SPEAKER 1: ### SPEAKER 0: Mas ah isto é mais experimental, é mais de prática do que de teoria. Não sei realmente dizer, teoricamente, a causa. Geralmente aumenta mais na época de das estações medianas e inverno. O verão decai. SPEAKER 1: Mas aí no caso, quando o senhor fala de férias, o senhor se refere, no caso, a férias, que tipo de férias? Escolare> Ela é mais ou menos, pode-se uniformemente dividir de modo a dar uma uma média maior. Mas dentro dela há uma curva bastante nítida. De modo a alcançar o ápice por volta de agosto, set> SPEAKER 1: E o senhor não não não a não acha nenhuma justificat> SPEAKER 0: Realmente empírico. Eh eh é experiência profissional de alguns anos. ### SPEAKER 1: E agora, como é que o senhor, ah nesse caso, o seu lazer, como é que fica dividido dentro desse dessa programação? SPEAKER 0: Bom, aí deixa de ser um problema de cidade ou sociológico para ser... para ser de... neuroses pessoais. Quer dizer, quando dá a veneta, eu vou embora e... Às vezes, mesmo na época de mais trabalho, eu vou embora e fico um ou dois meses fora. SPEAKER 1: Nesse caso, ir embora significa ah um determinado lugar ou o senhor ah ah varia? SPEAKER 0: Varia de acordo com o dinheiro. SPEAKER 1: Ah, bom (risos) ### SPEAKER 0: Ano passado fui para a Europa. O ano atrasado fui pescar. SPEAKER 2: ### SPEAKER 1: ( ) eu gostaria ainda de de perguntar para o senhor, dentro dessa área, por exemplo, o senhor tem preferência por um determinado tipo de clima, assim, para tirar as suas férias, não? SPEAKER 0: Não, eu tenho preferência por por coisas para fazer, até na verdade pode-se dizer que tenho, que gosto de coisas ensolaradas e e quentes em geral, mas E estou bem com com outras coisas. SPEAKER 1: Nessa sua experiência de Europa, por exemplo, já teve experiência com outro tipo de clima? SPEAKER 0: ### SPEAKER 1: Já teve temporadas completamente diferente do nosso clima? SPEAKER 0: Já. Me dei bem porque, na verdade, a gente quase não sente o clima ruim quando está lá, porque é tudo aquecido, de maneira que vai-se a concertos e coisas do gênero. Não tem problema. SPEAKER 1: E teve, assim, alguma participação no inver> de algum esporte ( ) Não me lembro mais, mas eu eu estava perguntando se o clima influenciaria na sua escolha de férias de SPEAKER 0: Não, não era para isso, já tínhamos passado SPEAKER 1: ( ) passada a sua experiência da Europa, ah com outro tipo de clima, se se sentiria bem ou não. Eu tinha perguntado se praticari se tive a oportunidade de praticar durante o inverno algum esporte SPEAKER 0: É, não era bem isso, eu estava embalado naquela conversa, não me lembro o que era, mas não tem importância. Quanto a esportes, os meus são mais de ordem, digamos, cultural e menos esforçados. Fora pescar, não faço nenhum esporte. SPEAKER 1: Agora me diga uma coisa, na sua jornada de trabalho, se não é indiscrição, como é que o senhor divide o dia? Ah SPEAKER 0: As coisas urgentes em primeiro lugar, as coisas não urgentes adiar ao máximo. (risos) Porque o trabalho é muito e não dá para fazer. É tudo... eh a gente tem que fazer uma adaptação cotidiana aqui das coisas, uma improvisação. Mas ah assim co> SPEAKER 1: Mas aí no caso, a sua divisão do dia, como é que faz, assim, nos períodos do dia? SPEAKER 0: Bom, eu tenho uma maneira sui generis de dividir o dia, ah sui generis em relação ao normal dos usos e costumes da praça. SPEAKER 1: Mas agora nós estamos interessados na sua maneira sui generis de dividir o dia. SPEAKER 0: depois dessa interrupção. Porque os usos e costumes aqui ah obrigam geralmente as pessoas a trabalharem de oito da manhã ao meio dia, mais ou menos, e de duas às seis. O senhor nunca fez isso no exterior? SPEAKER 0: Fiz, mas é insignificante em termos comparativos com o ( ) O senhor acha que não... Porque, claro que já fiz, já aluguei carro na Europa, já aluguei carro na Argentina. Mas... é insignificante face ao tempo e às viagens feitas de outra maneira. SPEAKER 1: Agora, o senhor acha que, por exemplo, assim, o clima europeu em relação ao nosso clima tropical influenciaria, isso é uma velha teoria, na mentalidade das pessoas ou mesmo no rendimento do trabalho? SPEAKER 0: Ah, no Rio de Janeiro, como a turma lá geralmente é pouco trabalhadeira, Faz-se o que eu acho um um exame fácil de motivos e e vai-se a calor, praia. Mas eu acho que não é bem só isso. ### Agora em São Paulo, que é mais para o clima temperado, Acho que nós estamos no mesmo pé de igualdade de frequência, de trabalho ou de atividade que qualquer outro lugar, se não for mais. SPEAKER 1: O senhor acha que numa época do ano, por exemplo, uh mesmo que a gente não considerasse férias, a gente poderia pensar que no verão houve haveria ( ) abate de rendi> ### Mas ah hoje não há quase diferença. Ah f> praticamente só de modo que também não é um testemunho muito muito fiduciário não sei o que acontece no Nordeste com aquele bruto calor mas eu acho que que só clima não explica... e o temperamento da pessoa, o senhor acha que influenciaria no caso? temperamento já é decorrência, não é uma coisa que influencie, já é uma das coisas que que foram influenciadas. Eh eh ( ) É efeito de uma causa, do meu modo de ver. ### ### Mas eu acho que o clima entra no menor parcela nessas coisas. SPEAKER 1: E assim, comparando a às regiões extremas do Brasil, o senhor acha que nesse caso a gente poderia atribuir o clima a alguma dessas diferenças? SPEAKER 0: Sim, como eu disse. Mas menos do que outros fatores. Uh uh uh ### ### ### ### SPEAKER 1: ### E num caso assim de... Porque se diz ah... se fala muito assim, inclusive, da da maneira de ser das pessoas, do problema de ser mais ou menos introvertido. O senhor acha que nesse caso a gente poderia pensar que o que o clima frio poderia realmente condicionar esse tipo de... Claro. SPEAKER 0: introversão, s> Porque o problema do da aproximação entre as pessoas condiciona todo o posterior relacionamen> Então a primeira aproximação é muito importante. Claro que em um clima mais quente essa aproximação em si é mais fácil, mais calorosa, menos formal, menos vestida. ### não é? Porque no clima frio. Isso tudo entra, acho que entra. Mas sem me aprofundar muito na questão como eu estou falando. Claro. SPEAKER 1: Mas aí no caso, o senhor tinha falado do de do dos confortos da técnica moderna para, ah afinal de contas, neutralizar essa influência de queima. O senhor falou do ar-condicionado. Bom, existe existem outros recursos para essa neutralização do clima que se aplica ou que se usa? SPEAKER 0: Claro que há, roupas, ah geladeira, ah isolamento térmico, gás, coisas assim desse gênero. E SPEAKER 1: Em casa, por exemplo, ah em São Paulo, há muitos amigos estrangeiros que se queixam de São Paulo não ter em, vamos dizer, dentro de casa, as condições de para o próprio clima de São Paulo. sentem falta, isso vários amigos franceses quando vêm a São Paulo, sempre se queixam d> SPEAKER 1: é que o senhor ( ) resolveu esse problema? ### SPEAKER 0: disse que resolveu com com dinheiro, mas... Eu resolvi pondo ar-condicionado, pondo aquecimento central na minha casa, pondo ah fazendo vedações. A casa que eu moro é uma casa velha, construída há quarenta anos, não tinha nada. Era o tijolo, então tinha umidade. Problemas de todo o gênero por causa de clima. Agora as casas novas estão sendo feitas já olhando para isso. Sei ah SPEAKER 1: No caso, ( ), desculpe insistir nesse assunto, parece ( ) muito uma bobagem, mas a gente queria aproveitar o tema de de questão de de de clima, no caso, assim. O senhor eh No caso de saúde, o senhor teria algum comentário a fazer em relação a tipos de clima? Se o senhor acha que a saúde que sofre ah as influências do clima? Que tipo de de problemas sanitários existem em relação ao cli> ### SPEAKER 0: Sofre. Na verdade, há uma adaptação das pessoas ao clima onde elas nasceram. Ah E o problema é mais sentido por gente não adaptada, ou seja, gente que vem de outros climas para para esse. Em São Paulo, quem vem do Rio ou da Bahia dificilmente se adapta sem ter passado por um sé sério problema de asma ou de gripe e coisa ( ) Por outro lado, a gente quando vai para para a Bahia ou para o Rio também ah tem problema de brotoeja ou assaduras e coisas do gênero. ( ) desagradável. Mas quer dizer eu acho que Ah adaptação ah do homem ao meio ambiente que ele nasceu é é total. Por exemplo, no Rio de Janeiro, o pessoal que mora lá é adaptado lá e vice-versa. Ah O ruim são as adaptações posteriores. SPEAKER 1: O meu medo é que pela ficha é que, afinal, nós estamos com uma família de advogados. Se o senhor tivesse que hoje ser um conselheiro profissional, vamos dizer, o senhor aconselharia a profissão de advogado a um jovem que estivesse tentando uma informação a esse respeito? SPEAKER 0: Sim, ah guardado certas reservas. SPEAKER 1: O senhor podia, então, dizer para a gente quais as vantagens que o senhor veria nessa escolha? SPEAKER 0: Primeiro é preciso jogar fora tudo o que foi empurrado pelos pelas gerações anteriores a respeito da profissão de de advogado de bacharel que era há cem anos, há cinquenta anos ou mesmo há trinta anos atrás uma ( ) uma espécie de profissão universal como se fosse um barbeiro da idade média que fazia tudo. Ah O advogado era desde conselheiro sentimental até, enfim, resolvedor de graves problemas financeiros, pessoais, ah era contador, era ao mesmo tempo diretor de empresa, administrador, Era o que estava apto a fazer tudo. Isto causou uma superpopulação da classe. ( ) nós não de mil novecentos e trinta para cá, insustentável. Os advogados proliferaram de tal maneira, que não digo os advogados, os bacharéis, que virou carne de vaca. Todo mundo é bacharel, E ninguém consegue ganhar a vida se não se adaptar aos novos tempos. Porque no sistema antigo, acabou. Hoje em dia, a especialização tomou conta do mundo e administrador é administrador, conselheiro sentimental é conselheiro sentimental e et cetera. O advogado hoje, Acontece com ele uma coisa muito interessante. Quem se forma e não se adaptou a uma especialização típica dentro da advocacia militante, no esquema atual dela, que eu vou chegar ni> Fica perdido. Mas quem consegue chegar a ser advogado, a viver da profissão, estando adaptado aos imperativos atuais, ah tem muito mais sucesso do que antigamente até. E é uma profissão hoje mais bem remunerada do que era no auge do tempo do bacharelismo porque a concorrência é pouca pouca gente até o momento percebeu isso o advogado hoje é um consultor legal superespecializado o país está em desenvolvimento e ele é muito necessário mas desde que não seja o bacharel entre aspas que era algum tempo atrás. SPEAKER 1: Mas o senhor faz uma diferença, mesmo entre aspas, entre o advogado e o bacharel? SPEAKER 0: Ah, bom, o bacharel é o meramente formado que não exerce a profissão e que se forma para ter o canu> Ah, sim. Que é o que se dizia antes, tendo o canudo, tem tudo. Hoje em dia, não. Sem o canudo, não adianta nada para ganhar quinhentos contos por mês de office boy. Passando por um estágio difícil, desde o tempo do começo da escola, no aprendizado de uma especialidade qualquer, e há algumas que remuneram mais que outras, e três ou quatro ou cinco anos depois de formado, tendo se especializado na prática, na sua especialidade, hoje o advogado encontra pouca concorrência. Não diga? De modo que é extremamente bem remunerado. Eu acho que a minha hora é mais cara que a de qualquer outro profissional liberal da minha idade, nas mesmas condições. SPEAKER 1: ### Essa o senhor falou em setores de especialização que são até mais bem enumerados, por exemplo? SPEAKER 0: Direito Societário, que vem do Corporate Law americano, o direito fiscal, o direito comparado, e com parênteses vai, quer dizer, tudo isso entra no que eu falei, da adequação aos tempos modernos. O mundo hoje é, todo mundo diz, a aldeia global. Por isso o direito comparado, o direito fiscal, o direito societário nos moldes do americano pegou esse incremento, essa força. As novas conquistas ah negociai comerciais, financeiras, as coisas absolutamente fora de fora dos esquadros ortodoxos de condução de vida é que levam a necessidade de advogados especializados que as expliquem, adequem as leis, criem as leis, ah enfim, disciplinem tudo. Como exemplo imediato que me ocorra ah disso, tem os cartões de crédito. Ah Existia compra e venda, existia troca, existia uma porção de coisas, cheque. Mas o cartão de crédito é uma coisa que foi iniciada no mundo inteiro a menos de quinze anos e que hoje em dia representa metade das transações comerciais de de varejo feita no mundo inteiro. Até hoje no Brasil não apareceu nenhum trabalho sério a respeito. Nos Estados Unidos eu tenho conhecimento de três. Na França de um só. Isto obriga que as pessoas que quiser eh ( ) emitir cartões de crédito para ter em suas organizações bancárias ou organizações comerciais, negociais, uh uh a ajuda que é isso, uma inven invencionabilidade, sei lá como digo, ah uma inventividade para usar isso. sem que haja um estudo do que se pode ou se não pode fazer, do que ah é legal ou não é. Então aí entram os novos advogados que conseguem criar coisas, conseguem se especializar nessas diversas coisas. Este foi um exemplo. Tem outros. Tem o leasing, que hoje em dia está muito em moda aqui no Brasil e que agora estão aparecendo os primeiros estudos. tem ah os problemas dos empréstimos estrangeiros, ah hoje admitidos, que precisou reformular tudo. Então, o mero bacharel antigo, que fazia um pouco de direito de família, sabia que... (pigarro) sabia que para comprar e para vender tem que fazer uma escritura à mão ou coisa que o valha isto não não funciona. Então, nós estamos numa era da superespecialização. E dentro das especializações liberais, essa é altamente rentável ainda. SPEAKER 1: E no campo da tecnologia, assim, como é que o senhor veria, o senhor não teria nenhuma atração, ah vamos dizer, par> ### SPEAKER 0: Nem, liberdade total. SPEAKER 1: Ainda bem, não? Agora, no no setor assim profissional, hoje em dia, além do seu, como é que o senhor vê o mercado de trabalho assim ah para uh as pessoas que estão pretendendo um curso universitário? SPEAKER 0: Cada vez melhor. Cada vez se vai dar menos valor. ao especialista em conhecimentos gerais. No Rio de Janeiro tem um termo jocoso, chama-se aspones, eu não posso nem dizer o que é. E se dá mais valor aos realmente capazes, que só serão capazes com estudos. Quer dizer, o problema do do do curso superior Hoje é diferente do problema do curso superior anti> O curso superior em si, antigamente, queria dizer alguma coisa, fosse do que fosse, é um canudo. Hoje o curso superior de fonoaudiologia tem uh tem a mesma importância que o curso superior de botânica e de advocacia, ou de engenharia, em ( ) E para isso é que está reservado o futuro. SPEAKER 1: Mas o senhor não acha que em certos setores há uma saturação já no mercado do trabalho? SPEAKER 0: Ah, mas eu imagino que vai acontecer mais ou menos o que aconteceu com o direito havia uma saturação e por uma natural defesa do organismo profissional essa mesma saturação é que criou o tempo novo de fazer com que quem realmente seja capaz sobressaia ainda mais facilidade. Ah Há alguns ramos saturados, mas isto são só são saturações ocasionais, momentâneas, ah que respondem a uma necessidade ocasional e momanta e momentânea de cada lugar, de tempo e de espa> Hoje, por exemplo, se dá saiu um artigo em que as profissões mais bem pagas, liberais, nos Estados Unidos, nos próximos dez anos, s ah ah são pela ordem serão pela ordem... Primeiro, oceanógrafo. S> <ó ia ser dentista porque não conseguia entrar na faculdade de medicina. Então tem pouco. E e como odontologia ficou realmente mais complexa mais completa. E hoje em dia estão se procurando dentistas a todo preço. SPEAKER 1: Mas nessa área de comunicações, assim por exemplo, o senhor não não vê ( ) algum perspectivas assim de bom futuro nessa se nesse setor? SPEAKER 0: Que setor? SPEAKER 1: De comunicações, por ex> SPEAKER 0: Comunicações? Ah, total. Vejo, mas ah ah aí é a tal história. Vejo com visão de leigo, de meramente informado e curioso, mas está mais ou menos evidente que nesses tempos modernos a comunicação é essencial. (buzina) A facilitação, a comunicação, que será certamente obtida pelos métodos técnicos que o pessoal de comunicação está desenvolvendo, vai ser extremamente necessário, portanto, cara, portanto, bom emprego. SPEAKER 1: O senhor vê aí, ah nesse caso, para o cinema brasileiro, por exemplo, o senhor vê, examinando o quadro do cinema atual e do que ele tem produzido, o senhor vê, a longo prazo, uma boa perspectiva, não só do ponto de vista artístico, mas comercial para o cinema brasileiro? SPEAKER 0: Vejo, espero que sim. Ah E, aliás, mais fácil do que tem havido em outros lugares. É só uma questão de adaptação. Este ramo, ah digo, o ramo mais amplo, comunicações entrando tudo isso, é hoje, pelo que eu sei, o ramo que melhores condições oferece aos seus profissionais capazes, no mundo inteiro. Nos Estados Unidos, então, uh os jovens executivos desse ramo são os que têm a maior renda anual. E no cinem> cada vez mais o que era improvisado vai desaparecer e o que for bem feito vai sobressair num aprimoramento natural também no organismo, digo, organismo sociológico. SPEAKER 1: O senhor acha que dentro do cinema nós já temos profissionais capazes de já enfrentar o o mercado internacional? SPEAKER 0: Sem entender do assunto, eu acho que sim pelo que pelo que pelo que ah se dá a notícia. Mas conheço pessoalmente algumas das pessoas que fazem cinema hoje no Brasil e como acho que são inteligentes, os que eu conheço, creio que podem competir muito bem. SPEAKER 1: E esses que fazem cinema, no no no caso, são são os atores ou não? São os os próprios técnicos? Nesse ( ) que acaba de citar? SPEAKER 0: O que eu acabo de citar? Não, são os diretores. Joaquim Pedro de Andrade, que eu conheço pessoalmente e que eu acho muito inteligente. Uh Eu trabalhei junto, um tempo trabalhei junto com o Luiz Carlos Barreto, na revista O Cruzeiro, Quando eu estudava no Rio, trabalhei com ele lá. Sei que ele é muito capaz, muito inteligente. Tem absolutas condições de competição. Mas por SPEAKER 1: que que o cinema brasileiro não consegue, pelo menos esse cinema mais sério, não consegue atingir o grande público no Brasil? SPEAKER 0: Eh... para a gente se estender longamente, mas... Em poucas palavras, é um problema de... A palavra virou feia hoje em dia, de infraestrutura educacional, mas eh não vejo outro termo. O tempo, o tempo melhora. Essa gente está fazendo realmente um trabalho sociológico, eu acho da maior importância, forçando um uma melhoria cultural. Eh Aparentemente tem pouca importância, porque pouca gente vai. Mas não acho que tenha, nã> Acho que tem muita importância, porque isto é forçar. A gente precisa disso. SPEAKER 1: E no caso do teatro, o senhor considera um gênero morto como muita gente questiona hoje em dia ou não? Nã> SPEAKER 0: acho que é o contrário. Ach> É a mesma coisa que se tinha um pianista virtuoso, ( ) Liszt, Chopin, hoje em dia. Tem o seu tem o seu lugar lá reservado, ah só que a maior ênfase deve ser dada ao teatro novo, ao cinema novo, A obra nova, a música nova, quer dizer, é muito mais importante o ( ) Marcos Nobre, no Rio de Janeiro, está compondo a música serial dele, que pouca gente entende ainda, do que o o Nelson Freire ser um dos grandes virtuosos do mundo, ( ), mais importante historicamente. Mas não que isso queira dizer que seja morto para um pianista e que ele não possa mais existir ou que o teatro ortodoxo também não acabe. Vai existir e ter o seu lugar. Mas o teatro novo, que é o que a gente estava, está extremamente vivo e eu estou seguindo com muito interesse. Ah e acho que, propondo, ainda com alguns enganos, caminhos novos que vivificam e e mantêm vivo o espírito do teatro. SPEAKER 1: E esse teatro, como é que o senhor como é que o senhor caracteriza esse teatro? ( ) Só pela pela época ou pelos recursos técnicos que ( )? SPEAKER 0: