SPEAKER 0: Gravação do dia seis de cin> <co de setenta e dois. Bom, Joca, você poderia, então, né, de início, falar sobre o vestuário, a roupa masculina, né. Como é que ela é? ### Será que você poderia falar isso para gente? Por exemplo aqui De manhã, você vem éh o para para dar aula, né? Como é que você vem vestido?

SPEAKER 3: Bom, eu acho que eu, a respeito desse assunto vestuário, eu posso dizer a minha opinião pessoal, entende? ### Por uma porção de gente.

SPEAKER 0: Então vou você. Né, então vamos ver.

SPEAKER 3: Então, no meu caso particular, o vestuário, assim, não me preocupa com esse aspecto, sobre esse aspecto de conveniência, de usar determinada coisa de manhã ou de tarde ou de noite. Quer dizer, eu uso a as mais diversas (risos) roupas nas mais diversas ocasiões, de acordo unicamente com condições, sei lá, de temperatu> Eu, particularmente, sinto pouco frio. Então, eu geralmente estou com uma roupa bem mais leve do que a maior parte das pessoas. E> <E eu tenho uma antipatia, assim, bastante grande por terno e gravata. Isso é uma coisa bem antiga e talvez por ter sido obrigado a usar isso na faculdade durante muito tempo. (risos) Fui tomando uma certa ( ) (risos) desse ti>

SPEAKER 0: ###

SPEAKER 3: A Faculdade de Direito exige.

SPEAKER 0: ###

SPEAKER 3: Para trabalhar, venho com uma camisa de manga curta. E e Em alguns casos, inclusive, por exemplo, em Ribeirão Preto, que eu tenho um coral em Ribeirão Preto. É uma terra muito quen> Então eu vou de sandálias e às vezes até de bermudas.

SPEAKER 0: E assim, a calça, como é que se tem algum tipo especial assim ou? Como, como é que é?

SPEAKER 3: Bom, eu tenho três calças ali. ( ) (risos) É bastante prático, né? A gente coloca nas mais diversas ocasiões e com a mais diferentes temperaturas, porque ela tanto se adapta ao calor como ao frio.

SPEAKER 0: E assim, você guardar documentos, por exemplo, como é que você faz? Documento ou sua carteira sem Na na na roupa existe algum lugar especial ou não?

SPEAKER 3: Bom, as calças têm bolsas também (risos) e você Algumas calças não têm bolso, isso traz sempre problema. E eu, quando saio com uma calça sem bolso, geralmente procuro sair com uma camisa com dois bolsos, (risos) como esta aqui. Ou então com um paletó, ãh um casaco, né? Um Uma jaqueta que contenha bolsos também.

SPEAKER 0: Qual que é a diferença, assim, entre a jaqueta e o paletó, por exemplo? ( ) ###

SPEAKER 3: ### Material também. A gente diz uma jaqueta de couro, talvez dificilmente diria um paletó de couro, né?

SPEAKER 0: Você falou né que não tem tanta preocupação assim em ocasião, né, assim de usar roupa sempre em ocasião, certo? Então isso variaria conforme o tempo. Então então vamos situar, por exemplo, no calor o que que você usaria e no frio? O que que teria de particular assim no frio para você usar?

SPEAKER 3: Bom, no frio eu procuro ao máximo evitar ah casacos, pulôveres, porque isso me incomoda bastante. Então, geralmente, eu consigo aguentar o frio com uma camisa de manga comprida. Uma camisa, talvez, de um material um pouco mais pesado e que me faça prescindir (risos) do do uso de pulôver e casaco. E>

SPEAKER 0: <E, bom, aqui em São Paulo acontece muito, né? Não é, toda hora está chovendo. Né, e como é que você faz, então, quando (risos) está chovendo ( )?

SPEAKER 3: Eu já tentei várias fórmulas. Tentei a fórmula guarda-chuva inicialmente, e como perdi a todos, passei a usar capa. Me dei pior ainda, porque a capa num faz transpirar muito. Capa num num deixa passar o ar ### Então eu voltei ao guarda-chuva, mas continuo perdendo. E ãh também eu tenho um casaco de nylon, quer dizer isso ajuda, um casaco impermeável que não seja tão chato como a a capa, mas que dê para quebrar o galho. (risos) E

SPEAKER 0: Bom, isso seria sem o investimento sem éh imprescindível, né, você tem que usar, por exemplo, blusa, né, ou camisa, calça e determinadas coisas que você tem que usar às vezes, por exemplo, quando está resfriado. Você tem alguma coisa assim para usar em particular?

SPEAKER 3: Bom, eu fico muito pouco às vezes resfriado, mas às vezes que fico sou obrigado a usar lenços, né? (risos) E> <E ontem eu fui a um casamento e vi dos vários usos de lenços, (risos) não que seja o lenço de de bolso, mas é o lenço de (risos) de pescoço, né, uma associação que eu fiz. E no casamento, ao invés de de gravata, eu fui com lenço. ( ) A jaqueta de couro, ao invés de paletó, e terno, né? Uma jaqueta, uma calça e e um lenço no lugar da gravata. (risos)

SPEAKER 0: ( ) você usa os dois tipos né de lenço

SPEAKER 2: Sim.

SPEAKER 0: E assim, você conserva a roupa, né, porque chega uma hora que a roupa suja (risos) né e Então, como é que você fa> Costuma limpar em casa mesmo? Ou você manda para alguém limpar?

SPEAKER 3: Bom, a nossa empregada éh faz tudo. (risos) O quanto que ela lava tudo em casa. E> <Esse problema não tem.

SPEAKER 0: Quer dizer que não manda para ninguém limpar assim em particular?

SPEAKER 3: <vanderia, tinturaria? Muito raramente. Inclusive as calças ( ) são lavadas em casa.

SPEAKER 0: E mandar fazer, por exemplo, você manda fazer roupa assim ou não você já compra?

SPEAKER 3: No tempo que eu f éh tinha que usar terno, eu às vezes mandava fazer em alfaiate.

SPEAKER 0: E você sabe mais ou menos que como é que se faz isso daí, como é que usa para fazer e tal, isso você num  num sabe?

SPEAKER 3: Em que sentido?

SPEAKER 0: Não, como é que um alfaiate faz, como é como é que se se... o que que você faz? <xemplo, aí no alfaiate mandar. fazer a ro> O que que você faz?

SPEAKER 3: Bom, antes de mais nada você tira as medidas e ele faz uma uma ( ) geral da da roupa e chama para uma prova. Em seguida já tem todos os elementos para dar a roupa pronta.

SPEAKER 0: ###

SPEAKER 2: Qual a diferença das calças que a gente usa hoje e antigamente?

SPEAKER 3: Você diz com respeito à moda? Bom, é o que eu tenha visto, a as as calças passaram a ter bocas mais largas. ( ) A chamada boca do funil. Boca de sino, sei lá. (risos)

SPEAKER 0: E o resto, assim sem ser calça, o resto da vestimenta mais ou menos segue o mesmo estilo ou não? Você sentiu alguma diferença?

SPEAKER 3: Bom, as camisas estão perdendo um pouco a a sua primazia, né? Para Tipo camisetas, blusas, usa-se muito mais roupas com o menor número possível de botões e esse tipo desagradável de fechos.

SPEAKER 0: E vestimenta assim feminina, por exemplo, você você costuma reparar assim (risos) na vestimenta de mulher e tal?

SPEAKER 3: ###

SPEAKER 0: O que que você poderia notar assim assim, por exemplo, na sua mulher? Digamos, né? Como é que você gosta de ver a sua mulher vestida, por exemplo? Em que tipo de rou>

SPEAKER 3: Bom, minha mulher tem uma preferência especial por calça comprida, que eu acho uma preferência óti> E se eu não gosto de pulôver para mim, eu gosto muito de pulôver para mulher. (risos) E desde criança eu já tinha notado isso, que em Campos de Jordão as mulheres eram mais bonitas, porque elas (risos) usam mais calça comprida e mais pulôver. (risos)

SPEAKER 0: E no calçado assim, no sapato, que que tem de diferente? Por exemplo, calçado feminino calçado masculino?

SPEAKER 3: Cada vez está tendo menos coisa diferente, né? (risos) Estão se aproximando bastante. aumentaram para os masculinos, diminuíram para os femininos, quer dizer que estamos chegando a um ponto comu> (risos) (risos) ( ) A o aspecto de delicadeza também foi um pouco abandonado nos sapatos femininos. ( )

SPEAKER 0: E assim enfe> <eite, né, a mulher costuma usar muito enfeite (risos). O que que você pode no> <otar assim de particular em mim com respeito você costuma reparar que ti> <po de enfeite que se usa, por exemplo, hoje em dia?

SPEAKER 3: Bom, eu acho que os tradicionais broches, brincos e pulseiras da moda antiga estão perdendo muito terreno para medalhões ou algo que se coloque na cintura ao invés de por no pescoço. Acho que os colares também. Foram totalmente substituídos, no caso, né. Os medalhões têm uma vantagem assim. Mais bonitos, mais esportivos.

SPEAKER 0: Ah então, você prefere também a a assim a roupa feminina também esporti> Sim. Agora, mudando assim um pouquinho de de de assunto, né, Arnaldo, eu gostaria que você falasse para a gente sobre teatro, sobre cinema. Quer dizer Existe, a gente sabe, né, por aí, que todo mundo vai mais em teatro que vai mais em cinema do que em teatro, né, o contrário Então, não sei se você sabe, se há alguma razão especial ou por que ( ), ou se é simplesmente porque cinema é melhor que teatro. Você poderia dizer alguma coisa sobre a gen> ###

SPEAKER 3: Bom, eu acho que é uma... série bastante grande de razões para que isso aconteça. Mas eu tenho a impressão que a pressão da propaganda condicionou de uma forma bastante grande as pessoas a irem muito mais ao cinema. Fala-se muito mais do cinema, os atores são muito mais badalados, ãh são internacionais. No Brasil nós temos também essa Esse certo preconceito contra artistas nacionais, nós achamos que os estrangeiros são muito melhores. De fato, no cinema são. Os artistas nacionais deixam bastante a desejar. Mas, no caso do teatro, nós temos muitos artistas bons e espetáculos que podem ser equiparados a a nível de teatro estrangeiro. De ci ci> Se não em escala maior, talvez por falta de meios. Quer dizer, o cenário não é não tem a mesma riqueza, a a preparação (tosse) talvez não seja a que seria precisa por falta de tempo de e de maiores recursos. A> <Além disso, eu acho que as pessoas veem no cinema uma grande riqueza de meios empregados, então elas são muito mais fascinadas pelo cinema que tem todo um um clima, porque o cinema pode lhe apresentar uma série de paisagens e e de panos de fundo que o teatro não tem a possibilidade física de realizar.

SPEAKER 0: Seria, por exemplo, um tipo de de assunto abordado no cinema?

SPEAKER 3: Também.

SPEAKER 0: Que, por exemplo, que assuntos você poderia dizer que são abordados hoje em dia, por exemplo, no cinema você poderia di>

SPEAKER 3: bom aí a gente pode <E pegar, inclusive, o o aspecto do nível social. Nós vemos ãh uma série de cinemas que se especializam em filmes de faroeste e um público certo para esse tipo de filmes. Quer dizer Alguns cinemas, inclusive, que tentaram ( ) em outros tipos de experiência, às vezes voltam para o Faroeste porque é algo de que eles não têm dúvida. Então, numa grande escala, a preferência das pessoas é (espirro) por esse tipo de filmes (tosse). E> ###

SPEAKER 0: E além do Faroeste, por exemplo, o que que poderia ter?

SPEAKER 3: Nos os filmes, agora passando de um extremo ao outro, passando por uma classe, assim, mais ou menos requintada, ou esnobe, intelectualizada, teríamos os filmes chamados grandes, os filmes marcantes, que todas as pessoas que procuram estar por dentro, fazem questão de assistir e comentar e discutir a respeito do que entendeu. ( ) muitas vezes não entendeu nada, mas (risos) o importante é discutir alguma coisa a respeito. E, no na categoria média, nós teríamos aquelas fitas mais para para o tipo burguês que vai ao cinema para esquecer dos problemas de casa, para se divertir, para passar duas horas em que ele não precise pensar em na> que ele fique acompanhando um movimento apenas na tela, que são comédias, fitas leves, ( )  fitas às vezes fitas épicas de guerra, que para esse tipo de pessoa funciona como distração, aquilo é uma aventura e fictícia, porque nada tem a ver com ele, a guerra não foi com ele, a família dele não estava envolvida, não participou, não sofreu, então... para ele funciona como uma terapia.

SPEAKER 0: E no teatro você acha que a restrição, por exemplo, que o fato de não ser ( ) livro de teatro é quase que tão somente devido à propaganda?

SPEAKER 3: Bom, isso é um dos fatores, né? O> <Outro fator, a na a maior clima que se encontra no cinema, a maior quantidade de recursos a se apresentar variedade de cenas, que nas no no teatro é muito menor, quer dizer,a para uma pessoa acostumada a cinema, o teatro se torna às vezes monótono, por ficar sempre com o mesmo cenário, uma menor variedade de atores.

SPEAKER 0: E as condições técnicas, por exemplo, dos teatros nacionais? ### são boas, digamos, né para se ensinar uma peça, nem que seja internacional, sem ser peça nacional. Você poderia dizer alguma coisa?

SPEAKER 3: Bom, aparentemente, a gente poderia julgar que há há uma quase impossibilidade técnica de se realizar peças de nível internacional pelos teatros daqui. Mas alguns casos isolados, parecem apontar no sentido contrário, como no caso de Marraçado, que foi um espetáculo magnífico. Eu não vi o filme, mas as pessoas que viram disseram que o o espetáculo do teatro era, inclusive, superior ao do cinema. E> <E o filme foi realizado ao vivo, uma representaçã> teatral que foi filmada. ( )> Não foi não é não está se comparando um filme com uma representação de teatro, mas é são duas representações de teatro. Quer dizer Pelo filme nós tivemos uma ideia da do nível da apresentação cênica na Inglaterra e essa apresentação pode ser comparada à brasileira e a brasileira não deixou muito a desejar. No caso do balcão, também, nós vimos que foi conseguido algo de impressionante no fator montagem.

SPEAKER 0: E assim, por exemplo, éh quando eu falo ( ) em condições técnicas, não somente no trabalho, ( ) os atores ou qualquer coisa assim, mas também o teatro (risos), o teatro assim, como como arquitetura, por exemplo. ( )> O teatro tradicional, digamos

SPEAKER 3: Como arquitetura? I>

SPEAKER 0: <Isso. Ele apresenta condições favoráveis a uma encenação, sem sem ser uma encenação nova, como foi o Balcão, né? ### Que mudou totalmente a estrutura do teatro, né? Mas, a arquitetura do teatro tradicional

SPEAKER 3: Bem, eu acredito que precisaria mudar bastante. ### A arquitetura para se se possibilitar espetáculos modernos. Porque as peças Atuais usam o espaço de uma forma totalmente diferente e, para isso, planejam salas de acordo com essa utilização, o que, no caso dos teatros brasileiros, não é feito. Um o Mais das vezes, improvisa-se. ( ) ãh Aproveita-se cinemas que vão ser destruídos, transforma-se em teatros. Algumas vezes esse aproveitamento é bastante feliz, no caso da Missa Leiga, com aquela fábrica de chocolate. ( ) Mas isso nem sempre ocorre. E> <E a maior parte dos teatros que nós temos são teatros antigos. ( ) Eles não oferecem essa condição.

SPEAKER 0: E o teatro Municipal? Você você acha que... É um teatro bom, digamos assim, para uma representação ou ou é para um espetáculo de música?

SPEAKER 3: Bom, o teatro municipal funciona até um certo ponto, né? Como eles praticamente barram qualquer possibilidade de algo realmente novo, o teatro municipal tem funcionado sempre, porque (risos) os tipos de espetáculo que requereriam uma outra sala, um outro tipo de arquitetura, não tem oportunidade de serem encenados.

SPEAKER 0: E do ponto de vista assim do da plateia, né do pessoal que está assistindo, qual é a diferença do teatro, da plateia do teatro municipal para um teatro moderno, um teatro que se passa atualmente? Existe alguma diferença?

SPEAKER 3: Você fala com relação a> Teatro, peças. Iss>

SPEAKER 0: ### No no ambiente, né, no ambiente físico do teatro, né O teatro com uma arquitetura linda, com se se há uma diferença ou não entre o o o teatro municipal e o o os outros tipos de teatro que se faz atualmente?

SPEAKER 3: Bom, o é interessante notar que o teatro municipal É o único teatro de maiore maiores dimensões que nós temos. Quer dizer, todo tipo de representação que requer um espaço maior e que seja destinado a um público mais numeroso, é obrigatório escolher se o teatro municipal porque nós não dispomos de outro. Quer dizer, a diferença básica é essa. No As peças que são encenadas no teatro municipal, e são raras, sempre peças estrangeiras e companhias famosíssimas, ãh elas propiciam a oportunidade de serem assistidas ao mesmo tempo por um público enorme.

SPEAKER 0: ( ), eu digo assim, por exemplo, na dis> <posição dos lugares, ( ) qual há alguma diferença entre entre o o tipo de teatro que é o teatro municipal e um outro tea>

SPEAKER 3: Bom, há os teatros em que as cadeiras são dispostas em volta do do palco ou como que jogadas, não muito ordenadamente, no caso do do cemitério de automóveis.

SPEAKER 0: Isso teria um nome especial ou não?

SPEAKER 3: Talvez tenha um nome técnico, que eu desconheço.

SPEAKER 0: No no teatro municipal, existe somente o lugar da da plateia ou há outros outros lugares dentro do próprio teatro para se assistir?

SPEAKER 3: Há frisas, camarotes, balcões, ( ) e galeria.

SPEAKER 0: ###

SPEAKER 3: Hoje em dia abandonou-se praticamente, né, esse tipo de construção.

SPEAKER 0: Talvez haja um motivo, ou será que simplesmente porque é mais difícil (risos) se construir? A> <Algum algum alguma éh éh algum obstáculo, por exemplo? Alguma restrição para quem está assistindo desses lugares assim? Algum empecilho para se sentir melhor, alguma coisa assim?

SPEAKER 3: Em teatros grandes, acredito que não. Inclusive, há uma vantagem. técnicos em acústica disseram que os melhores lugares do teatro municipal, acusticamente, não são os lugares da plateia. Pelo contrário, são os do balcão e do ( ). O balcão fica acima do balcão nobre. Então, o balcão nobre seria o pri primeiro andar. O balcão, o segundo, o ( ), o terceiro. Quer dizer do segundo e do terceiro andar eles é que se tem as condições ideais de acústica. Mas isso num recinto grande. Como os teatros que se constroem são pequenos, às vezes mínimos, acho que não haveria condições, simplesmente pela por esse fator dimensão, de se fazer esse tipo de construção por balcões.

SPEAKER 0: E o artista assim que trabalha em teatro, né, ele tem uma fase assim de preparação, né, ele tem que ir até o teatro antes de começar a peça. Há algum lugar especial para ele ficar ou não?

SPEAKER 3: Bom, ele fica nos camarins, né?

SPEAKER 0: E você conhece, por exemplo, algum camarim ou não teve oportunidade?

SPEAKER 3: Não, já tive oportunidade.

SPEAKER 0: Você poderia dizer como é que é lá por dentro?

SPEAKER 3: Bom, dos teatros que eu conheci, vi os camarins e por ocasião de concertos ou indo cumprimentar atores, o que eu vi foi um um corredor estreitinho com uma porção de portas. (risos) quer dizer, o espaço sempre é muito peque>

SPEAKER 0: E mais há mais alguma coisa característica atrá> <s, por exemplo, do lado de lá, no teatro, não dá de ( ) Atrás, por trás do palco?

SPEAKER 3: Os bastidores? Bom, a gente... os bastidores têm a visão real da de todos aqueles elementos que entraram na composição do espetáculo, né? E> E uma visão de como isso é... assim, anárquico. Você tem que dá uma impressão de bagunça e não aquela impressão organizada que nós temos da plateia.

SPEAKER 2: <gamente era dado um recurso para evitar que os que os atores esquecesse> ( ) no papel, como que era feito isso?

SPEAKER 3: Bom, era feito através do chamado ponto. Um indivíduo que> ### E ele, então, na emergência de qualquer esquecimento, então, dava a dica.

SPEAKER 2: E, geralmente, quando assim, hoje em dia está está em moda fazer show musical, né, por exemplo, Pe> Quando há um grupo musical, onde é que eles ficam? ( ) atrás ( ) Como é que é ( ) que acompanha um cantor brasileiro no teatro?

SPEAKER 3: Bom, nos poucos espetáculos que eu vi, que ãh apresentava também grupos musicais, esses grupos ficavam numa das partes laterais. Nunca atrás, mas do la>

SPEAKER 2: Mas há a possibilidade também de eles serem escondidos, ou seja, de não perturbarem assim a visão, deixando só o artista no palco? Há a possibilidade de eles ficarem em algum lugar? Bo>

SPEAKER 3: <m, principalmente no caso de um conjunto maior, no caso que eu me recordo agora, um violinista no telhado, ah o pequeno conjunto, ou mesmo orquestra, no caso de ser um conjunto maior, ficaria então em um fosso existente, entre a plateia e o palco, que, no caso, deveria ser mais elevado, né

SPEAKER 0: Você falou elementos que que é da composição, aqueles que compõem a peça teatral. Você poderia dizer quais são esses elementos? Você falou em atores, né, mas eu acredito que não são somente atores que entram para para para fazer uma peça, né, de teatro. ### ### ###

SPEAKER 3: Em primeiro lugar, o que vem à mente é é o cenário, porque a o cenário coloca a peça e é a primeira coisa que aparece aos olhos do espectador. Ao se abrir a cortina, a primeira visão que se tem é do cenário. Em seguida, talvez, entre o elemento sonoro. Entã> se no espetáculo há presença de gravação ou mesmo de um conjunto ao vivo acompanhando, ele é notado a seguir. O> <Outros recursos visuais, como slides, projeção de filmes mesmo. Iluminação. Iluminação a uma pessoa mais acostumada ao teatro, atinge de uma forma consciente. Também, assim, é uma primeira vista. Talvez uma pessoa menos acostumada, só um efeito bastante exagerado de luz é que a faz notar que o fator iluminação é importante. Mas, geralmente, isso passa meio desapercebido ao público em geral. A pessoa mais acostumada a espetáculos já nota já procura, desde o início, notar os efeitos de iluminação.

SPEAKER 0: ###

SPEAKER 3: Eu acredito que a principal força de reunião desses atores seja o diretor, porque ele vai coordenar praticamente todos os elementos. Hoje em dia trabalha-se um tanto mais diversificadamente, quer dizer, cada responsável por setor, mais ou menos, ah até um certo ponto. ### O trabalho é de equipe, os todos os elementos são discutidos em conjunto, mas há um responsável pelo setor iluminação, ele deixa-se toda essa parte mais ou menos a cargo de> e assim cada um dos diversos atores. E> Mas a acredito que o a s o principal seja o ensaio dos atores, né? ( ) Esses fatores todos são acompanhantes. E o ensaio dos atores está diretamente relacionado ao papel do diretor que vai coordenar tudo isso e vai dar a sua feição à peça que ele pretende encenar.

SPEAKER 0: ( ) eu não vi, eu não sei como que é esse trabalho de criação coletiva que o Celso Nunes o Celso Nunes está fazen>

SPEAKER 3: o diretor dá uma linha geral ao ator. Claro que com os grandes a grandes atores essa linha funciona também de uma forma um pouco restrita, porque os grandes atores já têm a sua maneira própria de encarar cada papel. E> E ao na primeira leitura da peça, ao se iniciarem os ensaios, Ele praticamente já tem a visão da linha que ele vai dar ao personagem. Linha que o diretor poderá, talvez, mudar.

SPEAKER 0: ### E no cinema, assim, em qual que é ( ) Ãh o que que se faz, por exemplo, como é que se faz o seu ( ) O filme? Você tem, você sabe

SPEAKER 3: Bom, o que eu sei é que ele é feito ãh numa grande desordem de cronológica (risos), digamos. E> <E no cinema ele existe essa notável possibilidade da montagem que dá efeitos magníficos, né? No caso mesmo de filmes não comuns, como o ano passado em ( ), do René, nós vimos esse fator montagem aparecendo de uma forma, assim, bastante preponderante. Quer dizer, o responsável pela montagem era quase que uma um coautor daquele filme, porque ele imprimia um caráter muito forte ao seu trabalho. Sim, tem a há alguns elementos comuns ao teatro, como no caso de se utilizar cenários artificiais. Então, a feitura desses ce> Um outro elemento que eu não citei no teatro, mas que existe também no cinema, o fator vestuário, no caso de haver dança ou outro tipo de movimentação, a coreografia. No cinema, o papel da música e da sonoplastia em geral também passam mais desapercebido, mas ele é importante também. ### talvez não percebam conscientemente, mas inconscientemente elas sentem o clima que é criado através de uma música éh aflitiva, por exemplo, angustiante, no caso de um filme de suspense.

SPEAKER 0: E o material usado assim para fazer o filme? Como é que é?

SPEAKER 3: ###

SPEAKER 0: E quem é que cuida dessa da turma ( ) Quantos ( ) Existe algum aparelho especial para para fazer rodar essa película? Alguém que cuida dessa parte em específico ou não?

SPEAKER 3: Bom, evidentemente tem todas as câmeras, né? Que atuam também sob a ordem do do diretor. E no cinema, o o aspecto assim basicamente diverso do teatro é o fator fotografia, que no cinema é de uma importância capital. ( ) A Metade da arte do filme está na fotografia, porque é a forma de captar a cena da realidade.

SPEAKER 0: ### ### ( ) eu não sei se você teve (risos) a oportunidade de ver ( ). ### ###

SPEAKER 3: Bom, isso eu vou ter que buscar nos... nos idos tempos, (risos) no mais fundo da minha memória, porque circo que eu me recordo, éh eu fui apenas na infância e esporádica às vezes mais tarde. O que eu me lembro era era uma um tipo de representação muito interessante. Quando criança, eu apreciava bastante. E E, recentemente, eu tive a oportunidade de viajar para o Nordeste, em uma cidade de Alagoas, chamada Coqueiro Seco. Nós vimos um circo que estava se apresentando lá, um circo de condições precaríssimas. Eles não tinham nem lona. para montar o circo. Se é o circo não tinha teto, se chovesse, não ia ter circo. Como não chove mesmo, vem esse tipo de problema. O> <Os bancos eram tábuas totalmente irregulares, ( ) tábuas fininhas, ao lado da tábua grossa. (risos) Não adianta nada fazer gesto que não vai aparecer na gravação, enfim. (risos) E> ### Essas tábuas muito mal pregadas, em situação bastante éh ameaçadora de segurança (risos), e as condições materiais da da representação eram bastante folclóricas, pela pobreza que apresentava, né? A partir do do elemento pessoal, que o apresentador era ao mesmo tempo o empresário do circo, ao mesmo tempo era o palhaço e o acrobata. (risos)

SPEAKER 2: ### ### ### ### Há no circo também ou não?

SPEAKER 3: Alguns lugares acho que foi feita essa diferença de preço. Nos círculos mais assim, menos esnobados, né, acredito que essa diferença não se faça. Mas... Quando há apresentação de circos estrangeiros em lugares como o ginásio do Ibirapuera ou mesmo num circo montado, mas destinado a uma apresentação assim de maior gabarito, sempre se faz em lugares de condições superiores de visibilidade, conforto e, então, o o preço desses lugares é maior.

SPEAKER 0: ( ) espetáculo que passa em em circo? Qual que é a característica desse tipo de espetáculo? Você falou em alguns elementos, né, que não pode ser em circo, que no caso da ( ) lá é um medo, né? ### Que tipo de espetáculo que passa isso? Como é que é?

SPEAKER 3: Bom, o circo... É um espetáculo que procura atingir exatamente esse aspecto buscado pela por esse público burguês, né? É um aspecto direção, através dos palhaços, ãh mesmo animais que façam algumas proezas. E> <E o fator aventura, que no caso das partes acrobacias e trapezistas. Eles têm um aspecto, assim, mais ou menos heroico. (risos)

SPEAKER 0: ### Uma parte do conto ( ) existe, não?

SPEAKER 3: No circo? É

SPEAKER 1: ###

SPEAKER 3: Nos espetáculos que eu vi, não havia, era simplesmente uma sequência de de números, que entrava esse aspecto de diversão, aventura e habilidade, no caso de malabarize.