SPEAKER 3: Gravação do dia vinte e sete de setembro de mil novecen> >tos e setenta e dois. Então, o senhor comece dizendo para a gente, quais seriam seus alimentos básicos que () SPEAKER 0: Bom, macrobiótica, um regime alimentar, você sabe que, é, se baseia em procurar, através da alimentação, um equilíbrio entre a parte material e a parte espiritual. Acho que tudo aquilo que vem do Oriente tem essa, essa conotação. Eu acho que esse equilíbrio a gente pode obter por uma série de formas, a Yoga, tem alguns livros que complementam, inclusive, o regime microbiótico, por um tipo de dança ou de esporte espiritualizado, que seria o Aikido, O japonês que entende desse negócio, eu não entendo bem. Uh Teria também... Essas coisas todas que, que o Japão procura fazer, como a ikebana, como o origami, que é uma, é uma arte de dobra, de dobrar o papel e fazer mais, a pintura que tem um nome especial, uma pintura, em branco e preto, o bonsai, aquela criação de arvorezinhas, anãs, aquela coisa toda. A macrobiótica encaixa dentro de um esquema desse, quer dizer, de procurar um equilíbrio Agora, me parece que é bastante racional o esquema da macrobiótica, né, porque se o organismo considerando o corpo como uma maquinazinha que precisa do combustível para que ela obtenha os elementos da existência em si. E esses elementos na, no processamento da digestão, não só um problema de absorção dos elementos, mas se esses elementos são de processamento difícil, a digestão é difícil, o corpo tem que mobilizar reservas que ele poderia manter nessa digestão, para essa digestão, então o corpo vai sofrer um efeito prejudicial dessa digestão. E se é uma alimentação natural que o organismo possa trabalhá-la, com o mínimo de esforço, o aproveitamento vai muito ser maior. Agora o paradoxo que a gente nota é interessante. Uh No início do regime da microbiótica, a pessoa sente um enfraquecimento. Isso eu considero até () paradoxal. Eu considero fase de adaptação do organismo. Mas é incrível, porque você deixa de comer, como no meu caso, eu deixo de comer, uh, um pratinho de maionese, ou uma pizza brotinho de almoço, coisa que você vinha comendo em nome do aproveitar o tempo para sua profissão render mais Você vinha comendo há três, quatro anos Sanduíche, pizza brotinho, maionese. De vez em quando você fazia um exagero e almoçava alguma coisa. Você deixa até essa alimentação. passa a comer uma alimentação de pouca quantidade você passa a comer muito mais dentro do sistema do regime macrobiótico e no início você quando chega às quatro horas, quatro e meia você sente uma fome violenta então você olha para trás e diz, mas eu comi muito mais do que eu comia antes porque que eu estou sentindo essa fome violenta sente uma sensação () de fraqueza, de fome Isso é interessante. Agora, eu sempre gostei, desde catorze anos, quin> >ze anos. Eu não sei. Se nós vamos dar um crédito para o, para o esquema de reencarnação, eu já devo ter tido alguma reencarnação oriental. Porque eu sempre fui voltado para, para esse tipo de coisa. E, mais ou menos, com quinze, dezessseis anos, eu comecei a me interessar por, por assuntos esotéricos. caiu às mãos um livro da editora do pensamento, aliás, chamava () Eu li e adorei. Adorei, como eu tinha muita, talvez, muita crença em que aquilo era realmente. Eu me sentia escrevendo aquele livro, eu assinava embaixo, se fosse () preciso, () uh Eu comecei a obter certos proveitos de certas digamos, certos desenvolvimentos de determinadas forças que não são sobrenaturais, mas são da própria, do próprio indivíduo e nós deixamos latentes. É assim que eu entendo a situação. Mas depois eu comecei a, talvez, a me tornar mais materialista e menos espiritualizado e isso tudo foi ficando no passado, mas sempre eu guardava aquela nostalgia desse tipo de coisa. Quando havia qualquer assunto relativo, eu me interessava e já tinha ouvido falar () da macrobiótica também e me interessava, mas tinha um natural receio de ir ver o que era a macrobiótica. Tinha um rapaz aqui, aliás, tem o Greco, ele faz a contabilidade aqui do escritório e ele frequentava o restaurante () os tempos que era uma pensão macrobiótica que havia aqui na Avenida Liberdade, lá não sei onde, mas lá para cima, depois () da Praça da Liberdade. E ele dizia, não, é bom (), come assim, faz assado. Eu me interessava, mas não tinha coragem. Também o nome, né? Macrobiótico () Um dia, eu resolvi ir até lá com ele. E chegando lá, () não estava mais lá o restaurante () () tal lugar estava passou a funcionar ali naquela Praça da Liberdade. () Até entrei assim como quem entra, uh, era () não ia ser a mesma () () Eu acho que não ia ser como no restaurante. Mas o restaurante era um salão, um amplo, e já tinha muita gente. Foi na época que houve uma ofensiva de reportagem sobre a macrobiótica, três anos atrás. E, então, você chega lá e olha uma coisa completamente diferente. Você vê, o que se viu foi uma porção de mesas, uma porção de gente, comendo arroz integral, um arroz feio para burro, quando a gente olha à primeira vista, né, uh () O que choca é que o chamado secundário, depois eu aprendi que era secundário, são as misturas, no caso. Então, elas devem corresponder, para que haja um equilíbrio, a no máximo vinte por cento da quantidade de arroz que se come. Então, aquele pouquinho, aqueles três pedacinhos de um montinho de verdurinha, assim, de, de três centímetros por três centímetros, né? Uns pauzinhos esquisitos, que depois eu aprendi o nome de tudo aquilo. () não dá. () à vontade, né? Tá bom. Sentei, eu e o Greco comemos. Então, o Greco já deu as primeiras regras da coisa, né? Mastiga... vezes, no mínimo, a comida. Você tem que comer três bocados de arroz e um bocado do secundário. Você tem que fazer isso. () uma série de recomendação Comi aquele dia. Resolvi comprar um livro, um folheto, que era editado pelo próprio, mimeografado pelo próprio restaurante. dando algumas instruções e algumas receitas. Bom, uh Bom, e aí é que eu comecei a aprender macrobiótica. Então eu faço parênteses para te dizer o que eu aprendi de macrobiótica e depois como foi evoluindo a coisa. Então eu aprendi que a macrobiótica tinha sido introduzida no ocidente por um japonês que se chamava Sakurasawa Yoichi. e que é conhecido pelo pseudônimo de () Osawa, no ocidente. Ele escreveu um livro chamado Introdução à Macrobiótica Zen. Comprei o livro. E, é Comprei o livro para lê-lo. Então, uh, esse moço, não sei se ele era tão moço na ocasião, porque o retrato que se conhece dele era bem velho. Mas, aliás, está um velho com uma cara sorridente, que tem lá no restaurante, mas cada vez que nós olhamos para cara sorvidente dele, () está satisfeito com o dinheiro que (risos) está entrando. Que é incrível. Mas... Uh.. O... O Sawa... Escapou de morrer. morrer, uh, por uma tuberculose, um processo qualquer, em virtude de ter apelado para uma alimentação mais natural e então criou-se a macrobiótica dentro desse esquema () Ele veio para a França e da França se estendeu e hoje tem restaurante macrobiótico aí por toda parte. Bom, aí eu aprendi que realmente a macrobiótica se fundava em termos meio esotéricos, em termos orientais, no equilíbrio de duas forças que você vai encontrar no Zen, que é o yin e o yang, né A força yin seria um equivalente à força passiva, feminina e correspondente a uma série de outras coisas, por exemplo, frio, não sei se expansão ou contração, mas há uma série de correspondências dentro do yin. E o yang, então, seria a força positiva, a força ativa, a força, uh, correspondente ao calor. Então, possivelmente, a expansão () () Então você veja, é, fala-se em alimentos positivos e alimentos negativos onde há predomínio de yin ou de yang. Mas o arroz, na escala macrobiótica, como cereais e integrais, são os alimentos mais equilibrados. Agora, equilíbrio entre yin e yang não significa que () que haja igualdade de yin e yang. Parece-me que a proporção correta é de cinco para um de, uh, sódio para o potássio, porque também fazem uma, uma correspondência entre o sódio e o potássio, sendo o sódio o iangui e o potássio o im. Agora, então, numa, numa questão de paladar, você pode sentir que o alimento im é o doce, é o apimentado. E o alimento iangui é o salgado, é o amargo. O azedo também seria iangui, então você tem alguma () As raízes, por exemplo, seriam iangui. Você teria a bardana, que é um alimento típico macrobiótico, pelo menos eu só conheci lá. A colônia japonesa deve conhecê-la fora de macrobiótica. O japonês conhece a bardana como gobô. É uma raiz comprida, né, que é cortada em pedaços ou em fatiazinhas e é cozida, se come e é muito gostosa. Agora, você vai encontrar um, um gosto esquisito, geralmente, na, () nesse tipo de alimentação. Então, uh, você vai Vamos prosseguindo, né, uh Você vai encontrar um gosto esquisito. Esse gosto esquisito se deve ao tempero específico da cozinha japonesa. Então esse, existem alguns molhos. Um desses molhos se chama shoyu. Esse shoyu é um molho concentrado preparado de soja. É um líquido preto, tem um gosto não sei dizer se é semelhante, aqui é porque é dele. E tem também o miçó. O miçó é uma pasta, também feita da soja, que tem um gosto bem parecido com o de shoyu, mas mais suave. SPEAKER 3: E para se provar dessa pasta seria como se fosse SPEAKER 0: Bom, também nas mesmas condições do shoyu, como condimento, mas, uh, () como é em forma de pasta, você pode usar como condimento Recheio para sanduíches, coisa que o molho que é líquido não pode. Condições específicas. Então esses condimentos normalmente são usados são o shoyu e o miçó. A bardana é um alimento típico () Normalmente dentro desse secundário que seria a mistura, uh, nós temos basicamente alimentos e anti-alimentos. () iangui e alimentos de caráter im Então serve-se bardana, serve-se nabo, que são raízes ou cenoura, que são raízes () Paralelamente serve-se verdurinhas, acelga, uh, mostardão, uh... () toda fresquinha do mar Alga. Alga () Alga tem vários espécies. Aquela de cheiro horrível, pretinha, do mar, chama-se alga yigite. SPEAKER 2: Ela é toda pretinha. SPEAKER 0: E tem mais uma alga comprida que parece que se chama Kombu, tem uma outra alga grossa, tem uma outra que chamam de alface do mar. () esses nomes eu não estou () mas, é, é também básica a alga () regime como fonte inclusive de sais minerais Afora a bardana, o nabo, a cenoura, a alga, essa verdurinha, De vez em quando serve-se também, uh, o queijo de soja. Da soja também se faz o queijo, que de queijo é só nome. É um coalho de soja que fica mais ou menos parecido com o queijo, mas de queijo () () Nada de, de semelhante a queijo (), mas Então a gente começa a fazer o regime e encontra todas essas novidades. SPEAKER 3: () Para determinados alimentos que eles não (), né? SPEAKER 0: Então, veja bem. A alimentação, basicamente, () o importante é que ela seja equilibrada. A macrobiótica não, não proíbe nada. Apenas a alimentação deve ser equilibrada. O problema é que existem certos alimentos que para você equilibrá-los, você não consegue. Então, o excesso de índice que tem o açúcar, principalmente o açúcar refinado, você não consegue equilibrá-lo com mais iangui que você coloque numa refeição. Então ele sempre estará desequilibrado. Então não se usa açúcar na microbiótica () SPEAKER 3: () Olha, veja bem. SPEAKER 0: O Kikuti, que é o que se considera o papa do movimento microbiótico no Brasil, autêntico, diz que não se usa doce nenhum. Porém, O próprio Osawa e o Zanata, que também foi discípulo do Osawa, tanto quanto o Kikuchi, dizem que há transigência para o açúcar mascavo, a rapa de rapadura, o mel, mas o Kikuchi não. O Kikuchi, você pode, você pode dizer que é o linha dura nesse negócio () A banana também é considerada entre as frutas com muito im, a laranja, o abacaxi, então só há a admissão de você comer a cereja, de você comer a maçã e SPEAKER 3: E principalmente a maçã cozida, até () se evita, a questão de (). E a preferência da maçã, por exemplo, quanto à cor, o fato de ela ser vermelha ou SPEAKER 0: Isso eu não sei dizer. SPEAKER 3: Pode ser que exista. () SPEAKER 0: () pode ser que () exista. Às vezes que serviu maçã no restaurante sempre foram de casca vermelha, nunca havia () não sei Inventam muita coisa em termos de macrobiótica. Porque cercam a macrobiótica não como um regime racional que é, porque é, opinião () () opinião () reiterada, é opinião firme, uh, mas cercam com uma série de, de ditos supersticiosos. Então, uma ocasião, uma pessoa que estava começando a fazer o regime, ele me disse, ah, isso aqui precisa mastigar oitenta e três vezes, não é? Ah, por que oitenta e três vezes? () Ah, porque não tem um número certo? Não, não tem um número certo, ali está pelo menos oitenta vezes, como uma uma forma de (), de forçar você a liquefazer essa comida antes de engolí-la. Quando nada, a macrobiótica traz esse benefício, uma disciplina alimentar. Você aprender que aquilo é para mastigar. Nós estamos habituados a engolir comidas. Então, pelo menos com a macrobiótica, você descobre que comida é feita para ser mastigada. E você, então, que comia em quinze passa a demorar quarenta e cinco minutos para comer. Durante esse tempo você está fazendo relax. Você, eh, fazendo uma, uma pausa entre as duas fases agudas do processo do trabalho diário, não é? E depois você faz o seu meio, faz amizades dentro do restaurante. E é muito interessante a hora de ir almoçar. Você vai ver pessoas amigas, vai bater papo, vai contar umas anedotas, vai se divertir. Aquilo constitui realmente um oásis no meio da, da vida atribulada. SPEAKER 3: É chavão, mas é. () calmo () SPEAKER 0: É muito bom. Uh. Principalmente nesse aspecto, que você faz uma pausa na luta e se aproveita disso. Agora, quando nada () recomendaria a macrobiótica dentro desse sistema () Agora, eu acho que ela traz reais benefícios e eu acho que não é opinião, é constatação. Ela traz benefícios após uma primeira fase, que eu até me referi no início, que era paradoxal. Você está comendo um alimento integral, um alimento, uh, superior aos alimentos que nós usualmente adotamos como fontes de, de energia, você vê () Arroz integral, de vez em quando o cachá, que é o trigo integral, o trigo sarraceno. SPEAKER 3: Uh. É o mesmo trigo integral, o trigo sarraceno? Não, é uma SPEAKER 0: () É um trigo integral, mas é o trigo sarraceno, é o trigo de () grão preto triangulado. É um trigo integral. É um trigo sarraceno integral. Então você come alimentos integrais. Você vê que nas Olimpíadas, as nações se preocupam. Se você observar o regime dos atletas, você vai ver que os atletas têm regime integrais, de pouca alimentação, porque também nós comemos demais. Nós chegamos à conclusão de que comemos demais. SPEAKER 3: () depois, de não aguentar fazer nada depois de refeição SPEAKER 0: Perfeito. É isso mesmo, é o Você vê, como eu estava dizendo, os atletas, na Olimpíada, nas Olimpíadas, você vê que a base de alimentação deles são cereais integrais. E () nós fugimos desses cereais integrais. Então, a perplexidade na coisa é que no início da macrobiótica, você come os cereais integrais e você sente uma fraqueza danada. Você não entende o porquê. Paradoxal. Você chega às quatro e meia, vai com aquele aperto na barriga, sente tonturas, às vezes emagrece muito, inclusive porque o excesso de água no organismo é considerado como a causa () Inclusive a própria ciência não macrobiótica veda que você ingira líquidos durante as refeições, porque esses líquidos vão enfraquecer os sucos gástricos. Mas nós enchemos a barriga de Coca-Cola, as Guaranás e outros líquidos () () história. Então a macrobiótica, se você analisar, ela se casa com aquilo que é interessante, que é cer> >to para a saúde É, você tem que evitar ao máximo o líquido. SPEAKER 3: E quando é preciso líquido, que tipo de líquido seria? Seria o > SPEAKER 0: < chá. () Pode se tomar frio também, mas recomendável, é recomendável o chá quen> () E o chá comum, o chá padrão, seria o bancha, que é o chá de folha de três anos. Agora, existe aí toda uma gama de chás. Existe o rabu, que é um chá muito gostoso, Existe o chamu, que é considerado o chá mais iangui, porque ele é uma mistura de diversas ervas, eu não sei dizer quantas, inclusive uma cenoura selvagem, silvestre da Coreia, que se chama ginseng () Tem também o chá de artelizia, o chá de camomila, esses cházinhos aí que eu já conheço () (risos) SPEAKER 3: Quiabinho? É, tem uns que () () SPEAKER 0: () Não, esse é o chá de lótus. () () de raiz de lótus, que é chamada também de (), que é raiz de () () esse chá é muito bom quando você está com problemas de afecção ou resfriado. Então faz um chá de raiz de lótus com gengibre e tem bons resultados. Mas a verdade é que você vai penetrando no regime macrobiótico e você vai descobrindo, vai se descobrindo, vai fazendo um pouco de laboratório. É outro dos benefícios. Quer dizer, o benefício de você ter a calma na hora da refeição, mastigar, () de comer os alimentos naturais, integrais, de você passar a voltar a atenção sobre você. Então você começa a pensar o que te faz bem, o que está fazendo mal, uh, tudo, tudo nesse aspecto chama a sua atenção. Você vira até um pouquinho de mestre () chegar lá. Mas então no princípio você sente aquelas reações que inclusive são normais, são consideradas normais. Perda de peso, eu por exemplo tinha Sessenta e nove qui> > los. Eu era magro com sessenta e nove Hoje eu estou novamente com sessenta e nove quilos. Sessenta e oito, sessenta e nove, eu tinha esse corpo que eu tenho. Mas no auge do regime eu cheguei a sessenta e dois quilos (), pois é Então depois a família briga, não é? O cara fica (), verde. Você vai morrer, isso é um vene> Então a família faz aquele drama, e você começa a ponderar, fica ou não fica. Mas se você conseguir superar essa fase, vem um (), um rejuvenescimento orgânico que é fantástico. Então eu, uns meses depois, quatro, cinco meses do regime macrobiótico, eu estava com uma disposição que eu não encontrava há muito tempo () Eu ia daqui a Santos, dirigindo, chegava lá em Santos cansado. Eu passei a dirigir setecentos, oitocentos quilômetros por dia quando viajava e não podia, dirigia mais de oitocentos também, não tinha importância. Uh... A história, essas coisas a gente nota por pequenos detalhes. Eu passei a subir oito lances de escadas no fórum correndo e chegava lá só medianamente cansado. Um cansaço sadio porque você parava um, dois minutos e estava descansado de novo. A pulsação cai para o normal com uma (), uma facilidade espantosa () Eu fiz cinco minutos de corrida em casa. Lá o que eu parei, eu pedi, tira minha pulsação. Minha mulher que tirou a pulsação estava cento e quarenta, () cento e quarenta e quatro. Uh... () Em seguida, um minuto depois, ela já estava a E, um minuto depois, já estava (), já noventa. Quer dizer a recuperação, a quebra da, do excesso de pulsação é muito () Uma recuperação rápida. Uh Você veja. Eu tenho dois sobrinhos pequenos. () Eu cansei os dois. Começava a fazer muita brincadeira dentro de casa e disse, vamos lá para fora fazer a brincadeira. Corre daqui, corre dá lá, de lá, gira () Os dois se cansaram da brincadeira antes de mim. É É realmente um milagre. Uh São coisas surpreendentes. Na hora de subir morro, por exemplo. Nós fomos à ocasião a Itanhaém. () Lá onde tem aquelas pernas, lá no leito de axeta, na cama de axeta. E assim bem em frente, quando a gente chega, tem um morro. Não é um morro grande, é um morrinho. E eu adoro fazer fotografia principalmente do alto. o cabrito montês Onde tem um morro, eu estou subindo para tirar fotografia. Ele disse, olha, eu vou subir lá naquele morro, tirar uma fotogra> SPEAKER 1: () () eu vou depressa SPEAKER 0: E eu saí correndo, na intenção de ir até onde desse, para subir correndo. Quando desce, continuava no passo que eu puder. SPEAKER 1: Na verdade, é que eu subi o morro inteiro correndo. Cheguei lá em cima, estava inteiro. SPEAKER 0: Desci, quer dizer, então vai notando fisicamente nessas coisas. Não são por outras, é É no dia-a-dia que você vai observando. Puxa, ela está fazendo isso. Essa é uma parte interessante do regime, e E depois, eu tive uma experiência também muito interessante. O Osawa diz, e eu coloco um cheque, que dez dias de regime de arroz seriam suficientes para te tirar qualquer problema, qualquer enxaqueca, você se renovaria com dez dias de arroz. Eu () Só o arroz? Só arroz. Eu coloco isso em xeque. Mas a verdade é que depois de uns três ou quatro meses de regime, () eu resolvi fazer os tais dez dias de arroz. E, aliás, eu não fiz dez dias, eu fiz doze dias de arroz. Então só comia arroz, nada mais que arroz. Dá uma certa frustração, sabe? Principalmente quando você chega no restaurante, olha, ou em casa e vê que tem uns outros negócios mais () interessantes. Você tenta () Você se definiu a comer arroz, você tem que comer arroz. Isso é uma questão, inclusive, pessoal () > de hombridade, eu falei que ia comer dez dias de arroz Comer dez dias de arroz. Mas fora essa frustração, foi a época que eu me senti mentalmente mais agu> Parece que não tinha problema, não tinha parede na, na, na, na cabe> >ça. Estava completamente, uh, lúcido. Inclusi> () lendo um livro ontem do () () bom livro, foi (), uh Há uma, um diálogo do discípulo com o mestre, o discípulo reclamando da fome e o mestre dizendo que a fome dá maior lucidez mental, dá maior acuidade e dá mesmo Essa experiência eu tive, não é? Então Inclusive, no aspecto físico, era interessante que era uma prostração... não era uma prostração, está errado. É uma, um recolhimento de forças. Quer dizer, eu era uma pilha recolhida. () se eu não precisasse sair de onde eu estava para ir para qualquer lugar, eu nem pensava em sair. O negócio era ficar ali. Porém, se eu precisasse sair e subir doze lances de escada, eu sairia e subiria doze lances de escada. Então, mesmo nesses doze dias de arroz. Mas, aí depois, então, com o andamento do regime, você começa a se conceder certas, certas transigências com o esquema duro da microbiótica. Então, eu procuro fazer o esquema da microbiótica não fugir muito dele, mas também eu já me dou aquela, aquele direito de, de vez em quando está calor, eu quero tomar sorvete, eu tomo sorvete. SPEAKER 3: Ah, não é permitido o sorvete? SPEAKER 0: Não, não. () açúcar, inclusive, porque é gelado, é gelado (), né? Uh Inclusive, noto que quando eu tomo mais um sorvete, a gente sente que ficou gelado por dentro, sabe? E algumas pessoas, que estão num, num regime de recuperação. Eu, por exemplo, achava que eu não tinha doença nenhuma. Eu quis fazer o queijinho, porque era um regime bom () de alimentos integrais, sadios, e vai me fazer bem. Mas depois eu descobri que eu tinha uma porção de achaquezinha, de enchaquecazinha, () deixou de haver. Aí a gente nota isso. Agora, algumas pessoas que tem problemas mais sérios e que tem esses problemas resolvidos dentro da naturepilótica, nós temos depoimentos. Temos o depoimento ao vivo. O camarada que nós sabemos que tinha um problema sério e que resolveu o problema sério dele. () Esses, quando abusam, nós chamamos de abuso, nossos pecados, quando eles abusam, eles têm uma retaliação quase que imediata. Isso era o caso de um indivíduo que tinha um problema de úlcera qualquer. Abusou, ele começa a sentir doer lá, a úlcera. Agora, diz que a recuperação () total pela macrobiótica demoraria pelo menos sete anos. () incompleto () SPEAKER 3: E como, não sei se o senhor entenderia, mas como que são esses alimentos () () Que tipo de tempero que poderia ser usado? Como que ele é no fogo? Assim, sei lá (risos) SPEAKER 0: Esse é difícil, é difícil... Eu posso dizer pouca coisa a respeito. O arroz integral demora mais para cozinhar do que o arroz comum (risos) E se recomenda que ele seja cozido com pouca água. Se recomenda, inclusive, que ele seja lavado o mínimo possível. E há uma procedência nisso. Porque você sabe que há as vitaminas, que, a película que envolve o grão, o arroz e a serra, são hidrossolúveis. As vitaminas, se não me engano, do complexo bê, são hidrossolúveis. E então você fica, lava o arroz, lava o arroz, lava o arroz, vai tudo. Até tem esse arroz (), que é um processo de tentar manter no arroz beneficiado aquelas vitaminas que existem na cutícula, fazendo uma, um processo de atmosfera carregada de umidade, com alta pressão, com () as vitaminas e hidrossolúveis, elas se disfariam e penetrariam dentro do grão com a alta pressão. Então, a primeira, o beneficiamento tirando a cutícula não impediria, uh, de que aquelas, aqueles princípios já adentrados pela pressão no arroz saí> Ele continua um arroz nutritivo, mas não tanto. Então, você vê, não se lave tanto esse arroz. vai afetar tanto o problema de higiene. Cada um vê o que (), o que dá para lavar ou não Cozinha-se esse arroz simplesmente com água e sal. Não, não há outro tipo de tempero. SPEAKER 3: Uh. E esse sal é o sal comum? SPEAKER 0: É o sal grosso. Sal comum, refinado, não, não entra na alimentação macrobiótica. É o sal marinho, sal grosso. O problema do, do macrobiótico é contra tudo que é refinado, tudo que é enlatado, tudo que, que é tratado com adubo químico. Olha, eu digo para você que tem razão. Se é prático fazer isso em escala populacional, eu não sei, não acredito. Pelo menos em termos atuais. Mas em escala restrita, é interessante. Porque veja bem, esses alimentos refinados, eles Inclusive naquela revista Vick Saúde, uma revista médica, eu li um artigo de um, de um nutricionista dizendo que o açúcar orgânico, o açúcar, uh, que está no fruto, que está a sacarose quando você, você toma o seu caldecão, mastiga a sua cana, o açúcar que está no fruto, ele vem acompanhado de elementos que ele precisa para o seu metabolismo. sais minerais, uma série de coisas. Já esse açúcar refinado, ele não vem acompanhado. Você o ingere sem. Mas, em compensação, para o metabolismo dele, ele precisa. Então ele tira o que você tem no corpo. Ele é um desmineralizador, o açúcar refinado. Além do que, os, os alimentos, eh, enlatados ou industrializados, eles passam, você vê que existem as normas técnicas de alimentos aprovadas pelo, pelo, pelo, governo, então essas normas, você vê assim, uh, bromato de potássio, estabilizante, não sei se é (), até tanto por cento, uh, estabilizante para fazer que a coisa, que o líquido não se misture, não, não, não se separe em fases, ele permaneça bonitinho, Flavorizante para ficar com um cheirinho bom, que é o mesmo, se não me engano, aromatizante. É... Flavorizantes, aromatizantes, estabilizantes, é, colorantes e outros antes que não me parecem que sejam organicamente muito bem aceitos. Então, o alimento industrializado, pela sua própria característica, tem que ter esses elementos oficiais. não vamos falar do alimento que é totalmente artificial. Uhum. Então você, você pensa que está tomando, uh, alguma coisa de laranja numa fanta e você não está tomando nada de laranja, você está tomando () bromado. Então as pesquisas alimentares do mundo inteiro hoje se voltam para esse problema. O problema é do mal que esses alimentos artificiais possam trazer ao indivíduo. O óleo bromado já está se dizendo aí que é causador do câncer. E está certo que pode ser, porque o câncer, para mim, deriva de uma, de uma irritação, de uma condição anômala na célula. Então, ela vira uma célula rebelde, vira ovelha negra e começa a levar outras ao bando dela. É um estímulo químico ou qualquer outro tipo de estímulo que possa provar que é uma célula rebelde, pode muito bem gerir gás de um alimento irritante, como o hexaflorofeno. Por exemplo, a campanha contra o hexaflorofeno como desinfetante dizem que é fabuloso, tanto que é um remédio, mas para uso comum seria a causa de degeneração de células e inclusive de lesões, que causam lesões cerebrais. Então, o mundo inteiro está voltando para isso, está voltado para isso. () Isso é arroz () Agora, essa bardana, interessante que na, no regime em si, a forma de cortar os alimentos é importante. Você precisa cortar... Não sei porquê, isso é a fofoca do Ying Yang, que eu nunca me aprofundei demais nisso, porque é um outro assunto dentro da macrobiótica. Eu vejo a microbiótica por um ponto de vista prático. mas tem que cortar de cima para baixo, () da direita para a esquerda, sei lá, em rodelinha assim ou assado, uh, longitudinal, ou, tem essa, essa história toda Eu não acho que isso tenha relevância, mas pode ser que tenha. Porque às vezes existe, por exemplo, nós sabemos que no mundo tudo é polaridade. Existe o equilíbrio entre o extremo, entre dois extremos de forças. Pode ser que essa polaridade que existe em nós, Exotericamente se diz que nós temos um centro de entrada de forças, os plexos, o centro de saída de forças, essa coisa toda. Essa polaridade pode existir também nos alimentos, pode existir nos frutos. E se, por exemplo, há polaridade num sentido e você o corta num outro sentido, uh, pode haver, eu não sei. SPEAKER 3: E esses alimentos, eles podem ser fritos ou de que maneira eles são? SPEAKER 0: Bom, em princípio o alimento macrobiótico é ingerido cozido, mas () Não, somente não, em princípio. Mas eles podem ser fritos. Por exemplo, você pode... a abóbora, existe uma abóbora especial chamada ocaido. Uma abóbora, é menorzinha, verdinha, feia, mas muito gostosa. Essa () pode ser feita cozida, ou pode ser feita frita, ou pode ser feita frita à milanesa com uma papa de farinha de trigo integral. E tudo isso é uma delícia. Essa abóbora fica bem de qualquer jeito. A > A fritura, o problema da fritura, a dispensa da fritura é que a fritura há pessoas mais sensíveis, problema de figas, essas coisas, então a fritura sempre faz mal. Não é a fritura macrobiótica que é diferente da outra fritura. () então, cozido ou grelhado, no caso, por exemplo, carne. O regime macrobiótico não é vegetariano. Ele adota que você possa comer a carne. Que você possa comer carne de frango, caipira, quer dizer, não tendo sido alimentado com alimentos artificiais, e vou lhe dizer que é verdade que esses alimentos, esses compostos artificiais das rações, ficam e impregnam a carne desse, desse, desse animal. A transmissão desses elementos, inclusive de radioatividade, já foi constatado em peixes, que dos peixinhos menores para os peixes maiores aumenta tremendamente, porque é aquela luta pela sobrevivência, um vai comendo o outro, Óleo, por exemplo, de (), a gente nota na carne do peixe. Então, por que não, não, não se aceitar que esses compostos, esses adubos que ficam nos vegetais que nós comemos ou essas rações com compostos inorgânicos ou com elementos químicos vão impregnar essa carne e vão nos fazer mal? () () que tipo de carne poderia () () o camarão, o frango caipira Agora, o problema da aceitação da carne do, do boi, da carne do porco, é que a carne é considerada () E além de (), detentora de toxinas. () Então, não é recomendado por causa disso. A do porco, principalmente desde Moisés, ele já dizia, né? É O código de higiene fundado no princípio de religião. Então, os hebreus não iam obedecer mesmo. Mas as carnes são admissíveis no regime macrobiótico dentro dessas limitações. Quantidades pequenas, porque também a carne é rica em proteína. E a proteína, embora necessária, reconhecidamente necessária no organismo, em excesso, como todas as vitaminas também em excesso, vão causar desequilíbrios orgânicos. () o excesso de vitamina á é gravíssimo. A hipervitaminose á é talvez pior do que a vitaminose aá. Isso é científico, é macrobiótico. Uhum. Uh... O excesso de proteína é difícil, a proteína é de difícil eliminação. Então você vai sobrecarregar os seus órgãos de eliminação, principalmente os seus rins, para eliminar o excesso de proteína. Então você não pode falar em termos de macrobiótica, uh, com o indivíduo que é trabalhador da () transformam em músculo ou em combustão aquilo que ele, que ele, que ele come, arroz e feijão que ele come. Então, muita gente sofismando diz, ah, mas o fulano brasileiro come arroz, feijão, farinha, está aí, firme. Está, mas você vai ver o que o camarada faz. Então, essa alimentação, basicamente, é de gente sedentária. Os monges comem assim lá no Tibete porque eles têm uma vida razoavelmente sedentária. Ou nós, uh, não sentimos a falta, dessa, desse, das proteínas que nós comemos pouco por causa disso. Quer dizer, ele tem que ser adaptado a que nível precisa ter da alimentação aquilo que ele precisa. É fazer esquemas folgados. E a > SPEAKER 3: E as raízes, por exemplo O senhor já disse o modo de cortar, mas como que elas são feitas? SPEAKER 0: Bom, a bardana, a cenoura, o nabo, são feitas cozidas e geralmente com um pouco de shoyu, () () e elas são () Normalmen> As raízes devem ser lavadas e no máximo raspadas. O ideal seria ser () escovadas, escovadas para tirar () a terra, mas serem comidas sem descascar. As frutas também deveriam serem comidas sem descascar. Agora, como nossos pomares são fumigados e dedetizados e outras coisas assim, e isso vai impregnar na, na, um pouquinho no fruto, não sei em que quantidade, é o tal problema, a gente descasca. Mas, então, os macrobióticos não deveriam descascar quanto às raí> SPEAKER 3: E o senhor falou em arroz. Uh O que mais acompanharia o arroz? SPEAKER 0: Bom, basicamente, você veja que o, o arroz é básico, () deve ser oitenta por cento da alimentação. Então você pode trabalhar entre outros cereais, o trigo, o sarraceno pode ser feito cozido, pode ser feito sopa com o queijo sarraceno, pode ser feito quibe com o queijo sarraceno, pode ser feito pastel com o queijo sarraceno, pode ser feito empada com o queijo sarraceno, pode ser feito, afinal de contas, quase tudo que a outra culinária, em termos mais frugais, que patrocina a fazer, você pode fazer com a farinha de trigo integral, com a farinha de trigo sarraceno. É só ter imaginação Para fazer uma porção de coisas em termos de macrobiótica. Agora, num restaurante que eu almoço, num restaurante de linha dura, também falta imaginação. Então, a coisa gira em torno de arroz, bardana, alga, acelga, que é uma verdura cozida, uh, de vez em quando a abóbora, ocaido, o nabo, uma cebolinha chamada mirá, que é um macrobiótico, e esse tipo de coisinhas assim, quer dizer, gira sempre em torno disso. Há um macarrão de trigo sarraceno que se chama macarrão sobá. Esse macarrão também, de vez em quando, dão Às vezes gira por falta de imaginação, mas há no próprio livro do Rosawa uma vasta coletânea de receitas que podem ser feitas. E quem (), quem for verificar vai ver que pode se fazer quase tudo que se faz na outra culinária Quibe com trigo sarraceno. Pode ser feito pastel com o trigo sarraceno Pode ser feito empada com o trigo sarraceno SPEAKER 1: Pode ser feito, afinal de contas, quase tudo. SPEAKER 0: que a outra culinária, em termos mais frugais, te patrocina a fazer, você pode fazer com a farinha de trigo integral, com a farinha de trigo de sarraceno. É só ter imaginação para fazer uma porção de coisas em termos de macrobiótica. Agora, no restaurante que eu almoço, no meu restaurante de vinha dura, também falta imaginação. Então, a coisa gira em torno de arroz, bardana, alga, cozida, uh, de vez em quando a abóbora, ocaido, o nabo, uma cebolinha chamada nirá, que tem os macrobióticos, e esse tipo de coisinhas assim, quer dizer, gira sempre em torno disso. Há um macarrão de trigo sarraceno que se chama macarrão soba. SPEAKER 1: Esse macarrão também de vez em quando não, mas ele gira por falta de imaginação. SPEAKER 0: Mas na, no próprio livro do Rosawa, uma vasta coletânea de receitas que podem ser feitas, e quem for ver esse caso vai ver que pode-se fazer quase tudo que se faz numa outra culinária.