SPEAKER 1: Gravação do dia sete de novembro de mil novecentos e sessenta e dois. Tá, então começa a falar sobre (). Dezenove horas e vinte e SPEAKER 0:  seis minutos. Isso. Nossa. Porque aí... () Bom. Bom, sobre cinema, eu poderia dizer, inicialmente, inicialmente começando pelo inicialmente pelo cinema brasileiro, que, em comparação com o que nós temos de de conhecimento do cinema estrangeiro, eu acho que o cinema brasileiro está engatinhando tremendamente, tanto na parte técnica como na parte referente aos aos artistas. A parte técnica requer ainda dos atuais praticantes um aperfeiçoamento muito grande. Recentemente, eu... tomei em mãos um... Como é que chama aquele documento que eles fazem? Que tem os diálogos, as tomadas de... Você está falando... O roteiro, né? Roteiro. () Eu tive um roteiro do do filme do Roberto Carlos, aquele do abismo, não sei o que lá, que ele cantava um monte de músicas, que ele estava no helicóptero, porque... em razão do do meu trabalho na Pirelli, eles foram nos procurar para fazer um contrato com a Pirelli de propaganda no filme dos pneus. Então, me parece que... eu não assisti o filme, mas me parece que a ideia deles era fazer uma cena onde o o pneu do carro do Roberto Carlos, numa determinada hora, saía da roda, rolava, batia num barranco e parava. Então essa tomada de cena e do pneu, escrito Pirelli bem bem claro ali, era feita em propaganda da Pirelli. A Pirelli pagaria por esse, por essa tomada de cena que nada mais era que uma violenta propaganda. Com isso, eu fiquei sabendo, lendo o roteiro, o que eles fa o que eles faziam com outras empresas, todo esse tipo de de propaganda. Então tinha o leite Ninho, um garoto aparecia com uma lata de, com a caixa de de leite Ninho na cabeça, então o leite Ninho, a Nestlé, no caso, pagava essa propaganda uh. A Coca-Cola, ele já () ... Quer dizer, eles estão requerendo, Eles estão precisando de todos esses argumentos aí para poder ainda se manter, porque financeiramente eles não acredito que não não consigam. SPEAKER 1: Você falou em parte técnica do cinema, né? Ãh você poderia fa fazer uma comparação entre a técni> Você entende dessa parte técnica do ci> SPEAKER 0: Olha, mais ou menos, porque eu sou meio curioso de de de cinema, e tenho lido alguns livros que eu tenho em casa. O cinema, além do do do dos palhaços né, os artistas são meros palhaços e os diretores é que incutem na alma do do artista aquilo que ele tem que pôr para fora. Então, o o mito no cinema é o diretor. É o diretor de fotografia. Esses realmente é que fazem o cinema. Bom, o É, o diretor... realmente faz cinema, porque os artistas apenas representam aquilo que o diretor quer. Então, quanto à parte técnica, atrás das câmeras existe uma porção de gente que que não se vê, mas que somente o nome deles aparece, muito mais no cinema brasileiro do que nos outros. No cinema brasileiro aparece todo mundo, até o Office Boy aparece no e. E essa gente é responsável por uma série de coisas. No no cinema brasileiro, parece que não tem a garota que toma recados, é uma menina, eles... no cinema americano, no filme de (), não sei o quê. Ela toma recados de tudo o que aconteceu no fim de uma tomada de cena. Porque, geralmente, a cena é desmontada, né? E tudo aquilo que ficou, ela precisa anotar para depois, quando montar novamente, Não faltar detalhes nenhum. Então, eu já vi num num filme brasileiro que isso faltava porque havia um diálogo onde duas pessoas jogavam bilhar. E jogando bilhar conversavam num. Não era importante para aquela cena o jogo de bilhar. Então se via de leve só a mesa. Mas eu reparei que, de uma mudança da cena da cabeça de uma pessoa para outra, as bolas de bilhar não estavam no mesmo lugar. E a cena era... A conversa era contínua né. Só que no cinema eles param. Ou então filma o camarada falando sozinho, depois filma o outro falando sozinho, depois eles cortam assim () né. Então, da da mudança de uma cena para outra, as bolas de bilhar estavam fora de lugar. Quer dizer Não houve esse cuidado e quem observa isso pode reparar em outras coisas que eu não não conheço, não posso observar. Mas esse pequeno detalhe eu observei, as bolas não estavam no lugar. Então, houve uma falha técnica, ou a falta dessa pessoa, fal ou a falha dessa pessoa, que cuida desses detalhes. Eh... Outra questão técnica também, as tomadas de cena, com lentes zoom e lentes especiais, se bem que não sei se isso é instrumento muito caro, talvez não estejam aparelhados tão bem, ou então é falta de aperfeiçoamento de quem opera com isso. Não é querer falar mal do cinema brasileiro, mas é que o o cinema mais evoluído, ele tem todas todos esses melhoramentos que o brasileiro ainda não tem. Deve copiar, porque não tem outra forma. Deve aprender lá fora, porque é uma forma também de de roubar os conhecimentos deles. As tomadas de cena são mal feitas, são primárias, entende? Não são lindas, aquelas tomadas que a gente fica encantado vendo o filme, se encanta com as tomadas de cena, aque aquelas lentes gigantescas, aquele zoom que que vai buscar a cena lá embaixo, afasta, quer dizer, essa tomada da da fotografia é muito importante no no entendimento, Outra coisa, uh a parte técnica também. Hum... Quando um um determinado roteiro deve ser explicado para que o espectador entenda rapidamente a história sem perder muito tempo de filme, o brasileiro perde muito tempo de filme para explicar alguma coisa. Então, se um cidadão sai da casa dele e depois aparece numa outra casa, É lógico que ele saiu de lá e entrou no outro. Não precisa mostrar ele entrando no carro, indo, parando na porta, subindo. Quer dizer, isso atualmente no cinema mais evoluído, eles estão fazendo com que a evolução de quem acompanha cinema, o raciocínio de quem acompanha cinema, tome muito mais conhecimento de fatos não necessários para o entendimento, para com menos filme. Porque não há necessidade. Em um filme do Carlitos, você vê quanta coisa quantos detalhezinhos eram mostrados. Apesar que o filme do Carlitos era uma... Uma () violenta, né? SPEAKER 2: ### SPEAKER 0: Então, ãh você repara que uh os mais velhos têm dificuldade de entender certos filmes. Certos filmes modernos que passam na televisão, os mais velhos têm dificuldade de entender. Você já reparou que o pessoal que tem raciocínio de cinema antigo ainda, aquelas ãh aquelas cenas que trocam rapidamente, o camarada só raciocina com o que ele está vendo, ele não raciocina por fora, por ele. Ele não pensa, bom, se aconteceu isso é porque né... rapidamente, na mente do cidadão, ele faz todos esses cálculos e e acompanha. SPEAKER 2: Exige muita definição do cinema e pouca participação dele. Exato. SPEAKER 1: Então. Uhum, certo. Ãh você poderia dizer assim, ah para a gente, através de que recursos o cinema, então, tenta chegar até a gente? Então Ou, então, fazer com que a gente chegue até ele? SPEAKER 0: Bom, recursos para quê? SPEAKER 1: Recursos técnicos, você está falando deles, né? SPEAKER 0: Então você poderia dizer para gente... Bom, aí já não seria também, assim, ãh da técnica de filmagem e tal. Seria mais do roteiro, da encenação, do daquelas interposições de de cenas que eles fazem. E quem Quem cria isso é o produtor executivo, aliás, o... SPEAKER 2: () Executivo é o que financia, né? É, é o diretor mesmo. Uh uh dire uh SPEAKER 0: O que faz o roteiro... O diretor ele ah o diretor, ele tira... Ele faz com que a pessoa a represente aquilo que ele quer. ### Então, porque esse pessoal, eles são encarregados de fazer com que o entendimento se manifeste rapidamente. Ele não... o o trabalho dele é muito lento. Ele ele tem que raciocinar, calcular muito bem, porque ele ele toma uma cena do fim, uma do meio, uma do do comecinho, quer dizer, ele mistura toda a filmagem. pois na hora de montar é que ele faz o filme. Mas ele precisa ter tudo isso na cabeça. Então ele precisa lembrar de uma determinada cena que está chovendo, não pode fazer agora, então só vai voltar quando tiver outro dia de sol. Então ele termina aquela, faz outra. Na montagem, tudo aquilo ele precisa fazer voltar outra vez. Isso quanto ao... quanto ao entendimento geral. Agora, eu não sei te explicar como fazer Isso o cinema atual de estrangeiro faz, mas eu não sei te explicar como que eles fazem para que uh o espectador entenda bem o filme, raciocinando por si também. E isso aí é uma questão SPEAKER 1: ###  de som, como que eles... Como que eles fazem? É juntamente com a filmagem? Não. SPEAKER 0: Bom, o problema de som é sempre dublagem, né? ### Ah, no brasileiro? É. O brasileiro é uma dublagem, inclusive, horrível. Não, não () O camarada tá na rua, assim, uma dublagem de lugar fechado. SPEAKER 1: Mas como é que é feita essa essa dublagem? ### Como é que ela é incorporada ao filme? SPEAKER 0: Ela vem... Ah, porque o filme, ele tem... No num dos lados, uma fita, que nem essa, que nem essa aí. ### é uma fita que ah o som dela pode ser encaixado por um meio de uma máquina () no diálogo, no no movimento da boca da pessoa. Então não é necessário que durante a a demonstração do filme que o artista que fez aquela cena fale no mesmo momento. Ele fala e depois a máquina encaixa. Isso na na nas dublagens de filme estrangeiro para passar na televisão é feito assim. O artista está vendo lá o Frank Sinatra, ele ele vai fazer a dublagem do Frank Sinatra. Então ele fala o que está escrito no rote> Ele não pode ficar vendo o filme e e e acompanhar a boca exatamente. Ele vai falando e depois é uma outra máquina que encaixa. Aquilo é uma pessoa que depois é que vai abrir ligar o gravador ou fechar no momento que a a voz tem que ser dita. SPEAKER 2: () Bom, é um filme normal, não du não dublagem. Um filme SPEAKER 0: Não dublagem de filme estrangeiro para televi> SPEAKER 2: SPEAKER 0: Não, é, eu fiz uma comparação que na dublagem do filme estrangeiro para televisão alguém toma o cuidado de o tempo que aquele artista americano levou para falar determinadas palavras que traduzidas são tais do texto o artista tem que falar no mesmo tempo isso eles treinam, fazem oito, dez vezes para encaixar o tempo agora o encaixe do tempo deste tempo, neste tempo é feito por uma outra máquina lá, um outro cidadão então ele encaixa O tempo em português com o tempo do americano. Agora, no filme para cinema, muitas cenas são feitas assim. Muitas cenas que você não vê microfone. Cenas ao ar livre, você não vê microfone. Cenas... Aquela girafa que teria, ou então o microfone escondido, microfone sem fio. Eles não fazem. Todos os filmes, a maioria das cenas, são feitas dublagem. Porque é diferente, eu acho uh, o momento. Precisa muito mais material e deve ser bem mais fácil fazer a dublagem (). Hum. Defeitos técnicos também de iluminação. A gente vê eh cenas ao ar livre que precisa de um pouco mais de luz. Isso, digamos, precisava, lá em Porque agora os filmes virgens estão mais aperfeiçoados, então pode-se tomar cenas internas, cenas internas, cenas externas, sem auxílio de luz, né? Mas as cenas de filmes mais velhos, que precisava, além do sol, precisava de luz, a gente via duas sombras, uma do sol, outra do do esporte. Então, o camarada tinha duas sombras, uma aqui, outra aqui, da cabeça dele. Quer dizer, falhas gritantes, Praias artificiais, praias de cenário, você vê ãh o sol, se o sol tivesse a pique, né? Você vê a cabeça dele aqui, mas depois você vê uma sombra aqui, outra sombra ali. Falta aquela aquela especial cor da luz do sol mesmo para luz natural, para luz artificial. Cenas também de de carros em movimento, outras falhas violentas, camarada que está guiando o automóvel. Você, () quando você está guiando, você fala com a pessoa que está ao lado, você conversa sem olhar para a pessoa muito. Você está guiando. Principalmente se a cena, (riso) a cena colocada aqui, porque é uma uma cena sobreposta, ele está passando muito rápido, porque o carro está em movimento, representando o carro em movimento. Você vê o camarada, ah, tananan tananan, mas como, está correndo, os carros passando do lado, ali, você vê. Eles () conversando ah, não, não, não olha para frente, não (). Isso é falha do diretor, o diretor tem que ver, o camarada está guiando, ele tem que fazer como se ele estivesse guiando. Ele está aí representando, está em cenário, estão balançando o carro, balança o carro errado. ### () Hum... Essas coisas são feias, eu acho horrível num no filme. ### (riso) Eu nem presto atenção no fi> Eu estou com a minha mulher, eu fico falando, mas você viu aquele negócio? Ela ela fala, não, eu estou prestando atenção na mocinha, que vai chegar o... Uh o mocinho vai chegar e você está com onda. Quer dizer, são coisas que... Não sei se todo mundo presta atenção desse jeito. Cenas de de de... Cenas em geral. De tomada de... de outras sobrepostas, a gente vê falhas tremendas. Mas isso tende a melhorar, né? SPEAKER 1: Agora, e no cinema interna> SPEAKER 0: ### Você poderia fazer um... Agora, não, mas o jeito que ela diz é que tem filmes feitos especialmente para televisão. Então ele tem que atender a certas exigên exigências que o outro cinema que o outro filme, para cinema, é mais livre. Televisão não se sabe quem está assistindo. N> <ão eles sempre giram em torno de espionagem, de romance, de pequenos dramas, assim. Não pode ter ou então científico, alguma coisa, e ele não pode ter, como no cinema, tratar de um determinado assunto para para certa classe de pessoas. Tem filmes feitos para () para certa classe, categorias de de de padrão, por exemplo, de... padrão de vida elevado. Outros são feitos mais para... para ter bastante bilheteria, filme do Mazzaropi, por exemplo, brasileiro, filme para para bilheteria. E tem filme também de caráter mais mais científico e tal, para certos tipos de pessoas que se interessam. Ag> O produtor de televisão, ele precisa em uma semana fazer um programa semanal, e precisa em uma semana ele precisa bolar tudo. Então ele tem muito pouco tempo para preparar tudo isso, e às vezes é é muito tempo de televisão e pouco tempo de preparação. Então ele sozinho não consegue, é necessário uma plêia de produtores, cada um cuidar de um detalhe, de um programa, ou vários cuidando de um programa, no cinema não há necessidade de tantos produtores. O pessoal que trabalha atrás das câmeras na televisão, eh acho que vive muito mais agitado do que o do cinema. O cinema, apesar de ter o tempo contratado para se realizar, porque os artistas, conforme os dias passam, eles estão estão ganhando, estão à disposição do produtor, então eles são são pagos e uh são pagos regiamente quanto a isso, porque senão eles reclamam mesmo. E encarece muito mais. Na televisão, dada a disponibilidade mensal dos dos artistas, não há tanto problema quanto a esse aspecto. Cada um tem as suas peculiaridades. SPEAKER 1: ### Falando de... E quanto assim, aos programas que passam di> Era censurado só o roteiro e eles furavam o roteiro. Porque ninguém pode prever que um cidadão lá da do auditório vai tomar alguma manifestação que não está no roteiro. Numa hora, qualquer um cantor que é... O Chacrinha, por exemplo, um cantor que é... que é buzinado, pode se enfezar e falar alguma coisa que ele não Então, a preocupação, acho que, do do do ministro das Comunicações nesse campo foi justamente também, além da censura prévia, evitar o cansaço que eles faziam, que era um abuso, um abuso da paciência, porque o programa é feito com horário contínuo, de longo, Silvio Santos, Chacrinha então, ele ele abusa demais da paciência da tensão do telespecta do telespectador, porque ele provoca sempre suspensos. Para deixar o cidadão sempre ligado no canal. Você reparou que eu falo cidadão demais? Repara. Para deixar o telespectador sempre preso ao canal. Então, prender ãh... Com e com essa prisão naquele canal, poder cobrar mais do (tosse) patrocinador. Sempre, a televisão visa sempre esse financeiro, no caso, é um patrocinador. Então, fica sempre apresentando ãh atrações seguintes. Daqui tanto tempo vamos fazer isso, vamos fazer aquilo. Quer dizer, ninguém muda de canal porque está sempre com uma suspense, está sempre com uma espera de alguma coisa que que possa ser interessante. E isso acho que consideraram. um abuso da paciência. E ah o pessoal às vezes nem sai de casa para ver, para ficar vendo o programa. E e como é mais ou menos psicológico, a mania do das pessoas assistirem televisão, eles se prendem tanto ao aparelho que não fazem outras coisas. E se houvesse mais continuidade, se houvesse menos continuidade de certos programas, mais variedade de outras apresentações, então a pessoa poderia variar de canal, ãh não assistir aquilo, fazer outra coisa. Mas isso não acontece no domingo ou nos dias que tem esses programas contínuos e longos. A pessoa fica viciada e assiste do começo ao fim, quer saber tudo, fica presa às ao suspense. Às atrações seguintes, então. O> parece. Então, o que o Ibope disse se trata de uma verdade, que o canal sete, a televisão Record uh a Rádio Record, a Jovem Pan querem negar, dizendo que eles não têm base para fazer a aquela pesquisa, e fazem a pesquisa da pesquisa, perguntando a todos que telefonam e que previamente são selecionados, só vão para o ar aqueles que dizem o que eles querem né. Se você telefona lá. E a resposta é... Já passou na minha casa? Você não vai para o ar. Vai para o ar um outro com o telefone que diz, não, nunca passou na minha casa. Então, isso é um cabotinismo muito grande da (), aquela emissora uh. Uh outra coisa. Quanto ao ibope ainda. O rádio, por exemplo. apresenta... apresenta muito mais programas para pessoas desocupadas. Desocupadas em tese, que se ocupam, mas que estão com o ouvido desocupado. Deso> SPEAKER 1: SPEAKER 1: Eu já tirei, pode ver. Tirei mesmo. Eu não aguento mais naquele estado. Eu... Ele agora, o nosso correspondente diretamente de Nova York, quer dizer, tudo para dar a impressão que está no ar, que eles estão transmitindo daquele momento. O camarada repetiu tudo o que ele tinha falado antes. Era uma gravação. Outra coisa. Estamos falando diretamente da Bolsa de Valores. Conversa mole. Aquele barulho atrás é gravação. Ele não está na Bolsa não está na, ele está no no no estúdio. Estamos aqui na vinte e três de maio, que está interrompida e tal. Conversa. Ele também está lá. Está dentro do estúdio. () A cabotinice do canal s> SPEAKER 1: ### SPEAKER 0: Ah, espera aí, deixa eu falar um pouquinho do rádio. Ah, pode. Outro dia, eu estava em casa, apareceu um colega lá. Tinha feito... ia fazer exame de madureza. Então ele não sabia exatamente aonde que ele ia fazer o exame, a escola ou o lugar. Então ele falou, olha, eu sei que a... a Jovem Pan... sei lá... (riso) a relação e tal... Eu precisava saber aonde que eu vou ter que fazer exame. Ele falou, ah não tem nada, vamos até lá. Era perto da minha casa. Fomos até o Canal Sete, entrando lá, subimos, descemos, perguntando onde é que era a reportagem. () Bom, quando ele achou a pessoa e ficou fazendo a pergunta que ele que ele queria, eu fiquei xeretando por lá. Entrei em uma sala e nessa sala funcionava toda a Jovem Pan Era uma pessoa que comandava a aparelhagem técnica e o locutor. Então, isso eu achei bacana. Duas pessoas somente comandam uma rádio. Eu não sabia disso. Pensava que () precisava muito mais gente. Técnicos de som. Talvez tenha técnicos de som em outra sala, então... Mas eu não sei. Eu vi naquela sala era a estação de rádio. Então, a pessoa ficava trabalhando num painel cheio de de fitas dessa. Como é que chama isso aqui? Cassete, né? Nesse cassete estava escrito a propaganda com o (), aquele aparelhinho bonitinho. () Está escrito a propaganda. Açúcar União. Café Caboclo. Lo> E ele tinha na mão um roteiro. Então ele sabia que depois daquela fita da do açúcar união, ele tinha que pôr o do café caboclo. Então ele tinha uns dois ou três aparelhos desse que ele já deixava encaixado. Ele só colocava no ar, no momento que terminava a música, que o fulano acabava de falar ou que terminou a propaganda anterior, colocava no ar através de um botão, sincronizava, parava uma, ligava a outra.