SPEAKER 0: Gravação, dia trinta de set> Então gostaria que você perguntasse. SPEAKER 0: Certo, é nós gostaríamos também que o senhor fosse explicando. O senhor falou montan> Seria possível isso? E> Então, não. E> Ela some no horizonte ou surge naturalmente para quem se colocasse na mesma posição sempre, eh, como assim uma coisa majestosa, entende? De respeito, impõe respeito, impõe um certo, () () o Porto, seria tido como um ponto de de atracação de de barcos, de que transportasse barco de todo porto, é claro, né? Que transportasse, seja os produtos colhidos no mar, os, digamos, os peixes, as riquezas do mar para fins de alimentação e, e ao mesmo tempo, transportassem essas cargas todas e minérios de que a civilização moderna necessita, tá bom? Pergunte o que vocês quiserem além disso. SPEAKER 0: SPEAKER 1: Não, o porto, nesse caso que eu focalizo de Santos, ele se encontra j junto do canal de entrada, vamos dizer assim na, quase na desembocadura da daquele daquela conformação geográfica ali de entrada do porto, certo?  Teria o nome, o canal. O porto normalmente a gente acharia mais interessante ficasse num canal porque é um ponto mais protegido, entende? contra as vagas e contra, vamos dizer, qualquer modificação de tempo ou ou de condição. Me parece ele mais estável num num canal, junto à montanha e, no caso de Santos, junto à praia. A onda seria, vamos dizer, o resultante da movimentação do vento, da pressão do vento contra, contra, naturalmente, a costa. I> Isso, entendimento simples que eu tenho da coisa. O canal seria uma formação geográfica ou uma articulação geológica resultante de entrada e saída ou do vai e vem da água do mar contra uma determinada montanha e naturalmente com o tempo aquilo foi tomando uma conformação atual. É atual conformação estável, acredita-se estável.  Há milênios houve um desgaste de uma determinada região onde a água bateu, então geologicamente se explica que seria um canal natural, certo? Agora o homem pode também introduzir nesse canal uma série de melhoramentos e às vezes se presta então como um ponto mais seguro para a finalidade de porto, que eu focalizei antes. Então o porto seria uma estrutura contínua, situada talvez de um ou de outro lado da margem de um canal, ou dos dois lados, conforme as necessidades, e que abrigue armazéns para estocagem de mercadorias em pontos de embarque e desembarque de mercadorias e pessoas. Agora, perguntaria a você outra coisa, diga o que você pretende. SPEAKER 0: Ai, assim, eu não sei. Bom, e, e dentro dessa dessa paisagem de praia, o senhor prefere uma, que tipo de praia, o que ela deve ter para () SPEAKER 1: Certo (limpa a garganta). Focalizando assim, para quem conhece um pouco o litoral paulista, vamos dizer, desde norte até sul, eu tenho essa possibilidade de ter conhecido, eu voei. no litoral, fazendo uma viagem especializada, digamos assim, com finalidade de construção de estradas, mas eu voei desde São Vicente, na Praia Grande, até o porto de Paranaguá, sobrevoando um pouco mais adiante o interior do Paraná, depois voltando pelo mar. Então a ida foi pelo continente e a volta foi por alto mar, altitude baixa, trezentos, qua> O que eu vi é o seguinte, que a praia que mais agrada é a praia mais isolada e a que menos gente tiver, no sentido egoísta. É claro que a gente não aguentaria dois dias sozinho numa praia, dependendo da companhia, talvez, mas não seria oh humanamente possível e nem lógico. Tudo se esgota, tudo se cansa. Agora as praias mais lindas são as de águas mais, assim, contrastantes, vamos dizer, verde claro, O verde azulado, onde a gente veja contraste de tonalidade, entende? Não uma cor única. Uma cor única é uma praia monótona. Uma cor azul, simplesmente azul, você olha uma vez e não vê, não há assim nenhuma diferente. Então você sente que aquela praia é de muita calma, muita placidez, mas não tem vida, é azul. As águas muito paradas, entende? E normalmente a gente gosta de uma praia um pouco agitada. Me parece que a praia agitada dá um pouco mais de dinamismo. Mesmo que a gente esteja descansando, é um descanso dinâmico, entendeu? Descanso de quem está alerta, na expectativa de alguma coisa e não sabe o que é. Aí um pouquinho de, talvez, filosofia da vida, isso a gente aprende com o tempo. Pergunte mais alguma coisa, eu gostaria. SPEAKER 0: Que mais teria, por exemplo, nessa praia? Bom nessa praia SPEAKER 1: Éh se s sem ser os seres humanos, vamos dizer assim. Bom, o ideal, uma praia que se apresente como tal (risos), eu acredito que deva ter uma areia muito clara, de preferência, não areia escura, de granulação fina, porque ela oferece hm parece assim um aspecto mais acolhedor, pedras contrastando na paisagem, porque contraste em paisagem numa praia necessário, uma praia lavada, uhm vie vamos dizer assim uma praia pura. Como é uma praia grande, é uma praia monótona entende Dez, vinte quilômetros de praia não tem vida. E a praia grande perde porque a areia não é clara. Se a areia fosse alva branca, eu acredito que seria uma areia muito mais ãh acolhedora, entende? O paulista vai porque não tem onde ir, senão ele iria para umas praias de muito mais aspecto, vamos dizer, agradável, dá ideia de maior talvez limpeza, entende? Apesar de não ser essa a impressão. SPEAKER 0: E não haveria vegetação nessa SPEAKER 1: Bastante vegetação. Sem vegetação talvez a praia não tivesse significado. Quer dizer, uma vegetação antes da praia seria assim, o contraste entre a montanha que que desce até o mar, se encaminha até o mar, e depois ao lado. A gente sempre entende mais ou menos as coisas num horizonte mhm éh mais ou menos éh restrito. À direita, montanha, pedras e o verde das das árvores. E À esquerda, vamos dizer assim, talvez um contraste de mais, parte plana da praia. Mas não pode morrer em mar, entende? Toda vez que a gente contempla uma praia, eu já tive a oportunidade de contemplar isso inclusive, no Rio de Janeiro também, a gente nota o seguinte, que se a praia morrer plana, se ela permanecer plana, a gente tem a ideia de um horizonte de desespero, entende? Não tem um horizonte de alegria, de satisfação. Então, se a praia for for confinada fisicamente, essa praia é muito mais agradável. E com todas essas riquezas de vegetação, de areia alva pura, limpa, da ideia de de equilíbrio maior da natureza, de águas de contrastes gris gritantes, talvez para o verde, para o azul, e um sol.  Sem sol, praia não tem significado. Sol na praia é a alma, e o resto é beleza, claro, a mulher, não põe homem n (risos) Poucos homens e muitas mulheres, certo? Pois não, perguntaria o que você quisesse agora. SPEAKER 0: Teria, por exemplo, na praia, teria alguma elevação assim de areia? SPEAKER 1: Bom, as dunas, talvez, quem conheceu, sei se, não sei se conheceu as dunas da Praia Grande, eram não eram não eram de areia muito clara. Mas a duna oferece, assim, para nós, que não conhecemos o deserto do Saara, se você conhecer, me diga isso. oferece uma um contraste geográfico bastante interessante. A gente vê duna e nunca pegou, entende? A sensação da criança que queria pegar a areia e ver se ali formava uma montanha ou o vento conseguisse formar uma uma duna artificial. Quando você conhece a duna, você vê que éh é uma formação geológica bastante interessante e agradável. Uma resistência, vamos dizer, da própria... do solo do do do da praia ao vento e à água. E é um ponto alto de de observação de qualquer pessoa que se sinta assim eh ligada demais à terra entend> Você numa duna se tem uma sensação de equilíbrio, de liberdade, assim como quem vai voar. É claro que a imaginação que está funcionando não voa coisa nenhuma. Então a gente sobe, corre, desce e todo adulto numa duna se comporta como criança. Então a praia deveria ter dunas porque ela se torna muito mais agradável entende Uma praia plana, que eu disse, uma praia plana é sempre um ponto assim, medíocre né da vegetação, da natureza, entende? SPEAKER 0: Da paisagem. E teria, por exemplo, alguma localização assim, onde tivesse onde se vigiasse chegada de navio, essas coisas? SPEAKER 1: Depende muito da pessoa, entende? Ou depende da vez da situação. Quando você está com talvez, preocupado, puxa um pouco sempre para o lado humano das coisas, entende? Ou a situação espiritual da gente. Você vendo o movimento de vai e vem no porto, Então você tendo uma praia nessas condições, acredito que a praia seria muito mais rica de detalhe, de contraste. Porque a gente deve em geral procurar o o contraste. Entende Me parece muito mais agradável na vida a gente procurar o contraste entre o bom e o ruim, o feio, o bonito. A gente vive disso, né? Vive de comparações. Não que faça isso habitualmente, mas vive. De modo que a praia que tivesse entrada e saída de navios seria uma praia muito mais completa. Ou então de barcos de pesca, entende? Não só de navios em grande calado, porque esses não teriam significado nenhum. Você só fica ficaria contemplando o pessoal se despedir de quem? Se não passaram ou não pararam ali perto de você. Então não é de você, é de qualquer pessoa. Então de qualquer pessoa não tem não tem sentido a mensagem deles, entende? É uma mensagem no vazio. O vazio no vazio, né? O vazio contempla o vazio que passa, que é um navio grande, cheio de gente, que vai buscar outro vazio noutro lugar. Então não tem significado nenhum. Eu acredito que uma praia completa deveria ter também esse atributo, dependendo do que você procura espiritualmente. Se você procura descanso, a praia deve ter, tudo menos os navios que façam muito alarde. Seria o caso de colocar um barco a motor numa praia tranquila e você vê que quebrou completamente o sentido. Entendeu colo, Quer dizer, colocar a agita agitação da da da vida moderna na praia seria a morte. SPEAKER 0: Existe algum tipo um outro tipo de barco que possa ser coloca> Outro tipo de barco? SPEAKER 1: Um barco a remo seria o ideal. Que não fizesse barulho, quer dizer, que não não não oferecesse assim ponto de de de de concentração de atenção. A gente quando vai à praia não procura concentrar atenção em nada. Só na beleza da natureza e das pessoas que se encontram lá. Principalmente da juventude, claro. SPEAKER 0: E além da da paisagem da praia, existe uma outra paisagem que que que lhe agradasse deixando de lado de lado SPEAKER 1: É, eu acredito que sim, viu? Eu acredito que quando você entra numa num numa floresta fechada, como eu disse no início, quando nós estamos conversando, quando eu entrei de Mogi a Bertioga, disse, então, a serra, a gente sente a riqueza da natureza, entende? Porque há pontos onde o verde se torna praticamente preto. É tão escuro que é quase preto. Então você tem a impressão que está pisando em cima de musgo. E tem realmente muita pedra coberta de musgo, então o sol não entra lá. Ali dá um certo sentido de claus  de claustrofobia, a gente se sente mais ou menos em pânico, entende? Tá meio apertado, o horizonte se restringe, a gente então sente um se um vazio na alma, () Puxa, me encontrei na porta do inferno, deve ser parecido. Escuro, verde e o sol não entra. Agora, depois que a gente vence esse ponto, por isso que eu digo o contraste que é agradável na vida, a gente se sente muito mais feliz, entende? Você vê então o sol entrar pela montanha, escoar, os raios luminosos entrando, no meio das das do espaço entre as árvores, e a gente dá então mais valor, ver a árvore pequena, a árvore maior, ver o equilíbrio de natureza. Nos pontos fechados a gente se sente constrangido. Não tem medo porque não está sozinho, talvez sozinho tivesse medo. Mas que é um contraste bonito é por causa do verde, entende? O verde nas suas nuances mais diversas, as flores, entendeu? Algum pássaro que a gente vê, um canto de pássaro na floresta, é a coisa mais linda do mundo. Porque não tem ninguém lá falando. Se todo mundo ficar quieto, forem mais de duas pessoas, e se ninguém fizer barulho assim excessivo, você ouve os grilos. Tudo quanto é tipo de inseto voando, quando pelo menos a a mon a floresta é rica, é claro. Não sei porquê. Mesmo que a gente não queira tomar água, mas é uma sensação muito boa, muito bacana. Pelo menos foi assim que eu senti viu Faço muitos anos, uns dezessete anos já. Mas foi um passeio maravilhoso, viu? Muito bacana. Pode perguntar. SPEAKER 0: E que tipo de terreno, (), de uma floresta? SPEAKER 1: Você encontra na floresta éh tudo que você pode imaginar, viu? Desde o terreno meio árido, seco, entende? Com vegetação rasteira, uma vegetação pobre. E é uma zona, então, que a gente sente onde que está sendo recebido, mal recebido. É zona que eu chamaria de setos rasteiros, cobras e e lagartos, quer dizer, ali não é lugar para gente viver. Então aqui a gente sente uma certa agressividade na natureza, entende? E as aves também são pobres. Isso no começo, digamos, é algum trecho de montanha. Depois, ao pé da montanha. Em seguida, quando a gente entra na montanha, o solo se transforma num solo coberto de vegetação. E onde a gente escorrega com grande facilidade. Aí é que vem oh aí é que vem asquela aquelas comparações interessantes. Você pensa, bom, o índio aqui andava e não escorregava. Por que eu ando e escorrego? Porque aí você está calçado. Aí você tira o sapato e sente o contato íntimo tremendo com a natureza, entende? Como se a gente estivesse recebendo uma dose de energia fora do comum. mas depois chega a conclusão muito triste que é melhor colocar o calçado de novo porque você naturalmente pode acertar o pé em uma pedra ou então encontrar uma cobra e passar um susto que não vale a pena. Né, e daí quer dizer A montanha então oferece isso, ela Agora em outros pontos você vê debaixo da montanha uma zona pisada, quer dizer onde em geral o homem já foi caçar ou a passeio. com vegetação muito pobre, mas que sempre representa assim, digamos, o equilíbrio da natureza que foi possível se realizar naquele ponto. Não se sabe porquê. Talvez ah  troca de a troca de de energia entre o solo e as árvores grandes, as de grandes porte e pequeno porte, deram aquela paisagem diferente. Vegetação pequena, rasteira, tipo grama, e depois as árvores frondosas de dez doze, quin>  que impõe respeito. SPEAKER 0: Sim. SPEAKER 1: A praia de Bertioga. O problema surgiu quando nós tivemos que atravessar a Cabeça de Negro, que é uma elevação muito grande que tem lá, seguida de um espenhadeiro de uns duzentos metros. E nós estávamos perdidos ha uma hora no local. Ele acaba, ele tem um lugar determinado para acabar? SPEAKER 1: ### Normalmente, quando a gente acompanha, vamos dizer, no caso numa numa, num estudo qualquer de terreno, ou a gente percorre uma estrada para fins de estudo e projeto, a gente observa o seguinte, que nasce de um filete de água muito insignificante, que se soma, a ele se soma a uma série de outros filetes, de água de infiltração do lençol freático, e depois a gente observa o seguinte, que O rio termina, no caso de de de Bertioga, por exemplo, termina no mar. Então ele deságua no mar, desaparece no mar. Como todo rio, desaparece no mar, é claro. Mas alguns rios menores des descarregam suas águas nos maiores. Então eles morrem noutras águas, entende? SPEAKER 0: E existe nome para, para isso não? Esses rios que SPEAKER 1: Bom, seriam os afluentes, né? Os rios que formam um grande rio seriam os afluentes. O rio e seus afluentes. Ele nasce nas nas cabeceiras, que a gente diz, e se põe na foz, não é isso mesmo? SPEAKER 0: Certo? Uhum. Por exemplo, lá na lá no Norte, há um fenômeno muito importante, assim, da água de um determinado rio com o mar. SPEAKER 1: Do rio Amazonas com o mar, certo. SPEAKER 0: Que fenômeno seria esse? S> SPEAKER 1: Seria o encontro das águas do rio, á águas barrentas, que é o caso do rio Amazonas, ele deságua ali na foz da ilha de Marajó e ele encontra as águas do mar que tem tendência, vamos dizer, de avançar contra a costa. De modo que no contraste das duas, ou no encontro das duas, se origina um fenômeno de hidrologia que seria um convulsionamento, digamos assim, um turbilhonamento das dois tipos de água. E> E o contraste é maior por causa das cores, da água azul do mar, digamos assim, por causa da altura ou espessura muito grande, com a água barrenta do rio, água vermelha. No contraste final eu não teria que cor seria, mas pode-se imaginar. SPEAKER 0: O senhor falou em costa. O que é uma costa? C> SPEAKER 1: Costa para mim seria uma formação geográfica, éh, que mostra a separação do continente e do mar. Uhum. SPEAKER 0: O senhor que já viajou muito, já teve oportunidade de ficar em alguma paisagem, por numa ilha? Já teve alguma experiência desse tipo e podia descrever como é que é? SPEAKER 1: SPEAKER 0: SPEAKER 0: Então o fato dele poder ou não ter uma embarcação depende basicamente do barco? SPEAKER 1: Não teria alguma coisa, por Não, eu acredito que... Não, a água não ofereceria dificuldade, a não ser se fosse trecho de corredeira. Quer dizer, trecho bastante alterado, de alta velocidade, com con com diferenças de nível. E você não poderia percorrer com barcos comuns. Teria que ser um barco esportivo, né? Como acontece nos Estados Unidos e na Europa. E E aqui no Brasil, acredito que nós não tenhamos esse tipo de esporte. O esporte é muito mais nos Estados Unidos. Éh  E na os Olimpíadas de Munique houve. () Não houve, houve. SPEAKER 0: E em países onde há muito frio, há algum obstáculo assim em determinadas épocas do ano? Aos barcos? Para o para () SPEAKER 1: Existe, existe existe Pelo menos o que se conhece de leitura existe. Tanto que os navios modernos, inclusive petroleiros, quando eles devem atravessar uma região dos polos em geral nos mares gelados, vamos dizer assim, ou semi-gelados, eles têm ãh uma estrutura incorporada ao barco que deve romper ah crosta de gelo que cobre o mar, certo? Eles devem estar aparelhados para romper, senão eles teriam ficariam entalados. SPEAKER 0: E tem um nome especial isso ou n? SPEAKER 1: Eu infelizmente não sei o nome, mas já verifiquei em muitos petroleiros que têm chegado a Santos. Eles têm uma formação esférica assim, diferente. Uma parece uma semi-esfera colocada na na proa do barco né  Na proa do barco. Não sei o nome especial. Deve ser um quebrador de gelo. (Risos) (risos) () Porque eles têm navio quebrador de gelo, mas a peça deve ser um quebrador de gelo. SPEAKER 0: E quanto a esse pedaço de gelo, tem algum nome especial? SPEAKER 1: Bom, no caso, para nós que nunca tivemos pedaço de gelo na mão a não ser da geladeira, seria um iceberg, né, que se conhece, pelo menos no estudo de Geografia é iceberg. SPEAKER 0: Certo? Nós falamos assim da paisagem, mas nós não não estudamos assim o tipo de moradia de acordo com a  Com a paisagem. SPEAKER 1: É certo. A paisagem, eu acredito, e dependendo do país, é claro, a paisagem determina a moradia, entende? Isto é, a paisagem não só. Eu digo as condições locais e as condições econômicas. e da sua situação também. Condições locais, quer dizer, clima, vamos dizer, difícil. tipo de construção. Madeira dificu madeira de extração difícil ou que tenha que ser transportada de uma região muito afastada, determina um outro tipo de construção. Certo? SPEAKER 0: E o senhor pode dizer assim, localizar em cada paisagem um tipo de... Posso, de certa forma para você, posso. SPEAKER 1: Ali junto de Santos, por exemplo, na Baixada Santista, no Casqueiro, você tem umas casas do tipo que eles chamam palafitas, né? Casas sobre uma sobre estacas, e a casa ficando a um metro, metro e dez, ou em torno disso, da superfície normal da das marés. Então, quando a maré é muito alta, é possível que se consiga eh um tipo de moradia à prova de de enchente. Desculpe-m> SPEAKER 0: ### (riso) O que que é uma maré? Maré  SPEAKER 1: seria o seguinte, seria o movimento das ondas do mar que obedece uma determinada escala de alturas. Elas terão uma escala mínima, isto é, uma superfície mínima, e depois uma superfície máxima. E> Então, nós teríamos uma maré vazante, vamos supor assim, e depois uma maré enchente. No caso da paisagem de Campos do Jordão, vamos super, zona fria, de muita floresta, de pinheiros, de ciprestes, o ideal seria uma casa de madeira colocada acima do solo e com madeira naturalmente envernizada, bem cuidada, né? Madeira rústica, mas bastante bem cuidada, pelo menos na parte interna. Na parte externa poderia ser a madeira natural cortada. Uhum. Eu () assim, janelas amplas, uma lareira, não passaria, deveria existir uma lareira de pedra para poder dar um pouquinho de calor na época fria. SPEAKER 0: E a paisagem em si, como seria? A paisag> SPEAKER 1: SPEAKER 0: E de altitude. O que que é altitude? Al> SPEAKER 1: ### Eu acredito que isso seria o mais bonito da montanha, é o contraste de alturas e de picos, formação de picos e montanhas. Quer dizer, todo aquele contraste que a natureza deve oferecer. SPEAKER 1: Mais para baixo é umas denominações, eh, clássicas que hm às vezes no momento foge, viu? Quando a gente focaliza numa coisa, a gente deixa de focalizar a outra. Desliga, viu? o arquivo. SPEAKER 0: (risos) Você falou em pico, o que é o pico? SPEAKER 1: O pico para mim seria uma elevação de de terra bastante elevada, entendeu? E> Ele não teria dúvida, mudando o clima, inclusive modificando o clima, fazendo baixar e elevar a temperatura, né? E> E também dando para a gente condições de se sentir mais, ãh sentir vamos dizer, mais éh disposto ou menos disposto é o caso de Santos. Quando bate o Noroeste, todo mundo fica fica mais ou menos convulsionado, fica afetado, não se sabe porquê. SPEAKER 0: Em Campos de Jordão, teria, assim, alguma paisagem que tivesse água? Bom junto éh não tem do> SPEAKER 1: SPEAKER 1: SPEAKER 1: Sim, bom seria uma bacia de de de sed uma bacia de de acumulação de água. Seria um reservatório natural. Certo?  Ou um lago. Seria um lago. Eu só vi um bom lago de n de avião, mas não vi um lago assim, sem ser de uma forma... éh dessa quer dizer, como um percurso qualquer comum, entende? O mais bonito que eu achei foi um lago que existe na Serra do Mar natural. SPEAKER 0: E, por exemplo, em São Pedro, que são as águas, por exemplo? O Araxá, qual que é o tipo assim? SPEAKER 1: Bom, eu vou dizer talvez para você de poços de Caldas que Araxá e as outras cidades eu não não frequentei, eu não não cheguei a... É, o () Poços de Caldas, as águas para oferecem um... tanto contraste de gosto, como contraste de de paladar, de gosto, digo, de de aspecto. A gente tem a impressão que há águas oleosas e há águas leves, entende? Que, naturalmente, cada uma delas teria uma finalidade e as tais águas medicinais que são identificadas pelo paladar, né? Mas são contrastes interessantes, viu? Principalmente ãh pelo fato e pela observação, talvez, de de de tomar, naturalmente, tomar água e a gente vai estabelecer um paralelo entre um tipo de água e o outro. SPEAKER 0: E quanto a esse tipo de água, assim existe diferença entre o tip ãh água do mar, água do rio, água SPEAKER 1: Existe. Bom, a água do mar não seria potável, que a gente não poderia tomar, não sendo um ato de desespero. Isso é tipo da coisa desagradável que é muito salgada. Extremamente salgada. Então seca imediatamente quase que a boca. É uma sensação super desagradável. Mas já fiz isso uma vez quando eu dava enjôo no mar. Eu preferi tomar um pouco de água do mar e fiquei bom. Os outros morreram quase. Eu atravessei a viagem, foi uma viagem que nós fizemos muito grande aí, até inclusive a Ilha das Palmas. Agora, os outros o rio, a água de rio, normalmente se a gente notar que a água do rio não é barrenta, tem coragem para tomar, mas normalmente a gente toma água de rio, principalmente de grandes de grandes éh de de grandes por exemplo florestas onde não se nota o contato do homem ou de animais. O homem é desconfiado, ele não toma qualquer água não. Quem tomou, não gostou. SPEAKER 0: água que geralmente vem assim, por baixo da terra, mas ela... Brota assim em uma fonte, vamos dizer assim. SPEAKER 1: Bom, essa teria seria a água mais agradável de se tomar, porque a gente percebe que ela não tem contato físico nenhum, a não ser com insetos e com a vegetação natural, né? Essa seria a água mais agradável. SPEAKER 0: O senhor falou em fonte. Teria outra maneira dela voltar, assim, ah à superfície? SPEAKER 1: Da água voltar à superfície sem ser por f fonte? por eh por evaporação, ou com a chuva. Pela chuva ela volta. SPEAKER 0: Mas o ciclo, o ciclo... O fato dela estar embaixo da terra? (Vozes sobrepostas) SPEAKER 1: ### E emergir, vamos dizer assim, bom seria, digamos, uma forma artificial. Talvez o homem pudesse tirar a água que se acumula em em profundidades Seria o poço artesiano, então uma forma direta. Ele tiraria a riqueza de água, certo? Você disse. Ou então haveria os tais olheiros que a gente chama. Ela está sujeita à pressão, então quando você escava aquele tipo de lugar, ou às vezes é uma formação natural, há um alívio de pressão, a água então tende a a se incorporar à natureza. Então ela brota do solo, ela percorre contra digamos assim contra a gravidade, a água sobe. Seria (vozes sobrepostas) natural? Seria natural. É comum a gente encontrar esse estado de estado em construção de estradas, entende? São poços de água sob pressão e que emergem da superfície. Brotam e a areia então, e o material de de profundidade Brota Entende, da superfície. E e ao bro> SPEAKER 0: ### SPEAKER 1: Não, não danifica o solo não. Você sabe o que acontece? Ela oferece assim, Uma perspectiva, vocês fiquem à vontade, elas elas ela oferece uma perspectiva diferente. Você normalmente entende a água como sendo alguma coisa que corre sobre a superfície. Então você está to dentro da cidade, tem as torneiras, você () um corre. No campo você vê  correndo nos rios, ou nos riachos, ribeirões. Mas quando você nota que a água sai do solo, é um ponto de atração, entende? Porque é um mistério. Por que essa água sai do solo? Por que essas partículas de areia que vêm junto entendeu oferecem cores diferentes? Por que a velocidade é maior ou menor? Então a gente se permite perguntar muita coisa. É uma forma de indagação entende, uma pesquisa. Eu acho que é a forma mais agradável de se ver. É a água fora das condições comuns de de comportamento, entendeu? Um caso diferente. E eu já vi e gostei.