Inquérito SP_D2_391

SPEAKER 3: : ( ) eu quero que você conte para gente o que você andou fazendo, os lugares que você conheceu

SPEAKER 0: : Está legal. Bom, acho que viagem é uma coisa que depende muito da... ### ### ### ###

SPEAKER 1: : ### ###

SPEAKER 0: : ### ### Eu acho que pode haver um meio termo de a gente ir para lá e comprar o que é de mais preciso para em termos de lembrança, em termos de utilidade, mas também eu condeno aqueles que vão para Paris, por exemplo, só que vão conhecendo as lojas e não passam por um museu, não passam

SPEAKER 1: : apreciar um um monumento ou uma avenida diferente, então eles passam por Pari ### ### ### ###

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 3: : ###

SPEAKER 1: : ### ### ### ### ( ) por exemplo A não ser para uma pessoa muito rica, isso de de pegar e levar os filhos de três ou quarto anos de idade numa viagem para a Europa. ( ) Eu considero um desperdício, não sendo um milionário, né? Porque afinal de contas, uma criança de três ou quatros anos não está raciocinando direito, não está assimilando direito as coisas e Então não aproveita realmente a a viagem. Então, para para essa criança, tanto faz. ir à praia de Santos, quanto à praia de de ( ), de ( ), qualquer coisa assim. Então, eu defendo a ideia de que só mesmo ãh depois dos dez anos de idade, é que a pessoa começa mesmo a aproveitar isso e e certas coisas marcam para o resto da vida. Eu, por exemplo, me me lembro como se fosse ontem, a minha primeira viagem internacional, a primeira vez que eu cruzei uma fronteira, e que foi uma coisa que emocionou. Éh Na verdade, depois que a que a gente cruza fronteira tantas vezes, acaba virando uma rotina. Mas, apesar disso, eu me lembro da da emoção que eu senti de de cruzar a fronteira de ônibus, indo do Brasil para o Uruguai, e aí eu parei em Chuí, isso era em sessenta e oi Eu parei em Chuí para tomar um café e já... Comecei a ouvir um pouco de castelhano e e de usar o dinheiro uruguaio, essas coisas todas. Eu acho que tudo isso acaba acaba provocando na gente uma emoção, coisa que a gente vai guardando para o resto da vida. A Assim como uma coisa muito importante é você ter contato com aquilo que antes você só via no cinema ou só lia em livros, né? Ah a Aquela cultura europeia, aquela

SPEAKER 0: : Aquelas coisas que existem na Grécia, por exemplo, que existem na em Roma, aquelas marcas da da an tiguidade. ### ### ###

SPEAKER 3: : ###

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : ### ###

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 0: : Vacina.

SPEAKER 1: : Coisa que não chegava há duas ou três semanas.

SPEAKER 0: : Agora você precisa de tudo isso e mais um depósito de doze mil cruzeiros. Quer dizer, então, fica um pouco mais complicado. ### Eu acho complicada, né? Eu considero isso uma restrição a às liberdades.

SPEAKER 1: : Eu acho que a Rússia também está de acordo, né?

SPEAKER 0: : A gente condena tanto os países socialistas, que impedem, por exemplo, os soviéticos de saírem do seu país, impedem os poloneses de saírem do seu país, assim como a gente criticava o Chile da época do Allende, ( ) a saída dos chilenos, dos chilenos, acho que a gente deve também condenar os países de governo de direita que exageram

SPEAKER 3: : ###

SPEAKER 0: : ### Eu ainda sou pobre, mas antes eu era mais.

SPEAKER 1: : ( ) então, eu saía de ônibus.

SPEAKER 0: : Nessa minha primeira viagem, eu peguei um ônibus na Estação Rodoviária, fui até Porto Alegre, em Porto Alegre fiquei um dia, peguei um outro ônibus, fui até Montevideo, depois atravessei pelo Rio da Prata, de Aliscafo, peguei um trem em Buenos Aires, fui até Santiago do Chile, e depois descobri que, de Santiago do Chile, eu não podia voltar por terra, porque, pela lei argentina, não se pode voltar ao país pela segunda vez sem passar pelo Brasil. E como eu já estava duro, eu consegui cinco reais a dólares emprestado (risos) e peguei um avião até Montevideo. Depois de Montevideo, eu voltei por terra de novo. Depois, na segunda viagem, eu já tinha guardado um pouco de dinheiro e fiz tudo por avião. Fui a quatorze países da das

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 3: : ###

SPEAKER 0: : ### ### ### ### ###

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : Era um avião da ésse a ésse Companhia Escandinava, né? E... Esse voo foi um voo ( ). uma hora e meia só, mas para mim foi surpreendente, porque antes o que eu conhecia de avião era só aqui de voos domésticos, e então achei um negócio assim monumental. É é como eu disse no início, que algumas coisas marcam assim para o resto da vida, né? ### ### ### ### ### Então, acho que quando a gente vai pela Varig é como se fosse uma extensão do Brasil, porque você você vai falando português no avião, Então, éh isso aí provoca um um um contraste maior quando você desembarca do no lugar. E quanto quando você pega uma companhia estrangeira, você já tem uma fase intermediária. Eu fui para a Europa duas vezes pela Varing, e me ocorreu isso. Você desembarcar, por exemplo, em Orly, e aí então é que você começa a viver o negócio estrange iro. E uma vez eu fui para os Estados Unidos pela Panamérica, Foi diferente, porque aí o a aeromoça já está falando inglês, ãh dentro do avião já se fala só inglês, aquele negócio todo. Então, teve transição, né, mas eu eu considero a Varig uma boa empresa para para se viajar porque o tratamento dela é muito bom, né? ###

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 0: : Do dia da Va Bom, já teve gente que viajou pela Varig e o avião tem que fazer uma uma escala de emergência porque serviram o camarão com com com problema, né? (risos) (risos) mas ãh eu nunca tive esse problema em em viagem, não. Nem pela Varig, nem por outra companhia. ### É é muito bom, e sempre comida assim de primeira, um cardápio bem escolhido. E uma coisa que ( ) que falta a a algumas empresas internacionais de muito nome, por exemplo a Panamérica, eu considero uma das piores em serviço de ( ) ( ) ela trata o passageiro como se fosse uma mercadoria qualque r. ( ) isso é um siste meio americano já pelo fato de de ser uma companhia consagrada. Mas a Varig, embora seja a nova empresa da América Latina, ela está sempre com uma necessidade de evolução. E Então ela procura cativar o o seu cliente pela pelo serviço de bordo. Muitas vezes existe o atraso do avião, que é uma é um negócio que realmente irrita o passageiro. O atraso é compreensível, porque muitas vezes depende das condições de tempo, da do movimento da do porto, um monte de coisa. Mas a pelo que eu tenho conversado assim com pessoas que viajam, o serviço de bordo muitas vezes é é ( ) o passageiro. Então eu acho que éh eu conheço mais ou meno fiz umas doze companhias internacionais. De todas essas, a que tem o melhor serviço ( ) ### Qual essas diferenças você chegando Depende. Se você viaja pela América Latina, você não encontra muitas diferenças. Ah as ( ) provisações são a parecidas com as do Brasil, né? Éh (risos) Você ficar no aeroporto para carimbar o seu passaporte demora quarenta minutos, demora cinquenta minutos para você retirar sua bagagem ou ( ). ### Para você pegar um táxi é sempre mais difí E alguns países até piores, como... Por incrível que pareça, a Bolívia num não é pior. Ah na paz, por exemplo, você chega, você logo consegue a sua bagagem, você logo pega um táxi. ( ) Tem uns que são muito complicados é o caso do pe ru, no caso do Chile, atualmente, são muito complicados. A Agora, na em alguns países europeus, você chega você já desembarca em um em um corredor. Porque é daquele tipo de avi, daquele tipo de aeroporto que tem uma espécie de uma de uma canaleta, assim que você já desembarca nisso, então você não precisa da escadinha. Então, é Em Orly ah sim. Tem ### Na Alemanha também Então você já você já vai vendo ali o o em em do dois ou três idiomas, pa ãh eles vão te apontando onde é que você vai éh Retirar a sua bagagem. Prime onde onde caía o seu passaporte. E Apenas um um país europeu, que é muito difícil, é a Inglaterra. Porque lá eles separam três classes. ### ### E e os outros cidadãos de outros países. E nós entramos, então, num na bala comum. E a vala comum é sempre a maior. Mesmo os Estados Unidos, que que eram a colônia deles, ãh entram na vala comum. E como os americanos viajam muito, essa tal e essa tal fila dos outros acaba sendo gran Mas então, o único aeroporto em que eu acabei ficando mais tempo que em Viracopos para carimbar o meu passaporte (risos) foi o aeroporto de Londre Mas, éh em geral, é uma coisa simple Você se embarca, passa logo logo o carimbo ( ). Logo você vê também onde está sua bagagem e e e ali aparece o número do voo e então há um equipamento em que as malas vão chegando automaticamente por esteiras, depois elas ficam girando, você pega a sua, ah existem carrinhos onde você coloca essas malas, você mesmo leva até a porta, porque nesses lugares o o a mão de obra é muito cara, então não existem carregadores quase. Você mesmo leva até a porta, você mesmo pega a sua bagagem, já coloca no táxi e sai. Então Em alguns países, entre o tempo que o avião chega e aquele que você sai do aeroporto, você perde cerca de vinte minutos apenas. ( ) enquanto que em outros países, você perde até duas horas, dua ### ### ### ### ### ### ### ### ### credito que seja maravilhoso. ### ### ### ### Em Nova Iorque tem um museu. Mas a outra parte de de de de de passagem do homem pelo mundo, que a gente encontra na Grécia, em Roma ### Quais são os países da Europa? ### ### ### ### ### Um mês. ### ### ### ### ### Na Espanha, França, Itália, Inglaterra, Holanda, hum Portugal, ( ) Iugoslávia Em algumas cidades, poucas cidades da Alemanha à beira do Reno, que eu fiz uma viagem para ### ### ### ### ### ### a vez, como ele já disse que ele era muito pobre, eu sou eu continuo também muito pobre, mas houve mai me melhores oportunidades aq A primeira viagem que eu fiz foi de ônibus para Montevideo, daqui daqui de São Paulo ao Rio Grande do Sul, do Rio Grande do Sul a Montevideo. de Montevideo, também em em ônibus até Colônia, depois ( ), atravessei naquele barco que ( ), para Argentina. Depois voltei de avião. Ah depois fomos de trem até Bariloche. E para ( ) Europa eu fui as duas vezes de avião e fiz as viagens lá dentro quase todas de avião. Algumas de trem que, por sinal, são maravilhosos os trens de ( ). ### ### ### De uma limpeza, de uma beleza. ### Um serviço maravilhoso.

SPEAKER 3: : Eu fui de Veneza para Áustria, e da Áustria para Suíça, tudo em trem.

SPEAKER 0: : Depois desse percurso, em trem. Tudo maravilhoso. ### Mas eu tinha que voltar, então eu tinha que usar avião mesmo. ### Aquelas tantas horas de voo que eles fazem. Então, não tinha problema financeiro, porque já estava tudo computado. Eu tive que fazer de avião. ###

SPEAKER 3: : E quais são as diferenças entre você viajar de avião e de trem? Diga-se em termos de comodidade e o que você encontra em uma e encontra em outra, por exemplo?

SPEAKER 0: : Uma coisa. Primeira condição. Vá com medo. ### Eu não sou uma mulher assustada. Mas eu, cada vez que eu viajo, que eu chego ou que eu saio, eu dou uma rezada. Então tem esse primeiro fator, né? ( ) Eu sempre tenho medo de ca ir. Quer dizer, você não está livre disso. De trem você já num se preocupa absolutamente. ( ) Agora, o conforto de trem e de avião é indiscutivelmente muito melhores do que de ônibus, né? ( ) ### Os trens que eu viajei eram trens de ### Passando de Veneza para ir para para a Áustria, eu via uma paisagem que parecia fundo de quadro do Leonardo da Vinci, né? É fi ### Eu via. Então aquele pintor Eu vendo aquelas cada estaçãozinha lá na Áustria. Coisa pequenininha, com um vasinho pendu ### ### ### Geralmente a ### pela vista aérea, você num num pode ter esses detalhes. ( ) você não tem esses detalhes. Então, de de eu gosto muito de viajar ( ) muito ( ). ### ### ( ) ônibus, eu achei muito sem confor ( ) que eu fiz para para a gente, mas... Ai, eu ( ). Todos os trens da Eletro, eu falei. ### A excursão que eu fiz na minha primeira viagem, que eu chegava a Bariloche, eu fiz o trecho de Buenos Aires a Bariloche de trem. É uma viagem acho que de dois dias. Não Não é um tre É um trem até bonito. ( ) O trem é um o trem ainda é do tempo dos ingleses lá no no em Buenos Aires. Mas não tinha leito. Você viaja uma espécie de... não é pu ### Mas os seus pés parecem um pouco os ônibus que nós usamos hoje para essas viagens aqui. Então Os o que que aconteceu Em dois dias de viagem, fiquei com as pernas completamente inchadas, e um suplício nesse tre Uma comida horrorosa, como eu nunca vi na minha vida, igual. Desde o café da manhã, tudo era horrível. E os toaletes, os sanitários, uma coisa nojenta. Então, nunca mais na minha vida se Deus me me ajudasse ### Não, agora tem um trem melhor. Que sai aos domingos. Que é trem de luxo, e tem até cinema. É eu usei agora ### ###

SPEAKER 1: : ### ### Agora, e esse aí éh sai aos domingos pela manhã da estação Constitución hum e chega no no a Bariloche na segunda-feira a uma hora da tarde.

SPEAKER 0: : Então é muito mais tranquilo, não tem baldeação, ele para pouco, ãh o próprio banheiro não é muito sujo, tem água à vontade. Esse é muito bom. A minha impressão, a primeira impressão que eu tive, quando tomei o trem, foi maravilhosa, porque o trem é lindo. Ah ah ( ) As cadeiras são, nunca esqueço, são de vidro muito roxo, meio lilá, meio hum meio roxo, velho, antiguinha ### Depois, durante o percurso, o que foi acontecendo, uma calamidade, um horro ### ### Linda e também um um Um outro que eu tomei ### ### ### ### ### ### ( ) acho que foi da Áustria indo para para Suíç ### ### Agora, esse trem de Bariloche não me pega de novo, nem esse ( ). ### Bem, nós falamos em sair de um país para o outro. ( ) Vamos ver como é que vocês andam nessas cidades que vocês Já que vocês não vão com o próprio carro, como é que vocês se viram? (risos) Bom, éh

SPEAKER 1: : Bom, aí depende da da ( ).

SPEAKER 0: : No no meu caso, não sei se com a Lúcia acontece o mesmo, eu tenho uma um poder assim de orientação muito grande. Então, éh o meu método é esse, de logo chegar na cidade e conseguir uma ( ) dela. E E com isso eu consigo andar sozinho. Eu tenho muita noção de distância desse negócio todo e e tenho a resistência para andar a pé. A

SPEAKER 1: : Agora, na verdade... nas principais cidades europeias, existe o metrô. Então, se você, com aquele mapinha da cidade, que tem também o mapinha do metrô, que é o caso de Paris e de Londres, você chega a qualquer lugar, você vai a qualquer bairro, ãh simplesmente usando aquele mapinha.

SPEAKER 0: : Ou se você vai a uma cidade que não tem o metrô, você pode usar também o mapa da dass linhas de ônibus, como tem em algumas cidades dos Estados Unidos. Ou quando a cidade é meno No caso, digamos, de La Paz, você pode andar pelo centro da cidade todo a pé. E E e a pé você conhece muita coisa, né? Apenas que algumas cidades, como é também o caso de La Paz, existem muitas ladeiras, então você se cansa um pouco mais.

SPEAKER 1: : Mas é um sistema interessante também para se conhecer melhor a cidade, para ter um contato melhor com o povo ( )

SPEAKER 0: : Eu às eu geralmente eu viajo em excursões, então as minhas viagens foram mais ou menos programadas aqui, com algumas nuances, uns detalhes. Por exemplo, essa viagem que eu fiz para a Argentina foi toda toda com um um roteiro estipulado já aqui (tosse) e obedecido. ( ) Problema de ordem nenhuma, tinha guia, tinha ônibus, tudo preparado. Quando eu fui para a Europa, eu progra nós programamos aqui uma viagem, eu fui com um grupo de amigos. Eu não fui propriamente numa excursão. Eu fui com um grupo de amigos que é pequena ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### E estão programando, então o o próprio ( ). ### ### ### ### ### ###

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 0: : ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### Aí você compra na rua, num aparelho, que tem que ser ( ). ### ### ### Ninguém pediu a nossa passagem. ( ) ### Ninguém pediu a nossa passa Num preciso dizer que nós num compramos mais passagem (risos) ### ### ### ### ### A passagem não é devolvida. Em Paris, nós fazemos muitas coisas. ### Nós geral fizemos isso, né? Eu ### ### ### ### ### ### ### ### ( ) De ônibus, éh eu tenho andado muito pouco. De metrô, não sei. ### ( ) o lugar onde trabalha. ### ### ### ### ### ### Muito cheia aquela E eu então... ontem. ### ### Por que a de lá é ao ao é avenida. ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### Ele ia para Santo Amaro, por exemplo. É ### ### E eles então eles paravam em algumas estações. É É esse era o camarão fechado. ### Éh por exemplo, saia lá da Praça do Correio e subia ali em direção à Lapa, né ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### A pele é cavalo. ### ### ### ### O ideal seria pegar aqueles de galopa, né ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### Não existe mais pelo menos aqui no estado de São Paulo no Não existem aquela fazenda que é muito afastada das grandes estradas. ### ### ( ) você não conseguia passar. ### Fazia hum em três horas. Hoje em dia, não. Ah É difícil uma fazenda que seja acima de dez quilômetros a adiante e De uma estrada asfaltada então ### ### ### ( ) da cidade maior, a que estava mais perto era Franca, que é uma cidade que hoje em dia tem perto de cem mil habitantes. Então, éh Franca era a cidade, assim, tomada por base, né? Para era de lá que a gente saí ### E, muitas vezes, ### Comigo não chegou a ocorrer, não. ### E como era uma estrada de pouco movimento, ãh era difícil para o povo, né? Num num tinha telefone, não tinha nada. Então era muito complicado mesmo. É um negócio encrava ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### Entramos ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### Eles adoram um cimento. ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### O onde há estudantes assim tipo de curso superior, há uma evolução. É engraçado, evolução nos costumes ( ). ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### Mudar da agricultura para a indústria. ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### Ela já tem duzentos e cinquenta mil habitantes e, além disso, éh eu ãh aliás, um um aspecto que eu ( ) éh é que eu considero que existe um um meio que contribui para para mudar bastante e e para tornar várias cidades com mentalidade idêntica, não é propriamente a faculdade, e sim a televisão. ( ) Até quinze anos atrás, a televisão era um luxo.

SPEAKER 3: : ### Quer dizer, alguma coisa iríamos fazer por nossa conta, independente. ### Então, tínhamos determinados passeios já programados. Era s

SPEAKER 0: : Só o ônibus ia apanhar no no no hotel e fazíamos aquelas excur Alguns outros passeios, por exemplo.

SPEAKER 3: : Muita coisa que nós fizemos por nossa conta.

SPEAKER 0: : Nós tínhamos sempre... Eu, que sou mulher, não precisava me preocupar.

SPEAKER 3: : Tinha sempre alguém que tinha esses mapas, que o ( ) já falou, e que estava cuidando da gente.

SPEAKER 0: : Entendeu? Estava vendo o que a gente ia

SPEAKER 3: : Agora nós vamos para tal lugar, vamos fazer tal coisa. E algumas coisas nós nós entrávamos em excursões locais. Por exemplo, em Roma, que nós íamos a Capri e Sorrento, então programamos. E

SPEAKER 0: : Então, já no próprio hotel, embaixo, programava essas coisas.

SPEAKER 3: : Agora, para fazer compras, éh isso não tem problema nenhum, porque a gente perguntava o qual qual os lugares, então a gente sabia, geralmente, onde se vende mais barato, onde tem coisas mais bonitas em cada lugar. Não é mais ou menos o que você queria ver ou o que é mais interessante você ver sobre esse aspecto. E e algo Muita coisa por nossa própria conta, como ele disse, com os mapinhas e tomando condução, metrô, e o onde tem metrô, tomando táxi, onde tem onde não há metrô, se pedindo para ir a tal lugar. Existe uma coisa especial, né? Não tem mais ( ) ### ### ### ### ###

SPEAKER 1: : ### ### Mas não é só em Amsterdã. Várias cidades europeias tem tem bonde. É que ( ) ### Em Zurique tem. ###

SPEAKER 0: : O interessante...

SPEAKER 1: : do bonde de ru ### São macios?

SPEAKER 3: : Não, aí você não compra passagem.

SPEAKER 0: : A passagem você compra na rua, num aparelho que tem que ser com

SPEAKER 3: : Brasileiro é sem vergonha, nós sabemos que é sem vergonha. Então nós comprava a ( ). O bilhete elas compram a passagem. Fomos para a cidade. Ninguém pediu a nossa passagem. Na outra hora nós tornamos a comprar a passagem. Ninguém pediu a nossa passagem. Não preciso dizer que nós não compramos mais passagem. (risos) (risos) Nós andamos de graça. E fizemos isso no metrô em Paris também. ###

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : ### Agora, hoje em dia, não dá mais, porque é o mesmo sistema de Londres, que a passagem não é devolvida.

SPEAKER 3: : Em Paris, nós fazíamos muitas coisas. Sem vergonha. Nós ( ) ( ) fizemos isso. ( ) eu tenho uma amiga que mora em Paris. Eu fiquei até com ela dezenove dias a segunda vez que eu estive lá. E ela, Lucinha, não faça isso. ### Uma vez um fiscal me pegou. ( ) Ela ela estava na segunda classe. Sei lá eu nem sabia que o metrô tinha primeira classe e segunda classe. ( )

SPEAKER 0: : ### E e um fiscal a apanhou e houve problemas.

SPEAKER 3: : Mas eu fazia isso, nós fazíamos isso.

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 3: : ( ) como o brasileiro é sem vergonha, né? O único roubo, hein? Meu. Porque tem gente que rouba coisa nas lojas.

SPEAKER 0: : Mas a única coisa que eu furtei, e nem nem cinzeiro em hotel, nada disso, nunca furtei. Só as passagens de metrô e de bonde lá em Zurich, nós ### ### Aqui em São Paulo, como é que vocês andam? Normalmente, em caso de emergência... Eu ando de táxi.

SPEAKER 3: : Ou em carro de amigo, sempre. ( )

SPEAKER 1: : ### Só. Eu ando no meu carro, ou então, eu ando no mínimo. De ônibus, éh eu tenho andado muito pouco. E De metrô, não, porque é uma linha só e não não serve o meu bairro, né? Nem o lugar onde eu trabalho. Então, noventa por cento. ### ficar

SPEAKER 0: : num ando de ônibus, porque o meu bairro é mal servido. Eu eu não gosto muito de andar, e o ônibus o ponto do ônibus fica muito longe.

SPEAKER 3: : E a volta do meu trabalho de ônibus para casa, além desse problema de andar, o que não teria importância se eu se eu... se ele ( ) o ônibus é muito cheio aquela hora

SPEAKER 0: : E eu, então, é uma coisa medonha. ( )

SPEAKER 1: : ### ###

SPEAKER 0: : Ou eu venho de carona ou eu ou de táxi, é o que eu uso. E o meu trabalho. E para passear, a mesma coisa. E Porque hoje mesmo vocês foram ali buscar.

SPEAKER 3: : Quer dizer, tem sempre alguém que vai me buscar. E levar além dos meus filho

SPEAKER 0: : filhos, né? Porque eu Então, tenho, de uma forma geral, eu num ando de ônibus.

SPEAKER 3: : ###

SPEAKER 0: : ### O o Xuca, o meu filho, ou usa o pró o próprio carro, ou tá, ou motocicleta, ou carro de amigo, essas coisas. E a minha filha idem, ela ou usa usa carona, como eu, que ela tem quem leve para a faculdade

SPEAKER 3: : E agora ela tirou carta, vai poder fazer um revezamento. ###

SPEAKER 0: : ### ###

SPEAKER 3: : ### Anda no carro também de namora ### ### ### E além de você ter noção ( )

SPEAKER 0: : ### ( ) quase a minha vida ( )

SPEAKER 3: : Você sabe que isso é uma espécie de hábito, não é, Rô?

SPEAKER 0: : Forma um hábito na pessoa. Eu quase a vida inteira usei táxi, quando eu não te eu não tive carona.

SPEAKER 3: : Inclusive, combinava com amigas, tomava um táxi juntas para ir para o tribunal, para voltar do tribunal.

SPEAKER 0: : ### Gente que mora no mesmo no mesmo bairro telefonava. O

SPEAKER 3: : Olha, eu vou saindo, tia. Pegava o táxi, ia me pegar. Íamos juntas quase a vida inteira.

SPEAKER 0: : Só usei mesmo ônibus num num tempo que você... Nem sei se você já tinha nascido. Quando? Quando eu ao Há um uns trinta anos atrás, em que São Paulo não era desse jeito.

SPEAKER 3: : Então, você toma ônibus, não era essa calamidade que é hoje, que você vai... Aí todo mundo pendurado. Não era desse jeito. No meu tempo de meninoca, não era já. Aí eu usava uns

SPEAKER 0: : Usei bonde, use ### ### Era fechado, ele era vermelho. Porque o outro bonde nosso era marrom, né?

SPEAKER 1: : Não, ele ele era da mesma cor, que era que era a cor da da c ### Era vermelho também, mas a aquele bonde comum era aberto, tinha aqueles bancos compridos.

SPEAKER 3: : ### Eu peguei o camarão fechadão. ###

SPEAKER 1: : ### Santo Amaro, por exemplo, nessa avenida Ibirapuera, onde tem lá aquelas casas de chope e tudo. Antes era um eram uma uma estrada, parecia estrada de ferro mesmo. O ôni o ônibu o o bonde dali do Instituto Biológico até Santo Amaro era só aquela estrada. E E então ele parava em algumas estações. É esse era o camarão fechado. E E tinha também para alguns bairros. Éh Por exemplo, saía lá da Praça do Correio, e subia ali em direção a La ### ###

SPEAKER 0: : ### ### ###

SPEAKER 1: : ### sessenta e cinco sessen

SPEAKER 3: : ta e seis. Aí tomei também, quando eu morava no Brooklyn, eu tomava muito lotação.

SPEAKER 0: : Porque é um percurso longo.

SPEAKER 3: : Ficava muito caro tomar tomar táxi de lá até o meu trabalho. Se num acho que o lugar que eu morava era da cidade de uns quinze, dezesseis quilômetros. Eu ia ficar muito caro. Então to mava muito lotação. Foi minha vida inteira, eu usei essas conduções.

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 3: : ###

SPEAKER 1: : E para para tomar táxi também é difícil porque têm alguns motoristas que num você pede para para eles por exemplo para a Praça da Sé. ### ###

SPEAKER 3: : ### ### ###

SPEAKER 1: : ### ###

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 3: : ###

SPEAKER 1: : ### Pode ser.

SPEAKER 0: : Como é que vocês andavam?

SPEAKER 3: : ###

SPEAKER 1: : A pé e a cavalo. Mas eu não sou muito dado a andar cavalo, não. (risos) porque eu não tinha sorte. Eu Eu pegava um cavalo meio trotador machucava certas regiões do corpo, né? (risos) (risos) ou então eu pegava algum assim meio lento. O O ideal seria pegar aquele de galopa, né? E eu não tinha assim muito jeito, não, para o para o negócio, mas... Éh o meu irmão, por exemplo, éh uma vez nós saímos juntos, ele ele pegou um cavalo melhor, né? E andava direito, viu? fora isso.

SPEAKER 3: : E lá dentro da fazenda, do sítio, esses lugares assim, vida rural, não digo agora, mas há uns tempos atrás ainda eles usavam outros meios de trans de transporte que não o carro, o ( ) e tal.

SPEAKER 0: : Quais são esses?

SPEAKER 1: : É, o carro de boi, éh charrete, jipe, Isso por causa da dificuldade da das estradas, que não não são estradas asfaltadas, geralmente. ### E, além disso, nas regiões mais atrasadas, o o carro de boi mesmo, né? Mas, hoje em dia, com o desenvolvimento da dos transportes, da da rede de de estradas, né? Ãh, num existe mais, pelo menos aqui no estado de São Paulo, num num existem aquelas fazendas realmente afastadas das grandes estradas, né? né? Éh às às vezes, para você chegar a uma fazenda, você tinha que andar, como nessa daí onde a gente ia, tinha que andar cerca de cinquenta e cin ### ### perto de alguma cidade pequena? Bom, ela era perto de várias cidades assim muito pequenas, e a gente não pode nem chamar de cidades, eram lugarejos, né? Mas ela ficava assim, das cidades maiores, a que estava mais perto era Franca, que é uma cidade que hoje em dia tem perto de cem mil habitantes. Então, a Franca era a cidade, assim, tomada por base, né? Para era de lá que a gente saía, pegava o jipe, pegava a perua do meu tio para ir até a fazenda. E E, muitas vezes, era era comum de ter pernoitar na na estrada porque quebrava a perua, porque encalhava esse negócio. Comigo não chegou a ocorrer, mas eu ouvia casos, assim, de gente que tinha que dormir no meio da estrada, que a perua quebrava, encalhava. E como era estrada de pouco movimento, ãh era difícil o socorro, né? Num num tinha telefone, não tinha nada. Então era muito complicado mesmo. Era um negócio encravado, assim, no meio do mato.

SPEAKER 3: : ###

SPEAKER 0: : ### Eu gosto muito de fazenda. Desde menina, acho. ( ) está no sangue nosso, não sei. ###

SPEAKER 3: : Existe... É até hoje engraçado.

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 3: : ### ( ) que eu vou vendo, as culturas... A diferença de te E eu morei, depois de casada, eu morei uns oito meses numa fazenda.

SPEAKER 0: : Eu gostava muito.

SPEAKER 3: : Mas essa fazenda que eu morei, embora na época em que eu tinha morado ( ) de cidade não tivesse ainda chegado até ela, o que depois ocorreu, apesar de ter nossa luz era luz de de de Lampião, eu ficava Então, perto da cidade, era quinze quilômetros da cidade, nós tínhamos carro, e ela ficava bem perto da estrada principal, que a essa altura também não era asfaltada, mas já era uma estrada boa. Então, eu podia, inclusive, se eu resolvesse, uma noite ir ao cine

SPEAKER 0: : Da da no da fazenda onde eu morava, eu podia, perfeitamente. Eu ia à missa, como eu ia muitas vezes à missa na cida

SPEAKER 3: : Não tinha problema, né? Quer dizer que essa cidade perto é a cidade grande? É É Garça. Uma cidade razoavelmente boa.

SPEAKER 0: : Razoavelmente boa. Menor que Franca. É.

SPEAKER 1: : É perto de Marília.

SPEAKER 0: : Menos industrializada também. Mas era uma cidade na é a ép

SPEAKER 3: : ### ### ### ### ### Eu ( ) eu ia à cidade fazer compras e tudo, mas era uma cidade de interior não muito bonita, e mas era um lugar onde ela estava rodeada de fazendas boas, de fazendas, de grupos,

SPEAKER 0: : econômicos mais ou menos a abastados. Tinha, inclusive, esse grupo de de açúcar, não sei se é do açúcar ou não, ( ) que tinha uma gleba imensa de usina de açúcar. Tinha a

SPEAKER 3: : A fazenda que eu morava era de café.

SPEAKER 0: : E não era um café muito bonito, não, era um café velho. Ma

SPEAKER 3: : Mas lá tinha fazendas de café. Tinha, por exemplo, uma fazenda vizinha nossa, que era uma fazenda moderna, era toda irrigada artificialmente, com irrigação artificial. Então, dentro daquele panorama, você via assim a distância de fazenda, você via aquela fazenda que tinha essa irrigação artificial, era o verde era muito mais denso, muito mais forte, muito mais bonito, ( ). A

SPEAKER 0: : E a cidade não era uma cidade muito... Era uma cidade razoável, ###

SPEAKER 3: : ### Economicamente. Então, não era uma cidade muito atrasada. E u podia ir ao cinema. ( ) Era bom o ci nema? Eu não me lembro. Eu não me lem ### cinco anos mais ou menos eu não me lembro.

SPEAKER 0: : Comércio era razoável, não era brilhante. Era razoável. ### Outros lugares para divertimento, quais eram? ###

SPEAKER 3: : Eu acho que não tinha.

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 3: : ### Ia ter o clube, né? ###

SPEAKER 0: : Logo, logo, a diferença de idade deles é mínima. Eu fiquei grávida praticamente em seguida.

SPEAKER 3: : Como eu estava grávida a época que eu morava lá, então eu num num num tive oportunidade de de de fazer esses passeios ( ).

SPEAKER 0: : O meu passeio, Nessa época, nós estávamos querendo, inclusive, ter uma fazendinha, comprar uma fazendinha nossa, porque essa fazenda que nós morávamos era dos avós do meu marido, e ele foi lá tomar corpo. ( ) ###

SPEAKER 3: : ### Nós íamos procuran procurar visitar Sabíamos que em tal lugar estavam vendendo, então, íamos para lá. E fomos algumas vezes a Marília, que era uma o a cidade, não era longe, era perto também. Fomos também a Getulina, que era uma outra cidade também, que não era longe.

SPEAKER 0: : Que eram esses os seus passeios que eu fazia. Não vida social. É e entre Garça e Marília existe alguma diferença assim éh, uma diferença grande pela cidade em si, o povo?

SPEAKER 3: : Existe. Vamos dizer assim, Marília é relativamente hoje, falando hoje, mas ainda é é uma cidade nova. Garça é uma cidade anti que eu acredito que seja desde o tempo do Império, etecetera. ### Então é uma cidade bem mais antiga. Marília tem muitos japonês. ###

SPEAKER 0: : Tem ruas, como aqui em São Paulo. Ruas, bairros, restaurantes. Japonês, você conhece Ma

SPEAKER 3: : ### Não é assim?

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : É, e é... bem mais jovem que Marília, que Garça. Uma cidade mais nova.

SPEAKER 1: : ### Mas nos últimos anos ela estacionou. É uma das poucas cidades que, de um censo para outro, de mil novecentos e sessenta para mil novecentos e setenta, caiu a população. ### ### ao oeste do estado e em direção ao norte do Paraná, então, a japonesada pegou e se mandou para para essas regiões, né? Então, hoje em dia, já não é tanto quanto naquela época.

SPEAKER 0: : Mas é bem... Éh são se são diferentes as ci

SPEAKER 3: : ### Aquelas... E, aliás, eu acho que um mau gosto, atualmente, porque Quando eu era menina, quando eu ia para as para as para essas feiras com a minha avó em São Simão, ou fui a Franca, as cidades eram muito mais bonitas, porque os jardins eram mais bonitos, porque existe uma espécie de sentido iconoclasta. Será isso que eu posso chamar assi na educação genérica do nosso povo. ### ### E vira aquele horror que é hoje, você passa por qualquer cidade do interior, tem aquelas fontes que não têm estilo de nada, a diferença aqui é da Europa. Você não sabe o que é aquilo. Com cores, azul, vermelho, amarela. Com cores, eu fico en enlouquecida. Inclusive inclusive em Franca e São Simão aconteceu isso. ### ### ### ### de jardim que a gente podia dizer que é um tipo de jardim inglês, bastante grama com árvores altas, eles tira Eu não sei porquê. Aqui em São Paulo existe o mesmo processo. Eles adoram o cimento. Então eles tiram tudo que é grama e tudo, e fazem esses horrores, né? ( ) Cimentam tudo que possam. Cimentá-la, brilhos, tudo. Dá aquele mau gosto, aquela coisa horrorosa. Tiram. ### Destroem.

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 3: : ### Disse o jardim, né? Por exem Eu falei nos jardins. nem mais quer. O que você quer que a gente fale? De do povo? ### ### ### Todas as cidades interiores são e são parecidas. Você encontra... Eu eu analiso muito isso porque gosto muito de desenho, então me interesso por... Eu me interesso por estilos, por decoração. Eu gosto dessas coisas. Então, eu vejo nessas cidades que eu passo, eu vejo sempre a mesma a mesma constante. Eu vejo algumas coisas bonitas, prédios antigos bonitos, que têm um estilo, que têm, enfim, uma marca que foi construída, digamos, no começo do século, né, a tipo Arnovô, o ou então, às vezes, mais antigo, éh de época colonial ou do Império, você nota, e aqueles horrores de construção diz que num que num que num há estilo nenhum, quer dizer, não há preocupação nenhuma com o belo. Eu acho que é o isso que posso dizer, porque eu porque o que eu considero belo? É evidente que os donos das casas né devem achar o inverso, né, devem achar que aquilo é o bonito. E Isso tudo eu acho comum em todas ela a exceção de Marília, talvez, que eu acho que num existe. ( ) ### Mas em todas a gente encontra ainda uns rastros antiguinhos e com, e e e o de uma forma geral, essa mistura, essa miscelânea de coisas.

SPEAKER 0: : O que eu acho do aspecto físico da cidade é isso. Agora, o povo acha também a mesma coisa, de uma forma geral, notando, porém, uma mudança no tipo de vida das cidades que hoje têm faculdades.

SPEAKER 3: : Então, eu noto com São Carlos, que tem todas essas coisas que eu falei, tem as coisas modernas, tem as coisas antigas, e não é um moderno bonito, é um moderno fei Mas eu noto, por exemplo, no povo, em São Carlos, que é a faculdade, há uma assimilação de capital. Onde há estudante assim tipo de curso superior, há uma evolução. É engraçado, evolução nos costumes. dois dias, um fim de semana, talvez, em São Carlos, numa fazenda de amigos. E E fui à cidade, tive que ir à cidade mais de uma mais de uma vez, comi na cidade e tudo. E notei muito isso, achei muito avançado a a São Carlos, por causa das faculdades. É o que ocorre com Franca também. Sempre que existe uma uma faculdade Quer dizer então de cursos superiores, em, não não até o normal, porque até o normal, as escolas normais, São Simão sempre teve, Franca sempre teve, todas elas têm, mas desde que haja u uma universidade, a faculdade já toma características mais avançadas. Eu tenho ( ) nos costumes, tudo isso, Ribeirão, ### ###

SPEAKER 1: : Eu eu tenho a impressão que sim, porque eu conheço as duas. ### Ribeirão, por exemplo, é uma cidade que tem mais ou menos cento e dez anos. E E e ela fazia parte de São Simão.

SPEAKER 3: : ###

SPEAKER 1: : É, fazia parte de São Simão. ### E acontece que éh Ribeirão se desenvolveu por causa do do café e da cana-de-açúcar. E na na medida que que a agricultura ia entrando em decadência, eles souberam éh mudar da agricultura para a indústria. Então existem muitas indústrias, algumas à base da própria agricultura. Existem muitas indústrias lá. Então, ficou também um centro cultural, porque eles passaram a ter faculdade de medicina, de orontologia, só não tem de engenharia, né? ### Enquanto que Franca demorou para esse desenvolvimento. ela estava com menos faculdades, pouquíssimas, e e menos indústrias, porque passou a ser uma uma indústria ãh exclusiva, que era negócio de calçados. Enquanto que em Ribeirão existe uma diversificação, em Franca é só na base de calçados ou de doces. ### porque Ribeirão Preto é aquilo que a gente poderia taxar de uma cidade média, que ela já tem duzentos e cinquenta mil habitantes e, além disso, éh eu aliás, um um aspecto que eu discordo da Lúcia éh éh que eu eu considero que existe um meio que contribui para para mudar bastante e e para tornar ãh várias cidades com mentalidade idêntica não é propriamente a faculdade, e sim a televisão. É que Até até quinze anos atrás, a televisão era um luxo. Então ela ela não só era um luxo, como ela era uma exclusividade de São Paulo, da grande São Paulo e de Santos e de Campinas. Até quinze anos atrás, a televisão era um luxo. Então, ela ela não só era um luxo, como ela era uma exclusividade de São Paulo, da grande São Paulo e de Santos e de Campinas. Depois, ela foi se desenvolvendo, foram implantando torres, retransmissoras, tudo isso. E Resultado, a mesma novela que a gente vê aqui às oito horas da noite está sendo vista na na divisa com o Mato Grosso, em qualquer cidadezinha. Com isso, a televisão leva a moda, leva o modo de falar, leva tudo isso. ( ) Antes a gente viajava, quinze anos atrás, você viajava daqui até alguma cidade a trezentos quilômetros, então você via mulheres com a roupa totalmente diferente daquela que tinha aqui. você via um modo de falar completamente diferente. ### É, Berlândia também, né? Então, eu acho que a televisão que contribuiu também para isso.

SPEAKER 0: : É, eu acho que a televisão contribui, mas de uma forma ge E eu ainda acho que e essas cidades em que há faculdades, é que são é que são mais avançadas, é engraçado, mais parecidas com São Paulo.

SPEAKER 1: : Bom, isso é. Ma ma ma mas também tem uma coisa. A a A a aí aí é uma espécie de círculo vicioso. ### Exatamente. ### ### ### ###

SPEAKER 0: : Né? O fundo mesmo. É sempre dinheiro.

SPEAKER 1: : Econômico, é. Puramente econômico.

SPEAKER 0: : Economia. Evolui de acordo com a economia. ( ) ### Eu estou de acordo com o Luiz e de acordo com a Lúcia.

SPEAKER 3: : ###

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : E por outro lado a televisão, tal, e depois...

SPEAKER 3: : ### Eu estive em Uberlândia, porque o tio dele, que é meu primo, o Osmar, tem reflorestamentos lá, e tem fazenda dele lá. E E eu fiquei na cidade, fiquei em hotel. Mas, depois, minha prima, filha dele, ( ). Então, eu me lembro da minha da minha observação, do que eu vi, de Uberlândia, e depois do que a Cecília me contou. A ### Apesar de tudo isto, em em eu achei feio Uberlândia, não achei bonito. E Eles falam Ir apesar de ago eu me lembro que fui ao cabeleireiro, em Uberlândia. Então No cabeleireiro, sabe, o cabelereiro, a gente está lá sem fazer nada, eu ficava observando e vendo o a conversa de todo mundo, né? Então, apesar de... não vou dizer pretensão, porque fica esnobe besta, mas eles têm (risos) uma espécie de pretensão sempre. É lógico, como nós nós copiamos Nós, aqui no no Brasil, nos grandes centros, copiamos, né? A moda, os nossos costureiros, tudo isso, nós copiamos. Paris, copiamos. Roma, não é? Copiamos a vida inteira. ### ### ### Apesar disto, eles são caipiras.

SPEAKER 0: : É maldade falar isso, né?

SPEAKER 3: : Sabe que são caipiras na maneira de vestir? ### ### Cecília é muito evoluída. Eu adoro a Cecília, essa priminha. Ela é um encanto. Cada dia eu gosto mais dela.

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 3: : A Cecília ficava revoltada, porque ela tinha (risos) que ir nas festinhas, nas reuniões dos maridos e das mulheres. Então, ela disse ( ) ficava as mulheres por um lado e os homens por outro. (risos) ### E ela não é esse gênero, e eu também não sou esse gênero de ficar falando de comida, de empregado. E os homens, por sua vez, também num num têm nada de brilhante. Sabe que quer dizer? É a vidinha no interior de uma... Lá, em Uberlândia. Não falei em Franca, não estou falando em Ribeirão. Em Uberlândia continua, apesar da evolução da televisão, de ter facul algumas faculdades, continuam os costumes bem atrasados.

SPEAKER 1: : ### ### Eu nunca cheguei a entrar em Uberlândia, eu passei assim, cheguei a vê-la, mas a caminho ###

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : ### Guardou tudo isso. Acontece que dessas cidades no interior do estado de São Paulo, ãh algumas ãh elas não cresceram apenas. Elas também evoluíram bastante no nos nos costumes. E de todas essas, a que eu mais admiro assim é o ( ) Ribeirão Preto. Ãh Porque Ela ela não é muito conservadora. É claro que sempre tem o caipira, sempre tem aquele negócio, né? ### É, é bem parecido. E e outra também que é mais ou menos isso é Bau

SPEAKER 0: : ru. Bauru não conhe ###

SPEAKER 1: : É, Bauru é menor e é mais provinciana. E Marília, que está adiante de Bauru, éh ela poderia ter chegado mais adiante. Mas houve aquela estagnação mesmo, né? Mas ela poderia ter chegado mais adiante. ### Ou então é uma é uma prefeitura bonita que eles fazem, ou é um fórum diferente, ou é um monumento que eles fazem, uma... ### Isso aqui é horrível mesmo.

SPEAKER 0: : E e e São Paulo? Bom

SPEAKER 1: : Bom, São Paulo... Eu, por exemplo, nasci e sempre morei aqui. Agora, eu concordo com essa maioria, que é uma cidade difícil de se morar. Então, podem perguntar, mas por que você não vai embora? A Aí, então, a gente cai naquele aspecto econômico. Éh Aqui é o centro de tudo. É o centro cultural, é o centro econômico. Ãh Aquele que pretende alcançar uma boa posição ãh profissional em função da posição profissional, uma boa situação financeira, ele vai ter que viver nessa canibalismo, nessa selva, ### Se ele quiser abandonar, é como se ele estivesse antecipando uma aposentadoria dele. Então, ãh al alguns podem se dar ao luxo, realmente, de de ficar viajando o resto da vida, mas esses são são exceções. são aqueles que se têm muito dinheiro então eles podem se dar a esse luxo ou então são aqueles com um com um tipo de temperamento que resolvem realmente abandonar a coisa éh em em termos de de não evoluir, de aceitar digamos um uma vida tranquilinha no interior e acre colocar isso acima de tudo mas acontece que muitas vezes a pessoa se adapta a essa tal selva e aí chega no interior e encontra, não a tranquilidade, mas a rotina. ###

SPEAKER 3: : ###

SPEAKER 1: : ### ### Outro dia, por exemplo, a gente viajou para Franca e achamos uma maravilha, fazenda e tudo, mas eu pergunto, você moraria em Fran em Franca ou na fazenda hoje em dia? ### Quando ficasse mais velho, aí sim, poderia considerar muito bom.

SPEAKER 3: : Eu moraria na fazenda? Na fazenda, hein?

SPEAKER 0: : Não em Franca.

SPEAKER 3: : Casada. Se eu fosse ( ) casada, eu moraria. Porque eu acho que para você morar num lugar assim, você precisa ter um companheiro, uma companhia, entendeu?

SPEAKER 0: : Do contrário, seria de uma ( )

SPEAKER 3: : não conseguiria de jeito nenhum. Por isso. Porque é muito a a educação é muito diferente. É, os nossos hábitos são diferentes. ### Eu num num me adaptaria. De uma forma geral, não me adaptaria. É, eu

SPEAKER 1: : Eu faço uma comparaçã Uma cidade que eu acho, assim, razoável, mas também é muito conservadora, embora esteja a apenas noventa quilômetros de São Paulo, é Campinas. (risos) Uma cidade de seiscentos mil habitantes. Apenas noventa quilômetros de São Paulo. No entanto, eles não têm uma vida noturna, eles não têm um monte de coisa. O sujeito para que mora em Campinas, se quiser assistir um filme bom, ele tem que vir a São Paulo. Se quiser assistir uma peça de teatro, ele tem que vir a São Paulo. De vez em quando, uma outra companhia de teatro vai lá. Mas do modo espaço. Se se tem um show da Maria Bethânia, ela vai lá e fica uma noite só. Então, fica assim de gente no ginásio. Com essa não tem nem um teatro próprio, né? Agora, por tempo, inauguraram um. Eles tinham um um teatro, que é um exemplo daquilo que você falou, da de de eles não conservarem. ( ) ###

SPEAKER 3: : ### Você lembra? Ah, você não lembra. Alunos que devem lembrar. A gente quando nós éramos meninas, Eles destroem, eles derrubam o que é bom e constroem horrores. ###

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 3: : A gente vê isso aqui no Brasil.

SPEAKER 1: : É, é mais no Brasil. Mesmo no em alguns outros países da América Latina, você percebe que eles conservam certas coisas. A A não ser nos lugares onde existem terremotos. ### ### Não são tidas como um simples monumento. Ela ###

SPEAKER 3: : Eu conheci Caraguatatuba. ### ###

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 3: : Então, o papai era advogado da Procuradoria do Patrimônio. E Ele, então, defendia as terras do Estado. E esta zona toda tinha muitas terras briladas. Então, tinha muitas questões. Papai, quando ia para para para lugares que ele tinha que fazer audiências, em que houvesse praia, ele me lrevra ele me levava. Então, eu conheci São Sebastião, Caraguatatuva, Ilha Bela, de uma e Eu com dez anos de idade, mas aquilo está tudo retratado aqui. De uma beleza, de uma beleza, que hoje o Caraguatatuba é um horror, é um verdadeiro horror de feiura. Mas a a época que eu conheci era linda. As casas eram todas coloniais, autênticas. Sem pretensão e Era lindo. ### Gente morando. Ilha Be as São Sebastião. Ilhabela era uma beleza. Toda a colônia alta ( ) O que eu conheci. Quando eu conheci. Depois vão vão fazendo isso. Vão destruindo, né? Eles vão destruindo em vez de construir. A Agora existe, parece uma preocupação. no governo, um pouco tardia, na preservação de monumentos e coisas. E tem, inclusive, em Ubatuba, tem coisa tombada. ### Em em Ilhabela, eu não sei se ( ) se tem. Tinha. ### ### Eu num sei, até hoje, porque não tinha nada. ### não tinha o porto de São Sebastião, não tinha nada disso, a gente atravessava de lancha, não tinha automóvel, não entrava automóvel em Ilha Bela, nada disso. Então era uma beleza, sabe? De E as casas todas coloniais, árvores, essas coisas. ### ###

SPEAKER 0: : É, dessas três cidades do litoral norte, tem a impressão que São Sebastião conservou mais coisas antigas do que

SPEAKER 3: : Caraguatatuba e Ubatuba. ###

SPEAKER 1: : É eu eu eu acho que tem éh razão simplesmente geográfica. Porque a a estrada vai de de São José dos Campos direto para Caraguatatuba. E Ubatuba fica para o norte. É, e existe uma estrada boa para lá. ( ) Enquanto que em São Sebastião também tem uma estrada, mas ela fica mais para o sul, e se houvesse a aquela... já esti se já estivesse pronta aquela estrada éh Rio-Santos, ãh São São Sebastião também já teria passado pela mesma coisa. Então, eu acho que não vai demorar muito para ela também entrar no mesmo jogo.

SPEAKER 3: : ###

SPEAKER 1: : É, então quem sabe...

SPEAKER 3: : Pode ser que ela se ela conserve as características dela, não é? ( ) ### Porque o governo agora está preocupado, os edifícios lá já são tombados. Eu sei porque o sogro da minha irmã tinha escritório, tem escritório lá, ele é engenheiro, em um prédio tombado. Fiquei em um hotel, quando era menina, lá com o papai. ( ) ( ) era em era um era um hotel que hoje é tombado também, esse prédio. Colonial autêntico, com pinturas no teto, umas pinturas horrendas e (risos) des desproporcionais. Sempre tem coqueiro, tem gente, tem coco, mas em desproporções. Você ficava fascinado. ( ) eu tinha uns onze anos e ficava olhando para o teto, fascinada. Cada lugar tinha uma pintura. Era um hotel, quer dizer, um hotel muito modesto, ah mobiliário, a as guarnições, mas o prédio em si, um prédio maravilhoso. Lucia, você falou uma coisa que agora me lembrei outra vez, que quando você ( ) ia para a Ilha Bela, vocês atravessavam de lancha, né? E lá dentro, como é que você circulava? ### Ou de baixo. Eu ia, por exemplo, em determinadas praias, nós alugávamos um barco, nem ia em determinadas praias, porque o outro lado da ilha é muito perigoso. Eu fiz uma volta. Você fez? ### ### Isso eu não conheço essa gente, eu só conheço por jornais, por reportagens. Mas eu fiz a volta a ilha, ma em lancha. Mas nós nos locomovíamos a pé ou de barco. O mar lá é lindo, maravilhoso, a gente enxerga o chão e não tem onda. ( ) ### ### ### Isso eu já mocinha, né mano? Porque eu fui lá mais de uma vez, muitas vezes. E Mas era muito bonito, era lindo. Não tinha ainda o... ###

SPEAKER 1: : ### Tem uma estrada, por exemplo, que eles estão construindo, né? A Atravessando a ilha ali. Isso, cada estrada que eles constroem, eles vão acabando com a vegetação. ( ) Ao lado, vão construindo um monte de coisa também. Então, se não dá mais dez anos, aquilo virou uma espécie de capre também, né? E

SPEAKER 3: : Eu achei parecido. A última vez que eu estive em Ilha Bela, Eu eu fiquei encantada. Eu não havia ido a num ia lá há muitos anos. Muitos Não ia, digamos, há quinze anos. E a última vez que eu fui, eu achei parecido com com Ca

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 3: : ### mudanças, sabe? Assim, incríveis, da da última vez que eu estive lá, que não tinha nada disso, não tinha, não tinha, era só natu natureza. ( ) Mas, assim, mesmo eu acho que Ilha Bela é a que está ainda mais preservada dessas dessa região. A que você atribui? A dificuldade que deve ser para construção.

SPEAKER 1: : ### ### É o caso do ( ) Guarujá, se bem que o Guarujá Eu não tenho a constru não tivesse construções coloniais e nada, mas a Grafinada ficava lá à vontade. ### ### Então, se se construísse uma ponte, ou então se tivesse uma linha de barcos, assim, mais regular, né? Éh Acabaria de uma vez Ilha Bela.

SPEAKER 3: : Sabe o que eu acho engraçado? Eu não sei se você já observou isso. É o tio Smark não tem nada de esnobe, que você sabe que não é. É um homem profundamente bom, desvinculado. É claro que gosta de conforto, de beleza, porque todo mundo gosta de conforto e da beleza. ### O Ismael não é absolutamente preocupado com nada disso. No entanto, o Ismael emprega uma expressão e ele fica chateado. E o ( ) também fica. ### ### A o na enseada, onde tem o Casa Grande e o Delfim. Nós ficamos ali, que é lindo ali, tem pouca gente. ### Não, paliteiro. Ele chama o paliteiro, que é um paliteiro, porque num tem... Você tem que escolher o lugar para andar. A Agora... Então, você veja bem a minha observação. Eu acho até meio mal da gen porque eles poluem a a cidade e a praia. Porque a praia, com com a piaçaguera, o pessoal mais modesto, digamos, de de de de vida mais modesta, é engraçado isso, eu observo no Rio, observo aqui, eles procuram a as praias da moda. ### Então, eles estão indo agora para o Guarujá. Agora, seja muito mais fácil você tomar banho em Santos ou São Vicente. ### Muito mais fácil. Porque para você ir a Pensa ( ) não é uma estrada boa. Não é gostosa, é estreita. Não é? Para você ir pe pe por balsa também é uma chatice. Porque demora, e enfim. Mas eles vão. ### E e largam sujeiras na praia. Papel. ossos de galinha, copinhos, você entendeu? Agora é engraçado isso, no Rio é a mesma coisa. O pessoal do Rio da Zona Norte vinha para Copacabana. ( ) ###

SPEAKER 0: : ### Eles também estão indo para Barra. (risos) É engraçado isso, né? (risos) Não é engraça

SPEAKER 3: : ### É modismo? ###

SPEAKER 1: : É... Eu acho que é explicado pela... pela... pela ambição... ambição de de subir de classe. ### O rico pretende ficar sozinho. ( ) pre pretende ficar ali entre eles, né? Éh Meio enclausurado, éh achando que o mais pobre tem menos cultura, quando muit muitas vezes éh ocorre o contrário. Mas acontece que o pobre, Que é se promover, ele ele ele quer se sentir num num ambiente melhor. E a í então ele vai a atrás mesmo do do daqueles locais onde ficam os filhos. ( )

SPEAKER 3: : Os locais elegantes, é engraçado, né? Eles, ou elegantes, ou por outra. ( ) ### ### ###

SPEAKER 0: : É engraçado isso. Vai mudando. Você vai mudando, vai mudando os locais. Isso que eu contei, que eu falei, agora que eu observo no livro, que eu acho engraçado, sabe? ( ) Isso acontece com o sistema de comércio também, não acontece? ###

SPEAKER 1: : Também.

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : ### ### ### E antes era... A ( ) Itapetininga era o tal lugar chique, né? Éh Mesmo a Rua Direita.

SPEAKER 0: : ### ###

SPEAKER 3: : No meu tempo de menina, você não pegou. Mas quando eu era menina, mocinha, depois tinha o Shopper, tinha o MAP, tinha a Casa Alemã, tinha... Todas essas lojas de tecidos que hoje estão na Augusta ( ) Tecelagem francesa, era tudo na Rua Direita. ( )

SPEAKER 0: : ão Fabrio, todas as lojas elegantes eram na Rua Direita.

SPEAKER 3: : Depois passou para Barão Itapetininga.

SPEAKER 0: : E da Barão passou para Rua Augusta.

SPEAKER 1: : ### É assim como agora está está indo para o para o outro Shopping Center. ###

SPEAKER 0: : Você já foi ao Shopping Center ver?

SPEAKER 1: : Não, eu só passei lá perto.

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : ### Vocês andaram? ### Eu não andei também. ( ) ###

SPEAKER 3: : Mas ele não me leva para lugar nenhum. (risos) Nem por curiosidade eu não andei. Eu podia dar uma volta ( ) ( )

SPEAKER 1: : ### Esse metrô é bom. É q ### É, tem gente que ( ).