Inquérito SP_D2_362

SPEAKER 3: : Nair, como é que você faz seus pagamentos? Através de cheques? É, bom, nem sempre. (riso) Eh Mas eu eu acho que a forma mais fácil hoje em dia de se fazer pagamento é através de cheques, porque com o preço que as coisas estão, não se pode carregar muito dinheiro. Dinheiro assim, na proporção exata. Aham.

SPEAKER 1: : () também.

SPEAKER 2: : A gente, na qualidade de funcionário público, você sabe que as disponibilidades já são bem resumidas. Aham. Mas eu também faço os meus pagamentos através de cheques. E você, Maria?

SPEAKER 0: : Também, da mesma forma, faço os pagamentos através de cheques. ()

SPEAKER 1: : E cartão? () cartão de crédito? Olha, assim, eu tenho

SPEAKER 3: : Tenho uns três cartões, mas não uso nenhum porque eu esqueço sempre (riso). Eu esqueço sem deixo sempre em casa os cartõ A forma mesmo é é cheque mesmo, a forma principal.

SPEAKER 2: : O cartão de crédito é realmente uma forma bem facilitada, mas ainda dentro daquela tese que também é resumida a diversas pessoas, né a diferentes pessoas, eu também disponho de cartão de crédito, mas com uma cota também bem limitada.

SPEAKER 0: : Eu uso muito o cartão de crédito da Cias, porque é fácil, eu chego lá, mando colocar na conta e depois vou ver como é que vem a fatura. Mas facilita numa compra assim de imprevisto, De uma hora eu vou a Sias rapidamente, com o cartão de crédito que eu tenho, ãh faço qualquer compra na Sias.

SPEAKER 1: : Vocês acham o funcionamento desse cartão é semelhante a um qualquer desse qualquer do outro tipo de cartão, por exemplo? Não, porque

SPEAKER 0: : Não, é bem mais popular. Não, porque o cartão de crédito da Sias eu só posso usar na Sias. O outro cartão ELO, qualquer outro tipo de cartão, eu posso fazer compra em qualquer loja comercial. E ãh Na Sias eu tenho um teto, para fazer a compra. Não sei como é que funcionam os outros cartões, eu não sei como funcionam.

SPEAKER 3: : Mas na Sias... Realmente realmente eu não gosto, realmente, realmente eu não gosto do do tipo de... desse tipo de uso do cartão de crédito, não gosto.

SPEAKER 2: : Há um limite, Nair, você que pode informar melhor.

SPEAKER 3: : Ah, sim, há um limite. Há um limite, sempre e. E isso é dado quando vo quando a pessoa faz o cartão. Certo. E é fundamentado em que esse limite? Ah eh É cadastro, né? E isso () Isso, como nunca foi feito por mim, sempre foi feito pelo Joanin, (riso) que ele disse, eu não sei muito bem como é que funciona.

SPEAKER 2: : Dá a você um limite, não?

SPEAKER 3: : Não, ele não dá o limite, porque ele sabe que eu não uso. (riso) Ultrapassa sempre, né? Ah deve Deveria ultrapassar se eu usasse o cartão de crédito, (riso) deveria ultrapassar sempre. Eu não tenho muito limite, não tenho muita consciência, não é que eu não tenho consciência, eu tenho bastante consciência do valor do dinheiro, mas acontece que eu não Eu não sei, eu não me atenho muito a vou gastar tanto ou vou gastar tanto, sabe? Para mim, eu posso gastar tanto um cruzeiro como cem cruzeiros. Eu acho que se a coisa vale a pena, para mim, é suficiente, entende? (riso) Quer dizer, eu sei que isso, eh eu estou dizendo, mas há pessoas que não podem usar do mesmo critério. Mas, ãh não sei, eu não não não dou muito valor ao dinheiro. Esse essa é, de

SPEAKER 0: : fato, a questão. Você se inclui, então, na sociedade de consumo?

SPEAKER 1: : Lógico, eu (riso) Regina, como é feito aqui o pagamento dos funcionários? É

SPEAKER 2: : É por folha, é a Prefeitura mesmo quem paga. Nós temos uma folha de pagamento, somos obrigados a registrar todos os funcionários que trabalham aqui. Não podemos fazer assim nenhuma contratação por conta própria e segue toda uma norma do funcionalismo. Eles são pagos através de folha da da do Departamento Municipal de Ensino. O dinheiro vem para cá? Não. Através de banco? Apenas os olerites, apenas os cheques, só os cheques. Me conta o que é holerite, eu sempre () tenho vontade de saber. Hole lerite é um cheque pró próprio da da prefeitura que que vem mensalmente em nome da do funcionário e só ele ou com procuração tem direito a receber.

SPEAKER 0: : Esse aqui é o holerite que eles pedem quando nós vamos abrir um crédito qualquer. A firma comercial pede esse holerite. Esse aí é o canhoto do cheque.

SPEAKER 2: : Quando você se identifica como funcionário, uma das primeiras ãh um dos primeiros documentos que eles solicitam é o holerite, para ver se realmente você eh faz parte desse padrão de vencimento que você está dizendo que ganha, se você é realmente funcionária pública, se você é uma funcionária efetiva, de quanto tempo de casa, então é uma espécie de uma identificação do funcionário. Quando você se refere ah ah em alguma firma, que você quando você diz que você é funcionário, ãh um dos primeiros documentos que ele pede, a carteira de funcionaria, e o holerite, para constatação de vencimento. ()

SPEAKER 3: : A pergunta que eu fiz se o dinheiro vinha para cá é justamente (riso) pe eh pela questão de todas essas de todas essas notícias que a gente ouve ou lê a respeito de assaltos. Suponho que na indústria também o pagamento não é mais feito ah com dinheiro, é feito através de cheques. Porque você vocês lembram, né? Da onda de assaltos a carros pagadores, a carros que levavam dinheiro de banco, né?

SPEAKER 0: : Mas mesmo assim, a semana passada uh no rádio saiu o comentário de um empresário aí que não solicitou a segurança e houve o assalto no dia do pagamento do carro que foi buscar o pagamento e o pagamento de todos os funcionários foi perdido.

SPEAKER 3: : Sim, mas justa mas é justamente por isso que não entra mais o dinheiro na firma.

SPEAKER 2: : Não, o nosso sistema é bem mais prático, O fato dos cheques virem para cá não há condição de de serem roubados porque ele tem que conter a assinatura do funcionário para poder re para poder receber uhum e a e além do mais ãh o funcionário deve apresentar a sua identidade ou seu SIC no ato do recebimento do holerite. Isto vem para cá para a unidade e a unidade di ãh distribui aos funcionários e nós temos bancos com os quais nós já trabalhamos e o funcionário então vai ao banco receber o seu holeri e já está cadastrado no banco, ele só apresenta sua identificação. Então, mesmo que esse cheque seja ãh extraviado, roubado, ou desapareceu, ou qualquer coisa nesse sentido, não há condição de um terceiro receber. Eh eh eh eh

SPEAKER 0: : Nessa nessa nessa parte nós estamos... Mas mesmo assim tem ocorrido casos de pessoas que ao rece retirarem o pagamento no banco, ãh são assaltadas na calçada, Frente do banco. Bom, depois de ter recebido. Né? Pessoas desavisadas.

SPEAKER 2: : É, porque eles já sabem mais ou menos as datas em que o funcionário recebe, então este risco corre. Mas normalmente a gente já deposita em conta no próprio banco, nem manuseia dinheiro não. Vocês já, algum de vocês já sofreu assalto?

SPEAKER 3: : Eu não. (riso) Eu

SPEAKER 2: : Eu também, graças a Deus não, porque eu tenho a impressão que se sofrer vai ser o primeiro e o último, de susto.

SPEAKER 0: : Morro de susto.

SPEAKER 3: : (riso) Quem sofreu o assalto foi o meu motorista. Mas eu não eu não estava no carro, não. Ele estava próximo ao colégio, onde ele ia buscar a Janice, minha filha menor né, e ele estava fora do carro. Quando Aliás, não foi assalto assim de dinheiro, mas foi roubo de carro né. E quando ele foi entrar no carro, ele pôs a chave no contato, uma pessoa apareceu ao lado dele, pôs o revólver na cabeça e disse, isso é um assalto, você saia do carro. Mas ele loucamente né, porque ele é meio (riso) lo Quando ele foi abrir a porta, ele abriu com toda a violência e derrubou a pessoa no chão. Ele não percebeu que do outro lado vinha vindo um outro. Quer dizer, ele correu um perigo muito grande né. Mas nesse rolo, nessa briga, ele conseguiu desarmar uh uh aquele que o tinha que tinha apontado o revólver né eh e e. E o outro fugiu. fugiu, mas fugiu, ãh aliás, não fugiu, ele deu a volta e entrou no carro e levou o carro, e depois deu umas voltas, bom, isso deu um caso tremendo, saiu no jornal, porque depois nós chamamos a Rupa, naquele tempo era Rupa, né? E a Rupa perseguiu o carro, conseguiu encontrar lá na Avenida Marina, Mari na? Não é Marina? Santa Marina? Santa Marina, é. () Não, não é não, então eu creio que eu estou enganada no nome. Bom, conseguiram encontrar numa avenida e perseguiram o carro, quer dizer, Os assaltantes, bom, o carro está ficou de vidro partido, atiraram contra os policiais, aquela aquela  coisa mesmo de de de filmes. (riso) Mas ah ah o carro dos assaltantes, né que no caso era o meu, fez um cavalo de pau para virar né, e a polícia quis fazer o mesmo, a Rupa quis fazer o mesmo para persegui-los. E e nesse cavalo de pau, uh uh um dos dos dos policiais que ia sentado na frente, eles bateram contra uma árvore, e um dos polici o policial que ia sentado na frente, ao lado do motorista, enfiou a baioneta no peito e morreu. Bom, disto resultou que os policiais ficaram de uma maneira, assim, ficaram alucinados com o caso. O rapaz de vinte e dois anos que tinha acabado de se casar morreu dessa forma, quer dizer, Para mim também foi angustiante, mas eu não podia deixar de comunicar o assalto, né? O roubo do carro. Mas eu fiquei tão angustiada com isso, entende? Mas pegaram os dois. Pegaram os dois, mataram os dois. Isso que é o principal. Reagiram, né? Porque Porque houve este caso, mas eles fizeram de tudo. Encontraram um, encontraram outro, mataram os dois. Quer dizer, eu tive assim, é meio indireto né o assalto, mas não foi nada direto. Graças a Deus, não.

SPEAKER 1: : Você tem alguma coisa a contar a respeito de assalto?

SPEAKER 2: : Não, a respeito de assalto, não não. Graças a Deus, nem comigo, nem com ninguém de casa, não nunca conse nunca aconteceu nada. Você tem algu

SPEAKER 0: : ma? Não, felizmente, não. O senhor

SPEAKER 1: : O relacionamento de vocês com o pessoal que banco, só só se dá assim em nível de caixa ou como é?

SPEAKER 2: : Sim, praticamente comigo, pelo menos, em termos funcionais, ãh nós temos aqui a nossa associação de pais e mestres, nós temos assim conta bancária em nome dessa associação, temos conta bancária em nome do próprio instituto e em nosso nome próprio né. É uma coisa bem comercial, mas mas ãh mas presa a serviço propriamente dito né. Bom, o nosso servi uh serviços

SPEAKER 3: : Eu não, porque não lido com bancos, mas a indústria tem um trabalha demais com bancos né, e com vários bancos de São Paulo, trabalha demais, porque você sabe, a indústria, infelizmente, depende muito de empréstimos de banco, porque justamente a nossa indústria... É pena que o industrial não esteja aqui presente para contar para a gente como é que estão as operações bancárias em termos industriais. Olha

SPEAKER 2: : Mas... Estão mais abertas? Estão limitadas como é que elas estão né?

SPEAKER 3: : Estão bastante limitadas. E e depois você sabe que a nossa indústria trabalha com com equi com equipamento, com máquinas muito pesadas e muito caras. Quer dizer, que cada vez que surge uma novidade no estrangeiro, que nós temos que mandar para lá, justamente também essa lei dos doze mil nos prejudicou também um pouco. Cada vez que a gente tem que mandar o representante para o estrangeiro para ver como é o funcionamento de uma máquina nova, isso já acarreta uma despesa enorme. Depois, para para importar a máquina, são coisas monstruosas, capitais monstruosos, porque é uma indústria pesada. E toda hora está surgindo novidade. Então, você vê que é uma luta contínua. e meu marido já está cansado disso também, porque faz apenas cinquenta e dois anos que ele trabalha na indústria.

SPEAKER 2: : Se o seu marido, que está com os teares ligados lá, faturando, faturando, está cansado, agora você me diga como é que estão as pequenas empresas. O senhor poderia me dizer como é que estão as pequenas empresas.

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : A minha atividade não tem nada a ver com a parte comercial. De maneira que eu não tenho a menor ideia de como a empresa de pequeno porte vive em relação ao crédito bancário. () está muito ligada à parte humanitária da (). É, eu Eu lido com... E ele se prende muito e o valor dele () ah... É, eu lido com a educação da criança surda às vinte e quatro horas do dia. De maneira que não tenho a menor ideia de como está o problema da da pequena empresa, da média empresa em relação ao crédito bancário. (riso) Devem estar. Deve estar porque a época é de compressão, né? É. (riso)

SPEAKER 1: : Todos, né? É. Para todo mundo. Escu ta, gente. E você s já

SPEAKER 3: :  precisaram de um ãh assim de um empréstimo?

SPEAKER 2: : Sempre. A gente está sempre precisando. Mas Nó eu, pelo menos, particularmente, tenho me socorrido do do nosso Montepio Municipal. que a Prefeitura dispõe de uma entidade que é o Montepio Municipal onde nós regularmente depo ãh somos descontados uma quantia xis como funcionários e toda vez que a gente necessita de uma compra extraordinária ou de uma despesa extraordinária tem possibilidade de se socorrer deste Montepio Mu Quer dizer, nós, com as nossas limitações de funcionário, né de classe de nível médio e tal, não podemos, assim, pensar em grandes empréstimos bancários. Mas nos socorremos daquilo que nós podemos né porque é um. (riso)

SPEAKER 3: : Eu me lembrei agora de uma coisa muito engraçada. Quando eu fui fazer a pós-graduação, a professora, a entrevistadora, (riso) perguntou ãh se eu dispunha de tempo integral para fazer pós-graduação. Eu disse que sim, que eu dispunha de tempo integral. Ela, então, perguntou, Então, qual a sua fonte de subsistência? Eu, muito simplesmente, disse ela, meu marido. (riso) (riso) No fim, acabamos rindo, mas era verdade. (riso) É um emprego vitalício, né.

SPEAKER 1: : Pois é, e é bem conveniente, né? (riso) () É, mesmo.

SPEAKER 3: : Não, mas eu fiquei preocupada depois que eu dei essa resposta, porque eu não sei se eles preferem uma pessoa que possa, suponhamos, acompanhar o ritmo, e ou se preferem uma pessoa que que esteja mais necessitada de fazer essa pós-graduação. Pelo que eu ouvi falar, eu estou em dúvida agora.

SPEAKER 2: : Uma coisa não tem a ver nada com a outra. Não é porque se você tem vontade, quer se dedicar a isso, pelo simples fato de você ter um emprego vitalício, não tem nada a ver uma coisa com outra. É a minha opinião. Não, olha, Regina, eu eu acho... Também com esses argumentos que você está dando, se não sei se eles preferem alguém que tenha maior vivência, ou maior experiência de vida, ou que trabalhe, ou isso, aquilo. Não, eu acho que os interesses são são os

SPEAKER 3: :  mesmos. Não, Regina, eu acho o seguinte, suponhamos, eu não visando nada monetariamente, eu acho que então eles podem perceber que eu estou fazendo isso por um idealismo. E talvez eu faça com muito mais, ãh com muito mais com muito mais vontade, com porque é por desejo, por vontade, e não por uma coisa que eu sou empurrada. Às vezes, muitas pessoas fazem porque são empurradas e precisam de um posto maior para ganhar mais e tudo isso. Quer dizer, eu não. Está espontaneamente. Eu estou espontaneamente, eu não estou visando, eu não estou visando, eu não estou visando, assim, re remuneração nenhuma. É. Eu estou visando apenas ãh aprender e entregar, se puder, é aquilo que eu aprendi. Quer dizer, então, eu não sei qual é o pensamento deles, Não sei até que ponto eles consideram isto, né. É, mesmo

SPEAKER 2: : Mesmo em termos de reciclagem de cultura de um maior nível ainda você encontra muita gente indefinida você encontra muita gente que não sabe ainda dizer o porquê da coisa. Está lá porque aconteceu que teve uma oportunidade porque ouviu falar em cursos de reciclagem ou porque pensa em fazer um aperfeiçoamento em melhorar a sua condição de vida quer dizer. Provavelmente existem. Existem pessoas que fazem porque sentem naquilo um um mérito próprio. Existem pessoas que fazem por necessidade. Exi stem pessoas que fazem por idealismo. Quer dizer, aí ãh ãh as opiniões são as mais divergentes possíveis, né? Mas a realidade é que eu acho que não pode implicar numa coisa como essa que você está dizendo. Não sei se eles pensam que eu estou lá por isso ou por aquilo. Você simplesmente está lá. Agora, se você tem um emprego vitalício, o problema é seu. Ninguém tem nada que avaliar por esse aspecto. Mas eu acho

SPEAKER 3: : Num curso de pós-graduação exige exige quase que tempo integral. Pois é, é o que eles perguntam, se você tem tempo integral. E é a grande dificuldade de muita g Mas justamente, quem trabalha quem trabalha não pode ter tempo integral para se dedicar ao estudo. Então, eu chego à conclusão de que se essa pergunta é uma pergunta muito importante na pós na na entrevista de pós-graduação, talvez pese muito você ter tempo integral para fa

SPEAKER 2: : zer. Não está tentando muito para esse aspecto de de desses cursos de pós-graduação. Não sei se vocês têm lido. nos jornais. Eu tenho, eu lido qualquer coisa nesse sentido e estão querendo acabar com muitos cursos de mestrado e pós-graduação feitos aí através de uma série de faculdades e que não sei se dizem alguma coisa, porque eu não fiz, não conheço. Tenho aqui muitas professoras que fazem, inclusive as nossas psicólogas estão constantemente nesses cursos de de pós-graduação e mestrado e tudo mais. Mas eu tenho ouvido algumas críticas a respeito. Você poderia me dizer fundamentado em que? Por que isto? O q ue que eles estão achando a respeito? Vocês que são lá da USP. Bom, exis ###

SPEAKER 3: : os e cursos, né Elze? É, eu acho que existem

SPEAKER 1: : Exatamente, cursos e cursos. Eu acho que po de ter se. Eles podem estar criticando cursos de baixo nível, hum Agora, um dos grandes problemas que a Nair a Nair a Nair levantou, que é o tempo, é muito importante, porque pós-graduação deve ser entendido como pesquisa, trabalho de pesquisa.

SPEAKER 3: : Então, o que deveria haver eram bolsas, o governo deveria dar, fornecer bolsas para o professor, por exemplo, nós do departamento de letras letras parar de ### ### É, mas às vezes nunca consegue, não é que eles não consigam, eu não sei, o pessoal sempre quer dar mais aula, dar mais aula, porque precisa viver, porque tem família para criar, porque tem um carro para comprar, não sei o que lá, então, e o curso vai ficando, então o professor pede, olha, você precisa fazer esses cursos, para os créditos, vai e o pessoal não faz. Elza, justamente, é nisso que a gente vê, cursos de mestrado e pós e e de e de doutora e de doutoramento, que leva uns seis, sete, oito anos, quando o curso de mestrado é três anos e o curso de doutoramento é quatro anos, se você dispuser de tempo integral para fazer o curso nesse período e depois defender uma tese, mas você vê aí cursos que se arrastam por sete, oito anos e a pessoa fazendo e não de ainda não defendeu tese. A gente a gen te conhe eu conheço casos lá dentro da USP mesmo, quer dizer, então eu não sei, isso talvez deveria pesar, mas ao mesmo tempo eu não eu fico assim meio aflita com isto, Porque a outra pessoa que estaria lá não dispondo de tempo integral, talvez necessitasse mais do que eu daquele cargo, daque daquele lugar. Ou talvez e eu eu podendo estudar... Não, vários vários pensamentos me assaltam. Ou talvez eu podendo me me me dedicar mais, talvez eu pudesse amanhã fornecer uma coisa melhor para outras pessoas. Quer dizer, existem os prós e os contras. E isso me aflige, às vezes me aflige, às vezes me alegra, entende? Logo que eu entrei na USP, eu tive todos esses pensamentos também, porque eu fiz concurso e entrei na primeira vez, no primeiro no primeiro vestibular que eu prestei, não fiz nem nem cursinho, eu entrei direto do i á dê para lá né. Mas, logo depois, eu fiquei assim meia preocupada sabe, pensando, eu estou aqui no lugar de alguém que talvez precise fazer esse curso na USP, eh quer dizer, porque não se paga né, eu poderia fazer na PUC, poderia fazer em outro lugar qualquer. mas depois também eu eu ficava pensando, mas isso aqui é por concurso, meu Deus do céu, quem entrou, entrou, e mas minha eu sempre tive mais ou me esse pensamento, sabe, Elza, isso sempre me atormentou um pouquinho, sabe?

SPEAKER 0: : Um outro problema muito grave que está havendo é essa proliferação de faculdades, principalmente de pedagogia, e aí agora mesmo nós temos a faculdade paulistana do Colégio Madre Cabrini, o jornal de ontem, ou antiontem, comen comentando irregularidade no curso, então o curso vai ser fechado, parece que o curso de letras, mais um outros cursos, e os alunos serão os prejudicados. Eu acho que o governo tem a obrigação, nesse caso, de antes da faculdade colocar um curso em funcionamento, fazer fazer todas as exigências e fe e fiscalizar para que o estudante não seja prejudicado. Então eu faço um curso de três, quatro anos, depois o governo ãh pilha essa faculdade em alguma falta, alguma falha, fecha a faculdade ou corta e o funcionamento desse curso, e o estudante é prejudicado, aquele tempo todo que ele passou lá estudando é perdido, ele vai começar de novo em outra faculdade, ele desiste, ele ele se desencanta com a cultura. () Várias faculdades estão nesse sentido, e fora outras que conseguem funcionar ãh ãh a contento, mas nós ficamos com o nosso diploma para ser reconhecido, para ser registrado, quatro, cinco, seis anos às vezes. Quando deveria ser uma coisa automática, eu terminei o meu curso na faculdade, no próximo exercício eu devo ter esse diploma registrado na UP na USP e uh e no Ministério da Educação, porque o registro em São Paulo é feito na USP, não é mas o registro para o exercício da profissão tem que ir para o Ministério da Educação. Mas se o Ministério da Educação não reconhece a faculdade, ela ainda não está oficialmente legalizada, o estudante fica perdendo tempo. Ele não pode uti utilizar desse documento que vai habilitá-lo ao exercício da profissão.

SPEAKER 3: : Mas é isso, Mário. Aliá A falta de consciência, eu acho, por parte dos professores, que eu acho que deveria haver muito. Não só a parte dos professores, como diretores, todo mundo. Eu acho que há uma falta de consciência no ensino que vem prejudicando a educação. Não se pode culpar só o governo. () Não se pode culpar só o governo. Porque, suponhamos, eu já fui eu já fui convidada várias vezes para ser professora, eu nunca quis ser professora. Eu digo, não, eu quero adquirir um conhecimento maior, porque na hora que eu for transmitir, eu vou transmitir com absoluta segurança aquilo que eu sei ou aquilo que eu aprendi. Agora não. Você vê pessoas que não têm a mínima condição de dar aula e se se arvoram em professores e em diretores, e abrem escolas, então nós temos um baixo nível. Agora, talvez a gente possa culpar, o talvez, o governo por por uma falta de fiscalização, apenas. Ele deveria fiscalizar melhor. Mas eu acho que a falta de consciência das pessoas, das próprias pessoas, está prejudicando o estudante desde nível primário até a faculdade, eu acho.

SPEAKER 0: : Mas desde que há essa competição de mercado de trabalho como existe, o governo tem que estar atento para isso. Quer dizer, o medíocre, o incapaz, o incompetente, ele vai ser. apresentar para dar aulas. Ele quer é ganhar o dinheiro dele no fim do mês. Ele não está aí, a essa altura, eh fazendo, estabelecendo parâmetros de como está a cultura dele, como está a capacidade de desenvolver o processo ensino-aprendizagem. Ele quer ter um meio de de de subsistência própria. Então, o governo é que tem que estar atento a isso, porque ele é que autoriza o funcionamento da faculdade. Se, em última análise, essa responsabilidade vai caber a ele, que ele seja, por primeiro, o responsável. Não permita o funcionamento dessa forma. Porque o grande prejudicado é o estudante. A faculdade arrecadou, o professor recebeu, e o estudante pagou e não recebe o seu diploma. Isso traz um desencanto. Cria-se assim uma onda de desestímulo ao à cultura, ao estudo. Se bem

SPEAKER 3: : Se bem, Mário, que ãh há agora muito mais eh, uma proporção muito maior de exigências ãh por parte de formação de professores. A Elza sabe disso, que nós estamos fazendo o curso (riso) lá na educação. E há uma uma exigência muito grande para a formação de professores. É, quer dizer, não não não é Ah eles não não não aceitam assim o professor de qualquer qualquer maneira, principalmente nessa parte professor do estado né. Agora, professor particular, eu não sei como é que andam os colégios particulares, pode ser que haja muita coisa por aí que a gente não conheça, né, Regina?

SPEAKER 0: : Oh se existe. E daí daí eh há um ditado muito antigo que diz que de médico e louco todos nós temos um pouco. Mas ah ah o ditado tem que se modi modificar um pouquinho. É de professor e louco todos nós temos um pouco. Não, todo mun Porque nenhum professor se apresenta numa faculdade de medicina, por exemplo, para dar aula para médicos, a menos que ele seja um especialista naquela matéria. Mas se nós encontrarmos um engenheiro, um advogado, um médico, que entenda de alguma coisa dentro da área de educação, ele vai lá fazer a palestra, vai dar aulas, e, no entanto, ele não tem didática, que é um dos elementos mais sérios no currículo, é a didática do professor. E isso não é levado em consideração, apenas a experiência que o indivíduo tenha numa atividade profissional. Esse é outro também, para mim, um dos grandes fatores de de des desacerto no currículo de uma faculdade.

SPEAKER 3: : Olha, eu acho que todo mundo devia ler esse livro. Professores para quê? De Georges Gus Gusdorf. Eu estou sem óculos, não consigo ler a. É Martins? É Martins É da editora Martins Fontes. Esse livro é maravilhoso. Diz tudo o que um mestre deveria ser. Esse livro me emocionou do começo ao fim. Diz tudo o que um mestre deveria ser. Tudo o que ele deveria fazer. Tudo o que tudo o que beneficiaria o aluno. Porque o ensino não é realmente só transmitir transmitir conhecimentos. O ensino é formar pessoas. Então, esse livro, olha, todo professor, e mesmo quem não é professor, deveria ler esse livro. Eu faço propaganda dele porque ele me emocionou deveras. (riso) Eu acho que resolveria, não sei se se tal lendo com consciência, assim com com bastante atençã Eu acho que muita gente desistiria de ser professor, viu?

SPEAKER 0: : Se não conscientizar o professores para quê? Daqui a pouco vamos fazer outra pergunta. Escolas para quê?

SPEAKER 3: : É, e vamos seguir nisso.

SPEAKER 0: : É. Porque ah o âmago da da educação está na mão do professor.

SPEAKER 3: : É, porque não adianta você ter, suponhamos ãh... Você não pode prescindir do professor. Nunca. Nem que apareçam as máquinas de ensinar, você não vai possi poder prescindir do professor. Porque o professor é o guia. É o guia que vai te abrir caminhos. Vai te abrir horizontes. Quer dizer, então ele te mostra os caminhos e e você nunca vai vai poder prescindir dele. Mas

SPEAKER 2: : Você reparou... Como pessoa, Como humano. Você reparou uma coisa, Nair? Quando se fala em educação, e nós agora estávamos conversando a respeito desse projeto de estruturação aqui do Instituto Surdos, e projeto esse que nós vimos trabalhando há alguns anos e você sabe disso, mas toda vez que a gente pensa em montar alguma coisa em termos de educação, as últimas pessoas a serem ouvidas são aquelas que trabalham diretamente com a causa. Isso está acontecendo conosco. Então agora... Só os teóricos,  né? É. É. Então agora o que acontece? () Nós estamos, nós estamos com esse projeto na Câmara para ser aprovado, eivado de erros porque a forma de provimento, os cargos criados não não atendem as nossas necessidades. E stamos tentando corrigir junto aos vereadores, pedindo que apresentem emendas, pedindo que conversem com o prefeito para ver se se conseguimos que a coisa saia a contento. E uma das colocações que eles fizeram em termos de provimento para o professor de deficiente auditivo é a habilitação específica, é claro, em termos, em nível de faculdade, faculdade de educação, pedagogia. Nós aqui temos, por exemplo, um uns trinta professores, sendo que desses trinta, uns quatro estão formados em faculdade de educação. Os outros ãh fizeram seus cursos de nível médio através dos institutos de educação, Caetano de Campos e Padre Anchieta. Muito bem. Mas esses essas professoras já estão convivendo conosco há oito, dez anos, dando aulas, vivendo, estão ali no campo de batalha, conhecendo o que é uma criança surda. Este provimento ãh de uma professora que saia de uma faculdade de educação para, em continente, assumir a regência de uma classe, não nos diz nada, porque toda esta experiência, toda esta vivência, toda esta formação que é feita aqui dentro, nós não podemos desprezar de forma nenhuma. E vocês não podem fazer ideia o o que nós temos nos empenhado para tentar comprovar esta necessidade, que nós queremos fugir desta palavra estágio, porque não é bem a palavra estágio que diz aquilo que nós estamos querendo. Nós queremos aproveitar toda esta gama de experiências que essas moças já trazem, toda esta vivência de sala de aula, todo este amor, todo este carinho para poder lidar ãh com o deficiente auditivo ãh. Moças que estejam emocionalmente preparadas para a coisa, porque a experiência tem nos mostrado isso. Às vezes você admite um professor aqui na unidade, mas ele não, não só o fato da vivência, da experiência, ele não está preparado emocionalmente, para cuidar de um problema como este, que que é tão sério. Não sei se você conhece bem esta parte de ensino a deficientes, que agora está começando vir à tona, porque sempre foi descurado né. Mas nós temos passado por essa experiência. Então, para você ver como existem realmente certas características individuais que precisam ser atentadas né. ()

SPEAKER 3: : Olha essa frase. A pedagogia serve para justificar os pedagogos. É uma máquina que roda no vazio. e que até roda melhor no vazio pela simples razão de que nunca encontra dificuldades reais. É tudo o que você acabou de falar. A experiência, quer dizer, é lógico que precisa haver um conhecimento, um curso para você se preparar para isso, mas o que vai valer depois no fim é essa experiência, esse contato direto, essa realidade que a pro que o professor  enfrenta, n

SPEAKER 2: : é? É, é exatamente isso. Por isso que esse livro aqui, qualquer coisa me arrepia viu.

SPEAKER 1: : ### Nair, você que estava fazendo falando de obras literárias, você se lembra de alguma obra assim que trate desse problema, por exemplo, do ãh da mudança de comportamento do indivíduo por causa do dinheiro? Ah

SPEAKER 3: : Perfeitamente, Senhora, de José de Alencar. (riso) Ela compra um marido. (riso) Ora, aí está aí está ah ah uh uh maior prova do valor do dinheiro naquele momento da sociedade, e depois foi aumentando, né Mas ah a senhora de José de Alencar ãh trata exatamente disso né, o poder do dinheiro. Porque ela você sabe o poder era tanto que ela comprou o marido né, era um objeto. Quer dizer, tudo mais se tornava um objeto diante do dinheiro né. E nós estamos caminhando cada vez mais para isso, e desde aquela época caminhamos sempre, progressivamente, para para nos tornarmos, nós todos, objetos, mercadoria né. Eu penso assim, pelo menos, não sei. A gente deseja fugir, às vezes, do esquema, mas a gente vive dentro do esquema e acaba se tornando ãh uma parte do esquema. Né? Você não pode fugir totalmente. A gente pode fugir, suponhamos, como pessoas que têm ideais, que se colocam acima um pouco, através dos seus ideais, através das coisas às quais eles se dedicam. Mas você está vive dentro dessa sociedade assim formada e você não pode fugir totalmente ao esquema. Mas, senhora, eu acho que é um exemplo bastante elucidativo.

SPEAKER 0: : Assim, de pronto, de impro viso, não não tenho... Tem assim, sua vivência, ãh por exemplo? Não, a minha vivência eh É esdrúxula, porque eu lido com o ideal permanentemente. Então, onde entra o vil metal, eu estou sempre em choque com ele. Eu tenho a impressão que nós, ao contrário do que disse a Nair, devemos encontrar humanamente uma solução para que haja uma melhor (). Deve ### Mas é preciso que cada um, na sua parte, contribua para que isso aconteça. Para que o mundo seja menos dividido pelo dinheiro. Que seja mais unido pelos ideais, pelos ideais humanos, do () uh ideais de amor ao próximo, de compreensão da da razão de ser de cada um na vida. sem se preocupar tanto quanto ele vale em termos de dinheiro, em termos de status. Eu acho que nós todos, cada um, principalmente o professor, tem essa missão de inculcar nos seus alunos uma finalidade muito maior na sua profissão, no exercício profissional, desvinculando ao máximo do dinheiro. Fazendo com que ele procure mais acertar o seu passo na vida, ser gente, através de a da sua capacidade, da sua competência, não aquilatando essa competência em termos de dinheiro. Eu acho que a nós, professores, cabe muito () de doutrinar o aluno no sentido dele não, ao sair da faculdade, já não ficar pensando quanto eu vou ganhar, quanto eu devo me valorizar.

SPEAKER 3: : Não, a formação do aluno, que eu sempre enfatizo que na educação, não não não uh uh o primordial não é a transmissão de conhecimentos, é a formação da personalidade é que é o importante. Eh eh eh a Aquela parte de humanidade que existe na educação é o mais importante. E é justamente o que sempre me assustou. Porque, suponhamos, você imagina o que é colocar na cabeça de um adolescente ou de uma criança, de uma pessoa que está se formando, ideias erradas e. Ideias que o levarão amanhã. Mesmo inconscientemente, às vezes, você pode fazer isso. Então, para ser professor, você precisa ser muito consciente daquilo que você está dizendo, daquilo que você está ensinando, daquilo que você está está transmitindo. Porque é formação de personalidade. E esse e sempre foi essa parte que me assustou um pouco, de nunca estar totalmente preparada. Apesar da experiência que eu tenho, apesar de ter criado filhos, tudo isso, graças a Deus, bem criados, eu acho, são pessoas excelentes, tudo, mas não mas no campo da educação eu vou lidar com pessoas estranhas a mim, quer dizer, pessoas de quem de quem eu não sei o passado, não sei quais são os hábitos, mas eu acho que o papel mais importante do professor não é o de transmissor de conhecimento, é o de formação de personalidade. Não não há dúvida agora que a gente deve fazer o mundo à parte, a gente deve. Mas eu acho que, mesmo com esse mundo à parte, nó mesmo se cada um conseguir fazer esse mundo à parte, eu acho que nós não vamos conseguir fugir do esquema realmente, não. Não vamos. Eu acho que você... Porque o homem é um ser social. Você não pode se afastar totalmente das outras pessoas. Você não pode conviver só com pessoas idealistas. Você deve conviver com pessoas que não são idealistas. Então, quer dizer, então você não pode se afastar do totalmente. O homem, sendo um ser social, ele tem que conviver com outras pessoas. Você vai ouvir certas coisas que você não gosta, mas você não pode fugir. Você tem que se relacionar, porque não não é só uma palavra que está na moda, mas o principal é a comunicação humana, né? Eu acho que isso é o ponto principal, o ponto o ponto básico. Quer dizer, então nós temos que suportar certas coisas que que são provenientes de uma sociedade em que nós vivemos e procurar melhorar no no no sentido, no máximo no no possível, no máximo que a gente possa fazer. mas não fugir totalmente eu acho difícil.

SPEAKER 1: : () Qual é o assunto? Ensino (riso) Não eh Formação.

SPEAKER 3: : O esquema de sociedade em que se vive. Se você pode fugir desse esquema de sociedade. E se se você lembra de alguma obra representativa assim que fale sobre o valor do dinheiro. Que você tenha lido.

SPEAKER 1: : Pai Goriot. Uhum.

SPEAKER 3: : Lembra do Pai Goriot? Euge nia Grandet. Escuta, ãh Regina, fala um pouco da da estrutura física aqui da dessa escola mesmo pátio () funciona ().

SPEAKER 2: : Nós ãh ãh. O instituto funciona em dois períodos, em regime de não praticamente de semi-internato, em dois períodos distintos. Nós temos um número limitado de crianças porque temos muita falta de professores especializados. Então, nós estamos trabalhando com trinta professores e aproximadamente cento e vinte alunos na faixa etária de três a quatorze anos. O nosso atendimento tem sido sido em nível primário e de educação pré-primária também e com uma orientação vocacional profissional que nós vimos no socorrendo do Senai para a realização disto. Agora, com o reconhecimento desta escola é pensamento sobre efeito, torná-la em nível de primeiro grau. Não sei quando vamos conseguir atingir, porque o nosso atendimento tem sido em nível primário, realmente. Pretende também fazer uma descentralização, porque essa é a única escola que a prefeitura mantém de deficientes auditivos. E é pensamento ãh do senhor prefeito atender assim em termos políticos administrativos a periferia. Não sei até que ponto este projeto vai dar certo porque nós entendemos que a criança não precisa só de uma sala de aula e de um professor especializado. Este este aspecto já foi atentado, já foi discutido e nós sentimos que a criança precisa de outros atendimentos como por exemplo no setor psicológico, no setor fonoaudiológico, porque nós cuidamos também da parte de reabilitação auditiva. Mas eu gostaria que o Mário falasse sobre isso, porque ele é o supervisor técnico aqui e nós discutimos muito sobre isso. Ãh

SPEAKER 0: : Dentro dessa perspectiva de nova estruturação para o instituto, ah há uma situação ba bastante complexa no problema do atendimento do deficiente auditivo. há duas correntes, vamos dizer assim, modernamente. Uma é de que a criança de deficiente auditiva deva ser ih orientada numa instituição especializada e, se em se falando em instituição especializada, se depreende um um uma equipe técnica, onde aí estará inserida a psicóloga, fonoaudióloga, assistente social, orientador educacional, professor especializado, et cetera. E há outra corrente que entende que o deficiente auditivo deva ser colocado em contato com o meio comum, o mais precocemente possível, para que ele adquira socialização e et cetera, e não fique segregado no meio de crianças surdas. E aí, então, é que cabe uma análise mais profunda, mais técnica, sem muita emoção, na análise fria do problema. Porque nós entendemos, na escola primária comum, por exemplo, vamos dizer, a prefeitura, tem uma média, tem um efetivo de mais ou menos trezentas mil crianças. Eles, através de pesquisas, verificaram que há uma porcentagem de quarenta por cento de crianças com problema de retenção, devido a várias causas. Algumas delas detectadas. Desnutrição, uma das mais importantes eh. Baixo nível, a dificuldade no ah no ritmo de aprendizagem para a escolaridade, portanto, apresentando imaturidade escolar. Problemas de ordem emocional, afetiva, de no ordem neurológica, et cetera. Um problema de ordem mental, e também né dentro do aspecto físico deficiente, visual, já estão sendo detectados através de exames que se faz no início do ano para verificar a acuidade au visual da criança. Mas há um aspecto que não estão observando e que deverá ãh vir a revelar assim muitas... ãh uma situação bastante ih ih comprometedora para o ensino. Crianças com pequenas perdas auditivas, que nós chamaríamos assim de perda leve. Criança com surdez leve. estarão nesse talvez nesse grupo de quarenta por  cento retidos. Então, em vez de a prefeitura sair para uma programação de levar o surdo, o surdo grave, aquele que não tem nenhuma possibilidade de audição e, portanto, com a sua fala toda comprometida, sua linguagem comprometida, levar essa criança para o meio comum, ela vai fazer o que lá se ela não tem as palavras, se ela não tem os conceitos Ela não vai entender, ela não entendendo não vai poder se comunicar. Seria muito mais importante que esse programa fosse feito junto a essas crianças que já estão no meio comum e correm o risco imediato de serem marginalizadas por não a poderem acompanhar o ritmo de aprendizagem de seus colegas. Então aí sim, a Prefeitura poderia instalar classes que nós chamaríamos de classes de recursos, por exemplo, onde uma professora especializada estaria lá, receberia esses meninos com pequenas perdas auditivas e que essa perda auditiva traz como decorrência imediata numa primeira série, um menino com sete anos, oito anos de idade. um prejuízo para a fala. Isso vai ser revelado na escrita, através do ditado. Então, apresentam logo problemas de dislexia, que é aquela troca de fonemas, por exemplo. Então, isso está em função de quê? São fonemas homorgânicos. A criança, por exemplo, ou a professora fala papai, por exemplo, mas devido à pequena perda auditiva que essa criança possui, ela não percebeu bem. Então, ela entende babai, por exemplo. Então, ela vai fazer um ditado, onde ela vai escrever babai, voi, na, gaza, O que é isso? O babai aí é o pê que ele trocou pelo bê. O vai, ele trocou o o fai com o vai. E fe vê, outro fonema homorgânico de vÊ. Então esses fonemas trazem ãh na na escrita a revelação desse prejuízo auditivo que a criança apresenta. Com um trabalho corretivo, emendativo de reabilitação, essa criança imediatamente poderá ter tudo isso ãh solucionado, além de se estabelecer logo o treinamento para uso da prótese auditiva. É o caso do míope. Ele tem uma miopia que não consegue enxergar o que a professora está escrevendo na lousa. Então é um uma criança mais lenta na sua atividade, porque enquanto uma criança de visão normal é capaz de ler rapidamente o que a professora escreveu e transferir para o caderno, o míope, ele fica ali demorando, porque ele fica tentando ah perceber o que está escrito. No caso da criança deficiente auditiva, a mesma coisa. Essa pequena perda auditiva ãh dele traz esse ritmo mais lento. Então, através da prótese auditiva, ele terá a recuperação dessa perda. Porque a prótese vai trazer a ampliação ou a amplificação desse som que ele não tem. Então esses meninos continuariam no meio comum com essa reabilitação. Então nós estaríamos atendendo um número muito maior do que dessas crianças que, infelizmente, têm uma surdez muito grave e que não poderão ser assim abruptamente colocadas no meio comum. Essa é uma tese infeliz, porque é uma tese que fala em estatística, em número, mas não atende o problema individual da criança. Então, nós estamos trocando o indivíduo pelo número. Isso é lamentável para todos nós.

SPEAKER 2: : E essa pergunta que você me fez, eu gostaria que você sentisse exatamente o drama que nós estamos passando, porque nós estamos tentando convencer a administração desta nossa tese, de que não Sumariamente, ah este problema de descentralizar o ensino dessas crianças, levando para a periferia as classes anexas, que nós vamos incorrer no mesmo erro que o Estado está incorrendo. Que o Estado vem mantendo essas classes anexas ao grupo aos grupos escolares normais de criança ouvinte. E não tem tido muito muito sucesso com isso, porque nós estamos constantemente junto com as professoras que vêm para cá, procurar algumas informações, estagiar, e elas nos transferem as tran as dificuldades que elas encontram em uma classe ãh anexa a um grupo escolar. A começar da rejeição que existe por parte até da dos próprios pais das crianças ouvintes. Isso se caracteriza assim quase que como uma doença. O meu filho está estudando na mesma classe de um deficiente. Entende? e precisa mudar esta mentalidade. Então, a nossa luta agora tem sido nesse sentido, de trabalhar os órgãos da superior administração para tentar convencê-los de que a implantação desse sistema, a descentralização, poderá ser feita desde que se atente para este problema. A criança surda Se a criança surda profunda precisa ter a sua educação em uma instituição como esta, apropriada para ela, adequada a às suas características individuais e atentando para todos esses problemas, também da reabilitação auditiva, que não não há possibilidade de se fazer porque você não pode manter uma equipe em cada sala. Então, o o nosso instituto prevê uma assistência ah ah a crianças na faixa etária de três a quatorze anos, ãh com apenas surdez, nenhum comprometimento neurológico, porque o problema nosso é de surdez, Nós não temos professores para múltipla deficiência e é uma dificuldade muito grande a formação desse tipo de profissional e também não conheço aqui em São Paulo cursos que façam esta preparação em termos de recursos humanos de professores para múltipla deficiência. É muito difícil. Assim, e

SPEAKER 3: : A parte mesmo ãh da escola, outros departamentos que vocês têm aqui, laboratórios

SPEAKER 2: : Nós temos ãh ãh uh todo o corpo docente, que é constituído de trinta professores especializados, com formação especializada. Temos duas psicólogas, que fazem todo o acompanhamento desses alunos. Temos duas fonoaudiólogas e muitas estagiárias de fonoaudiologia, que fazem o seu estágio supervisionado com as com as fonoaudiólogas daqui, e que também dão a sua colaboração em termos funcionais, atendem crianças, fazem suas pesquisas, fazem seus trabalhos de conclusão de curso, estagiando aqui praticamente quase que um ano. Temos professores de educação física, educação física para eles é muito importante em termos de ritmo, em termos de de movimentação. Temos ãh aulas de treinamento, reabilitação auditiva individual e coletiva. Temos toda uma supervisão técnico-pedagógica, com supervisor, orientadores educacionais, orientador vocacional, a parte de acompanhamento das crianças para as técnicas profissionais, ainda deixando muito a desejar, porque nós fazemos assim ãh de comum acordo com o SENAI, que no que nos tem dado uma cobertura muito grande, abriu um precedente muito grande, os nossos alunos são encaminhados para lá e fazem unicamente a parte prática, não fazem a parte teórica, a parte teórica é nossa, mas a nossa orientadora vocacional acompanha caso por caso. Temos algumas colocações de crianças já em escola comum, sob orientação também das assistentes sociais e das orientadoras ãh educacionais. E estamos satisfeitíssimos com o nosso tipo de trabalho, porque foi toda uma montagem de muitos e muitos anos de experiência. Apanhamos muito, mas estamos conseguindo chegar a um ponto comum de que educação de surdos é uma coisa muito séria e que ainda está deixando muito a desejar.

SPEAKER 1: : em termos administrativos. Nair, você ser amiga da Regina nunca se interessou por esse campo?

SPEAKER 3: : Eu me interessei, mas eu não não tenho capacidade, porque eu não tenho formação nenhuma para esse tipo né de trabalho. Eu precisaria me especi me especializar em alguma área. Suponhamos que você estuda Linguística, né? Se eu se eu estudasse Fonética, Fonoaudiologia, qualquer coisa assim, poderia eu poderia auxiliar. Uhum. Mas você sabe que o meu campo não é esse, né? ###

SPEAKER 2: : ra. Eu gostaria que o Mário dissesse a você, eh Elsa, Nós temos, assim, algumas divergências com relação à formação dos profissionais ãh no que diz respeito à parte de linguagem e fala. E o Mário tem mais propriedade para dizer isso a você, para mostrar melhor a você qual o profissional que realmente deveria cuidar de determinados aspectos, principalmente com relação à nossa criança, que é aquela criança que tem carência de comunicação. Então, eu gostaria que o Mário explicasse melhor a você, em termos de recursos humanos, o que seria o trabalho do professor especializado em deficiência auditiva e o que seria o trabalho aqui dentro de um fonoaudiólogo.

SPEAKER 0: : Bom, ah o deficiente auditivo, ao longo da história, ele vem evoluindo nos conceitos que se formam a respeito da sua capacidade e do seu potencial ah. Houve época em que se chamava o deficiente auditivo de anormal, e de doente e et cetera. Com os as pesquisas pedagógicas, psicológicas e et cetera, foi se verificando que o e de deficiente auditivo tem um potencial intelectual normal, desde que ele não tenha outros problemas agregados. Falando aqui, portanto, especificamente de um indivíduo que devido a uma lesão no órgão auditivo perdeu a sua audição. Perdendo a sua audição, em decorrência, ele tem prejuízos na fala, porque ele não ouvindo, ele deixa de eh registrar esses símbolos da comunicação oral e, portanto, não pode falar. Chegou-se, então, depois. Há uma época que se considerava que não deveríamos mais chamar o surdo de surdo-mudo, porque ele era surdo, mas podia falar. Então, estava havendo aí uma dupla ãh deficiência que ele realmente não possui. A fala depende de uma aprendizagem, de uma reeducação. Então, modernamente, estamos chamando a criança apenas de surda e não mais de surda-muda. O mudo aí é um termo errado, nefasto, porque traz uma dupla deficiência que ele não tem. () decorrência. Mu ah A mudez é decorrência da surdez. Nesse aspecto, então, nós estamos chegando ao problema da fala. Houve época em que uh o método oral, em contraposição ao método escrito que se adotou na educação dos surdos e outros métodos como o datilológico, eh para comunicação gestual e et cetera, chegou-se à conclusão de que o método oral era o mais importante porque colocava o indivíduo deficiente de audição em termos de fala, fala oral. Esse eh eh essa ênfase foi de dada de tal forma que ele ficou num trabalho assim de desenvolver fala. Então ele aprendia um vocabulário imenso. E ele sabia o que era dizer sapato, mesa, cadeira, et cetera. Mas quando ele queria dizer, por exemplo, que o sapato estava apertado, ou que ele queria que a mãe comprasse um sapato novo para ele, ele não tinha estrutura nessa frase. A organização frasal não existia. Então ele dizia, sapato, mamãe, quero eu comprar. Então nós ficaríamos sa sem saber se ele estava querendo que a mãe comprasse um sapato para ele, ou se ele estava querendo comprar um sapato e et ce Então, a nossa preocupação, e isso tem sido a minha preocupação, a razão de ser assim, de todo um trabalho que eu venho desenvolvendo já há quase dez anos, a necessidade de se estruturar a linguagem do deficiente auditivo. Modernamente, chegamos à à formação, então, de dois tipos de técnicos. O professor especializado na educação do deficiente auditivo e a do fonoaudiólogo, que é um técnico que lida com o problema de fono, de fala e de audição. Mas existe um aspecto muito importante que está sendo um pouco descurado, que é o problema didático, pedagógico, metodológico. O fonoaudiólogo não tem a formação pedagógica, o professor especializado tem. Aí Eu convenho, eu ah nós temos de convir que ãh o professor de de es especializado na educação de deficiente auditivo tem um curso realmente fraco, em tendo em vista as exigências que ele vai encontrar na vida prática, no trabalho diário dele. Temos certeza que o curso de fonoaudiologia é um curso bem mais em nível unive universitário, não há dúvida quanto a isso. Mas nós nos pe nós apegamos ao problema, assim, didático, problema de ensino, de reeducação. Então o professor o professor de deficiente auditivo, ele tem que conhecer elementos da linguística e et cetera. O curso dele não traz isso. Na nossa escola, nós podemos dizer que estamos suprindo essas deficiências dos cursos de formação, Porque nós desenvolvemos, através de pesquisas, através de contatos, leituras e et cetera, toda todo um trabalho nesse sentido. Chegando até a ponto de desenvolvermos um método, que nós chamamos aqui de método estrutu de estruturação sistematizada da linguagem. Porque não adianta eu ficar falando com a criança surda uma frase normal e pedir que esse menino decore essa frase. A nossa linguagem social, Ela ela não é fechada, ela é aberta. Nós temos várias formas de dizermos, de nos comunicarmos da dentro da mesma ideia. Então, há necessidade de que esse menino tenha noções de estruturas da linguagem. Por exemplo, o que é um sujeito numa frase, o que é um predicado, o que é um complemento. Então, dentro desse aspecto, nós desenvolvemos a estruturação sistematizada. Onde, através do processo perguntas e respostas, eu vou levando o meu educando a conscientizar o que seja um sujeito de uma oração. Quando eu pergunto para ele, por exemplo, Quem é você? Ele tem que se identificar, ele tem que saber qual é o nome dele. Como Quem sou eu? Quem é seu pai? Quem é sua mãe? O primeiro e elemento, então, que nós damos a ele é o sujeito, é a pessoa que vai praticar qualquer ação. Então ele fica sabendo que eu sou o Paulo, você é Mário, meu pai é João, minha mãe é Maria. E já tem o primeiro elemento da estrutura da linguagem que é o sujeito. Depois nós vamos desenvolver as ações, os verbos. Então ele vai saber que aquele sujeito pratica uma ação. Se ele está ingerindo um líquido, ele está ele dirá, eu tomo água, eu bebo água. Se é no sentido de se alimentar de um alimento sólido, ele vai dizer, eu como, eu comi. Ele comeu com todas as suas flexões. Então daí ele começa a estruturar a sua linguagem. Sempre através de perguntas e respostas. Para que eu faça com o que? A linguagem venha espontaneamente e através desses mecanismos de assimilação que ele como indivíduo inteligente possui.

SPEAKER 3: : Mas, então, isso não foge muito ao programa de comunicação e expressão de um professor normal? Não. Não foge? () De maneira nenhuma. Pois é, porque é o que nós temos, é o que nós é o que nós estudamos, principalmente no livro do (), Treinamento e Criatividade, ele chega a fazer o aluno compreender toda a estrutura da língua através dos exercícios. Primeiro os exercícios, primeiro conscientizar, para depois dar a sistematização. Quer dizer que não foge muito. Eu acho que, além de todas essas pessoas especializadas que vocês têm no para para esta escola, vocês deveriam ter também professores comuns que ensinassem a a criança a estrutura da língua. Porque depois que ele entende, depois que ele consegue ler o lábio, depois que ele consegue falar, eu acho que ele vai conseguir conscientizar a estrutura da linguagem através de exercícios com professores normais, talvez, até.

SPEAKER 1: : Eh que ele quer dizer que uh a apreensão da língua vai se dar em forma de estrutura? De estrutura, eh e

SPEAKER 0: : E É, não é isolado. Agora acontece o seguinte, o professor especializado, ele é um professor comum. () Ãh uh O professor comum aqui viria a fazer o que? O mesmo que um professor especializado faz com essa criança, com a desvantagem de que esse indivíduo deficiente auditivo, ele apresentará ao longo de algum tempo problemática na sua articulação. na sua compreensão de fala, porque ele vai ele entende apenas os movimentos da fala, movimentos onde o o aparelho fonoarticulatório está em exercitação, em em os mecanismos estão deflagrados. Então, se eu falo, por exemplo, para um aluno meu, que está acostumado comigo durante vários dias, vários meses de trabalho, a a entender uma leitura labial mais rápida, porque eu, inclusive, articulo bem as palavras para ele, se ele for fazer essa leitura labial com uma pessoa que não tenha conhecimentos de fonética, de articulação, et cetera, ele vai ter uma dificuldade de leitura de fala in in inarredável. Então ele poderá ter prejuízos na assimilação. em função de articulação do seu interlocutor e não em relação à compreensão daquilo que ele está falando. Entenderam bem? Problema de fala linguagem. Fala-linguagem. Então a nossa preocupação aqui é ele desenvolvendo conceitos para essa criança. Conceito nominal, conceito de ação, conceito de propriedade. Porque se eu pergunto para ele, por exemplo, de quem é o lápis, basta que ele me diga, é meu? É uma palavrinha, mas tem todo con um conteúdo de uma frase, ele estará dizendo, o lápis que você está apontando é meu? O lápis que você está perguntando é m eu.

SPEAKER 1: : E a compreensão. E a compreensão que ele. Não, e essa problemática de dele, () que tem uma péssima dicção, então ele vai pegar palavras soltas, mas mesmo se ele já tem a estrutura frásica na cabeça, se ele apreenda algumas palavras, no se entende? Já que ele perdeu algumas mas () pela po sição das palavras, ele ele consegue. Isso, isso, eh

SPEAKER 0: : Eu daria para vocês assim, então, três exemplo. pela le ãh a seleção ãh lexicológica, vamos dizer, da palavra, se eu disser para ele, papai, ele faz a seleção imediata, porque para ele não existe a palavra babai, porque o movimento labial é o mesmo, se eu não usar a minha voz, só o movimento labial, vocês não vão saber em que hora eu disse papai, nem em que hora eu disse babai. E eu disse separadamente, papai e babai. Não há Não há possibilidade de se aprender, porque uh a emissão desse fonema é per é idêntica. Não, não há. Não há possi possibilidade de alguma. Não há (). Eu acho que ter muito mais () ### O que existe é nas cordas vocais. Enquanto que o pê é surdo, o bê é sono

SPEAKER 1: : ro. Ela está por dentro. (riso) Mas a colocação 

SPEAKER 0: : Não, não há. Não há. () O o aparelho fona a posi Não, para leitura labial, é diferente, faça um teste, faça um teste. Olhe para um espelho, sem usar a voz, olhe para um espelho e diga papai ou babai. Ou mande uma pessoa falar para você, que é uma coisa mais fácil.

SPEAKER 3: : Eu sinto a posição do lábio diferente. Não, você sente

SPEAKER 0: : ### Não, não não é a explosão. É o mecanismo de emissão de emissão que e pressiona as cordas vocais. Num bê, eu para pronunciar um bê, eu tenho que pressionar minhas cordas vocais. Eu tenho que usar algum som. É mais fácil verificar isso, por exemplo, com um vê, em que eu faço, por exemplo, vá. Com o efe eu não posso fazer isso, eu tenho que dizer fá, ele é explosivo, imediato, entendeu? Então está aí o problema, se eu digo para um aluno faca e vaca, ele não sabe. Então veja, na palavra papai e babai, ele consegue fazer a seleção, porque não existe no nosso vocabulário a palavra babai. Então ele entendeu que eu falei papai imediatamente.

SPEAKER 1: : Mas... Essa posição não é fácil de pê eh pê e bê

SPEAKER 0: : Não existe babai. Então por isso que a criança imediatamente ela é capaz de separar. () para ela seria (). É é Então depois nós teríamos, por exemplo, ah ah uma outra colocação. Por exemplo, o banco é grande. Se eu disser o barco é grande, eu estou dizendo uma frase. Como é que esse menino vai entender o que eu estou dizendo? Se é ba o barco é grande ou o banco é grande? pela conversa, pela ideia. Então é a seleção lex ãh i ideológica que eu chamo. Daí, nós chegamos àquilo que você já colocou. É muito mais importante, no nosso treinamento, já conversarmos com a criança surda, já irmos usando pequenas frases, estabelecendo conceitos para ele, para que ele possa manter uma conversação. Ele nunca terá a possibilidade de conversar com uma pessoa fazendo leitura de cada palavra pronunciada. Mesmo porque nós temos palavras em que, principalmente as últimas sílabas, nós engolimos, nós não pronunciamos. Então ele perderia sempre essa última sílaba. Na le seleção lex ãh ideológica, ele é capaz de acompanhar. Porque se eu disser para ele, hoje o dia está bonito, nós vamos passear num barco grande. Ele não vai pensar que eu vou passear num banco grande. Então, imediatamente, ele sintoniza a conversa.

SPEAKER 3: : Criança, ela disse que é em nível primário. Em termos. Nós fazemos

SPEAKER 0: : Em termos de escolaridade? É. Depende do potencial do educando.

SPEAKER 1: : Mas eu não quero dizer () em termos profissionalizantes.  Não, não, isso em termos de cultura mesmo, 

SPEAKER 0: : De escolaridade. Aonde você consegue? Ãh depende do Uh do potencial do educando, de uma série de outros fatores, como ambiente familiar. Em termos de escolaridade? É

SPEAKER 1: : Depende do potencial do educando. Mas eu não quero dizer () em termos profissionalizantes.

SPEAKER 0: : Não, não, isso em termos de cultura mesmo, de escolaridade. Depende do do potencial do educando, de uma série de outros fatores, como o ambiente familiar. () a Regina disse que teve um moço que se formou em advocacia. Nós temos (). Eh

SPEAKER 2: : En engenheiro agrônomo. Eh () apresentou aquele (). Engenheiro agrônomo.

SPEAKER 0: : Nós temos uma menina que está fazendo faculdade de medicina no segundo ano, mas verifique uma coisa. Ela tem, por exemplo, uma perda auditiva que ãh que com o uso do da prótese, ela recupera um pouco. Ela recupera, então, um pouco dessa perda, em com quanto essa ãh prótese não lhe dê todo o ganho que ela precisa para manter uma audição normal. Mas é uma moça de uma inteligência muito privilegiada, então ela consegue fazer o seu curso de medicina, que, no entanto, é um curso difícil para outras pessoas bem dotadas física e mentalmente, não é. Porque existem outros fatores, fator de motivação, fator de interesse, aprendizagem, a bagagem que a criança vem desenvolvendo durante o seu trabalho. Então nós temos aqui conscientizados estamos aqui conscientizados bem a respeito disso e. De imediatamente estabelecermos o diagnóstico ãh pedagógico para essa criança, no sentido de podermos estabelecer o o futuro prognóstico. Então de nós entendermos que esse menino que tem um ritmo de aprendizagem muito lento, que é um menino sem muito interesse para a aprendizagem, que é um menino que sofre toda uma problemática existencial dentro da estrutura socioeconômica da família, do grupo em que ele convive social, ele não terá possibilidades, pelo menos imediatas, de desenvolver a sua escolaridade. En quanto outros, por todos esses fatores positivos, ele tem capacidade. Então cabe a nós não reter esse menino aqui. Temos uma programação elástica a fim de que ele passe um curto período conosco e imediatamente ele vá frequentar o meio comum. E essa é a tese que eu defendo. Eu sou contra se ins instalar, se estabelecer cursos de chamado antigo ginásio pa especializado para crianças sur   Quer dizer, mantermos aqui um ginásio especial para crianças sur Porque eu parto desse princípio. Se ele tem potencial, que vá fazer o ginásio no meio comum. Se ele não tem, não adianta eu dar um um ginásio à moda da casa. Porque ele ficará sempre em defasagem com o mundo lá de fora. Todas as matérias que são dadas para ele aqui, de ginásio, serão sempre adaptadas à condição dele. Então é preferível que ele procure uma outra atividade profissional. E depois atentando-se para uma outra realidade imediata, que é a situação financeira, a situação econômica da família. É um rapaz que está com treze, quatorze, quinze anos e que vai perder mais seis, oito anos na sua escolaridade. E a família necessitando imediatamente da sua colaboração financeira. Então ele vai para um curso profissionalizante como o do Senai, por exemplo, e esse é outra mentalidade que tem que se deflagrar no Brasil, acabar com a mentalidade do curso acadêmico. Então o pai tem dinheiro, põe o filho de qualquer maneira fazendo curso objetivo, curso não sei o quê.

SPEAKER 3: : Precisa aí precisa ver qual é a qual é a ah... como é que se diz? Vocação do do do aluno, se ele se ele tem uma vocação para curso superior, você tem que deixar ele para curso superi ###

SPEAKER 0: : ### É a preocupação acadêmica da família. O meu filho tem que ser doutor eh. Regime patriarcal. Não é? Regi

SPEAKER 1: : me patriar. Regina Regina, vocês usam vocês usam muitos recursos visuais?

SPEAKER 3: : aqui na escola?

SPEAKER 2: : Totalmente. Totalmente ().

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 2: : Depois nós vamos fazer uma visitinha às classes, vocês que vão ter a oportunidade de ver alguma coisa. Mas to do todo o nosso ensino está fundamentado na parte visual. Você vê então como

SPEAKER 3: : Você vê então como suponhamos um recurso que às vezes é combatido pelos intelectuais, porque eles acham que o recurso visual, o audiovisual, suponhamos lá na escola, você vê. Apenas um auxiliar, não sei o que, você vê que o intelectua É é um pouco contra  essa a esses recursos tecnicológicos, essas coisas, mas aqui ele é fundamentalmente importante nessa escola, o recurso visual. Você vê como as coisas são diversas, dependendo do campo em que se ocupam as  coisas. É um problema de ca

SPEAKER 0: : ### sal é a audição. O deles  está perdido.

SPEAKER 3: : Então, nós temos que substituir pela visão. Então, () está debatendo em classe. Não é, porque uh uh a a tecnicologia não não não não deve ser tomada ao pé da letra, porque não sei o quê porque. Aquele dia na classe aquela discussão, suponhamos uma região onde não há professor, onde não há escola, onde não chega nada, mas chega um rádio. Lá chega uma estação de rádio. Por pouco que seja, chega um rádio, meu Deus do céu. Então ela vai ouvir alguma notícia, essa pessoa, ou ou se houver um programa de rádio que vai ensinar qualquer coisinha, ela vai aprender qualquer coisinha através... Não eu não digo que aquilo seja ideal. Não substitui. Absolutamente. Não, absolutamente, eu não... Não, absolutamente, eu não digo que isto seja a educação que ela deva receber. Mas eu quero dizer, se ela está impossibilitada de receber outra, pelo menos que ela receba esta. Quer dizer Então, não não ataquemos tanto os recursos os recursos tecnicoló

SPEAKER 2: : gicos. Nós estamos com você, porque a nossa tese de classes anexas aos grupos escolares, que nós estamos assim tão aflitos com o problema, estamos querendo ver se as pessoas mais ligadas ao problema conseguem entender alguns pontos negativos e positivos do do da da questão, Também ãh se prendem ah ah a assistência que deve ser dada no interior de São Paulo, digamos. Já que você não pode manter uma organização, uma instituição, então que se leve a essas crianças que não tem nada? ###

SPEAKER 0: : Mas em relação ao problema do ensino audiovisual, aqui nós não aceitamos a substituição da professora pelos recursos audiovisuais, então seria o caso, o que talvez os intelectuais condenem é se colocar um projetor de slides numa sala de aula ### ###

SPEAKER 3: : Então nesses... É o que eu digo, não é o substituto do professor. Mas suponhamos o que eu discutia, é, ah, mas não era melhor então, professor? Mas eu digo, meu Deus, o que eu estou dizendo, será que ninguém entende? Não há outro recurso. Então usemos daqueles que nós temos.

SPEAKER 1: : E que vai lá imediatamente. Não, é que pessoal (). Ali era uma política educacional do governo, é que existe o recur

SPEAKER 3: : É que então ao invés do governo fazer uma programação através do rádio.. Fizesse uma tran uma programação através com o.. Está, certo. Mas já que o governo não faz através de outras coisas.. pelo menos se aproveite aquele que se tem.. É o que eu digo.. não que eu acho excelente.. eu não acho.. a absolutamente, eu sou estou com ele, não substitui o professor nunca, eu acabei de dizer, que nunca nós vamos prescindir do professor, nunca, porque o professor é o orientador, é é o contato humano, é o contato humano, o professor com o aluno, é o diálogo do aluno com o professor que nada substitui, máquina nenhuma substitui, mas acontece que se nós não tivermos essa possibilidade, usemos aquelas que a gente tem, que não tem cão caça com gato. (riso) ()

SPEAKER 1: : () Usei o lugar comum. Acho que até ultrapassamos oitenta minutos, então eu vou parar e nós continuamos a conversar sem o gravador.