SPEAKER 2: ### Espera. Você tem a a seguinte experiência, né> <é? De a gente passa por um momento em que a gente critica pai e mãe, fica danado da vida. E> Tem uma série de colocações da Igreja que, por exemplo, para mim não tem sentido. Quer dizer, ela a a e> e passível de tantas formas culturais que eu nu eu nunca pude levar assim a sério, quer dizer, a sério existencialmente, um um mandamento da igreja como, por exemplo, até este, evitar filhos, sabe? E> ### Não me atinge mesmo. N> <É. Então, você vê, o Evangelho é uma coisa, assim, misteriosa e ambígua. E eu acho que aí está o valor dele. Porque ambígua como a vida humana é ambígua. A sua vida não é ambígua? A minha é muito. E> ### O uma vez, o nós pass passeando na fazenda, nós fomos assim num lugar muito alto, então eu mostrei tudo. Disse () Tudo isto que existe foi Deus que fez. S> Sem por caraminhola, se a igreja é assim, ou assado, devia ser não sei de que jeito. E que existe igreja. Nós já sabemos isso, chega, vamos lutar com isto. Mas ela, eu acho que tinha que começar assim. M> Então, você vê, não foi nada normalizado, não foi da nada dado. E> ### ### ### ### Nesses momentos em que você faz espontaneamente aqueles gestos que para você são profundos e verdadeiros, fazer para ela, sabe? Uma marcação éh evangélica. Quer dizer, ela não te vê indo à missa, porque você não vai. Mas no momento que você sente o próximo como aquele que precisa de alguma coisa, e aquele de quem você realmente se aproxima, Você diz, olha, isto é uma coisa espantosa, mas você sabe que foi Jesus que veio ensinar tudo isto para a gente? Então, é uma maneira de você éh remediar um pouco esse hiato que você disse, né? N> <É uma coisa que ela não se interessa. S> Por exemplo, o problema da missa é sério, mas não é aí que está o maior problema. O ma O o por exemplo, o ano passado, na escola, a professora estava grávida e> Agora você veja o dilema. E> <É. Ela só não quer que o pai e a mãe se divorciem. I> ### Eu acho que não. O> É uma opinião também que tem muita muito pouca (fala rindo) praticidade atualmente. E> <É essencial, (fala rindo) mas, para mim, eu não eu não sinto como tal. ### Eu acho que eu não levo muito, não. Porque eu eu gosto da igreja, mas eu não o não a tenho como tão mandona. () (risos) Eu não acho que eu não ia gostar muito, não. E você leva a sério autor> SPEAKER 3: SPEAKER 2: tarde. É isso. Dá muito caxias. É. Dá demais. Que o conver> SPEAKER 3: SPEAKER 0: SPEAKER 2: SPEAKER 3: SPEAKER 2: ### Ponha, se põe em condição e vá. Ent> <ão aí, pelo menos quando você estiver lá, ele não vai ser rejeitado. Fácil a gente expor se pôr em condição de... É, porque () Depois que no depois que nós desligarmos o gravador eu vou te contar porque que é difícil (risos). Sei. Tá bom. Bem, eu diria que éh é pedido muito pouco e é pedido o que é possível. Por isso que a gente se põe em condições. Porque a gente estar em condiçõe, ser em condições, nunca aconteceria. E> <É pedido pouco. Com medo, sabe? D> Agora, a minha irmã deixou de ir à igreja, durante muito tempo, porque ela era talvez mais rigorosa que eu. E> SPEAKER 2: <É. E não ele não. Na ele tem uma determinada linha, mas as coisas que ele escreve, em geral, causam muita polêmi> Agora, eu não sei como é que isso começou a diluir em mim. Bom se eu for sincera, eu vou te dizer quando foi. A> E a segurança que a religião traz, sabe? Ela é muito nessa linha. e do terço, sabe, nessas coisas. Então, ela diz, a psicoterapia, você perdeu a sua religião. Não foi isso. Talvez eu tivesse necessidade de dessa pausa para pensar, reavaliar o que eu estou tendo. Está sendo uma pausa meio demorada e sofrida, mas talvez seja consequência de um retiro que eu fiz, você va vai achar incrível. H> Em última análise, assim, muito tosco, muito grosseiro, dizia que o Espírito Santo vive no amor entre as pessoas. Quer dizer Eu acho que é muito pobre dizer isso, resumindo o retiro dele. Mas, realmente, a maneira da da do do Espírito Santo viver é essa. E> SPEAKER 2: seja psicoterapia, como diz a mamãe. Bem respondendo primeiro aquela pergunta, para que a igreja? N> <é? Estava curtindo (fala rindo) outras não Espírito Santo. Então, a igreja foi preciso para essa continuidade. É uma coisa muito prática, pragmática até, né? A> <É autoridade. Eu acho horrível a autoridade. Também não gosto de autoridade em e em Engraçado que eu cumpro bem as coisas. Mas enquanto elas não são impostas. Enquanto eu as cumpro a partir de mim mesmo. A> Mas impostas, não.  E não sou nem feminista está vendo? Bom. A como a a () não vale tudo, eu acho que você falou uma coisa muito importante, que acho que nem o Galdêncio se lembrou de dizer. Você sabe? Re> SPEAKER 3: <É uma figura amada também, não é? É uma figura amada. Mas aquela a figura amada que propõe normas para viver é uma figura pesada, hem? Por mais amada que seja. Que continuamente se tem que estar aferindo, né? É> <É isto? Nem fala, hein? Nem fala. É> <É mais difícil (fala rindo) ainda. Você olha e diz, mas será? E> <É mais ou menos isto. É  mais ou menos isto. Quer dizer, eu levar muito ao pé da letra, a letra. Né? Porque a letra é é uma manifestação da alguma coisa maior, mais profunda, até as pessoas. Outra coisa também do Grahan Greene Você sabe que eu não leio (fala rindo) muito? Eu li há tantos anos que eu acho que estou citando (fala rindo) já com alguns adendos. (risos) Mas eu nem sei se isto... Vocês leram O Terceiro Homem? Li, (). Vê se O Terceiro Homem era este. (risos). Ha> <É o mistério, vamos dizer, do miolo humano da vida, né? E> de uma autoridade e que gera em você um conflito. A o> ### Ela queria fazer o que todo mundo fazia, que era ir lá para frente e comungar. (), é o o a a essência da coisa, ela não sabia qual era, não tinha condição de captar e realmente não queria. O que ela queria era ser como todo mundo, porque toda criança quer ser como todo mundo é, né? Então, o Freire () me disse, não, você não está aproveitando e e essa faixa de de espiritualidade, que as crianças nessa faixa nessa faixa de idade têm muita capacidade de espiritualidade. E você não está aproveitando. <é? E eu fico pensando, será que foi a igreja que me tolheu? S> SPEAKER 3:   ### Eu acho que essa é a minha dificuldade. Eu sou muito rígida. Ou eu sou uma coisa, ou eu sou outra. S> muito difícil eu conseguir fazer pequenas combinações. E essas  Agora, eu não sei, eu depois eu não sou capaz nem das pequenas. Agora, eu não entendo como é que um sujeito que é católico, está certo, é, pode ser uma besteira, ser furado, sei lá o que for. É> <É. Então não pode ser comunista. Porque as coisas se chocam pela base. Agora, eu acho que, não sei, eu acho que o é uma bobagem do Papa se envolver nisso, porque não vai ser o> é tanta exploraç> <ção, o mundo inteiro. () é a igreja, é isso mesmo, né? E> SPEAKER 2: Não é? Você você fica profundamente revoltada, repugnada, angustiada, porque voc> ### SPEAKER 2: ### Porque cachorro tem  uma sensibilidade auditiva incrível, não é tudo que ele gosta de ouvir, né? E> ### ### ### E a gente disse, por que que tem comunista ainda, né? Porque uma pessoa que está passando fome, que não tem um mínimo, vê um troço desse, é absolutamente revoltante. A>   A gente resolve cada hora. Agora, o problema político... Não, assim totalmente, né? Não totalmente. Não, totalmente eu acho, não não não foi assim que eu pensei. E>     SPEAKER 2: Essa foi sempre a minha angústia em termos de vivência cristã. A Porque o o Evangelho é tão radical, né? E> <É um tudo ou nada total. E você veja como a nossa a nossa caridade, digamos assim, é de resto, é de sobra. Você nunca faz ahn eu estou falando no na nós, a gente, mas pelo menos eu. A> ### mais ampla, de regime. Então, ela estava dizendo que os regimes, a que chegamos, não demonstram que se tenha levado muito a sério o Evangelho, porque é um regime que de desnivelou as pessoas, né? É i> dos eremitas, como foram os primeiros cristãos além, n> Aí o desemprego, os cromeadores sem emprego. Não. Os cromeadores vão fazer outras coisas. Então, uma uma espécie de sobriedade na vida. É não trans> SPEAKER 3: