Inquérito SP_D2_338

SPEAKER 0: : Bom, gostaríamos que Sônia e Rosa falassem a respeito de vida social e diversão. É muito Vago falar assim, né? É, muito. Daria Para fazer perguntas. É, acho que se você quiser começar com pergunta.

SPEAKER 2: : Quando vocês se reúnem, de que forma são suas reuniões sociais?

SPEAKER 0: : Quando a gente reúne, geralmente é com amigos, né? Em casa de ami E, não sei, eu tenho a impressão que aqui a gente tem muito pouca possibilidade de sair, se encontrar em algum lugar que seja agradável. Então, geralmente, em casa de amigos mesmo. Pelo menos no meu grupo, né? Agora, de É também, em casa de amigos, porque além de não ter lugar, não é que não tem lugar, é que é tudo muito caro. (riso) Qualquer lugar que você vá, você vai gastar dinheiro. Então é mais fácil em casa de amigos. Em geral a gente não tem dinheiro, está duro, (riso) e vai para casa de um, para de outro. E é mais agradável também. Agora eu acho que a vida social é muito difícil. Eu não sei como eu estou conseguindo manter uma vida social atualmente. Por causa do tempo e cansaço. Quantas vezes eu fui na casa da Ana e comecei a dormir. (riso) É É é de sono. Às Às dez e meia da noite estou dormindo na casa dos outros. É É incrível. Meu grupo também. É? Sempre tem uns três que dormem. No fim acaba todo mundo indo embora porque ninguém aguenta. Pois é ah É horrível, né? Eu estou sentindo que está muito ruim essa vida social em geral aqui. Estou achando que está péssima. Não Porque todo mundo trabalha demais. Mais do que deveria, né? Mais do que oito horas. Geralmente a pessoa tem mais de um emprego, porque um emprego só não dá para... Para se manter ou para sustentar a família que seja. Sei. E também não é só isso. Um começa a trabalhar demais, outro quer também, quer fazer mais coisas. Não, eu eu sinto que, atualmente, no Brasil, em São Paulo, está uma corrida a emprego, a formação, a ter currículo, a ter não sei o quê, que senão você fica para trás. Então, todo mundo quer fazer mais cursos, quer estudar mais, quer tem medo de parar porque senão não consegue um emprego melhor. Então, se você tem um curso a menos, você não vai conseguir emprego e tal. Então, fica todo mundo fazendo mil cursos. Eu sinto um pouco isso. E um pouco a necessidade de melhorar também a formação, que na universidade é muito pobre né. É paupérrimo em termos de formação prática mesmo. A gente tem muita teoria e quando você entra no emprego, você não conhece nada. As coisas mais práticas que a gente tem assim em termos de psicologia, aplicação de testes, a gente não aprende em faculdade. A gente aprende quando começa a trabalhar. Então, na (riso) na psicologia, a gente discute mil pesquisas, mil coisas, e quando você vai trabalhar, você não tem essa práti Então você tem que fazer curso fora, depois que se forma ou durante o curso. Então é aquela correria mesmo. Mas você acha que os cursos que tem ajudam ou são cursos paralelos? ### É. Ajuda. Quer dizer, ló Porque eu não sei a respeito do nível desses outros cursos. Sei que o nível no curso superior está muito ruim também, né? Tanto no superior como no que vem antes. Agora esses outros cursos paralelos, não sei como que está. Porque o que eu sinto que é tudo isso é mais em função de conseguir um emprego melhor e ganhar melhor. () Do que se sentir mais a vontade na profissão ou coisas desse ti Eu acho que as duas coisas estão sendo levadas em conta. Tem cursos muito ruins também, cursos paralelos, mas tem cursos básicos necessários, assim, por exemplo, específico do teste de Rocha, que era o que eu estou estava fazendo ano passado. E esse ano eu parei,

SPEAKER 1: :  né? Porque eu cansei. (riso) () de Rorschach

SPEAKER 0: : ### É. Ai, eu cansei. Não, eu cansei por eh. É segunda à noite minha aula hoje, né? Eu ia até, mas aí eu pensei, ah, ir até lá, deu preguiça. Não fui. (riso) () Deveria estar, né? Mas esse ano eu não fui até hoje, porque acumulei mil coisas e não deu simplesmente, sabe? Comecei a dar aula em outro lugar, trabalhava nove horas por dia, fazia pós-graduação nos horários vagos, uma loucu Cansei e parei, né? Agora eu preciso ir lá, porque eu já fiz o primeiro ano e não vou parar assim eu acho. Eu acho um curso importan te. Mas são quantos anos? Três. Que ano você está?

SPEAKER 1: : Deve estar no no primeiro? Começou esse ano? ()

SPEAKER 2: : Começado, parei e agora volto. (riso) Ai

SPEAKER 0: : Você também começou, parou? E é pago esse curso? Pago. É. É, e bem pago. E por Todo mundo dizia que sim. Ai. Não é? É meio chato. ### Eu aprendi muito de teste no trabalho, né? Mas é porque eu tava também fazendo a sociedade, porque eu tinha muita dúvida, eu apliquei muito teste, né? Ah para menor Mas... Tem que falar de lazer. Qual Qualquer lazer, , né? Lazer É. Lazer não tem. É só...

SPEAKER 2: :  O que que vocês aplicam às suas horas vagas? É que sobra um pouquinho, ou por dia, ou por se

SPEAKER 0: : Dia? Quer dizer, () num tempinho vago o que que vocês fariam normalmente?  Quando eu tenho tempo vago, eu estudo, o que não deu para estudar. (riso) Como eu tenho feito, né? Agora... Vou na casa de amigos, é só isso que eu faço. Vou no cinema. () Eu tenho ido pouquíssimo no cinema, se bem que gostaria de ir mais. E E... Isso porque à noite eu estou cansada, só por isso. E porque aqui em casa tem muita gente. ### Somos qu atro. Né? Ah é? É. Nós duas, depois vem mais uma que foi no cinema hoje. e mais um que está no cursinho, mais novo. E Então, tem sempre nós quatro, porque eu cheguei agora há pouco tempo, estou morando aqui também, né, com o meu marido. Então, já são cinco. (riso) E mais os dois namorados que estão sempre aí também. Então... Fora amigos e parentes que vêm visitar frequentemente. Agora o meu pai está com a hepati Esse fim de semana quantas pessoas vieram aí? Nossa, milhões. Ele contou no quarto, no sábado tinha vinte e duas pessoas. (riso) No quarto? Só no quarto dele, (riso) fora no resto. Família de italianos, né? É. Somos (riso) mais italianos do  Porque junta a família inteira. Os São nove irmãos da minha mãe, né? Com filhos, netos, bisnetos e tudo. Bisneto ainda não tem, mas... Então, quando junta todo mundo, um caos total. Mas de lazer, é só cinema mesmo. Não (riso) num Não, no verão a gente ia no Palmeiras ver. Ah Ah, não. Eu tenho um lazer muito importan Quase todo domingo (riso) eu vou no Parque Morumbi ver aqueles concertos que tem lá. Conhece? Então... Agora, quando chove não dá, né? Quando é feriado a gente tem viajado. O que mais, Tê? ###

SPEAKER 1: : É bastante coisa, né? Eu não viajei um feriado

SPEAKER 0: : Não, eu faço questão de não deixar de viajar em nenhum feriado. Ah, mas você faz isso por obrigação ou deixa de s Por obrigação, porque senão, senhora, é obrigação antes de sair, porque depois é bom. Acontece que se você se deixa ficar e não levar, né, que seria o termo. Você vai ficando, no fim, fica o ano inteiro em São Paulo, fechado dentro de casa, que nem... Como eu, assim. () (riso) Mas eu realmente não tenho ânimo. Ai, eu fico muito cans Então, mas você tem que ter ânimo. Fim de semana, você pegar essas estradas ah de ca rro. Isso é horrível. (riso) Pegar aquele movimento e ficar preocupada que não vai chegar na hora no trabalho. Ah A última vez, eu jurei que não saio mais de carro, vi Eu eu não viajo mais de carro fim de semana, assim feria do. Não vou ver se tem trem, qualquer coisa, porque... A tensão que você fica na estrada, nossa, aquilo lá, você... cansa tudo que tinha descansado. ### Fim de semana correndo, porque eu tinha que bater ponto até semana passada, né? Pedi demissão do emprego, porque eu fiquei cheia de bater ponto e tudo mais. Mas (riso) Todo caso, se chegasse atrasada né é... Então, agora eu parei. Vamos ### Não, eu fico preocupada com o trabalho, sabe? Porque eu tenho que ficar lá nove horas por dia. Se eu chego tarde no dia anterior, Eu atraso, eu não trabalho bem, não produzo o que devia produzir, entendeu?

SPEAKER 1: : Eu fico muito preocupada, você sabe como eu sou. Então não dá. (riso)

SPEAKER 0: : Mas eu eu só vou ao cinema. No verão, algumas vezes, a gente ia nadar. E... O que mai s? Engraçado, a gente fala nadar.

SPEAKER 2: : Quan quando a gente fica preocupada () (riso), né a gente fala, vamos no cinema.

SPEAKER 0: : Ninguém vai ao cinema. É, é no clube aqui perto, no Palmeiras. Mas Nossa, é eu tentei bastante, mas é que aqui em São Paulo um fim de semana chove. O outro está frio. Mesmo no verão? () ### Não teve na Não teve um fim de semana decente para gente na dar. Assim, eu morro de frio, né? Então, eu não aguento mui to. Se não tiver um bom sol, eu não aguento nadar. Nem entro na água, porque senão eu espirro feito doido, que eu tenho alergia. Então, 

SPEAKER 1: : É difícil também fazer um tempo bom.

SPEAKER 0: : Outra coisa que eu tenho feito é ir em show. Esses shows musicais que tem por aí. Noite, quando aparece. Aquele dia que nós fomos... Onde que nós fomos naquele dia? teatro na cidade universitária. Ah, é, mas não conseguimos assistir. Chegamos lá, já tinha começado fazia uma hora e estava cheio, não deu para entrar. É. Ai, uma maravilha () (riso). Mas eu fui ver o João Bosco, né, que chama? É. Fui ver João Bosco, fui ver Capoeira um dia. Que ma is? Eu ainda estou lembr a ndo as coisas que  eu tenha fei to. Né que nós não temos saí

SPEAKER 1: : do, né? Não tem nem o que falar. (riso)  Ai, dá para ver ela estudando demais, né? (riso) Não sei se é estudando, viu é? Entrando num ritmo assim doido que se fosse estudar de

SPEAKER 0: : Olha, vida... Vida social e cultural, lá eu  morava em Paris, né? Era Muito mais intensa. Lá eu nunca estava cansada à noite, se bem que eu trabalhava mais que aqui. (riso) Mas... Mas é que lá tem muito filme para assistir, espetáculos mais diversos, e festas assim, nas redondezas de Paris, umas festas públicas, né? Como assim? E Umas festas que tem... Públicas (). Aniversário de tal coisa, então... Aniversário de da cidade, por exem plo? E vai todo mundo? Não sei, deixa Não, a comemoração de alguma data, por exemplo. Hum. Né? Do que? Né? Revolução, por exemplo? É E o pessoal vai? Vai. Ah Por exemplo, no dia... Ai, quantos de julho mesmo? Espera aí. (tosse) Quatorze  de julho, é, é. Não, quatorze  de julho tem festa na França inteirinha, né? É. Então, em qualquer lugar que você vai tem baile. No interior, principalmente, é baile, sabe? ### Bem, mas é para falar naturalmente. Eu ### O que mais? Tem muita exposição. Muita feira de tudo quanto é coisa de livro, de antiguidades. Todas essas coisas, né? Bom, nos Estados Unidos, eu não me lembro de nada. Em termos de vida social, eu fui eu estive lá há muito tempo, faz... Foi em sessenta e oito, né? É, em sessenta e oito, quer dizer, eu estava no colegial ainda. E O que tinha de vida social era tudo em tudo em torno da escola mesmo. A escola tinha clubes, vários clubes, as Um para ajudar (tosse) as senhoras, outro para ajudar os pobres não sei da onde, outro para ajudar... Outro que era o clube dos espanhóis. Vários clubes dentro da escola e os clubes promoviam festas na escola. Era tudo em torno da escola. Ou então chás beneficientes, coisas bem assim. Era chá beneficiente, festa na escola. Ou então jogos, jogos de futebol né, futebol americano que era na própria escola. Era a única coisa que tinha de vida social, era onde o pessoal se encontrava, sempre na escola. E tinha é se encontrava também em algumas festas. típicas de lá, que eu não me lembro as datas, mas se não me engano tinha Halloween, tinha... Nem lembro o que que era também. (riso) Tinha tinha uma festa anual que toda a escola fazia (), como que chama? Eram carros assim de... (tosse) Carro alegóri Carro alegórico, é. E... Essas fe a preparação dessa festa durou quase um mês, dois meses, né? (riso) Então, o melhor era a preparação. Porque daí todo mundo se encontrava. Foi a única vez que eu me lembro que os alunos, né, da escola, porque a gente vivia mais em função da escola, se encontravam na casa de um ou de outro para montar os carros, né? Ah Para sair no dia da festa lá, determinado. Então, eu me lembro disso, em termos de vida social, não lembro de outras coi Só isso, só as festas mesmo, programadas pela escola. Cinema era raro, bem raro. A me Eu fi (riso) eu fiz um pedido lá e a minha família me levou para ver museus uma vez, mas assim, eu lembro que foi assim bem especial, foi um dia assim, nossa, vamos levar a Rosa para ver os museus. (riso)

SPEAKER 1: : (riso) Foi um () mesmo.

SPEAKER 0: : É. Eu também. É. (riso). Sessenta e oito, sessenta e nove. Ah, na mesma Época. É, eu fiquei na Pennsylvania. Ah, eu fiquei no T e x as. É? Mas a gen te. Você era daqui de São Paulo? Bem cowboy. (riso) Era daqui de São ### Paulo? É. Ah, nós devemos  ter ido jun

SPEAKER 1: : to. Acho que sim. Sessenta e oito, sessen

SPEAKER 0: : ta e nove. E foram ###  poucas pessoas de São Paulo que eu me lembro. Pouquíssimas. Foram Umas

SPEAKER 2: : E a gente não, o

SPEAKER 0: : lha. (riso) Será? Você não Será que você não foi () Dezessete sessenta e  Oito? Não, eu acho que foi sessenta e () Não, minha memória é fraca, mas (riso) Bom, é isso aí Deve saber ()

SPEAKER 1: : () Foi válida a experiência. Foi, foi válida. Era isso que tinha. Eu não me lembro de outras coisas não.

SPEAKER 0: : Olha, eu acho que não, porque são mais forma is, sabe? É, mas Por outro lado, eles têm muito hábito de convidar os amigos, né? Um casal de cada vez, não mais que uns dois no máximo, para jantar na casa. Cada um convida. Sabe, é uma troca de convite. Uma vez eu convido os amigos, outra vez eles me convidam. Sempre num círculo, né? E vocês se convidam e ficam em casa? É, convida para ir jantar na casa de eles. Eles con se convidam entre si para ir jantar em casa, né? Então, a pessoa mesmo faz o jantar porque não tem empregada, né? Normalmente. Pelo menos no meio que eu estava, que é assim, classe média. Era sempre é a pessoa mesmo que fazia comida e servia. Boa noite. () está aí? Está. () levo lá para a cozinha, não? E ### Não, ela vai levar lá para o papai ver. E Então, então eles tinham muito esse hábito, sabe? Então Porque, normalmente, eles ãh eles comem muito pouco e fazem bastante economia também, né? Então, o dia que eles convidam alguém, eles capricham um pouco mais, tudo isso. Então, para para a pessoa que está convidando, também é uma festa, sabe? Também é um prazer porque. Também acho que eles pensam, e como eles moram com famílias menores que aqui, né? Nunca tem uma casa com tanta gente que tem aqui em casa, por exemplo. Então, eles não tem paciência de ficar fazendo grandes coisas. Então, convida os amigos é uma maneira de não perder o contato com as pessoas, né?

SPEAKER 2: : Que eles se preocupam muito com isso também. Mas e quanta frequência ()?

SPEAKER 0: : Olha, depende muito da pessoa, sabe? Porque aí depende da pessoa mesmo. Se a pessoa se esforça em convidar sempre, e a pessoa gosta de ser convidada, sempre em contato com a pessoa, é bastante frequente. Eu, por exemplo, toda semana quase, né, mas no fim, que eu já conheci mais gente, eu tinha casa de alguém para ir uma das noites, entende? Pelo menos. Agora, tem gente que é uma vez cada seis meses, mas a gente estava conversando isso lá com os meus colegas lá de trabalho, tinha gente falando Não convidava quase nunca, porque dava trabalho isso e aquilo, né? Enquanto que nas casas das pessoas que eu ia, eu sei que eles tinham convidados pelo menos uma vez por mês sempre. O normal, uma vez por semana. Mas é bom porque eles se esforçam, sabe? Eles têm consciência do do problema deles, de isolamento, de...

SPEAKER 1: : Isso é bom.

SPEAKER 0: : Agora ai... Entre estrangeiros também, tem muito grupo, né? O pessoal se reúne para fazer uma comida típica, essas coisas. Então, com toda essa variedade aí, inclusive de grupos de amigos variados, né?

SPEAKER 2: : A atividade social fica intensa. E sábado e domingo, o que um casal típico () faria?

SPEAKER 0: : Olha, no verão eles saem. Vão para... Geralmente para algum lugar perto de Paris, né? E... Agora no inverno eles saem muito pouco. Fica em casa, arrumando a casa, pinta e prega papel na parede, essas coisas. O casal francês, né? É isso. Depois saem... Bom, lá tem muito feriado, né? Então, quando tem um feriado, um dia, sábado e domingo, eles juntam tudo também e vão para... para algum lugar mais longe. Tem muito feriado? Sim, eu acho que tem mais feriado do que aqui né. Mas

SPEAKER 2: : Essa semana que a gente tem, eu (riso) eu acho que só aqui tem uma semana de folga, né?

SPEAKER 0: : Não, lá tem Páscoa, tem feriados, ãh Na semana do Carnaval nosso, né? Lá como chama Semana Santa, né? Hum Lá eles falam Mardi Gras, que é a terça-feira de cinzas, né? Hum e Tem Natal, porque todas essas festas para nós é já está nas férias grandes, agora para eles não. Então, tudo isso é feriado, Natal. Que é a época que tem menos feriado acho que é em julho, né? Junho julho e agosto, que para eles é férias. Uhum, São três meses de férias? Junho, julho, agosto. Na universidade, são. No nível colegial, são dois meses e meio. de funcionário público e coisas assim, tem o mesmo tipo. Ah, é igual mesmo, é. Mas, como eu estava trabalhando na universidade, é muito flexível, né? Então, o pessoal sai, sai uma vez no inverno, eles pegam uma semana, assim, qualquer semana, né, para ir esquiar. Fora no verão, em agosto que eles saem. E fora, Feriados, né? Geralmente junta. Em novembro também tem feriado, 

SPEAKER 2: : que nem aqui, né? Esse inverno é muito  longo, né? Então você fica mesmo em casa. É.

SPEAKER 0: : É, no inverno é é triste, viu? Aí quando chega o verão você quer sair de todo jeito para aproveitar. (riso) Não dá para ficar em casa no verão. E todo mundo sai mesmo. Primeiro fim de semana aqui. Dá uma esquenta da. E as estradas ficam congestionadas. E fica () Elas ficam e E eles falavam, ai que horror. Aqui eu falava, ih é que vocês não viram em São Paulo ainda. ### Sei se já assistiu um filme? Como chamava? O Profeta. Não. Era um filme. Fran era francês aquele filme? Que aquele francês falava, estava toda a estrada congestionada, e ele falava assim, também só tem imigrante aqui nessa terra? O francês Ah, deve ser. (riso) (riso) E ficava olhando para os lados. É. Olha lá, aquele lá é de não sei aonde. (riso) Daí ele va virou e falou assim, ele vira do lado, né? Não, ele vira na vê na frente e ele vai pa tentando cortar, né? De repente ele vê uma placa que era de Paris, né? Que ele fala ah até que enfim chegou algué m de Paris né. Hum. Então ele resolve passar na frente e cumprimentar, né? Porque ele gostava de gente de Paris. (riso) Então ele vai passar... E na hora que ele vai do lado e vai sorrindo para o para o cara francês, né? O o cara solta uma baforada assim de charuto na cara dele e manda ele sei lá para onde, né? (riso)

SPEAKER 1: : Ele fica doido da vida, sabe? É engraçadi nho. Você não assistiu esse filme?

SPEAKER 0: : Eu não. Mas eles gostam do dos franceses? Deve ser francês mesmo. Eu não estou lembrada. Mas É, só pode ser para caracterizar assim tão bem.

SPEAKER 1: : Foi muito bom o filme.

SPEAKER 0: : Cômico, né? Eu não assisti, não. Eu assisti um italiano que que é assim. Você assistiu, né? O profeta. Não. Está aquele trânsito imenso. O cara se enche. () Está com a mulher. Já assistiu? Ele está com a mulher, né? No carro. E  E não anda. Deve ser em Roma, Milão, sei lá onde. Da í ele fala para mulher que vai comprar cigarro enquanto está parado o trânsito. A í não volta mais. Vai para as mon Ai () ai meu Deus... Esse filme é bem engraçado também. Tem até o livro. Mas mas acho que aqui é pior. Viu porque me deu tanto medo na estrada. (riso) ### Estava congestionado ou? Ou... Estava congestionado. Quer dizer, a estrada está cheia, mas eles andam em alta velocidade. Aquela fila. Se acontece um negócio ali, (riso) nossa, um carro grudado no outro. Ai, isso que é horrível. Mas lá, o o que a gente tem possibilidade de fazer também, que eu, por exemplo, procurava fazer sempre, porque como não tinha carro, é ir para um lugar assim, mais ou menos perto de Paris, onde tenha condução, né? Trem ou metrô. E vai num lugar que tem um parque, assim, para você tomar sol, castelo, coisa bonita para ver. E f

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : telos em volta de Paris, assim? Tem Ah Ah, deve ser mara vilhoso. É bonito. Você vai. Principalmente para gente que não conhece as coisas. Então, qualquer passeio é bom, né? É Que aqui você não ia no Museu do Ipiranga também, né? Pois é. Não, mas mesmo os franceses eles gostam, eles vão para o bosque, sabe? Umas florestas assim, a ao redor de Paris. Então eles vão, fazem piquenique. Aí uma vez... É, passa o dia lá em volta. Uma vez teve uma festa, né, na casa do meu (tosse) do meu chefe lá. Na casa de campo dele, né? Então, é tudo feito direitinho. Você chega lá, dá um aperitivo, depois almoça, um prato bem típico francê s, né? Eles sempre fazem questão de fazer assim. Daí, depois vai todo mundo passear. E é perto de uma floresta lá. Então, nós fomos passear na floresta. (riso) Chegou lá... Ai, meu Deus! Às vezes... E eu não estava com a mínima vontade de passear em floresta, depois do almoço, né? Dá uma moleza Mas eles têm uma disposição que eu nunca vi. Então, vai. ### Por aqui, passeio de  quinze minutos. Ah Foi por lá, vinte mi, quarenta minutos sabe. Assim, falei, ai, meu Deus, isso não dá nem graça, né? (riso) Passear na floresta, tão (riso) explorada já, calculada.

SPEAKER 2: : (riso) Faz falta muito de andar a pé, né? É

SPEAKER 0: : Gostam demai s. E eu, não sei, eu t tenho uma preguiça de andar a pé.

SPEAKER 1: : graçado, né? A gente (). É.

SPEAKER 0: : ### Tinha um pessoal lá que fazia caminhadas de quilômetros, sabe? Assim, sei lá, quarenta quilômetros. E de um lugar para o outro, longe mesmo. Então, eu saía num bando e ia fazer expedições. É. Está frio e tal, () Nós fizemos aqui uma vez. Lembra lá em Ilhabela? (tosse) Eu estava? Não, eu fiz. Não te contei? Eu te contei, mas você deve ter esquecido. É. Era atravessar Ilhabela. Ai, meu Deus, é longe, né? Você você conhece por lá? Bom, então fomos, saiu um grupo devia ter umas vinte pe ssoas. E fom os indo. No fim, fui separando, todo mundo () foram ficando para trás. No fim, eu tive que voltar, porque eu ia ficar sozinha. Você era que estava mais ()? Não (riso) Não, eu, eu... Todas as mulheres já tinham ficado para trás. Ah Daí vieram me avisar, oh, você vai continuar mesmo? Aí eu desencoraje i. Eu falei, não, vai que eu canso, aí ninguém me espera, eu fico sozinha aí nesse mar. Daí eu acabei voltando, mas tinha andado bastante.

SPEAKER 2: : () Ah. Eu acho que eu estou precisando fazer ginástica. Eu  gostaria, viu? Fazer ginástica para praticar mais. Ai

SPEAKER 0: : Falei que ia fazer. E ter mais ânimo para ()

SPEAKER 2: : Está geral isso, né? Todo mundo está se queixando ()

SPEAKER 0: : Quanto menos exercí cio você faz, pior é né. Será que é por falta de exerc

SPEAKER 1: : ício? Não sei. () Acho que é tudo. Um po

SPEAKER 0: : uco. Eu lembro que eu tinha muita disposição, lembra? Quando eu fui bandeirante, adorava andar né. Eu fazia questão de ir a pé daqui até o fim da Paulista. Eu (riso) tinha umas manias assim, gostava mesmo de andar. Agora, não tenho mais. Por isso que eu não quero acostumar com o carro, viu? A única hora que eu ando é para ir para o trabalho

SPEAKER 2: :  e para voltar. Você trabalha aonde?

SPEAKER 0: : Trabalho na CETESB, é ali em Pinheiros, sabe onde é? Então... Você vai de ônibus? Olha, eu ia de ônibus no começo, ago ra arrumei uma carona. (riso) A gente vai amolecendo. É. ### Para ir arrumei uma carona, mas para voltar volto  de ônibus. (riso) Quer dizer, às vezes volto com meia carona e meio ônibus, né?

SPEAKER 2: : Mas... É a Europa que te ensinou, né? É (riso) é

SPEAKER 0: :  mesmo, viu? Aí eu era tão preguiçosa no começo, que eu para ir daqui a lá falava... Alguém vai para lá? Ah. Lá onde lá na? Lá Na é Lá em Paris, né? Às vezes estava lá trabalhando e tinha que fazer alguma coisa em algum lugar. Alguém também ia sair na hora do almoço, então falava... Você vai para lá? Aí eu vou. Ah, então acho que eu vou com você. Você está de carro, não. Imagina se eu vou de carro. (riso) Ai No fim, eu aprendi. Eu não havia mais a bo ca. Primeiro, perguntava. Vai como? Ah, vai de metrô, () (riso) Sem perguntar mai

SPEAKER 2: : s nada. E a Rosa, trabalha onde?

SPEAKER 0: : Eu trabalhava na () , lá no Ta De ônibus eu demoraria quase duas horas, né? Então, eu comprei um carro, justamente para ir trabalhar. (riso) E De carro vai rápido, pega a marginal, demora cerca de quinze minutos daqui lá.

SPEAKER 2: : Porque a marginal é aqui,

SPEAKER 0: :  né? No fim dessa área. Então, eu entrava às sete e meia também, tinha que comprar o carro, porque eu não ia de ônibus acordar às cinco da manhã para chegar lá. E agora eu pedi demissão. Estou trabalhando aqui perto. Agora eu poderia ir de ônibus, an

SPEAKER 1: : dar. Aqui perto aonde? Ah, no centro de () me Já começou? Mais ou menos já.

SPEAKER 0: : Você já  foi lá? É. Apesar de não ter saído o contrato ainda. E n

SPEAKER 1: : em vai sair então já.

SPEAKER 0: : É isso que eu estou com medo. Mas de qualquer forma eu estou indo, né? Nesse outro emprego que está para sair. No hospital? Qual emprego? No da coordenadoria. Ah, esse daí eu já já saiu e eu já desisti. (suspiro) E ago ra? Só Está com recursos humanos? (riso) É. E com o hospital, né? Que hospital? Um hospital psiquiátrico. Ah Que está para sair. Está ### Os que saíram eu já desisti. Então agora eu estou numa situação meio instável, né, porque... Vai que não sai o centro. Não, o hospital. E o centro, se sair, sai daqui quanto tem Não tem prazo, pode sair dentro de um mês, dentro de um ano. Acho que no máximo um ano. Nossa! O quê?

SPEAKER 2: : Pode sair mais? Não sei, já tem dois meses e não saiu nada.

SPEAKER 0: : Não, é sai depois das eleições. O problema é que três meses antes e três meses depois das eleições (tosse) eles não fazem contrato nenhum, né? Então, e três meses antes é o quê? Maio?

SPEAKER 2: : De agosto.

SPEAKER 0: : Não, quinze de agosto. Ah ### Ai, novembro, quinze de novem Então, se não sair até quinze de agosto, só novembro, dezembro, janeiro, acho que

SPEAKER 1: :  só em fevereiro, né? Só em fevereiro

SPEAKER 0: :  que eu consigo. Não sei, mas talvez agora eu possa ter um pouco mais de tempo de la

SPEAKER 2: : zer. E aí o que você faria? (riso) No tempo de la (riso)? É Qual seria o seu sonhos para o lazer?

SPEAKER 0: : Não, sabe que eu eu larguei a () porque eu entrei na pós-graduação esse ano, né? É, e não estava dando para... porque eles não deram permissão para... quer dizer, deram permissão para frequentar contanto que eu compensasse nos fins de semana. Eu já trabalhava nove horas lá e teria que trabalhar nos fins de semana. Daí eu fiquei cheia. E E saí, surgiu... não surgiu nada certo, mas surgiu a possibilidade de trabalhar aqui perto, né, meio período, ganhando quase a mesma coisa que eu ganhava lá. Aqui seria a parte de avaliação de desempenho. Seleção e avaliação de desempenho né. O o principal que eles querem mesmo é que se faça avaliação de desempenho. E no hospital No hospital psiquiátrico seria a parte de diagnóstico. Que também está uma coisa assim meio incerta, mas com grande probabilidade.

SPEAKER 2: : Você preferiria esse, né? Do hospital?

SPEAKER 0: : ### Sim. Na primeira vista, sim. Só que o salário é bem menor e é muito mais lon ge, né? Porque é na Raposo Tavares e o e outro aí dá para ir a

SPEAKER 2: : pé aqui. E o salário deveria ser bem maior, né, Pela responsabilidade que acarreta... É. Não, mas eu...

SPEAKER 0: : Lá, acontece que lá, eles contratam um psicólogo no hospital para... parece-me que é isso. Porque para fazer convênio com o i ene pê esse, eles conseguem pontos a mais, ou conseguem o convênio com maior facilidade, se tiver psicólogo trabalhando no hospital. Então, os psicólogos têm uma função mais decorativa. Quer dizer, () é seria parte de diagnóstico mesmo, o psiquiatra dá a palavra final. E o psicólogo faria parte de ah um diagnóstico auxiliar, participaria das discussões de grupo. Não é não tem uma função tão ãh importante, quer dizer, fundamental para eles quanto seria aqui no centro né. Eles querem instituir um sistema de avaliação de (tosse) desempenho, elaborar projetos, um monte de coisa que eles estão dando muita importância, muito valor aqui. Tem vários aspectos positivos e negativos nos dois, porque eu me interesso mais pela área de clíni ca, né? Porque tem tudo que eu fiz até agora foi na área de clínica. E aqui seria mais na área de trabalho, psicologia do trabalho. Então, é mais uma dúvida. Estou esperando o que sair. (riso) Certo. É. E se sair os dois? Ai Se sair os dois, eu não sei o que eu faço. Eh Quando sair, eu decido.

SPEAKER 2: : A de pós, você pegou o que?

SPEAKER 0: : Eu estou fazendo clínica, é. Estou na área de clínica. Mas se eu trabalhasse aqui, eu provavelmente procuraria trabalhar em consultório, qualquer coisa assim né. Para manter uma atividade clínica e e continuar. Mas com a confusão esse ano, esse problema de ter entrado na pós e estar trabalhando, tudo isso prejudicou um monte de atividades minhas, né? Tive que parar. Tive não, né? Parei as coisas assim. Fui largando as coisas, porque eu não tinha ânimo de ir até a Sociedade Rocha na segunda noite, além do que também realmente não motiva muito, mas era cansaço, eu não tinha ânimo de sair. E comecei a dar aula à noite, então... Daí que não dava mais. Parei tudo.

SPEAKER 1: : Vamos ver.

SPEAKER 0: : Agora estou mudando de vida. (riso) Novo, vida nova. Vamos ver o que que vai acontecer. Saindo do emprego. (tosse)

SPEAKER 3: : Ai, que

SPEAKER 0: : ### ### Pouco mais.

SPEAKER 2: : ### Você Já deve ter visto por aí. Parece até que

SPEAKER 0: : Que a gente toca alguma coisa. Mas eu estudei três anos pi ano né? Eu também. Eu não sei tocar nada. Eu també m estudei três anos e não toco nada. Eu acho que a gente não tem muita habilidade, assim. Você e a Sonia tinham. Tinha bastante, né? Tinha, Mas perdia. ### Bonitas. Eu Eu lembro que eu rasguei o método uma vez de raiva, porque não conseguia sair a música, entendeu? (riso) Chegava sempre no mesmo lugar Aí eu amassei o método e continuei mais um tempo, porque o papai deu uma... Lembra a força que o papai dá? Minha filha, errando, se aprende. Então, sei lá, né? Ficar... Eles tocavam alguma ()? Não, meu pai e minha mãe não tocam instrumento algum, mas () eh... Eles gostariam demais, né? E o Peri toca, né, violão? Ah Agora tem o Peri que toca, meu marido. Toca violão. Aprendeu, fa ### O violão era meu também, porque (riso) eu estudei três anos piano e um dia decidi aprender violão. ### Você e a Cláudia, até eu que chegava em casa, pegava o caderno para copiar as músicas. Toquei, toquei. Aprendi uma uma ou duas músicas também. É, eu ah Algumas coisas a gente toca, né? () Mas a minha professora de violão era engraçadíssima. Eu contei já do ca ### Essa era de piano (). Ah, era de pia É. De violão, eu não lembro o nome dela. Mas ela cantava as músicas assim com uma melodia na voz. Sabe dessas que cantam assim? (riso) Sei Eu não sei explicar como é, mas... Eu sei, já imaginei. E ### Nelson ()? Não. Qual? Descia a Rua Augusta a cento e vinte por hora. Ah Ah, sei. Mas com (riso) aquela melodia, entendeu? E eu não aguentava. Daí um dia eu chamei a Cecília, uma para assistir a aula, porque eu achava engraçadíssimo, essa menina era muito amiga minha. E ela foi lá, e ela teve uma () de riso no meio da aula de violão (riso). E eu daí comecei a rir também. E nós rimos tanto que nunca mais eu voltei lá de vergonha. (riso)

SPEAKER 1: : (riso) () Ai,

SPEAKER 0: : Ai, que horror. () que vexame. De tanta ver gonha, nunca mais eu fui. Ai. Quer dizer que... Ah, o Ernesto toca flau ta né. Ele aprendeu flauta e de vez em quando ele toca. Agora Ele está fazendo cursinho e exército, coitado, (riso) não não tem toca A mais dotada acho que é a Cláudia, porque de tudo ela aprendeu um pouco. É a A Cláudia acho que nunca estudou nada, mas ela toca piano até hoje, toca flauta e toca violão né. É. É. Ela não está, senão dava para ouvir a voz da dotada. (riso) É. Aliás, ela disse que ainda vai aprender a tocar pi ãh Não deixa a mãe vender o pi piano. Mamãe já não aguenta mais. (riso) Ela chegou a ter aulas de piano? Acho que chegou, né, Dei Acho que chegou a ter  só um ano, né? Ela tirava muita mú ### ava música. Ela tocava as músicas que eu tocava e ela tirava de ouvido. ### capacidade mas também ela não tinha muita paciência de na nem tem né faz anos que ela fala que vai pegar um professor e aprender nunca é mas ela tem paciência de ficar tirando né flauta ela tira sozinha é engraçado né ela que ensinou algumas músicas para gente também sendo que nunca aprendeu né O que todo mundo toca aqui é Vitrola, né? (riso) Campainha Não, Vitrola a gente gosta bastante mesmo. Só que o meu pai que não gosta muito, né? É É um problema. () Barulho, ele não gosta de barulho, sa be? Alto, essas coisas. Então Você põe isso na Vitrola, tem que ser bem baixinho. A

SPEAKER 1: : í não dá,  né? Desi

SPEAKER 0: : A maior parte dos nossos discos são de música popular brasileira. É. É? Grande parte. Eh É. Chi co Buarque, Maria Betânia.

SPEAKER 2: : Ãh o que mais? Tem Gal Costa, tem... Paulinho da Vio

SPEAKER 1: : ### E pintura e de

SPEAKER 0: : Sempre tem alguém que já fez, né? É, eu já fiz um curso de desenho na cidade, lembra? Lem ### Sete de abril. Eu ia A noite eu ia, está bom? É, eu não lembro desse curso. Eu lembro que você fez você fez um curso aqui com um pintor que mora aí na esquina, lem bra? Não. Que ele desenhou teu rosto. Não, que E você pensa que era aqui na esquina? Lá na Sete de  abril? Ah é. Escola de Belas Artes, Uma coisa assim. Porque eu, quando estava fazendo fazendo cursinho, fiz cursinho no Anglo, né? Que seria para engenharia, mas era para fazer química. Aí  me deu vontade de fazer arquitetura. Me deu vontade de pintar, peguei umas telas aí, copiei umas gravuras. E comecei a fazer o cursinho para arquitetura e tinha umas aulas de desenho, né? Depois, bom, não passei no exame, ainda bem porque (riso) não ia dar nada como arquiteta. Chegou a prestar o Eu acho ### Cheguei. () Eu estive lá para a Arquitetura, Engenharia, Matemática e Química. (riso) Você fez para essas quatro coisas? É. É, medo de não passar. Está brincando. ### bro. (riso) Ah Você fez para tanta coisa? Engenharia na Álvares Penteado Matemática na Católi Química na USP e Arquitetura no Mackenzie. Nossa! (riso) () Entrei em Química, Matemática e Engenharia. E E daí dos três... Bom, era a química mesmo que eu preferi, depois porque os outros eram na... na...  Álvares Penteado. A gente sempre escolheu em função da universidade também, né? É. É. Escolheu Por exclusão. (riso) A gente vai ver e não sabe assim né. Não tem Não tem. Não tem base, nem formação suficiente para ter uma escolha... Nem sabe... de a ### ### () As escolas não fornecem as mínimas condiçõ es para o aluno optar. Não. E assim, desde o fim do ginásio, né? Você já ser encaminhado para o colegia

SPEAKER 2: : Por isso que eu gosto de orientação profissional. Eu

SPEAKER 0: : Eu fiz alguns estágios em orientação profissional, () A Gênia, sabe? Ela fez aí uma prima nossa. Fez orientação profissional lá na USP, sabe? E ela tava fazendo serviço social. Largou o serviço social e estava odiando, né? Hum Parou no meio e começou a fazer administração. E está gostando bastante. Porque é não é orientação profissional baseada em teste, mas é toda uma... visão mesmo das coisas, e ãh mostrar, propiciar condições para que o próprio aluno procure pesquisar as diferentes funções, ocupações, trabalhos e seus objetivos frente às profissões, sabe? Hum. Então é muito interessante, e eu acho que isso precisava ter em toda escola, só que as escolas não não não existem psicólogos, não existe professores, não não tem essas, deveria ter uma matéria própria, né?

SPEAKER 2: : Depois () como é que você chegou a escolher bioquímica? Como

SPEAKER 0: : ### Porque quando eu terminei o curso de química, eu não tinha vontade de trabalhar naquelas coisas que se apresentavam. Que eu não tinha vontade de trabalhar em indústria, né? Porque... Pelo fim que você trabalha...  Ãh... Depois... Na universidade, todos aqueles professores com quem eu tinha feito curso, não tinha vontade de trabalhar com eles também, porque... Uns velhos muito quadrados e fazendo uma química da do tempo da alquimia. Para onde que vai a gravação? (riso) Ãh, é. É bom que eles ouçam mesmo. E

SPEAKER 2: : Você está lá agora, né?

SPEAKER 0: : Ãh? É. Agora estou lá, mas não estou com velho, né, Deise? Estou em bioquímica. Então,  e sobrava o quê? Dar aula, que eu dei aula quando eu era aluna durante três anos e me cansei, né? Foi suficiente. Não dá para realizar como professora, então... Eu procurei um campo de trabalho onde eu sentisse, pelo menos, um pouco mais útil do que... (riso) Então, bioquímica eu achei que seria mais voltado para isso. E um po Agora, eu estava assim decidindo, né, achando que seria bom, vendo aonde poderia ser, até que eu pedi a bolsa. É, eu estava me formando ainda, quando eu pedi a bolsa no consulado. Aí, eu tinha que escolher de pressa um professor. Lá na França, eu pedi para ele me orientar. E eu fui falar com uma pessoa que tinha trabalhado lá, um bioquímico. E ele me aconselhou umas pessoas. No fim, foi fui indo, fui fui me envolvendo com as pessoas e já estava... Nem tive oportunidade de pensar é isso mesmo que eu vou fazer. Quando eu vi, eu já estava... Por um lado, é o que eu gostaria de fazer, mas, por outro lado, é ruim. Já a formação que a gente tem no curso que faz não é boa. Ainda mudar é bem mais difícil, né? Ainda mais que para mim, que fui fazer o curso lá na França, a formação da gente aqui é mais fraca mesmo, né? Então, mais dificuldade ainda. Mas, pelo menos, eu tinha uma desculpa, né? Que eu não estava (riso) na minha área. () Agora, eu voltei Fui procurar emprego. Outra Vez se apresentou o mesmo problema que se apresentava quando eu me formei. Não tinha vontade de fazer nenhuma das coisas que tinha para fazer. Então, eu fui na faculdade, conversei com os professores lá. Aí fui nesses institutos que tem, Instituto Butantan Biológico e fui na CETESB. Aí na CITESB eles acharam que eu que seria bom eu ficar lá para fazer um trabalho, que eh eu estou lá como química, mas seria para fazer um trabalho um pouco relacionado com o que eu fiz lá na Fran No início. Então, eu falei, ah, está bom, né? Porque pelo menos vou usar um pouco daquilo e está no campo que eu quero. E além disso, era em pesquisa. Que era uma coisa que eu queria, mas que na universidade é muito difícil ser contratado e pagam mal, pagam mal e... Depois, como é um ambiente que eu já conheço muito, eu não tinha vontade de ficar lá, sabe? Tem muita gente desanimada lá. Tinha vontade. Aí apareceu a oportunidade de eu fazer pesquisa e ir numa companhia, né? Contratada, tá? Então, eu achei bom e fiquei. Agora, lá eu estou como química, né? E eu voltei, então, para química e não é bem o que eu queria. Ah, quer dizer que você não foi contratada para fazer ensinamento na área de bioquímica? Fui No Início era para fazer um trabalho de bioquímica, mas esse que me falaram é um trabalhinho Entende? No meio de uma porção de outros que são muito mais de... é uma análise de ácido ribonucleico. Hum. E eu trabalhei com ácido ribonucleico lá. Agora, além da análise de ácido ribonucleico, tem análise de uma porção de outras coisas que é para fazer que é... de química mesmo. E eu para... numa enroscada, não sei como é que... Porque você não gosta de química mesmo. É. Você queria fazer em bioquímica. ### Muito diferente. Não é, eu acho que na verdade eu não eu não não sinto prazer em fazer nenhum dos dois, mas pelo menos na parte de bioquímica. Acontece que se eu ficasse na parte de bioquímica lá, eu ia trabalhar mais com a parte de pesquisa mesmo, de o que que está acontecendo com isso, com aquilo. Ent ende? Experimentação do lodo. Ah a gente trabalha com fermentação de lodo de esgoto. Coisa horrível, mas enfim. (riso) E e eu, na parte de química, fico um pouco isolada da da das coisas novas que vão aparecendo, entende? Os problemas novos. Fico lá só resolvendo, como faz a análise, assim, aquela, assim. Eu gostaria mas é que... Mas por isso aí no caso, sabe?

SPEAKER 2: : Tem muita coisa aqui assim envolvida em bioquímica, né? Tenho impressão.

SPEAKER 3: : Não.

SPEAKER 1: : Não, não tem, não.

SPEAKER 0: : É. E depois é tão diversificado, tem tanta coisa que você só encontra alguns aqui, né? Alguns cantos. E no que eu trabalhei lá, aqui não tem de jeito nenhum, né? É isso também, tem que fazer. De qualquer jeito, eu vou fazer uma coisa diferente do que eu fiz esses anos depois de formado. Mas eu poderia aproveitar mais ou aproveitar menos, né? Eu queria aproveitar mais, o máximo possível. Depois, outro problema de eu ficar com química lá, é que eu vou fazer doutoramento lá com... Eles vão me mandar fazer o doutoramento, né? Aí eu vou fazer o doutoramento em bioquímica, lá na USP. E ao mesmo tempo trabalhar em química. Já é muito fazer duas coisas ao mesmo tempo. E não é duas coisas assim tão diferentes. Pede na CETESB pAra ser transferida ou sei lá. É Não é bem ser transferida. É ficar encarregada de outra parte do trabalho. Acontece que eu sou a única química e que não preciso de ninguém para fazer outra parte. Porque, por enquanto, não tem o que fazer em bioquímica. E depois eles são... Tudo é tão complicado lá. Devagar que... (riso) Até hoje não conheço o chefão lá.

SPEAKER 2: : Essa é uma característica geral daqui, né? É É. E as teses que apresentou lá na França, em que setor que foi? Foi em

SPEAKER 0: : Biologia Molecular. Maravilhosa (riso) Olha Mas era tão maravilhoso que você nem sabe para que que serve, viu? (riso) É, muito pura demais. Por isso que eu acho bom na CETESB, o que eles pensam fazer, teorizam fazer, é uma pesquisa mais aplicada, sabe? E eu me interesso por isso. Me sinto melhor fazendo uma coisa que eu sei para que que vai servir, do que fazer uma coisa que tanto pode como não pode ser útil, como pode ser até prejudicial às vezes, né? Então, é uma das coisas boas dessa pesquisa prática aplicada, mas é muito devagar, viu? Ai... E depois é tanta burocracia que você tem que se encarregar e... E eu não vejo outra solução ou outra coisa melhor eu vou ficando lá. Se você quisesse se formar em bioquímica agora você teria que entrar prestar vestibular de novo? Não acho que prestar vestibular não. Aquela coisa que é só ter vaga não é? Uhum hum. Não é né? Não tem vaga né? Não tem Tem vaga () É mas não não tem várias () ###

SPEAKER 2: : Bioquímica é outra co

SPEAKER 0: : Bioquímica é farmácia. É () Farmácia e bioquímica. Eu sei. () Tem. Lógico que tem. Tem. A A faculdade é até no mesmo prédio. () Não, ah o curso é qua tem muitas matérias que são as mesmas, entende? Hum. Quer dizer ãh ãh. Eu lembro que agora ãh há uns quatro anos, acho, eles fizeram uma reforma lá, então... O curso básico tem muitas matérias que são ãh  eh junto para química e para bioquímica.

SPEAKER 2: : Então, muitas matérias que eu não teria que fazer. Mas o curso de bioquímica que você fez lá, não tem nada a ver com o que se chama de bioquímica aqui. Por quê? Porque aqui é aquele curso de análise que se faz de mais um... 

SPEAKER 0: : Não! É porque é um curso básico, né? É um Ela fez uma espe cialização dentro da bio

SPEAKER 2: : química. É. Mas não tem especia, mas então mas especia De graduação de bioquímica? Então para para como

SPEAKER 0: : Por () teve Porque ela sente, você não sente dificuldade em () Sinto, mas não faria nunca o teu  curso. Nun ca  na vida. (riso)  Ai. Está ().

SPEAKER 2: : (riso) Ai, não. Esse negócio de assistir aula, para... Mas o seu de bioquímica, que você fez lá é mais biologia e química, né? É.

SPEAKER 0: : É, de química tem pouquí Biologia, então? É, é Bioquímica mesmo. Ma s (). É a química da da ma téria orgânica. Era química que você estudou? A química que eu estudei? O lha, eu quase que não apliquei a química que eu estu Bom, é mais na formação a gente não sente que está aplicando, mas a parte que eu vi lá era uma coisa completamente nova para mim,

SPEAKER 2: :  sabe? Era mais biologia, né? É.

SPEAKER 0: : Tinha muito mais biologia... Não era química da matéria orgânica ou algo assim? Não, não era. No meu caso... Não? Eh Podia ser um pouco, mas os conhecimentos que eu tinha que ter para aplicar a química, entende? Que eu também conhecia, eu não tinha, porque os conhecimentos básicos que eu tinha que ter era de bioquímica mesmo. ou de biologia. É.  () tese né, mais de () É. Seria mais () (tosse). Por isso também que eu fico na dúvida se eu quero ou não bioquímica, porque dá tanto trabalho para mim. Tem que estudar tanto, cada vez que eu pego uma coisa, tem que voltar tudo.

SPEAKER 1: : As escolhas sempre são difíceis, né? Muito difíceis, né? () É

SPEAKER 2: : E a Ro

SPEAKER 0: : sa, como é que escolheu clínica? Psicologia clínica? Eu acho que é o básico. Toda psicologia (). Eu acho que existem alguns co nhecimentos em psicologia que são básicos para atuar em (tosse) qualquer área. Foi mais ou menos dessa forma que eu escolhi. Mesmo que eu vá atuar em seleção, eu preciso de alguns pensamentos básicos de de comportamento humano, de técnicas, coisas assim que são básicas para atuar em seleção, em indústria, em clínica particular, em escola. Então, foi a partir disso que eu escolhi a psi a Psicologia Clínica como curso de pós-graduação.

SPEAKER 1: : É, lógi ###

SPEAKER 0: : É () utilidade. Sim. Obter um conhecimento básico para poder atuar, né? (tosse) E eu acho mais rico também, né? Quando eu escolhi, agora vem quando eu escolhi depois. Quando eu escolhi, eu tinha a intenção de trabalhar em clínica também, mas ãh (tosse) sei lá, em instituição ou particular, mas atuar numa área de clínica, enquanto atuando com um indivíduo, né? E... Depois, quando eu comecei a trabalhar, eu comecei, trabalhei um ano, na (), com adolescente infrator. Meninos de quatorze a dezoito anos, ãh com conduta antissocial. Os famosos trombadinhas e congêneres, né? Então, esse ano, Foi uma experiência em clínica, em instituição, gostei da experiência, mas se eu comecei a ver uma série de problemas em termos de trabalho mesmo, sabe? Não em termos das técnicas utilizadas ou coisas assim, mas em termos do local onde você está trabalhando, da estrutura onde você está. E daí comecei a pensar bem se eu gostaria de trabalhar numa instituição estatal ou numa indústria particular ou num consultório meu. Comecei a checar i isso daí, né? Não o trabalho em si e Daí estar reformulando, pensando talvez trabalhar em na área de avaliação de desempenho, coisa assim, num local onde os objetivos estão mais próximos aos meus (tosse) objetivos de trabalho. Ao invés de me manter numa área clínica, só porque é clínica, independente dos objetivos do local onde eu estou trabalhando. Então, foi em função disso que eu comecei a pensar mudar de área, porque os princípios básicos da psicologia eu acho que eu utilizo em qualquer área.

SPEAKER 1: : Então, foi mais ou menos em função disso. () Hum a

SPEAKER 0: : Acho que eu escolhi, a assim, em termos de pós-graduação, não me arrependo de ter escolhido clínica. Acho que psicologia social, por exemplo, É muito teórico, eu acho que a aplicação prática atualmente não existe. E e na USP também, a Psicologia Social, peca por isso né, por ser extremamente teórica e por desprezar ao máximo qualquer espécie de prática. E eu acho que acho terrível, eu simplesmen eu sou uma pessoa essencialmente prática. Apesar de achar necessário também a teoria, eu acho terrível quando as pessoas se fecham, assim num sei lá, numa torre e falam, não, (tosse) prática, que absurdo né. E eu acho que na USP, em diferentes departamentos, cada um tem seu defeito né. Eu acho que psicologia social tem coisas interessantes e tudo, Além de do pessoal de lá desprezar a prática, não existe aplicação que se estuda. Então, é um problema. É interessante e tudo, mas não existe aplicação. A única coisa que existe em Psicologia Social é propaganda. Atuar na área de propaganda. E só Educacional, sei lá, você precisa de alguns conhecimentos básicos de Psicologia Clínica para atuar em uma escola também ou para atuar numa instituição.

SPEAKER 2: : Psicologia genética como pós-graduação? Não

SPEAKER 0: : Não. Como pós-gradua ção, não. Ãh Tem a Psicologia Genética, mas a Psicologia de Piaget, né? A gente tem uma matéria no curso de graduação que é sobre o Piaget. Quem dá é a Zélia Ramozzi Chiarottino, a famosíssima que estudou na França com o Piaget e tal. E... é um curso muito interessante.

SPEAKER 2: : E tem... Também é básico, né? É.

SPEAKER 0: : É, é uma matéria básica, né? Eu acho uma das matérias importantes no curso é conhecer o desenvolvimento né, em termos de desenvolvimento intelectual, pensando em Piaget né, que ele estudou parte do desenvolvimento da inteligência né e não do desenvolvimento afetivo. É uma matéria interessante, mas não tem em termos de pós não. Agora, essa Zelia, ela é doutora e ela Também pode você poderia ser ser orientanda dela,  Né, quer dizer, você poderia fazer uma pós-graduação. Se não me engano, ela está no departamento  social. A Zelia está no departamento social. É que os departamentos são meio misturados, apesar das pessoas (riso). Então, você poderia fazer () e E não sei como ela é como orientadora, né? Mas provavelmente é. A a tese dela é sobre Ela tentou relacionar a lógica matemática com a teoria ah o desenvolvimento da inteligência né. Então, é é muito interessante, mas também é extrema mente teórico né. É pesquisa mesmo. () () Eu Uma coisa que eu já pensei em estudar vinte mil vezes e até a

SPEAKER 2: : gora não comecei. Vocês têm alguma coisa de psicologia ou estudos de gru

SPEAKER 0: : Não, no curso não. A única pessoa que dava alguma coisa nessa área era o Dante. Dante Moreira Leite, não sei se você conheceu. E Ele morreu agora, né? Então, atualmente não tem na da. Ele dava Psicologia Diferencial. É. Então era matéria.

SPEAKER 2: : É um campo que tem muita coisa prática a ser feita. É.

SPEAKER 0: : ### Nunca foi dado como uma ma... se não me engano, era até matéria optati va, não era uma matéria assim fundamental do curso. () Agora, sei lá, por que você fez alguma coisa nessa área?

SPEAKER 1: :  Eu fiz ciência sociai

SPEAKER 2: : Nós temos uma tese de graduação e eu tentei juntar psicologia, antropologia e sociologia. Hum. () assim vendo que com o quê que eu vou continuar. Hum. Trabalho muito bom, mas é de pesquisa. Sociolínguistica e Psicolinguística. Hum. Vamos ver. É, são du ras as escolhas. Mesmo depois que a gente pensa que É só quando quando começa o curso Né? ### É. Acho que é sempre, né. É difí

SPEAKER 0: : Consolo saber (riso) que é  real. (riso) É mesmo. É, é incrível. Acho que todo mundo, porque inclusive lá on de eu trabalho. Isso é um problema acontecendo com to quase todas as pessoas.

SPEAKER 2: : Sabe? Vocês já estão formadas?

SPEAKER 0: : () É. Tem inclusive uma uma pessoa lá que ela já fez doutoramento. E E bom... Devido a escolha dela, ela fez Biologia, depois, o doutoramento, ela fez em Engenharia Bioquímica. E agora, na hora de trabalhar, é aquela confusão, né? Porque... Então, ela está em Microbiologia e não é o que ela queria, não é o sobre o que ela fez doutoramento, entende? É uma bagunça mesmo. E E daí, para frente. todo mun do. Ai, mas eu não queria estar aqui. (riso) (riso) É. O trabalho nunca corresponde exatamente ao que a gente imagina, né?

SPEAKER 2: : Eu tenho que fazer mil adaptações. Ou área de estudo, né? É. É,

SPEAKER 0: : Tem um problema que eu Tinha uma divisão de planejamento e tinha divisão de triagem. Então, o planejamento fazia toda a parte do plano de do nosso trabalho lá na Promenor. E a gente lá na casa tinha uma prática diferente e nunca a gente conseguiria adaptar aquele plano estabelecido na na na nossa prática né, que era bem diversa. Então, eh eu acho que um pouco as escolas têm isso né. Quando você vai atuar, assim, praticamente, as necessidades não são exatamente aquelas necessidades imediatas. Por exemplo, eu estava numa casa de triagem e tinha que triar o maior número de meninos possível né. Então, a a parte administrativa queria que triassem oitenta menores. () Trinta menores por mês. E a parte de planejamento falava, não, vocês vão fazer um serviço bem feito, com de ótima qualidade, ãh não tem importância se vo se vocês triarem cinco por mês. Era uma contradição dentro do próprio serviço, a gente ficava ali na corda bamba. pressão do lado administrativo, pressão do lado técnico, e sabendo que, de fato, do lado administrativo, se a gente não triasse um número grande, a casa lotaria, ãh não teria lugar mais para menor os men, não sei o que aconteceria, sabe? Não tem jeito. Teria que criar outra casa, construir outra casa, em um mês não dá para construir outra casa, quer dizer, existem pre existe realidade mesmo, né? Não sei, eu acho que é um problema semelhante, sabe? Estou tentando fazer um paralelo com o que a gente aprende e a necessidade de uma sociedade industrial tecnocrata atual, que precisa disso e não precisa daquilo.

SPEAKER 2: : É, não dá para ser muito idea lista, não. () Só para terminar, quais os hobbies da família? (riso)

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : Ób vio. Acho que não  tem viu. Planta. O papai tem uma parreira aí atrás de vinte ano s. (riso) As ah ah o hobby principal é do papai de plantas, mas todo mundo entra um pouco. Tem sempre seus hobbies, mas nós... É. O papai tem mil hobbies, né? A gente só vai atrás. consertar tudo quanto é coisa, ele conserta. Qualquer coisa que quebrar, que você não souber mexer, ele mexe. Depois ele conserta e ainda sai quebrado. (riso) Não Ele conserta desde a televisão até uma caneta.

SPEAKER 2: : Conheço (). Só porque você não consegue.

SPEAKER 0: : É, ele não consegue e fala que ele não conserta. (riso) Aliás, esse transformador aí, como que é o caso desse transformador?

SPEAKER 2: : Eu trouxe de casa, por quê?

SPEAKER 0: : Trouxe de casa? Estava bom? Estava nada, papai falou que arru mou. O papai consertou.

SPEAKER 2: : O transformador (riso). () Não adianta explicar. (riso) (riso) () Né? () você deixa ligado. () Liga o aparelho. () Então quando liga de novo, você tem que dar um jeito () Mas ele teve que ligar um fio ai.

SPEAKER 0: : Soldar um. Ah, soldar. É. Então. (riso) Se você conseguir consertar a tomada do meu quarto, meu pai agora está com hepatite, então não tem jeito, tem umas coisas que tão assim. Por que que você não conserta? Eu já tentei, não sei. Eu consertei já a tomada do do abajur, mas lá no na parede, no o fio desligou, eu tenho medo de mexer. Agora da família? Hobbie? É do papai mesmo. () O sítio, o sítio. Ah é. Meu pai tem um sítio. Ah, isso é gostoso. É.

SPEAKER 1: : O Ernesto?

SPEAKER 2: : Quais são os (). Ah, as porcarias () (riso) () . Ah, o Ernesto

SPEAKER 0: : () já tenha () ### Ah, eu já colecionei tanta co A sua coleção de selos, aonde está a  minha coleção também? Eu acho que ficou tudo para o Ernesto. Eu tinha uma de moedas também, deve estar com o Ernesto. Eu tinha uma de moeda, uma de chaveiro, uma de fotografia. Ah, fotografia. Ah, é você. É É. Eu aprendi a fazer. É. Comprei fia dor, tudo. Eu fiz () É, revelava. E (). Tudo no passado. (riso) Revelava. Agora faz tempo que eu não revelo. A gente emprestou ampliador e até agora não voltou. Mas eu tinha lá no quarto, no fundo, um quarto horroroso, úmido e tudo mais. Eu ficava revelando assim, o dia inteiro, fotografia. Tirava, saía para tirar foto e revelava. É E vocês tiravam de pessoas ou mais paisa Olha, eu comecei tirando de paisagens, depois eu passei a tirar de pessoas, duas fases. Mais difícil, né? (riso) Duas fases. (riso) Olha, dá até para dizer que eu tive fases. E foi aí que eu parei. Eu comecei ti eu comecei tirando de paisagens, depois pessoas de longe. Agora, pessoa de perto, eu tive muita dificuldade e foi aí nessa fase aí que eu parei. É, por quê? Ah, eu não sei para tirar expressão, para tirar, sabe? foto bem feita. Eu ainda revelava muito mal. Primeiro problema, né? Revelar... Precisa ter uma prática para revelar bem. Revelar bem mesmo, né? E E... Então, quando você começa a fazer uma foto mais detalhada, com mais detalhes, já... Pega muito. Então, parei por aí. Mas não foi por isso. Parei, nem sei por quê. Foi porque Parei, assim. Cansou, né? É. É. Cansei. Agora, de vez em quando, eu desenho também. Olha, esse ano no meu trabalho eu não te mostrei meus desenhos, né? ### Não. Desenhei, né? Tu viu. (riso) De vez em quando eu desenho, não sei desenhar nada, mas eu gosto de rabiscar papel de vez em quando. E aquela época que você começou a desenhar, que você entrou no curso, lembra? Que você Fez um de uma pintura lá cópia do Van Gogh, que ficou muito bonita, e que eu fiz também. Então, é o meu orgulho. Fiz uma cópia do Van Gogh E não acha. Só que eu não encontro. Eu queria tanto enquadrar e  tudo. Colocar na parede,  mas não en contro. Leitura, né? É um hobby. ### É, é ho

SPEAKER 1: : bby, né? Hum. Leitura. Acho que é. Hum. Só.

SPEAKER 0: : E os meus hobbies ficam só no pensamento, viu? Ai, tanta coisa que eu falo, não, agora eu vou fazer isso. (riso) Ganhei a máquina fotográfica? Esqueço de levar nos lugares, quando levo não sai. Ih... (riso) Mas eu ainda tenho alguma coisa, de vez em quando eu estou andando, me dá vontade de tirar foto de umas coisas que eu vejo e eu estou sem a máquina também, né? Precisa estar o tempo inteiro ligada no negócio, com a máquina em fu Bem difícil. Acampamento. Acampamento. É um hobby, né? (riso) É o hobby de todo mundo aqui da ca sa. É? Onde vocês acampam? Olha, eu acampava muito ali naquelas praias, em Ubatuba, São Sebastião, por ali. E agora faz tempo que não acampo,  né? Porque faz... É, dizem que não dá mais para ir acampar. (tosse) Não sei. Eles estão fechando as praias, né? E a E agora acampamento só em... como chama... esses cam campings, né? Tem que pagar dez cruzeiros por dia e daí fica uma barraca em cima da outra. Ai (riso) É um horror. Eu fui num desses o ano pa uh Foi o ano passado ou esse ano? No carnaval esse ano que a gente foi, né? No ano novo. Quando foi que a gente foi acampar? () É, mas fomos num camping. Porque fa a gente costumava acampar em praia, assim, né? E a gente já acampa há muito tempo, em épocas que as praias ainda eram vazias, né? (tosse) Ai As praias eram praias, é, agora não são praias. Ah, eu acampo há quase dez, quinze anos. E atualmente estão terríveis. É A gente foi num camping, tinha assim, uma barraca em cima da outra, Tinha lata de lixo, tinha banheiro, tinha chuveiro,  tinha tudo. Um horror. (riso) E a área pequena? Um barulho. Tínhamos uns vizinhos que berravam, e a mulher brigava com o marido. Mas, olha, uma  catástrofe  foi o acampamento.  (riso) Nem parec

SPEAKER 2: : ia. () E era o Cheiro Comida, que ficava num lugar que não lavava as panela, podia nem chegar perto. Ai que horror. Aquele cheiro de macarrão. Ah. Cheiro de dez ()

SPEAKER 0: : Não tinha nem vontade de comer.

SPEAKER 2: : (riso) É, não dava vontade.

SPEAKER 0: : E olha que para para ir para o banheiro tinha que passar. (riso) Mas daí, por exemplo, quando vocês foram para... Era Ubatuba que vocês foram ver aquele terreno? Como chamava aquela praia, né? Boiçucanga, não era? É Boiçucanga. Lá, por exemplo, não dá para acampar? Boiçucanga já é uma vila, né? () Não, a praia de Boiçucanga, ela tem algumas casas, sabe? Essas praias que tem casas na própria praia. E não é E não tem água, não tem árvore, não tem condições para acampar. Tem pouco espaço, né? ### E depois para cá tem vila. Então não não é um lugar assim próprio para acampamento,  Lugares bons são nessas Tem ave, tem cachoeira. É. Não tem mais, né? Essas já estão todas fechadas. Bom, então Uma que nós precisamos redescobrir é aquela praia brava que a gente foi acampar. Você estava aí quando a gente foi na praia

SPEAKER 3: :  brava? Não.

SPEAKER 0: : Uma praia maravilhosa, não tinha ninguém. Só que é difícil de achar, nem sei se a gente acha de novo. É () e depois a gente estava na praia e o mar invadiu a barraca tudo, tivemos que sair correndo e abrir uma clareira no meio do mato, porque na praia não dá. () Chama brava por causa disso,  sabe? Ah (tosse). Por isso que não tem ninguém  também, acho.  (riso) Mas uma pra

SPEAKER 2: : ia maravilhosa. Nossa, que delícia que é aquele lugar. E se for acampar leva um trator,  (). Ah é.

SPEAKER 0: : Daí no dia seguinte tem mil barracas por vol

SPEAKER 2: : É possível. Agora a propriedade lá não está valendo muito.  (riso) () É. ()

SPEAKER 1: : ### () Já deu o tempo Já deu? A

SPEAKER 0: : gra decemos a cola