Inquérito SP_D2_332

SPEAKER 0: : ### () de velo velocidade. Mas vocês nos meios nos meios culturais e não acham que a televisão equaliza por baixo a língua? ### ### Todo mundo fala a mesma as mesmas gírias. E as gírias se propagam. ### Eu tenho uma coisa

SPEAKER 2: : ### nossa geração... Mas nenhum de nós fala gíria. ### Não ###

SPEAKER 0: : ### Eu a eu acho todas as minhas amigas da minha idade, da minha faixa, não não fa lam. Então, é uma é época que passou. E usava não... Porque era feio. ### Porque quem falava gíria era era era empregada. ### Não, chofer já era, como a vovó falava? Era carroceiro, que falava uma certo tipo de gíria. () Agora, hoje em dia nã ão. Hoje em dia está tudo na televisão, as gírias mais baixa, todo mundo emprega, todo mundo fala. Não é feio () Não é mais feio falar gíria. super feio. Não, mas nós Mas eu acho que nós esta estamos démodés Acho que nosso nosso tempo já (fala rindo) passou. (risos) Hoje em dia não, não é feio. ###

SPEAKER 1: : () em certos momentos. Não, tem certos momentos... Falta falta de expressão, eu acho falta de vocabulário. Pobreza de vocabulário. Só isso. Então eu não sei se

SPEAKER 0: : ### Só  Falam, né? Agora as crianças as crianças nem se falam. Eu () A gente não consegue nem corrigir, não é? A Agora a língua está mudando. Você vê isso pelos livros, os livros modernos. Você vê muita palavra, muito modo de escrever. Que que eu acho, né, uns crimes horrorosos. Eu vejo mu muita  livros bons hoje em dia, () será possível que está certo isso? Não está, hoje em dia pode ser assim, começar começar a frase por ahn me, não, não é?  Isso é errado ué. Não, diz que agora é para que pode ser, pode ser assim também Não, que nada, a língua muda, a língua mudou. () É justamente aí que vocês querem chegar, né? É isso que vocês querem chegar, se saber se a língua mudou mesmo e se deve mudar, não é? (), eu acho Eu vejo os jornais, olha, hoje ### ### Já está sendo aceito, hoje eu vi, né não sei se foi nesse nesse quadrinho da Folha, que estava lá, ahn namorar com, namorou com esse, namorou com aquele, olha, no no quando eu era criança, se alguém fosse abrir a boca pra dizer namorar com, era uma coisa tão horrível, Ninguém tinha coragem dizer uma coisa dessas, hoje está no jornal. Outra coisa também que é errada, também que falam é esquina com, também está errada. É

SPEAKER 1: : É esquina da com. É. E não esquina com como diz ### É uma concordância também que é errada, mas que já entrou no no po

SPEAKER 0: : morar com já entrou, não é? E e  ### ### Como fala também, somos em... Somos em três, somos em oito. ###  é outra coisa que... Ah, hoje em dia o a língua está mudando, é por isso  Eu acho que isso vocês estão querendo estudar, não é? É Mas que eu acho que a a nossa língua aqui em São Paulo é muito mal falada, é muito mal falada no Rio. É É cheia de gírias também, também não é lá grande coisa. A língua mais bonita mesmo é para o Norte, não é? A ### Não, para o Sul eles fazem muito erro de concordância de de tu com você, não é? E o O gaúcho falando. E Ele só e emprega como pronome sempre o tu. Mas o verbo não vai para o s para para segunda pessoa, vai? Não vai, não. O o O gaúcho erra muito a concordância de tu, assim. Mas passa, não é tão feio como São Paulo, né? Ainda Ainda passa. No Norte a língua é bonita, é bem falada. Pernambuco, falam bem. Mesmo Bahia, as pessoas educadas falam bem, né? Agora aqui em São Paulo não vai. É sotaque, n é? Aqui em São Paulo não sei. Dificilmente você... você consegue encontrar numa roda a pessoa que curte um pouco da sua linguagem, que fale direito, né? Vai por como vai Vai. O que vocês acham do aspecto cultural e artístico de São Paulo? Tem melhorado? A Ah, tem. Isso acho que tem melhorado bastante. Pelo menos, eu eu acompanho bem pelos jornais, as as vejo muita crítica de peça de teatro, e mu muitos concertos, muitas muita muita coisa, e parece que a que a juventude, de certa forma, hoje em dia, se interessa mais por essas coisas, né? Pelo teatro, pelo pelo por música. Sempre tinha música, eu acho que está tendo uma uma renovação muito grande. ### ###

SPEAKER 1: : () de ato também, vamos dizer, nada elevado, nem de de enredo, Não vo... E nem de modo de apresentação, nem nada.

SPEAKER 2: : É claro que que entre

SPEAKER 0: : Clássico que estão procurando. Estão procurando... Novas formas, é claro. E E e no e na meio da, a maioria, pode ser que a maioria não preste, mas lá um e outro você encontra boas coisas, não é? Eu não sei, eu não estou, eu não frequento muito teatro, eu me limito a ler as críticas. Porque () meu marido não tem tempo para nada, né? Só tem tempo para trabalhar. Eu acompanho bem as críticas, eu acho que que no meio de tudo isso que a gente vê, alguma coisa se salva, né? A Alguma coisa se salva. ### ###

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : Ah, tem muito disso, tem, sim. Eu acho que o ### E já uns anos atrás era difícil você ver. Você sabia quando chegava uma companhia, uma companhia francesa ou O o que é, o que que tinha aqui de teatro? Não tinha nada. Não é? Não havia nada. Eram as companhias daquelas, sempre aquelas que entrava ano e saía ano. É um programa para pessoas de mais idade. É. En Entrava ano saía ano. () vão, de fato vão. Mas eu acho que é por causa do tipo de teatro que que entrou. A Agora eu não sei. E Eu, francamente, estou estou meio fora disso. Eu só leio só leio as críticas, leio nas revistas. Mas eu... Inclusive você vai no teatro assi

SPEAKER 1: : A maioria, maioria é criançada, éh é moça, só moço mesmo. É o que procura esse teatro moderno, também é o pessoal muito moço.

SPEAKER 0: : Tem quantas pessoas mais velhas num teatro moderno? É É, você vai mais que eu, eu não sei di

SPEAKER 1: : zer. Não vou quase, mas o povo que eu vou, eu observo que o que está é mais é mo só moc mocidade mesmo. Nesse teatro... Avançado.

SPEAKER 2: : ### É vanguarda, etcetera. É que tem mas é só meninada. Pessoal de pouca idade mesmo.

SPEAKER 1: : Eles se interessam mesmo. Mas é já é um outro tipo de teatro, não é aquele a o... Agora eu

SPEAKER 2: : Eu acho... Um teatro que se aprendia, não () eu acho que não.

SPEAKER 0: : Mas eu acho que na na música o há também há muito mais interesse hoje pela música clássica. Isso eu acho. E Esse concerto para juventude que estão sempre repletos, né? te dizer. Tem sempre de manhã, né? Pelo nos domingos. Domingo. E Eu acho que é um é um aspecto que está se desenvolvendo bem o Parece que a ju essa juventude moderna tem mais interesse pela música clássica. Tem vários conjuntos de mu, né? tem de música mais antiga e tudo. Porque antigamente não, antigamente... Eu fui criada numa época que só se conhecia Fox, né? Era o tipo do de música americana e não saía disso, não é? Parece que está mudando. Vamos ver. E E quanto aos museus? Museus? O Olha, eu eu o museu que eu mais gosto aqui em São Paulo é o o Museu da Avenida Paulista, o Museu de Arte. Aquele eu acho acho formidável, fantástico aquele museu. Aquela a Aquela montagem, você conhece naturalmente, né? A Aquela mon... É de muito di muito, vamos dizer, didático, né? com aquela aquele modo de expor os quadros que a gente... Ahn eles são em painéis de vidro, não são? O a Aquilo, qualquer coisa? Que atrás atrás a gente pode ler tudo sobre o sobre o ar o o artista. E Eu acho acho formidável. E Esse museu da do som, eu não conheço ainda. Nunca fui. Só conheço da Avenida Paulista, o de o de arte sacra, muito rapidamente. Aquele espetáculo de luz e som do do Museu do Ipiranga, que foi uma iniciativa ótima, parece que que morreu também, né? Não foi adiante, foi? Não Não, porque eu já já procurei ir, já quis ir. Tive uma vez um uns ahn uns visitantes estrangeiros aqui em São Paulo, eu quis levar, e ninguém conseguiu. Por que que diz ahn que acabou? Não sei, porque não levaram avante, porque seria interessante, não é? Não deu c... Não quiseram continuar a iniciati Talvez fosse muito dispendioso, tenha sido por isso. E E não cheguei a ir, não cheguei a ir E que mais nós temos nós temos em matéria de museu? A o o a bi As Bienais, né? A As Bienais eu eu, em geral, eu vou todo ano, mas mais assim todo ano. (fala rindo) Sim, de dois dois anos. Mas é o é uma coisa que eu vou assim mais por... Curiosidade. () Não, para dizer que fui, porque eu não entendo de arte moderna e não aprecio, não sou... Não precisa um monitor Eu sou muito muito antiga ainda para, muito tradicional com essa questão de de arte. O Bienal e, de uma forma geral, não me interessa. Poucas coisas. Eu gosto, ahn por exemplo, uma uma parte que eu gosto é do surrealismo como desenho, né? Aquilo é muito bo muito interessante e tal. Mas numa forma geral não me interesso muito. Eu gosto é do Museu da Avenida Pauli Aquele eu gosto. Aquele tipo de museu mais tradicional e tal. A Agora, não sei se se o se ahn se a juventude se  Interessa Muito. Intere Não muito. Você acha que não? Não sei dizer. Eu eu tenho a as as eu fui a um ao uma meia dúzia de vezes. Sempre via ali grupos de estudantes de ahn fazendo seus trabalhos, tomando notas ali Mas sempre grupos pequeno Não () estudantes, por necessidade, talvez. Né? Não não sei julgar se há muito interesse. Na minha parte, não sou não sou muito artista, não. Eu Eu gosto daquele... Gosto do que gostam, do que não gosta que não gosta ###  mudam. Eles tem um acervo pequeno, mas eles variam, certo? É, ele já Mas não é assim, eles tiram uns, põem outros em exposição. Porque o museu é pequeno, não é assim, não é um luxo, não é uma coisa assim. E E... Não sei. Não sei muito se... E como é As áreas verdes, aspectos estão comentados de São (fala rindo) Paulo? Ah, isso é um assunto tão desastroso, não? Para gente comentar. Tem algum comentário a ser feito? ### As críticas a respeito, né? O que que você vai dizer às vezes n Nós não temos mesmo. Nós não temos áreas verde é uma É uma cidade asfixiante, não é? É e Essa minha prima falou agora sobre subir no no Edifício Itália, né? E olhar lá para o terraço. O que a gente vê? Ru Ruas, ruas e mais ruas. Dificilmente você vê uma árvore, né? A Agora, é uma é umas um um aspecto que põe São Paulo bem abaixo de todas as outras capitais, não é? Você não vê uma cidade assim no mundo. Tão asfi xiada como essa você não vê. Pelo menos... Eles tentam fazer alguma coisa, mas não sei. Não, mas e ### Não, não. Eu acho que aqui em São Paulo que há muito é especulação imobiliária e muita sede de lucro. Porque eu eu ninguém me tira da cabeça que o que os próprios governantes que estão por cima, eles entram em negociata Ah, entram. Você acha que precisava fazer um prédio apartamento na na Chácara Flora? Você sabe que tem, não é? Mas precisava fazer? Essa casa morou Sodré aqui na rua. O eu não estava falando na rua onde mora a família do meu genro. () É Arthur Ramos, né? E Era uma uma casa que tinha um parque muito bonito, árvores lindas. Eles puseram tudo abaixo e e e fizeram aquela propaganda, você pode morar onde morou um presidente, onde se hospedou uma rainha, parece que a rainha Elisabeth andou lá, sei lá, nem sei direito. E E, no entanto, você passa por lá, tem três árvores de pé para fingir que, assim, na fachada. E Era um bosque bonito, era um jardim boni ### Eu acho que os nossos governantes ainda não conseguiram se livrar dessa sede de de de de ser ou viver o bem imediato, o bem próprio, em vez de de pensar em em termos de gerações futuras, assim, não não não pensam nisso, porque não é possível. ### Aí eles derrubam um dia e vão fazer outro Mas não é bobagem então derrubar um () e fazer outro? Porque uma árvore não cresce em um ano, nem  Tem projeto, mas ele não vê (), né? ### Você vê lixo. Vê () j Jogaram caminhão de lixo, ali é o que você vê. Agora estão derrubando o pouco que já tem. E volta e meia tem no jornal aí uma umas polêmicas sobre um a tal chácara do Piqueri, () bairro que a gente nem conhece, né? Uma chácara muito antiga. Tem no () aí tudo abaixo para fazer três conjuntos de prédios. É

SPEAKER 1: : É. E agora a mata dentro de de Ibiúna que também tem que roubar. Não é tu  tudo. tudo abaixo para fazer um aeroporto não (). Não é to o

SPEAKER 0: : Essa história do aeroporto não é outra loucura? E Então já jé tem uma área descampada, livre, nua, como é Viracopos. Não tem na Você conhece aquela região Não tem nada. Uma estrada mais rá ápida. Deus do céu e Então faça uma estrada para para para virar  (), não é? Bairro seguindo os alqueires. Quarenta alqueires de na Não é só isso. O eu Você acha que fazer um aeroporto em... Ibiúna, não vão fazer uma estrada para Ibiúna? Tem que ter uma estrada para Ibiúna. Não tem que fazer uma estra da? Como é que vamos chegar em Ibiúna? Por as estradinhas que tem aí? Não é? Então, faça uma estrada já de decente para Viracopos e e deixe o aeroporto na () e que é cortina de fumaça, o que eles fazem, né? Ah. Não sei

SPEAKER 2: : ### Está a especulação, não sei o quê, e que vai ser lá mesmo.

SPEAKER 0: : Ah, não sei, não. Eu sei dizer que Ibiúna foi um progresso terrível um Os terrenos subiram de presso, todo mundo só todo mundo esperando o aeroporto. Sei lá, eu acho é que essa política do do verde aqui aqui em São Paulo, Talvez seja no Brasil inteiro, não sei. Mas aqui em São Paulo é é vergonhoso. Eu acho que tem muita gente inf influence influente que que ganha dinheiro com esse negócio. Não é possível. Fazer um um prédio para eliminar chácara flora precisa com tanto lugar? Eu não sei, eu não... Ali o o de o desvazo, lembra como era o desvazo? Como tinha árvore ali? Puseram tudo abaixo. E o que se tem lá? É um estacionamen () eu nem me lembro. Parece que é um estacionamento, não é? Nem sei o que tem ali. ### Quando eu era criança, era era a casa do Sabino. E Era uma uma mata igual a mata do Parque Siqueira Campos. E Era a mesma mata. Tinha uma casa no meio, uma casa muito grande. E E morou aquela família ali anos e anos e anos s eguida. Era uma linda casa, aquela alameda. O a O a árvores as árvores eram nativas mesmo, da mesma idade da do do Parque Siqueira Campos. São árvores nativas. A Aí venderam aquilo. e o projeto era fazer um hotel de luxo, tirar os hotéis já do centro, né, porque o centro da cidade de São Paulo é horroroso, fazer um hotel ali para turistas ricos, um hotel bem luxuoso e tal, mantendo o parque. O que que você vê lá hoje? O Conjunto Nacional. Você vê alguma árvore ali? Deve ter algum capim que nasceu por acaso ali. I Isso não faz muitos anos. Mas quando f foi comprado, foi para fazer um hotel ahn de de luxo e manter no parque. Porque de fato a casa era muito grande, o lugar só que está onde estava a casa... A licença sai, sai para fazer aquilo.

SPEAKER 1: : e depois vai começando entra dinheiro, para cá, para lá, como aquele prédio que fez o Torres também. O prédio está lá. Ele parece que não tem mais o o salão do de festa, mas já é uma um prédio imenso, de coisa de americano, não sei lá o que tem lá. () ###

SPEAKER 0: : ali foi por causa de barulho, né? Que ()

SPEAKER 1: : As a passa licença para ser feito de uma forma, e depois e vão cortando, vão conseguindo o que querem por

SPEAKER 0: : Eu acho que eles jogam assim um pouco de areia na na na nos olhos do povo, o povo esquece, porque o povo tem memória curta, né? Esquece, vira para outro proble

SPEAKER 2: : ### ### Aquele de Cotia. Agrícola de Cotia também tem uma área muito gran ande. Cooperati Na estrada. Também vão fazer qualquer coisa. S Sai no jornal assim e depois faz o ()... O primeiro passo é botar tudo 

SPEAKER 1: : ### Vai ser um parque. Vai ser aproveitado para fazer um parque.

SPEAKER 0: : Qual é a sua opinião sobre a sobre a as áreas ve O que que você acha do caso? Não te emos. Não é? Não temos ()... Mas você não acha que há muita especulação nisso? Deve ser a política no meio. Porque você vê, são são terrenos muito valiosos, estão muito valiosos e mu muito arborizados e muito valiosos. Então, e eles têm que vender ()

SPEAKER 1: : movimentos surgem como ser uma área verde. A

SPEAKER 2: : Agora aqui, Cotia Vai ser isso. Coita não necessariamente. Mas

SPEAKER 0: : são terrenos que valem muito. Vai Vendem ### ###

SPEAKER 1: : um grande parque Etcetera, para as crianças e muito bem. O meu tempo vai durar, só aí que daqui a pouco ()... Já virou lotea mento Três anos. Tem imensos prédios ali Pronto, já aquela aquele assun

SPEAKER 0: : Tem que começar pelo (). Eu acho absurdo que todas essas ruas ahn para cá, que eram ruas residenciais, ahn o com com seus arboretos, está tudo acabando, e e vai tudo vai Quer dizer que vão pôr tudo todos os jardins abaixo e vira tudo prédio. E aí eles põem assim um conjunto tropical, os cactos, umas coisas. ###

SPEAKER 1: : fizeram aqui na Paulista Tiraram aquele jardim imenso, puseram aquelas aquelas 

SPEAKER 0: : Latas cheia de ma... Lata de lixo. Ou ela te visse... Antes cada um cuidava do seu jardim, não é? Né?

SPEAKER 2: : Cada um tinha seu jardim. Cada um fez um deu o depoimento do jornal, dizia que ela tinha nascido ali e ali ela quer morrer No meio das árvores dela.

SPEAKER 1: : Bom, então cada um j cuidava do seu jardinzinho para () suas palmeiras, suas árvores, né?

SPEAKER 0: : Mas tinha, né?

SPEAKER 1: : Acabaram com o () e puseram aquelas árvores. Porque tem dentro de uma lata, ma

SPEAKER 0: : ### ###

SPEAKER 1: : Eu francamente eu estou... Para alargar é uma coisa, mas para para não alagar e pôr lata na rua ()... Não, eu acho eu acho que São

SPEAKER 0: : Paulo ultimamente assim é uma dece   pção. Eu  Eu acho decepcionante () lá. () co

SPEAKER 2: : cortado, já disse porquê. Para para sair dos prédios. E

SPEAKER 1: : Em todo em todo 

SPEAKER 0: : Eu acho que a cidade não tem não tem mais salvação. Precisava brecar o crescimento de qualquer forma, né, mas não ### Não tem mais conserto. E Eu acho que não tem mais conserto do jeito que está. Eu sou eu eu sou desiludida com esse negócio. () o telefo Eu a eu acho que uma A cidade desilude a gente sobreviver Eu não sei, não. Não tenho mais muita esperança, não. Tinha uma esperança no metrô, né? Eu acho ótimo o metrô. Acho uma maravi () Ele está no no Ipiranga. ### É três nove um três um.  ### ### Éh, está no Ipiranga. Meia três? Nove um trê ês um. Meia três? Nove  Um três um ### Está na hora do jantar agora Ah, o dia inteiro procurando o telefone Pronto. Eu pensei que era você

SPEAKER 2: : Agora não pode procurar você... () Não, pode falar, pode falar. Na

SPEAKER 0: : Vamos para o final da entrevista? É (riso). Não taca não dá Não fechou o tempo ainda? N Não. Não sabemos mais o que falar.

SPEAKER 1: : Fez muitas entrevistas já? Temos feito bastante. E as pessoas que vão indicando? ###

SPEAKER 0: : ### Difícil por quê? ### ### ###

SPEAKER 1: : em São Paulo. Nascido em São Paulo. Filho de pais bra bras

SPEAKER 2: : Só pais brasileiros? É. Avós nã o? Não. Ah, bom. 

SPEAKER 0: : ### ### E a Aí iria muito longe, não é ()?

SPEAKER 2: : ### ###

SPEAKER 0: : Para um Mas, já é... Já é exigir demais, né? ### É ra Raro. É? ### ()... E vocês vão continuar com a pesquisa ou já tem o número suficiente? Não, ainda precisamos bastan

SPEAKER 2: : Eu não posso essa minha cunhada por ser justamente é que é a dona do do Conjunto Nacional, mas eu não posso indicar, porque ela é tão, ()

SPEAKER 1: : Era bem desbitolada, né? É

SPEAKER 0: : É... Não, isso não tem importância porque você... É é, ela () de falar, ela ela mostra o... Você é assim, desbitolada, não me interessa, porque... Não é um modo de falar que você () tão diferente que ela... Não, ela é muito preciosa para falar, né?

SPEAKER 2: : É... O pai fazia muita questão de português, então eles falam o português perfeito, sabe, modo

SPEAKER 1: : desprezava os Calda, ou não sei o que, né?

SPEAKER 0: : Não, mas você bem, se p se in teressante. Eu não posso indicar uma pessoa assim. Mas ela não pediu para você indicar ninguém, ela já tem a (), né? Ela é assim, interessante, porque ela é tão  Então seria bom para você ### mas eu não acho que seria tão difícil Eu mesmo conheço muita gente que é das mesmas condições. ### Só que pegada. Não, agora está noiva, () ### Mas seria bom indicar ma ais algum. Bom, depois eu vou pensar. É. E nesse Se arran jo mais. () Ah, eu vou em qualquer uma dessa ### Qualquer uma dessas, se eu pedir para ir ### Não é homem mais indicado para fazer entrevista. (fala rindo) Não, não é a pessoa mais indicada para isso. E qual é a outra coisa que você gostaria de... E quanto ao trânsito? Pode criticar o trânsito aqui de São Paulo. Só merece críticas, né? Mas também é outra coisa, sabe que eu tenho dó do, eu tenho pena do... ### Eu acho que a eu penso que a o ahn configuração da cidade, a planta da cidade, a topografia da cidade dificulta o trânsito, não é? Depois Muito automóvel, éh todo mundo todas as famílias, cada um tem quer ter mais carro que o outro, todos os filhos têm automóvel, não sei o quê, ninguém se capacita que pode andar de ônibus, E não pode mesmo nós, essa é a minha prima. Instrumento de ()... Essa minha prima dizendo que no Rio ela não usa automóvel para nada, porque a condição é boa, ela vai de ônibus em todo lugar. A Aqui onde é que você vai de ônibus? Lugar nenhum. Não é? É. Quer dizer que eu eu acho também outro problema insolúvel. Eu estou dizendo para você, eu sou des descrente, acho que São Paulo não tem solução mais, viu? Não tem solução. () Nós temos que abandonar e fazer uma cidade satélite de mais, assim, não sei para onde ()

SPEAKER 1: : Ter uma campanha de de, vamos dizer assim, de descentralização. Só. Porque do jeito que está. E

SPEAKER 0: : Existe algum... ### Porque olha aqui, e eu agora há há uma uns dias atrás eu eu li no jornal, antes de antes de começar o mês de abril, que em abril os os carros vão subir de preço. Não sei se subiram. E Então, () só num dia foram licenciados cinco mil carros novos. Pessoas que iam comprar, vamos dizer, em maio, junho, mas resolveram comprar já em em março para evitar o aumento de abril. E Então, num dia foram licenciados cinco mil carros. Quer dizer, está tudo isso na rua.

SPEAKER 2: : Onde é que está a rua para ()? Onde é que está a rua para andar tudo? Fazer um um trabalho que esteve fazendo, pode ser projetado? Ahn a contento? Não pode. Agora o o

SPEAKER 1: : ### Para me Menos cinco mil carros, vamos dizer assim. E já tem outro dia, já tem mais cinco mil. Quer dizer que não () Não dá para resolver isso. A

SPEAKER 0: : Agora, eu achei o o metrô uma coisa maravilhosa. Na e já inclusive, já me servi dele. É. Já andei, já precisei, já andei de metrô. Eu acho maravilhoso. É É pena que serve. É muito uma uma faixa muito pequena da população. E até ahn fazer o fazer outros ramais, são quantos ()? Outros tantos anos, né? E até o povo ap apanhar o hábito de andar. Eu eu d digo. Eu não digo o povo baixo, simples, porque esse é o povo que andava mesmo nos ônibus. Eu d digo as pessoas que entopem as ruas com os automóveis.

SPEAKER 2: : Eu quero saber se esse... A hora que que serve o metrô ()... Entende como é?

SPEAKER 0: : Porque o esse povo simples, né? Esse povo simples que não tem automóvel, ele pa passa pelo metrô com a maior facilidade. Os e Em vez de ônibus, andam no metrô. Mas o pessoal está acostumado a andar na rua de automóveis. Será que vai a abandonar o carro para andar no metrô? É claro que abandonam. São muito mais ()... Será?

SPEAKER 2: : ### Não sei. Você fica com aquele trambolho na mão... Eu eu achei achei achei maravilhoso.

SPEAKER 0: : Você já and ou? Já. E Eu acho acho maravilhoso. Está muito bem feito. Funciona muito bem. Está perfeito. Não é? Ahn sob todos os aspectos é perfeito. A Agora, vamos ver quando eles por assim... Outras linhas que para servir mais gente, né? Porque para nós aqui não serve para nada, né? Para nós aqui não. Seu

SPEAKER 2: : Qualquer ponto de vista. É um é um não dá para acompanhar o ritmo do crescimento de São Paulo. Não dá. Muitos

SPEAKER 1: : Não dá. Até eu precisava parar. É área verde, é trânsito, é poluição. Tudo () Estão trabalhando em todos os setores.

SPEAKER 2: : Mas sempre ok em em relação ao crescimento de São Paulo. Tem, mas não

SPEAKER 0: : Mas não pode acompanhar o ritmo. Não acompanha. E Eu acho que o o o progresso, quando é demais, fica éh cai no no no no nos... completamente contrário, né? Cai no oposto, não é? É É uma cidade onde só se anda a pé. Você para andar em São Paulo, você pensando bem, você bem em São Paulo é a pé só. E E chegam... (fala rindo) Bicho automóvel, não é? No supermercado (). Não () Não, você no centro da cidade, você vai andar ali... Viaduto do chá, praça patriarca, você tem que andar a pé. A Aonde jeito que você chega? Então você tem certeza que você vai Mas se () andar de automóvel, vai a algum lugar?

SPEAKER 1: : ### Sim. Pode ()? Você não chega.

SPEAKER 0: : ### Você vai para a cidade hoje? É. Não. Eu Eu não. Eu não ligo, não faço nada na cidade. Mas eu acho o metrô uma uma coisa maravilhosa. Vamos ver daqui a dez anos, será que está construído bastante ()? Porque, de fato, se se o () éh conseguir mudar essa psicologia de andar de automóvel, mudar para o metrô, aí a coisa funciona, não é? É se também acabar no ano em dois mil também... Ah, não sei como (risos). Se o a ano que o mundo vai acabar no ano doi

SPEAKER 1: : s mil. Se resolverem... Antes resolver o problema  São Paulo, o mundo acaba. N Não, não vai ser tanto assim. Pois é. Pelo me

SPEAKER 3: : Quanto ao comércio de São Paulo, o que que vocês acham? A mudança que tem ocorrido de uns vinte anos para cá? Ah

SPEAKER 0: : mudou. Mudou bem para me melhor, só. Está des é descentralizado, né? A o O a a os bairros hoje em dia em em São Paulo são autônomos, né, praticamente autônomos, né? A Aqui, por exemplo, não se vai a cidade para nada, a gente tem tudo perto de casa. Eu acho que o comércio mudou muito, mu ### ge, não é?  Hoje não 

SPEAKER 1: : ### Mas mas () comprar um enchimento de... Na ru, é. É a rua direita. Pois é Pegava-se o ônibus aqui, ia para ().. Hoje está tudo mais perto, tudo mais difícil, né? Mais difícil que o 

SPEAKER 0: : Não, justamente, eu a eu acho que essa essa essa descentralização do comércio foi me mesmo uma uma decorrência da dificuldade do do do trânsito tudo isso, né? Hoje faço tudo nos bairros, os bairros são autônomos. E Essa supermercados é uma coisa que, eu acho que é uma coisa um tipo de comércio muito mais interessante, muito mais limpo, não é? Uhum. I Isso eu acho que houve um progresso muito grande, não é? Em relação há há, vamos dizer, trinta anos. O O tempo que eu estou casada, trinta anos, não é? Ho Houve um desenvolvimento muito muito grande e eu acho ótimo isso de de a gente poder fazer tudo onde mora, não precisar estar saindo e indo andando o dia inteiro para chegar na comprar um corte de vestido, uma coisa assim, não é? No início foi mais fácil. E também o a a  E também o o o Brasil progrediu muito nessa época. Não estou falando de São Paulo agora. A indústria brasileira hoje em dia é supre. N é? A gente compra tudo brasileiro mesmo, tudo nacional. Não há cidade nenhuma está... É só esnobismo hoje em dia. Querer comprar caxemira inglês, essa coisa toda. É puro esnobismo. Porque nós temos tudo, não temos? E Eu sou uma franca admiradora da da indústria (fala rindo) nacional. S (fala rindo) Só compro coisa nacional. E E é uma coisa que há trinta anos atrás não se podia. Né? Há trinta anos atrás você não podia comprar um um um terno de casimira e nacional. É era e Era gastar dinheiro a toa, não é?

SPEAKER 1: : Hoje você precisa pôr a etiqueta para fora, para dizer que é estrangeiro. Não

SPEAKER 0: : Tem gente que faz questão dessas coisas, mas é uma uma bobagem, n é? Es esnobismo puro. Eu acho que que a indústria brasileira é muito boa, não fica a dever nada às outras.

SPEAKER 2: : Pessoas nobres que querem, fazem questão então andam com a etiqueta para fora, porque a nossa indústria... Você tem alguma ideia sobre a sobre esse assunto? Go gosto da

SPEAKER 0: : O que que você acha? É que eu não posso dar minha opin Ah, você não pode dar sua opinião, mas eu eu tenho vontade de conversar com ela (riso). Ainda e E nessa essa semana fui comprar um uns um dois cortes fazer terno para o meu filho. Tenho um filho muito exigente, não compra roupa pronta. Tem qu e mandar fazer. E lá o o vendedor da loja queria me impingir. Ah, a senhora leva esse corte casimira inglesa, () que fala inglês, não sei o quê. M Mil e cem cruzeiros. Eu disse, mas por que que eu vou levar? Mas ma A troco do quê? O senhor me mostra o nacional eu eu s Se o senhor me disser que é essa é inglesa, eu, francamente, não sou, assim, uma expert, né, no caso, não não não trabalho com tecido, mas para mim não vejo diferença. Não é bobagem, né? Não compro coisa nenhuma. No fim, ele concordou comigo. A A senhora tem razão. Vamos proteger a indústria nacional.

SPEAKER 3: : Lógico.

SPEAKER 0: : Vamos proteger a indústria nacional. Para que que eu vou comprar casimira inglesa agora? É bobagem não é? Depois do terno feito, você não não está sabendo nada. Eu Eu acho que no que a indústria brasileira está muito boa. Tem tudo melhorar algumas coisinhas ainda, mas vamos lá, né? Isso é um pro um é um problema a parte, isso não tem nada com que ver com poluição, não tem nada que ver com área verde, não tem nada que ver com trânsito, isso é é o desenvolvimento industrial do país, que está no acho que está num bom caminho Né? Pois é, mais alguma? E o atendimento comercial, vocês acham que tem mudado? Como é Como po o atendimento comercial, que você quer dizer? O atendimento que o cliente recebe numa loja. Loja? Ah, isso isso tem mudado para... Para pior, né? Para pior

SPEAKER 2: : Quer dizer... Hoje em dia... É natural. ###

SPEAKER 0: : Naturalmente que a loja tem que... Você vai no interior eles atendem de uma  forma muito diferente. Bom, eu sou de um tempo que você chegava na para fazer compra na casa Paiva, eles iam correndo buscar uma cadeira e você sentava, né? Para comprar sapato, mamãe comprava sapato para nós por telefone na casa Clark. M Manda três pares ahn de verniz, que quando é é Número vinte e nove, trinta, () qual é que servia. Vinha um um o  () o cacheiro com aquela monte de caixas, a gente experimentava, experimentava em casa, e a gente ficava com o que servia e devolvia os outros. Não é? Que é, não se pode esperar uma coisa dessa, mas não se pode esperar numa numa cidade grande. A Agora, mesmo os balconistas de loja, a gente encontra de tudo, né? Encontra alguns que você não tem vontade nenhuma de comprar, tem vontade de sair pela porta afora. ### grande, é. Eu moro no Tabuão e eu acho uma diferença louca.

SPEAKER 1: : Ela mora fora, mora no (), sabe? Uma diferença louca do pessoal atender lá nas lojas do Tabuão, por exemplo, ser supermercado, em farmácia, etcetera e aqui na cidade. A

SPEAKER 2: : Aqui, há visibilidade. Isso ()

SPEAKER 0: : Mas acho que não é só aqui. N ### Eu notei... (). Não, eu noto em em vendedores velhos, em ne nas nos nessas outras cidades do capitais da Europa, eles empregam muitas senhoras de idade para servir em balcão. Talvez seja um serviço que que elas possam ainda fazer. Pensam muito nesse problema da velhice, que aqui no no Brasil não é muito ventilado. E lá eles põem muita gente assim pessoas de idade assim em balcão. E essas senhoras idosas, elas são muito delicadas em atender o cliente. E já as ven as as vendedoras novas, da da geração nova, elas são grosseirinhas assim como as nossas mesmo, sabe? é moça Como as nossas mesmo. Quando você topa com uma vendedora idosa, ela é muito gent il. Então eu acho que é o problema é mundial em todo lugar. Eu acho que a nova geração não tem muita paciência. Principalmente quando quando... Educação também. Para lidar assim com uma uma cliente mais velha. Eu já Por exemplo, em em Londres, eu vou com fui comprar um um spray. Perguntei o preço porque eu não enxergo sem óculos Estava lá escrito. Então ele me disse assim, veja aí o que está escrito. Eu digo, mas aqui eu não enxergo sem ó Não. Quer dizer, não foi aqui. A Aqui acontece disso também. São Muito brutas, né? ### Agora, quando são mais velhas... 

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 0: : Agora, aqui acontece essas coisas também Eu acho que as pessoas com ma mais idade são um pouquinho mais é é tem um pouquinho 

SPEAKER 1: : E mais de de jeito ()... São mais agressivas, são assim, meio éh indiferentes, isso pode ser mais assim uma uma resposta indelicada mesmo, assim, grosseira como essa, eu () Já, não, já.

SPEAKER 0: : Quando você entra numa loja e não compra, eu já tenho ouvido eu tenho ouvido... Olham para o pé, dão uma olhada... Não, mas já já me me me ch me  Às vezes a gente não se incomoda, toca para diante, porque eu acho que toda cidade é a mesma coisa. Toda cidade grande tem esse problema. Vai. Cialmente principalmente as vendedoras mu

SPEAKER 1: : ito moça. Todo mundo é desconhecido Né? São todos desconhecidos.

SPEAKER 0: : Mas eu acho que a vendedora é muito moça. Quando topa com uma uma freguesa de mais idade, ela tem menos paciência. Eu acho, tem menos paciência. Quando são assim que são da mesma idade Sempre esteve lá. É que meninota vai comprando mesmo. Sei lá. É o pai que está dando dinheiro? (risos) (fala rindo) Acho que é. Minha impressão personalidade es  

SPEAKER 2: : colhe mias, né? Pessoas de de mais e mais velhas já pensa 

SPEAKER 0: : Na forma geral acho não não tenho queixa não e. Há Há de tudo, não é? E também depende isso de bairro, né? O O o conforme bairro que você compra também, você encontra o o os cacheiros ma meio que bem educado... Se no interior você é uma pessoa bem mal educado. A ah, é? Mas é que o () são ### Vagarosas. (risos) Outro ritmo.

SPEAKER 1: : (). Nossa, se vai comprar numa loja no interior, meu Deus, ninguém se mexe. É É, bom ### A gente está com pressa e hoje 

SPEAKER 0: : Claro, no interior ninguém sabe o que é pressa, ninguém sabe o que é relógio. E aqui a gente vive sempre em função de minuto, né?

SPEAKER 2: : Você fala muito de ve, você vai fazer muitas entrevistas hoje? Várias, né? M Mais (fala rindo) uma.

SPEAKER 0: : O que que o pessoal acha do co do o O que você tem feito, acha do comércio em geral? A Acho que aqui tem tudo, né? Tem tu do. São Paulo tem Agora o preço... Está subindo mu uito. Bom, preço, o preço eu não falo, porque eu acho que o preço sobe em todo lugar, né? A Agora aqui tem tudo, tem mesmo, né? Não se não há necessidade nenhuma de procurar fora.

SPEAKER 2: : vendo mesmo, aí você tem tudo o que você quiser, né?

SPEAKER 0: : Não adianta você se encantar com essas coisas no, ir na Europa, aqui e ali, porque você chega aqui, você encontra igual, você não encontra melhor, não é? Dois dias depois você acha. O que você compra na Europa você... Quando Se não compra na Europa ()... Você sabe que o o me meu irmão meu irmão esteve na Europa e minha cunhada quis comprar lá um perfume e não comprou porque achou muito caro, um ma um lançamento novo, Dior, () não vem ao caso. E Então ela veio lamentando a viagem de volta toda, ah, por que que eu não comprei, gostei tanto té té té té, por que que eu não comprei, é mesmo, devia ter comprado. Essas coisas, sempre a gente se arrepende do que não faz, né, é muito mais fácil se arrepender do que não faz do que do que você faz. E aí che chegaram aqui em S de volta a São Paulo e foram passar um fim de semana em Campo Jordão e lá num numa lá tem umas lojas de um certo gabarito, né? Um comércio fino em Campos do Jordão. E Ela encontrou o tal perfume, que era um lançamento novo, que ela tinha deixado de comprar não sei aonde, mas ela foi encontrar em Campos do Jordão. Isso na semana seguinte que ela chegou de viagem, você ver. S

SPEAKER 1: : então tem tudo. ### Brinquedos que a gente comprou É. Chegou aqui era brinquedos 

SPEAKER 0: : Ah, vende, é, porque isso se exporta, né? Essas calça éh calça

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : Põe etiqueta, só troca etiqueta. Descobre que é nacional As calças de brim, éh as calças de brim desse dessa essas calças le le Levi's, não sei o que, diz que é tudo  feito aqui, né? Uhum. De modo que... Nesse igual () enquanto isso Nós não temos nada desejado. Você não quer mandar fazer no Brasil enquanto... E Eu não sei, eu fico falando, falando, manda fazer ()... Ah, não, pode Fala mais. O que que vocês a   ### ### Aquela água seca ela ()? Pode falar.

SPEAKER 3: : O que que vocês acham do nosso aparato policial? Aparato do quê?

SPEAKER 0: : Policial? A Ah, esse eu a acho um assunto tão tão perigoso, não? A gente abordar. Não, porque isso aqui é só... Não, não digo nesse sentido. N Não, eu não estou dizendo que o eu vou oferecer perigo que eu vá dizer. Vocês sabem, uma pessoa na minha idade está sempre do lado da lei, né? Eu acho quem quem passa seus problemas com a polícia e não estou dizendo desse desse desse esses investigadores que andam atirando em gente na rua, matando um, mataram um menino. Eu não estou dizendo disso. Isso já é para a eternidade, já é bê bê dê, sei lá o que é. Mas eu digo nessa eu digo nesse ponto de torturas, que falam às vezes de prender prender moças e prender estudantes lá. Sim, () ### Eu () prova nenhuma. Eu sempre acho que se a pessoa estiver () vivendo a sua vida normal, quieta, sossegada na sua casa, estudando, vai para a faculdade e volta. Não acontece nada. Eu não sei nenhum caso de pessoas perfeitamente inocentes.

SPEAKER 1: : Nós sempre sabemos de casos que de certo fizeram acontecer, mas dizer que foi para você, que você que me contou, não.

SPEAKER 0: : Não, os casos que eu sei de de moças... Eu acho que pode ser uma um tipo da de uma uma ca uma guerra fria... Inclusive de de moças que foram presas, estudantes e que e... Ah, era tão bonzinho, nunca fez nada, era inocente, blá, blá, blá... Quem diz é a família, porque a gente sabe que não era. Eu não sei de um caso de uma pessoa completamente éh inocente e e que tenha acontecido alguma coisa. Eu acho que quando acontece, alguma razão tem que s tem. Eles têm que ter, entendeu?

SPEAKER 1: : ### ###

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : Certo tipo de um rapazinho que podia ser. E e fizerem uma denúncia. Terro rista. () Isso contou a mãe para mim. Chegou o carro, pediram licença.

SPEAKER 0: : Carro do DOPS

SPEAKER 1: : Né? Carro do DOPS. Desceram os investigadores. Vasculharam casa inteirinha, muito educadamente. E Ele tinha uma casa na beira da represa, ele tinha tudo para ser mesmo um rapaz subversivo. O tipo de vida cabelo por aqui. Bom, fizeram tudo e disseram, o senhor está inocente, e saíram

SPEAKER 2: : Não estou parando a mão na mulherzinha dele, nem nele, contado pela mãe. A Agora, quando coisa foi horrorosa.

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : ### Na minha idade, se você que e se eu estivesse no meio da juventude, eu estivesse de um je... Eu não sei, o os casos que eu conheço de gente que foi presa, que aconteceu isso e aquilo, de fato tinha alguma culpa, apesar da família dizer que não. Não eram pers pessoas perfeitamente normais. Não é. Eu ouvi falar do outro dia uma filha, não sei de quem, muito importante aí, o pai é isso é aquilo éh Foi presa, aconteceu isso e mais aquilo. Mas era uma menina que tinha pai, mãe, irmãos, uma casa muito boa, nunca teve nada demais, saiu de casa foi morar sozinha no apartamento com mais duas ou três. Quer dizer, eu não, e outra, para o meu modo de pensar, se a se a mãe mora no interior, mora muito longe e tal, então ela veio morar em São Paulo no apartamento, está certo. Mas se a mãe mora também em São Paulo, todo mundo mora, ela sai de casa para morar não sei aonde, com um grupo de amigas, quer dizer, já não não está muito dentro dos do nossos dos meus pa Então, se aconteceu uma coisa para ela, eu não posso achar que ela seja completamente inocente. Por alguma razão, ela teve para sair da casa dos pais, entendeu? Is isso quer dizer. Chamo minha a minha filha tinha uma amiga éh ahn e e Casou-se com com um amigo de meu filho, cujos irmãos estudaram na Sorbonne e voltaram com a cabeça virada. Comunismo, não sei o quê. E Esse casal deu o que fazer. E Ela era amiga de minha filha. Essa menina deu o que fazer para os pais. E Era uma filha problema. E Ele era um filho problema. Casaram-se os dois, juntaram os problemas, em resumo, foram presos, envolvidos aí. E Ela esteve três meses na cadeia. Ela me disse, não me fizeram nada. Eu levei e levei dois tapas. () Três meses numa cadeia (). Três meses na cadeia ela ### Mas ela me disse, eu não não te não posso me queixar de nada. ### Eu tenho que fazer um cheque agora, se deu

SPEAKER 1: : ### Você atacando, você criticando o regime.

SPEAKER 2: : Bom, eu sou governista de qualquer situação.

SPEAKER 1: : Acho que o governo está sempre certo. Isso isso Porque, você vê, do jeito que se agitam, do jeito que se mexem, os do jeito que pessoa ninguém mais tem o a organizado com o seu, é é indisciplinado. Quer dizer, al Alguma medida tem que ser feita. Eu acho que aí

SPEAKER 0: : E os os inocentes pagam pelos pecadores, né? Aí que está Aí, eu acho por isso que eu digo, é um assunto perigoso a gente se meter e discutir. Eu não sei e e Eu não tenho opinião sobre esse caso, porque eu tenho visto tanta coisa É. O () passou e atirou. Mas aconte ### ### ###

SPEAKER 1: : ### ### Hoje está bom um ### ### ### ### e ### ### ### ### ### ### Né? Co omo ### ### ### ### ### comprou ### coisa passa um de carro devagar ### ### ### passou um carro mataram o ra paz e que ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### Você não a acha assim? ### Então, o o sol o soldado que está ali também na guarita, sei lá, ele pode estar também muito nervoso, a assustou com a atitude do do do ra do outro do rapaz que passou, sei lá. Coisa que acontece, né? Por isso que você vai condenar um uma instituição inteira, não é? Ou três ou quatro que andam aí arrombando, né, entendeu? São destruídos da farda, eles são... tiram tudo de, saem da da... da... da corporação. Quer dizer,  Maus elementos também tem em todo lugar. Agora você vai condenar? Há quem fala mal de padre

SPEAKER 2: : Porque tem um padre que não presta, acha que nenhum padre presta. Tem um médico que presta? Aí também não é ()

SPEAKER 0: : Muitos exageros, n né? Muito exage

SPEAKER 2: : ero, né? Agora, pode acontecer de ter um soldado péssimo ao elemento.

SPEAKER 0: : E que éh que que (). Eu acho, acho, eu acho, tipo, a () () Porque a polícia () tem tido os seus... Tem seus () por aí mesmo, né? ### Mas de uma forma geral, eu acho que o... Não precisa defender também, acho que tem que ter um um te ### Tem que haver uma defesa, não sei. Eu acho um assunto muito di muito dif fícil isso. Eu não gosto É um assunto que me me aborrece. E quanto à limpeza pública e iluminação? A As mudanças que vocês têm notado? O Olha, aqui no meu bairro a limpeza pública está muito boa agora. Eu digo esse o sistema de de coleta, de (), essa coisa toda. O centro da cidade é uma vergonha, sempre foi. Continua sendo muito sujo, né? Mas o p éh é uma falta de educação do povo, né? Eu acho que o os poderes públicos po pouco ou nada podem fazer.

SPEAKER 2: : ovo de colomba, esses sacos de lixo plástico, é o ovo de colomba, não é? É

SPEAKER 0: : É, isso é o... O ovo de colomba Pelo menos, se não é recolhido... Você está querendo alguma coisa? Não, (fala rindo) estava só (). Se não é recolhido, ele está reunido direitinho. Es

SPEAKER 1: : Estão varrendo muito a rua. É. O

SPEAKER 0: : Onde vai? Muitas rua Mas... Mas eu acho que do do do da do tamanho que São Paulo é, né? Não, do tamanho que São Paulo é, com o movimento que tem, a população, acho difícil, eu acho que não não não não pode ser melhor do que é. Isso eu acho... E tem... Eu tenho a impressão que tem que começar uma educação de base pelas crianças de primário, a não jogarem papel de bala na na rua, no não jogarem casca de banana e tal. ### Querer educar o povo agora não é possível mais.

SPEAKER 2: : As crianças não são educadas pelos pais, porque não tem... Não, o

SPEAKER 0: : os pais também não tem educação. Você vai an você vai andando pela você vai andando pela Dutra de carro e no carro da frente, daqui a pouco joga uma casca de banana para cá, uma uma caixa de laranja para lá e... () de papel e tudo. Fazem de tudo, né? Quer dizer, o povo não tem mesmo educação. ### morar mais a educação nos colégios. A Agora, os poderes públicos não podem fazer na ### Acho que não pode. Acho muito difícil esse hábito de... Isso tudo é de colégio. O Olha, os lo os lojistas da rua Augusta. E e Eu já vi uma vez e... A rua Augusta faz muita enxurrada quando cho Eles pegaram todas as ahn... Caiu um temporal muito forte, então aquela enxurrada desce, parece o Rio Amazonas, né? ### Então, eles pegaram caixas vazias das embalagens e f estavam metendo de barquinho. () Os lojistas da rua Augusta... Punha na na põe na enxurrada para ele não () para descer. Quer dizer, aquilo foi tudo pros bueiros, né? ### ### ### Até o até colchão você vê no bueiro. Abs surdo. Quer dizer, o os poderes públicos não tem culpa. O que ahn ### ### Coisa que no tempo que eu era criança existia. Ou n Não era só saber ler e escrever. Contar e tal Tem que aprender a a conviver, não é? Em sociedade. É coisa que hoje em dia não aprende mais. O professor nessa idade

SPEAKER 3: : () O que que ela está querendo?

SPEAKER 2: : Quantos professores não são ouvidos depois que ele entra que que o aluno vai para a faculdade, são ouvidos quando são pequenininhos, no primário?

SPEAKER 0: : No primeiro, é tio, é tia. O que um tio, o que uma tia falam, a a criança ouve e a criança obedece. A

SPEAKER 1: : Agora, já vai para a faculdade e é contestador. A (fala rindo) Aí já o professor diz uma, o aluno diz três. Quer dizer, uma hora boa de ensinar tem que ser no primário.

SPEAKER 2: : Ensinar é educação. Educação ninguém dá de casa. Cla ro. O Zé Povinho não é educado. Agora, quem podia ensinar aquelas professoras não ensina. Cidade é imunda. Podia ser um terço, pelo menos mais limpa Se foi o povo fosse educado. Mas que. É

SPEAKER 1: : É difícil, né? Não é, mas precisava começar a educar, não é? Não é que seja difícil. Um dia tem que se começar. E E sempre sempre pensando em tempos futuros, né? Não é para amanh

SPEAKER 2: : () que amanhã que vão deixar a cidade limpa. Mas uma geração daqui a vinte anos deixa uma cidade  Você gosta bastante açú pouquinho. ###

SPEAKER 0: : Soma? Comecei a ter (). Eu até  esqueci de te oferecer um café que eu estava tão en en envolvida na conversa mole. Ine

SPEAKER 2: : versa mole para você, para ela não é. (risos) Será que a ()... Será que está quente esse café? Obrigada.

SPEAKER 0: : Você é da faculdade também ou você trabalha? Você é estudante? Já me formei. A Ah, já? Você se formou em quê? Linguística. A Ah, linguí

SPEAKER 3: : Quer dizer que você... Ãn? E a iluminação pública, vocês acham que está melhor, né? Está, como não?

SPEAKER 0: : Mu Muito. Como é como é que se chama essa luz branca? Como é Essa luz tipo, puseram agora. É. Luz de... De neon? De ver escuro? Ah, isso é muito bonito, está muito () Mas também quando a gente sai de uma de uma iluminação dessa e cai numa iluminação antiga, é um poço de escuridão Vai estar É que cai num poço, é. Mas é, ca

SPEAKER 2: : Não tenho nada contra, só que podiam Mas quer dizer que você aproveita você aproveita essa sua... essa sua enquete para outros filhos então, não só para língua. Por que você pergun Posteriormente... Vai ser aproveitado esses... ()? esse depo

SPEAKER 3: : poimento? Posteriormente, sim.  Ser feitos vários estudos paralelos. Ah, bom. Vai ser documento para pessoal de pós-graduação. É?

SPEAKER 2: : ### Aproveita dois... dois... Não, há pessoas que...

SPEAKER 0: : tem argumentos muito aproveitáveis, eles se dedicam, que es es estudam essas coisas. Ah e... Para mim, não, por são pessoas assim caseira, né, não não não tenho assim opinião abalizada, né? E Eu acho que o o no o nosso problema aqui de São Paulo é só o excesso de população. Tu Tudo decorre do tamanho da cidade. Uma coisa que que há há vinte anos atrás você podia admirar como um progresso,

SPEAKER 1: : Não é mais... Antigamente, o São Paulo não pode parar e hoje São Paulo precisa parar. Porque eu a... A diferença de de vinte anos. São Paulo antes era o slogan era esse. São Paulo não pode parar.

SPEAKER 0: : E hoje precisa parar. Precisa parar. ### ### Eu acho que em São Paulo nós temos muito progresso, mas civilização nenhuma. Porque o povo é grosseiro, não é? N Não tem maneira de jeito nenhum. E E cada vez menos, do tipo de vida que nós levamos, cada vez menos. Nós não conseguimos educar nem nossos filhos, não é? Quer dizer, o progresso não anda a par com a civilização. É () que que nós não temos nenhuma civiliza ção. Não, e a forma de educação está tão na moda, que ser educar o filho, fica feio. (risos) É, talvez. Você quer mais uma xicrinha? ### ### Certo. Se é que tem. Não sei. Mas não é mesmo? ###

SPEAKER 1: : Contra a maré, não é? Se você educar dema um filho de uma certa forma Essa criança vai sofrer (). Se você não ensinar uma criança a se defender, a ser agressiva (), você imaginou o que será essa criança daqui a vinte anos? E tem esse problema também. Então () educar uma criança como cinquenta anos atrás ou mais. Essa criança é uma completamente desatualizada e vai sofrer.

SPEAKER 0: : ### Boa educação com com com possibi

SPEAKER 1: : ### (). Ah, não. Não, também não ()... Hoje em dia, precisa dizer muito obrigado. Vai dizer muito obrigado. A

SPEAKER 0: : Acho que há um limite, né? Eu acho que é um limite. Eu Eu acho o eu acho que o brasileiro, de uma forma geral, é um é um povo mal educado, né? O povo povo brasileiro é mal educado. De uma forma geral, é. ### ### Nó é nós temos aqui no Brasil um nível de povo que que que não sei nos Estados Unidos se existe. Na Europa não existe um um um nível de povo que nós nós temos. Não é? Estados Unidos eu não sei. Talvez tenha também, não é? Aquela, não sei, não conheço. Eles são mais educados Mas o o nível de gente que nós temos no no o nível de gente Não existe na Europa, então é um povo grosseiro que vai levar muito muitos anos para se... Quem sabe índios se educarem? N Não... Nós somos índios ainda Não é questão de índio, não. Éh É falta de educação mesmo no duro (riso)... Mas isso só o tempo, né? Eu acho que o Brasil continua sendo o país do futuro (risos) Em certos pontos continua sendo o país do futuro. Não sei o que mais você você quer. E para finalizar, eu gos descrevesse o tipo de cidade ideal, ou pelo menos que satisfizesse a maioria das necessidades dos habitantes. ### Pode ser utopia, imagens... Utopia ou alguma que eu conheça? S Sonhos, ideais... Olha, eu eu eu não é sonho, eu nunca sonhei com isso nem, porque eu conheço cidades assim. Então você não precisa sonhar. Quando você conhece uma coisa, você não precisa dar o trabalho de ficar imaginando. E Eu já viajei muito pelo Brasil. Por exemplo, eu eu eu acho... Curitiba, uma cidade maravilhosa para se viver. ### Ela não gosta que ela está sozinha, ela não tem parente nenhum lá. Ela não tem raiz nenhum lá. Mas se ela tivesse lá, mãe, pai, os irmãos e tudo. ### Eu vou dizer mais, eu conh eu tenho uma amiga cuja filha casou-se com um rapaz inglês que era professor que é professor da da Câmara () de Comércio. E Ele veio aqui dar um dar curso, à contrato, faz-se com dois anos, conheceu essa menina, casou-se. E e ele não se adaptou mais na Europa, na na porque lá a Europa é muito estagnada, né? A o o  Qualquer país da Europa éh, aquilo que está daquele jeito há quinhentos anos, vai ficar outros quinhentos. Né? A Aquelas cidades, principalmente cidades pequenas, cidades do interior. E ele sonhava em voltar para o Brasil, vai voltar, mas nunca para São Paulo, ele vai voltar para Curitiba. Porque ele ele estudou aqui as cidades todas e ele achou que lugar para ele viver é Curitiba. E Eu acho também uma cidade boa para viver. Claro claro que eu não vou viver lá, e es você está duvidando. de éh essa nossa amiga que mora lá. Mas a menina caso filha de um de uma família de sete filhos, ou oito. Se Vai viver numa cidade e daí não tem nenhum irmão, nenhuma tia, nenhum primo. Na só porque o marido precisa trabalhar lá e cá Não pode gos tar. Você acha que pode gostar? Mas vamos falar do ponto de vista teórico? Uma cidade grande, onde você tem todas as vantagens de uma cidade grande. Você não tem loucura de trânsito, você tem áreas verdes respeitadas, você tem ahn boulevard, rua só para pedestres, tudo isso, uma cidade limpa. En Então é uma cidade ideal para se viver. Eu eu j já estive também duas vezes coisa coisa a diferença em em Natal, por uma semana. Em (). Eu acho uma cidade maravilhosa para se viver. Também não digo que eu vou sair daqui para viver lá. Porque eu não tenho nenhuma raiz lá. Mas eu acho que o povo lá vive bem. Vive tranquilo. Um u Uma amiga minha lá, que fez uma casa, como daqui, vamos dizer, no largo de Pinheiros, as filhas não estão muito satisfeitas porque saíram da cidade. Estão morando longe agora. Estão achando de ()... As filhas estão custando acostumar as mocinhas. P Porque ela fez uma casa que ne que é daqui é no largo como se fosse  no largo de Pinh É uma vida tranquila, calma, até até esse até esse problema de delinquência, éh delinquência infantil, juventude, tudo isso você não encontra num lugar assim. Eu não estou dizendo que eu vou sair daqui hoje para viver lá, porque eu vejo na minha idade eu já tenho muita raiz, não é? Mas eu acho, do de uma forma assim, éh falando em tese, de uma forma teórica, são cidades boas para se viver. É, eu (). Já j Já já, por exemplo, o ahn Belo Horizonte, é uma cidade boa também. () Eu já não gosto de Belo Horizonte, não sei porquê, mas não gosto. Quer dizer Não não simpatizo. Já gosto muito de Porto Alegre também já, mas já me dizem que é muito poluída também.

SPEAKER 1: : É o caso é que, com todos os defeitos, a gente não não trocaria, não mudaria nunca. Ma Quer dizer, para mim, eu só estou bem aqui mesmo.

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : ### ###

SPEAKER 0: : ### Mas ela não quer saber o que você vê, ela quer pensando assim de uma forma teórica. Então são cidade melhor tem um tamanho ideal, não é? A a o O número de de habitantes ideal. É É é muito mais fácil governar uma cidade assim e viver numa cidade assim mais limpa, não é? Curitiba, eu acho, eu acho cacete. Você gostaria de nascer em Curitiba ()? Ah, se eu fosse começar de novo, podia nascer em Curitiba, ou em Porto Alegre, eu podia mesmo, em Natal. Já não digo Belém do Pará, porque Belém do Pará é muito diferente, eu conheço bem também o Belém do Pará, mas já é já e assim, muito diferente do do que a gente está acostumado, outro tipo de vida assim, bem bem diferente, eu não sei, não, só para passear. Mas eu acho que Curitiba é um lu um lugar bom para se viver, uma cidade agradável, muito agradável, mas é é cacetinha, vamos dizer. Não tem lufa-luf

SPEAKER 2: : (). Está faltando os elementos de São Paulo. Bem assim, mas e

SPEAKER 0: : u acho, eu acho que e e as pessoas que moram lá são muito satisfeitas. Eu tenho conversado com pessoas que moram lá, gente de lá, e eles acham bom, gostam, e não querem que a cidade passe daqui. Aliás, todas as medidas do da da dos prefeitos lá, dos governadores, são no sentido de não deixar a cidade sair daquele limite. Né? Eles estão controlando a cidade no e n Não não vão deixar acontecer. Tem o o triste exemplo de São Paulo, que o (). Ent ão ele já não deixa a cidade aumentar. Não é? E tem que ser assim. A Agora, para nós, é j nós já já não há nada que segure mais. É assim, uma espécie de foguete. Foguete espacial dispararam e agora não há quem segure (risos) Paciência. (fala rindo) Mas vamos ver o que vai aconte pena, né? É É pena mesmo. É pena. É Sã O São Paulo, do do tempo que eu me casei, de trinta anos atrás, era uma cidade bem mais agradável. Bem mais. A gente ### Você não pode lembrar, mas eu... Já me casei nessa época, né? E já era uma cidade que você ia um monte de... Pequena? E o... Sim. () cin quenta e  Imagina. Era cidade assim da idade do meu filho mais no ### Agora, não sei o que (). Não, e depois o que acontece em São Paulo também, essa infiltração de de gente de outros estados, vamos dizer a verdade, é um problema para nós, né? Muito gran Nós não podemos viver sem eles, porque a construção civil está na mão deles. São Paulo cresce co na construção civil ### Nós ficamos sem mão de obra, sem eles. Encarece completamente a mão de obra. Mas Mas eles vêm e fi

SPEAKER 2: : cam. (), né? É o pessoal dos outros estados.

SPEAKER 0: : Quer dizer que é um é uma arma de dois golpes, não é? (). É. ### Ela que disse que São Paulo cresce a custa da da da da do suor, do sangue, da da do sofrimento do dos nortistas, né? Que  São Paulo cresce, é feito um monstro, a a custa deles. Está certo, mas eles vêm para cá, Porque lá estão morrendo morrendo de fome, né? ### ### foi no cruzeiro. Só tem pelo artista, quer dizer, éh o trabalho capital. Pois é. Então quer dizer que é uma é uma uma coisa sem saída, eles prec Você bo bota o dedo no mapa... É, esse é um aspecto a ser notado. Você bota o dedo no mapa, é é uma coisa que eu também não compreendo, viu? É uma coisa que eu também não compreendo, como é que o povo brasileiro consegue se manter ne nessa nessa paz, sossego e tranquilidade, porque a vida está difícil. Está. E para nós também. Não está? A a a a a vida está bem difícil para para essa para essas classes menos privilegiadas. Eu não sei como é que o Brasil... É um milagre. Milagre (). Porque eu fiquei Como é que... () Como é que se consegue? Isso eu não sei, isso dizem o os os piadistas. Não, não é piadista. Eu acho meio piada. Não sei. É verdade, é futebol e carna val. Você vê que agora tem uma guerra santa, já está já existe no Líbano, né? Você pode imaginar uma uma guerra santa agora e, de de árabe com () muçulmano, com cristão, isso em em pleno ano dois mil quase, não não tem mais cabimento, né? Quer dizer, o mundo inteiro, e no Brasil nós temos paz ainda, é uma briguinha aqui, uma briguinha ali, arena com o eme dê bê e tal.

SPEAKER 1: : ### Ah, é, mas A

SPEAKER 2: : ah, não sei. Pode ter certeza.

SPEAKER 0: : Você acha que é? ### Os outros tem outras coisas. É ### O que garra em todas as pessoas é futebol e carnaval. Não isso ### ### Eu não quero saber o que é. Eu sei que é o único lugar no mundo que existe paz ainda ainda e e os europeus que chegam aqui ainda veem um futuro aqui, não é? E Eu tive exemplo disso agora um inglês, que veio trabalhar com o meu filho, e ele disse que ele ele, apesar de todo Ficou bem a par, todos os problemas do da cidade, de poluição, de tudo, ele ficou um mês aqui. Ele disse, mas vocês têm, vocês podem ter uma missão ainda, vocês podem ver um futuro. Ele ele é inglês, mora numa cidade pequena dentro da Inglaterra. Não mora em Londres. Ele diz nós não Não não não temos nada para esperar da vida mais, nós já fizemos o que precisava ser feito. Vocês não, vocês têm vocês têm um grande futuro, vocês têm a vida na frente. Eu admiro o Brasil, se fosse mais novo, eu eu eu gostaria de vim viver aqui porque aqui tem oportunidade. () gostam muito. Aqui ainda há oportunidades, né? Agora, até quando nós vamos nos equilibrar, não sei. Porque acho que estamos na corda bamba. Com feijão a a dezoito por vidro  o kilo. O que que () que a gente come? O que que () a gente come? Porque eu não entendo. ()

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 0: : Ah, mas não adian Se ela tiver o o a hora que aumentar o salário aumenta tudo (). Não, vai aumentando sempre. Ele sempre aumentou. Sabe o que eu a cho mesmo? Sabe o que eu acho uma coisa extraordinária?

SPEAKER 2: : ### ### Qual que ela é pior. Não ### Sempre é pior que os outros lugares. Não, eu (). voltou para São Paulo. ###

SPEAKER 0: : A É outro lugar gostoso () visitou, Vitória. É uma cidade boa. ### ### ### Boa a cidade. Você é daqui de São Paulo mesmo? Sou. E Ele veio. Vitória é ótimo. ### ### é? É. Então (). A senhora está falando teve uma prima lá no na Suécia. Uma conhecida? Uma () Na Suécia? Uhn uhn Não. Essa é a minha prima. A sua prima esta ava. A minha prima trabalhou muitos anos com a Tê Janer Tê Janer era uma a uma firma sueca. Era aposentada, ela e E ela então tem muitas amizades lá. lá... E ela foi lá e E eu também, o ano passado, estive lá. Em outubro agora minha (), esteve na Suécia. O que você achou de lá? Eu acho maravilho Maravilhoso, mas Parado, né? Não, você não acha parado?  Mas é muito gostoso. Tem o aspecto cultural, o aspecto artístico. ### O povo fino não tem um um gabarito muito alto, aquele po ### Inclusive, eu eu me hospedei em casa de de uma família sueca, sabe? O que um alemão jamais (fala rindo) faria. Não sei. Porque no alemão não tenho amigos, na na Alemanha não tem amigos. Eu a e na ci achei os suecos muito abertos, muito hospitaleiros. Nós chegamos lá e Era uma cidade pequena, não é não era não era Estocolmo, era uma cidade pequena e bem mais para o sul, e ele e tínhamos que entrar numa estra, nós estávamos de automóvel, tínhamos que entrar numa estrada uma estrada secundária, então de medo que nós errássemos ahn esse cruzamento, eles esperaram com uma placa enorme, com o nome do meu marido () nós chegássemos na, passássemos pela esquina, aquela encruzilhada, éh nós víssemos a placa e en e parasse parássemos. Cara é muito bom humor Tem muito bom humor. A Agora estão eterno, são muito descontentes, não é? Muito descontente, e os que podem sair do país saem. Esse nosso amigo... Porque falta perspectiva. Não tem, não tem futuro. E Esse nosso amigo, o com quem nós nos hospedamos, ele está esperando uma oportunidade para ir para a Alemanha, para a Alemanha Ocidental. ### Ele é médico da Volvo. E Eu sei dizer que foi lá uma questão de impostos, taxas de imposto de renda, uma coisa tão alta, que hoje em dia ele trabalha só até quinta-feira. Então aquele negócio de trabalhar só até quinta-feira, para você trabalhar na sexta, não compensa, o dinheiro vai para o governo. E E está pagando oitenta e não sei quanto por cento do que ga Um outro nosso amigo, nós nós temos três casais amigos na Suécia. O meu marido é rádio amador, então ele fez essa amizade através do rádio e se mantém por muitos anos, essa amizade. Esse o Um outro deles vendeu a casa porque não pôde mais manter a casa, tomou um apartamento pequeno porque ele não ele trabalha, era li livre, ele trabalhava com propaganda, qualquer coisa assim, livre empresa, não não não não era associado a nada, então ele teve que vender a casa porque não conseguiu, não conseguiu manter mais os impostos, tudo isso, então ele vendeu, mora num apartamento peque Quer dizer, a vida para eles é muito difícil. Eles viajam, mas só eles. Nunca podem ir com a família. Tanto que o um um alguns deles já vieram para cá, mas nunca puderam tra trazer as famílias. Agora, você chega lá, você tem a impressão que eles éh esse médico, por exemplo, você tem a impressão que ele está vivendo num num nível muito mais alto que nós. Ele tem uma casa belíssima, muito melhor que essa, nem se compara. nomicamente, eu acho que não, né? Mas eles têm dinheiro para, eles têm dinheiro para se tratar, têm dinheiro para dentista. Eles têm tudo o que precisam, mas eles não têm dinheiro na mão. Então, quando ele viaja, ele viaja sozinho ou então arranja, assim, um... uns negócios, por exemplo, nós estivemos juntos na Inglaterra e ele nos levava para jantar com ele em restaurantes muito de luxo, que eu, por mim, nunca teria ido. Então, u uma vez eu disse a ele, olha, você está gastando demais conosco, não é, que nós nos encontramos na Inglaterra. Ele disse, não, você não se preocupe, porque isso aqui para mim está, eu vou lançar no imposto de renda como... Tinha lá um item qualquer, um uma qualquer coisa, onde ele podia descontar. Uma verba de representação, qualquer coisa. É, representaç Porque nós estávamos todos tomando parte num congresso médico, sabe? Então, ele diz toda essa despesa que ele faria conosco, para ele era uma vantagem. Ele ia lucrar ainda com isso. Então, ele () Chegou no nos restaurantes mais éh granfinos que eu fui na Inglaterra, eu fui com esse homem. Porque e e e era interessava a ele. Porque, pelo meu gosto, eu só ia no snack bar (risos). É, verda ###

SPEAKER 2: : É, muito. Muito hospitaleiro. E sendo que uma pessoa ahn... O povo chega num nível tão elevado e está desconten te. Está descontente. Mas é um problema é psíquico, então. Não é possível.

SPEAKER 1: : ### ### que essa é uma limili limitação que eles sentem?

SPEAKER 0: : Tem (). Uma limitação, uma falta do () perspectiva que deixa que eles fiquem assim descontentes?

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : Não é interessante? Ele ### ### ### Mas quem tem? Acho que o rei. Não, eu digo ### ###

SPEAKER 1: : Eles não têm, mas do quem tem? Nós temos? Quem é que tem? Para que você tenha um futuro. Então está faltando essa limitação, talvez a falta perspectiva. que dê uma paixão uma parte de insatisfação.

SPEAKER 0: : ### Mas é exatamente isso que a... Coisa interessante. É o que eu estou dizendo, eles eles precisarem o dentista, eles têm o dentista, eles têm um médico a hora que eles precisarem, eles têm tudo. Mas eles não têm a o o dinheiro, assim, para para o para eles fazerem o que quiserem, ser dono do seu nariz. A ### ### Eles estão no no num socialismo muito adiantado, que já... e apostou muito a liberdade individual, não é? Não é mais uma democracia, lá longe de ser, que é, né? (). É. É, passou correndo. É uma de éh é É é uma socialismo, assim, muito perfeito, né? E todos aqueles países são assim, ma um mais, outro menos, mas a gente... Na Suécia eu notei um descontentamento geral. Todo mundo que nós conversamos. ### ### Falam. E Eles falam. Falam sim, abertamen A bebem demais, né? Bebem que é uma (), mas a mas até na bebida eles são reprimidos, né, porque co Vocês reparou como tem polícia na Suécia? Como tem polícia nas ruas? Para tu viver na cultura? O O o bêbado, um um um pri pouquinho inconveniente, ele já tira de circulação imediatamente. Aquilo não não. É ()

SPEAKER 1: : É muito controlado. Talvez seja a falta

SPEAKER 0: : Agora, bebem muito. A Acho que é para esconder. Afogar as mágoas. (riso) Esquecer o socialismo. Mas é um fato. Dá a impressão de muita ordem, muito lim, é um país muito limpo, não é? Muito. Limpo, até o ar é limpo, você não não... Ahn você percebe que respira bem, tem aquela beleza, tudo muito amplo, é muito plano, né? Não tem montanhas, na É muito bonito ser... E eles se sentam sufocados? E mu É muito despovoado também, uma população rarefeita Né? Não, ahn tem menos gente que São Paulo, né? De modo que é uma... Para nós, vocês você que ficando lá a passeio, você acha uma delícia. Trânsito é uma beleza, () é beleza. Mas vai morar lá para ver, né? (riso) Pois é. G Gente, mas ficou ótima a gravação de vocês. A Ah, nós falamos demais, santo Deus.