Inquérito SP_DID_102

SPEAKER 1: : Então nós gostaríamos que o senhor começasse a dizer assim, onde o senhor gosta de passear, de se divertir em sábado e domingo?

SPEAKER 0: : No sábado e domingo a vida da gente fica mais ou menos também já pré-determinada mais ou menos o que se faz. Passear com a criançada para lá e para cá, um clube, ou senão para o sítio, ou leva um menino que o moleque de onze anos já tem a vida quase que independente. Então vai na casa de um amigo, a gente tem que buscar, tem que levar, e a vida da gente se resolve mais ou menos nisso. Jantar fora, Uma coisa, assim, que sai um pouco do comum, que já está caindo na rotina também. Além disso, futebol, uma diversão, cinema quase nunca, mais ou menos difícil. Muito, muita pouca coisa além disso.

SPEAKER 1: : E dá, por exemplo, para o senhor descrever como seria o clube, () tem?

SPEAKER 0: : Não existe um clube, assim, de comparecimento normal nosso. Nós temos um clube que, inclusive, Eu vou sempre com o doutor Antero aqui. Esse sempre é um espaço mais ou menos grande, entre uma vez e outra. É um clube conhecido em todo o mundo, o Iate Clube Santa Paula. É um clube grande, moderno, tem várias atividades. Tem atividades para toda a família. Então, quer dizer, quando se vai para lá, todos podem se distrair ali ao mesmo tempo, entende? Não tem nada de extraordinário. É um clube à beira de... de represa, apesar de que a gente não pratica nada ligado a, a barco, náutico ou qualquer coisa assim, mas é um clube interessante porque dá para distrair e de uma certa forma a criançada fica segura ali dentro, apesar daqueles riscos normais de, de brincadeira, de distração e tudo, mas até certo ponto eles estão seguros ali.

SPEAKER 1: : Então conta para mim, por exemplo, como que é um campo de futebol?

SPEAKER 0: : Nós costumamos sempre no Morumbi e às vezes no Pacaembu. Eu digo isso porque é mais fácil para a gente que tem ali um lugar já determinado, um círculo de amigos e tudo mais, inclusive estacionamento por automóvel já é mais facilitado. E o futebol é aquilo, uma, uma paixão do, do brasileiro e de nós também, e eu acho que é muito bom porque distrai. Eu procuro fazer do futebol verdadeiramente distração. Se o time ganha, eu comemoro, me divirto com isso e tal. Se o time perde, eu me divirto da mesma forma, apesar de não gostar, intimamente. Mas não deixo isso, vamos dizer, me abalar ou me deixar nervoso, nem nada, acho Procuro encontrar o defeito, o que causou aquilo, se às vezes, se às vezes a gente consegue, mas não deixo aquilo me transtornar muito, não. Eu acho o futebol bom como uma ocasião para a gente reencontrar. Tem alguns amigos que a gente se encontra toda vez no futebol. Fora do futebol, não tem chance. Ficaria dois, três anos sem encontrar. () um ponto de encontro de uma meia dúzia, um seis ou sete amigos que a gente tem é sempre naquele lugarzinho, sempre num, num jogo mais próximo da decisão sempre ali a gente tem certeza de encontrar com eles e várias outras pessoas que a gente acaba conhecendo também gente boa que a gente acaba conhecendo lá no campo mas principalmente esses amigos que lá é presença obrigatória e por exemplo um jogo de futebol ele tem determinadas regrinhas Na hora ali, a gente libera um pouco o ídolo, né? Às vezes a gente reconhece e tal, mas no entusiasmo a gente quer que o time da gente vença de qualquer forma, mas isso nunca é possível. Mesmo que () a atuação da gente para decidir um jogo é nenhuma. É o entusiasmo de uma torcida e tudo mais, mas A torcida, por exemplo, do nosso quadro, do São Paulo, não chega a ser uma coisa assim que, que dá para arrastar um time. Como você disse que a torcida do São Paulo é torcida de de último momento, de decisão do campeonato, e se estiver bem favorável para ele, se estiver mais ou menos, a torcida já não tem tanto entusiasmo. E a gente... Existe um estudo de psicologia sobre o comportamento no futebol, que inclusive eu não estou a par disso direitinho, mas explica direitinho a reação da gente, aquele torcedor que quando entra o juiz ele já não quer nem saber, né, já xinga de ladrão logo de cara, quer dizer, isso tudo tem um estudo, tem uma... um significado que eu não sei ainda, estou sabendo que existe, mas não sei ainda, Mas () a gente vai lá mais para se divertir, né? Eu sou dos que também xingam o juiz. Assim que ele entra (risos), eu já chamo ele de ladrão. Não aconteceu nada aí, então eu já acho que ele () já vai errar, entende? E a gente gostaria que o time ganhasse sempre e tudo mais, como essa semana. Eu estive quinta-feira no Pacaembu assistindo, e eu achei que o São Paulo perdeu, porque tinha que perder. Jogou mal, jogou errado, pelo menos do meu ponto de vista. Eu sou um dos noventa ou cem milhões de técnicos que tem no Brasil, e achei também que o São Paulo jogou errado nesse dia. Então não podia ganhar, não podia esperar que ganhasse. Perdeu normalmente, foi um fato normal que aconteceu. Agora, nessa quinta-feira foi desagradável, porque foi no Pacaembu, um campo que a gente não está acostumado. Inclusive, não, não vi nenhum dos amigos. Vi uma senhora que sempre está lá no Morumbi, que já é conhecida nossa de vista, e achei interessante que quando eu vi aquela senhora, fiquei satisfeito por ter alguém conhecido ali perto. Quando é no Morumbi, já não acontece isso. A gente já sempre sossegado, já cumprimenta lá uns três ou quatro que a gente já passou a conhecer, conforme eu falei. Mas na quinta-feira eu estava lá sozinho, abandonado, com frio tremendo. Depois ainda começou a chover também.

SPEAKER 1: : E, por exemplo, uma equipe de futebol não são apenas os jogadores. Quem, quem forma toda uma equipe?

SPEAKER 0: : Um time de futebol, normalmente, na parte de futebol, é a diretoria do clube, que tem muita influência, influência política e outros vários tipos de influência. O que representa esse time, vamos dizer, na parte técnica de comando, táctico, tudo isso, é o técnico de futebol. () A finalidade é ele, vamos dizer assim, estudar as formas de anular os pontos fortes do time adversário, adaptar o time para um determinado tipo de jogo. Um dia tem que ser para segurar o empate, um dia tem que ganhar, então tem que fazer toda a força por uma vitória. Tem que, vamos dizer, ir regulando os jogadores para que no correr do campeonato eles tenham uma atividade mais normal, vamos dizer assim, um desempenho mais normal, segurando o jogador melhor para o fim. ou fazendo uma, vamos dizer, uma substituição na hora adequada, uma característica de um jogador. E também o técnico tem o, vamos dizer assim, a, a função principal quando os times não andam bem, que é o caso do nosso Corinthians aí, o nosso Corinthians, tão, tão ligado ao seu pai. O técnico leva a culpa de tudo quando está errado, né? A diretoria comete uma série de erros, o time perde e tal, e o técnico está crucificado. Pelo menos naquele dia em que ele sai, até uma semana, quando não perde dois jogos em seguida, aquele terno passa a ser o bom. Depois, quando ele perde, ele recebe o mesmo tratamento e também é corrido, entra outro e assim por diante. Mas, geralmente, uh, quando os times, porque todos os times, em princípio, são bons. Diretorias é que, às vezes, tem uma fase negativa. Eu, pelo menos, entendo assim. Então, quando a diretoria de um time está numa fase boa, numa fase de equilíbrio, o técnico recebe apoio, as derrotas são encaradas com tranquilidade, porque o time está ali para jogar. Perder ou ganhar é outra coisa, é um segundo capítulo. O primeiro capítulo é que interessa. Quantas vezes a gente, eu por exemplo, vejo por mim, vou no campo, o time joga bem, pelo menos na minha opinião, e não ganha, empata ou perde. A gente não pode ficar magoado com o time por causa daquilo, quer dizer, eles fizeram tudo que estava no alcance, o que é desagradável é ver o time perder, o time não anda, parado em campo e o técnico não faz nada, não mexe, então é aquele tradicional brandão burro ou qualquer coisa que se xinga, grita em coro, tudo mais, e não é um sozinho, é uma boa parte da torcida que mostra que alguma coisa devia ter sido feita ali. Então, em resumo, essa, vamos dizer assim, o apoio, a estrutura de um, de um time de futebol, os onze que a gente vê jogando, cinco reservas, que normalmente aguardam ali uma possibilidade de entrada, o técnico e agora inventaram o supervisor, que seria um âmbito, vamos dizer, um comando num âmbito um pouco mais elevado, não só no campo técnico, mas em todos os setores, e depois deles a diretoria.

SPEAKER 1: : E, por exemplo, uh, sim, quais as regras que poderiam decidir uma partida?

SPEAKER 0: : Você diz regras do que?

SPEAKER 1: : As regras que, por exemplo, há certas regrinhas que os jogadores têm que seguir ali para não haver prejuízo lá.

SPEAKER 0: : Não, o jogador, vamos dizer, o jogo de futebol em si é controlado por uma série de regras. O que a gente percebe é que a grande maioria dos jogadores não conhece o mínimo dessas regras, não conhece quase quase nada. Ele conhece praticamente o mínimo para entrar em campo e poder jogar. A gente vê certos erros, certas coisas que o jogador faz, que não tem cabimento. Ele prejudica o próprio time, ele comete uma falta (), mas tudo isso é, de uma certa forma, a gente também tem que entender, porque o entusiasmo dele muitas vezes é tanto, que ele comete, e aquilo já não é uma coisa normal, ele já fez ali uma besteira, uma coisa que passou do seu controle emocional e tudo mais. Isso é, vamos dizer assim, o lado em que ele pratica a coisa é errado, mas consciente. Agora, inconscientemente, o jogador falta, falta de disciplina de atender um comando do seu técnico, de não avançar ou de avançar, porque se o jogador de defesa avança demais, ele se descobre. Se o de ataque recua demais, o time perde a força ofensiva. Então, hoje em dia, dizem que é o futebol moderno, é o futebol sanfona, todos atacam, todos defendem, mas o que se vê não é a realidade, porque, na minha opinião, todos os times perderam poder ofensivo. Tanto que, hoje em dia, três a zero é goleada. E há uns tempos atrás, eu acompanho o futebol desde moleque, três a um era o resultado clássico de qualquer joguinho. três a um ou quatro a um era simples, fácil de acontecer. Hoje em dia, quando um time deslancha bem, faz três gols no outro. Eu me lembro de jogos de, jogos de cinco a quatro, sete a quatro, jogos entre times grandes, Portuguesa, Santos, Corinthians e tudo mais. E hoje em dia, quando dá uma goleada, uma coisa fabulosa, nós temos É tudo defensivo. Fez um gol, volta todo mundo, como a gente diz Até o técnico recua fora do campo um pouquinho.

SPEAKER 1: : Põe o banquinho mais para trás e fica recuado também. E outros tipos de, de esporte, tanto individual como

SPEAKER 0: : Outro tipo de esporte por exemplo, que eu tenho praticado, que me despertou já a atenção, foi o ciclismo, quando eu era mais novo Cheguei a praticar bastante, inclusive. Tem algumas medalhinhas aí. Mas o ciclismo do, do tempo que eu era moleque, de vinte anos atrás, mais ou menos, A gente não tinha apoio nem organização nenhuma () () A gente corria na raça mesmo. Corria com o trânsito nas ruas normais. Entra no meio dos carros, que já eram poucos. () Não tinha nada de lugar especial. Corria pela rua, de um bairro até outro. De um bairro até a cidade e tudo mais. E nós tivemos um pouco de sorte na época. Não sei se foi o vigor, vitalidade normal dessa época e tudo mais. E temos lá em casa um bocado de medalhinha desse esporte. Mas depois, o que me atrapalhou foi, quer dizer, não que atrapalhou, o que impediu que praticasse quando eu estava praticando, foi a época de estudo, que eu comecei a trabalhar e a estudar, e também porque precisava daí comprar uma bicicleta boa de corrida e não dava. A gente corria com bicicleta emprestada até um certo ponto, e de um ponto para frente teria que ser bicicleta da gente. Quando dependeu desse, desse artigo, já não deu mais para continuar, daí teve que parar. Fora disso, aquela prática normal de Outro esporte também que deu para gente praticar bastante tempo, nessa época eu tava fazendo científico no Colégio do Carmo, inclusive disputamos alguns torneios da Gazeta Esportiva, e mesmo depois nas escolas oficiais, foi o vôleibol. () de vôleibol A vôleibol normalmente se joga três ou cinco setes. Cada sete, quinze pontos. Quando a contagem está em catorze, por acaso o empate vai para dezeseis. Por isso que normalmente a gente veja dezesseis, catorze Sempre que há os números pares é porque empatou. () diferença só de um? Nunca fica quinze a catorze Se empatou cator ze a catorze tem que ir a dezesseis Tem que ir sempre a dois pontos a mais.

SPEAKER 1: : quinze a dezesseis pode, não? Não

SPEAKER 0: : Não, porque não teria chance de ficar quinze a quinze Normalmente com quinze pontos encerra o Depois a contagem normal registra três, três a um, ou quando for melhor de três, são três partidas somente, se ganhar duas em seguida termina o, termina o jogo de vôleibol. Quando é o, o sete decisivo, no sétimo ponto muda de lado, para que fique em condições de igualdade, duas partidas ou uma de cada lado, e o último sete vira-se de lado. Normalmente existe a disputa de, de campo, que é feita pelo juiz de linha, que normalmente fica acima da rede, que joga a bola rodando sobre o fio da rede. Paro lado que ela cai, é o quadro que vai dar saída, e o outro escolhe o campo.

SPEAKER 1: : E como que dá saída?

SPEAKER 0: : No voleibol a bola entra em campo pela, pelo saque, que se dá pelo canto direito do time da gente, canto de trás. A bola deve cruzar a rede entre as faixas que existem nas redes e sempre sem tocar. Depois, do outro lado, cada time tem direito a três toques de bola. Considera dois toques se o mesmo jogador, mesmo pegando na mão, raspar no braço, na cabeça ou coisa assim, já são dois toques. Então sempre três toques e passando entre as faixas. Ele não pode ir de fora completamente do campo, lançar a bola sobre o outro campo, o campo do adversário, fazendo com que a bola passe por fora. Hoje em dia, como a maioria das quadras é coberta, existe também um limite de altura. Não sei em metros, mas normalmente é o limite da própria quadra. Se a bola toca em qualquer obstáculo acima, então a bola está anulada.

SPEAKER 1: : E outro tipo de esporte?

SPEAKER 0: : () () então todo mundo aí está falando em xadrez () pensar que era cadeia, não era jogo Hoje em dia já, já se fala em castor, não sei o quê, e tem gente em ônibus jogando xadrez, ou acompanhando partidas por, por jornal, coisa que há uns tempos atrás não se notava.

SPEAKER 1: : assistiu algum partido de tênis? ###

SPEAKER 0: : diretamente, assim não.

SPEAKER 1: : Nem por televisão? Por televisão

SPEAKER 0: : sim () Nas partidas de tênis, primeiro, eu não conheço bem, quer dizer, não dá para gente acompanhar. A gente percebe só que as regras são semelhantes, lógico, com bastante adaptação, é claro, mas semelhantes ao voleibol e ao próprio pingue-pongue, na questão da bola, de tocar no solo, tudo mais. mas assim um conhecimento mais profundo não tem. Também é dividido por setes, também se joga cada, cada lado do campo um tempo, no sete decisivo também se muda do

SPEAKER 1: : lado. E pode ser só de um em cada lado ou pode ser de mais? Não

SPEAKER 0: : Não, no caso do tênis pode ser dupla, né Pode ser individuais ou duplas.

SPEAKER 1: : E as duplas jogariam como dois jogos paralelos ou, não, joga-se

SPEAKER 0: : uma bola somente, uma dupla de cada lado e vale um jogo Geralmente eles dividem o campo em duas partes, um que defende a frente e outro que defende o fundo. Seria, por isso que eu digo que tem uma certa semelhança com o vôleibol, né () No vôleibol também tem os três da frente e os três do fundo. Hoje a regra está alterada que os três do fundo não podem devolver a bola para o outro lado mais. Antes podia, antes qualquer um do time podia. () É. Não conhecia? Inclusive, na primeira bola o jogador do fundo já podia devolver. Inclusive ele devolvia com a cabeça. Se ele dava uma cortada muito forte, ele tocava a cabeça e devolvia para a outra quadra. Mas hoje a regra está alterada. Então é obrigatório, pelo menos, os dois toques que fazem com que a bola já seja, seja sempre passada para o outro lado da rede por um jogador de ataque. Ataque são os três que ficam junto à rede.

SPEAKER 1: : E o xadrez?

SPEAKER 0: : Xadrez é um esportezinho bom. Esportezinho eu estou falando como carinho, né? Não como para diminuir. É um esporte bom, mas que eu tenho a impressão que ainda não dá. Com a vida muito corrida que a gente tem, vamos dizer, não dá para gente parar e ficar, ter a paciência de aguentar uma partida de xadrez. Eu pelo menos penso assim. Daqui uns vinte anos eu acho que eu vou jogar xadrez, mas agora ainda não.

SPEAKER 1: : E o que que decide uma partida de xadrez?

SPEAKER 0: : A partida de xadrez normalmente é decidida por um lance cheque mate, né? Que é o final, é o cheque ao rei. E normalmente quando um jogador anuncia o cheque mate, que ele pelo menos julga que não vai ter mais saída. Quando é um cheque ao rei que ainda tem saída, ele anuncia somente cheque. Então ele faz a jogada e diz cheque. Esse check diz o seguinte, se a outra pessoa, se o outro jogador não defende o rei, não muda o rei de lugar e tudo mais, então o check pode se transformar em checkmate, mas não acontece. Se o adversário já avisou o check, logicamente ele, em alguma providência qualquer, perde uma outra pedra no tabuleiro de menor importância para salvar o rei. Ele pode sacrificar uma torre, um bispo, um peão, qualquer coisa assim. Mas quando não tiver saída de jeito nenhum, então é o checkmate.

SPEAKER 1: : mesmo assim, como que é? ()

SPEAKER 0: : mobilismo é um esporte, por exemplo, aqui no Brasil, () para mim foi uma surpresa o Emerson ter aparecido. Primeiro que é um esporte () gente muito rica. O praticante e todos ligados a ele, normalmente, tem que ter muitas posses E tem que ter muito apoio de alguma firma grande que necessite gastar dinheiro praticamente à toa. Esse à toa que eu digo é fazendo uma promoção e tudo mais. Pode ver que no carro do (), parece que está escrito agora recentemente em Hollywood, cigarro e tudo mais, é que são filmes, vamos dizer, que no mundo estão já esgotadas a parte de propaganda. () Martini Não existe mais um lugar para escrever Martini. Coca-Cola e outros, entende? Então agora parece que eles estão pensando em montar escuderias, que seria verdadeira, vamos dizer, sorvedor de dinheiro, somente para fazer com que aquilo saísse. O caso de propaganda, por exemplo, ter esgotado, nos Estados Unidos, o ano passado, até trinta e um de dezembro, não se podia fazer propaganda de fumo, cigarro, na televisão. Então, o dia trinta e um de dezembro, foi caracterizado na televisão americana por isso. Os últimos segundos do dia foram esgotados com imagens de Marlboro e Camel e outros cigarros todos, mas tudo naquele... Esqueceram até mensagens de fim de ano e tudo mais, porque as televisões aproveitaram, aumentaram os preços, porque eram os últimos momentos de propaganda de televisão, de cigarro na televisão americana. A televisão americana tem certos detalhes interessantes. Voltando a um assunto de propaganda, nós começamos com o automobilismo. Na americana, durante um dia, eu acho que na televisão eles matam. () seis mil pessoas Mas o americano não deixa fazer uma propaganda de alguém ingerindo bebida alcoólica. Pode aparecer no máximo o nome da bebida, fixo, mas sem nenhuma movimentação, sem nenhuma modificação de expressão. Por exemplo, a pessoa está triste, toma um uísque, toma isso, toma aquilo, então fica alegre e tudo mais. E aqui nós temos o famoso tatuzinho caindo no copo, aquele barulhinho e tudo mais, que tem gente que diz que até dá água na boca. Quer dizer, uns cuidam de uma coisa de uma forma, outros de outra. Mas no caso da, da promoção em, em esporte, a corrida que a gente costuma ver na televisão ou ouvir, acontece em duas, três horas, mas aquelas duas, três horas são a cristalização, vamos dizer assim, de uma preparação de muito tempo. Não só da máquina, como do próprio piloto. Nós estamos vendo que em todos os corridos que está participando o Pati, ele pede muito mais para a máquina dele do que para a corrida. E agora, depois que o Fittipaldi conquistou o campeonato, ele tem tido os problemas incríveis com a máquina. Quer dizer, ali não representa, vamos dizer, o sucesso do corredor, não é só ele. Porque se ele mudar de máquina, já não pode ter o mesmo sucesso. Ele pode não ter o sucesso que teve anteriormente. Então eles têm que ter uma equipe muito grande, principalmente de reabastecimento, de assistência mecânica antes, na hora e durante a própria corrida. E tem um problema muito grave também, que é a sabotagem de outras marcas, de outras escuderias, que eles fazem sabotagem, mesmo um verdadeiro crime contra o corredor. Sabotagem modificando a qualidade da gasolina, ou alterando o problema de pneus. Na última corrida agora que o Filipe Paulo esteve, de uma hora para outra, parece que um dia antes da corrida, tinha uma firma americana aí, parece que é Firestone, não sei quem, que dava pneus a ele, num dia antes ele cortou. Então ele não tinha. Aquele pneu não é em qualquer hora que se vende, que se encontra para adquirir. E ele estava com problema de pneus um dia antes da corrida. E sabe que naquela pista, por exemplo, esse caso foi a corrida na Itália, havia necessidade de um pneu especial porque a pista escorregadia e estava chovendo a semana inteira. Então () contava com aquele pneu especial fabricado pela Fas, acho que é Fas, não tenho certeza, por essa firma, vamos dizer assim, e um dia antes falhou. Então ele se viu, de um maior ponto, com esse problema, que parece que não é nada. Mas é, é bastante importante um pneu raiado de uma certa forma para evitar derrapagens e tudo mais. E o sucesso dele já não foi tanto, teve que até abandonar a corrida depois por outro problema. Mas o problema então do automobilismo é esse. A gente vê aí que na cidade, principalmente por aqui, a molecada brinca muito com automóvel, roda larga e tudo mais e tal, mas lá na pista não se consegue. vamos dizer, com essa facilidade. Por isso também que o brasileiro pratica muito mais o futebol. Faz uma bola de meia e dá para divertir vinte e dois No esporte não, no esporte individual ele já puxa para si. Quer dizer, o preço da prática desse esporte já muito grande

SPEAKER 1: : O senhor falou em escuderia. O que é uma escuderia?

SPEAKER 0: : Escuderia é o nome que se dá para os clubes que reúnem, vamos dizer, esses debilóides metidos a bólidos e que dizem que são corredores. Quer dizer, desses todos, um é corredor, os outros noventa são que não tem o que fazer. Então fica tirando miolo de silencioso de carro, abrindo tala de carro que não pode abrir, estraga a suspensão de gordinha e assim por diante. Então eles pertencem a uma escuderia, um clube de corredores.

SPEAKER 1: : E outros esportes individuais?

SPEAKER 0: : Outros esportes () Para prática ou a opinião nossa?

SPEAKER 1: : Prática assim

SPEAKER 0: : Prática eu acho que não tenho mais nenhum outro esporte que eu me lembre.

SPEAKER 1: : Ou mesmo assim, de opinião, de ouvir falar... Boxe. Ah, isso é ótimo (risos)

SPEAKER 0: : É ótima opinião, né?

SPEAKER 1: : Não esporte.

SPEAKER 0: : para gente como que é. O boxe eu não gosto. Acho que é um esporte errado, que não é esporte. Porque isso podia ser quando o homem valorizava a força física. Hoje em dia, que o que vale não é mais, felizmente, não é a força física. Eu acho que um torneio, tipo uma luta de boxe ou qualquer coisa assim, não representa, para mim não representa nada. Boxe, luta livre, tudo isso não representa. O que pode representar é a força física aliada ao raciocínio. É o caso do japonês que aprimorou, levando até o ponto de considerar a religião vários tipos de ataque e defesa, né Sumo, Judô, Karatedô, tudo isso. Isso sim porque existe () uma coisa é feita quase no caráter científico de defesa e domínio do adversário e são poucos os golpes, vamos dizer, fatais para o adversário. Existe o ensinamento, disciplina. Existe, por exemplo, no próprio Judô e Karatê, que muita gente não sabe, no Jiu-Jitsu existe certas técnicas de respiração, que a pessoa aprende a respirar. Diz até que com essa prática pode sarar de asma, bronquite e outras coisas que são deficiência da forma da pessoa respirar. O fato do, do indivíduo respirar na toda a prática esportiva é, é, vamos dizer assim, é primordial. Na natação, por exemplo, quem não sabe respirar não pode fazer prova nenhuma. Não adianta esforçar o organismo ao máximo e depois querer respirar demais, que não () Tem que ser uma coisa cadenciada, uma coisa harmônica. No ciclismo também tem que ter uma, um controle de respiração quase que perfeito. Quanto mais se consegue isso, mais rendimento a gente tem. Senão a pessoa vai gastar, vamos dizer, num esforço físico mais do que ela pode e depois o organismo vai se ressentir mais ainda. Então vai haver uma depressão maior. Por isso é que se usa muito doping, bolinha, esse negócio esporte () O organismo gasta a energia que não tem. Então na hora a pessoa está elétrica, movimenta, está lépida, faz o que não é capaz de fazer, sobe em parede e tudo. Mas depois que o organismo vai, iria gastar aquela energia que ele, vamos dizer, iria gastar, iria ter que repor aquela energia que ele gastou e não tem condições. Então esse esforço, vamos dizer, não sobrenatural, seria não normal fisicamente e que vai causar maior dano para o atleta.

SPEAKER 1: : O senhor fala que gosta de música, então vamos () para a música. Qual o tipo de música que o senhor gosta?

SPEAKER 0: : Qualquer música.

SPEAKER 1: : Dá para o senhor dizer assim alguma?

SPEAKER 0: : Quase todas as músicas, porque dentro de todas as músicas, para mim, dentro de todos os tipos, todas as espécies de músicas, existem as boas e as ruins. Tem trecho de ópera maravilhosa e tem ópera que a gente não aguenta ouvir cinco minutos. Então não é por esnobar que o senhor vai dizer, não, eu gosto de ópera, então vou numa charopada qualquer. Tem sinfonias maravilhosas e tem a nossa sinfonia inacabada lá que para ouvir até a metade precisa ter muito estômago. E tudo tem a sua hora também, né? Tudo tem a hora. Uma hora que a gente está mais triste, acho que uma música mais suave, coordena mais, faz a gente cair () mais na realidade e daí pode se restabelecer mais, mais depressa. Mas pode perceber que toda e qualquer música é boa. Tem músicas japonesas, músicas de Israel, músicas, vamos dizer assim, uh, românticas de Israel, são maravilhosas. Principalmente a letra, o que diz. Se a pessoa tiver a chance de saber exatamente o que está dizendo ali. É como a música italiana. A música italiana não morre nunca. Nunca vai morrer. Tanto a música romântica popular como a música de ópera. E agora teve essa época negra da música italiana que recebeu aquela influência da música americana, então ficou uma mistura. Não ficou nem o jazz americano, nem a música pura italiana. Então estragou as duas. Também é a mesma coisa, o jazz americano, uma música sul, uma música protesto, eu acho que é uma coisa maravilhosa. Mas não é aquele exagero de pôr três dementes lá, e tocando cada um que quiser, e parece, como diz o Chico (), se conhecer agora, entende? Nunca viram um outro anteriormente. Esse festival, esse último festival que teve. Prova de que é um fracasso total que não se ouviu um comentário de uma música. Cada um fez o que quis, fez demonstrações técnicas de instrumento. Porque aquilo não é música. Eu vi uma, eu ouvi uma música, que graças a Deus não sei o nome nem, que o sujeito ficava lá fazendo o instrumento subir, descer, não sei exatamente qual era o termo, mas dando graves e agudos e tal, mas música ele não estava fazendo. Estava fazendo uma demonstração de que aquele aparelho era muito bem manejado por ele, mas aquilo não era música. Então toda música é bonita. Uma moda de viola é muito bacana. Já ouviu uma moda de viola? Perceber a suavidade, a simplicidade da música. E tem uma letra, tem uma história, tem uma muito melhor do que essas modernas de agora, O sujeito, para mim, é uma, uma turma, vamos dizer assim, de impostores na arte, na música, na ciência e tudo mais. Então eles idealizam um negócio que eles dizem que é o supra-sumo. Então, se é o pessoal que diz que gosta de arte não acompanha aquilo, se acha desatualizado. Então aparece lá, meia dúzia, o sujeito olha para o quadro, mas que quadro lindo, o que você está vendo? Bom, espera um pouco. Então ele pergunta para o autor o que o autor fez. Daí ele passa a ver aquilo. Entende? Então não é uma reprodução de arte. Se isso for arte, então Aleijadinho era louco, Michelangelo era louco. São coisas que ficaram aí até hoje, não são quadrinhos que a gente fez e pendurou na parede. E esses modernos, o tempo, vamos dizer, a vivência da arte deles pode ser o quê? Cinco anos, dez, nem isso. Talvez eles estejam avançados demais e a gente realmente não entende. Mas é, muita gente avançada é que, vamos dizer, sobe e depois cai com tanta facilidade como subir. É que existe público para tudo. Existe gente para tudo, gosto para tudo. Então, se ele pega uma coisa quadrada e diz que é redonda, se ele tiver uma opinião já anteriormente confirmada como opinião boa sobre qualquer assunto, então vamos puxando e a gente vai achar que aquele quadrado é redondo. Entende? Para mim, arte é isso. Arte é reprodução do belo, é cultuar o belo. Arte é uma batucada, como é uma sinfonia muito bem tocada. Tudo isso é arte. Mas já não é a deterioração da música. () Nem a deterioração de... A gente está olhando para um quadro e não está vendo nada de belo. vai dizer que aquilo é surrealista, é não sei o que lá, é metafísico. Então, isso é muito bem. Ele aplica na psicologia, na parapsicologia, mas não vai aplicar na pintura. Pintura, para mim, é a reprodução de alguma coisa. Pode achar que é quadrado, é questão de, de poesia. Comparar um Castro Alves, qualquer outro tipo de poesia comum, tradicional, com as poesias modernas, que sendo aquela pessoa, então ele não precisa de rima, não precisa de métrica, não precisa de folia, não precisa de nada. Porque é ele. Mas se eu fizer a mesma música ou a mesma poesia, então eu sou louco, eu sou impostor. Ele não, porque ele já tem um nome ou qualquer coisa, então de repente ele muda aí. A coisa cai por terra, tudo que se sabia não é mais. A partir daquele dia é diferente.

SPEAKER 1: : A execução de uma música depende muito do tempo, do tipo de música, certo? Certo. Por exemplo, para cada tipo, () quais as pessoas poderiam tocar a música?

SPEAKER 0: : Eu não entendi bem. Você diz moça, velho, qualquer coisa assim?

SPEAKER 1: : Não, ()... Com relação ao tipo de música? É. Quem tocaria, por exemplo, uma ópera? Que tipo de...

SPEAKER 0: : Eu acho que a música não tem dono, () a música vai contra as ideias de nacionalismo, a música é internacional para mim. E tanto internacional como país, como lugar, origem, nascimento, qualquer coisa assim, como para pessoa. Eu posso dizer isso pela nossa orquestra lá. Nós temos moços e velhos, branco, preto, japonês. Entende? Quer dizer, a música, todo e qualquer tipo de música pode ser tocada por qualquer pessoa. Tem que sentir aquela música, tem que gostar daquilo.

SPEAKER 1: : Não, eu disse mais no sentido assim de, por exemplo, de uma orquestra. tem determinado tipo de música que ela poderia executar, não todo

SPEAKER 0: : Normalmente costuma ter uma certa linha, né? Ela tem condições de tocar qualquer música. Mas geralmente ela... Mas ela tem que acompanhar um certo... um certo tipo de música, assim. E que tipo de música, por exemplo, tocaria em uma orquestra? Que tipo de orquestra? () ()

SPEAKER 1: : () pergunta () música assim popular

SPEAKER 0: : Né? Geralmente tocaria em uma música mais... Não, a orquestra, normalmente, quando se diz orquestra, sinfônica ou filarmônica e tudo mais, não toca, não costuma tocar músicas populares. Toca trechos líricos ou músicas finas, músicas clássicas ou qualquer coisa assim, que sejam populares, porque o popular que a gente costuma dizer, vamos dizer, eu encaro a música popular não só aquela música samba, música comum, como também uma música fina. Outro dia não tinha aquela gravação da Sinfonia quarenta de Mozart, virou música popular.