SPEAKER 0: Bom, gostaríamos que Sônia e Rosa falassem a respeito de vida social e diversão. É muito Vago falar assim, né? É, muito. Daria Para fazer perguntas. É, acho que se você quiser começar com pergunta. SPEAKER 2: Quando vocês se reúnem, de que forma são suas reuniões sociais? SPEAKER 0: Quando a gente reúne, geralmente é com amigos, né? Em casa de ami> E, não sei, eu tenho a impressão que aqui a gente tem muito pouca possibilidade de sair, se encontrar em algum lugar que seja agradável. Então, geralmente, em casa de amigos mesmo. Pelo menos no meu grupo, né? Agora, de> É também, em casa de amigos, porque além de não ter lugar, não é que não tem lugar, é que é tudo muito caro. (riso) Qualquer lugar que você vá, você vai gastar dinheiro. Então é mais fácil em casa de amigos. Em geral a gente não tem dinheiro, está duro, (riso) e vai para casa de um, para de outro. E é mais agradável também. Agora eu acho que a vida social é muito difícil. Eu não sei como eu estou conseguindo manter uma vida social atualmente. Por causa do tempo e cansaço. Quantas vezes eu fui na casa da Ana e comecei a dormir. (riso) É É é de sono. Às Às dez e meia da noite estou dormindo na casa dos outros. É É incrível. Meu grupo também. É? Sempre tem uns três que dormem. No fim acaba todo mundo indo embora porque ninguém aguenta. Pois é ah É horrível, né? Eu estou sentindo que está muito ruim essa vida social em geral aqui. Estou achando que está péssima. Não Porque todo mundo trabalha demais. Mais do que deveria, né? Mais do que oito horas. Geralmente a pessoa tem mais de um emprego, porque um emprego só não dá para... Para se manter ou para sustentar a família que seja. Sei. E também não é só isso. Um começa a trabalhar demais, outro quer também, quer fazer mais coisas. Não, eu eu sinto que, atualmente, no Brasil, em São Paulo, está uma corrida a emprego, a formação, a ter currículo, a ter não sei o quê, que senão você fica para trás. Então, todo mundo quer fazer mais cursos, quer estudar mais, quer tem medo de parar porque senão não consegue um emprego melhor. Então, se você tem um curso a menos, você não vai conseguir emprego e tal. Então, fica todo mundo fazendo mil cursos. Eu sinto um pouco isso. E um pouco a necessidade de melhorar também a formação, que na universidade é muito pobre né. É paupérrimo em termos de formação prática mesmo. A gente tem muita teoria e quando você entra no emprego, você não conhece nada. As coisas mais práticas que a gente tem assim em termos de psicologia, aplicação de testes, a gente não aprende em faculdade. A gente aprende quando começa a trabalhar. Então, na (riso) na psicologia, a gente discute mil pesquisas, mil coisas, e quando você vai trabalhar, você não tem essa práti> Então você tem que fazer curso fora, depois que se forma ou durante o curso. Então é aquela correria mesmo. Mas você acha que os cursos que tem ajudam ou são cursos paralelos? ### É. Ajuda. Quer dizer, ló> Porque eu não sei a respeito do nível desses outros cursos. Sei que o nível no curso superior está muito ruim também, né? Tanto no superior como no que vem antes. Agora esses outros cursos paralelos, não sei como que está. Porque o que eu sinto que é tudo isso é mais em função de conseguir um emprego melhor e ganhar melhor. () Do que se sentir mais a vontade na profissão ou coisas desse ti> Eu acho que as duas coisas estão sendo levadas em conta. Tem cursos muito ruins também, cursos paralelos, mas tem cursos básicos necessários, assim, por exemplo, específico do teste de Rocha, que era o que eu estou estava fazendo ano passado. E esse ano eu parei, SPEAKER 1:  né? Porque eu cansei. (riso) () de Rorschach SPEAKER 0: ### É. Ai, eu cansei. Não, eu cansei por eh. É segunda à noite minha aula hoje, né? Eu ia até, mas aí eu pensei, ah, ir até lá, deu preguiça. Não fui. (riso) () Deveria estar, né? Mas esse ano eu não fui até hoje, porque acumulei mil coisas e não deu simplesmente, sabe? Comecei a dar aula em outro lugar, trabalhava nove horas por dia, fazia pós-graduação nos horários vagos, uma loucu> Cansei e parei, né? Agora eu preciso ir lá, porque eu já fiz o primeiro ano e não vou parar assim eu acho. Eu acho um curso importan> Todo mundo dizia que sim. Ai. Não é? É meio chato. ### Eu aprendi muito de teste no trabalho, né? Mas é porque eu tava também fazendo a sociedade, porque eu tinha muita dúvida, eu apliquei muito teste, né? Ah para menor Mas... Tem que falar de lazer. Qual Qualquer lazer, , né? Lazer É. Lazer não tem. É só... SPEAKER 2:  O que que vocês aplicam às suas horas vagas? É que sobra um pouquinho, ou por dia, ou por se> SPEAKER 0: Dia? Quer dizer, () num tempinho vago o que que vocês fariam normalmente?  Quando eu tenho tempo vago, eu estudo, o que não deu para estudar. (riso) Como eu tenho feito, né? Agora... Vou na casa de amigos, é só isso que eu faço. Vou no cinema. () Eu tenho ido pouquíssimo no cinema, se bem que gostaria de ir mais. E E... Isso porque à noite eu estou cansada, só por isso. E porque aqui em casa tem muita gente. ### Somos qu> Esse fim de semana quantas pessoas vieram aí? Nossa, milhões. Ele contou no quarto, no sábado tinha vinte e duas pessoas. (riso) No quarto? Só no quarto dele, (riso) fora no resto. Família de italianos, né? É. Somos (riso) mais italianos do  Porque junta a família inteira. Os São nove irmãos da minha mãe, né? Com filhos, netos, bisnetos e tudo. Bisneto ainda não tem, mas... Então, quando junta todo mundo, um caos total. Mas de lazer, é só cinema mesmo. Não (riso) num Não, no verão a gente ia no Palmeiras ver. Ah Ah, não. Eu tenho um lazer muito importan> Quase todo domingo (riso) eu vou no Parque Morumbi ver aqueles concertos que tem lá. Conhece? Então... Agora, quando chove não dá, né? Quando é feriado a gente tem viajado. O que mais, Tê? ### SPEAKER 1: É bastante coisa, né? Eu não viajei um feriado SPEAKER 0: Não, eu faço questão de não deixar de viajar em nenhum feriado. Ah, mas você faz isso por obrigação ou deixa de s> Por obrigação, porque senão, senhora, é obrigação antes de sair, porque depois é bom. Acontece que se você se deixa ficar e não levar, né, que seria o termo. Você vai ficando, no fim, fica o ano inteiro em São Paulo, fechado dentro de casa, que nem... Como eu, assim. () (riso) Mas eu realmente não tenho ânimo. Ai, eu fico muito cans> Então, mas você tem que ter ânimo. Fim de semana, você pegar essas estradas ah de ca> Eu eu não viajo mais de carro fim de semana, assim feria> Não teve um fim de semana decente para gente na> SPEAKER 1: Um para ajudar (tosse) as senhoras, outro para ajudar os pobres não sei da onde, outro para ajudar... Outro que era o clube dos espanhóis. Vários clubes dentro da escola e os clubes promoviam festas na escola. Era tudo em torno da escola. Ou então chás beneficientes, coisas bem assim. Era chá beneficiente, festa na escola. Ou então jogos, jogos de futebol né, futebol americano que era na própria escola. Era a única coisa que tinha de vida social, era onde o pessoal se encontrava, sempre na escola. E tinha é se encontrava também em algumas festas. típicas de lá, que eu não me lembro as datas, mas se não me engano tinha Halloween, tinha... Nem lembro o que que era também. (riso) Tinha tinha uma festa anual que toda a escola fazia (), como que chama? Eram carros assim de... (tosse) Carro alegóri> Carro alegórico, é. E... Essas fe a preparação dessa festa durou quase um mês, dois meses, né? (riso) Então, o melhor era a preparação. Porque daí todo mundo se encontrava. Foi a única vez que eu me lembro que os alunos, né, da escola, porque a gente vivia mais em função da escola, se encontravam na casa de um ou de outro para montar os carros, né? Ah Para sair no dia da festa lá, determinado. Então, eu me lembro disso, em termos de vida social, não lembro de outras coi> Só isso, só as festas mesmo, programadas pela escola. Cinema era raro, bem raro. A me> Eu fi (riso) eu fiz um pedido lá e a minha família me levou para ver museus uma vez, mas assim, eu lembro que foi assim bem especial, foi um dia assim, nossa, vamos levar a Rosa para ver os museus. (riso) SPEAKER 1: (riso) Foi um () mesmo. SPEAKER 0: É. Eu também. É. (riso). Sessenta e oito, sessenta e nove. Ah, na mesma Época. É, eu fiquei na Pennsylvania. Ah, eu fiquei no T> SPEAKER 1: SPEAKER 0: SPEAKER 0: <í ele fala para mulher que vai comprar cigarro enquanto está parado o trânsito. A> <í não volta mais. Vai para as mon> Ai () ai meu Deus... Esse filme é bem engraçado também. Tem até o livro. Mas mas acho que aqui é pior. Viu porque me deu tanto medo na estrada. (riso) ### Estava congestionado ou? Ou... Estava congestionado. Quer dizer, a estrada está cheia, mas eles andam em alta velocidade. Aquela fila. Se acontece um negócio ali, (riso) nossa, um carro grudado no outro. Ai, isso que é horrível. Mas lá, o o que a gente tem possibilidade de fazer também, que eu, por exemplo, procurava fazer sempre, porque como não tinha carro, é ir para um lugar assim, mais ou menos perto de Paris, onde tenha condução, né? Trem ou metrô. E vai num lugar que tem um parque, assim, para você tomar sol, castelo, coisa bonita para ver. E f> SPEAKER 1: ### SPEAKER 0: SPEAKER 1: <ício? Não sei. () Acho que é tudo. Um po> SPEAKER 0: SPEAKER 2: De ônibus eu demoraria quase duas horas, né? Então, eu comprei um carro, justamente para ir trabalhar. (riso) E De carro vai rápido, pega a marginal, demora cerca de quinze minutos daqui lá. SPEAKER 2: Porque a marginal é aqui, SPEAKER 0:  né? No fim dessa área. Então, eu entrava às sete e meia também, tinha que comprar o carro, porque eu não ia de ônibus acordar às cinco da manhã para chegar lá. E agora eu pedi demissão. Estou trabalhando aqui perto. Agora eu poderia ir de ônibus, an> SPEAKER 1: Já começou? Mais ou menos já. SPEAKER 0: Você já  foi lá? É. Apesar de não ter saído o contrato ainda. E n> SPEAKER 1: Não tem prazo, pode sair dentro de um mês, dentro de um ano. Acho que no máximo um ano. Nossa! O quê? SPEAKER 2: Pode sair mais? Não sei, já tem dois meses e não saiu nada. SPEAKER 0: Não, é sai depois das eleições. O problema é que três meses antes e três meses depois das eleições (tosse) eles não fazem contrato nenhum, né? Então, e três meses antes é o quê? Maio? SPEAKER 2: De agosto. SPEAKER 0: Não, quinze de agosto. Ah ### Ai, novembro, quinze de novem> Então, se não sair até quinze de agosto, só novembro, dezembro, janeiro, acho que SPEAKER 1:  só em fevereiro, né? Só em fevereiro SPEAKER 0:  que eu consigo. Não sei, mas talvez agora eu possa ter um pouco mais de tempo de la> SPEAKER 2: ### O violão era meu também, porque (riso) eu estudei três anos piano e um dia decidi aprender violão. ### Você e a Cláudia, até eu que chegava em casa, pegava o caderno para copiar as músicas. Toquei, toquei. Aprendi uma uma ou duas músicas também. É, eu ah Algumas coisas a gente toca, né? () Mas a minha professora de violão era engraçadíssima. Eu contei já do ca> ### Essa era de piano (). Ah, era de pia> É. De violão, eu não lembro o nome dela. Mas ela cantava as músicas assim com uma melodia na voz. Sabe dessas que cantam assim? (riso) Sei Eu não sei explicar como é, mas... Eu sei, já imaginei. E ### Nelson ()? Não. Qual? Descia a Rua Augusta a cento e vinte por hora. Ah Ah, sei. Mas com (riso) aquela melodia, entendeu? E eu não aguentava. Daí um dia eu chamei a Cecília, uma para assistir a aula, porque eu achava engraçadíssimo, essa menina era muito amiga minha. E ela foi lá, e ela teve uma () de riso no meio da aula de violão (riso). E eu daí comecei a rir também. E nós rimos tanto que nunca mais eu voltei lá de vergonha. (riso) SPEAKER 1: (riso) () Ai, SPEAKER 0: Ai, que horror. () que vexame. De tanta ver> A mais dotada acho que é a Cláudia, porque de tudo ela aprendeu um pouco. É a A Cláudia acho que nunca estudou nada, mas ela toca piano até hoje, toca flauta e toca violão né. É. É. Ela não está, senão dava para ouvir a voz da dotada. (riso) É. Aliás, ela disse que ainda vai aprender a tocar pi ãh Não deixa a mãe vender o pi piano. Mamãe já não aguenta mais. (riso) Ela chegou a ter aulas de piano? Acho que chegou, né, Dei Acho que chegou a ter  só um ano, né? Ela tirava muita mú> ### SPEAKER 1: <í não dá,  né? Desi> SPEAKER 0: A maior parte dos nossos discos são de música popular brasileira. É. É? Grande parte. Eh É. Chi> SPEAKER 1: ### E pintura e de> SPEAKER 0: Sempre tem alguém que já fez, né? É, eu já fiz um curso de desenho na cidade, lembra? Lem> ### Sete de abril. Eu ia A noite eu ia, está bom? É, eu não lembro desse curso. Eu lembro que você fez você fez um curso aqui com um pintor que mora aí na esquina, lem> Química na USP e Arquitetura no Mackenzie. Nossa! (riso) () Entrei em Química, Matemática e Engenharia. E E daí dos três... Bom, era a química mesmo que eu preferi, depois porque os outros eram na... na...  Álvares Penteado. A gente sempre escolheu em função da universidade também, né? É. É. Escolheu Por exclusão. (riso) A gente vai ver e não sabe assim né. Não tem Não tem. Não tem base, nem formação suficiente para ter uma escolha... Nem sabe... de a> ### ### () As escolas não fornecem as mínimas condiçõ> SPEAKER 2: Por isso que eu gosto de orientação profissional. Eu SPEAKER 0: Eu fiz alguns estágios em orientação profissional, () A Gênia, sabe? Ela fez aí uma prima nossa. Fez orientação profissional lá na USP, sabe? E ela tava fazendo serviço social. Largou o serviço social e estava odiando, né? Hum Parou no meio e começou a fazer administração. E está gostando bastante. Porque é não é orientação profissional baseada em teste, mas é toda uma... visão mesmo das coisas, e ãh mostrar, propiciar condições para que o próprio aluno procure pesquisar as diferentes funções, ocupações, trabalhos e seus objetivos frente às profissões, sabe? Hum. Então é muito interessante, e eu acho que isso precisava ter em toda escola, só que as escolas não não não existem psicólogos, não existe professores, não não tem essas, deveria ter uma matéria própria, né? SPEAKER 2: Depois () como é que você chegou a escolher bioquímica? Como SPEAKER 0: ### Porque quando eu terminei o curso de química, eu não tinha vontade de trabalhar naquelas coisas que se apresentavam. Que eu não tinha vontade de trabalhar em indústria, né? Porque... Pelo fim que você trabalha...  Ãh... Depois... Na universidade, todos aqueles professores com quem eu tinha feito curso, não tinha vontade de trabalhar com eles também, porque... Uns velhos muito quadrados e fazendo uma química da do tempo da alquimia. Para onde que vai a gravação? (riso) Ãh, é. É bom que eles ouçam mesmo. E SPEAKER 2: Você está lá agora, né? SPEAKER 0: Ãh? É. Agora estou lá, mas não estou com velho, né, Deise? Estou em bioquímica. Então,  e sobrava o quê? Dar aula, que eu dei aula quando eu era aluna durante três anos e me cansei, né? Foi suficiente. Não dá para realizar como professora, então... Eu procurei um campo de trabalho onde eu sentisse, pelo menos, um pouco mais útil do que... (riso) Então, bioquímica eu achei que seria mais voltado para isso. E um po Agora, eu estava assim decidindo, né, achando que seria bom, vendo aonde poderia ser, até que eu pedi a bolsa. É, eu estava me formando ainda, quando eu pedi a bolsa no consulado. Aí, eu tinha que escolher de pressa um professor. Lá na França, eu pedi para ele me orientar. E eu fui falar com uma pessoa que tinha trabalhado lá, um bioquímico. E ele me aconselhou umas pessoas. No fim, foi fui indo, fui fui me envolvendo com as pessoas e já estava... Nem tive oportunidade de pensar é isso mesmo que eu vou fazer. Quando eu vi, eu já estava... Por um lado, é o que eu gostaria de fazer, mas, por outro lado, é ruim. Já a formação que a gente tem no curso que faz não é boa. Ainda mudar é bem mais difícil, né? Ainda mais que para mim, que fui fazer o curso lá na França, a formação da gente aqui é mais fraca mesmo, né? Então, mais dificuldade ainda. Mas, pelo menos, eu tinha uma desculpa, né? Que eu não estava (riso) na minha área. () Agora, eu voltei Fui procurar emprego. Outra Vez se apresentou o mesmo problema que se apresentava quando eu me formei. Não tinha vontade de fazer nenhuma das coisas que tinha para fazer. Então, eu fui na faculdade, conversei com os professores lá. Aí fui nesses institutos que tem, Instituto Butantan Biológico e fui na CETESB. Aí na CITESB eles acharam que eu que seria bom eu ficar lá para fazer um trabalho, que eh eu estou lá como química, mas seria para fazer um trabalho um pouco relacionado com o que eu fiz lá na Fran> No início. Então, eu falei, ah, está bom, né? Porque pelo menos vou usar um pouco daquilo e está no campo que eu quero. E além disso, era em pesquisa. Que era uma coisa que eu queria, mas que na universidade é muito difícil ser contratado e pagam mal, pagam mal e... Depois, como é um ambiente que eu já conheço muito, eu não tinha vontade de ficar lá, sabe? Tem muita gente desanimada lá. Tinha vontade. Aí apareceu a oportunidade de eu fazer pesquisa e ir numa companhia, né? Contratada, tá? Então, eu achei bom e fiquei. Agora, lá eu estou como química, né? E eu voltei, então, para química e não é bem o que eu queria. Ah, quer dizer que você não foi contratada para fazer ensinamento na área de bioquímica? Fui No Início era para fazer um trabalho de bioquímica, mas esse que me falaram é um trabalhinho Entende? No meio de uma porção de outros que são muito mais de... é uma análise de ácido ribonucleico. Hum. E eu trabalhei com ácido ribonucleico lá. Agora, além da análise de ácido ribonucleico, tem análise de uma porção de outras coisas que é para fazer que é... de química mesmo. E eu para... numa enroscada, não sei como é que... Porque você não gosta de química mesmo. É. Você queria fazer em bioquímica. ### Muito diferente. Não é, eu acho que na verdade eu não eu não não sinto prazer em fazer nenhum dos dois, mas pelo menos na parte de bioquímica. Acontece que se eu ficasse na parte de bioquímica lá, eu ia trabalhar mais com a parte de pesquisa mesmo, de o que que está acontecendo com isso, com aquilo. Ent> SPEAKER 0: Bioquímica é farmácia. É () Farmácia e bioquímica. Eu sei. () Tem. Lógico que tem. Tem. A A faculdade é até no mesmo prédio. () Não, ah o curso é qua tem muitas matérias que são as mesmas, entende? Hum. Quer dizer ãh ãh. Eu lembro que agora ãh há uns quatro anos, acho, eles fizeram uma reforma lá, então... O curso básico tem muitas matérias que são ãh  eh junto para química e para bioquímica. SPEAKER 2: Então, muitas matérias que eu não teria que fazer. Mas o curso de bioquímica que você fez lá, não tem nada a ver com o que se chama de bioquímica aqui. Por quê? Porque aqui é aquele curso de análise que se faz de mais um...  SPEAKER 0: Não! É porque é um curso básico, né? É um Ela fez uma espe> SPEAKER 2: De graduação de bioquímica? Então para para como SPEAKER 0: Por () teve Porque ela sente, você não sente dificuldade em () Sinto, mas não faria nunca o teu  curso. Nun> Biologia, então? É, é Bioquímica mesmo. Ma> Bom, é mais na formação a gente não sente que está aplicando, mas a parte que eu vi lá era uma coisa completamente nova para mim, SPEAKER 2:  sabe? Era mais biologia, né? É. SPEAKER 0: Tinha muito mais biologia... Não era química da matéria orgânica ou algo assim? Não, não era. No meu caso... Não? Eh Podia ser um pouco, mas os conhecimentos que eu tinha que ter para aplicar a química, entende? Que eu também conhecia, eu não tinha, porque os conhecimentos básicos que eu tinha que ter era de bioquímica mesmo. ou de biologia. É.  () tese né, mais de () É. Seria mais () (tosse). Por isso também que eu fico na dúvida se eu quero ou não bioquímica, porque dá tanto trabalho para mim. Tem que estudar tanto, cada vez que eu pego uma coisa, tem que voltar tudo. SPEAKER 1: As escolhas sempre são difíceis, né? Muito difíceis, né? () É SPEAKER 2: E a Ro> SPEAKER 0: ### SPEAKER 0: É () utilidade. Sim. Obter um conhecimento básico para poder atuar, né? (tosse) E eu acho mais rico também, né? Quando eu escolhi, agora vem quando eu escolhi depois. Quando eu escolhi, eu tinha a intenção de trabalhar em clínica também, mas ãh (tosse) sei lá, em instituição ou particular, mas atuar numa área de clínica, enquanto atuando com um indivíduo, né? E... Depois, quando eu comecei a trabalhar, eu comecei, trabalhei um ano, na (), com adolescente infrator. Meninos de quatorze a dezoito anos, ãh com conduta antissocial. Os famosos trombadinhas e congêneres, né? Então, esse ano, Foi uma experiência em clínica, em instituição, gostei da experiência, mas se eu comecei a ver uma série de problemas em termos de trabalho mesmo, sabe? Não em termos das técnicas utilizadas ou coisas assim, mas em termos do local onde você está trabalhando, da estrutura onde você está. E daí comecei a pensar bem se eu gostaria de trabalhar numa instituição estatal ou numa indústria particular ou num consultório meu. Comecei a checar i isso daí, né? Não o trabalho em si e Daí estar reformulando, pensando talvez trabalhar em na área de avaliação de desempenho, coisa assim, num local onde os objetivos estão mais próximos aos meus (tosse) objetivos de trabalho. Ao invés de me manter numa área clínica, só porque é clínica, independente dos objetivos do local onde eu estou trabalhando. Então, foi em função disso que eu comecei a pensar mudar de área, porque os princípios básicos da psicologia eu acho que eu utilizo em qualquer área. SPEAKER 1: Então, foi mais ou menos em função disso. () Hum a SPEAKER 0: Acho que eu escolhi, a assim, em termos de pós-graduação, não me arrependo de ter escolhido clínica. Acho que psicologia social, por exemplo, É muito teórico, eu acho que a aplicação prática atualmente não existe. E e na USP também, a Psicologia Social, peca por isso né, por ser extremamente teórica e por desprezar ao máximo qualquer espécie de prática. E eu acho que acho terrível, eu simplesmen eu sou uma pessoa essencialmente prática. Apesar de achar necessário também a teoria, eu acho terrível quando as pessoas se fecham, assim num sei lá, numa torre e falam, não, (tosse) prática, que absurdo né. E eu acho que na USP, em diferentes departamentos, cada um tem seu defeito né. Eu acho que psicologia social tem coisas interessantes e tudo, Além de do pessoal de lá desprezar a prática, não existe aplicação que se estuda. Então, é um problema. É interessante e tudo, mas não existe aplicação. A única coisa que existe em Psicologia Social é propaganda. Atuar na área de propaganda. E só Educacional, sei lá, você precisa de alguns conhecimentos básicos de Psicologia Clínica para atuar em uma escola também ou para atuar numa instituição. SPEAKER 2: Psicologia genética como pós-graduação? Não SPEAKER 0: Não. Como pós-gradua> <ção, não. Ãh Tem a Psicologia Genética, mas a Psicologia de Piaget, né? A gente tem uma matéria no curso de graduação que é sobre o Piaget. Quem dá é a Zélia Ramozzi Chiarottino, a famosíssima que estudou na França com o Piaget e tal. E... é um curso muito interessante. SPEAKER 2: E tem... Também é básico, né? É. SPEAKER 0: É, é uma matéria básica, né? Eu acho uma das matérias importantes no curso é conhecer o desenvolvimento né, em termos de desenvolvimento intelectual, pensando em Piaget né, que ele estudou parte do desenvolvimento da inteligência né e não do desenvolvimento afetivo. É uma matéria interessante, mas não tem em termos de pós não. Agora, essa Zelia, ela é doutora e ela Também pode você poderia ser ser orientanda dela,  Né, quer dizer, você poderia fazer uma pós-graduação. Se não me engano, ela está no departamento  social. A Zelia está no departamento social. É que os departamentos são meio misturados, apesar das pessoas (riso). Então, você poderia fazer () e E não sei como ela é como orientadora, né? Mas provavelmente é. A a tese dela é sobre Ela tentou relacionar a lógica matemática com a teoria ah o desenvolvimento da inteligência né. Então, é é muito interessante, mas também é extrema> SPEAKER 2: SPEAKER 0: Não, no curso não. A única pessoa que dava alguma coisa nessa área era o Dante. Dante Moreira Leite, não sei se você conheceu. E Ele morreu agora, né? Então, atualmente não tem na> SPEAKER 2: Nós temos uma tese de graduação e eu tentei juntar psicologia, antropologia e sociologia. Hum. () assim vendo que com o quê que eu vou continuar. Hum. Trabalho muito bom, mas é de pesquisa. Sociolínguistica e Psicolinguística. Hum. Vamos ver. É, são du> SPEAKER 0: Consolo saber (riso) que é  real. (riso) É mesmo. É, é incrível. Acho que todo mundo, porque inclusive lá on> A sua coleção de selos, aonde está a  minha coleção também? Eu acho que ficou tudo para o Ernesto. Eu tinha uma de moedas também, deve estar com o Ernesto. Eu tinha uma de moeda, uma de chaveiro, uma de fotografia. Ah, fotografia. Ah, é você. É É. Eu aprendi a fazer. É. Comprei fia> Olha, eu comecei tirando de paisagens, depois eu passei a tirar de pessoas, duas fases. Mais difícil, né? (riso) Duas fases. (riso) Olha, dá até para dizer que eu tive fases. E foi aí que eu parei. Eu comecei ti eu comecei tirando de paisagens, depois pessoas de longe. Agora, pessoa de perto, eu tive muita dificuldade e foi aí nessa fase aí que eu parei. É, por quê? Ah, eu não sei para tirar expressão, para tirar, sabe? foto bem feita. Eu ainda revelava muito mal. Primeiro problema, né? Revelar... Precisa ter uma prática para revelar bem. Revelar bem mesmo, né? E E... Então, quando você começa a fazer uma foto mais detalhada, com mais detalhes, já... Pega muito. Então, parei por aí. Mas não foi por isso. Parei, nem sei por quê. Foi porque Parei, assim. Cansou, né? É. É. Cansei. Agora, de vez em quando, eu desenho também. Olha, esse ano no meu trabalho eu não te mostrei meus desenhos, né? ### Não. Desenhei, né? Tu viu. (riso) De vez em quando eu desenho, não sei desenhar nada, mas eu gosto de rabiscar papel de vez em quando. E aquela época que você começou a desenhar, que você entrou no curso, lembra? Que você Fez um de uma pintura lá cópia do Van Gogh, que ficou muito bonita, e que eu fiz também. Então, é o meu orgulho. Fiz uma cópia do Van Gogh E não acha. Só que eu não encontro. Eu queria tanto enquadrar e  tudo. Colocar na parede,  mas não en> SPEAKER 1: Bem difícil. Acampamento. Acampamento. É um hobby, né? (riso) É o hobby de todo mundo aqui da ca> SPEAKER 2: SPEAKER 2: SPEAKER 2: É possível. Agora a propriedade lá não está valendo muito.  (riso) () É. () SPEAKER 1: ### () Já deu o tempo Já deu? A> SPEAKER 0: