Inquérito SP_DID_081

SPEAKER 1: : Bom, Márcia, você podia então falar para nós sobre sua experiência de vestibular, que você estava começando a falar (risos), para ver realmente o que aconteceu.

SPEAKER 0: : Evidentemente, as opiniões () aqui, inclusive com respeito aos mortos, porque já alguns (risos) deles já foram, né? Nós estávamos conversando, então eu estava, eu estava dizendo a vocês o seguinte, que a minha experiência de vestibular em sessenta e um Foi curiosa porque, na época, eu prestei vestibular em duas faculdades, no Direito no Largo de São Francisco e Letras Clássicas na uspi. Eu nem sei se atualmente o vestibular é unificado para letras. Deve ser, né? Atualmente. Naquela época não era. A gente tinha que se inscrever e ficar firme naquilo que havia se proposto a fazer. E o mais interessante de tudo, e eu já tinha dito a vocês, foi que eu pude sentir a diferença, inclusive de nível na época, de dificuldade que os dois vestibulares ofereceram () Enquanto na São Francisco ia, as cadeiras eram as mesmas que se prestavam, uh... Na prova de português, por exemplo, eu fui, na época, levada a discorrer sobre o tema. Por que confio no meu país? foi o tema da dissertação, isso em sessenta e dois. Na Faculdade de Filosofia, a prova de português consistiu, inclusive, de se destrinchar um texto de, do padre Vieira, que veio preparado pelo professor Silveira Bueno, com quatro ou cinco palavras a respeito das quais teríamos que fazer as diversas análises de formação, de tema, e de radical. que, me lembro, inclusive, que havia a expressão monista e era para se falar, para se explicar o radical da formação da palavra, porque o isto, de onde vinha, para o que era, o que se restringia. Entende? Um negócio assim completamente diferente. Então eu saí realmente da prova de português arrasada. Eu achei que tinha Entrado bem, né? E aí veio o resultado surpreendente da prova, eu tinha me saído muito melhor do que esperava. E enquanto que a prova de português da Faculdade de Direito, que se resumia numa redação, dura e simplesmente, eu acabei por ter, parece que uma nota () oito. Quer dizer, não significava nada, porque a outra sim, é que dava para realmente aquilatar o meu conhecimento. Mesmo na época também havia exame oral na faculdade de Direito () é Que era muito engraçado. Isso que eu vou dizer agora é minha opinião e todo mundo sabe. Na época, funcionava muito na faculdade de Direito a filiação. as origens, os preconceitos que, por hora, atualmente eu tenho a impressão que eles já foram erradicados da escola, mas no meu tempo tinha muito disso. E eu concorria, na época, com... por ser meu xará, com o nome pegado ao meu na lista de chamada, com o filho do então secretário do governo, doutor Márcio Porto. E o Márcio é meu amigo até hoje, E a concorrência era desleal, porque ele sentava todas as vezes para fazer exame, a primeira pergunta que se fazia é como é que vai o seu pai (risos)? E ele não sabia absolutamente nada, porque ele sempre foi um bom vivão, um cara sensacional, então para ele... Ele foi fazer o vestibular e passou. Então a gente já entrava assim com um certo receio, porque você ia ver a lista, se na sua frente vinha um Albuquerque, Maranhão, da Silva só, não sei das quantas, uh, você já estava na concorrência da origem. Então eu me lembro que no dia que eu fui fazer o meu exame oral de português, no sorteio eu peguei a pior banca, que tinha como titular o falecido Fernando Mendes de Almeida, uma das figuras mais extraordinárias que eu conheci na faculdade de Direito. Ele era professor, docente da cadeira de Direito Internacional e uma criatura extraordinária mesmo, mas no sentido do ter. E antes, quando eu aceitei e sorteei o ponto, a primeira pergunta que ele me fez perguntou se eu era normalista. Eu disse, não, eu tenho um curso, tenho um curso colegial. Uh () Onde fez o curso colegial?

SPEAKER 1: : Colégio Estadual Presidente ()

SPEAKER 0: : Ele disse assim, foi aluna de quem na cadeira de português? Eu disse, Edith Pimentel Pinto. Ele simplesmente suspendeu meu, o interrogatório que ele estava fazendo a mim e vira-se ao professor que estava ao lado dele, o catedrático atual, diretor da Faculdade de Direito, professor Pinto Antunes, e disse, vamos nos preparar que nós temos um grande exame pela frente. Aquilo foi o fim. Quer dizer, em vestibular, você sem a menor, você não tem, é uma experiência inaudita na vida de quem quer que seja um vestibular. E nos modos que eu fiz, quer dizer, tempo de exame escrito, exame oral, era um negócio que... desagradável mesmo. () o duro é você se defrontar com o professor, né? Você sempre vê lá em cima, principalmente na faculdade de Direito, onde sempre se estabeleceu uma distância incomensurável entre o mestre e o aluno. Coisa que agora me parece que não está ocorrendo, porque com a modificação do ensino e a criação de diversos departamentos, então há um contato mais direto. Mas na minha época nós éramos números. O professor não conhecia nenhum dos alunos. Salas com números enormes, tre zentos e vinte. Isso é um negócio assim, entende? () Então, já cria () quase que de hostilidade, né? Quer dizer, o senhor todo poderoso aí na frente que vai examinar uma pobrezinha, que tem apenas um cursinho e vai responder as perguntinhas que o senhor fizer. Então, aquele medo. E diante de uma afirmativa dessas dele, eu me apavorei realmente. No fim, me saí muito bem, fiz uma boa prova e tudo, mas não foi como também a da Faculdade de Filosofia, que aí é que veio o que eu ia comentar e eu não me lembro o nome da sobrinha do professor Silveira Bueno. Não sei se era... Não me, não me ocorre agora. () A criatura, assim, sobrinha do tio mesmo. Ela carregava nas costas a responsabilidade de ser sobrinha dele, que, na verdade, é uma responsabilidade de ser parente dele. E eu () sentei para fazer o exame, sorteei o ponto e caiu vocalismo e consonantismo. Um negócio, afinal de contas, mais de decoração, de ter boa memória do que de conhecimento, porque as regras são quatro, oito, dez para o sistema de transformações e morreu o assunto aí. E eu sentei e na minha frente havia a Feitizana, uma moça que havia ido muitíssimo mal. Mas eu já sentei e encontrei a, a tal senhora profundamente irritada. Então ela disse, pode pensar. Eu vou começar então por consonantismo. Eu achava mais gostoso. Eu disse para ela, eu vou dar para senhora, primeiro dei as definições, depois disse, agora eu vou dar exemplos para senhora de transformação inicial, medial e final. E vou dar em ordem alfabética. Ela me interrompeu no quinquagésimo sexto exemplo. Nossa () Tinha, estava me acompanhando aquela noite na faculdade o professor Tolosa, que dava, que aliás dá ainda, português e latim no cursinho, na época ele estava com o Castelões, e depois eu fiz o cursinho sozinho com ele, que eles... houve uma dissidência, então cada um montou o seu. E o Tonosa ficou surpreendido, porque aí foi uma questão de memória. E eu ()... eu estou satisfeita, a senhorita pode ir embora. E fiquei sentada atrás esperando, porque eu não sabia se havia conseguido nota, para me livrar com um único examinador, eu teria que passar por um segundo. E o meu pavor era passar com o Felipe Jorge, porque já desde aquela época eu não ria com a cara dele. Eu dizia, coitado, eu não tenho nada contra, entende? Mas também não tenho nada a () favor A questão de relacionamento afetivo, né? Quer dizer Eu olhei para cara, não gostei, fiquei com medo e não queria. E eu sentada tranquilamente lá atrás, aquele prédio velho da, ali da Maria Antônia, né? E o Silveira Bueno sentadão lá. Alguém quer fazer exame comigo? Perguntou. Eu disse eu. Ele disse, olhou para mim. Ele não olhava, né? Ele não olhava para aluno nenhum. Eu sentei ele nesta posição aqui e eu aqui de lado. Quer dizer, ele não me olhou uma vez. Sorteiei o ponto, caiu Padre Vieira. Foi? Não. Deu Padre Vieira. Por coincidência, porque eu poderia ter sorteado um outro ponto de literatura, não é, certo? Ele me fez falar sobre o padre, padre Vieira, eu falei do sermões, ele me pediu uns exemplos e me mandou embora, sem a menor crítica, nada. E a esta altura eu ainda não sabia que tinha sido a primeira nota no exame escrito com ele. Se eu soubesse, eu não tinha ido fazer exame com ele, porque o medão que me deu, () o clima realmente é muito desagradável. E acabei fazendo os exames, passei muito bem, Fiz uma belíssima prova oral de latim, dando uma sorte de sortear um dos, dos dois pontos que tinha uma ode de Orácio, né (), para dividir orações e fazer a respectiva tradução. Então, foi uma experiência assim de () Quer dizer, no final, eu acabei achando que o meu vestibular na São Francisco tinha sido ridículo. E a minha revolta veio porque, diante de um ridículo de um vestibular, quando sai, porque na época valia muito uma classificação, é claro, a gente vem com aquela formação anterior de que o bom é o primeiro lugar, certo? Um negócio que, felizmente, não se cultiva mais hoje, porque eu sou vítima desse, eu fui vítima desse tipo de (), de preconceito. O bom é o primeiro, então era delicioso ser aplaudido, ser festejado, Então quando saiu o resultado, num vestibular que eu reputo até hoje duríssimo, que eu fiz na, na Faculdade de Filosofia, eu passo no segundo lugar, numa sessão de letras clássicas, onde nós nos inscrevemos em trinta e dois e passamos em cinco. E num vestibularzinho, falar em tom pejorativo mesmo, no Largo São Francisco, eu passo em déci Então, sabe, você chega à conclusão de que, na realidade, não estava certo. O certo é o que se faz agora. É lógico que é muito gostoso, e eu sou das tais também que acompanho o resultado de vestibular de cê cê em cê cê todos os anos, porque a gente quer ver quem é que está varrendo mais os primeiros lugares. É uma questão aí de, de, de estatística, digamos assim. Mas não que isso seja fundamental. Agora, na época, para mim, o negócio criou quase que um choque. () Porque então que espécie de critério há? Como é que se avalia o conhecimento de alguém? É através de uma redaçãozinha? E tem mais um detalhe. Essa foi engraçadíssima. Na prova escrita de latim da faculdade de direito, caiu um texto do tamanho de um bolo de uma cartilinária. Difícil, né? Acontece que eu havia traduzido, porque eu vinha também do colégio, Eu tive essa felicidade, eu fiz, tive uma base de orientação no latim e no português que eu gostaria que a minha filha pudesse ter no futuro, que eu não fui aluna de quadradões, entende? Era As duas professoras, a de português e a de latim, uh, elas, talvez eu deva a elas o amor pelas duas cadeiras, entende? E eu havia traduzido as catilinárias como havia traduzido o orátor e companhia. E cai um texto das catilinárias. Ah, um senhor texto, viu? Umas quinze linhas. Quer dizer, o resto pessoal foi um absurdo. Era um pedação mesmo () E eu bati os olhos e fui traduzindo, sem abrir dicionário. Terminei ao final de doze minutos. Porque aí eu me dei o tempo de caprichar a letrinha, certo? Vocês acreditam que eu quis entregar a prova e o professor que estava cuidando daquela sala do vestibular não deixou? Eu tive que aguardar a, que se completasse uma hora para eu poder entregar? Não sei se ele acha, que poderia haver uma presunção de fraude da minha parte para os que estavam lá fora. Ou então uma presunção de desmoralização. Entende? Então foi um negócio que me chocou horrores. Porque eu fiquei duas horas fazendo uma prova escrita de latim na Faculdade de Filosofia, porque deram tempo mais. Porque não dava. Foi difícil. E eu saí vibrando, quer dizer, quase que fundi a cuca para fazer esta prova. E aí me, quase que me diziam, não, só tem que esperar, né? Porque eu cheguei a levantar para entregar. A prova diz que a senhorita pode sentar e voltar para o seu lugar, tem que aguardar passar por quarenta minutos. Eu minto que foi uma hora, quarenta minutos. Então é um negócio, né? Completamente absurdo. Se fosse depender, inclusive, da experiência do vestibular para a escolha de profissão, que seria um absurdo, mas se eu fosse me deixar impressionar, eu talvez nem tivesse feito direito. Porque eu cheguei a me revoltar na época, realmente. Entende? Porque eu me preparei, eu fiz a coisa com amor, depois foram provas que foram feitas com conhecimento, quer dizer, eu não fui de paraquedista, como você disse. Certo? Não, aqui não, o negócio era fazer direito meu, porque eu nasci para, para exercer esta profissão, me sinto felicíssima, realizadíssima profissionalmente falando, mas eu só não deu para ganhar dinheiro para ir para Europa, mas saiu daí do ponto de vista, assim, de coisa feita, de trabalho apresentado e de resultado obtido, eu me sinto perfeitamente satisfeita. Então, vibro, faço (), faço isto aqui () ###

SPEAKER 1: : amor mesmo Certo? Cheiro de café não tem jeito. Escuta, você sentiu muita diferença entre o, o ensino da faculdade e o ensino que você estava acostumada no colégio?

SPEAKER 0: : É uma, é uma linda história. Porque, por questões tradicionais de família, eu fui para um colégio de freira aos cinco anos de idade. E curti o colégio durante cinco anos. Um regime, evidentemente, totalmente superado quando eu passei para um colégio estadual para fazer o ginásio. Então eu estudei. Fiquei cinco anos com freiras, dos cinco aos dez. Saí e fui para fazer o ginásio na Padre Anchieta, que naquela época, que naquela época era só feminino. Não havia menino sequer no, no curso primário. Então eu senti a diferença assim.

SPEAKER 1: : Aliás, agora eu () agora que eu vou concluir, inclusive, uma coisa.

SPEAKER 0: : Eu vim de um ambiente totalmente fechado, feminino, porque era colégio de freiras. E só tinha menina. Só tinha menino () Lá só era permitido menino no jardim e no pré-primário. No primeiro ano, elas já afastavam os meninos do convívio. Então, os meninos faziam essa fase inicial e depois passavam para o grupo escolar. Quer dizer, não era permitido. Então, eu saí de um ambiente estritamente feminino, fechado, rígido, com uma orientação religiosa bastante acentuada, e vou para um colégio leigo, do Estado, mas também feminino. Então, o meu primeiro impacto foi a troca de orientação, porque eu, aos dez anos, Depois de ter passado cinco daquela, da infância, vendo os longos hábitos pretos e aquele silêncio, aquele regime assim profundamente piedoso, religioso. Vou para um colégio onde só há meninas, mas eu encontro pela primeira vez o professor homem. Então se estabeleceu o terror. Eu ia mal em matemática porque o professor era homem. A minha primeira série de ginásio foi um desastre na matemática, porque eu tinha um pavor dele, mas não era dele não, era porque era o professor homem. Depois o resto foi bem, porque aí eu já fui me habituando no ano seguinte, então resolveu esse tipo de problema. Quando eu termino o ginásio, então aí surgiu o primeiro grande problema. Papai e mamãe queriam que eu fizesse o curso normal, que valia aquela orientação. Primeiro, a mulher tem que ter um diploma, porque se um dia acaso aí acontece alguma coisa, pode fazer uso dele. Sempre aquele, aquela presunção, aquele risco do fatal, né? Do horrível que pode acontecer. Coitadinha, casa, o marido tenha uma derrocada, se ela tem um diploma embaixo do braço, ela vai exercer. E eu me insurgi contra isso porque eu não tenho absolutamente queda para magistério. Não sei ensinar Eu disse, não, eu não vou fazer o normal, eu vou fazer o colégio. Então surgiu a primeira pergunta, mas vai fazer o colégio para quê? Eu disse, não, eu vou fazer o clássico porque eu vou estudar naquela escola do Largo de São Francisco. Eu, honestamente, eu não sabia o que era a profissão. Eu achava bonito o prédio. E achava, evidentemente, que eu ia me sentir muito bem lá dentro. Então eu fui fazer. a minha inscrição por uma vaga no Colégio Estadual Presidente Roosevelt, que naquela época o sistema de seleção também era curioso. Evidentemente preenchiam-se as vagas com os alunos do colégio. As restantes eram assim distribuídas. Uh... Em primeiro lugar, preferência para os alunos vindos de colégios estaduais e por média de (), de término de curso. Então, a média do certificado era muito importante. Eu vinha de um colégio estadual, tinha uma média razoável e ganhei a minha vaga. Aí, então, foi a segunda, a terceira experiência. Vou para um colégio misto. Aí, se estabeleceu, inclusive, o meu primeiro choque, porque, enquanto eu estive na padre Anchieta E eu saí de lá com catorze anos, eu brinquei de boneca até a véspera do bairro de forma tura. Foi o meu primeiro baile Não, sério, eu não estou brincando. Eu não tinha contato com o rapaz. Aí vim para o Roosevelt, então foi aquela glória, né? () Cheio de menino, aquele negócio todo () E aí encontrei, então, também um sistema de ensino diferente, que na época eu já reputei mais responsável também, Porque era diferente. A padre Anchieta, à época que eu cursei, já vinha num clima de decadência de ensino. E eu, então, me vejo jogada num colégio como Roosevelt, onde se apertava o aluno. Vamos falar o português claro. Apertava. Não era brincadeira. Então houve, evidentemente, dificuldade de adaptação de sistema, não se fazia muita distinção entre aluno de clássico e científico. Logo, então, eu logo... É claro, eu terminei fazendo um clássico super puxado, porque para nós pesava da mesma maneira as cadeiras de física, química e matemática, que eram ministradas pelos mesmos professores que davam aula para o científico. () eu fiz um curso clássico que não foi muito engraçado. E aí eu descobri a língua grega, porque era matéria, matéria opcional no Roosevelt Entre o inglês e o francês, você podia abrir mão de uma delas para fazer o grego. Então, eu abri mão do francês e fui fazer o grego, porque tinha a aliança francesa para suprir as dificuldades e as necessidades também. Então fiz três anos de grego e aí foi que eu me entusiasmei para prestar um vestibular para Clássicas, porque no colégio me lecionava grego para nós () Então já na época a assistente do Breton na faculdade de filosofia, a Isis Por sinal, me parece que ela está na Grécia com uma bolsa. () foi a última informação que eu tive dela. Uma mulher toda louca, que ela lia Platão no original. Quer dizer () não dava bem, né? Você já pensou? Ela lia Platão no original. Então aí foi que eu tive contato também com a língua grega, me entusiasmei, achava lindo. () Misturava-se matemática com latim, né? Que o grego é na base também do cál

SPEAKER 1: : Então, a matemática.

SPEAKER 0: : E o latim, por causa da colocação, ordem direta, aquela coisa toda. Então, daí foi o porquê, porque eu poderia ter ido para neolatinas. Se fosse o caso latim, por latim vou para neolatinas, ou poderia ter ido até para anglos-germânicas. Eu sempre gostei muito do inglês. Mas não, não, vou fazer clássicas, porque assim não posso estudar o grego. Então, o primeiro ano para mim de grego na faculdade de filosofia foi um negócio muito fácil. Enquanto tava todo mundo aprendendo, eu já tinha três anos anteriores. Certo? Eu já escrevi o Padre Nosso () () () em grego () bonitinho ()

SPEAKER 1: : belezura, e, e problema assim por exemplo de, de () em, em sala, por exemplo, você sentiu alguma diferença, por exemplo, entre o colégio que você passou ()

SPEAKER 0: : Ah, sim. Você diz no ambiente? () em condições de sala mesmo () de aula Totalmente diverso. Não sei se, uh, essa diversidade vinha de um fato. Como eu, na época que eu estudava na padre Anchieta, era evidentemente muito mais imatura, muito tímida. Eu sempre fui muito fechada. Então, eu não convivia. Eu tinha a minha amiguinha que sentava atrás de mim, nós passávamos borracha, lápis o tempo todo e, no intervalo, nós ficávamos juntas para fazer o lanche. E a vida da gente se resumia, inclusive, nas grandes preocupações com artistas de cinema. Quando eu vim para o Roosevelt, eu encontrei um ambiente diferente, como eu já disse, e formei um grupo, da qual eu, do qual eu liderava. Certo? Então, eram as seis melhores, que aprontavam mais também, certo? Porque as grandes aprontadas fomos nós que demos no colégio. E aí eu passei a viver. Quer dizer, eu só fui viver realmente ambiente de escola, quer dizer, comecei a viver quando eu entrei para o Roosevelt Que aí eu tinha contato com gente. Havia mais... sentido social, entende? Havia uma razão de ser para eu ir ao colégio. Eu tinha amigas, a gente, inclusive, criávamos problemas para professores. Nós descobrimos uma época, por exemplo, que a nossa professora de história era uma mulher profundamente atualizada em política. E descobrimos também que, se déssemos uma chance de em começando a aula, fazer uma pergunta para ela a respeito de qualquer coisa que se estivesse passando no exterior, não saía a aula. porque ela ia discorrer os quarenta e cinco minutos a respeito do problema. Evidentemente, a descoberta quem fez fui eu. E ela levou exatamente três semanas para descobrir que eu estava golpeando. Se ela entrava, eu me dava ao trabalho de, de manhã, cedo olhar o Estado de São Paulo, que é o jornal assim que oferece aquela matéria de política () internacional. Então, eu dava uma olhada () o que estava acontecendo, não sei que () o que que a senhora acha de tal coisa? Que delícia! Aí ela falava e a matéria não rendia, claro, né? Porque era menos ponto no fim do ano. Certo? Então eu passei a viver, quer dizer, comecei inclusive a dar maiores saídas à minha imaginação. Certo? Que era muito fértil, mas estava embutida porque não me ofereciam condições no outro colégio () Havia uma orientadora na padre Anchieta, uma orientadora () educacional, que era um verdadeiro terror. Mas terror! Entende? Quer dizer, aquilo, a menor risada, um pouco mais alta que se desse, estava estabelecido um problema, () estava sendo chamada, vinha a inspetora, olha, a dona Fulano está chamando a senhora. Então eu quero saber por que que você está rindo Eu me lembro que na Padre Anchieta eu só tinha contato direto e estabelecido, inclusive, um certo vínculo de amizade com a professora de História, Porque ela era moça, então nos dava assim condições de batermos papo durante as aulas com ela. E porque havia uma ligação de, por mera coincidência, dela ter sido colega de escola normal de uma prima minha. Então era a única pessoa com quem eu conversava, certo? Mas saiu daí, eu assistia as minhas aulinhas, ia para casa e levava a minha vidinha de () não dava nem para chegar e contar que aconteceu isso, aconteceu aquilo, fizemos isso e aquilo, porque não havia condição. Eu era uma pessoa profundamente embutida. Depois a hora que, que explodiu, né, começou a explosão no Roosevelt, o tempo de faculdade aí foi aquela delícia. Foram os meus melhores anos, foram os meus cinco anos de faculdade.

SPEAKER 1: : E em termos assim de condições materiais?

SPEAKER 0: : De condição material, o Roosevelt era melhor () aparelhado, sem dúvida nenhuma. Não obstante, nós temos aula num prédio velho que estava (risos) caindo aos pedaços, parece com que agora que vai ficar pronto, imagine, são quinze anos, mais de cinquenta e sete. Uh... Havia laboratório, os professores muitíssimo melhores, certo? Um contato mais uma possibilidade assim muito grande de se estabelecer um diálogo numa aula, coisa que eu nunca, nunca soube fazer. Se os professores fizessem uma pergunta para mim em tempo de colégio, eu não sei também se eles eram fruto de uma orientação e que não propiciava esse tipo de bate-papo com o aluno. Então, para mim também, o Roosevelt nesse ponto foi... me deu margem assim para descobrir que havia uma porção de coisas diferentes. que o professor não era aquele bicho () Certo? Inclusive, quer dizer, a gente tomava café com os professores num bar de dentro da escola, num papo assim, como eu estou tendo com vocês, fazia perguntas, essa coisa toda. Tinha um bom laboratório, Mas também não propiciavam mais nada porque não havia também condição material de dotação de verba para que se fizesse uma projeção, uma coisa desse tipo, coisa que já se passou a fazer depois que eu saí de lá. Passaram a exibir filmes educativos, projeção de slides, essa coisa toda. Mas, se resumir a tal história, a minha época de escola, uh, antecedeu essa reforma digamos assim, brutal do ensino. Então, tudo que vocês, vocês tiveram e os que vêm vindo aí estão tendo, uma coisa que eu, inclusive, nunca sonhei () Quando eu vejo, hoje em dia, uh, o contato com parentes, de como se faz o cursinho, e é o meu tempo de cursinho para vestibular, Pelo amor de Deus, gente! Eu não fiz cursinho, não. Me despejaram em cima da cabeça o que eu tinha que ter de essencial para fazer um vestibular () Era aula seguida, aqueles cinquenta minutos tocados ali sem condição de uma pergunta fora, quer dizer, estabelecia-se o ponto. Eu fui aluna feliz ou infelizmente, não sei, durante seis meses do professor () Castelões, que eu nem sei se ainda tá vivo, o cara era uma máquina. Ele fazia campeonato na sala para ver quem é que declinava mais depressa. Não, gente, é sério. Isso não existe mais, eu sei. Mas, entende? Quer dizer, então quando eu vejo, por exemplo, minha cunhada que faz cursinho equipe, ela chega e me conta como é que ela tem uma aula de literatura, como é que se propõe uma aula de análise, sei lá, negócio desse tipo e eu fico parada só ouvindo Porque quando eu cheguei para fazer o cursinho, eu tinha toda a literatura () portuguesa e brasileira arrumada, porque eu tive uma orientação diferente. Vocês vão ler por partes, eu não quero ninguém lendo nada misturado que vocês vão aproveitar o que vocês estão lendo. Então os meus cadernos de literatura servem até hoje. Porque eu tenho dissecado desde o nosso amigo Bernardinho Ribeiro, aquela beleza, até o Eça de Queiroz, que foi onde nós terminamos. Entende? () Então eu tive (), foi, foi planejado A mulher realmente é um gênio, é É um gênio. Eu chego no cursinho, chego lá, Cheguei, inclusive, a encontrar colegas nossos que faziam, gente que () não tinha culpa de não terem feito, terem tido a sorte de terem feito o curso nas condições que eu fiz. Mas, uma desorientação total, uma desorganização () Entende? Então, foi um absurdo. Foi aí que () eu parei de fazer o cursinho com Castelões e passei a fazer com Tolosa, que era um cara com quem... Eu chegava e dizia, olha, eu acho que não está certo isso. Que ele já proporcionava. Tolosa proporcionava esse tipo de coisa. Entende? Mas uma diferença assim total do meu tempo, né? Apesar de eu não ser tão velha, mas do meu tempo, com o que se passa hoje, mesmo a própria faculdade de Direito. O último grande tabu que se acabou na faculdade de Direito foi a gravata para os meninos. Quer dizer, foi aquela festa. Precisava. () porque é um negócio profundamente ridículo. Não obstante a gente saber que no exercício da nossa profissão, o homem tem que usar a gravata. Falar com o juiz ou um colega meu, se chegar sem gravata, simplesmente não entra na sala. Mas o sistema que eu fiz o curso de Direito, é um negócio que vocês não acreditam, gente. Eu saí da faculdade, sabe em que condições? profissionais, nenhumas não existiam condições para mim, se eu não tivesse no quarto ano começado a estagiar () A mim não, a todo pessoal até esta mudança, nos despejavam quarenta e cinco minutos de matéria, porque a pergunta não podia ser formulada. É claro que eu tive grandes professores na faculdade de Direito, que ao invés de ouvir quarenta e cinco minutos, eu ouviria três horas. Mas outros há que não dava dez. Então eu me especializei em virar jornal na sala de aula sem fazer barulho, porque eu não aguentava. Porque era um negócio assim, era maciço. Entende? Quer dizer, o professor chegava e dizia assim, Bom, hoje vamos falar a respeito, digamos assim, uh, arrematação. E plá, plá, plá, plá, plá, quarenta e cinco minutos só. Não havia uma aula prática. Os seminários, o que se, o que se entende por seminário? () Algo onde o aluno e o professor, através de um clima de, de debate, O aluno propõe a dúvidas e o professor ajude a solucionar. Principalmente no campo, por exemplo, da minha profissão. Que havia mil perguntas. Nós não sabíamos se quer redigir uma petição, nada. Não, era igual o seminário. Sabe o que dava? Matéria que não tinha dado para dar na aula anterior. Então eu fiz um curso de Direito que foi uma coisa absurda. Porque, com toda a sinceridade, cinquenta por cento de coisas que me ensinaram fiz questão de esquecer. Sabe? Porque não tem utilidade. Atualmente não. Se criou o sistema de departamentos ()... Então, voltando ao que eu estava dizendo, com a criação hoje dos departamentos que se fizeram na Faculdade de Direito, os alunos estão em contato direto com os professores () Aqueles mesmos professores em relação aos quais eu não tinha acesso. Há inclusive uma passagem, eu vou contar o milagre, não vou contar o santo, numa aula de uma determinada cadeira, um colega meu, atualmente juiz de direito, parece-me que já em Santo André, levantou e fez uma pergunta a um professor. Excelência, o detalhe do tratamento Eu, e expôs uma situação, Sabe o que ele ouviu do mestre? Isto está me cheirando a consulta. Passe pelo meu escritório. Então, veja, não havia condição. Hoje, não. Inclusive, a gente entra na faculdade e vê, inclusive, os professores conversando com os alunos do corredor. Eram pouquíssimos os que faziam isso na minha época. Um deles era o, o Fernando Mendes de Almeida. vulgo bode branco. Ele passava os intervalos passeando no, nos corredores internos ou mesmo no pátio, no térreo, batendo papo com a gente, discutindo isso ou aquilo. Era um ou outro professor que permitia, entende? Então eu acho que hoje, inclusive essa turma que está, está saindo agora, está entrando na faculdade de Direito e estão saindo nesses três anos para cá, eles vão entrar para profissão de uma maneira mais à vontade. Porque estão, inclusive, fazendo o que na vida profissional a gente tem que fazer. Naquela época eu não fiz nada disso. Eu aguentei cinco anos de professor despejando matéria em cima da minha cabeça. Chegava no fim do ano, não havia provas de aproveitamento, não havia trabalhos () Estudava-se duas vezes por ano. no meio do ano e no fim do ano. A conclusão que nós chegávamos era a seguinte, que o que estragava a faculdade de Direito eram realmente as provas. Que o resto era perfeito. E aí você tinha que estudar. Então você apanhava aquelas apostilas, a bibliografia é bastante vasta, então você elaborava os pontos e estudava para fazer um exame. Chegava no exame oral, se você não fechasse média, despejava tudo aquilo para o seu amado mestre professor e ficava a coisa desse jeito. Entende? Então, foi um curso horrível. Quer dizer, do ponto de vista de ensino, né? Ensino, porque eu tive sorte de ter sido aluna de gente simplesmente sensacional. Gente simplesmente sensacional. Fui aluna do Inácio da Silva Teles, fui aluna do Goffredo da Silva Teles, fui aluna do Manuel Pedro Pimentel, do Silvio Rodrigues. Mas também, me perdoem, mas fui aluna do Buzayde. que é um gênio o nosso ministro da Justiça, mas como professor não dava. Entende? Porque muito culto e com uma dificuldade terrível de transmitir aos alunos todo aquele conhecimento maravilhoso que ele tem. Por outro lado, fui aluna de Miguel Reale, de quem eu tinha aquele prazer de assistir aula. Certo? Então, aí também há esse problema, muito professor Velho Mescota, Honra seja feita, que é um buquê de velharia, certo? Fui aluna () do Atalio Manogueira, a maior gracinha que já passou na face da Terra, que levantava quando ia examinar o exame oral o filho do neto de Dom Pedro, né?

SPEAKER 1: : foi, fez o curso conosco.

SPEAKER 0: : Então tem figuras assim, extraordinários, mas do ponto de vista de oferecer alguma coisa para o meu exercício profissional, nunca jamais entrei em algum. Nada mal.

SPEAKER 1: : No caso assim do colégio, na época do colégio, material que você era obrigada, no caso, que se exigia que você levasse, já havia uma determinada matéria que

SPEAKER 0: : Não, uh, eu já sei onde você quer chegar, que parece que seria o problema assim de se estabelecer que o aluno tenha isto, isto, isto, isto, caderninho para isso. Não. No colégio, já no Roosevelt, o sistema era mais liberal. Então era um problema nosso fazer caderno ou não fazer caderno. Evidentemente, você tinha que ter um caderno para fazer as anotações, porque um aluno de colégio, na minha época, não tinha condição de fazer por iniciativa própria, o que eu fazia já no tempo de faculdade para poder me resolver meus problemas para passar de ano. Mas não havia nada assim de especial, com exceção da cadeira de geografia. Tinha que fazer mapa, né? Então tinha que levar os mapinhas, depois ela punha na lousa e a gente passava para o mapinha que tinha feito em casa aquilo que ela tinha ensinado. Um negócio ridículo, né? Eu quase fico de segunda época em geografia no terceiro ano clássico, porque criei um atrito com a mulher. Eu achava ridículo o negócio daqueles. Então eu desenhava () na Itália, por exemplo, zona que tinha maior quantidade de plantação de tomate, ela fazia tomatinhos na, na pedra. Isso é um negócio assim, completamente, sei lá, já era, entende o sistema. E ela continua dando aula nos mesmos modos, até hoje. Ela deve entrar na compulsória logo, logo, entende? Não havia obrigatoriedade. Agora, evidentemente, o uniforme era exigido, vistoriado diariamente. Me lembro que um dia estava um frio infernal e eu vestia uma malha de balão cor-de-rosa embaixo da blusa branca para pôr o agasalho em cima e estava aparecendo uma conta do povo () Fui chamada na diretoria, porque eu estava desuniformizando o colégio. Então isso, a gente está querendo saber o negócio, você quer vencer o problema do frio? Não é um pedaço de malha cor-de-rosa que vai deixar você, que você se impeça de ser um bom aluno, de aprender, certo? Então havia, essa rigidez havia. Uniforme era Batata, meia abaixada também não podia. Tinha que ser as meias três quartos. No verão, saia de casimiro e meia comprida era fogo Então festa para nós era o dia que podia ser em uniforme, geralmente em véspera de feriado. E fora isso, não havia, assim, muitas outras exigências. Evidentemente, os cadernos a gente fazia. Ela tinha que apresentar a caderneta de frequência todo dia, na entrada. Porque no, de uma certa forma assim, eles () havia um sistema contraditório, que se o professor fazia a chamada um por um, e você ou respondia ou não respondia, não havia razão do carimbo na porta da caderneta () Então tinha uma funcionária que o Estado pagava, para ela ficava o dia inteiro batendo carimbo, presente, presente, presente (risos) () E se no dia anterior não tivesse entregue a carteira, ou tivesse faltado, então ela batava o ausente. Batia o ausente. uns negócios assim desse tipo, né? Coisa que hoje não se faz nunca, né? Eu me parece que não, né? Não existe mais esse sistema de controle de frequência. Mas () só a chamada... Agora, curioso, curioso era o sistema de frequência na faculdade de Direito. Passava-se um livro, devia... Sabe como esses livros caixa? Esses livros de ata? Mas o coitado do livro, Tinha acho que uns noventa centímetros de comprimento, por uns sessenta de largura. Então, o bedel chegava, entregava o livro na ponta, o livro passava de um por um e a gente assinava no nome () É óbvio que a margem para fraude era grande, não? Porque o livro você dava para você assinar dois, não? Você punha em pé para assinar. Então, levava exatamente quarenta e cinco minutos para passar o livro de frequência na sala de aula. Eu não sei se isso já foi abolido. E cada professor tinha um livro para cada classe. Quer dizer que então, você já viu, né? () calhamaço que o coitado do bedel fazia esforço Não sei nem se ele recebia algum extra do Estado para carregar os livros.

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 0: : Descobriram depois uma fraude lá, então passaram a obrigar a gente a assinar o nome por extenso, tinha que ser assinatura mesmo, para evitar falsificação, entende? () () dava um jeitinho, né? () falta () () cinco por cento de frequência no número de aulas dadas, aquele negócio todo

SPEAKER 1: : Mas, e no caso, por exemplo, das notas que eram dadas no colégio, como é que o aluno ficava sabendo? ###

SPEAKER 0: : havia as provas mensais, as famosas sabatinas, e algumas cadeiras nós tínhamos os trabalhos extras, certo? Por exemplo, português tinha, latim tinha, filosofia tinha, uh, e história.

SPEAKER 1: : Então, uh, a prova era feita, o professor levava para casa, corrigia.

SPEAKER 0: : Mais ou menos, dependendo do professor, a gente já sabia quanto tempo levava para sair o resultado, E na cadeira de português a Edite de sopetão, uma vez por mês, e para isso nós tínhamos que ter sempre uma folha de papel ao maço, meia folha de papel ao maço guardada, ela dava um tema para gente dissertar. em que evidentemente era somado à nota, dividido, etc. Então, (), corrigidas as provas, o professor devolvia, E a medida que ia devolvendo já passava na caderneta dele, se tivesse algum pontinho a mais que já estava... tinha... como é que a gente diz? Tinha a coluna especificada do pontinho a mais ou do pontinho a menos, certo? E essas notas depois da caderneta do professor eram passadas para cadernetinha da gente. Depois a gente levava em casa para mostrar para o papai e para a mamãe quantas notas vermelhas tinham, né? Porque as notas para baixo de cinco, elas vinham em tinta vermelha. E o resultado das provas de exame eram afixadas no quadro geral, instalado lá, colocado no pátio lá no colégio. E E era assim que a gente chegava ao conhecimento. E a nota de exame oral dava na hora. Fazia o exame oral, () você via o professor dar o tanto. Certo? () O sistema era esse. E mesmo na faculdade também, a prova escrita saía o resultado antes, que você, para fazer o exame oral, a sua prova vinha junto, porque elas não eram identificadas, as provas. Quer dizer, elas Depois eles colocavam uma folha extra que tinha a identificação da gente, então a prova escrita era afixada no quadro, e na hora do seu exame oral, o professor já marcava na, à margem da prova escrita, tinha já o local determinado para que ele pudesse pôr a nota para o exame oral, porque ali mesmo ele já fazia a soma e dava a média Certo? Então, na faculdade a gente já sabia também do resultado da prova oral na hora. Terminado o exame, já estava resolvido o problema.

SPEAKER 1: : O sistema, assim,