SPEAKER 0: Bom, Julia, se você pudesse, então, falar para a gente ãh sobre as possibilidades profissionais de quem faz História ou quem fez História né, e depois fazer um paralelo com outras profissões, isso seria bom para a gente, certo? ()

SPEAKER 1: Posso. Bom, quem faz História, ãh ao concluir, ou mesmo no a partir do terceiro ano, o campo mais propício é dar aulas no ensino secundário e, se se aperfeiçoar, fizer pós-graduação no superior. Mas, fora isso, o campo está muito restrito. Não há, assim, como profissão, não há nada de especial. Então, talvez pudesse trabalhar junto a um museu ao departamento turismo, mas sem aquela... sem a característica mesmo historiadora. No campo da pesquisa, está muito difícil, porque nós não temos, assim, um serviço de documentação muito bem feito, E todo a despesa deve correr por encargo da pessoa mesma. É difícil conseguir bolsa quando em ciências ãh pura, pura não, desculpe, de ciências exatas há maior proteção. Então a situação, para o historiador, eu penso que dentro do campo de ciências humanas é uma das piores. Só comparável ao próprio sociólogo, mas ele ainda tem outros campos. Ele pode trabalhar como sociólogo, pode trabalhar em empresa. A gente, por exemplo, de jeito nenhum. Agora, assim traçando um paralelo muito de uma profissão muito parecida com a do historiador, é a do geógrafo, que está sendo bastante reconhecida. Inclusive, eles vão, podem ir para o Instituto Oceanográfico fazer trabalhos, porque inclusive ela está enquadrada não só mais em ciência humana, como também em ciências, se eu não me engano, do campo da química e física. mas não é só ciência humana. Eles estão trabalhando, por exemplo, no Instituto Instituto Oceanográfico, eles trabalham como como geógrafos da Geografia Física. Eles têm um campo mais de pesquisa. Fora isso, eu acho que outra profissão que se enquadre não não há. Por exemplo, a pedagogia. Estava mais ou menos ruim a situação. Atualmente já está sendo valorizada, porque estava aí... vai haver necessidade no ginásio do orientador vocacional e o pedagógico. Então, ele já tem outro campo, além de lidar diretamente com o aluno ãh. Pessoal de letras, não há dúvida, tem muito mais campo, que além de lecionar, podem trabalhar como tradutores, podem trabalhar principalmente moças, como secretárias, se se precisa aperfeiçoar numa língua, então tem um campo profissional muito mais rendoso.

SPEAKER 0: Existe alguma, ãh você falou que o pessoal de letras poderia trabalhar como secretária. Existe algum curso especial para () para que se uma pessoa seja secretária?

SPEAKER 1: Bom, tem o curso de nível ãh segundo grau, né, nível colegial, que especializa secretária, mas é evidente que para, de dependendo do cargo, uma secretária com nível superior é muito mais valorizada. Eu tenho a impressão que existe, além do curso universitário, ela poderia fazer um curso de meses, secretária executiva, e se aperfeiçoar numa língua, fazendo aliança francesa ou a União Cultural Brasil-Estados Unidos.

SPEAKER 0: Quais seriam () você falou de na parte de ciências humanas né? Na parte de ciências exatas, por exemplo, que outras profissões você pode você poderia falar para a gente?

SPEAKER 1: Bom, ãh ciências exatas, tem a profissão do do físico, do... matemático, que eles, além de lecionar, eles têm vá vários campos, principalmente com computador eletrônico, na indústria, e o mesmo repartições públicas, né? Agora, o químico não é bem ciências exatas, né? É Ciências químicas. Ele tem um maior campo. Eu estive fazendo uma pes assim ah uma pesquisa com um aluno, o campo que mais tem procura de profissionais é o campo da quími> Então, por exemplo, na eu trabalhei na faculdade, no Instituto de Química ãh. Os alunos de segundo ano já têm procura para dar aula em ginásios ótimos, perto, aqui no centro. Porque aquele que acaba de se formar vai para a indústria. Ele vai ganhar três ou duas vezes mais do que ganharia dando quarenta e quatro aulas, que é o máximo. Por exemplo, a Doflutz absorve a maioria das moças. E farmácia mesmo. Quer dizer Eles têm um campo excelente. Fora química, o físico também tem bastante campo, e o matemático, que eu conheço, assim, diretamente né. É evidente que tem uma série de ramificações, especializações. Mas todos eles, antes de se formar, já têm uma procura.

SPEAKER 0: E assim, na parte de engenharia, por exemplo?

SPEAKER 1: Bom, na parte de engenharia, parece que o campo está meio está meio esgotado também. O mercado de emprego está cada vez diminuindo. Inclusive, a maior procura de engenheiros que eu que eu sei é com é para os engenheiros do ITA. Instituto ãh não sei se vocês conhecem, né, São José dos Campos. O engenheiro do ITA, já no último ano dele, ele tem facilidade em encontrar estágio e já tem emprego. Inclusive, o currículo de engenheiro que apresenta-se, formado pelo ITA, abre mais as portas. O pessoal da FEI e da Politécnica já estão com maiores dificuldades. Porque está se formando muito engenheiro e o campo está está havendo assim uma dis distinção muito grande, porque a FEI a FEI tem o curso mais curtinho, que é chamada FEIzinha. Então a maior parte das indústrias preferem pegar esse técnico que tem quase o nível de engenheiro, paga muito menos do que pagaria para um engenheiro formado mesmo pelo curso pleno de cinco anos. Então os engenheiros também fazem estudando junto a eles, eles também estão com um certo problema de trabalho, eles estão ganhando quase como que um técnico especializado.

SPEAKER 0: A gente vê que existe, assim, em quase todo o campo profissional, né principalmente engenharia, uma certa especialização, né? Vo> <cê campo da engenharia que... Especialização? Por e>

SPEAKER 1: <xemplo, no ITA tem três campos, né? O da aeronáutica, o da mecânica e o da eletrônica. Parece que o que tem menos, assim, campo no Brasil está sendo a aeronáutica, porque a maior parte vai para a mecânica. E da eletrônica, os eletrônicos formado pelo ITA têm facilidade, porque, inclusive, eles ocupam do que eles aprenderam, do que eles se prepararam. Enquanto eles ocupam nem quarenta por cento aqui nas indústrias do Brasil. O custo de lá é bastante elevado, tem toda uma orientação norte-americana. Então, para nós, eh eh ainda é pouco aproveitado do que eles estudam. Levando-se em consideração que muitas indústrias preferem trazer assim para os pontos mais chaves, técnicos do próprio país, de onde o capital vem. Né no caso, por exemplo, uma indústria alemã prefere, às vezes, para comandar um engenheiro formado na, eu falei a França né, na França. Agora, no ITA são esses três que eu conheço. Na Poli já há mai há mais variedades. Há engenharia me mecânica, engenharia Ele eletricista, parece com eletrônica. Tem o engenheiro de minas, que tem uma função muito parecida com o geólogo, que também não tem campo muito grande em São Paulo, precisa se afastar de São Paulo para trabalhar. Tem o engenheiro químico, que é quase parecido com o químico formado pela pela filosofia, que agora é instituto de química. Tem engenheiro metalurgia, que eu não sei se está bem enquadrado lá dentro da mecânica. Embora outros, assim, eu não estou me lembrando.

SPEAKER 0: Que diferença que a gente pode fazer entre o geólogo e o engenheiro de minas, entre o engenheiro químico e o químico? Bom

SPEAKER 1:  olha, especificamente não sei. Eu tenho a impressão que o geólogo, ele está muito mais especializado a trabalhar mesmo em todos os campos da... da geologia, né? O estudo do dos solos. E Inclusive para... no campo da... do petróleo. Agora, o engenheiro de minas, trabalha também com com solo, mas talvez ele não tenha toda aquela capacidade. Não sei, inclusive, se eles até que ponto eles podem ser pre aproveitados na pela Petrobras, porque a Petrobras prefere o geólogo ao engenheiro de minas. Eu tenho um primo formado em geologia e, inclusive, é um dos chefes lá no na Bahia, Salvador, já especialista em perfuração do da plataforma continental, já fez cursos na Europa e nos Estados Unidos, pagos pela própria Petrobras. E engenheiros de minas, que eu conheço, não tem assim tanta procura e tanto aperfeiçoamento, tanta utilização. Agora, engenheiro, você perguntou qual o outro?

SPEAKER 0: Engenheiro químico e químico mesmo.

SPEAKER 1: Engenheiro químico e químico. Eu... Também quanto ao engenheiro químico e químico, a maior procura é do próprio químico. Talvez pela maior profundidade, ele conhece muito mais de química do que o engenheiro formado na na Poli. Ele é especialista em química orgânica, química inorgânica, química analítica. Então eles têm assim um curso... Eu tive a oportunidade de ver todo o currículo dele, trabalhei lá, convivi. Eles têm um curso muito, mas muito... Apesar de ser, como eles próprios dizem, estudantes ultrapassado né, eles estudam demais, eles se especializam muito. Agora, engenharia química, Talvez é assim um engenheiro que possa se aproveitar de outros campos, não só na quími> Então ele tem aquela maior diversificação. Ele se especializou em química, mas não é aquele químico profundo. Minha opinião. Agora, eu precisaria conviver com os engenheiros químicos porque eu não conheço nenhum n> <é? Eu conheço bem os químicos. Qual

SPEAKER 0:  é o ramo da engenharia que vai tratar assim de construção de edifícios?

SPEAKER 1: Civil. Esqueci. Engenharia civil. Engenharia civil, inclusive, traça-se um paralelo com o arquiteto.

SPEAKER 0: Existe assim uma diferença nítida entre os dois ou? Entre o arquiteto e en> <genheiro civil ou não? Eu eu sei que

SPEAKER 1:  existe, e bastante nítida. Mas, assim, apontar até que ponto, eu não sei eu tenho a impressão que o arquiteto é mais pela ele faz a construção, mas ele valoriza muito a parte estética. Agora, o engenheiro civil precisa de um arquiteto para essa parte estética. É, da definição da profissão direitinho, né? Inclusive, ah a profissão de arquiteto é uma profissão muito mais, assim, se humaniza muito mais do que engenheiro civil, né? Porque o arquiteto tem que ter uma noção geral. Tem que ser o artista, né? É E o engenheiro químico não é,

SPEAKER 0: não precisa. E é () ofendido, porque foi mandado embora ().

SPEAKER 1: Inclusive, eles têm um o a os arquitetos têm cursos de arte espetaculares né. Tenho colegas formados em arquitetura que entendem muito mais história de ciências humanas do que muita gente formada. Eles têm assim uma visão muito boa, inclusive uma visão política bem definida, que o engenheiro civil não tem. Você pega um aluno da Poli, um aluno da da da FAU, é uma diferença de de mentalidade impressionante. Ele> <s se enquadram muito mais com o pessoal de ciências humanas do que com o pessoal de ciências exatas.

SPEAKER 0: Saindo um pouquinho, digamos, de engenharia, que outras profissões liberais a gente podia ter aqui no Brasil? Qual seria o cam> <po, assim?

SPEAKER 1: Profissão liberal? Advogado. Acho que é o que mais é liberal. Advogado, economista, o contador, não o técnico de contabilidade, mas o contador mesmo, o administrador de empresas, o... acho que são as mais conhecidas, né? Que eu saiba, bem liberal.

SPEAKER 0: Advogado você conhece alguma especialização ou não? Ou advogado em geral ()?

SPEAKER 1: Não, não, advogado tem evidente, advogado civil, advogado que trabalha com processo de crime, esqueci o nome, criminalista, tem o que se especializa, faz um curso, eh se torna promotor. Agora, de advogacia eu conheço pouco. Apesar de eu ter feito cursinho e quase ter feito advogacia, eu conheço pouco, não tenho contato com advogados. Mas sei que eles têm muitas especializações. Tem o que trabalha diretamente em empresas. Esse é um um funcionário quase que da empresa né, que defende os interesses da empresa. Tem o que trabalha em em processos né de crimes ci da civis. Tem advogados especializado em Direito Internacional, trabalha demais em embaixadas, e mas a maior parte dos devo dos advogados estão mesmo trabalhando como simples funcionários né, porque o campo está cada vez mais superlotado de advogados e está cheio de faculdade formando advogado, então eles estão eles caíram numa profissão de de auxiliar de escritório quase né, ou então repartição pública. Agora eles têm um bom advogado, é evidente, Tem muita muita facilidade, de de muito campo de trabalho, porque advogados tem muito, mas bons advogados com... E, assim, cam em outro campo assim, () se tratar da saúde, se você quiser tratar da saúde, com quem você vai diretamente? Ah, médico né, profissão liber> <al, esqueci de médico. Bom, não tem dúvida, o médico e as suas diversas especializações. Há médico para tudo. Tem o veterinário também. Agora, dentro do campo da saúde, tem o que está se ampliando muito são os ah são os cursos dados pela faculdade de de higiene, dietista, nutricionista... ãh Enfermagem. Tipos de enfermagem especializadas, né? Mas você poderia trabalhar, por exemplo, um dietista ou... Hospitais, junto a hospitais, principalmente, creches, ãh na pa para a prefeitura, nos parquinhos infantis, As boas indústrias deveriam, eu digo deveriam porque a maior parte não tem, ter um nutricionista e um dietista, né, para equilibrar a refeição do operário. Nos Nas cidades universitárias, no caso a nossa ali, ah eu digo nossa porque eu estudei, estudo lá, às vezes estudo, lá no CRUSP tem. Toda o departamento de de orientação da alimentação muito bom. Inclusive, alunos que eu sei que tem problema com com dietas, eles fazem dietas especiais. O CREP também tem, dietista e nutricionista ãh. Enfim, toda todo grande restaurante. Inclusive, eu tenho a impressão que até esses bons restaurantes de deveriam ter, assim.

SPEAKER 0: Voltando um pouquinho ainda na medicina, você falou que há vário> <s (), certo?

SPEAKER 1: Bom, tem o de gine uh ginecologista, pediatra, especializado em em doenças infantis, tem o gas o de estômago, que eu não estou lembrando o nome, gastroclínico, gastroclínico, tem o especializado em coração, que é o cardiologista, tem o especializado na doenças mentais, que é o psiquiatra. O que mais? Ortopedista ãh. Doenças de rim também. Doenças masculinas. Enfim, são vários os campos.

SPEAKER 0: Antigamente, né? Eu acredito que antigamente, porque hoje tem muito pouco, né?

SPEAKER 1: Existia, assim, aquele médico... Clínico geral. Existe ainda antigamente não, ainda existe clínico geral.

SPEAKER 0: É que eu acho que agora tem muito pou>

SPEAKER 1: Tem muito pouco, porque mas eu tenho a impressão que em cidades do interior é o que predomina né, o clínico geral. Ele faz tudo, inclusive até a parte psíquica também ele a ele ele ajuda a tratar doenças mentais. Agora aqui em São Paulo eu tenho a impressão que já é coisa ultrapassada. Principalmente, mesmo para a classe mais pobre, ele é encaminhado ao i ene pê esse ou então a um a qualquer associação. Ele passa pela clínica geral, mas após o primeiro exame, ele já é encaminhado diretamente ao especialista do problema com que ele

SPEAKER 0:  tiver. É saindo agora né desse campo de nível universitá> <rio, que até agora nós falamos em nível universitário, né? As profissões de pessoas que não têm esse nível universitário, que profissões poderia ter? São várias, né?

SPEAKER 1: É. Por exemplo, professora primária, ah na indústria. São vários campos de técnicos formados pelo (). SENAI ãh e escolas especializadas. Então, nós temos técnico () todos os campos. Eletrônica, na mecânica. Fora ãh esses técnicos de profissão. Farmacêutico prático, ainda existe. Esses cursos dados pelo SENAC SESI E escolas de nível colegial que estão especializadas. Inclu> <sive química também. Tem um curso de química industrial. Inclusive o pessoal da química lá reclama muito. Oswaldo Cruz disse faculdade, mas é um curso de três anos que equivale ao colegial. Eu acho que é só assim de profissões. Agora tem as profissões várias, né? O indivíduo que não tem especialização em nada vai trabalhar em indústria, aprende, trabalha por prática e não por conhecimento. e se sai muito bem. Agora, está havendo no Brasil muita valorização do técni> Inclusive, a própria reforma do do ensino primário, e não tem mais primário, né? Do primeiro e do segundo grau, visa a profissionalização. Então, para o futuro, nós vamos ter, em vez de colegial, clássico colegial, que era o clássico e o científico, nós vamos ter várias profissio profissões, desde o vidraceiro, jardineiro,

SPEAKER 0: Bom, ai ainda, né? Ainda abordando o probl> <ema de profissão. Esse pessoal que você está dizendo, técnico, teve a possibilidade de  estudar, né? E o pessoal que tem apenas o nível primário, normalmente nem  tem o nível primário, e precisa trabalhar. Em que campo ele poderia trabalhar? Se precisa na ci> <dade? Fora

SPEAKER 1:  da cidade? Na cidade, eu tenho a impre> <ssão, na cidade ele vai... Com o primário só, está muito difícil. Ele vai trabalhar numa indústria, mas... não vai pegar assim um cargo já especializado, vai ser um auxiliar ãh. Além da indústria, ele pode trabalhar em feira, pode trabalhar em supermercado. Inclusive, eu soube ontem, não vou dizer a fonte, eu soube que o inclusive o supermercado do pão de açúcar, a contratar funcionários para trabalhar, principalmente agora, vocês souberam do Jumbos né, que tem centenas de funcionários, eles dão preferência para aquele que tiver quê i bem Então, uma pessoa que tem só o primário, souber escrever e demonstrar que não é louco, é admitido. Não sei se isso é é de... Deve haver um interesse, é lógico, interesse da da própria empresa, né? Um cara com quê i baixo não dá trabalho. Trabalha como vai. No campo, eu tenho a impressão que é plantar, né? Ou plantar, ou transporte. Trabalha com caminhão, auxiliar de de... nas companhias, nas empresas de transporte. Na ci na cidade mesmo, não tem primário, mas sabe dirigir e consegue escrever. Passa pelo exame médico, vai ser chofer de frota ou chofer de empresa, de ônibu> <s. Eu acho que acho que é isso. Pedreiro, vidraceiro.

SPEAKER 0: A assim, por exemplo, na construção de uma casa. Como é que Que que ãh profissionais poderiam entrar na constru>

SPEAKER 1: Bom, eu conheço casas que foram construídas só por dois, três profissionais que fizeram tudo né, desde pôr alicerce, cobrir a casa, toda a parte de instalação de de água, esgoto, eletricidade. Tenho a impressão que são vá deveria haver várias especialização, né? Inclusive partindo do próprio engenheiro civil e do construtor, que deveriam ver a qualidade do material, a a... Os ele cê esse  se comportam, se não comportam, o pedreiro, o vidraceiro, o eletricista, o encanador, o pintor. Deveria haver todas essas ramificações, todo mundo conhecendo bem sua sua parte. Mas a maior parte das casas que a gente conhece é feita por quatro, cinco pessoas que quebram o galho de tudo. A não ser essas empresas construtoras que têm todo um departamento formado, mas fora isso,

SPEAKER 0: E você falou assim na nesse problema, né, do do pão de de açúcar né. Que () é um problema, bom é um problema grave. Que que  garantia  por exemplo, teria um empregado, assim, ãh ãh alguma, ele tem alguma organização?

SPEAKER 1: De classe. Isso. Bom, eu não sei o que te responder a respeito disso. Tem um sindicato formado. E, lógico, tem as leis trabalhistas. E funcionam. Evidente, a aplicação é muito se é muito rigorosa, há uma fiscalização muito grande, mas em tudo tem seus poréns. Né? O problema é o seguinte, não () não funcionou, agora o problema não não a empresa mais não não paga mais a indenização porque eles são contratados pela... Como é que chama? Esqueci o nome. Não é mais a empresa que indeniza, eles assinam ao ser admiti> Fundo de Garantia. Então ele não funcionou. Ele não serviu. Ele é despe despedido e recebe o direito do dinheiro que ele tem pelo Fundo de Garantia. E

SPEAKER 0:  só. Como é que se organizava uh uh se organiza o sindicato? Como que é a organização? Ah

SPEAKER 1: Ah, eu não sei, olha. Sobre a área de sindicato. Eu não não não sei até que ponto poderia responder essa pergunta. Prefiro não responder sobre sindicato.

SPEAKER 0: Então, voltando assim... você teria, por exemplo? Eu acho que há muitas, eu ven> ###

SPEAKER 1: Eu sei, agora eu não estou lembrando nenhuma delas. Bom, pedagogia dentro do cam campo universitário ()? É,  pode ser. Pedago> O pedagogia pode ser... Ele pode se dedicar... O pedagogo pode se dedicar ao magistério, orientação vocacional. orientação pedagógica, orienta ãh administração escolar né, dirigir estabelecimentos de ensino. Pode trabalhar até em indústrias, na parte assim de assistente social. Outra profissão universitária que tem teria grande aplicação, se fosse se fosse se houvesse procura, é de assistente social. Mas, infelizmente, o assistente social só está encontrando campo em repartições públi> É rara a grande indústria que tem um assistente social para dar uma assistência social aos funcionários. Ãh tem a profi> Tem a Faculdade de Comunicações, que forma várias profissões, como biblio biblioteconomia, ou jornalista, ou cineasta né, pessoal de teatro, mas também eu acho que é um campo ainda muito Pouco divulgado e pouco apoiado no Bra> <sil. A Faculdade de Comunicações começou há pouco e o pessoal que está fazendo e está saindo está com dificuldades de encontrar a colocação de acordo com a o estudo que ele teve. Outras profissões... Tem o tipógrafo, trabalha em impren em imprensa.

SPEAKER 0: Né, com imprensa. Um jornal, por exemplo, você falou imprensa. Né. Dentro do jornal, que profissionais você poderia encontrar? Bom,

SPEAKER 1: Tem o jornalista né, o que redige, parte assim intelectual do jornal e tem a parte prática, que são os tipógrafos, os mecânicos. Eu não não sei porque, eu nunca não conheço assim um jornal, realmente, para ver todas as profissões. Mas inclusive, deve tenho a impressão que deve ter até muitos técnicos em mecânica para a própria operação das máquinas. Deve ter técnicos operacionais bastante em bastante número, agora eu não sei. Nunca, nem visitei um jornal para ver como é que funciona. Agora, é evidente que na parte da administração tem o seu contador, tem um diretor, tem o as datilógrafas, tem toda tem as taquígrafas. Agora, a vida do jornal é evidente que é o sempre é o jornalista ou o redator,

SPEAKER 0:  né? Ainda, a ainda dentro de ()

SPEAKER 1: Tem muitos, é

SPEAKER 0:  duro lembrar.  É ãh aqui, por exemplo, relacionado com decoração de casa, ou então, confecção de imóveis, por exemplo, se você quisesse decorar a sua casa ()? Se eu quisesse decorar minha casa, se eu fosse

SPEAKER 1: rica, bem (), né? () Eu pagaria um decorador e ele verificaria o tipo de ambiente, ah o que caberia melhor. É uma profissão muito rendosa. mas também está vendo muita concorrência. Tem curso, acho que é a i á dê ou i á dê né, na Angélica, que forma especialistas em decoração. Tem o... Ah, acho que estava esquecendo de uma faculdade, Belas Artes, que especializa em belas em artes plásticas e também professor de desenho primário ãh secundário.

SPEAKER 0: E é o próprio decorador fazendo () novos ou?

SPEAKER 1: Não, não, é um... Marceneiro. Tem Tem, é evidente que não é ele quem quem faz, mas ele tem tem seus auxiliares, né? Os Mas ficaram dentro da indústria também, né? Porque não existe mais quase que o artesão, aquele que faz aquele móvel de ar> Agora é tudo dentro de uma escala de alta de grande produção, não há especialização. Um corta madeira, outro cola. Quer dizer, o modo artístico está caindo bastante. Existe ainda, mas não é tão frequente como a a grande indústria. Então, a profissão de marceneiro existe, evidente. Mas ele é um operário como qualquer uma grande indústria. Ele não tem aquela arte como era antigamente, né? Tem o pintor, especialista em vários tipos de pintura, laqueação, cromar, higienizar. Tem o pessoal que trabalha com máquinas, por exemplo, altamente especializado, máquina de somar, máquina de escrever, mini obras, profissão de mecânico. Tem os eletricistas. () eletri eletricistas especializados. Relojoeiros, joalheiros, uma série de profissões, lembrar que é difícil. Se você fosse orientar uma pessoa, que profissão você aconselharia? Ah, depende assim, quem eu fosse orientar, né? Se fosse uma pessoa, por exemplo, de um nível socioeconômico bom, evidente que escolho orientar para um nível universitário e uma profissão que não fosse ser professor. Diga-se de passagem, porque dá dão dão risada, mas é que o negócio... Evidente que escolho orientar para um nível universitário e e uma profissão que não fosse ser professor. (riso) Diga-se de passagem, porque dá dão dão risada, mas é que o negócio é tão feio, porque tem está havendo tanta faculdade, tanta faculdade de filosofia, que daqui uns dez anos,

SPEAKER 0: O professor secundário não vai ter que trabalhar, porque vai ser maior a procura de de professores do que alunos. Mas vocês não acham que você não acha por exemplo que é um problema de centralização uh uh o es o estudante né que se forma quer ficar num lugar. Não

SPEAKER 1: Não, eu não a não não concordo, a não ser a centralização de Estado, aí eu diga eu diria porque Tirando os ãh as grandes grandes estados, há proble problema de professor, evidente. Mas, mesmo dentro do estado de São Paulo, cada estado tem sua faculdade agora. Está tendo. E se não tem, tem a ãh apegado. Então, nós vamos ver toda a região de São Paulo, a bem a mais longe de São Paulo, quase divisa de Mato Grosso, quase divisa de de Paraná, quase divisa de Minas, tem o seu centro, tem sua faculdade. Ribeirão Preto, Rio Preto, Franca, São José do Rio Pardo, São José dos Campos. Há uma formação de professores impressionante. É que vocês não participaram das inscrições aqui nesse ano para professor. Mas a procura era tão grande e a. E a vinda de professores do interior tão grande. Então eu perguntava, mas o que está acontecendo? Você não dava aula ano passado? Não, acontece que eu dava, mas... Lá na cidade tem dez professor de português, tem vinte professor de história, tem trinta professor não sei do que. Então é um problema sério. Agora, é evidente que quem estuda e é de São Paulo, ou estuda e é de do Rio, não vai querer dar aula lá na Amazônia. Isso é um problema lógico, né? Você tem toda a sua vida aqui, não vai querer ah. Agora, fora isso, é evidente que para os sertões da Bahia, Nordeste, Norte, a procura do professor é grande. Mas eles estão aproveitando professores leigos. Parece que está havendo um grande apoio assim a Aquela professora primária que faz um curso de espe especialização e vai lá para aqueles lugares onde a transamazônica está está está passando. Inclusive, a revista Escola mostrou. Mas é um problema muito sério, porque elas não têm garantia nenhuma. Fora isso, o sul do Brasil também está com um grande número de professores. Inclu> <sive, tenho colegas minhas que vieram de Porto Alegre. E tenho colegas minhas que vão casar e vão para Porto Alegre e sem possibilidade de achar uma escola para para dar aula. Pelo menos eu digo com referência à história, não sei se português tem também esse problema, e matemática, mas história e geografia tem esse problema. Tive colegas que vieram de do Paraná para dar aula aqui e lá no Paraná, se eu não me engano engano, eles estão pagando Melhores que de São Paulo, estado do Paraná. Não atrasa pagamento, mas o pessoal... Tem muita gente para dar aula. É evidente que se eu orientar uma pessoa, a não ser que a pessoa tenha muita vocação, muito idealismo, aí é diferente, mas se orientar uma pessoa que vai precisar viver, vai precisar trabalhar e orientar para um campo que não Você não vai orientar. Agora, fora isso, tem várias profissões né. Tem medicina, se a pessoa se der bem, gostar. Engenharia, técnicos, nutricionista ãh. Profissões ãh ligadas assim à educação, biblioteconomia. Que são várias. Dependeria, para se orientar, dependeria ver o a quem você orienta, né? Porque você tem que ver que tipo é a pessoa, você tem que ver o tipo de inteligência que ela tem. Você não pode dizer a uma pessoa, você vai ser médico se ela gosta de ficar no lugar fechado fazendo pesquisa. Você não vai dizer para uma pessoa extrovertida, que gosta de fazer milhões de coisas, você vai trabalhar engenharia quando ela vai lidar com máquina, ela queria lidar com com pessoas. Então, para se orientar, eu tenho a impressão, para se orientar, a gente deveria ser orientado antes. Não sei se o... O que eu tentei o ano passado, nós tentamos fazer tentamos fazer um trabalho e é dificílimo. E tem um outro problema muito sério, por exemplo, as classes socioeconômicas. Cai no eterno problema. Médico, engenheiro, advogado. Economista, administrador de empresa. Ele já... Eu vou ser isso. Desde o primeiro colegial. Então a gente tem... Os alunos do colegial já, mais ou menos, pré-determinado o que eles são. E, geralmente, a gente vai ver que eles são aquilo que o pai deles atualmente fazem ou gostam que eles fazem. É difícil. É na faculdade que eles vão mudar. Tive colegas minha que deixaram o terceiro ano de de Biologia, estudaram na () Natural, para fazer Comunicação. Tive colegas meus, engenheiros, que largaram para fazer Matemática e Física. Então, esse problema de orientação está muito difícil. Agora, outra carreira que eu esqueci e não falei é psicólogo né, que que eu acho muito muito interessante, mas também difícil de ser feita. Por exemplo, quem trabalha não pode fazer. Então, se eu vou orientar uma pessoa que precisa trabalhar, o que que eu vou orientar? Filosofia, que tem curso de noite, à noite. Cursos da da faculdade de higiene, meio período. Ou então esses cursos de advocacia, Por exemplo, vocês trabalham durante o dia? Bom, eu trabalho durante a noite. Durante a noite é um problema, quer dizer. Muita gente, infelizmente, no Brasil, não sei se é crítico ou não, no Brasil quase que a totalidade dos que estudam não faz o que querem, sim o que podem. Porque o que querem não dá para f> <azer.

SPEAKER 0: E o tiradentes? Eu tenho um primo que é tiradentes e ele diz que a profissão () está bem melhor. Ah, odontologia?

SPEAKER 1: Está  sim. É o tal negócio, né? () Com a... Uma das coisas, pelo pelo menos nos grandes centros, uma das coisas que o pessoal não não descuida o dente, né? Pelo menos o pessoal mais esclarecido. Então há uma procura muito grande do dentista. Então nós temos aquele dentista que tem seu consultório e aquele dentista que vai trabalhar para o governo. Ou trabalha em escolas, ou trabalha em... por ene pê esse, ou ainda trabalha em empresas ligadas em convênio com o governo. O SESI, por exemplo, SESI que tem dentistas. O próprio Sul tem dentista. Então, a profissão atualmente está sendo muito rendosa. E e está havendo também muita especialização. Estão surgindo vários ramos dentro da odontologia, né? Então, há há o especialista em canal, há o especialista em em transplante. Não é transplante. Embora eles colocam o dente, não é mais só extração. Há o especialista em Odontologia infantil. ()

SPEAKER 0: Dente. Isso é admirável, estava () com dente () dentista aí e eu acho achava  que tinha que fazer um tratamento de canal, ah eu não faço. Não, não fazem mais. () dentista () te mandar para outro. Ah

SPEAKER 1: Ah, intervém. () Não, é verdade. (riso) Por exemplo, extração ãh difíceis, que le precisa de de uma operação, eles já encaminham ao cirurgião dentista.

SPEAKER 0: Impressionan>

SPEAKER 1: <te. Está havendo uma especialização muito grande.

SPEAKER 0: E assim, ligado a você, você tinha falado em arte, você falou em decoração e tal, uma profissão mais ligada à arte né. Que que tipo de profissionais você poria  encontrar nesse nesse tipo de de campo mais ligado à arte? Por exemplo, te> <atro ou então cinema? ()

SPEAKER 1: Tem o diretor, tem o iluminador, tem o... encarregado, por exemplo, não sei qual é o nome, mas o encarregado da verificação se está tudo de acordo com a época que eles estão encenando. É o eu não sei bem o nome. Não... mas eu sei que não cabe ao diretor. Tem uma pessoa especializada em teatro ou mesmo em cinema que é encarregada da da percepção dos detalhes. Por exemplo, eu achei muito interessante. Eu estava assistindo uma entrevista e uma cena E foi foi necessário fazer várias vezes, porque ela foi retomada com a atriz que tinha mudado de roupa. Então, tem certos detalhes uh. Outra coisa, por exemplo, num em detalhes que são... Se eles estão encenando uma peça que se passa há quinhentos anos atrás, então eles apresentam uma coisa que só surgiu na nossa era. Essa pessoa é uma das principais ah. Agora, tem, evidente, o teatro, que o diretor faz tudo, né? Então toma Com todas as partes. Tem o próprio artista, né? O  central, tem os secundários. Tem o encarregado da parte de som. E tem, inclusive, ah uma profissão que educa a voz, educação de voz. Cassilda Becker fez curso com um professor que eu conheço. Curso se eu não me engano, chama Curso de Entonação de Voz. Quer dizer, tem, é bas> São bastantes profissões. Tem a parte de figurinos também. Encarregada de vestiário, maquiador.

SPEAKER 0: Acho que é só o que eu conheço. () estaria no cinema ou no teatro ()?

SPEAKER 1: Eu tenho a impressão que no teatro, São é em menos número. O cinema deve ele requer, pela própria tomada de cenas, em vários locais, requer muito mais profissionais, né? Teatro é um lugar hum... Os cenários, por exemplo, podem variar três, quatro vezes numa peça. Agora, no cinema, não. No cinema, requer vários vários figurantes, vários especialistas. Tem tomada de cena interna, externa. A iluminação é muito... deve ser muito mais especializada. Os truques... Há muita ãh... muita encenação... Não sei qual seria a palavra. A gente conhece como truques cinematográficos, né? Eles criam uma série de coisas. O teatro é muito mais difícil, porque deve ser tudo feito ali, sem quase sem grandes recursos. Agora, tem também o... Na parte da música, tem várias profissões. Estava esquecendo, desde a professora de música, que atualmente chama Educação Musical no pri no no nas escolas. Tem o profissional da música. Tem os conjuntos. Tem o cantor profissional, a cantora profissional, o conjunto profissional. Tem uh dentro ainda da... Esqueci, na televisão. A televisão também é outro é outro campo muito grande de artistas. Tem o câmera, tem o ilumi iluminador, tem o maquiador. Tem o diretor, tem o produtor, tem a artista, a atriz, tem a comediante, o comediante. Tem o locutor, tem o apresentador. Enfim, é uma imensidão de profissão né profissões. Agora, detalhes de cada uma, não sei, porque eu não não estudei. Deu?