEAKER 2: : Levava aí seis meses, uh os filmes desse tipo. (riso) É.

SPEAKER 0: : E () e como é que eram, assim... Eram todos os dias que haviam projeções ou...?

SPEAKER 2: : Não, eh esses filmes e seriados era um por semana. Uma por semana. Um  por semana.

SPEAKER 0: : Mas e normalmente, assim, filmes comuns? Havia?

SPEAKER 2: : Bom, havia, havia todo dia, mas eu também não podia ir todo dia. Meu pai era duro como um diabo, né?

SPEAKER 1: : Severo. E a gente não ganhava dinheiro para poder poder ir no cinema.

SPEAKER 2: : Era já quinhentos reais ou ou dez (), que hoje é um centavo. Era uma coisa do outro mundo.

SPEAKER 0: : De semana mesmo. E quanto à televisão? Quando ela iniciou?

SPEAKER 2: : Eu vi a primeira vez na televisão, quer dizer, vi... havia... eu uh vi, parece que foi foi ou foi em cinema ou foi em retrato. Foi quando, durante a guerra, o presidente Getúlio Vargas ganhou o primeiro aparelho de televisão que veio no Brasil. Oferecido... pela fábrica da Telefundo. ()

SPEAKER 1: : Não era nisso? (riso) Não. Uma coisa curiosa.

SPEAKER 2: : Eu acho que eu acho que eu vi isso no cinema, foi filmado, essa essa cena. Aham. Então montaram a televisão lá no catete, o Getúlio com a família né, e os ministros et cetera, era um negócio, um acontecimento. Isso podia ser em mil no Foi o primeiro aparelho de televisão que veio ao Brasil, oferecido pela Telefunken, a um ao presidente Vargas. E exibiu, isso vimos na tela, muito tremendo, e muito passageiro, exibiu a Carmem  Miranda (riso) em demonstração, não sei se em Nova Iorque ou em Washington, lá nos Estados Unidos. que ela estava por lá se uh se exibindo e projetou nessa nessa tela a Carmen Miranda dançando com aquela ba banana e chapéu todo enfeitado de, vestido de baiana né. Isso me recordo bem.

SPEAKER 0: : Em quarenta e um. E foi o primeiro aparelho introduzido aqui no Bra

SPEAKER 2: : Foi o primeiro que veio no Brasil. () E naquele tempo, então, diziam ninguém acreditava que pudesse ser divulgado de tal maneira que por hoje faz parte do equipamento de uma família, uma família média né, que não tem televisão. É esquisito, né? Eh... Até a gente percebe isso por criança. Uma das minhas netas um dia foi visitar uma família aí e perguntou, hum cadê a televisão? () Aqui não tem. Então ela ficou assim espantada. Mas não tem televisã o. Foi como se fosse uma coisa hum in inconcebível, né? Porque as coisas são assim mesmo. O automóvel hoje, por exemplo, já é faz quase que hum parte do equipamento doméstico, vamos dizer, né? É um equipamento quase que indispensável. E... E há dez anos atrás não era. Ninguém podia () ãh imaginar a divulgação que o automóvel tomou. E hoje até tem família que tem dois.

SPEAKER 1: : E eu, infelizmente, também tenho dois.

SPEAKER 2: : Televisão hoje, você vê, rádio, televisão e geladeira e aspirador de pó e batedor de ovo, enfim, todo esse esse negócio de eletrodoméstico são praticamente, fazem parte do equipamento de uma de uma casa atual, moderna e não precisa ser muito rica, né? Modesta mesmo, da classe média. É importante isso, porque alivia muito né né os serviços das donas de casa. E quando a

SPEAKER 0: : A televisão começou a ter divulgação assim, e ela en entrou, ãh como é que era como é que eram os programas? Os ãh o

SPEAKER 2: : s primeiros programas que eu vi nessa ocasião, eu estava morando no Rio. Eu morei no Rio de  onde as três nasceram. Eu me casei em trinta e nove, morei uns um ano e pouco aqui, pois, para a firma que eu trabalhava, era uma firma de engenheiros, () acabaram construindo em Goiânia, enge engenheiros Coimbra Bueno. Então, me fizeram uma proposta boa e eu mudei para o Rio de Janeiro. Aí vi, aliás, na casa de um deles. Era um programinha de desenhinho de raposa correndo atrás de de rato e gato e e e filmes mesmo, no maioria, anúncios. E era só o Canal quatro no Rio e projetava das quatro às cinco, das quatro às seis. De forma que era uma coisa que eu achava que era um era um cineminha muito vagabundo. (riso) Ãh não valia de nada. Mas as coisas vão progredindo, né? A competição e a concorrência veio se estabelecendo, novos canais, né? E daí, hoje, eh a televisão no Brasil eh representa alguma coisa de algum valor, principalmente em alguns programas. Eu detesto é programa de Chacrinha e e acho ridículo, né? O tipo de programa que ele fa Só me referindo a esses grandes esses grandes, ãh como é que se chama, speakers, como como a Hebe é um programa geral. regular, alguns bons, melhores, outros. Uh... O  Flávio Cavalcanti tem algumas cenas boas, mas também tem algumas... Isso tudo é natural, porque precisa agradar a todos a todos os os seus espectadores né. E tem ainda o Silvio Santos, que é... Ele é programa inteiramente comercial, né? Ele está revendendo o baú dele. Ele  enchendo o baú.

SPEAKER 0: : Uh o que o senhor gosta mais de assistir assim na televisão? Ah, é bang bang.

SPEAKER 2: : Bang ban Ou no vela. Agora estamos acompanhando uma novelinha aí, né?

SPEAKER 1: : Acabou a novela do... do... Como é que chamava a última novela?

SPEAKER 2: : Que acabou aí. Eh... ### ### ### ### Essa foi uma novela interessan te. Que durou tem Ficou famosa. A mesma equipe que que concluiu ah a novela do Tempo Não Apaga, está fazendo agora essa novela, Quero Viver. E tem cenas curiosas, interessantes. Eh... Mas é só para me distrair depois da janta, porque eu sou um sujeito que chega nove né nove e meia, dez horas, eu vou para a cama, leio meu romancinho policial, e gosto muito de ler policial, E eh também, na na na idade atual, quatro e meia, cinco da manhã, eu estou de pé. (riso) Já estou de pé. (riso) Já vou cogitando de arrumar o café, preparar o leite, buscar o leite na o pão na padaria, para me preparar para ir para o para o IPESP, porque entra a oito e meia, nove

SPEAKER 0: : () Como ela funcionava, o aparelho, como ligava () é igual? É, o primeiro aparelho que eu tive foi ()

SPEAKER 2: : () de um negócio, porque as as finanças eram muito apertadas né. Foi Quando eu voltei do Rio, e pretendia até mudar-me para Mato Grosso. Mas voltei do Rio para vir morar aqui e logo que consegui vender o apartamento que eu tinha em casa com, que tinha no Rio, vim, comprei uma casa na Rua Tucumã, em frente ao Clube Pinheiro. Nesse tempo a era a casa sozinha, tinha um () que era no bairro e na esquina, na Rua Iguatemi, uma outra casa. E o Clube Pinheiro para o lado de cá. E era muito isolado, mu muito quieto, muito sossegado. E eu, como jornalista que estou registrado, consegui a isenção do imposto de de de () para a compra da casa. E com isso me sobrou quarenta e cinco contos. Comprei um combinado. Era um combinado da gê é, um baita de um móvel desse tamanho, dessa altura, parecia um móvel assim como esse, maior um pouco. Tinha televisão, tinha rádio, tinha toca-disco. Funcionou. No começo, uh foi entregue e eles pe disseram mesmo que que para ah adaptação e funcionamento precisava fazer regulagem et cetera, e por duas ou três vezes vieram lá os os técnicos da da gê é para regular. Mas regulou e funcionou. Eu tive esse aparelho acho que uns dez ou doze anos, por aí, não foi? () Foi. Por aí. E também tocava lá. Agora, esses combinados hoje não se usam mais, né? Porque se você liga a televisão, você não pode ouvir o rádio, né? Se liga o rádio, não pode ouvir toca-discos. E essas coisas. Um monte de disco ainda está aí, meio parado. Estou esperando a oportunidade para comprar um toca-discos. Hum... Uma vitrola. Uhum. Mas era só branco e preto e poucas estações aqui em São Paulo. E mais é futebol. Que eu detesto. Só gosto do joguinho, que faço todo sábado, toda toda toda toda semana, né? Para tentar um um uma uma dessas desses milagres. Mas eu não saio do cinco, e do seis, ou do sete de fazer combinação do futebol, porque não vai mesmo né. (riso) Mas é () precisa caprichar, né? Eu detesto futebol por mais por por raiva, vamos dizer, porque Gostei muito na mesma cidade de futebol quando era era profi era amador né, amadorismo. Então, havia entusiasmo. Colegas meus, de da faculdade e da escola de medicina, como que nós () mais () sentido universitário. Eu tive um jornal e uma revista chamada até Nossa Pena, que era uma revista de âmbito, vamos dizer, de caráter universitário. tinha colaboração da de colégios da Politécnica, Medicina, da Faculdade de Direito, da Odontologia, de forma que eu conhecia muitos rapazes e havia times de futebol de amadores e colegas né. E a gente ia assistir e to e torcer, não era profi profissiona profissional Depois que ficou como atualmente profissional, Eu eu vejo como esses homens, às vezes, são são homens de pequena cultura, de que mal alfabetizados né, e que nem sabem dizer, nem sabem se exprimir, nem coisa nenhuma, e tem um cartaz tremendo nos jornais e fotografias de de () incluídas. Eh... Não sei que paixão tem o povo por esses ih por esses cidadãos que é atleta né. Mas o fato é que gastam dinheiro e vão lá assistir eles ganharem dinheiro.

SPEAKER 1: : Nunca ninguém foi no meu escritório ou lá no IPESP pagar cinco contos.

SPEAKER 2: : para poder ver eu lá trabalhar e caprichar num parecer. Eu não vou pagar para assistir eles ganharem dinheiro. (riso) Porque eles são profissionais, não é? E quanto mais são capricham bem, ganham. ###

SPEAKER 1: : Eu também vou ganhar o meu pão e ninguém vêm pa

SPEAKER 2: : Depois que proibiram que é para poder dar () Quando ficou profissionalismo, proibiram para poder dar renda, né? Então faz o () do (). A gente já sabe o resultado do jogo, mas ainda ah muito bobo. A () ainda vai ver, uh vai ver na televisão a coisa voltar né e ver como acabou. Ainda torce.

SPEAKER 1: : Já sabe que quem ganhou vai está torcendo. (riso) (riso) É curioso isso.

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 2: : Eh não Eram combinados Como é ou foi o meu, né? Que custou quarenta e cinco contos, imagina, ho

SPEAKER 1: : je por quarenta e cinco contos a gente não compra nem um nem um radinho de bolso, né? (riso)

SPEAKER 2: : Mas, hoje são como são, esses aparelhos isolados, né? Mas não tinha... Não tinha antena dentro da parede, não precisava antena no telhado. Antena eu () eu Assim também o o rádio. Eu conheci a primeira estação de rádio que se instalou no Brasil, que chamava-se, Rádio Educadora Paulista. Foi instalada por um colega meu da Faculdade de Direito, formado um ano depois, Alberto Baiton Junior. O pai era o velho Alberto Baiton, tinha uma casa Baiton de de aparelhos elétricos e tudo no Largo no Largo da Misericórdia. O Alberto de Baiton Júnior viajou ao Estados Unidos e trouxe de lá uma aparelhagem e instalou a primeira estação de rádio no Bra Então, existia um chamado rádio de galena, vocês já ouviram uh falar nisso. ### ### E e é um havia uma espécie de ponteiro, a gente punha punha o negócio no ouvido. a não ser que tivesse um falante, mas era um som tão fraco que a gente punha o... como é que chama? Fone no ouvido. Punha Era assim, cavava no ouvido. E começava na pedra a procurar o lugarzinho onde dava melhor som. Aí deixava e ficava escutando. Uh. Mas precis ava ter. Transmitiam, em geral, noticiário, músicas, muito pouco anúncio, porque nesse começo, isso foi em mil e em mil e novecentos e vinte e Seis, vinte e sete, por aí. Nesse começo não não o rádio não tinha grande penetração né. Começou o rádio a fazer pro a ter mais conhecimento, a fazer propaganda política. da velha política ainda de antes de trinta, da velha da política do dos dos partidos republicanos e aqui em São Paulo, este esta rádio educadora paulista fazia política da do partido republicano paulista. Fez a campanha do Júlio Prestes para a presidência da república. e foi o candidato contra o qual competiu Getúlio Vargas, e daí resultou a revolução de trinta. Uhum. Mas isso nós vamos entrar num campo político que está fora da nossa da nossa conversação aí, né? E...

SPEAKER 0: : E era com contínuo ou não?

SPEAKER 2: : Também não, tinha horários. ente. Que era uma estação única né e atualmente aquilo custou caro e eles não tinham grande desenvolvimento, não havia publicidade suficiente para cobrir as despesas. Era um horário de duas às quatro, ou de ou de seis às oito, horário principalmente horário do jantar, músicas aliás, muito bonitas. Programas eram bons sobre o ponto de vista de escolha de e esquematização de músicas, músicas clássicas, músicas valsas, músicas de, trechos de ópera, era o que mais tocava. Nesse tempo não o samba não estava tão, tão divulgado como é hoje. Hoje é samba por todo o campo, samba até dentro de caixinha

SPEAKER 0: : Fósforo (riso). E hoje em dia o que o senhor ouve no rádio? No rádio?

SPEAKER 1: : É. Eu ouço muito pouco rádio. Não tenho tempo, né?

SPEAKER 2: : De manhã para eu ligo para saber a hora. Ligo na rádio () de vez em quando dá hora. Hum e a gente só ouve e é desastre. (tosse) () São Paulo é a cidade dos hum dos desastres, né? E eu até me lembro que, uma coisa curiosa, que eu quando tive o ano passado um um um sintoma aí qualquer no coração, eu fiz um check-up no no hospital do servidor, uh do qual eu sou contribuinte, e não houve nada, felizmente e. Radiografaram, tiraram eletrocardiogramas e e chapas de raio xis, et cetera. E Doutor Pimenta, que era o médico cardiologista, depois que examinou tudo, virou (), é, o senhor, não tem nada, não tem nada e tal.

SPEAKER 1: : Que idade o senhor tem? ### O senhor... Estou quase perto de se tenta. E bom, o senhor...

SPEAKER 2: : Se o trânsito permitir, o senhor vai longe.

SPEAKER 1: : (riso) Eu achei até muito curioso, não é? Porque dá a impressão que o trânsito em São Paulo mata mais gente do que as doenças, 

SPEAKER 0: : né? Uhum. E a experiência de teatro? E qual...

SPEAKER 2: : Eu já fui artista de teatro. Ah

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : No tempo de estudante. Eu morava na rua...

SPEAKER 2: : Estão relembrando o passado, né? (riso) Na rua Benjamin Constant, não sei se vocês sabem onde é. É a Escola Álvares Penteado, ãh praça do largo de São Francisco, de um lado é Benjamin Constant, do outro lado é a rua Senador Feijó. Ali existia, antes desses grandes edifícios de de apartamentos e de arranha-céus e de escritórios, existia uma série de sobradinhos e ali morava eu num sobradinho com minha mãe, meu pai e minha tia Elvira, que já são todos falecidos. E eu então estava frequentava muito a igreja de São Francisco. E por Por influência de minha irmã, que é freira, sempre fui muito católico, assisto às missas aos domingos, passo as minhas rezinhas, peço perdão das dos pecados que eu fiz na semana passada. Então, eu eu era coroinha na igreja. E lá havia a Associação dos Amigos de Santo Antônio, dirigida por um Frei, era Frei Atanásio. Era moço nesse tempo, grande orador, e que gostava muito de agremiar os moços, et cetera. Tinha diversos colegas da faculdade que estavam lá comigo. Alguns bancários, alguns comerciantes. Era uma rapaziada moça. E nós tínhamos salão lá na igreja, na Ordem Terceira de São Francisco, do lado, que tem duas igrejas. Uma é a Igreja de São Francisco, colada à Faculdade de Direito. E a outra seguinte, onde tem um gradil, né, e um patamar, que se chama Ordem Terceira de São Francisco, era aí. E lá tinha salão, nós tínhamos pingue-pongue, tínhamos bilhar, jogo de xadrez, e de vez em quando... E tinha um um salão de artes in interno lá dentro, que dava já para o lado da da Rua (). E aí E fizemos vários espetáculos de de teatro. Eu tive até o prazer e a honra de trabalhar junto com o famoso Nhô Totico. (riso) Não sei se vocês já viram falar nesse cidadão. Eu nunca mais vi o Nhô Totico. Sei quem ainda é vivo e mora por por por esse lado aqui. Tinha uma uma casa dele que até foi desapropriada aí para passar uma estrada né, uma rodovia. Nunca vi mais o Nhô Totico. Mas nós dois fazíamos cenas de caipira e representávamos peça. Peças mais cômicas, né? De em em teatro, ãh cerimônias ih ih religiosas e cerimônias de diversão. E... Gostava muito daquilo. Uhum. E é O que eu posso dizer alguma coisa de teatro. E como esp

SPEAKER 0: : ectador de teatro?

SPEAKER 2: : No meu tempo de moço, houve ãh gostava mais de (). que a gente é moço, gosta de ver mulher mulher vestida de maiô, e dançando, essas coisas, né? E havia, ãh e me lembro bem, que havia uma um cassino, chamava-se Cassino Antártica, era um casarão de madeira, existia no Vale do Anhangabaú. Nesse tempo, Anhangabaú não era o que hoje vocês veem. Era um prédio, era um tudo terra. Uma baixada do lado do do do do Teatro Municipal e outra baixada do lado da Rua da Rua Líbero Badaró. Isso tudo em terra e lá no embaixo um córregozinho que era o córrego Anhangabaú. Era uns riachozinhos, que hoje está canalizado em por baixo da terra. E Havia um barracão nisso que se ali no meio disso, que era chamava-se Cassino Antártica. Durante dois anos, ou dois anos e meio por aí, foi exibida uma opereta que tinha o nome O Pé de Anjo. Vocês talvez nunca ouvirem falar nesse negócio. Mas se vocês forem () buscar a história dessas operetas antigas, vocês vão encontrar o pé o famoso Pé de An Tinha uma canção, Pé de Anjo, ao Pé de Anjo, e e eram várias cenas curiosas, interessantes, mas e en enchia e lotava todo toda noite esse teatro.

SPEAKER 0: : E como é que era o teatro, assim?

SPEAKER 3: : ###

SPEAKER 2: : Era um barracão de madeira e cadeiras comuns. Cadeiras de de palhinha, né? ### E tinha uma fileira de (). E o galinheiro lá em cima também.

SPEAKER 0: : E os artistas ficavam aonde? Ficavam t

SPEAKER 2: : odos todos no palco, realmente. E como é É que era esse palco? Era um um Era grande, né? E... E com aquela mudança muito contínua dos dos cenários todos, né? Tudo ãh Tudo puxado à corda, puxado à mão. Ho je é tudo automático, né? Mas ãh havia cenas muito interessantes e eram e eram frequentadas por famílias, porque eh o ponto de vista de de de moralidade, por exemplo, era mais rigoroso. Hoje há há muita licenciosidade nas exibições e e nas piadas que contam pelos teatros não é eh coisa. Mas mas hoje, na a evolução do tempo, as coisas são estão mudadas. Eu, por exemplo, na minha idade já sou considerado um coroa, né? (riso) E... Embora eu não esteja careca. Mas, e os moços são são () os que. Enfim, ãh essa é a mudança geral do mundo e da da da atualidade.

SPEAKER 0: : E, além de opereta, o que mais você gostava de assistir no teatro? Eu

SPEAKER 2: : Eu assistia no teatro municipal, no tempo de estudante, e que a gente ganhava entrada e disputava as entradas, por intermédio do Centro Onze de Agosto, do qual eu fui diretor né, ganhávamos sempre dez, doze entradas né, tudo no galinheiro. Então, distribuía para colegas e eu assistia. Eu assisti à Dama das Camélias, assisti Grande Ho Eram Dramalhões, né, Shakespeare, peças de Shakespeare, né. Assisti que mais que eu me lembre. Ãh. Não me lembro mais eh. Algumas peças de que eram escritas. Ah, havia uh uh peças de de Paulo Gonçalves. Este era um grande escritor brasileiro, paulista, jornalista, e deixou uma bagagem na literatura muito bonita, principalmente em peças teatrais. E o maior artista do meu tempo, que já estava na faculdade, era Leopoldo Frois. Não sei se já ouviram falar. () ### Teatro Leopoldo Frois. Esse ficou famoso, e a peça de maior fama dele, e que se generalizou, e que todo mundo assobiava para rua, ela chamava-se Mimosa. Eram umas quadrinhas, muito sentimentais né, e e que ele cantava e recitava, com o nome de Mimosa. Era Ãh parece que o nome o apelido que ele deu à namorada dele () trecho da peça. E ele era famoso. Nessa ocasião, estava começando a aparecer o Procópio Procópio Ferreira. Ele, Procópio Ferreira, devia ser moço, devia ter seus vinte anos por aí, e apareceu em algumas peças em que funcionou o Leopoldo Frois. Depois eu conheci o Leopoldo, o Procópio Ferreira já, mais é maduro, e e levando à cena peças de Rodovaldo Viana, que foi um grande teatrólogo. E ()