Inquérito SP_DID_067

SPEAKER 0: : Vai lá, ( ). Gravação do dia dezessete de oito de seten ta e dois. Tá? Então tá Que horas são, hein? O senhor tem horas?

SPEAKER 1: : Seis e meia. ###

SPEAKER 0: : Vamos conversar um pouquinho, né? Pois não. Eh, deixa para falar mais ou menos como é que é o o o seu tempo, assim, ah dividido, mais ou menos, durante o dia. Desde que o senhor acorda até voltar de noite de novo.

SPEAKER 1: : Bem, eu acordo por volta de seis e meia, sete horas. Ih ###

SPEAKER 0: : Nós preferimos que o senhor entre em detalhes. (fala enquanto ri) (risos)

SPEAKER 1: : Eu faço a barba, tomo banho, tomo café, e o meu serviço é externo. Então, eh é dito serviço externo. Porém, é claro que a gente trabalha muito mais internamen Como na repartição não há muito espaço, nós temos autorização para trabalharmos em casa. Ao invés de trabalharmos no estabelecimento do contingente, eh a não ser quando é um estabelecimento muito grande, que comporta, então aí nós trabalhamos no estabelecimento desse contingente. Então eu tomei café, saio, vou para o estabelecimento. Vou sozinho ou com os colega e trabalhamos durante o dia. Almoçamos ( ) qualquer lugar, ou então vamos para casa. ### Mas em regra, o serviço, né, de ( ) de pequeno ( ), então eu levo para casa. Depois de tomar o café, Eu subo e e como não é um lugar muito apropriado, eu vou para o meu quarto mesmo, tenho uma escrivaninha e começo a trabalhar.

SPEAKER 0: : E nesse tempo que o senhor leva entre se arrumar, se levantar, tomar banho tal e o começo do trabalho, quanto tempo o senhor acha mais ou menos que demora?

SPEAKER 1: : Perto de, acho que uma hora, uma hora e meia. Porque eu desço, tenho os meninos pequenos, é uma coisa, ( ) aí é outra.

SPEAKER 0: : Depois o senhor começa e vai até...?

SPEAKER 1: : Bem, hum eu trabalho até umas onze horas. Depois paro, eh desço, espero o almoço, leio um pouco o jornal, e o diário oficial também, sou assinante, e e e faz parte do trabalho, de maneira que ainda estou trabalhando. Leio o diário oficial, eh leio a as partes que me interessam. E e e al moço, depois do almoço, subo lá para uma e meia mais ou menos. ( ) uma e meia Trabalho até aproximadamente quatro e meia cinco horas. Depois começa a escurecer. Mesmo porque a minha capacidade de trabalho física é é muito limitada. E dado também a natureza do trabalho, é muito cansativo. Aparentemente, já tem essa impressão, que o fiscal, principalmente de rua, é um homem é um é um privilegiado, né? Mas não é o que ocorre. De maneira que eh que eu, quando me sinto cansado, ou com a vista, ou ou mesmo o cansaço físico, que eu tenho que lidar com máquina. E a máquina de escrever me cansa bastante. Não sei se é porque estou ficando cada vez mais moço. (risos) De maneira que, então, eu paro, e daí vou para baixo, né, na sala, brinco um pouco com os meninos, e leio termino de ler o jornal, E e a noite fico assistindo à televisão. Os pequenos nunca acordam durante a noite? Eh Sabe o que acontece? Eles dormem com minha sogra. Ah, privilegiado (risos) (risos) Então, eh desse desse susto, nós não morremos. Eh eh Às vezes acontece, não é? Então... Mas quem levanta mais é minha esposa. Eu... ###

SPEAKER 0: : A mãe coitada. (risos) E escuta, o senhor, para levantar assim cedo para começar a trabalhar, o senhor costuma levantar assim sozinho?

SPEAKER 1: : Ou... É do tipo de que acorda naturalmente, não precisa aquele negócio balançando, assim, quase... Eh eh eu eu sou acho meio terno, sabe? Porque... eu acordo, mas custa sair da ca Mas acordo sozinho. Às vezes nós pomos o despertador, porque altera quando tem que levan quando tenho que levantar mais cedo. Mas, em geral, eu, ah no horário de costume, acor de costume, acordo. Ih E quando começava ( ), eu fico até oito e meia, nove horas, assim Mas, em regra, eu acordo assim naturalmente. sem sem precisar me tirar da cama.

SPEAKER 0: : O senhor podia me dizer, para nós é interessante, pode parecer imbecil, mas para nós é interessante saber como é que é o seu despertador.

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : ### É um despertador de marca alemã. Ele... é pequeno desse tamanho, assim, pequeninho, redondinho. É de latão, parece ouro. Sabe aquele latão eh eh... É uma chapa perfurada, sabe? Que faz uns desenhos, umas... Mais ou menos que nem aquela coluna grega, aquelas coisinhas assim, né? E... O vidro... Bom, o que seria o despertador é isso. ( )

SPEAKER 0: : Ele é todo amarelo. (risos) Para se ver, assim, a hora, como é que é o...

SPEAKER 1: : Os indicadores? Isto. Os indicadores são pretos. São pretos. Ah, os números eh são romanos. Hum. E E por sinal, há um erro na numeração. (riso) Tem o três romano, pu depois o Eu não sei se ele é bo Está escrito que é alemão, ( ) né? (risos) Não sei se ela não é made in eh Santo Amaro. (risos)

SPEAKER 0: : Ele é muito diferente do relógio que o senhor usa?

SPEAKER 1: : É diferente. ### Esse aqui, vê, ele é completamente... ele não tem números, né? ###

SPEAKER 0: : É. Como é que o senhor chamaria esse relógio, assim?

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : ### Porque aquele é despertador, né?

SPEAKER 1: : Despertador. Esse é relógio de pulso. Já usei muito o relógio de bolso.

SPEAKER 0: : Ah, é? (risos) Meu pai usa muito rel ógio de bolso. Só usa o relógio de bolso.

SPEAKER 1: : E foi por ter herdado de meu pai.

SPEAKER 0: : Ah, é? (risos) E escuta, assim, ( ) ainda um pouquinho, falando mais um pouco de tempo, assim, o senhor, quando marca, assim, por exemplo, um compromisso, o senhor, Leva a sério mesmo a hora? ###

SPEAKER 1: : Eu eu peço para me chamarem, eu peço para me alertarem, para não esquecer. Mas uh talvez uma das falhas minhas é essa, eu me preocupo muito. Hum. Entendeu? Hum. Quando eu marco um compromisso, marco uma hora com uma pessoa, principalmente no que diz respeito ao trabalho, Eu fico preocupado com aquilo, sabe? Eu pretendo resolver as coisas, eu preferiria que já tivesse resolvido. Essa é uh ( ) a minha maneira de ser.

SPEAKER 0: : O senhor faz questão de chegar, então... Ah, sim, de chegar.

SPEAKER 1: : Em geral, quando possível. Oh, hoje eu não cheguei na hora, mas no geral eu costumo chegar.

SPEAKER 0: : ### É, foi.

SPEAKER 1: : ( ) Eu fui por ( ) eu vim pela Brasil, né, avenida Brasil depois o Ibirapuera, e entrei debaixo daquele túnel. Quando tinha que pegar a aquela aquela via em frente, né, para sair na Rua ( ). Depois tive que fazer o retorno, tudo isso de novo.

SPEAKER 0: : Eu não tinha certeza, que eu vim de última hora assim, não sabia nem o que fazer.

SPEAKER 1: : (risos) Mas o senhor não é do tipo preocupado que pensa em horas e todas as divisões, ou quando marca um compromisso tem que ser ali direitinho, em cima, medidinho, no relógio, ali o ponteirinho tá virando, virando, virando? Não, não, eu eu eu me preocupo não propriamente com a hora, mas com com o compromisso em si. né? Não sei se me fiz entender. Eh Vamos supor, no trabalho. Então eu eu vou e o o indivíduo tem que me apresentar determinados documentos ( ) quatro horas. Quer dizer, eu não fico ansioso em relação a ao ao transcurso d das horas para que as quatro horas chegu eu ir e e resolver assuntos. Eu fico eh preocupado em resolver o assunto naquele naquele momento, naquela oportunidade, que nem não é não é muito comum no nosso serviço. Porque as pessoas, em geral, eh procuram fugir, né? É muito natural. Então, ah se modifica para apresentar livros ou documentos. E é certeza que a gente vai e ele não apresentou, não tem, disse que não foi, não teve tempo, ou então ( ) não encontrou, ou se extraviou, para fazer o favor de voltar amanhã. Então é aquele serviço cansativo de ir uma, duas, três, quatro, cinco vezes. E às vezes, como nós estamos estamos sujeitos à produção, eu fico preocupado porque a minha produção não aparece, não é? De maneira que... e às vezes preocupado com essa produção, Eu fico torcendo para para que ele, naquele dia, naquela hora, tenha tudo que eu pedi. Para poder me desembaraçar de serviço.

SPEAKER 0: : Quer dizer, não é uma preocupação assim da hora exata?

SPEAKER 1: : Não, da hora exata por si não. Mas para quem tem, por exemplo, eh a gente que é estudante ainda, que a gente tem que estudar, trabalhar para se manter, a gente tem que eh viver sob uma dependência total do relógio. Como é que o relógio funciona nesse sentido, para ajudar a gente para estar em determinada hora aqui, dar uma aula aqui, assistir o trabalho? Como é que o relógio possibilita? Como é que ele nos ajuda na demarcação do tempo? Bem... Bom, aí uh é um... Esse esse se eh eh o nosso setor, você está dizendo? Que se

SPEAKER 0: : ria o de de de... Eu acho que ele está falando assim mais por causo da divisão mesmo. A divisão do horário?

SPEAKER 1: : ### Como é que funcionaria? Olha eu acred eu não sei se eu entendi bem uh. Eu talvez não não tenha pego. exatamente aquilo que vocês estão querendo dizer. Ah, então deixa.

SPEAKER 0: : O caso assim, por exemplo, do seu trabalho, o senhor ah costuma programar... Ah, sim.

SPEAKER 1: : Então, talvez seja isso. Isso. Desculpe interromper. Nada, imagina. Mas (pigarro) o me o nosso trabalho, ele ele é é, vamos dizer, hum, eclético, se assim posso dizer. Então, vai desde a gente chegar e ficar de plantão num lugar, e... contando mercadoria que entra, caminhão que entra, ou contando gado, vaca, porco, essas coisas, até a impugnação de defesas que são apresentadas. Então, eh nesse serviço, nesse serviço, vamos dizer, mais burocrático, nesse serviço de de plantão, que a gente anda pelas ruas, para de vez em quando aborda um ou outro carro, caminhão, para saber se eh tem nota ou não tem, que é um serviço mais mecânico, vamos dizer, a parte de desse serviço tem um serviço ah em que há há um dispêndio de de energia, um serviço mais intelectual. Então, porque não é o fato de a gente se deparar com a a irregularidade, lavrado o auto e acabou, não. Lavra-se o auto e depois o indivíduo entra com a defesa. Essa defesa é encaminhada a nós para nós impugnarmos. Então, na impugnação, nesse serviço, eh não há o horário pré-determinado. Porque ah... E às vezes depende também um pouco de inspiração, não é? A gente tem que ler a defesa, às vezes tem que sentar que senão cai porque Puxa, será que fiz tanta barbaridade assim? ler e depois, eh muitas vezes, eu costumo deixar para um, dois dias e deixar que a mente no subconsciente vá aclarando melhor as ideias para depois se pôr no papel. Nesse caso, quando eu estou trabalhando no serviço dessa natureza, eh eu esqueço as horas.

SPEAKER 0: : E no caso, por exemplo, não sei se é o o caso do seu trabalho, mas há determinadas pessoas que programam, por exemplo, certas atividades durante o ano. S ### O senhor costuma, assim, programar?

SPEAKER 1: : Olha, eu não costumo porque eu não tenho muita disciplina.

SPEAKER 0: : Não tenho muita... É, o senhor é indiferente, por exemplo, por as as partes do ano, por exemplo, durante o ano o senhor faz por exemplo... não tem uma... Ah, não, eu não... não, nessa parte, não.

SPEAKER 1: : É indiferente para mim. Eh aliá s eu, indiferente, digo. A minha expressão não é a correta. Hum? Eh no no No ano, eu com relação a serviço vamos dizer com relação a serviço, eu faço uh aquilo que me é determinado e e aquilo que, em razão dessa determinação, surgiram autos que eu tenho que me manifestar a respeito. Quer dizer, eh no nível do horário para falar, ah impugnar ou falar ah num processo (pigarro) com relação ao outro, para fazer um um serviço de outra natureza, não. Eh É de acordo com aquilo que me vem na hora. Se eu me achar com mais disposição para, sei lá, pensar, para pesquisar ou para fazer uma impugnação, eu faço. e não, eu faço um serviço mais manual, eh mais mecânico. Ou então vou vou ah ah procurando contribuintes aí, modificando para fazer isso, fazer aquilo. Serviço de diligências fiscais que a gente tem que fazer. Agora, com relação ah à vida particular, eh eu não programo nada no recurso do ano. Por enquanto não estou programando na Eu sei que muita gente, a maior parte dos colegas, estão ( ) em crianças pequenas, ou em, isto é, crianças em idade escolar. Então eles programam, porque tem que conciliar as férias com deles com as das crianças. Mas esse não é o meu problema. E e já

SPEAKER 0: : eral cai isso aí cai em que época do ano mais ou menos?

SPEAKER 1: : Nas férias?

SPEAKER 0: : Isso. Desses seus colegas, por exemplo. Não, em geral

SPEAKER 1: : é janeiro dez dezembro, janeiro, fevereiro. E julho, agora parece que vai haver uma mudança, mas não se sabe, não é? ( ) (risos) Quer dizer, eu só ouço falar. E eles vão unificar. uh e daqui por diante parece que o ah ah ah período ocioso da escola ah iria desaparecer. ( ) Ia entrar uma terceira turma. Não sei se já está ocorrendo ou não. mas pelo menos é o que eu tenho ouvido. Seria uma parte da reforma eh eh da educação não é isso? Do ensino, qualquer coisa assim. Mas eh eh eh o ano para mim, eh tanto faz eu tirar as férias em janeiro, dezembro, julho, ( ) agora eu estou de férias.

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : de férias. De maneira que é indiferente. Não sei se é exatamente isso que ( ) férias, quando todo mundo está trabalhando. (risos)

SPEAKER 0: : E no caso, então, quer dizer que o seu trabalho não exige, por exemplo, um dispêndio maior de energia numa primeira parte do ano do que numa segunda? Hum

SPEAKER 1: : Não. Nesse particular, não. Não senti até hoje isso. Até hoje eu não senti. (pigarro) Quer dizer que o dispêndio pode ser muito mais num determinado período, menos no outro. Por coincidência, pode pode acontecer no ano em março, dispender muito mais energias no outro ano no mesmo mês, mas por pura coincidência que não não tem não tem nenhuma relação com o traba Pelo menos com com a natureza trabalho que eu faço no setor em que estou e na zona em que estou. Porque o nosso setor e e o nosso serviço também ele é condicionado ah ah às zonas de trabalho. Tem gente que lida um setor, hum municípios, vamos supor que o co uh o grosso é a plantação de café, uh laranjas ou qualquer Então aí entra essa... esse fator. Mas no no onde eu estou, não. ###

SPEAKER 0: : O senhor tem oportunidade, por exemplo, de fazer viagens, assim, nessa época? O senhor já precisou mais folga, digamos, do trabalho, né? Então, em férias mesmo, né? Que o senhor ( ) ( ) o senhor tem que sair um pouco daqui de São Paulo, deixar...

SPEAKER 1: : Eu gostaria muito de sair. (pigarro) Eu saía bastante. Quer dizer, hum pouco saí. Mas depois de casado saí bastante. Mas daí, quando vieram as crianças, então as coisa parou.

SPEAKER 0: : E o senhor ia, em geral, para que lugares? Assim, mais para o interior ( ) não? Eh in in

SPEAKER 1: : interessante. Eu eu eu sempre tive ojeriza pelo interior. Ah, é? É. Mas não sei se porque... O senhor não gosta Não sei se porque, quando eu era garoto, o meu pai ia muito para um sítio em Jundiaí e eu ia mais forçado, sabe? Então, aquilo me... (risos) eu eu fi eu passei ah a não gostar do interior. Para mim, eh passeios e férias deviam ser a beira-mar. Hoje já mudei. Quer dizer, eu me deleito muito. E ah eh E passei a descobrir os atrativos de uma cidade eh de veraneio, vamos dizer, de de recreação, né? ( ) Poços de Caldas, eh Serra Negra, ( ) Campos do Jordão. Gosto imensamen

SPEAKER 0: : Nesses lugares, assim, por exemplo, em Campos de Jordão, assim fora a cidade, as cidadezinhas, aquelas vilas pequenininhas que tem (pigarro), o que que agrada, senhor, em Campos do Jordão?

SPEAKER 1: : Eu acho que o mais me agra me agrada eh é aquela quietude, e tranquilidade, sossego de espírito, despreocupação. As cidades em si, a não ser a cidade de Campos do Jordão, eu acho muito bonitinha. As outras cidades, por sinal, até acho até... Acho até (risos)... ( ) cidades ih que estão retrocedendo, né?

SPEAKER 0: : No caso, essa aqui, o que que o senhor acharia ( ) que é proveniente mesmo da da paisagem? Ou assim, será que é um pouco do... ( ) aqui em São Paulo? ### ###

SPEAKER 1: : Não, eu Eu acho que a paisagem é que levou um tipo de pessoas, né, eh que formam um todo que corresponde àqueles que vão de vez em quando. Há algo diferente eh daquilo que existe aqui em São Paulo.

SPEAKER 0: : ( ) E como é que mais ou menos assim O senhor vai explicar para uma pessoa que não conheça, nunca nem ( ) viu Campos do Jordão ### ### ### ###

SPEAKER 1: : Bem, a paisagem, quando eu fui... eh dizem que lá é muito semelhante à Suíça. ### ### Mas uh o que eu uh a paisagem que eu vi lá eh foram mais, eh vamos dizer, eh mais jardins. Aquelas ah aquelas ah ruas arborizadas, ih e inclusive ruas com agu com árvores baixas, mas eh floridas, sabe? E E achei muito bonito aquilo. ### É plana. Uh eh uh não é propr eh Ela é de altos e baixos, né? Uh a A cidade é dividida como se fosse em três setores. Tem a... Não me lembro bem o nome desse albergue ( ) um nome assim, que é ( ) um local ( ) eh onde vão as pessoas que estão internadas em sanatórios. lugar um lu um lugar mais comercial, em que se vê mais miséria. Ou, por outro ( ), se vê mais doentes. ih eh É o núcleo da cidade. E como cidade do interior, aqueles que lá vivem têm um padrão de vida relativamente baixo, né? Agora, onde eu fiquei foi na Associação dos Funcionários Públicos, que é chamado... é um outro núcleo lá, não sei se é jagua Jaguari, ( ) uma coisa Hum é um local mais pacato, um local em que as pessoas de mais posse eh se localizam, as casas mais bonitas. ( ) Então, a gente fica tendo uma impressão mais agradável.

SPEAKER 0: : O senhor teve a oportunidade ( ) de ir naqueles hotéis que lá em Campos do Jordão, onde a vista inteira

SPEAKER 1: : Ah, eu fui. Fui. Fu

SPEAKER 0: : ### mo é que o senhor pode ( ) o senhor chegou a ver, por exemplo, uh a paisagem ( ) daqueles hotéi a vista que se tem ( ) hotéis. O que que o senhor via dali?

SPEAKER 1: : Bem, eu fui num hotel eh que tinha um lago e e tinha uns um umas aves, não sei se patos, outras aves ( ) Ah, tinha peixes também. E o próprio hotel foi res eles eh teriam interesse em manter aquilo, né? De maneira que é algo, assim, diferente. ### Tinha a Vila Alpina, se não me engano, então dava a impressão mesmo de hum de construções eh de estilo europeu, estilo, não sei se tirolês, não é? Eh e construções, casas de de até de madeira, ah encrustadas em em em morros. todas eh ( ) com com com com árvores em em volta, eh caminhos pedregulhados, bastante preparado, artificial, a gente percebe, mas tem um colorido típico, um colorido próprio, o próprio ( ) típico. Um é é como ah hum algo que que está querendo copiar alguma coisa que exista no exterior, mas eh é agradável.

SPEAKER 0: : Mas não existe, por exemplo, mesmo na natureza, assim, alguma coisa de de próp Se eu ver de um de um lugar, assim, mais alto, lá em Campos do Jordão, assim, o resto ou toda a cidade, ou então ###

SPEAKER 1: : tem o Morro do Elefante. ### não subi, não subi. Mesmo porque naquela... na hum então não tinha esse... ( ) Como é Hemisférico? Não sei bem o nome. Que tem um uma cadeira que sobe. ( ) não era... Ainda não tinha. Fui no Palácio do Governo, uh vi a paisagem de cima, vê-se toda a cidade, vê-se... Eh... Eu tenho que pens... Não sei ( )... O que que eu posso dizer? O que é que se vê? Eh ### Não. eh eh eh eh ela é com bastante bastante montanhosa. É uma região muito montanhosa. Embora a cidade em si seja localizada num local... Porque é uma cidade pequena. Um local plano. É como se num vale. O que eu posso diz

SPEAKER 0: : O senhor prefere, por exemplo, essa região montanhosa ou assim uma região mais

SPEAKER 1: : Para para vi

SPEAKER 0: : É ( ) isso, ou para mesmo para ver, para apreciar a paisagem, ou para viver mesmo.

SPEAKER 1: : ( ) eu não não não nunca pensei no assunto, sabe? De maneira que, se eu tenho impressão que para viver, eu não não não não não não me daria bem com esses lugares. Eh eu fui criado e nasci aqui em São Paulo e tenho que viver nessa turbulência. Porque eu morei em Sorocaba, trabalhando lá. E não não me dei muito bem, não. Não? Eu achei uma diferença muito grande. Embora eu não tenha não tenha uma vida, assim, social, ( ) não tenho isso, eu só ( ) praticamente aqui. Mas, não sei, eu acho que me sinto bem. nesse nessa megalópolis que é São Paulo.

SPEAKER 0: : A região de Sorocaba se assemelha assim à de Campos do Jordão, montanhosa? ###

SPEAKER 1: : ### Mas menos, bem menos, não é? Campos do Jordão fica praticamente, me parece, no topo de um... A gente quando sobe eh é uma serra imensa, né? Dá muitas vol E eu acho que eh é uma cidade... eu não não tenho certeza absoluta, mas me parece que é... eh fica as na parte superior do... ah não, espera, é, exatamente. Mesmo porque de Pindamonhangaba, quando nós fomos, nós fomos de trem, sabe? Um trenzinho especial, um bondezinho especial. E até fomos porque é uma coisa diferente, uma atração turística. E E sei que uh esse bonde subiu por cabos de aço. E de lá nós vimos eh só montanhas mais montanhas. Quer dizer que que que o ponto final do do bonde foi eh foi eh foi em em Campos do Jordão. E eu acredito que lá de lá só tende a descer, não tenho certeza absoluta. Não me parece que seja uma cidade localizada na no na metade de de um planalto, de de de um morro, de de de serra, não. Parece-me que era no topo de uh de um planal

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : ### Sorocaba, eh a cidade em si, ela ela ela se localiza praticamente num eh nu eh num vale, não é? A cidade. É muito maior, não tem nem comparação. Mas é volteada por morros.. aqui em São Paulo não dá nem para ver, não é? Embora é uma cidade de altos e baixos, ( ) que é é um planalto, não é? Mas é que nós temos os viadutos e pontes e todas essas coisas modernas, nós não vemos, né, essas ladeiras e tudo mais. Vemos sim, mas... Só quando ( )

SPEAKER 0: : ### ###

SPEAKER 1: : Mas eu não não gostei muito, não me adaptei mu

SPEAKER 0: : sozinho. Hum ( ) O senhor não teve a oportunidade lá de subir alguma montanha? Hum

SPEAKER 1: : Não, nunca. Nem aqui estive ainda no Pico do Jaraguá. Ah, não. Você vê eu não eu não não não não não não sei, não... Eu sou daqueles que, às vezes, preferem ficar acomodados numa cadeira.

SPEAKER 0: : ### ### (risos) Nem pescar o senhor gos

SPEAKER 1: : Mas em Poços o senhor subiu, viu o cristo? Vi. Fui. Subi. Eh Em geral, as cidades são localizadas em em... em vales, não é? Esse Poços é outro exemplo. Também é uma cidade de altos e baixos, né? Eh É no topo de uma serra. Quer dizer, é numa é uma cidade serrana. ### É uma cidade serrana. ### Tem algum outro tipo de de paisagem. Tem o Country Club. Tem uh a Represa Bortolan. Véu de Noiva. Véu de Noiva? ### É uma cachoeira. Ah, é uma cachoeira. É. E tem também a Cachoeira das Antas. Tem vários... Vários passeios. Aí, quando é para mim ir numa cidade dessas, eh eu vou aos passeios, é claro. (risos) Bem eh eh hum ( ) a famosa ( ) Campos do Jordão, também vou aos passeios, fui a quase todos os passeios. E Poços de Caldas também vou ( ) aos passeios, Serra Negra. Mas aqui em São Paulo eu eu vou muito pouco. ( )

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : ### (risos) pergunta de novo. (risos) E no caso, o senhor tinha falado que não não gosta, assim, de de pescar, não é? E a paisagem, assim, por exemplo, O senhor pode não gostar de pegar, mas pode até gostar da paisagem, né? Que envolta a pesca, por exemplo (fala enquanto ri) Senhor pode quando o senhor vai pescar, por exemplo, o senhor tem que ir a a a até um lugar onde tenha uma corrente, né? Sei lá um Sim. Um... Uma corredeira. I

SPEAKER 1: : sso, isso. Uh, o lha, eh positivamente, não é aquilo que me agrada. Não é aquilo que eu me agrado ah que me agrada. Eu eu gu O que eu gosto mesmo, sem pretensão, em absoluto, isso não quer dizer nada. O que eu gostaria mesmo, embora não possa, porque também eh eu, quando leio um pouco, depois canso e tenho que parar. O que eu gostaria seria de ler. ( ) Mas livros assim de viagens, qualquer coisa, não é? Eu Eu me sinto mais à vontade do que eh estando a carta de aventura, (risos) ou então caçando, pescando. Isso eu vou mas vou para conhecer, mas não é nada que que que me ( ) entretenha ou que me atraia, sabe? Agora é claro que leio muito pouco. Leio muito pouco porque (risos) o meu serviço já é de estar com os olhos nos papéis. Quando eu termino, eh eu estou com os olhos com a vista cansada. E Então eu paro. Eu paro porque Se prosseguir, ah não adianta, né? Não não Ao invés de um deleite, aí se torna um um sacrifício. Então, eu me abstendia. Mas o que eu gostaria mesmo, se eu pudesse, é ficar lendo.

SPEAKER 0: : Era o que os outros viram quando viaja mesmo em férias, assim, o senhor não não costuma também?

SPEAKER 1: : Eu só saio quando posso. Ah agora não porque a minha mulher está trabalhando, porque ela também trabalha, funcionária, né ( ) E então provavelmente não vamos sair. Daí eu fico no carro, fico lendo jornal, fico lendo alguma coisa até cansar. Aí então fico fico com as crian

SPEAKER 0: : ( ) o senhor se referia mesmo ao mar então, né, que o senhor havia dito que se ( ) tivesse que sair

SPEAKER 1: : Eu antes gostava do mar. Hum Agora não sei se porque não tenho ido mais, ih mas gosto também, como gosto de desses passeios, quer dizer, eh internos. Eu vou ao mar, eu fico aí um eu estou satisfeitíssimo, eu quero vol

SPEAKER 0: : tar. Mas que que o senhor gosta assim mais da paisagem do mar em relação à paisagem do campo, por exemplo? (pigarro)

SPEAKER 1: : Por que que eu que eu gosto? ( )

SPEAKER 0: : Tem uma diferença, né? Elas são bem diferentes, no caso. São. E o senhor justamente por essa diferença que o senhor... Eu te

SPEAKER 1: : Não sei. Eu eu Será que eu que eu sei alguma ( ) alguma diferença a respeito? Não é mu (risos) Não tenho o dom de de de de descrever ou de ex hum expressar ( ) expressar aquilo que eu possa eventualmente sentir no que diz respeito à natureza, essas coisas. Mas eu acho que com com relação ao mar, ###

SPEAKER 0: : ### ### Quando va

SPEAKER 1: : Agora, quando vou, eu gosto de ficar à be eh eh alojado à beira-mar. Eu gosto de ouvir o barulho do mar. Eh e eu acho que é um barulho que, que como dizem até a gente lê, que não é cansati Ele se renova a todo instante. E por mais que a gente ouça uh uh as águas, eh não é enjoativo, não é monótono. Então eu gosto sobre esse aspecto. Eh Gosto também porque eu me sinto eh ( ) repetir eu me sinto tranquilo, despreocupado. Porque é um mundo diferente que me tira do do daqui da caldeira de São Paulo e principalmente do do dos problemas do trabalho. Então, eh tanto na na na e e é algo que eu achava que no interior eu não po po poderia conseguir, só poderia conseguir na na na no no mar, né, ah nas cidades praianas. Agora eu vejo que nã

SPEAKER 0: : Eu acho que agora é o contrário. (risos) Na praia tem muito mais movimento, eu acho. (fala enquanto ri)

SPEAKER 1: : Mas não é esse movimento mundano, sabe? Hã? Eh eu eh Eu eu eu acho que eu gosto mais de ficar sozinho, sabe? (risos)

SPEAKER 0: : É uma praia particular mesmo.