Inquérito SP_DID_005

SPEAKER 0: : de outubro de mil novecentos e setenta e um

SPEAKER 1: : Bom, falar sobre, digamos, casa. Então vamos iniciar sobre a construção. Evidentemente eu nunca construí nenhuma casa e, portanto, vou ter certas dificuldades, digamos, em dizer sobre uma casa e a sua construção. Bom, inicialmente a pessoa teria que ter o terreno e preparar, digamos, esse terreno com as fundações para edificação, digamos, da casa que é que nós pretendemos construir aqui. Bom Ah, as fundações, por si, já vão prever, digamos, ah a divisão, as (), digamos, que comporão a casa. No caso de uma casa, éh que é essa que nós estamos comentando, por exemplo, e o terreno em si, não vão exigir, por exemplo, que seja feito nenhum trabalho de terraplanagem, por exemplo, por máquinas. Ele seria feito, digamos, através de enxadas. Pás e outros equipamentos, digamos, usados pelo pessoal da construção. Bom, essa fundação seria feita, digamos, de cimento. Base dela seria cimento. Seria, digamos, é lajes, né? Seria Estrutura de (pigarro) cimento. Formando, então, a laje. E em cima desta éh dessa laje seriam, então, edificadas as paredes da casa. Éh uma alvenaria, digamos, seria ah uma argamassa de areia, areia e cal, e as paredes seriam de tijolos, certo? Bom, e erguidas as paredes, vai-se deixar, digamos, os espaços necessários para a colocação de portas, janelas e outros, digamos, coisas que seriam necessárias, talvez, uma lareira, por exemplo, se a pessoa quisesse colocar dentro da casa, éh exaustor, hm enfim, isso que todas as casas de uma maneira geral possuem. Bom, uma vez erguidas as paredes, digamos, sobre este alicerce, então nós iríamos fazer a cobertura, o telhado da casa. Seria, então, construído, digamos, éh com vigas de madeira e ripas, onde seriam apoiadas as telhas, certo? Então nós teríamos praticamente a casa coberta. Agora, nós não podemos conceber, ou eu pelo menos não concebo uma casa que não tenha jardim e entrada para automóvel, porque éh uma casa que seja, digamos, éh não seja isolada dos dois lados, seja, digamos, germinada, ela de uma maneira geral é um apartamento para mim. Só que o indivíduo moraria no térreo, né? São todos morando no terreo em apartamentos. Então a casa tem que dar um conforto a mais do que aquele que dá um apartamento. Então deveria ter um jardim, uma entrada para automóvel, com um abrigo, uma garagem, certo? E no caso de pessoas que têm criança, então prever, digamos, instalação do playground lá para o pessoal, balanças, gangorra, esse negócio todo, areia, se fosse necessário. A casa, ela, normalmente é construída éh com uma fachada, então seria a decoração da construção propriamente dita. E iria terminar, então, digamos, na cozinha, que é o que se faz normalmente. Eu tenho visto algumas casas com a cozinha na frente e a sala atrás. Parece que se está usando esse sistema por causa do barulho da rua. Bom, então, na minha casa, a sala seria na frente. nós iríamos prever então uma sala éh grande, onde pudéssemos fazer dois ambientes, uma sala de estar e uma sala de jantar, certo? Com um hall de entrada, que seria estendido, digamos, a uma área na frente da casa, que seria então, digamos, onde se ficaria quando a tarde estivesse quente e bonita, para se ver o movimento lá fora. Bom, éh a decoração das salas, que seria talvez de estilo moderno. Os outros estilos que po que podem existir, como falam o colonial, e outros aí que eu não sou especialista nisso aí, isso é mais das mulheres né, éh não não me chegou ainda assim digamos, não não me influenciou, sou mais influenciado pelo estilo moderno. Portanto, essa fachada que eu falei já deveria ser moderna. Não tenho assim em mente como eu faria uma fachada, mas teria que seria alguma coisa assim, por exemplo, bem moderna. Eu tenho visto algumas casas aí, construção de concreto armado éh. A facha a fachada dela é nua, concreto armado nu Eu acho bonito. Agora, nesse concreto armado eu iria fazer um painel com pedras. Certo? Seriam coloridos, talvez. branco e alguma outra cor, digamos, que se que contrastasse com o branco e desse então um efeito. Bom, o ambiente interno, evidentemente, ãh falando, seria então também no estilo moderno. Os móveis seriam decorados dessa maneira, com lustres e luz indireta. Éh Eu deveria prever, nessa casa, por exemplo, na sala, uma instalação de éh de som, vamos dizer, colocação em lugares planejados, por exemplo, de alto-falantes ou caixas acústicas para, digamos, que a se pudesse, digamos, enquanto se conversa ou se janta, querendo ouvir uma música, digamos, suave. Bom, continuando pela, pela sala, quer dizer, a sala living seria, digamos, praticamente sem comunicação com o resto da casa. Para comunicar-se com o resto da casa, nós teríamos que passar pela sala de jantar. nós deveríamos ter a cozinha de forma que éh o serviço culinário pudesse ser transportado para a sala de jantar com facilidade. Bom, então nós teríamos quase que éh do lado da sala de jantar, a cozinha. Agora, éh, não faria a porta direto, de maneira que quem estivesse na sala abrindo a porta visse a cozinha. Procuraria uma solução que permitisse, digamos, esconder a cozinha da sala. E assim ninguém veria o que está sendo preparado lá. O Olhos que não veem, (riso) coração não sente, né? A (rindo) cozinha tem que ser separada (riso). Bom, cozinha também estilo moder, poderia ser funcional. Atualmente usa-se um sistema, digamos, de forno, fogão e pia em armários embutidos, de maneira que a parte de baixo pode ficar livre, facilitando, digamos, a limpeza. N Note que o maior problema das mulheres é enfiar a vassoura de pelo, embaixo (rindo) da geladeira, ou embaixo do fogão, ou onde quer que seja. Então, procuraria fazer num sistema mais ou menos suspenso, que permitisse, então, um certo... uma facilidade na limpeza. Bom, nós temos que aumentar essa casa, na proporção, digamos, em que o orçamento familiar possa permitir. Então, vamos dizer que tivesse um orçamento bem elevado e pudesse, então, me dar ao luxo. Eu iria fazer uma biblioteca. Partindo do princípio, digamos, que, éh, tanto eu como minha esposa temos curso superior, e somos obrigados, digamos, a enfrentar para solucionar os problemas, éh, profissionais, temos que utilizar, digamos, livro,  então eu iria procurar compor uma biblioteca. E Essa seria separada em duas partes, dentro, digamos, da profissão de cada um, de maneira que cada um poderia cuidar da sua. E Eu teria a minha, ela teria a dela. Ela arrumaria a minha e a dela, mas (risos) eu teria a minha separada. Essa, éh, biblioteca, éh, iria, digamos, prever uma ou duas paredes, conforme a necessidade, com estante, certo? Colocando livros, e procuraria dar uma possibilidade de isolar do contato externo de matéria de som, matéria de barulho, para que se pudesse, então, ficar mais à vontade. E E uma secretária, com mesa, secretária, vamos, vamos chamar, e a cadeira. Além de uma outra poltrona com abajur para uma leitura, digamos, quando não fosse o caso de ser e se ter que fazer anotações então seria só uma leitura mais ou menos tranquila no caso duas poltronas porque somos casados (riso). Bom, essa seria uma biblioteca nós num numa maneira geral a pessoa pode ou não exercer uma atividade dentro de casa se exercer uma atividade dentro de casa e tiver contato com outras pessoas deve-se fazer uma entra que vier e viria esta biblioteca que seria também então um escritório dentro da casa, éh, separada da entrada social de maneira que se tivesse que atender receber alguém dentro de casa sem que quando estivesse visitas então nós receberíamos essas pessoas para por outra porta de entrada bom perto à entrada social deveria-se fazer uma cobertura também uma laje né com, que permitisse, digamos, em dias de chuva, parar o carro e descer sem tomar chuva. Temos então agora, digamos, (pigarreando) os quartos. Éh No meu caso, deve, eu preferia uma casa térrea. Então, éh, nós teríamos, digamos, um dormitório, um banheiro privativo, eh, de maneira que, eh, simplificaria e ficaria tudo mais fácil. Eles teriam armários embutidos, esse dormitório, fazendo uma parede totalmente, digamos, armário embutido. Faria o acabamento desse armário, por exemplo, combinando com um estilo moderno também, porque o dormitório deveria partir de um sistema moderno. Então nós teríamos, éh, as portas, o maleiro, certo? Depois teríamos na outra parede, éh, o fundo, onde ficaria a cama encostada. Essa cama, digamos, deveria prever dois criados-mudos, do lado, E talvez pudesse então pensar em termos de fazer isso embutido na parede. Éh embutido não, fixado na parede. Colocando no fundo um painel. Poderia ser um quadro. Um painel pura e simples de veludo. Qualquer coisa nesse sentido. E E deveria ter no outro quarto bastante janelas, digamos. Onde eu colocaria cortinas. De correr. De maneira que poderia haver a entrada de bastante ar. Éh, a área. Digamos, lateral as paredes o mais envidraçado possível, de maneira que estivesse em contato com a natureza, que estivesse lá fora, que se pudesse ver o jardim. Bom, quantidade de dormitórios vai depender do número de pessoas. Eu esqueci de falar, digamos, evidentemente deveria ter um lavabo ou um banheiro social, éh, perto da sala. E Entre a sala e a biblioteca, qualquer coisa nesse sentido, nós deveríamos ter então um banheiro social.

SPEAKER 0: : Como seria o banheiro?

SPEAKER 1: : Bom, como seria o banheiro? Atualmente não se usa mais a banheira. Usa-se mais usa o chuveiro. Mas é sempre bom manter-se umba, uma banheira porque pode amanhã depois pretender, digamos, tomar um banho mais à vontade. razão qualquer. Depois nós teríamos assim, o armarinho seria colocado na parede com espelho, digamos, na frente. Ele ficaria embutido. Embaixo, na esquerda, eu queria, colocaria uma, uma pia, pequena, pia tipo lavabo, éh, com pedra de mármore. Duas torneiras, água quente e fria. E Também num num num queria aquela com um pedestal que vai até embaixo. Faria aquela, digamos, que, éh, fica mais ou menos na metade, com um armário de fórmica ou de um outro material qualquer, que escondesse o sifão. teríamos o bidê, teríamos a bacia sanitária e o box. Éh, e Esses modernos atualmente, digamos, com estrutura de alumínio e acrílico ou plástico no chão também. Éh, de maneira que se pudesse tomar banho sem sujar de todo o banheiro. O banheiro seria mais ou menos nesse sentido, na... O piso seria... provavelmente essa imitação de granito, éh, um sistema, digamos, que permitisse tornar impermeável para que a água num, digamos num (), principalmente na na parte, digamos, do box, aquele rebaixo que existe digamos, em relação ao piso total do banheiro, éh, para que, digamos, num num num num dê chance a que a água possa minar num outro ambiente que pudesse existir. Na cozinha nós teríamos a a pia, eu faria a pia de aço, e o tampo, continuação as laterais da pia de mármore também torneiras de água quente e fria faria um sistema de gaveteiro, éh, embaixo da pia como já disse, suspenso para que se pudesse, digamos, armazenar, ah, todo aquele material que se usa talheres de uma maneira geral, bom, teria o o armário para colocar pratos para colocar as travessas, éh, pirex () e etc, né? Depois, bom, o o quintal, ele iria fazer também o piso do quintal. Éh, no meio, no no caminho aonde passa o automóvel, no meio () de grama gramado, porque o óleo do automóvel não, não iria sujar digamos de cimento, portanto ficaria mais fácil a limpeza. Deveria ser rústico, de maneira que, éh, nã Ele disse que ninguém escorregasse, mesmo um automóvel, por exemplo, qualquer coisa que fosse necessária. Seria então, desses tipos de ladrilhos que existem, ou o que chamam atualmente aí, o piso, éh, plastificado, quadriflex, qualquer coisa nesse sentido. Bom, teríamos a garagem, a garagem seria de uma construção relativamente simples, seria uma marquise, praticamente, onde o carro ficasse coberto e não exposto, digamos, ao sereno. torneiras no jardim que permitissem então através das mangueiras lavar o carro no jardim nós iríamos procurar colocar algumas luminárias, uns projetores pequenininhos que permitissem, digamos éh, iluminar conjuntos de árvores, um arbusto ou qualquer coisa nesse sentido bom, nós tínhamos falado sobre éh a construção da casa agora estamo vamos tentar falar tecnicamente sobre como se constrói uma casa Feito os alicerces, as fundações para ãh elevar o edifício. Então, o pessoal que vai trabalhar, que são os pedreiros, normalmente éh a construção é contrata-se um engenheiro civil, que é quem faz a planta e vai, digamos éh, fazer contato com o arquiteto, em alguns casos, para, digamos, a estética da casa. Então, este engenheiro civil, ou nós mesmos, podemos então contratar o empreiteiro, que seria o pedreiro-chefe, que entende bem de construções, e que sabe pôr, digamos, na prática aquilo que o engenheiro fez na teoria. Então, este empreiteiro vai contratar os pedreiros e os serventes de pedreiros, e eles é que então irão realmente construir a casa. Bom, o material que eles, de uma maneira usam, é ferro, Eles usam cimento, areia, cal, tijolo. Bom, ah as escavações, nós já vimos isso, seriam feitas com enxadas, pás e ou qualquer éh ferramenta que permitisse, digamos, fazer as perfurações. Existe também, antigamente usavam-se muito, por exemplo, pa para preparar o alicerce, fazer aquele estaqueamento em aquelas estacas de tora. Atualmente se faz-se o buraco no chão, que éh faz-se uma coluna de de ferro e enche, digamos, com concreto. Então já se formou praticamente a, a estaca concretada. Então não precisa bater, fazer barulho, nem incomodar os vizinhos, nem criar o problema de derrubar a casa dos vizinhos com aquelas máquinas que eles tinham antigamente. É mais fácil agora. Em alguns casos eles já trazem a própria estaca con construída com concreto, que é um tipo de poste. Bom, é... Depois o pedreiro vai preparar, digamos, a argamassa. Então ele vai misturar com a enxada, a areia e o, e o cimento e água. certo, Normalmente eles carregam () com aquelas latas de água, depois com aquela pá de pedreiro eles vão então colocando, sentando os azulejos né () Eles usam aquele plumo para ver, digamos, se ah a parede está mesmo o nível, está na posição vertical em relação a ao plano do chão éh, procuram colocar os tijolos de maneira que um fique éh não fique totalmente em cima do outro, dão um espaçamento, então eles vão criando também uma linha, que seria a linha horizontal, aonde o tijolo deve obedecer, caminhando naquele sentido. Bom, de uma maneira geral, isso aí seria o a construção.  éh Conforme o tamanho da casa, se a casa for bastante elevada, Então, eles vão fazer aqueles andaimes nas laterais de madeira para que se possa, então, digamos, ir subindo a casa. Então, se faz dois, três pavimentos, por exemplo, uma casa, então, nós vamos erguer, vamos colocar no chão uns () e vamos éh formar um andaime de madeira, de maneira que o pedreiro trabalhe ali em cima. Isso precisa, principalmente, quando se vai fazer o revestimento externo. Então, seria, digamos, rebocar a parede ele iria utilizar, por exemplo, esse tipo de andaime. E quando éh são edifícios, é interessante, digamos, cobrir totalmente o o edifício com esses andaimes, inclusive com uma fachada de madeira para evitar acidentes.

SPEAKER 0: : Além da casa, qual é o outro tipo de habitação urbana que o senhor poderia falar para nós?

SPEAKER 1: : Bom, existem também (tosse) os apartamentos. Então, nós chegamos no caso dos edifícios, né? Bom, os apartamentos São praticamente, digamos éh, de uma maneira geral, obedecem o a divisão no esquema da casa. Só que são sobrepostos sobre os outros os outros sobre os outros e vamos atingir uma certa altura. Bom, a fundação é a mesma da casa, só que, digamos, mais esmerada. Mas, então éh, nós vamos ter pilastras de concreto éh de tamanho maiores, digamos, para resistir uma peso muito maior. Então tem o problema da questão do dos ventos, que eles falam. É o problema do da sedimentação do terreno, que pode ceder ou não. Então conforme o local, vai-se fazer uma determinada estrutura. E conforme a altura, vai-se fazer o subsolo, onde normalmente são as garagens. Então éh, faça a garagem lá embaixo, dividido para cada automóvel, () Depois passe, digamos, levanta-se ah o esqueleto do prédio, como eles costumam dizer. como depois cada andar vai ser dividido então em um determinado número de apartamentos. Bom

SPEAKER 0: : Você vai de um andar para o outro?

SPEAKER 1: : Para, digamos, atingir a... andares mais altos, por exemplo, a pessoa chega em casa, ela tem duas opções, a escada ou o elevador. Se ela morar num andar mais baixo, Pode ser que  ela vá optar sempre pela escada, porque pelo menos ganha ganha o tempo. Espera do elevador. Se morar num andar alto, tem que esperar. Se faltar água, por exemplo, no prédio, porque aí, no caso, nós temos ah as caixas d'água, que são colocadas no topo do prédio. Então, tem digamos duas caixas nos apartamentos. Uma que é colocada embaixo, e a outra no topo do prédio. E por meio de bomba, se eleva a água até  Eh. Então, pe pela gravidade, essa água vai a todos os apartamentos. Alguns atualmente fazem, inclusive, sistema central, néh aquecimento central. éh Então, a água pode ser aquecida para todos os apartamentos, de uma maneira geral, no caso de hotéis néh, ou então, pode-se fazer um sistema individual, cada apartamento. Então, poderia se utilizar na casa, () o aquecimento central. Pode ser muito caro, certo? Porque custa duzentos cruzeiros por mês de luz. Então, não compensa fazer aquecimento central nem a gás. Alguns usam chuveiro a gás, aliás. Eu, particularmente, não sou muito favorável, porque ele pode explodir. (risos) Eu prefiro chuveiro elétrico, mas pode dar choque, e queimar o fusível. Bom, aliás, falando em fusível éh, existe, digamos, aquela caixa que é a oh a base das instalações elétricas. Então, éh nós temos ali o relógio de luz. O relógio que vai marcar, digamos, o quanto uma casa consumiu quilowatts hora. Então éh, além do relógio, depois tem as ligações vão para aquelas chaves elétricas, onde estão colocados os fusíveis.  Depois acende-se a luz ou apagam através dos inter ã interruptores. A esquadria da dos apartamentos de janelas, por exemplo, atualmente éh eles estão utilizando o sistema mais de correr. éh Anteriormente usavam-se de madeira, então a pessoa abria a janela, éh tinham duas folhas né veneziana, então abria-se, depois tinha aquela veneziana de correr, com os vidros. Atualmente não se usa mais a parte de madeira, só aquela esquadria metálica que seria um vitrô, uma espécie de vitrô corrediço Então a pessoa éh, digamos, atualmente usa esse sistema. E uma persiana, que pode ser de plástico, de madeira, ou mesmo de alumínio, então ela é de enrolar, e tendo, digamos, normalmente fica em cima da janela, a a caixa onde fica o maquinismo que vai, digamos, éh, enrolar a persiana, que é comandado por um cadarço ou por uma fita de um material que parece pano, uma lona qualquer, que faz correr, certo? As portas também, antigamente usava-se a porta de madeira maciça, hoje eles fazem as portas de aglomerado, uma madeira mais, uma madeira, vamos dizer, não natural, mas tratada, éh, ela é folheada e depois então é é preparada a madeira. A fechadura, por exemplo, éh, antigamente usava-se um sistema comprido, eu num sei como especificar atualmente é palha redonda ou quadrada, quer dizer, mas algo mais fácil para o manuseio, de maneira que a mão pega mais fácil. As chaves anteriormente eram aquelas de de portão, que se usa ainda atualmente. () Dentro de casa é o seguintes tipo de fechadura. Atualmente é a tipo Yale. Éh Bom, o chão usou-se durante muito tempo soalho. ou assoalho, não sei bem como é que se pronuncia, mas acho que é assoalho. Isso durante muito tempo Atualmente faço de tacos. Ãhn E alguns costumam, então, passar (), como você. () acarpetar. A í vai questão de gosto. Eu acho que o carpete é bonito, mas quando a gente coloca um cascolac de um jeito que ele fique o em cima do taco, de maneira que ele não fique na própria cor da madeira, com um tapete por cima, é possível de ver um lugar, um ambiente Bem bonito () Porque a madeira é bonita e ela deve ser vista.

SPEAKER 2: : Bom.

SPEAKER 0: : E habitação ãh rural, você poderia falar de algumas... Que tipo de habitação rural você poderia nos nos... () Bom, habitação rural... Normalmente são casas mais simples

SPEAKER 1: : Elas são construídas... Tem o mesmo princípio, só que, digamos, não se faz aquelas perfurações () com uma vareta no chão. Agora, se já é lá embaixo o tijolo (), já se começa a levantar as paredes. E assim, digamos, o rural, o que eu quero dizer, digamos, próximo às cidades. Agora, existem, digamos éh (), certas casinhas aí que são construídas, digamos, numa zona bem mais afastada, digamos,  Onde não tem água encanada, por exemplo. não tem esgoto. E E os fogões são de lenha. São uma espécie de um forno, onde se coloca madeira a lenha por baixo. Em cima tem uma grelha, onde se vai, digamos, colocar as panelas. E é só é enfim, cozinhar, não é? () Inclusive, eu tive vontade de ir num dia numa casa Banheiro. Na verdade uma privadinha colocada fora. E até foi uma briga danada lá aquele dia com as moças, né? Éh Tipo tipo de habitação assim, plural, pode ser mesma casa que se usa, digamos, dentro da zona urbana, ou uma casa, então, digamos, uma ()

SPEAKER 0: : Como se chama uma casa para passar o fim de semana?

SPEAKER 1: : Bom, uma casa para passar o fim de semana, normalmente se define como casa, não existe assim, digamos, eu não não teria um nome especial que eu pudesse dar, digamos, a uma casa que eu tivesse para passar. O que existe, que é muito comum, digamos, é quando se fala em apartamento. Então, eu tenho um apartamento em Santos, eu tenho um apartamento em Guarujá, eu tenho um apartamento em tal lugar. Agora, quando a pessoa tem uma casa, normalmente o que ele deixa de ser casa, ele passa a se chamar sítio. Quer dizer, eu tenho um sítio. É uma casa com jardim, mas o indivíduo chama sítio. Quer dizer, a ideia, digamos, no litoral é o apartamento e a ideia 

SPEAKER 0: : () Sítio. E como é que seria a construção desse sítio?

SPEAKER 1: : aí no caso ele ia fazer um uma casa bem simples, né? Apenas, digamos, um (), de cinco quartos, uma sala bem grande, cozinha, e ban e banheiro. Daí já não não ia fazer um tanto requinte. Uma varanda na frente, Armar uma rede e ficar lá descansando. O que eu iria fazer? Relativamente alto. Alto em relação ao nível do solo? Se eu pudesse fazer ventilação. Dependendo do local e da temperatura. Daria para fazer o porão? ### um porão por baixo? Daria certo. Então daria ventilação. A construção da casa? Seria diferente daqueles em tese que nós já falamos. Só que seria bem mais simples. Poderia dentro desse sítio, por exemplo, colocar alguma coisa que pudesse dar distração. Flores, verduras de uma maneira geral, plantar tomates, outras coisas. Aí já ()... não sei porque não conheço nem os nomes da Dos legumes e das verduras.

SPEAKER 0: : Bom... E a mobília

SPEAKER 1: : bom seria o que sobraria (risos), geralmente é o que sobra da casa da gente néh, então a gente troca a mobília de casa e transfere aquilo para lá. Então seria uma coisa bem... ou moderno ou rústico, dependendo, digamos, daquilo que se () no momento Mas se a pessoa fosse realmente fazer, ia ser, talvez, o que se chama destino colonial, que éh ah seria então, digamos, quando a gente compra um sítio, pensa em termos, digamos, do do campo. Para se viver, realmente, o campo, precisa se voltar alguns anos atrás. Porque o campo hoje é difícil de a gente conceber. Então vai-se fazer, por exemplo, cadeiras de vime, ou então, éh como é que se poderia dizer, não vai-se usar tanta, digamos, trabalho na madeira. A madeira seria bem simples, madeira grossa, ou, se fosse possível, usar a madeira, digamos, éh sem ser, digamos, laminada, mas seria maciça. Então se faria, digamos, móveis da natureza. Os as camas seriam, digamos, beliches, para você poder acomodar bastante pessoas. Então, você entende que as pessoas, de uma maneira geral, levam bastante gente para não ficarem isoladas. Então, seriam beliches, né? E... mesa seria simples, bastante cadeiras colocadas do lado, poltrona, né? Mas poltrona é coisa sem ser, digamos, sofá. Sem ser sofá. Se tivesse sofá, teria que ser sofá cama, que aí já daria mais... mais lugares aí. () de uma maneira geral ()

SPEAKER 0: : () me inclino para a área da cidade, qual () os utensílios domésticos para conforto dentro de casa?

SPEAKER 1: : Bom, a geladeira, o liquidificador, teremos o fogão elétrico ou a gás, Teríamos aspirador de pó, máquina de lavar roupa. Tem atualmente máquina de lavar pratos, máquina de secar roupa. Teríamos também ah um exaustor. Temos o... condicionador de ar. Teríamos um ventilador, no caso. () Se tivesse o condicionador de ar. éh Televisão. aparelho digamos um cla rofone. Normalmente estéreo, né? () digamos de () melhora ainda da música, o gravador. ()

SPEAKER 0: : ### ### ### ### Que eu faria para cuidar dos que que, e que instrumentos ou ferramentas voce utilizaria

SPEAKER 1: : Então se eu tivesse que cuidar de um jardim, eu iria usar aquelas tesouras jardineiras, são as tesouras grandes, né? Seria para aparar a grama. E usaria um um enxadão para fazer buracos, para plantar alguma coisa. Teria então aquela mangueira para regar as plantas, né? () lá para cuidar do jardim, nunca ()

SPEAKER 0: : Nós queríamos agora que o senhor nos falasse alguma coisa sobre o (), os diversos níveis de (). O senhor se lembra da sua vida escolar? Como é que ela se dividiu através das etapas até chegar ao que o senhor, chegou no fim da sua vida escolar?

SPEAKER 1: : Certo, eu fiz o primário, comecei o primário aqui no bairro da Vila Mariana. Nós morávamos aqui. Eu fiz então até agosto, se não me falha a memória, primeiro ano. Depois voltei para Santana, voltei para Santana. Então, daí eu terminei o primário e comecei, terminei lá o primário. Bom, eu sofri uma mudança brusca que éh tirou a minha motivação pela escola. Estava acostumado aqui na Vila Mariana com uma professora que era muito boazinha e e eh não puxava, digamos, pela matéria. E quando eu fui para Santana, já se fazia divisão por dois e três algarismos, enquanto aqui na Vila Mariana eu fazia apenas por um. Então eu senti uma certa dificuldade.  E a professora aqui, que era uma senhora de idade muito boa, lá em Santana era uma senhora também de idade, mas com menos idade, portanto mais energia, e puxava a orelha da gente. Então, eu cheguei lá e foi um um sacrifício para mim voltar. Primeiro dia de aula, vi a professora batendo num aluno, então já fiquei dois dias sem ir à escola chorando porque não queria ir. Depois fui indo e consegui me adaptar digamos ao sistema e inclusive passei com boas notas. Apesar que no primário todos as professoras são boazinhas, a gente nunca tira nota baixa né. É só concordar (). O que me gravou mais, digamos, no primário, foi ãh uma professora que eu tive, chamava chama-se Maria Eudila Nunes. Eu não não esqueço o nome dela porque, passados muitos anos, ela foi professora substituta durante alguns meses, no segundo ano do grupo escolar, e muitos anos depois eu terminei o primário, éh o segundo ano, foi centos e sessenta, ou seja, onze anos depois, eu estava passando frente a casa dela, ela me chamou pelo nome. E pediu se eu podia levar a filha dela, que era uma criança, até o grupo que eu tinha estudado. Então realmente foi uma passagem que eu me gravou e eu () nunca mais esqueci o nome dela. Tive também uma professora de cor, no quarto ano. Foi excelente, foi uma das melhores professoras que tive, no que se no tange a questão de ensino. E eu não pude ter festa de formatura, porque o grupo entrou em reforma. E então nós recebemos o diploma entregue pela própria professora, com diretor na classe, sem festa nenhuma. Bom, primeiro ano, o primário, de uma maneira geral, não não via, assim, problemas, nem aspectos que pudesse chamar a atenção. Mas aquela correria, digamos, que existe no momento, aquelas brigas que eles fariam, eles esperam na saída, eles esperavam na saída, ou batiam ou apanhavam. Então, fazia assim, nós tínhamos a nossa turminha, quando alguém precisasse de ajuda, nós íamos lá no grupo, ou eles vinham lá no grupo, se fosse o meu caso. Sabe aquela brincadeira de moleque.

SPEAKER 0: : Se lembra da classe, como era a classe no primário e o material escolar que o senhor usava?

SPEAKER 1: : Bom, as classes eram grandes e as as carteiras escolares eram duplas. O assento podia ser... Quando nós entrávamos, entrávamos em fila de dois, tinha o sino, né? Batia o sino, nós fazíamos fila de dois, cada um tinha a sua posição na fila já pré-determinada, entrávamos e íamos para a classe. E cada um sentava, tinha um companheiro. Então tinha as filas a e Be, né? E tinha a sessão a, sessão Be e sessão Ce. Sessã. Então, normalmente, quase todas as ahs classes tinham quatro, o grupo era grande, tinham quatro filas de carteira. Então ãh, normalmente a sessão A era a primeira da direita. E assim depois vinha os da sessão Be. Então, a sessão A ocupava normalmente uma fila. A sessão Be ocupava as duas e a última era a sessão Ce. E quanto mais atrás da sessão Ce, mais atrasado era o aluno. Então, tinha um moleque que estava há seis anos sentado naquela última carteira. Ele se formou aluno no primeiro ano do grupo escolar. Bom éh, eu lembro muito, eu eu gosto de lembrar muito do primário porque eu tinha um copinho de plástico, que é... Era uns escamoteável, a gente puxava, ele abria e virava a copo Bebia água e a gente fechava o copinho. Tinha hora do lanche, então a professora dizia que era hora do lanche, nós parávamos lá de estudar e ficávamos comendo o sanduíche que normalmente levávamos lá para o para o grupo escolar. Bom, terminado o grupo escolar, eu fiz a admissão junto com o quarto ano. Então, fui aprovado e imediatamente ingressei no colégio que tinha lá em Santana, no Colégio Salete, e fiz o ginásio e científico nesse colégio. Bom, o primeiro ano do ginásio eu fui um bom aluno, mas aí eu já estava atingindo uma certa idade, eu gostava de jogar muito futebol, então eu passei, se eu não me engano, com oito e meio, nove, para o segundo ano. Agora, para passar do segundo para o terceiro foi um bocado difícil, porque e jogava futebol todo dia, sábado e domingo, então eu não estudava. Então o meu horário de estudo era normalmente das sete da noite até meia-noite, uma hora. Depois levantava duas, três horas depois, quatro horas, três horas da manhã e estudava, então até a hora do exame. O exame eles faziam, começava nove horas, nunca começava às oito. Em uma turma () das nove às dez, outra das dez e meia, às onze e meia, ou da das onze ao meio-dia. Então eu tinha mais tempo para estudar. Então, eh, nesse ano eu passei com seis e alguns quebrados. Muito bom. terceiro ano já melhorei um pouquinh e na quarta série do ginásio também foi um foi um pouco difícil, porque é o ano de formatura, não quer nada com nada, e eu fui participar da fanfarra (pigarreando) da da escola. Então, era um negócio da tarde toda, ir lá treinar para a fanfarra. Como não tinha fanfarra, a gente ia fazer a farra (riso), né? Bom, não não tenho assim uma lembrança muito grande, digamos, do do ginásio, a não ser um ou outro colega que se destacou. Por exemplo, no ginásio eu tive um colega que era, digamos, considerado gênio. Tinha uma facilidade de assimilar as coisas, talvez uma memória tão formidável, que eh sem fazer cursos nenhum, o professor de Geografia, falava em português, ditava, que o professor de Geografia ele tinha o hábito de ditar os pontos. Ele ditava aquilo que estava escrito no livro. Naquela época nós não entendíamos bem disso aí, então a gente copiava o (riso) que () ditava. Passava uma aula inteira ditando, depois era decorar para prestar exam ele, digamos, já na quarta série, escrevia em inglês o que o professor ditava em português, sem ter feito curso de inglês. E tínhamos também um outro. Não vou de te dar o nome dele, porque pode ser que amanhã ou depois ele (riso) ()... Bom, eh, o outro, eh, já não era tão, eh, digamos, não tinha uma memória tão forte como este primeiro, mas era também um cara inteligente. O pai dele era oficial da Força Pública e ele era Um cara esforçado. Então, nas, numa prova de ciências, o professor resolveu fazer uma competição entre os alunos e chamaram os dois. N Não era bem ciências, era química, no caso, né? Então, eh, os dois começaram a fazer perguntas lá na frente. () Depois de alguns anos refletindo, eu achei que foi uma humilhação para a classe. Os dois se consideravam tão gênios que, ao invés de perguntar coisas de química, um perguntou para o outro, eu lembro, quantas patas tem um elefante? (Riso) E o outro respondeu, dua Virou brincadeira, o professor teve que pôr, não podia pôr para fora porque eram os dois melhores aluno Inclusive um deles estudava com bolsa de estudo do próprio colégio. A A mãe dele não tinha, ele era, ele não tinha pai, e a mãe costurava para que o filho pudesse estudar. E o diretor do colégio, eh, franqueou, digamos, o estudos dele. Terminado o ginásio, ele prestou exame na na es escola do e do exército. e entrou em primeiro lugar, e o outro entrou em terceiro. E Eram realmente dois bons alunos. Tínhamos também um... Bom, sempre tem uns uns brincalhões. E Eu, normalmente, fazia parte dos brincalhõe Então, () meia dúzia, que ficávamos ali no nosso cantinho, fazendo as (). Eh Tinha um que, normalmente, ele ia com camisa de gola olímpica e de gravata. E E ninguém podia falar nada, e os professores achavam () Tinha o um outro, que nós chamávamos de Pinocchio, porque ele tinha um nariz característico, e ele era também daqueles que não era difícil uma semana, para não dizer o dia, que ele não fosse colocado para fora da classe (pigarreando) Bom, o ginásio foi feito, terminei o ginásio, passei, não sabia, não não tinha assim uma definição, naquela ocasião não se tinha, não tínhamos tantos cursos técnicos, nem a orientação que existe hoje para encaminhar, digamos, estudante. Então, eu tinha duas opções, clássico ou científico. () fazer, não Eu desconhecia naquela ocasião que eu poderia ter feito curso normal, por exemplo, e concorrer, digamos, à uma universidade com a mesma com a mesma condição. Então, para os alunos, de uma maneira geral, existiam dois cursos. poderia ser fazer o clássico para fazer direito, ou então fazer o científico para medicina ou engenharia. Então, existiam três profissões básicas. advogado, engenheiro e médico. (pigarro) Bom, minha família sempre achou que eu devia ser advogado. Eu disse que eu falo muito. e Mas eu sempre achei que se eu fosse ser advogado eu iria morrer de fome. E como eu não tenho tradição na ciência, eu teria, digamos, dificuldade em em me estabelecer, ser profissional liberal. Então, eu gostava muito de engenharia. Então eu resolvi fazer o científico. Fiz o primeiro ano e o segundo ano na parte da manhã. regular, deu para passar. Quando foi em mil novecentos e cinquenta e oito, calor do cigarro, tive uma discussãozinha com meu pai. O pai disse que não ia me dar mais dinheiro porque não ia sustentar meu vício e que não queria que eu fumasse. Então fui trabalhar e passei a estudar à noite. Bom, daqui do dos colegas do científico, eu de vez em quando encontro um ou outro por aí, éh acidentalmente, e tem uma certa atividade. Daqui dos colegas do científico, eu de vez em quando encontro um ou outro por aí, acidentalmente e tenho uma certa dificuldade em reconhecer. ### Eu o conheci por causa do bigode. Ele já naquela época, isso por volta de cinquenta e oito, cinquenta e seis, ele já tinha um bigode que deixa muito que muitos jovens de hoje com inveja. Então quando eu vi o bigode eu lembrei dele. Eu fui lá e falei, nós estudamos no colégio, Ele me garante que não tinha bigode. Se eu conheci por causa do bigode, ele devia ter bigode naquela época. Bom, aí eu fui estudar à noite e comecei a trabalhar de dia. E me formei no científico. Bom, uma vez formado, então, fui fazer exame. Prestei o meu primeiro exame na poli. E, como não podia deixar de ser, fui reprovado, porque não não tinha estudado. Então, resolvi fazer um cursinho. mas eles fazem o cursinho e até hoje eles colocam sábado e domingo digamos de aula e eu nunca fui a aula sábado e domingo então não tinha mesmo condição de estudar e para meu azar a aula de matemática era feita no domingo à tarde então quando terminou um ano de cursinho eu não tinha feito uma aula de matemática. éh, Quando chegava a sexta-feira normalmente Encerrava as minhas atividades, tinha o sábado e o domingo, então para passear eu não queria saber de mais nada era Acabou a semana, eu tinha duas me diziam que eu tinha duas personalidades, uma do trabalhador de segunda a sexta e uma do boêmio de sábado e domingo. Aliás, até hoje, quando chega no sábado e domingo, até hoje eu não tenho vontade de fazer nada. Às vezes eu levo um serviço para casa, mas eu gosto de ligar um rádio, ficar sentado sem fazer nada. Bom, então é... eu fiz o comecei a fazer o cursinho e não deu. Bom, estava difícil, poucas escolas, um número muito grande aluno, então eu fui resolvi fazer o cursinho da geologia, uma matéria que estava aparecendo. Mas também ali tive os mesmos problemas, porque tinha que ir a semana inteira, e eu acabei não fazendo.  Resolvi fazer um curso técnico, aí chegou ao meu conhecimento, então eu podia fazer química industrial, eletrônica, ou outro curso qualquer. Então eu achei que estava muito inflacionado o mercado de trabalho de químicos industriais. E estava sendo então inaugurado o curso de eletrônica no Liceu Eduardo Prato. Então eu peguei e fui fazer o curso de eletrônica. Matriculei e fui para lá. Tive a primeira aula e tal. Gostei. O pessoal falou. Começou a relembrar aquilo que tinha aprendido, digamos, no científico, principalmente na parte de física. Então a eletricidade ou eletrônica, digamos, começou. Todos aqueles princípios do científico estavam sendo dados naquela ocasião. Mas, lá num determinado dia, eu fui convidado para ir ao laboratório da da escola. Então, o professor, antes de nós irmos ao laboratório, começou a dizer... quem era canhoto, pôr a mão esquerda no bolso, quem era direito, pôr a mão direita no bolso, para não tocar nos fios. Porque tinha tantos mil volts ali, tantos mil volts aqui. E eu comecei a achar que não era a minha profissão, porque não... não não ia gostar. Eu tenho muito medo de... Qualquer fio que eu vou mexer, eu desligo toda a chave geral, testo, ãh depois que eu vou Comprei até uma chavinha para ver se não tem mesmo corrente elétrica eu vou mexer. Apesar que hoje eu trabalho com isso né, mas não mexo Bom, aí eu peguei e desisti. Fiz o primeiro semestre e não voltei para o segundo semestre. Então, eu fiquei um ano fazendo cursinho, esse ano fiz a metade eletrônica, e fiquei um ano sem estudar (pigarro), sem saber o que fazer. Um dia, conversando com um amigo meu, ele me disse de fazer, então, curso de economia. Vamos fazer economia? ué, Vamos fazer economia? Eram dez horas da noite, então entramos na casa dele e começamos a estudar.  Fizemos três meses de estudos, digamos éh todas as noites, das sete até a meia-noite, todos os dias, e sábados e domingos estudando mesmo firme  Então eu fiz vestibular, fiz na católica, ingressei na faculdade. Então fui fazer o curso superior. Primeiro ano, aquele entusiasmo, tudo mais, tirava boas notas, interessado. Agora, é como eu falo, faltou orientação enquanto eu estava éh estudando, porque eu vim ver que realmente existiam muitos outros campos de estudo, e que eram tão bonitos, talvez, ou mais bonitos, do que aqueles que eu conhecia só. Porque eu fiquei realmente apaixonado pela matéria. Por ver coisas, que digamos, que s, com as quais nós mexemos diariamente e não sabemos por que aquilo está acontecendo. Tudo tem uma razão. Então, eu realmente gostei. Fiz o primeiro ano muito bem, fiz o segundo ano muito bem. éh Cheguei a fazer parte lá do conselho, da do diretório acadêmico, mas... Eu gostava mais de jogar pingue-pongue, então demorava para participar da reunião. Quando a reunião demorava para acabar, eu queria jogar o pingue-pongue. E ficou aquele negócio e resolveram mexer com política dentro da escola. Ocupava muito tempo da gente e eu não tinha esse tempo disponível. Então são mesmo aqueles abenegados ou então os políticos ou quem quer fazer conseguir influenciar alguma coisa que vai participar desses cargos.  O indivíduo normal, aquele que trabalha normalmente, vive sua vida normalmente, Não vai muito para isso, porque no caso meu, que estudava à noite, porque ou perde-se muitas aulas para poder participar dessas atividades, ou então tem que se ficar além, digamos, do horário. Então, quando eu fiz parte do conselho, havia momentos que nós começávamos uma reunião às onze horas e íamos terminar uma ou duas horas da manhã. Dia seguinte, para ir trabalhar não era brincadeira. Então eu não quis mais participar de chapa nenhuma, (pigarro) porque eles queriam que eu me candidatasse também. Aliás, tem um amigo meu, que nos formamos juntos e somos amigos até hoje, que foi presidente do Diretório Acadêmico. E, inclusive, ele ganhou uma viagem pela Aliança para o Progresso, para conhecer os Estados Unidos, éh devido, digamos, à participação dele num congresso de estudantes que houve. Então, ele se sobressaiu. Eram dois, no caso. E os dois foram para lá. Porque nós entramos em quatro na faculdade, quando resolvemos entrar. Nós éramos quatro amigos de sábado e domingo. Então, no sábado de manhã, nós já estávamos na casa do outro procurando alguma coisa para fazer e passávamos o sábado e domingo ju Entramos na faculdade juntos e nos formamos juntos.  E a esses quatro foram somados mais o ito. Então, somos atualmente em doze amigos. Pelo menos uma vez por mês nos reunimos para tomar um aperitivo juntos para não acabar a amizade. Somos todos casados.  Então... uma vez por mês vão saindo. Então da da da escola e ficou, digamos, essa amizade. é aqueles, fora aqueles três, eu hoje tenho mais nove, aliás mais não oito, né? fariam doze Mais oito amigos. E, como eu estava falando... Bom, vamos continuar. 

SPEAKER 0: : Como é que o aluno avalia o professor?

SPEAKER 1: : Bom, o a o aluno, como é que avalia o professor? Aí é uma questão muito subjetiva. Eu a tenho uma t uma ideia hoje. Eu acho que um aluno, ele pode dizer se um professor é bom ou mau, se ele entender tanto quanto ou melhor que o professor. E isso digamos dentro do razoável, dentro de certos parâmetros, vamos dizer assim. Porque se eu fui a uma escola, eu devo entender, devo compreender que eu não sei nada e portanto aquele professor sabe mais. Ele poderá ser mau professor se ele não sabe ensinar.

SPEAKER 0: : Então nós... Como é que o aluno chama o mau professor?

SPEAKER 1: : bom é professor fajuto, né? Quando eu estava estudando lá, nós normalmente chamávamos, no nosso caso, nós chamávamos de corintiano.  Professor corintiano. Isso porque uma vez nós fizemos um uma luta para colocar fora um professor que costumava sentar-se em cima da da mesa e batia com as pernas e falava, bom, eu fui ver o jogo do Corinthians lá e ficou nisso aí seis meses. Então nós brigamos com ele.  Então dali para frente ficou o professor corintiano. Tudo corintiano era aquele que não não tinha vontade de dar aula. Então tem o professor que não sabe dar aula e aquele que não quer dar aula. Quem não sabe dar aula, normalmente ele tem dificuldade de transmitir alguma coisa. Então a gente sabe, en entende? Sabe que ele sabe, mas não consegue transmitir. Então a gente colabora com ele. E tem aquele que não tem vontade, vai lá só para ganhar o seu dinheiro.

SPEAKER 0: : Mas tem nomes? O aluno tem um nome especial para esses dois tipos? não

SPEAKER 1: : Não porque no caso, eh esse é uma éh eu acho que é mais ou menos particular. Porque provavelmente outra pessoa terá uma ideia completamente diferente da minha. quer dizer ele tem que atribuir ah a uma determinada pessoa.   Se ela ocupa a função de professor, nós devemos entender que sabe mais do que nós. Portanto, éh ou ele terá vontade de s de dar aula ou não. Se ele tem dificuldade em transmitir, Ele vai procurar colaborar, vai perceber, mas então nós normalmente elogiamos. Ele não é um bom professor, mas ele sabe bem a matéria. Então, não é um bom professor no sentido de que tem dificuldade de explicar, mas nós gostamos de assistir a aula dele. Porque ele qualquer pergunta que se faça, ele responde. Então, normalmente os próprios alunos acabam transformando a maneira de dar aula. Quando o professor tem dificuldade em se expressar, o aluno faz perguntas. Porque não entendendo direitinho o que está sendo, digamos, explicado, ele se vê obrigado a perguntar. E como o professor sabe bastante o aluno, () então coopera e aceita. Agora, a briga do aluno, pelo menos era assim na minha época, era com aqueles professores que não tinham vontade de dar aula. Então éh, ficavam matando a aula, como se costumava dizer não é. Então matavam a aula inteirinha. Então com esses, sim, ah há uma certa indisposição do aluno.  Apesar de que, na realidade, o aluno até gosta quando o professor não dá aula. Ele mete o pau, mas éh fica mais ou menos satisfeito. Eu lembro que quando um professor faltava por uma razão qualquer, ninguém brigava ou fez, digamos, mandou nada para a diretoria, porque o professor faltou. No final do ano, éh quando estava precisando de nota, então vinha aquela briga. é É, mas o professor não ensinou, não veio e tal. Mas aí são as são as consequências. Até um dia eu estava na faculdade, depois de formado, eu fui lá buscar o quê, e eu vi um rapaz lá procurando saber a nota da prova. Então o camarada chegou, quanto eu tirei? Quanto eu tirei? Era prova de estatística. Então, o servente lá da secretaria, né? Ele tal, tirou dois, dois! Saiu gritando, tirei dois! Na minha época () fariam assim. Hoje eu me envergonharia de dizer, tirei dois. Está certo que deu para eu passar, mas o homem saiu gritando, dando pulos desse tamanho porque tinha tirado dois. Quer dizer, então ele naquele momento ele ficou satisfeito com tudo. Quando ele chegar na minha condição de hoje, ele vai verificar, por exemplo, que ele deixou muito a desejar na escola. Então vai começar a pensar numa possibilidade qualquer de vir a estudar novamente. Porque aquele dois que eu tirei naquela época, hoje... me prejudica, já tenho certa dificuldade, por exemplo, no exercício de uma certa atividade. Então éh, seria o caso de hoje dizer que os meus professores não eram bons. Não, eles eram bons, eu era que não era talvez tão bom aluno, não tinha tanto interesse. Porque eu tenho o exemplo de colegas, por exemplo, que fizeram o mesmo curso que eu, os mesmos professores, e no entanto, digamos, por terem se interessado mais pela matéria, hoje sabem mais do que eu, talvez. É o caso daqueles que eu falei, que entraram, digamos, em primeiro e terceiro lugar naquela escola. Tive também no no científico, uma era uma moça, éh muito inteligente, que inclusive discutia com os professores. Ela sempre tirava de ez E uma vez um professor, que era um tenente-coronel da aeronáutica, deu nove para ela. E ela não concordou e perdemos uma aula, onde ela foi provar para o professor que ela também estava certa. E o professor deu dez para ela. Essa moça, eu não sei onde é que foi parar.

SPEAKER 0: : Qual é o expediente de que lança a mão o aluno quando ele não sabe a matéria e ele precisa, vamos dizer, ser examinado sobre ela? Como é que se chama esse expediente? Como é que ele se processa? O que é que o aluno faz?

SPEAKER 1: : Bom, vulgarmente, no caso, ele procura (), né? É o que se costuma dizer. Ou então ele vai procurar, digamos, Ser meio político vai tentar contornar, rodear o assunto sem falar nada. De maneira que possa, digamos éh, dar ideia ao professor de que ele pelo menos sabe alguma coisa. Mas quando ele não sabe mesmo a matéria, ele vai tentar... Encher um saco de vento, vamos dizer assim.

SPEAKER 0: : E quando ele utiliza material oh caderno e isso não pode ser usado, como é que se chama esse processo?

SPEAKER 1: : Normalmente eu... Bom, éh era assim, ela me fez lembrar aí uma época. Isso foi no segundo ano de ginasial. Em que eu estudei, eram vinte dissertações que a professora havia dado. Eu estudei dezenove. Mas temeroso que pudesse cair aquela vigésima, eu já levei marcado no livro, né? Quando caiu aquela vigésima, eu não tive dúvida. Levantei a folha do livro. Foi a minha melhor nota em história. Eu não entendo isso também. eu Os professores daquela época, eles não procuravam, digamos, analisar o espírito do aluno. Quer dizer, eu transcrevi o texto completo da folha para da da folha do livro para a folha da prova. Tirei dez. Quer dizer Eu a eu acho que talvez hoje, se eu visse, se eu tivesse lido um livro, esse é um aluno, uma pessoa qualquer. uma dissertação para fazer, digamos, se ela me transcrevesse o livro daria zero. Talvez ela tivesse feito aquilo de de memória, mas é o tal caso. A memória talvez possa, é digamos, ajudar a inteligência, mas não torna não quer dizer que a pessoa seja inteligente. Tive um um professor que di dizia que existia uma diferença entre o inteligente e o... como é que é? Eu não lembro o termo, mas uma pessoa que sabe raciocinar é uma pessoa que sabe tudo.  Então são dois termos. Nós estivemos na televisão alguns anos atrás, naquele programa do céu é o limite, e o () respondia sobre medicina. Ele sabia tudo o que tinha no livro. Qualquer pergunta, lia o livro, ele sabia a resposta. Mas eu tenho certeza absoluta, se ele tivesse que dizer sem à professora ele, não saberia nada, né? Quer dizer, então, a pessoa tem algumas pessoas que têm facilidade de memória. E nós deveríamos que o procurar que o aluno raciocinasse. Eu sou meio contra essa questão de teste, Eu tive a oportunidade de fazer alguns aí, ver alguns inclusive, em que éh eu fui fazer um, em que o na Fundação Getúlio Vargas, em que me foi perguntado quem inventou a estreptomicina. Quem inventou a estreptomicina? Ah, sei eu, quem inventou. Talvez não foi feito propaganda, ninguém divulgou, quer dizer, um assunto que, se eu conhecesse, seria por acaso, como quem escreveu um determinado livro. Só se eu tivesse lido esse livro, Então, eu acho que essas perguntas dessa natureza, por exemplo éh, quem foi... Bom, dando nome a certas coisas por exemplo, saber o nome disso daquilo Então, eu acho que nós deveríamos fazer, que os professores deveriam, de uma maneira geral, procurar pelo raciocínio. Eu sempre gostei de matemática e nunca fui um bom aluno, porque matemática é assim. Ou a gente tenta a possibilidade de raciocinar em termos de problema e solucionar, ou então não sabe. Outra matéria qualquer que exija, por exemplo, que se vá gravar determinada data, éh para mim eu já acho assim, digamos, meio difícil. Deveria-se procurar uma fórmula pela qual, digamos, o o aluno pudesse éh aprender raciocinando. Quer dizer Talvez por isso que eu tenha vindo a gostar, digamos, de economia, onde a pessoa tem que raciocinar. E não existe, digamos, exemplos anteriores. Os exemplos anteriores servem como ideia e nunca como como base para aplicação. O estudo, de uma maneira geral, com relação ao aluno-professor, eu acho que existe esse problema. Atualmente, tem muitas faculdades por aí. Então, é faculdade de fim de semana. E a ordem dos advogados, que é no caso, os advogados são os mais prejudicados, colocou um exame para fa Eu acho um absurdo, por exemplo, que um aluno se diplome em uma faculdade, famoso, bacharel em ciências, sociais, jurídicas, jurídicas e sociais, tem que fazer um teste para saber se se foi um bom aluno ou não foi um bom aluno. Então, quer dizer, estão passando o atestado de burrice para aquelas faculdades que existem, né? Estão menosprezando, digamos, uma carreira. Isso aí talvez seja questão de orientação. Formação de técnicos é mais difícil do que a formação de teóricos. O teórico pega um livro, O técnico é necessário, por exemplo, éh que ele tenha uma parte prática. Então é mais fácil encontrar os professores teóricos que os professores práticos. No caso, por exemplo, vamos dizer direito, é uma ciência totalmente teórica. Filosofia, por exemplo, é outra ciência mais ou menos teórica. Não existe, digamos assim, éh essência. A pessoa estuda uma série de coisas, tudo em teoria. Então é fácil formar professores desse  desse esse tipo de escola, do que de formar um médico ou engenheiro, quer dizer, um médico que possa ser professor de medicina é mais difícil do que um advogado que possa ser professor de direito, ou do que um professor de línguas que possa ser professor de filosofia. Então éh, não não tem esse dado incentivo necessário para que os técnicos venham a ser professores.