SPEAKER 1: ### SPEAKER 3: São Paulo assim porque a gente faz viagem por tudo que é essas estradinhas por a> O estado do Rio também conheço muito, Vassouras, essas via essas cidades históricas, quase todas. Mi> ### de pau assim não sei se você já assistiu o ( ) e tem esses pedaços de pau assim que descem, e lá está escrito assim, umas porteiras de um pan de um pau só, em cima está escrito assim fronteira de Pernambuco Eu não vou poder falar com você até ela sair, tá? Está escrito fronteira de Pernam> Quer dizer, a divisa de um estado para outro é fronteira, né? (risos) ( ) ### SPEAKER 0: ih ih bom, você disse que já esquadrinhou o estado de São Paulo, né? Uhum. Há diferença entre as cidades do interior do estado de São Paulo e as do interior do Rio Grande do Norte, Pernambuco? Há, há. Ah a difer> SPEAKER 3: Eu acho que a diferença assim de de aspecto também, assim, de visão, vamos dizer, ah o modo de você sentir na pele, o modo de você sentir ah o estado de seca, de chuva, de vegetação, tudo i> ### ### Infelizmente, né? Especialmente Santa Catarina, né? ### SPEAKER 0: ### Não, não conheço. Ah. Conheço SPEAKER 3: até Curitiba. ( ) Blumenau ### Grande do Sul você não ### ### SPEAKER 0: E como é que o povo do interior eh do estado de São Paulo recebe, vamos dizer, o estrangeiro, não é, ou o visitante, e o do norte recebe o visitante? Há diferença também? SPEAKER 3: ### é o que eu eu sempre disse, por exemplo, que o carioca é uma pessoa que, quando a gente chega, ele é muito amável, ele ele recebe a gente, é muito fuziante, et cetera e tal O gaúcho é muito mais ah introvertido, ele recebe a gente com certo com delicadeza et cetera, porque a gente visita, mas não se abre, não é fuziante, muito cerimonial, tudo isso. Mas eu tenho a impressão que as amizades no Rio Grande do Sul são muito mais sólidas que com os cariocas, porque uh aquela eles realmente tomam consciência do que eles vão abrir as suas casas, et cetera e tal, com certa discrição, mas o carioca não, o carioca é muito esfuziante, et cetera e tal, mas também acaba logo. Não é uma coisa que fica dep> SPEAKER 3: Eu acho que o Isaque é mais semita do que outra coisa, né? ### ( ) Aliás, a família toda, né? Eh Mas esse negócio de receber. Aqui em São Paulo, cada zona do estado é dif> Então, eu tinha aquela impressão de estar numa fronteira. né? Provavelmente era isso. SPEAKER 0: Durante a Revolução, eles faziam passagem do estado de São Paulo para o estado do Paraná, através ali da da região SPEAKER 1: Que revolução? De trin> ### SPEAKER 2: Qual delas? Trin> SPEAKER 3: ### SPEAKER 0: Não. (risos) Papai passou por muita. Eu acho que que esse dado histórico deve influenciar no no recebimento lá, não é? SPEAKER 3: Muito forasteiro, muita gente... Não, eu tenho a impressão que é é um eh uma questão de informação eh do espírito do povo mesmo, do espírito agressivo, de (ruído) de de fron> ### pioneiros assim que vão chegando vão tentando conquistar alguma coisa com a luta da... eu tenho a impressão que o Rio é mais folgadão, porque ( 0 tudo funcionários públicos, não é? (risos) Não tinham pro> SPEAKER 2: ### ### SPEAKER 1: ### SPEAKER 3: ### SPEAKER 2: chão SPEAKER 0: Agora aquilo lá foi apanhado às duras penas, né? Então, vô, que mais que falta de dados? ( ) SPEAKER 3: Bom, eu fiz primário, ginásio, realmente, fiz científico para medicina, quer dizer que eu sabia tudo sobre ciências et cetera tal, e depois entrei na faculdade de direito. (risos) Mude> física, química, biologia, matemática, tudo isso eu sabia. Depois ti> ### Depois só fiz um uns seis meses lá Outros cursos ( ) Eu tive cursinhos no IDORT de seleção, administração, recrutamento. Tive cursinhos de... Fiz pedagogia dois anos Deve estar trancada a matrícula faz mais de dez anos. Caducou já. Cad> SPEAKER 2: ### ### ### ### Mas ele já é da área de ciências humanas, né? E o pai é da... ( ) veterinária, né? É. Eu fiz ah um um curso sobre orientação psicologia ( ) SPEAKER 3: Eu eu tenho dois clientes, meu pai e meu marido. Como advogada, mas em sistemas tributários, imposto de renda, finanças, orientação para nu para negócios, esse negócio ( ) com o pai, meu pai é meio ( ) ### Eh eh... Dor de cabeça? Dor de cabeça eh... Ela SPEAKER 0: Como é que o ( ) fala que está com dor, com tristeza, que o senhor disse? Com gastura. É. Gastura (risos) SPEAKER 3: ### gastura da cabeça. É. Mas ela passa ( ) Minha profissão atual é sitiante. ### SPEAKER 0: É advogada mesmo. (risos) Ela aplica a advocacia em várias (risos) É... ela ela... eu p> SPEAKER 3: ( ) cerâmica, tricô, crochê. Direito prático. Di> É só isso que ela ouvia. Isso que é o barroco. Barroco, depois ela foi ficando mais ah orquestra de câ> ### SPEAKER 1: ### SPEAKER 3: ### ### ( ) nós começamos da da música popular para a erudita, né? Ele começou da erudita para a popular, né? Ele, como ele tinha, ele estudava no seminário, ele já pegava só música erudita, né? Aham. Grego> ### Mas a música ### É que ele gosta de pesquisar. ( ) SPEAKER 0: ### SPEAKER 3: ( ) É, isso que também... Também na na na aventura dele é interessante que ele ele tem um ( ) uma fase muito s> Ultimamente só analisa e pesquisa em romance de detetive. Ele ele SPEAKER 1: conversava em latim no seminário, né? SPEAKER 3: seminário a conversa normal das pessoas era em latim. O almoço, o jantar, era tudo feito em latim. É? Ele chegou a estudar grego, lia grego e começou a estudar por aí. Agora ele é um policial. ### ( ) uma época aí de pes> ( ) não antes ainda, antes da música, eh Padre Maurício, ( ), esse negócio todo. Nós também tem não temos preconceito. Tem Waldick Soriano, tem Cristianinha, claro ### ### SPEAKER 0: forte, né? Hum. É, meio que fora, é. Muito fora. ( ) Rea> SPEAKER 2: <ções SPEAKER 3: ### SPEAKER 0: ### ### ### SPEAKER 3: ### percebeu ( ), né? De vez em quando ela discute com a gente. Ah mãe, gosto não se discute. Eu falei, mas se aprender. Ah ### ### Vai em alguma quermesse, qualquer coisa, ele traz uma andorinha de porcelana, pelo amor de Deus não faz SPEAKER 2: ### Ah, mãe, go gosto não se discute, falei, mas se apren> SPEAKER 0: ### Tem o seu marido ficou como conselheiro. SPEAKER 3: É, admi con ah administra> Eu estive trabalhando no Mackenzie uma temporada com os diretores do Mackenzie que eram americanos. Então eu acho que trabalhei lá uns dois, três anos. E como eles queriam aprender português, eles me proibiam de falar em inglês. Então às vezes a gente discutia, e eles discutiam em inglês e eu respondia em português. Então quer dizer que eu eu entendo tudo que uma pessoa fala em inglês. Mas na hora de eu falar em inglês, Me sinto inibida. Há muitos anos que eu não falo, entende? ( ) não deixavam me> A gente tinha brigas homéricas assim na na diretori> SPEAKER 0: Mesmo sem... mesmo... Você não gosta de falar errado, né? O inglê> SPEAKER 1: ### SPEAKER 3: eh é um problema muito grande aí, de mais de timidez atual> Eles vêm, eu converso uh, depois de uma hora eu já estou me desinibindo, né? Mas eu levo muito tempo para começar a falar. Agora, participar da conversa, participo, porque eu entendo tudo, né? Mas falar é aquela ### ### SPEAKER 0: ### ### ### SPEAKER 3: Peças só. Peça em francês. Ah, um livro de texto completo ( ) ( )  Minha avó eh minha avó veio com quatro anos da Espanha. É o único ramo que eu tenho do meu dos meus ancestrais que é estrangeiro. E falavam espanhol em ca> Não. ( ) vovó nem sabe falar espanhol. Não sabe. SPEAKER 0: ### ### SPEAKER 3: Ela veio com dois anos de para Da Espanha mas ### ### trombose cerebral e depois disso atualm> ### ### Falava de espanhol, de coisas das primeira infância, mas da da primeira infância. Eh É engraçado isso, não é? Acontece muito disso. Eu nunca vi ela falar qualquer coisa relativo a espanhol. Nada. Bom eh nem é possível mesmo. E mais ### ### ### Eh a pessoa com ( ) na velhice pode esquecer ah os fatos recente ah os conhecido ah os fatos recente, mas aquilo da da primeira infância começa a voltar tudo, não é? Aham. A memória das coisas antigas, das coisas passadas na primeira infância, começa a se tornar bem nítidas. né? Isso é é próprio da velhice. É a hora da saudade, né? ( ) É. Só que ela está com oit> E o professor disse assim, você pode nos dar uma aula sobre pneumonia? Eu caí mesmo na na armadilha. (risos) (risos) Já estava tudo armado. Estava. Quer dizer que você pode falar sobre pneumonia agora também. (risos) Não não não, por favor (risos) Posso falar da broncopneumo bronco ### ### certo, né? Pulmão, pulmonite. Inflamação de pul> Bom, não há de ser pneumonia, que eu acho que não está certo, né? SPEAKER 2: É, não sei bem não. Mas em inglês eu acho que é, não é? SPEAKER 3: Pneumonia? ### SPEAKER 0: É o que eu mais conheço. Mas ah voltando ao tempo de escola, o senhor já que o senhor falou em professor, A escola, quando o senhor estudou, quando criança, era diferente da escola de hoje? Assim, o aspecto humano do professor, o aspecto social digo a classe. Havia di... O senhor sente que há alguma diferen> SPEAKER 3: Bom, eu não conheço a escola de hoje. ### conheço bem. Aham. Eu eu tenho... ### Eu fui aluno da escola ( ) Caetano de Campos. uma escola um tanto diferente daquele tempo. Era uma escola mais ou menos de elite. Mas mesmo assim eu tenho umas ah tantas ah ideias, quem sabe, devido ao meu temperamento, umas ideias ah meio de de mágoa. Um exemplo, eh havia uma certa discriminação de aluno que eu sempre tinha um colega, por exemplo, eh que sent> era filho do diretor de educação do estado de São Paulo. Ele falava comigo. Eu ### ( ) O professor abaixava a minha nota, a dele não. Então aquilo ficava... eh eu achava aquilo uma injusti> ( ) Não era do chefe dela, né, o filho do chefe dela. ### Já por outro lado, eu eu tinha certas coisas que até hoje... Pois eu tinha uma professora, Dona Rosinha, e ela se ( ) e ela usava muita joia. Ela, quando vinha corrigir as minhas eh as minhas provas, eu achava que era a coisa mais extraordinária do mundo, assim. Era ### Eu era criança, né? E achava aquilo uma coisa linda, né? Mas, assim, não sei, não me lembro muito eh da da da escola, assim, quando eu era menino. Eu me lem> SPEAKER 0: dessas coisas assim. O relacionamento aluno-professor era muito cerimonioso, diferente do que é hoje, hoje deve ser um pouquinho mais. SPEAKER 3: Mas isso não depende um pouco do temperamento do aluno? ### Não havia, assim, uma uma intimidade. Mas eu me lembro, por exemplo, de colegas meus, aqueles que sentavam na frente, que eram os bons alunos, eles tinham um bom relacionamento com as professoras. Eu como sentava um pouco para trás, porque eu não devia ser um muito bom aluno. ### E havia certas professoras, por exemplo, a dona... aquela professora de história, que era depois do seu tempo... Dona Branca. Do> Mas ela era uma pessoa de idade, já. Era professora de história. E eu tinha as professoras mais nova Professoras mais novas, a gente gostava e chegava lá, abraçava. Não chamava de tia ainda, mas ainda gostava, entende? Mas a Dona Branca, e tinha uma outra também, já de mais uh que é um pouco mais nova que ela, que era de português, a gente tinha pavor, porque a mulher... Eu me lembro da Dona Carolina Ribeiro. Bom, aquele é SPEAKER 2: Aquela mulher era uma mulher imensa que chegava no corredor e fazia shh Aquele shh dela arrasava todo mundo. SPEAKER 3: A gente ficava passava no corredor em silêncio, nem ### É de apavorar. Eu acho que da da sua, da para para minha, mudou. Mas da minha, para os meus filhos... O interessante é que eu não tenho muita ideia. ### Lá eh era uma educação ### ### ( ) modo que nós éramos tratados, né? Eh havia uma certo respeito, porque ### ### com alguns anos de antecedência. Eles ### E engraçado que ele descreve o o ginásio ( ) de lá igualzinho o ginásio ( ) ( ) daqui, com as mesmas características e tudo, né? Desde essa ocasião já lá também era assim, a gente para poder falar com os profes> ### naquela ocasião. Era uma boa coisa. Mas a gente estudava matemática, estudava francês, tudo no livro em inglês. SPEAKER 1: E aqui em São Paulo. E as aula SPEAKER 0: eram dadas em inglês também? É, ( ) não eh digo SPEAKER 3: matemática não chegava a esse ponto, né? Aham. Mas eh se dava muita ênfase ao inglê> SPEAKER 3: Não chegava à palmatória, isso não chegava. E no e no seu tempo j> SPEAKER 0: ### ### SPEAKER 3: Ah a governanta aqui, ela é de Pernam> ### ### quer dizer, às vezes, ( ), às vezes, é é apresentar no dia seguinte. ### ( ) E depois, a gente não apresentava, eram qua> ### Quantos ( ) foi cheio de tinta, eu levava para casa. Se aquilo caía, pronto. SPEAKER 2: ### ele mas caía. SPEAKER 3: Tinha um lugarzinho para o lápis, né? E E pena. ( ) A gente começava no segundo ano primário a a usar pena. ### ### era tipo ( ). Agora, (pigarro) depois eu passei para aquelas carteiras que a gente sentava e tem uma parte, um braço que fica mai maior, dessas de ginásio, assim, aquele braço que vai para frente e se abre um pouco, metade de uma carteira. Porque no primário era uma mesinha para duas pessoas. Agora, ah minha filha, ( ) Brandão, agora já voltou outra vez da do banco, que sai na frente a outra peça que há na carteira e abre a tampa outra vez. Por isso que eu estou dizendo que Eu que passei, mas voltou a ser de abrir a tampa para colocar o material embaixo. O colégio da minha filha. Mas o meu filho é daquelas mesinha ainda de maternal, de jardim, mas sentado no chão. SPEAKER 0: ( ) esse uso do tinta, é melhor você usar um outro tipo de material escolar, né? SPEAKER 3: ### ### O o o mata-borrão, você não encontra mais mata-borrão. É é um dos ih dos proble> Aquele tipo da incongruência, né, ditado mudo ### Ditado mudo é assim, a professora ficava quieta, tinha a lousa da frente da esco da frente da aula e tinha a ### Então você tinha que prestar atenção na palavra e escrever. Aí ela apagava. Esse era o ditado mudo. Ela apagava a palavra. Agora, eu como sempre fui muito distraída, eu olhava a primeira palav> Escrevia e ficava olhando para os para os outros colegas, né? Aí, quando chegava lá, ela já tinha ( ) uns três, quatro palavras que eu não estava vendo. Eu tenho uma raiva de ditado mudo Você teve ditado mudo na sua vida? ### ### ### mudo e começava a copiar as pal> ### ### Aquele bruto parque da da da Praça da República do lado de fui numa janela para estudar, uh, era passarinho, é plátano. Aqueles plátanos que saem caindo assim, e eu seguia folha por folha. Eu não sei se existe mais plátano. ### ### Fora os dias que ela se cabulava para ir para o ci> Eu já saí pelo porão da faculdade escola. (risos) Aquela escola lá não pode cair, não, porque acho que eu conheço lugar naquela escola que ninguém conhece. SPEAKER 0: ### ### ### Vocês são capazes de reconstituir o prédio escolar? Oh, eu não ( ) SPEAKER 3: ### ### A escola está lá ainda, né? Isso a gente ### ### como é que era esse...? Olha, tinha uns porões fabulosos. Se se se você conhece assim, de frente para a Praça da República, tem uma uma escadaria dá em três portas. Daquela escadaria, a gente entra para o auditório onde tem aquelas cerimônias. ( ) Depois tem uma outra escadaria que sobe para o segundo andar. ### ### ### ### ### Do lado assim da escada, escondidinho, tinha du uma portinha de cada lado, embaixo da ( ) Essas portinhas davam para o porão. (pigarro) E o porão assim às vezes tinha os o porão era mais al> ### E tinha uns lugares que tinham umas umas abó> ### ( )  A gente entrava nesses arcos então era mais ain> ### Eu ia ao porão apenas para fazer aqueles... ### ### ### ### SPEAKER 1: ### ### ### SPEAKER 3: ### ### Se você tivesse puxado a mim, você seria uma boa aluna. (fala enquanto ri) e eu, hein? Eu acho que eu tive nota mais alta que você na escola. ### ### (risos) Aplicação, se não fosse o Henrique Thompson, eu era o melhor aluno da turma, mas ### ### ### SPEAKER 0: ### SPEAKER 3: O meu primeiro namorado é assim, nós tínhamos ah uh c ah ah assim do bar, né, tinha um banco, né, aqueles bancos da escola, compridos, né? Escola sempre tinha aqueles bancos. Então eu sentava no banco, vinha o rapaz, sentava do lado. A gente falava Aí eu apesar que o papai não sei se concorda com isso, eu era muito tímida para namorar, apesar de ter dez anos e meio. (risos) Então eu não falava e andava o banco um pouquinho mais para fre para para o lado. ( ) Aí o rapaz vinha um pouquinho mais para o lado, mais perto de mim. Até que você caía do SPEAKER 2: Até quando chegava no fim do banco, eu levantava e sentava do outro lado do banco outra vez. Era bem SPEAKER 3: Eu cheguei à conclusão que eu já... Namoro mudo. É, é um namoro mudo. Eu cheguei à conclusão que eu estava me comuni comprometendo muito, e era muito jovem para me comprometer nessa idade, né? Então eu resolvi brigar, mas também nunca tinha falado com ele, também não podia dizer que eu não que eu ia bri> ### SPEAKER 1: ### SPEAKER 3: ### E, por uma brincadeira, eu eu falava, rece> ### (risos) isso mesmo. SPEAKER 2: Nós também can> SPEAKER 3: ### As coisas se continuam pelos anos afora, não é? É  SPEAKER 0: uma série de brincadeiras ( ) ### ### SPEAKER 3: Ah a Cecília a Maria Helena de quinze anos frequentou o Vila Brandão. E a Cecília frequentou o Vila Bran> ah ah não sei até que se era jardineiro ou era bedel ou qualquer coisa lá, chamava-se seu Fonseca. Então a ge> E é uma revelação na hora. Oh ( ) ### ( ) Porque, por exemplo, eu não gosto de de ensinar brincadeiras esculachativas, né? Hum. Esculacho, não gosto ### ### Mas não há dia que ele não pega o meus filhos para ensinar alguma coisa de esculacho para eles. ### Eu pre eu procuro evi> ### É preciso, eh é herança, né, que a gente deve dar. ### ### ### ### ### O outro ah me tirou, engatinha embaixo da pia. Não, isso não é estímulo. Oh As crianças sabem, mas não fui eu que ensinei, não. SPEAKER 0: ### Segundo dizem, a a mãe educa e a avó deseduca, né? SPEAKER 3: ### ### quem quer ser respeitado, respeite também. É, né? Quem quer ser respeitado? O avô não quer ser respeitado. SPEAKER 1: ### ### SPEAKER 3: ### SPEAKER 0: ### SPEAKER 1: ### SPEAKER 3: ### respeito à pessoa, Olha, ontem, ontem aquele negócio, ontem o ( ) falou uma porção de coisa, né? Que uh a liberda> ### Bom, tem de ser mal criado mesmo com o seu filho. Ele SPEAKER 2: já sabe, eu falo, isso é o vovô que faz, hein? (risos) SPEAKER 0: Mas respeita o vovô, mas respeita. ### o fim de um curso é uma festa agora quase não há mais, ### SPEAKER 1: ### SPEAKER 3: Não? No meu tempo não ### SPEAKER 0: ### ### ### ### SPEAKER 3: eu mesmo não tinha. ( ) Mesmo na faculdade. Eh na faculdade quando eu me formei eu me formei eu eu... No meu tempo, eh tinha de prestar... Eh de fazer tese e defender uma tese para ter o gr> deixava para a segunda época. Eu como precisava me casar logo eu então defendi em primeira época. Namorou seis anos, por isso que ele precisava SPEAKER 1: ### ### ### ### SPEAKER 3: eu explicar, porque tinha seis anos de de noivado, né? ### SPEAKER 1: Que foram onze de na> onze também Sei lá. SPEAKER 3: ###  Mamãe conta. Não, onze. ### Nem eu conhecia. ### ### Eu não fiz assim, eu cheguei lá e disse olha quero o meu diploma já, né? eles fizeram o diploma e me entregaram em ( ). Mas essa turma fez a tese e apresen> ### SPEAKER 3: ### ### mas olha as coisas enquanto são esculachadas Porque, antigamente, a gente precisava se formar numa universidade para ( ) beca, receber diploma e aquelas festivi> Depois eu tenho a impressão que no meu tempo já ah o ginásio se formava. Se formava no ginásio e no último ano da faculdade são as duas festa de formatura. ### SPEAKER 1: ### ### SPEAKER 3: ### e formassem naquelas quatro matérias, né? No ano seguinte, mais quatro matérias. E assim Em três anos fazia-se o ginásio. ( ), não havia formatura, né? Agora ( ) ah agora, primário, se faz festinha de formatura. ( ) Pelo menos até haver o curso inteiro, n> ### Mas minha filha já teve uma festa de formatura de pré-primário. Quando ela aprendeu a ah a ler, Ela teve um uma festa para receber um diploma, de vestidinho branco, no pré-primário. E há pouco tempo eu vi que a filha de ah de uma cozinheira que eu tenho, filho dele, ela precisou fazer beca e pôr aquele chapeuzinho de de quadradinho para ele se formar no maternal. (risos) Acho que as coisas mudaram mesmo. Ficando folclórico, né? ### ### também têm que ser respeitadas, porque se uma pessoa respeita> SPEAKER 0: Respeito, só. SPEAKER 3: E respeitar também esse negócio, porque afinal de contas ( )... Minha filha de quinze anos, eu tinha dito a ela que ela ia ter, quando fizesse quinze anos, ia ter uma festa, um vestido comprido, tudo isso, né? ### Ela foi para a casa da avó, lhe deu um siricutico e ela resolveu com treze anos e meio para quase quatorze vestir seu primeiro ah de ah vestido comprido, lon> Bom, perdeu aquele encanto dos quinze anos na formatura dela, ela ter um vestido comprido. Depois ela começou a dizer, puxa, agora não posso pôr outra vez, ah porque afinal de contas não não eh só porque eu já andei de vestido comprido? Falei, olha SPEAKER 2: Perdeu, mesmo que você tenha um outro mesmo significado porque você estragou aos treze anos o significado do vestido comprido, né? Quer dizer, há há uma certa assim um um ritual nas coisas, pode ser que seja um pouco demodê agora esse ( ), mas que eh que dá aquele significado da vida, né? A gente precisa esperar um pouco pelas coisas acontecerem num momento próprio. Ela SPEAKER 0: ### SPEAKER 3: ### ( ) a saia. já é uma ma modo... ### S só se veste saia para ir numa festa, né? E depende da festa. ( ) ### ### <ía à noite, por exemplo, uma festa à noite que não se usasse esse eh eh smoking... não se e> quinze a dezoito anos, quer dizer,  três anos, eu gastei três smokings. Porque eu eu gostava de dançar e de festa à noite. Toda noite eu, depois do jantar, eu punha smoking. Era o costume daquele tempo. Hoje quem é que põe ### SPEAKER 0: ### SPEAKER 3: ### ### ### ### ### ### dois smokings né pai? Então eu tive por por sua causa né? É. SPEAKER 0: Mesmo para ir à igreja era diferente o comportamento para se vestir, não era? É. Eu tenho re> SPEAKER 3: ### de tudo. ### Mas nas outras igrejas, por exemplo, todo mundo vai de de blu de de de camisa, né? ( ) Mas na nossa, na na primeira igreja, ainda predomina o homem, eh uh uh a vestimenta com gravata, né? Eu tenho certa restrição de ir de calça comprida à igreja. Não vou, nunca fui de calça comprida à igreja. Mas minhas filhas... Olha, para a Cecília, que é a do meio, ir de calça comprida um dia esse ano à igre> Eu precisei fazer verdadeira aula, mostrando para ela que ela ia de casaco, qualquer coisa. Mas o pessoal vai de calça comprida, na no no cida> ### SPEAKER 3: ### ### ### ### é é um isso é uma do um dos fatores também. E também outros, por exemplo, a gente tem aquele hábito de, não é, desde criança, né, também tem o hábito de ir, naturalmente. O senhor sempre frequ> Sempre. De> Mas depois de uma certa idade, quatorze, quinze, vinte anos, ele leva a a fazer a tal de profissão de fé. SPEAKER 1: Pública profissão SPEAKER 3: Pública profissão. Ele se comprome ele se conscientiza que ele quer pertencer à igreja. Então, ah também não quer dizer que uma pessoa que não tenha feito Escola Dominical, ah ele pode chegar lá não ter sido batizado, ele vai batizar na hora e faz a sua profissão de fé. Mas ele vai à frente, ### <ão de fé. E aí ele começa a pertencer à igreja. Então ele tem direito a... A igreja presbiteriana só tem dois sacramentos, que é o batismo e a... vocês chamariam de ah ### SPEAKER 2: ### ### SPEAKER 3: ( ) Você pega o pão e o vinho. ### o vinho que é tomado pelo padre e o pão é a hóstia... quer dizer, a hóstia eh o pão e tomamos o vinho Agora, aí daí em diante, ele começa a participar dessa segunda ah como é o segundo sacramento, que é a Santa Ceia. Só depois que ele resolveu entrar, que ele participa da Santa Ceia. E nesse momento, existe uma classe de catecúminos, que é mais ou menos um catecismo, né? É porque esse. Em que ### Então um dia, eh eh ou numa numa reunião mais séria da igreja, por exemplo, num aniversário de igreja, ou então num culto qualquer. Então o pastor convida, ele vai à frente lá e ele é interrogado então sobre aquilo e ele faz então a pública profissão de fé, como a ( ) está dizendo Então ele é arrolado como membro da igreja. Ago> diferenças, por exemplo, no nosso, se ( ) presbiterianismo, porque pelo modo de dirigir a igreja. A igreja é dividida em presbíteros, quer dizer, são os os velhos de igreja. Então a igreja ### Que, se por um certo gabarito, e formam, então, ah o conselho da igreja, dirigido pelo pastor. E esse conselho é que dirige a igre> Depois, esse eh esses presbíteros há um presbitério, quer dizer, as igrejas de u> <á na igreja batista, não. É a congregação que resolve tu> Quer dizer, cada congregação resolve a sua vida. Então eles se reúnem numa reunião quase que socialista. ### ### se reúnem, elege, tenta a maioria. ### Os diáconos seriam os deputados, os presbíteros seriam os senadores e os pastores seriam o presidente, né? (risos) ### SPEAKER 0: Na minha religião, o padre, né? É. Ele se paramenta todo. na sua igreja há esse ritual. Ele põe uma roupa. Eh SPEAKER 3: ### ### SPEAKER 1: ### SPEAKER 3: uma beca, como se fosse um um professor universitário. Eles têm têm tudo com o seu significado. ### Eles dividem um auxiliar e outro especializado em adole em juven> ### ( ) Lá tem mais, porque a igreja é maior, né? Agora, quando eles apresentam os três ou dois, no mínimo geralmente se tem dois sempre na frente, em ( ), aquele que vai fazer o sermão leva uma faixa vermelha nas costas, um uma espécie de de fita larga. E tem também, uh uh lá por exemplo, eh também eu acho que é a única igreja que tem isso, o Faustino, que é o é o pastor em de música. ### ### Só nisso. Ele fez curso nos estados unidos e tudo e tem tem título e tu> Mas só trabalha na parte de de música. É, De vez em quando o coro da nossa igreja dá ah audições para a Sociedade Bach de São Pau> ### Só de música sacra. O culto inteirinho tem eh assim de eh de invocação, de adoração, tudo, mas tudo de mú> de canto de coral, não é? O coro lá é muito grande, né? É ( ) ### Quem gosta de música, eh é uma coisa bem interessante. É lá tem uns ( ) ( ) É porque a igreja é maior. ### SPEAKER 0: É, o senhor falou que cada coisa tem um significado, quando ele se veste, o pastor. Bom, natural, eh como qualquer... Tem nome cada coisa? ### SPEAKER 3: Não não tem esse paramento da igreja católica, que tem a veste, depois põe uma roupa, né, que é uma ( ), depois tem uh os os... Mesmo aquela coisa vermelha que aquela fita vermelha tem um significado, mas eu não nunca me interessei muito por isso. Interessante, mas essa questão de... pôr essa roupa por cima, esse paramento, vamos dizer, uma coisa relativamente nova, porque, primeiro, quando eu era moço, não se usava isso. Era ### ( ) batista não se usa isso, né? Nem aquele negócio de ### SPEAKER 0: ### SPEAKER 3: Introduziram, mas não não funciona muito, não existe muito SPEAKER 0: Para que que serve esse ( ) SPEAKER 3: ### ### É fantasia. (risos) Nós temos um pastor, ah inclusive eu acho que você já ouviu falar lá na usp, que chama-se Jorge Bertolaso Stella. É um cara que fa que tem íntima intimidade com o sânscrito. ### SPEAKER 2: Eu tenho impressão que eu acho que o Isidoro nem conhece o Bertolaso, não sei, nunca pergun> SPEAKER 3: ### SPEAKER 2: ### SPEAKER 3: O que ele diz no sermão nos sermões dele, eh a gente podia dizer, escanda se outra pessoa mais nova falasse, escandalizaria. ### ### Não tem medo de dizer coisas que, por exemplo, se ele... Um dia eu ia falar sobre a Bíblia, por exemplo. A Bí> No entanto, se um desses pastores novos for falar uma coisa dessa, é capaz de no dia seguinte ser ### ### ### ( ) foi um caso desse. Ele f> ### ### ### ### O Bertolaso é uma pessoa de idade. Uh quando eu fui batizar o Rubem, há quatro anos atrás, ele tinha mais de oitenta anos já, né, eu morava no Haddock Lobo uma casa com uma escada terrível, né, tinha dezoito degraus antes de chegar na casa. E ele eu fiz combinar para ele como ele ia ser batizado em casa, tudo isso, mandei o motorista pegá-lo. Mas pensando que ele ia chegar em casa. Ele dizia, não, eu vou até aí combinar com a senhora, não sei o quê. Eu falei, não, ( ) eu vou, mando o motorista pegar o senhor na sua casa. ### Ele chegou, subiu aqueles dezoito degraus com certa dificuldade. Sentou, combinou a hora, o dia, levantou e disse, vamos fazer uma oração? Eles sempre se despedem com uma oração. Fez uma oração e eu disse, mas o senhor não vai embora agora, não. Ele disse, não, vou embora. Ele deve ter ficado quatro ou cinco minutos dentro de casa. Desceu novamente as escadas. Chegou lá embaixo, eu estava meio ah A gente fica meio esquisito, uma pessoa de idade, subir aquela escada, né? Quatro minutos, podia ter ficado até ( ) Eu disse, ah, Reverendo, o senhor subiu tudo isso, afinal de contas, o senhor teve todo esse trabalho. ### SPEAKER 2: ### SPEAKER 3: ### É que esse contacto direto com Deus que nós fazemos através da oraç> ### Qualquer um de nós pode dirigir diretamente a Deus em oração. Isso tem uma importância muito grande. Dá-nos uma segurança na vida e tudo. A gente Seja feita a vontade de Deus. Mas nessa nessa questão de falar, seja feita a vontade de Deus, eh está muito esse conformismo nos dá segurança. Mas o pastor está sempre mais ce> ### Então, eles têm o costume, quando nos visitam, de sempre terminar a visita com uma oração. Aquilo faz bem. Então, eles sabem disso. Então ,eh cada visita do pastor sempre é é desejada, é querida, em qualquer caso, né? Especialmente assim como um pastor que a gente sente que a vida dele é dedicada, que ele ( ), né? Meu Ultimamente, ele tem mudado, não sei se tem mudado, mas ele tem se expressado que ser cristão é ter sentimento religioso. Quer dizer, é uma coisa assim bem profunda, que não é nem eh quase acreditar em Cristo, né? Porque ele diz que nos estudos que ele teve de sânscrito, das religiões de hindus, aquele negócio todo, de todas as outras religiões, ele disse que nisso também tem a presença de Deus. Então, ser cristão é ter o espírito religio> É uma coisa tão vasta, tão ampla, não é? Eh SPEAKER 0: ### SPEAKER 3: ### SPEAKER 0: ### SPEAKER 3: É uma pessoa que tem muito conceito por aí, mesmo em ( ) pessoa discreta, né, pai? Não eh não participa em programas de rá> ### Aliás, ah pessoas de de projeção. ### ### ### ### ### ( ) eu me lembro que eu era menino. ### ### ### Não, Motinha não morreu. SPEAKER 1: Não, uh uh mas SPEAKER 3: ### SPEAKER 1: ### ### SPEAKER 3: Ele era de quê? ### ### ### Não, já aquele é o Lívio Teixeira. ### ### ### É uma turminha da USP que saiu lá da igreja. Oh A igreja saiu da turminha da USP, sei lá. Acho que a uh a igreja veio primeiro. ### ### ### ### ### ### ### <ão, sempre foi. SPEAKER 0: Mas a música na igreja? SPEAKER 3: Eu não sei, mas eh a dança, eh eh para para para dançar como? Sem música? Não, estou dizendo na liturgia. Bom, não sei se na liturgia, mas até é engraçado que eles... eh é um chamariz dos mórmons, são são os bailes eh de fim de semana, não é? Sabe disso, né? Não. Pois é, eles têm... eh uh no meu tempo No tempo do papai, não sei como é que era a igreja. O meu tempo não não não era... começou-se ah as pessoas dançarem, os pro os protestantes começarem a dançar, foi o meu tempo. ### ### E mesmo eu fui ( ) numa rigidez de costume muito grande quando era eh era mocinho, tudo, porque quem frequentava escola dominical tinha de ter uma uma vida muito rígida, né? E quando, naturalmente, o mundo vai entrando, não é, eles têm muita força de modo que que os costumes vão modificando um pouco, né? Vão modificando.  Mas e> Ainda assim, eh na igreja ainda há uma certa eh rigid> ### ### ( ) Agora acho que no meu tempo só é mulher, né? Mas eles fazem até hoje. ### Aconteceu uma coisa engraçada comigo, que eu não ### ### Mas o fato é que eu levei, e eu leva> E acontece que um dia foi lá o jornal e fi e cinematografou a eu a pular com ah com as três loirinha> Não, precisa dizer que papai só ah pulava quando a gente demorava muito para chegar na mesa? ( ) então Ele ia atrás. Então, para voltar para a mesa, eh ele foi na frente e nós três pusemos a mão assim atrás dele.