Inquérito SP_DID_128

SPEAKER 3: : Como é que o senhor nos pergunte como é que o senhor divide o seu dia desde desde cedo o tempo todo.

SPEAKER 1: : Pois não.

SPEAKER 2: : Eu divido o meu dia... Bom, como eu divido o meu dia? Eu depois que acordo, faço uma primeira refeição da manhã, faço minha toalete, Dou uma olhada nos jornais e... vou para a minha biblioteca. Eu, no momento, estou de férias no meu serviço clínico. Eu tirei umas férias longas por certos motivos e não estou, no momento, trabalhando na clínica. Ao tempo em que eu estava trabalhando na clínica, Eu, logo a seguir, ia atender alguns clientes pela manhã até a hora do almoço. Depois almoçava e, ao tempo em que eu ainda estava trabalhando na universidade, eu estou aposentado há cerca de dois anos, eu ia para a universidade, lá para a cidade universitária. Mais tarde, por volta das cinco horas da tarde, eu voltava para casa ãh e ficava atendendo novamente os meus clientes, porque eu tenho um consultório aqui, e ficava atendendo novamente os meus clientes até mais ou menos oito horas da noite. Aí jantava e frequentemente saia à noite para uma visita ou para algum divertimento. Ãh Mais recentemente Eu estou com um pouco mais de lazer porque aposentei-me na universidade e porque estou com o meu consultório provisoriamente suspenso. Espero voltar a trabalhar em breve. De modo que, logo que pela manhã eu estou livre da... das mi da minha primeira refeição, da minha toalete, eu vou para a minha biblioteca e passo quase que o dia todo na biblioteca. Saio, às vezes, depois do almoço para tratar de algum negócio na cidade, mas passo quase que o dia todo na biblioteca estudando ou escrevendo. À noite eu recebo alguns amigos ou saio para visitar algum amigos. Ãh ãh Muito frequentemente eu recebo aqui colegas ou estudantes da universidade, estudantes de pós-graduação, que vêm aqui trocar ideias comigo, vêm aqui consultar algum livro, vêm aqui pedir minha opinião sobre qualquer trabalho, qualquer estudo que estão fazendo, ou discutir assuntos científicos de minha predileção. Algumas vezes saio à noite para ir a uma sociedade científica, ãh habitualmente a sociedade de psicanálise, que é o campo de trabalho que eu estou especializado, para assistir uma sessão científica, distribuição de trabalho,

SPEAKER 3: : E depois que o senhor volta dessas visitas?

SPEAKER 1: : Vou dormir. (risos)

SPEAKER 3: : Mas o senhor podia dizer, assim, as horas para gente? Mais ou menos a hora em que o senhor ãh faz a primeira refeição, a hora que almoça... A primeira a primeira refeição, geralmente, faço às nove horas.

SPEAKER 2: : Almoço, geralmente, a uma hora. Faço um pequeno... um pequeno lanche às cinco horas. E janto geralmente às oito da noite.

SPEAKER 3: : E ãh o senhor acha que o tempo passa rapidamente ou não? Lentamente? Como é que o senhor acha que passa o seu dia? Vai muito depressa? Acaba muito depressa?

SPEAKER 1: : Eu acho que anda muito depressa.

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 2: : E, geralmente, eu fico muito absorvido na leitura. Eu... Ãh fico um pouco hipnotizado. Gosto muito de ler. É o meu divertimento predileto. Eu prefiro um bom livro a uma sessão de cinema ou uma sessão de televisão ou a qualquer outro divertimento.

SPEAKER 1: : De modo que a leitura...

SPEAKER 2: : absorve muita gente. Talvez por isso o tempo passa.

SPEAKER 3: : Bom, o senhor ainda consegue visitar os amigos da sociedade tão movimentada, por isso ainda consegue fazer visitas aos amigos?

SPEAKER 2: : Bom, eu tenho uma certa dificuldade em andar à noite por aí, porque... Com o trânsito que há, com as dificuldades de estacionamento, etcétera., fica sempre um pouco difícil criar automóvel, encontrar o lugar para estacionar. É é É meio trabalhoso, mas eu vou.

SPEAKER 3: : É tão bom, né? É É uma das boas coisas é fazer a visita aos amigos. É  E, professor () , nós queríamos que o senhor nos dissesse, Ah como é que o senhor divide uma hora? hora ah aquela subdivi são. O senhor poderia nos dizer tudo a respeito de um relógio? Como é que ele é? Como é que funciona? Como é que se divide o tempo aqui dentro do relógio? Pergunta inte

SPEAKER 0: : (risos)

SPEAKER 2: : Naturalmente, é uma grande dificuldade da gente dizer coisas elementares. Exatamen

SPEAKER 0: : Eh eh olha ###

SPEAKER 2: : lógio... Um relógio é uma coisa... um pouco... opressiva. É muito incômodo o relógio, não acha?

SPEAKER 0: : É, eu nunca... detesto relógio.

SPEAKER 2: : Porque... escraviza a gente, não é? Bom, o relógio se divide em minutos e segundos. A A hora marcada pelo relógio. O relógio Os mi o mi o relógio, a hora tem sessenta minutos e o minuto tem sessenta segundos. Na... Um dia são vinte e quatro horas, porém o relógio marca apenas doze. Doze. Na linguagem vulgar, a gente diz dez da manhã ou dez da noite. Na linguagem oficial ou na linguagem jornalística, em geral, fala-se treze horas, quatorze horas, quinze horas, mas isto na linguagem familiar, seria pernóstico.

SPEAKER 3: : E quando o ponteiro estava marcando na () doze, se for no no meio do dia, como é que o senhor chama?

SPEAKER 2: : Meio-dia.

SPEAKER 3: : E depois?

SPEAKER 2: : Meia-noite.

SPEAKER 3: : E quando a divisão do quinze de quinze em quinze minutos, como é que o senhor usa?

SPEAKER 2: : um quarto de hora.

SPEAKER 3: : O senhor usa o senhor diz duas e quinze ou duas e um quarto?

SPEAKER 2: : Olha, isto eu não posso garantir.

SPEAKER 1: : Provavelmente, isso eu tenho receio de mentir, mas provavelmente eu digo duas e um quarto.

SPEAKER 3: : E os e o e o tempo durante o ano, como é que se divide?

SPEAKER 2: : Meses? Janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro.

SPEAKER 3: : E as estações?

SPEAKER 2: : E as estações. Verão, Outono, Inverno e Primavera. Qual é a que eu gosto mais, não é? É. Depende. Naturalmente a primavera é a estação mais bonita. Porque é a estação das flores, não é? É quando acaba o frio, E a gente se livra do do rigor do inverno. Principalmente aqui em São Paulo, o inverno é rigoroso. São Paulo tem um inverno um pouco desagradável. Um inverno úmido. Ãh ãh um inverno que não é não é muito bom com frio, seco, com sol. Geralmente é com vento, umidade. Mas, em São Paulo, eu prefiro o outono. Eu tenho a impressão que em São Paulo, os meses de abril, maio, começo de junho, são mais agradáveis. Porque são meses em que há menos chuva. Quando acaba o inverno, esse per de per de permeio entre o inverno e o verão aqui em São Paulo, ãh há há o começo o começo da estação das chuvas. E E e e há essas chuvas, essas mudanças de de temperatura, essas mudanças de tempo peculiares aqui a nossa cidade, e que e que chuvas repentinas, eh que são muito desagradáveis para passear, para sair, para andar pela cidade. Ãh Durante ah o outono ah, o tempo aqui é mais estável. E, para mim, é mais agradável.

SPEAKER 3: : O senhor já passou um inverno agradável em algum lugar? Em outro país?

SPEAKER 2: : Eu não gosto muito do inverno com neve. É muito bonito para gente apreciar, mas eu acho muito desagradável.Ah O inverno de São Paulo também tem seus defeitos, porque é um inverno... é um inverno com umidade, com... frio úmido, não é? Mas, às vezes, Há, no inverno, dias muito agradáveis e até, uma estação em certos anos, uma estação inteira de inverno, aqui na capital de São Paulo, com sol, com frio, não não muito intenso. E Então, aí eu acho agradável. E

SPEAKER 3: : E essa época que nós estamos agora, o que o senhor acha?

SPEAKER 2: : Esta época é uma época de tempo muito incerto. Nós estamos aqui, eu pretendo sair mais logo, agora à tarde, E eu não sei se vou se vou se vou ser surpreendido por uma chuva torrencial. E a temperatura é imprevisível nesta nesta época do ano em São Paulo. O senhor  Nós já já estamos em dezembro. Ainda há dias frios às vezes.

SPEAKER 3: : O senhor não seguia por ninguém para saber se vai chover ou não?

SPEAKER 2: : Por ninguém? Esse alguém quem é? Eu não tenho com Deus um relacionamento assim tão tão camarada para poder ter esse diálogo. O que  A única coisa que eu posso fazer é olhar no jornal, o prognóstico do tempo, que nem sempre ãh corresponde à verdade. E

SPEAKER 1: : E aqui em São Paulo é um pouco difícil.

SPEAKER 2: : Porque é tradicional essa essa expressão de que em São Paulo cabem no mesmo dia as quatro estações do ano.

SPEAKER 3: : O senhor acha que houve alguma modificação do clima em São em São Paulo?

SPEAKER 1: : Eu tenho a impressão que sim.

SPEAKER 2: : Eu tenho a impressão que... do começo do século para até hoje, mudou um pouco. o clima aqui da capital. Ãh Ele ficou, de um modo geral, mais quente, mais abafado.A Aquela típica garoa paulistana tão poética ãh, tão mencionada pelos poetas românticos, Existe ainda, sim existe, mas já muito passageiramente, ãh sem aquela tipicidade, aquela aquela ãh frequência que tinha antigamente. Ainda existe. Eu não sei quais são as ra razões dessa modificação meteorológica, que eu nem sei se existe mesmo, pode ser uma impressão pessoal minha. Mas, possivelmente, assim, uma opinião de lei, possivelmente foram esses lagos, essas represas feitas aqui próximas da cidade, aqui para os lados de Santo Amaro, que trouxeram essa modificação, ou talvez também ah o desbastamento da das matas. A cidade era toda cercada de bosques, e hoje a cidade É cercada quase que de desertos.De E talvez isso também tenha modificado () o clima.

SPEAKER 3: : Quando está () isso, né? Qual?  vião

SPEAKER 2: : Que se vê bem essa esse deserto não é... A própria Serra do Mar está muito modificada. Era uma mata espessa, densa. Hoje não.

SPEAKER 3: : ### (), estou vendo, quando eu entrei, fiquei encantada com a sua casa. Será que o senhor podia descrever para nós a sua casa? Toda eh essa parte que nós estamos vendo aqui, que é linda.

SPEAKER 2: : Bom, eu fico muito contente com esta opinião. Descrever a minha casa? Eh Eu tenho, desde lá da rua... É, eu tenho aqui uma coisa um pouco original. É que eu moro em duas casas. São duas casas gêmeas, de mi ãh ambas de minha propriedade, e eu aproveitei uma delas para fazer o meu consultório, com comunicações, naturalmente, internas, de uma casa para a outra. De volta, que para atender meus clientes, não há necessidade, de uns tempos para cá, de eu sair de casa. E também, eu tenho uma biblioteca muito grande aí de cima, e os livros já não cabiam na sala destinada a eles. E eu, então, desdobrei essa biblioteca para a casa vizinha. De modo que eu moro em duas casas. Agora, quanto aos cômodos... Bom, na parte de baixo eu tenho numa numa casa e noutra. Vou descrever as duas em conjunto. Eu tenho umas salas na frente, em uma delas eu tenho o consultório, e em ou noutra uma sala em que se ouve músicas né di diverte um pouco com jogo de cartas ou qualquer coisa assim. Tenho dois saguões dois saguões de entrada, em um deles é a sala de espera do consultório, e do outro lado é a sala de entrada da minha casa, da minha residência. Depois eu tenho aqui de um lado esta sala em que nós estamos que é uma sala de estar e do outro lado uma sala onde... que é a minha sala de jantar e onde durante o dia fica a minha secretária que atende também os clientes que chegam.  Mais para o fundo tem instalações sanitárias na parte de térrea, naturalmente, uma pequena sala de almoço e a cozinha e quarto de empregados. Na parte de cima, eu tenho na frente dormitórios e na parte posterior algumas salas que constituem a minha biblioteca e sala de trabalho, de gabinete de trabalho e estudo, de leitura de estudo.

SPEAKER 3: : Dentro da casa? Desde cima () ah

SPEAKER 2: : A parte externa tem um pequeno jardim na frente, tanto numa casa quanto noutra. As casas são recuadas, há um pequeno jardim e duas passagens laterais ao ar livre. E são as passagens de entrada de automóvel com ah pequenos pequenos canteiro. com arbustos e flores e, nos fundos, as garagens. A garagem de uma casa e a garagem de outra casa.

SPEAKER 3: : E aí ah a parte de detalhes, as por, o senhor poderia descrever para nós as portas, as janelas e depois o mobiliário?

SPEAKER 2: : Nós estamos vendo aqui. Nós temos que descrever o que estamos vendo.

SPEAKER 3: : Eu quero dizer, eu quero, o nome que o senhor dá ah

SPEAKER 2: : As (), ah, o nome que eu dou às peças? Mesas, cadeiras, tapetes, que mais? Es Estantes, que mais?

SPEAKER 3: : Tem toda coisa bonita aqui.

SPEAKER 1: : Quadros, quadros.

SPEAKER 2: : algumas peças de escultura de madeira e de de imagens de santos. O que mais? Algumas peças de prata,eh eh bandejas, eh vasos com flores. O que mais? É, peças de louça, xícara.

SPEAKER 3: : É. ela ela é feita em... Essa casa é feita em estilo colonial brasileiro?

SPEAKER 2: : Bom, ela não é rigorosamente estilo colonial brasileiro, mas tem um toque, né? De Estilo colonial brasileiro. E os móveis também são em estilo co

SPEAKER 1: : E os móveis também são em estilo colonial? Ah

SPEAKER 2: : Alguns. Ah al Alguns. como, por exemplo, aquela mesa que está ali. E e outros E alguns outros, cadeira, algumas cadeiras, mas não, embora sejam peças antigas, não não não houve aqui a preocupação de estilo, um estilo determinado. Estou vendo aqui

SPEAKER 3: : E ah o senhor pode nos descrever a a porta da entrada e também as janelas, como elas são?

SPEAKER 2: : É um pouco difícil descrever porta e ja e ja nela, porque a melhor maneira de descrever porta e janela é chamar de porta e de janela. (risos) Então, deixa eu fazer um esforço.

SPEAKER 3: : (risos) Não, mas essa janela, por exemplo... É quadrada.

SPEAKER 2: : Não, retangular. É É uma janela retangular, ela não não... é é é de um vidro que não... É é um vidro fixo. É Não se abre. Enquanto tem aquela ali, é uma janela com com os com vidros de correr e de embutir Perfeito. Ah. Aquela outra. E E as portas são portas. As portas são portas.

SPEAKER 3: : Eh. Essa parte de madeira em volta da porta, assim como é que o senhor chama?

SPEAKER 2: : Não sei se é portal, se é moldura. Num Num não sei. Ah a quela porta, por exemplo, ali é uma porta de correr, de embutir, né? Que dá de uma sala para outra.

SPEAKER 3: : de que madeira são né as portas? Ah isso eu não se sei. É uma madeira clara né, é

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 1: : sei.

SPEAKER 3: : Professor (), você poderia nos falar de outro a outro assunto também, porque esse não está interessando muito. (rosos) o senhor poderia  falar de ãh a respeito de jornais? Qual é ãh, se o senhor gosta de ler, o que é que o senhor lê no jornal? O que lê primeiro? O que ãh que o que chama a atenção do senhor no jornal? Sim, de um modo geral, tudo que o senhor vê no jor

SPEAKER 2: : Eu não tenho nenhuma preferência por essa notícia ou aquela. Eu leio jornal geralmente do co folheando do começo ao fim e me detendo naquilo que me chama mais atenção. Sejam notícias de política internacional, sejam notícias de acontecimentos locais, ou de esportes, ou qualquer coisa assim. Mas geralmente eu me detenho mais na leitura de certos artigos eh sobre qualquer assunto cultural e nos noticiários sobre arte, sobre literatura, ete

SPEAKER 3: : E há algum caderno especial do jornal que fale sobre arte, sobre literatura?

SPEAKER 2: : Sim, eu gosto muito de uma coisa que, infelizmente, parece que está terminando, que são os suplementos literários dos jornais. Parece que estão agora a.

SPEAKER 3: : Acabando há algum jornal que ainda tenha?

SPEAKER 2: : Tem, o Estado de São Paulo ainda tem.

SPEAKER 3: : Os artigos do senhor saem publicados nesse suplemento? É uh é

SPEAKER 2: : Eu publiquei há meses atrás um artigo sobre este mesmo assunto da conferência que eu fiz há dois ou três dias. lá na universidade, onde nós nos encontramos. E

SPEAKER 3: : E quando o senhor abre o jornal, assim, se tem muita pressa de... o que... como é que o senhor lê o jornal?

SPEAKER 2: : Ah, eu dou uma olhada rápida. Dou uma olhada rápida e é procuro... Aquela apreender rapidamente a... a... o conteúdo.

SPEAKER 3: : Aquela parte de cima, onde está... O cabeçalho? É. E depois... Aonde vem a?

SPEAKER 2: : Nós chamamos de manchete, né? Manchete.

SPEAKER 3: : E depois, a notícia mesmo, como é que o senhor chama?

SPEAKER 2: : Não sei. (Risos) O título e o texto, num é? É e Eu eu leio com muita rapidez. E Eu não... Eu sempre... li livros inteiros em poucas horas. Até que, ultimamente, eu entrei para um desses cursos de leitura dinâmica. Mas e eu não sei até onde eu aproveitei deste curso, porque me deram exercício para fazer em casa, E eu não tinha tempo. Eu fui um mau aluno. Eu não tinha tempo para fazer aqueles exercícios. E Então, eu tendo sido um mau aluno, eu não posso saber até onde eu poderia ter aproveitado se eu tivesse cumprido todas as regras do professor. E E, portanto eu num, portanto não me parece que eu tive eu tivesse é aprendido muito. Mas como eu já lia com uma certa rapidez, é seria difícil mesmo ter uma medida exata da utilidade do curso. Ãh Mas eu creio que eu creio que aproveitei sim, porque justamente, ãh agora voltando ao assunto que nós estávamos falando, justamente nesta questão de leitura de jornal, eu tenho a impressão que de lá para cá eu eu Eu leio os jornais da manhã mais rapidamente. É Ãh acaba depressa a leitura de jornais. Tenho a impressão.

SPEAKER 3: : E, normalmente, como vêm dispostas as notícias? As

SPEAKER 2: : Ah, mas isso depende de cada jornal.

SPEAKER 3: : Sim. ###

SPEAKER 2: : política, nacional, internacional, elas vêm normalmente... Bom, os jornais, hoje em dia, eles, geralmente, na na primeira página, põem assim uma uma quase que síntese dã do noticiário, um resumo, e dizendo embaixo, veja a página tal. E De modo que quase que o conteúdo todo do jornal, em matéria de noticiário, já está na primeira página. Quando a gente não tem tempo de ver a notícia propriamente dita, a gente já tem uma ideia olhando olhando a primeira página.

SPEAKER 3: : E as opiniões do próprio jornal são são feitas é... Como chama assim a pessoa que escreve em nome do jornal? Que dá as opiniões do próprio

SPEAKER 2: : Isto eu não sei. Eu não sei. Eu não não sei como é. se é redator, comentarista, eu não sei. Eu não sei como é que na linguagem jornalística chamam, não. Devia

SPEAKER 3: : E a pessoa que é encarregada da das notícias e que seleciona o que vai ser posto no jornal?

SPEAKER 2: : Eu não sei se é redator secretário. Eu não eu sou um pouco ignorante em matéria de administração da de jornais.

SPEAKER 1: : vistas funcionam mais ou menos igual aos jornais?

SPEAKER 2: : Eu gosto muito de ler revistas. Estas revistas semanais, eu gosto muito de ver aquelas figuras, aqueles comentários, aquelas... Ah as revistas trazem geralmente material fotográfico ou reproduções mesmo de quadros, de obras de arte. E eu gosto muito de... Me distrai muito. Gosto muito de ler.

SPEAKER 3: : Quando o senhor vai ãh escolher algum programa relativo a cinema ou a teatro, o senhor consulta o jornal? Há no jornal alguma sessão que fale sobre isso?

SPEAKER 2: : Há. Os jornais têm o noticiário teatral, tem aquela parte... Geralmente, na na na parte final, há os anúncios dos espetáculos. E eu dou uma olhada ali para me orientar sobre os divertimentos que estão à disposição da gen

SPEAKER 3: : te. É quer dizer da viagem, né? Uma peça que está passando que é... A viagem? É

SPEAKER 2: : Essa eu não não tinha eu não tinha 

SPEAKER 3: : Ouvido falar não, os Lusíadas sabe? Mas posto em em ()... É o quê? Os Lusíadas, a história dos Lusíadas.

SPEAKER 2: : Lusíadas? É. Ah, sim, é. Eu já já ouvi falar, sim.

SPEAKER 3: : Eu ouvi dizer que é lindo (). É É? Agora eu pensei nisso. É

SPEAKER 2: : Eu, ultimamente, não tenho tido muito mais entusiasmo para ir a teatro. Aliás, as minhas... os meus interesses intelectuais, culturais, ultimamente, têm sido mais para leituras de filosofia, crítica de arte ou estudos psicoanalíticos. Eh a parte de obras de ficção, eh eu eu fui perdendo um pouco o interesse por elas. Foram postas um pouco em plano secundário, de modo que eu não tenho, infelizmente, acompanhado os últimos romances, os últimos livros de contos que que têm surgido de uns anos para cá. isso deve deve ter alguma razão psicológica. (risos) Não sei, parece que as obras de ficção foram tomando para mim um aspecto ah um pouco pouco falso, um pouco infantil, um pouco superficial.

SPEAKER 3: : Você está interessado mais

SPEAKER 2: : Eu, na minha juventude, é na minha juventude eu lia muito. Lia muito ah romances. Ah Gostava muito de de peças de teatro. Hoje, já fico um pouco mais distanciado disso.

SPEAKER 3: : E, além do suplemento literá Os jornais têm outros tipos de suplemento?

SPEAKER 2: : Sim, os jornais têm suplementos de turismo, suplementos femininos, suplementos agrícolas e suplementos infantis, com histórias em quadrinhos, etcétera.

SPEAKER 3: : O jornal é sempre eh é sempre o diário ou algo pode ser de outra maneira? Se ele não for diário, como ele pode ser?

SPEAKER 2: : Pode ser semanal, pode ser mensal.

SPEAKER 3: : E as revistas? Também

SPEAKER 2: : Está falando sobre essas revistas comuns? Ou revistas científicas?

SPEAKER 3: : Qualquer uma.

SPEAKER 2: : Porque eu assino muitas revistas científicas. Geralmente saem de três em três meses. Quatro por ano. As outras geralmente são semanais, essas revistas que a gente compra aqui nas bancas de jornais.

SPEAKER 3: : Esse período de três em três meses, o senhor dá algum nome especial para ele? Um período que dura três meses?

SPEAKER 1: : Não.

SPEAKER 3: : E um período de seis meses?

SPEAKER 2: : Semestral.

SPEAKER 3: : É. E e no jornal há mais alguma coisa que se possa procurar? Uma pessoa que quer procurar um emprego, ela pode procurar?

SPEAKER 2: : há () anúncios. E anúncios de empregados que se oferecem, anúncios de imóveis, anúncios de ah objetos diver diversos à venda, de oferecimento de empregos.

SPEAKER 1: : E quanto ao telefone como meio de comunicação?

SPEAKER 2: : O que é que tem o telefone?

SPEAKER 1: : Como funciona? (risos)

SPEAKER 2: : Felizmente, ah felizmente aqui em casa estão funcionando muito bem. Tanto tanto é em ca da minha casa quanto do consultório. Estão funcionando muito bem. É

SPEAKER 3: : É, e funcionam sempre bem? Aqui em São Paulo as vezes.

SPEAKER 2: : Ultimamente tem funcionado, os meus tem.(risos)

SPEAKER 3: : Mas quando eles não estão funcionando bem, o que pode acontecer com eles? Quando eles não estão assim

SPEAKER 2: : A gente não pode falar neles e nem nem receber mensagens.

SPEAKER 3: : Algum, às vezes, ele pode só receber e assim ou não? É a a

SPEAKER 2: : Às vezes, é. Às vezes, eles permitem só falar daqui para fora, mas não recebem ligação.

SPEAKER 3: : E quando o senhor quer fazer uma chamada para outra cidade, o que é que tem que fazer? Uma chamada

SPEAKER 2: : uma ligação interurbana.

SPEAKER 3: : O senhor que () que fazer alguma coisa a mais, como é que o senhor faz para conseguir uma ligação ()? Bom

SPEAKER 2: : ultimamente há esse sistema de ligação direta. Quase sempre eu falo para as cidades que permitem isso, como por exemplo Rio de Janeiro. Então a gente faz a ligação direta.

SPEAKER 3: : E antes, quando não havia essa ligação direta, o que era necessário fazer? Aí

SPEAKER 2: : preciso chamar a telefonista do serviço interurbano e dizer o que a gente queria.

SPEAKER 3: : Quando o senhor atende o telefone na sua casa, como é que o senhor diz? O que o senhor diz?

SPEAKER 2: : Eu vou dizendo logo o número. Ou digo pronto.

SPEAKER 3: : E quando o senhor liga para uma pessoa e a pessoa atende, o que o senhor diz?

SPEAKER 2: : Bom, se se a pessoa é a pessoa esperada ou... Eu... Se eu tenho alguma dúvida, eu pergunto onde de onde fala. Se eh eu vejo que a ligação está certa, eu sinto que a ligação está certa, eu digo logo que quero, desejo falar com fulano e tal.

SPEAKER 1: : E quanto ao correio? O senhor utiliza muito o correio?

SPEAKER 2: : Utilizo, eu recebo muita, muita correspondência, principalmente do estrangeiro. Eu tenho assinatura de revistas científicas e... Eu recebo diariamente e acontece o seguinte, os médicos recebem uma correspondência muito volumosa porque há muitas revistas médicas que são enviadas aos médicos em geral e também ah uma correspondência de propaganda da indústria farmacêu de modo que, em geral, a correspondência que os médicos recebem é muito grande.

SPEAKER 3: : Hoje em dia não manda mais aqueles matabolões, né? Não tinha Quando eu era pequeno eu gostava tanto daquilo, tinha um amigo médico que dava aqueles anúncios, né, de  Remédios, tinha matabolão embaixo, né? É

SPEAKER 2: : A gente recebe re revistas, as revistas médicas, ãh publicações, folhetos, ou mesmo revistas publicadas pelos diversos laboratórios, ou cartas com a apresentação de algum novo medicamento, ou chamando a atenção, fazendo a propaganda de algum medicamento.

SPEAKER 3: : Como é distribuída a correspondência aqui no bairro?

SPEAKER 2: : Vem o carteiro trazer, trazer diariamente.

SPEAKER 3: : E quando o senhor tem que enviar uma carta, como é que o senhor faz?

SPEAKER 2: : Eu ponho no correio. (risos) Mas até chegar o correio... Eu eu peço para minha secretária levar para cidade.

SPEAKER 1: : Levar o quê? ()  Levar a carta.

SPEAKER 3: : Como é que o senhor faz?

SPEAKER 2: : Escreve, depois... Escrevo, ponho no envelope.

SPEAKER 3: : (risos) O que mais? Na frente, escreve o quê? Na frente do envelope?

SPEAKER 2: : dereço do do destinatário.

SPEAKER 3: : Atrás, o senhor põe

SPEAKER 2: : Atrás não ponho nada. Geralmente ponho também o meu endereço assim em cima. E E... E, naturalmente, ela chegando lá ela sela, quando quando lá na na caixa correspondente.

SPEAKER 1: : Quando nós chegamos aqui, o senhor estava falando que precisava ir ao correio buscar não sei o quê?

SPEAKER 2: : Sim, porque acabou de chegar aí uma... um aviso de que há uns volumes para mim no correio. Certamente são livros. E dá um pouco de trabalho ir até lá. Eu tenho que mandar, então, a minha auxiliar. Tenho que... tenho que eh... assinar, mandar... parece que precisa reconhecer a firma. É preciso ela ir lá perder um tempo muito grande para retirar esses volumes.

SPEAKER 3: : E o senhor utiliza também os os serviços de telégrafo?

SPEAKER 2: : Não, eu não tenho quase oportunidade de passar telegramas. Mas e em que

SPEAKER 3: : Em que situações se costuma passar telegramas? Normalmente, qualquer pessoa?

SPEAKER 2: : A gente passa telegrama quando a gente está com pressa de que a mensagem chegue ao destinatário. Ou então para a correspondência de finalidade social, telegramas de parabéns, telegramas de pêsames de coisas desse tipo.

SPEAKER 1: : A correspondência para o senhor costuma chegar assim em dias ou atrasa?

SPEAKER 2: : Antigamente atrasava sim, mas De uns tempos para cá, parece que melhorou muito o serviço do correio. Eu não tenho queixa nenhuma. Chega com regularidade as a correspondência chega com regularidade. As perguntas são

SPEAKER 3: : () (Risos) bom, não se trata do conteúdo, né?

SPEAKER 2: : Se trata da maneira de expressar.

SPEAKER 3: : (Risos) podemos falar de um outro assunto. () O senhor estava falando sobre a vegetação da Serra do Mar, que era densa. Depois o senhor poderia nos descrever uma viagem daqui a Santos a toda a parte de relevo

SPEAKER 2: : Bem, aqui aqui no planalto, ãh o o relevo não é muito acentuado. Há colinas, trechos, a estrada geralmente é plana, até que chegando-se à serra, ãh temos que transportar a serra do mar e descer a serra, então, A estrada é bastante acidentada. Finalmente chega-se a baixada entre a serra e o mar. E aí, então, a estrada é inteiramente plana e geralmente reta, com poucas curvas. Até que se chega ao lugar do destino santos ou São Vicente, onde seja O lugar que a gente pretende ir.

SPEAKER 3: : E a... Junto ao mar... O senhor pode nos descrever essa parte que fica esse junto ao mar?

SPEAKER 2: : A praia? É. Como é que é... Aquela menção... Bom, há praias de vários tipos, mesmo aqui no nosso litoral. Há praias com areia solta. Há  Há praias de de areia dura. Há praias em que o mar é ãh fica mais distante, a praia é mais larga. É Há praias em que essas praias, como é que se diz? Ãh Uma descida mais imediata, que a praia então é pequena,

SPEAKER 3: : Elas têm grandes extensões sempre ou não?

SPEAKER 2: : Sim. É Algumas sim. É  Esta praia grande que vai de São Vicente à Conceição de Itanhaém é uma praia muito longa. Parece que. Não sei há praias de muitos.

SPEAKER 3: : Muitos quilômetros e quando ela não é assim, ela é limitada de que maneira? A Que tipo de relevo é que separa? Bom

SPEAKER 2: : Geralmente elas são são separadas por pequenos montes. Ponteiros.

SPEAKER 3: : E eles são de pedras normalmente o o ou tem alguma coisa?

SPEAKER 1: : Geralmente são rochas.

SPEAKER 3: : Ali para o lado de Caraguatatuba?

SPEAKER 2: : Eu não conheço aquele lado não. Não conheço eu só conheço  Eu só conheço de sobrevoar, eu só conheço de ter avião. E é muito bonito mesmo.

SPEAKER 3: : E no no meio do mar, quando a... Quando há elevações, rochas no meio do mar, como é que se chama? No meio do mar? Ilha, ãh. Quando ela é no mar, é ilha só. E ai E no meio de um rio, assim, ela é chamada ilha ou o quê?

SPEAKER 2: : Ah, isso eu não sei. Ilha fluvial?

SPEAKER 0: : É?

SPEAKER 2: : É não sei.